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I ‐ RESULTADOS DE MEDIDAS 
 
O  desenvolvimento  das  Ciências  e  Engenharias  está  baseado  nos  resultados  de  pesquisas  de  cientistas  e 
engenheiros,  desenvolvidas  por  meio  da  abordagem  geral  denominada  método  científico.  Uma  das  etapas  do 
método  é  a  observação  experimental,  que  consiste  na  coleta  de  dados  qualitativos  (observações  que  não 
envolvem  números)  e  quantitativos  (observações  que  envolvem  números).  As  observações  quantitativas  ou 
medidas de propriedades do sistema sendo investigado dão origem aos dados numéricos, também denominados 
grandezas físicas. Dessa forma, o resultado de uma medida é uma grandeza física que é assim registrado: 
         
  Q (Grandeza Física) = Valor Numérico {Q} x Unidade da Grandeza [Q]    (I) 
 
Conclui‐se desta forma que: “o resultado de uma medida ou grandeza física é registrado pelo produto de um valor 
numérico por uma unidade adequada”. 
  Ilustrações: 
i) registro  da  grandeza  física  (medida)  do  comprimento  de  um  objeto  →  l  =  4  m;  valor  numérico  4  e 
unidade da grandeza 1 metro (1 m); 
ii) registro da massa específica (densidade) de um corpo → ρ = 2,01 g cm‐3; valor numérico 2,01 e unidade 
da grandeza 1 grama por centímetro cúbico (1 g cm‐3). 
 
 
II ‐ SOBRE GRANDEZAS FÍSICAS  
(Análise do termo ‐ Q (Grandeza Física) – na equação (I)) 
 
Grandezas  físicas  possuem  dimensões  e  unidades.  Entende‐se  por  dimensão  de  uma  grandeza  a  nossa 
percepção  sensorial  de  sua  medida,  tal  como:  comprimento,  massa,  tempo,  temperatura,  etc.  Há  sete  grandezas 
físicas fundamentais, denominadas grandezas de base; são ditas fundamentais no sentido de não serem definidas 
em termos de algo mais mais simples. 
Porém  as  sete  grandezas  físicas  de  base  dão  origem  a  todas  as  grandezas  derivadas  que,  em  conjunto, 
formam o Sistema  Internacional de  Grandezas  (SIG).  Na Tabela  I encontram‐se listadas  as  grandezas de  base do 
SIG, juntamente com seus símbolos e dimensões. 
 
  Tabela I: Grandezas de Base do SIG 
  Nome da Grandeza de Base  Símbolo da Grandeza 1 Símbolo da Dimensão 2 
  comprimento  l  L 
  massa  m M
  tempo  t  T 
 
temperatura termodinâmica  T  θ 
 
quantidade de matéria  n  N 
 
 
corrente elétrica  I I
  intensidade luminosa  I γ J 
1. Escritos em letras latinas e gregas minúsculas com fonte do tipo itálico; 
2. Escritos em letras latinas ou gregas maiúsculas com fonte do tipo vertical em estilo negrito. 
 
Cada grandeza de base possui dimensão única, embora possa ser representada por mais de uma unidade. 
Por outro lado, as dimensões das grandezas derivadas são representas por expressões que indicam a dependência 
   

 

da grandeza em relação às grandezas de base, sendo omitido qualquer fator numérico. Portanto, a  
dimensão de uma grandeza derivada particular Q é representada pela expressão: 
        dim Q = L Mβ Tγ θ ξ Nν Iρ Jμ  
Percebe‐se,  assim,  que  a  expressão  da  dimensão  é  formulada  pelo  produto  de  potências  de  fatores  que 
representam  as  grandezas  de  base,  sem  nenhum  fator  numérico,  com  os  expoentes  denominados  “expoentes 
dimensionais”: números positivos, negativos ou zero. 
A partir da expressão geral da dimensão de grandezas derivadas pode‐se mostrar que as grandezas de base 
possuem dimensão única. Considerando uma das sete grandezas de base, tal como comprimento (L), tem‐se: 
        dim L = L M0 T0 θ 0 N0 I0 J0   →   dim L = L 
onde: 1, enquanto os demais expoentes são todos iguais a zero. 
Ilustrações: 
i) no SIG a dimensão da grandeza velocidade linear é representada pela expressão, dim v = L.T‐1; 
para  se  formular  a  expressão  dimensional  de  uma  gradeza  deve‐se  inicialmente  escrever  sua 
definição; assim, como a definição de v = d/t; tem‐se sua dimensão dada por dim v = L/T = L.T‐1; 
ii) no SIG a dimensão da grandeza força é representada por dim F = M.L.T‐2;   a definição de força é:  
F = m x a enquanto a da a = v/t e de v = d/t; logo, F = m x v/t = m x (d/t)/t; portanto a dimensão será 
dim F = M.L/T2 = M.L.T‐2; 
iii) sendo  ρ  a  massa  específica,  sua  dimensão  no  SIG  é  dada  por  dim  ρ  =  M.L‐3;  a  definição  da  massa 
específica é: ρ = m/V e por sua vez V = l3, logo ρ = m/l3; portanto a dimensão será dim ρ = M.L‐3. 
 
 
III ‐ SOBRE AS UNIDADES DAS GRANDEZAS 
(Análise do termo ‐ Unidade da Grandeza [Q] – na equação (I)) 
 
 Unidades de Base 
Unidade de uma grandeza é a maneira de se expressar sua dimensão tal como: metro para comprimento, 
quilograma  para  massa,  segundo  para  tempo,  etc.  As  unidades  das  grandezas  físicas  formam  um  sistema  de 
unidades conhecido por Sistema Internacional de Unidades (SI) que é adotado oficialmente por praticamente todas 
as nações. Como um sistema de unidades o SI é formado por um  conjunto de unidades de base e de unidades
derivadas, juntamente com seus múltiplos e submúltiplos, definidos de acordo com regras estabelecidas.  O  SI 
encontra‐se  baseado  no  Sistema  Internacional  de  Grandezas,  portanto  é  constituído  por  sete  unidades  de  base 
cujos  nomes  e  símbolos  encontram  se  na  Tabela  II.  As  unidades  de  base  são  unidades  de  medida  adotadas  por 
convenção para cada uma das grandezas de base do SIG.  
Tabela II: Unidades de base do SI 
Nome da Grandeza de Base  Nome da Unidade   Símbolo da Unidade1 
comprimento  metro  m 
massa  quilograma  kg 
tempo  segundo  s 
temperatura termodinâmica  kelvin  K 
quantidade de matéria  mol  mol 
corrente elétrica  ampere  A 
intensidade luminosa  candela cd 
1. Os símbolos são escritos em letras latinas minúsculas com a fonte do tipo vertical. 

 

 Unidades Derivadas 
Todas as demais grandezas físicas são expressas como combinações das grandezas de base e 
apresentadas em termos de unidades derivadas.  
Ilustrações: 
i) a grandeza área (A) tem dimensão do comprimento (L) ao quadrado (dim A = L2), portanto é expressa na 
unidade derivada [A] = m2 (metro ao quadrado); 
ii) a grandeza aceleração (a) tem dimensão de comprimento (L) dividido por tempo ao quadrado (T2),  
(dim a = LT‐2), portanto é expressa na unidade derivada [a] = m s‐2 (metro por segundo ao quadrado); 
iii) a grandeza força (F) tem dimensão de massa (M) vezes aceleração (LT‐2), (dim F = MLT‐2), portanto é 
expressa na unidade derivada [F] = kg m s‐2 (metro vezes quilograma dividido por segundo ao quadrado); 
tendo o nome próprio newton (N); 
iv) a grandeza pressão (p) tem dimensão de força (MLT‐2) dividida por área (L2), (dim p = MLT‐2/( L2) =  
= ML‐1T‐2), portanto é expressa na unidade derivada [p] = kg m s‐2 m‐2 ≡ N m‐2 ( newton dividido por metro ao 
quadrado que tem o nome próprio, pascal (Pa)) ou na unidade derivada [p] = kg m s‐2/(m2) = 
= kg m‐1 s‐2); 
v) a grandeza energia (E) tem dimensão de força (MLT‐2) vezes comprimento (L), (dim E = MLT‐2L), portanto 
é expressa na unidade derivada [E] = kg m s‐2 m ≡ N m (newton vezes metro que tem o nome próprio, joule 
(J)) ou na unidade derivada [E] = kg m2 s‐2; 
vi) A grandeza potência (P) tem dimensão de energia (MLT‐2L) dividida por tempo (T), 
(dim P = MLT‐2L /(T)), portanto é expressa na unidade derivada [P] = J s‐1 ≡ W (joule dividido por segundo 
que tem o nome próprio, watt (W)) ou na unidade derivada [P] = kg m2 s‐3. 
A Tabela III mostra algumas das principais unidades derivadas que serão usadas nesta disciplina: 
Tabela III: Unidades Derivadas Importantes  
Nome da Grandeza  Nome da Unidade Derivada  Símbolo da  Unidade Derivada em 
Derivada  Unidade Derivada Termos das Unidades de 
Base 
superfície  metro quadrado  m2 ‐ 
volume  metro cúbico  m3 ‐ 
‐1
velocidade linear  metro por segundo  m s ‐ 
aceleração  metro por segundo ao quadrado  m s‐2  ‐ 
força (peso)  newton  N  kg m s‐1 
pressão  pascal  Pa (≡ N m2)  kg m‐1 s‐2  
energia (calor, trabalho)  joule  J (≡ N m)  C  
potência  watt  W (≡ J s )  ‐1
kg m2 s‐3  
‐3
massa específica  quilograma por metro cúbico  kg m ‐ 
3 ‐1
volume específico  metro cúbico por quilograma  m  kg ‐ 
frequência  hertz  Hz  s‐1 
período  segundo  s  ‐ 
número de onda  metro elevado à potência menos 1  m‐1 ‐ 
comprimento de onda  metro  m  ‐ 
0
temperatura Celsius  grau Celsius  C K 
calor (quantidade de  joule  J  kg m2 s‐2
calor) 
 

   

 

(Continuação) ‐ Tabela III: Unidades Derivadas Importantes  

Nome da Grandeza  Nome da Unidade Derivada  Símbolo da  Unidade Derivada em 


Derivada  Unidade Derivada Termos das Unidades de 
Base
capacidade calorífica ou  joule por kelvin  J K‐1 kg m2 s‐2 K‐1
capacidade térmica 
capacidade calorífica  joule por mol por kelvin   J K‐1 mol‐1 m2 s‐2 K‐1 mol‐1
molar ou capacidade 
térmica molar 
capacidade calorífica  joule por quilograma por kelvin  J K‐1 kg‐1  m2 s‐2 K‐1 
específica ou 
capacidade térmica 
específica 
concentração (de  mol por metro cúbico  mol m‐3 ‐ 
quantidade de matéria) 
tensão superficial  newton por metro  N m‐1  kg s‐2 
carga elétrica  coulomb  C  A s 
potencial elétrico   volt  V(≡ J C‐1)  kg m2 s‐3 A‐1 
diferença de potencial  volt  V(≡ J C‐1)  kg m2 s‐3 A‐1 
ou tensão elétrica 
força eletromotriz  volt  V(J C‐1)  kg m2 s‐3 A‐1 
intensidade de campo  volt por metro  V m‐1(N C‐1)  kg m s‐3 A‐1
elétrico 
resistência elétrica  ohm  Ω(≡V A‐1)  kg m2s‐3 A‐2 
resistividade elétrica  ohm‐metro  Ω m  kg m3s‐3 A‐2 
capacitância  farad  F (≡ C V‐1)  kg‐1 m‐2 s4 A2
permissividade  farad por metro  F m‐1(C2 N‐1 m‐2)  kg‐1 m‐3s4 A2 
condutância elétrica  siemens  S (≡ Ω‐1)  kg‐1 m‐2 s3 A2 
condutividade elétrica  siemens por metro  S m‐1 = Ω‐1 m‐1 kg‐1 m‐3 s3 A2 
impedância   ohm  Ω(≡V A‐1) kg m2s‐3 A‐2 
potência (ca)  watt  W(≡V A)  kg m2s‐3 
potência (cc)  watt  W(≡ J s‐1) kg m2s‐3 
intensidade de campo  ampere por metro  A m‐1 ‐ 
magnético 
indução magnética ou  tesla  T (≡N m‐1 A‐1)  kg s‐2 A‐1 
densidade de fluxo 
magnético 
fluxo magnético  weber  Wb(≡V s)  kg m2s‐2 A‐1 

Característica  importante do  SI é de ser  um sistema decimal, pois todas as unidades  são expressas  como 


potências de 10 vezes alguma unidade de base. Dessa forma são usados prefixos para formar nomes e símbolos  
dos múltiplos e submúltiplos decimais das unidades SI. A Tabela IV mostra os prefixos usados no SI. Assim, se um 
prefixo cujo símbolo é X for anteposto ao nome de uma unidade de medida [Q], forma outra unidade que é X vezes 
maior se o prefixo for múltiplo ou X vezes menor se o prefixo for submúltiplo. 
Ilustrações: 
i) 1 zettajoule = 1 ZJ = 1021 J;  
   

 

ii) 2,3 megahertz = 2,3 MHz = 2,3 x 106 Hz;  
iii) 1 picômetro = 1 pm = 1 x 10‐12 m; 
iv) 1 zeptocoulomb = 1 zC = 10‐21 C;  
v) 1 kilopascal = 1 kPa = 1 x 103 Pa. 
Igualmente importante é a propriedade que tem as unidades de poderem ser tratadas como quantidades 
algébricas, i. é., canceladas, multiplicadas e divididas; assim o valor numérico de uma medida (ver equação (I)) pode 
ser expresso na forma: 
 
í
      Valor Numérico {Q} 

 
que é uma quantidade adimensional; 
Ilustrações: 
i) a medida do comprimento de um objeto é l = 4 m → o comprimento do objeto pode ser representado 

por:l/m = 4; ou seja  4 m →   = 4  → 4; 
ii) a medida da massa específica de um objeto é ρ = 2,01 g cm‐3   →  a  densidade  do  objeto  pode  ser 
,
representada por: ρ / g cm‐3 = 2,01; ou seja ρ = 2,01 g cm‐3→   →  2,01. 

Tabela IV: Prefixos Usados no SI 
Prefixo  Significado  Fator de Multiplicação  Fator de Multiplicação 
Nome  Símbolo  (número decimal)  (potência de 10) 
yotta  Y  setilhão 1.000.000.000.000.000.000.000.000 1024
zetta  Z  sextilhão 1.000.000.000.000.000.000.000 1021
exa  E  quintilhão 1.000.000.000.000.000.000 1018
peta  P  quatrilhão 1.000.000.000.000.000 1015
tera  T  trilhão 1.000.000.000.000 1012
giga  G  bilhão 1.000.000.000 109
mega  M  milhão 1.000.000 106
kilo  k  milhar 1000 103
hecto  h  centena 100 102
deca  da  dezena 10 101
deci  d  décimo 0,1 10-1
centi  c  centésimo 0,01 10-2
mili  m  milésimo 0,001 10-3
micro  μ  milionésimo 0,000001 10-6
nano  n  bilionésimo 0,000000001 10-9
pico  p  trilionésimo 0,000000000001 10-12
femto  f  quadrilionésimo 0,000000000000001 10-15
atto  a  quintilionésimo 0,000000000000000001 10-18
zepto  z  sextilionésimo 0,000000000000000000001 10-21
yocto  y  setilionésimo  0,00000000000000000000001 10-24

Escrever uma medida sem especificar a unidade é engano muito comum na sala de aula, é esquecimento 
lamentável, pois o professor pode anular a questão e o aluno ser reprovado. Porém, é erro gravíssimo quando o  
profissional esquece de especificar a unidade de medida, ler os textos no Anexo I: “O planador de Gimli e a 
importância das unidades” do livro “Química e Reações Química”, de Kotz e Treichel, vol I, 4ª ed, 2002, LTC, Rio de 
Janeiro e “Erro inadmissível da NASA” do livro “Análise Química Quantitativa”, de Daniel C. Harris, 6ª ed., 2005, LTC, 
Rio de Janeiro; e reflita acerca da gravidade dos erros. 
   

 

 Unidades Não Pertencentes ao SI mas Aceitas 
A Tabela V mostra algumas unidades que, embora não pertencentes ao SI são aceitas para uso em conjunto 
com o mesmo. 
Tabela V: Unidades não Pertencentes ao SI mas Aceitas 
Nome da Grandeza  Nome da Unidade  Símbolo da  Valor Correspondente no SI 
Unidade 
comprimento  ångstrӧm  Å 1 Å = 10‐10 m 
  milha terrestre  ‐  1 mila terrestre = 1.609,3 m 
  milha marítima  ‐  1 milha marítima = 1.852 m 
superfície  hectare  ha  1 ha = 104 m2 
comprimento  ångstrӧm  Å 1 Å = 10‐10 m 
  milha terrestre  ‐  1 mila terrestre = 1.609,3 m 
  milha marítima  ‐  1 milha marítima = 1.852 m 
superfície  hectare ha 1 ha = 104 m2 
volume  litro  l, L  1 l = 1 dm3 = 10‐3 m3 
massa  tonelada  t  1 t = 1.000 kg 
  unidade de massa atômica  u  1 u = 1,660 540 2(10) x 10‐27 kg 
velocidade linear  nó  ‐  1 nó = 1 milha marítima por hora 
= (1.852/3.600) m/s 
velocidade angular  rotação por minuto  rpm  1 rpm = (π/ 180) rad/s 
tempo  minuto  min  1 m= 60 s 
  hora  h  1 h = 60 min = 3.600 s 
  dia  d 1 d = 24 h = 86.400 s 
pressão  atmosfera  atm  101.325 Pa 
  milímetro de mercúrio mmHg ≈133,322 Pa 
  milímetro de água  mmH2O  9,80665 Pa 
  torr (torricelli)  torr  (101.325/760) Pa ≈ 1,002 x 10‐13 m
  bar  bar  1 bar = 0,1 MPa = 100 kPa = 105Pa 
0
ângulo plano  grau    10 = (π/ 180) rad 
energia  elétron‐volt  eV  1 eV = 1,602177 x 10‐19 V 
 
 Mudanças de Unidades ‐ O Uso de Fatores de Conversão e a Análise Dimensional 
A  análise  dimensional  é  um  método  de  cálculo  particularmente  útil  quando  estão  envolvidas  grandezas 
físicas. “A ideia básica do método é a de tratar as unidades (ou dimensões) como quantidades algébricas. Assim, 
as  expressões  ou  equações  a  serem  calculadas  são  inicialmente  manipuladas  de  tal  modo  que  as  unidades  (ou 
dimensões)  das  grandezas  presentes  e  não  desejadas  sejam  canceladas,  permanecendo  apenas  as  unidades 
desejadas; dessa forma o valor numérico da expressão a ser calculada terá a unidade correta”. Por outro lado, 
caso a unidade obtida não seja a esperada, prontamente pode‐se concluir que o valor calculado  
não está correto. Essa é a importante característica do método na resolução de problemas envolvendo grandezas 
físicas. 
 
 O Método na Prática 
A análise dimensional é feita pelo uso de fatores de conversão (e dos respectivos fatores unitários), que 
são  fatores  que  expressam  a  equivalência  de  uma  medida  (grandeza  física)  em  duas  unidades  diferentes 
pertencentes ao mesmo sistema de unidades ou a sistemas diferentes, tais como: 1 m = 100 cm e 1 ft = 0,3840 m. 
   

 

Antes  da  verificação  de  como  funciona  o  método  da  análise  dimensional  é  importante  lembrar  que 
unidades  de  medidas  podem  ser  tratadas  como  quantidades  algébricas  podendo  ser  multiplicadas,  divididas, 
canceladas (já visto), somadas e subtraídas. Essas duas últimas operações somente se tiverem as mesmas unidades. 
Ilustrações: 
i) o volume de um cubo cuja a aresta mede 10 cm é dado por: V = 10 cm x 10 cm x 10 cm = 1000 cm3; 

ii) a velocidade de um automóvel que percorre 100 m em 2 s é v =   = 50 m s‐1; 

iii) o perímetro de uma sala que mede 8 m de comprimento por 5 m de largura é igual a: 
l = 2 (8 m) + 2 (5 m) = 26 m; 
iv) a diferença entre o comprimento e a largura de uma sala que tem 8 m de comprimento e 500 cm de 
largura é:   l  =  8  m  –  500  cm,  neste  caso  por  terem  unidades  diferentes  não  é  possível  efetuar  a 
subtração, para tal deve‐se antes transformar 8 m em cm ou 500 cm em metro. 
 
 Ilustração do Método da Análise Dimensional 
i) A vazão de álcool etílico tubulação que alimenta um reator químico é cerca de 500 m3/h, calcular a vazão 
em L/s. 
Solução: 
 a resposta é dada por meio da seguinte transformação de unidades: 500 m3/h = ? L/s. 
 
 para tal deve‐se transformar m3 → L e h → s ;  
 
 no primeiro caso deve‐se assim proceder: utilizando‐se a Tabela I do Anexo I (ver tabela abaixo) 
localiza‐se na primeira coluna a linha onde se encontra a unidade atual (m3); 
 
Tabela I – Equivalentes de Volume 
 
3
in.   ft3  U.S. gal  litro  m3 
in.3  1  5,787 X 10‐4  4,329 x 10‐3  1,639 x 10‐2  1,639 x 10‐5 
ft3  1,728 x 103  1  7,481  28,32  2,832 x 10‐2 
U.S. gal  2,31 x 102  0,1337  1  3,785  3,785 x 10‐3: 
litro  61,03  3,531 x 10‐2  0,2642  1  1,000 x 10‐3 
m3  6,102 x 104  35,31  264,2  1000  1 
 
 em seguida, localiza‐se na primeira linha da tabela a coluna em que se encontra a unidade que se 
deseja obter (litro); 
 encontra‐se então o valor numérico do fator de transformação, que está na interseção da  
linha com a coluna localizadas anteriormente, nesse caso 1000; portanto 1 m3 = 1000 L; 
1000 L
 agora  escreve‐se  o  fator  unitário:  1  m3  =  1000  L    →     =      →      = 1,  com  m3 no 
1 m3
denominador já que será a unidade a ser transformada, portanto eliminada, e L no numerador, 
pois é a unidade desejada. 
 na segunda transformação h → s, a tabela de conversão encontra‐se na memória de todos nós, 

já que 1 h = 60 min e 1 min = 60 s, portanto, 1 h = 60 min x   = 3.600 s, e obtém‐se o fator de 

.
transformação finalmente:  1 h = 3.600 s, com o respectivo fator unitário    = 1. 

   

 

 agora  com  os  dois  fatores  unitários  pode‐se  proceder  com  a  transformação  de  unidades 
propriamente dita: 
| |
 Vazão =  |
 = 1,388 L/s   
| .
 
  Análise Dimensional em Ação 
ii) Um  avião  voa  à  velocidade  de  duas  vezes  a  velocidade  do  som,  considerando  essa  igual  a  1.100  ft/s, 
pede‐se: qual será sua velocidade em milha por hora (mi/h)? Resp.: 1.500 mi/h 
iii) Transformar 400 in3/dia em cm3/min. Resp.: 4,553 cm3/min 
iv) Converter 20 gal/h em m3/s. Resp. 2,103 x 10‐5 m3/s 
v) Oceanógrafos costumam expressar a massa específica da água do mar em unidades de quilogramas por 
método cúbico. Se a massa específica da água do mar for 1,025 g/cm3 a 15  0C, qual é seu valor expresso 
em unidades de quilogramas por método cúbico? 
Solução: 
 a resposta é dada por meio da seguinte transformação de unidades: 1,025 g/cm3 = ? kg/m3; 
 
 para  tal  deve‐se  transformar  g  → kg  e  cm3  →  m3  ;  a  partir  de  uma  tabela  de  fatores  de 
conversão de unidades obtém‐se:  1 kg = 1000g   e 1 m = 100 cm logo (1 m)3 = (100 cm)3 →  
1 m  = 100  cm  ou ainda 1 m  = (102) 3 cm3 = 106 cm3 
3 3 3 3

 
 expressando os fatores de conversão na forma de fatores unitários tem‐se:  

1 kg = 1000g   →     →  1 

 
106 cm3
1 m3 = 106 cm3  →   =    →   = 1 

 
 substituindo‐se os fatores unitários na expressão 1,025 g/cm3 = ? kg/m3 

chega‐se ao resultado desejado 1,025 ?  
(é evidente que se deve usar em vez de 1 (a unidade) as unidades do fator unitário). 



  1, 025 

 = 1,025 x 103   = 1.025 kg m‐3 


   
  Análise Dimensional em ação 
 
 Após a substituição dos fatores unitários na expressão a ser calculada, as unidades atuais, as 
não  desejadas  (g  e  cm3),  foram  canceladas,  enquanto  as  unidades  desejadas,  as  novas 
unidades (kg e m3), permaneceram, portanto o resultado do cálculo estará correto, exceto se 
houver erro de cálculo. 
   

 

 Conclusão: 
Fatores de conversão devem ser escritos na seguinte forma: 
 

(valor atual grandeza) (unidade atual a ser convertida) x   (novo valor grandeza) (nova unidade 

 
grandeza atual  fator de conversão    grandeza expressa na nova unidade 
  (fator unitário) 
 
IV ‐ SOBRE OS VALORES NUMÉRICOS DAS GRANDEZAS 
(Análise do termo ‐ Valor Numérico {Q} – na equação (I)) 
 
Já  se  sabe  que  o  resultado  de  uma  medida  é  uma  grandeza  física,  bem  como  a  forma  geral  de  sua 
expressão (ver equação (I)); falta, então, saber como se deve registrar seu valor numérico após o resultado da 
medida experimental. 
  Inicialmente  deve‐se  ter  em  mente  que  toda  medida  não  é  exata,  i.  é.,  possui  certa  incerteza,  é  o 
denominado  erro  de  medida  ou  erro  experimental.  Há  dois  tipos  principais  de  erros  experimentais:  erro 
sistemático e erro aleatório. 
  O  erro  aleatório,  que  sempre  está  presente  em  uma  medida  e  não  pode  ser  corrigido,  mas  pode  ser 
diminuído, é irregular e muitas vezes não pode ser controlado. Em geral o valor médio de erros aleatórios, cuja 
probabilidade de erros positivos e negativos são as mesmas, não afeta em muito o resultado da medida final, 
pois em uma  série de  medidas eles tendem  a  se  agrupar  em torno de  algum  valor  central,  que em geral  está 
próximo do “verdadeiro valor” da medida. Eles resultam de erros na operação do instrumento ou dispositivo de 
medida, tais como na leitura de uma escala; ruídos elétricos na fonte de energia do instrumento; etc. Por outro 
lado, o erro sistemático aparece em uma série de medidas com certa constância de valor e sinal, e portanto tem 
a  característica  ser  reprodutível.  Dependem  de  fatores  tais  como:  projeto  do  experimento;  falha  do 
equipamento ou dispositivo de medida; pelo uso incorreto dos mesmos; uso de reagentes impuros; etc. Esses 
erros podem ser percebidos e corrigidos, porém muitas vezes seja tarefa bastante difícil. 
  A Figura I ilustra os efeitos desses erros em uma série de medidas da grandeza hipotética Q. A parte (a) da 
figura mostra  o  efeito dos erros aleatórios,  que é o  de  produzir medidas distribuídas em torno do verdadeiro 
valor da grandeza: Qo. Já a parte (b) da mesma figura mostra o efeito dos erros sistemáticos, que é o deslocar os 
resultados  das  medidas  muitas  vezes  afastando‐os  do  verdadeiro  valor  de  Qo,  embora  não  necessariamente 
distribuindo‐os as medidas em intervalo amplo. Por último a parte (c), que ilustra os efeitos dos erros aleatórios 
e  sistemáticos,  os  quais  produzem  concomitantemente  a  distribuição  das  medidas  e  o  afastamento  dessas  do 
verdadeiro valor Qo. 
Figura I ‐ Ilustração dos efeitos dos erros aleatórios e sistemático em um conjunto de medidas. 
 

 
   
10 
 

Por  outro  lado  a  teoria  de  medidas  considera  dois  termos  essências  na  análise  de  seus  resultados 
experimentais: exatidão (acuracidade) e precisão. A Figura II, embora não relacionada a medidas, ilustra os dois 
termos: 
 
Figura II ‐ Ilustração dos termos: exatidão e precisão no jogo de golfe.  
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Já  a  Figura  III,  igualmente  ilustra  os  termos,  porém  no  contexto  de  medidas  de  uma  grandeza.  Quatro 
grupos de estudantes têm o propósito de determinar a massa específica da água pura à temperatura de 25 0C e a 
1 atm de pressão. Cada grupo realiza cinco meditas ou determinações da grandeza física, a massa específica da 
água. O valor aceito como o valor verdadeiro da massa específica da água, nas condições do experimento, é 1,00 
g cm‐1 (mais à frente será justificado o uso dos dois zeros após a vírgula no registro do valor da massa específica). 
Analisando os resultados dos experimentos observa‐se que: 
i) os dados experimentais  obtidos pelo  Grupo 1  são ambos  precisos  e  exatos, pois  no que  diz  respeito a 
precisão, o espalhamento em torno do valor aceito de 1 g cm‐3 é muito pequeno, e com respeito a exatidão, 
a média das cinco medidas está muito próxima do valor aceito;  
ii) os  dados  experimentais  obtidos  pelo  Grupo  2  são  menos  precisos  quando  comparados  com  os 
resultados  do  Grupo  1,  pois  os  dados  estão  bem  mais  espalhados  em  torno  do  valor  aceito,  entretanto 
pode‐se  dizer  que  são  exatos  (exatos!  porquê?),  pois  a  média  das  cinco  determinações  está  próxima  do 
valor aceito, porém, provavelmente menos exatos quando comparados com o resultado do Grupo 2;  
iii) os dados experimentais obtidos pelo Grupo 3 apresentam boa precisão (pequeno espalhamento das  
medidas),  porém  são  inexatos  (média  dos  valores  medidos  bem  diferentes  do  verdadeiro  valor  da 
grandeza); e 
iv) os dados experimentais obtidos pelo Grupo 4 são ambos imprecisos e inexatos (explicar!). 
 
   
11 
 

Figura III: Ilustração dos termos: exatidão e precisão em medidas de grandeza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 Conclusões:  
i) A  partir  da  figura  II  entende‐se  por  exatidão  de  uma  medida  a  concordância  do  valor  obtido 
experimentalmente para uma grandeza de interesse (resultante da média aritmética de uma série 
de metidas da grandeza) com o valor de referência da grandeza, em geral um valor aceito pela 
comunidade  científica  e  que  se  encontra  disponível  em  handbooks  (por  ex.  CRC  Handbook  of 
Chemistry and Physics) ou em bancos de dados eletrônicos. Enquanto a precisão de uma medida 
indica  o  quanto  os  valores  de  um  conjunto  de  medidas  experimentais  de  uma  grandeza  de 
interesse são concordantes em si. 
ii) Medidas  sempre  apresentam  incertezas,  os  denominados  erros  de  medidas  ou  erros 
experimentais, daí porque um conjunto de medidas não apresenta os mesmos valores. 
 
 Erros em medidas ocorrem naturalmente na leitura de uma escala: medidas em escala termométrica 
Considere‐se dois termômetros com escalas em graus Celsius e que estejam, simultaneamente, medindo 
a  temperatura  de  uma  mesma  substância,  portanto  apresentam  a  mesma  medida  (aproximadamente  24 
0
C), ver Figura IV. Entretanto, há uma diferença entre os dois termômetros; as escalas são diferentes!  
O termômetro da esquerda tem marcas que estão afastadas 1 0C entre si (menor divisão da escala), o 
que permite a estimativa de até o décimo do grau, (1/10) 1  0C = 0,1  0C (o intervalo entre duas marcas 
consecutivas  pode  ser  pensada  como  divididas  em  10  partes  iguais;  por  exemplo  entre  24  0C  e  25  0C 
pode‐se fazer as estimativas: 24,1 0C, 24,2 0C, ..., 24,9 0C). 
Já o termômetro da direita tem marcas que estão afastadas 0,1 0C entre si (menor divisão da escala), 
o que permite a estimativa de até o centésimo do grau, (0,1/10) 1  0C = 0,01  0C (o intervalo entre duas 
marcas consecutivas pode ser pensada como divididas em 10 partes iguais; por exemplo entre 24,1 0C e 
24,2 0C pode‐se fazer as estimativas: 24,11 0C, 24,12 0C, ..., 24,19 0C. 
Quando  se  faz  a  leitura  de  uma  escala,  registra‐se  o  último  dígito  como  sendo  o  décimo  da  menor 
divisão da escala. Portanto, olhando de perto a escala do termômetro da esquerda poder‐se‐ia estimar que  
a posição do topo da coluna de fluido ocupa aproximadamente 3/10 do intervalo entre as marcas para 24 e 
25  0C.  Assim,  se  pode  dizer  que  a  leitura  é  24,3°C.  Entretanto,  seria  errado  dizer  que  a  temperatura  é 
exatamente  24,3  °C.  O  último  dígito  é  somente  uma  estimativa  e  a  leitura  pode  ser  24,2  °C  por  um 
observador ou 24,4 °C por outro. Como observadores diferentes obtêm valores que diferem 0,1 °C, existe 
uma incerteza de ±0,1 °C na temperatura medida. Pode‐se, assim, expressar esta medida simplesmente 
   
12 
 

Figura IV – Ilustração da precisão de escalas termométricas 

 
 
 
 
 
   
13 
 

escrevendo 24,3 ± 0,1 °C. No caso do termômetro da direita, usando o mesmo raciocínio feito para o valor 
da leitura do da esquerda, a temperatura registrada seria 24,32 ± 0,01°C. 
É  importante  observar  que,  pelo  fato  da  escala  do  termômetro  da  direita  ter  mais  divisões 
intermediárias, pode‐se fazer medidas com incertezas menores, portanto se deve ter maior confiança nas 
medidas  de  temperatura  feitas  com  termômetros  que  tenham  escalas  com  maior  número  de  divisões, 
termômetros mais precisos. 
 
 Conclusões 
  Pode‐se  estender  a  análise  das  medidas  feitas  para  a  grandeza  temperatura,  para  medidas  de  outras 
grandezas; 
 Medidas feitas com instrumentos ou dispositivos cujas escalas possuem mais subdivisões permitem 
que as medidas sejam registradas com maior número de algarismos e portanto são mais precisas; 
 A  confiabilidade  de  dados  experimentais  é  indicada  pelo  número  de  algarismos  usados  para 
representar os valores das grandezas que eles representam; 
 
 Medidas de Grandezas são Escritas de Acordo com a Convenção de Algarismos Significativos 
  Existe  uma  convenção  nas  ciências  e  engenharias,  para  que  o  registro  de  uma  medida  experimental 
seja feito usando todos os algarismos exatos da medida, acrescidos do primeiro algarismo estimado. 
 
 Algarismos Significativos 
  Algarismos  significativos  são  algarismos  que  representam  uma  medida  de  uma  grandeza  em  que, 
somente o algarismo mais afastado à direita não é conhecido com certeza, portanto é estimado. 
Ilustrações: 
                         
 
Estes dois algarismos  Estes três algarismos 
 
são exatos  são exatos 
 
 
  24,3 0C            24,32 0C   
 
  Este algarismo  Este algarismo 
  é estimado  é estimado 

 
medida com três         medida com quatro   
algarismos significativos  algarismos significativos 
 
 Regras para Determinar o Número de Algarismos Significativos de uma Medida 
  São  várias  as  regras  para  se  expressar  algarismos  significativos,  aqui  apresenta‐se  aquelas 
encontradas  no  livro  “Química  &  Reações  Química”,  de  Kotz  e  Treichel,  vol  I,  4ª  ed,  2002,  LTC,  Rio  de 
Janeiro. 
 
 
 
 
   
14 
 

 
 
 
 Cálculos com Algarismos Significativos 
Medidas  limitam  a  precisão  dos  resultados  calculados,  pois  quando  várias  medidas  são  obtidas 
experimentalmente, em geral elas são combinadas de alguma maneira para se calcular o valor da grandeza  
desejada.  Por  exemplo,  na  determinação  da  massa  específica  de  uma  substância  deve‐se  efetuar  duas 
medidas,  amassa  e  volume,  para  então  efetuar  o  cálculo  da  divisão  da  massa  pelo  volume.  Portanto,  a 
precisão  do  valor  calculado  da  massa  específica  é  dependente  da  precisão  das  duas  medidas  de  massa  e 
volume. 
  Para se ter a precisão de um valor calculado (número de algarismos significativos) deve‐se empregar as 
regras que tratam de cálculos com algarismos significativos, tais como: 
 
 Adição e Subtração com Algarismos Significativos 
  O número de algarismos significativos do resultado das operações de adição e subtração 
de grandezas físicas, depende da posição do último algarismo significativo das grandezas que 
estão  sendo  somadas  ou  subtraídas  tendo  pois  a  mesma  posição  do  último  algarismo 
significativo mais à esquerda, ou seja o de menor número de casas decimais. 
   
15 
 

Ilustrações: 
3,0000 + 0,018 + 0,56 = ? pela calculadora: 3,578  → aplicando a regra: 3,58 (arredondado); 
23,258 + 15 ‐ 1,758 = ? pela calculadora: 36,5 → aplicando a regra: 36 (arredondando); 
7,852 x 103 – 1,8 x 102 = (7,852 – 0,18) x 103 = ? pela calculadora: 7,672 x 103   →  aplicando 
a regra: 7,67 x 103 (arredondando). 
2,75 x 106 + 3,500 x 104 = (2,75 + 0,03500) x 106 = 2,78500 x 106 → 2,78 x 106 
1.530,0 – 2,25 = 1.527,75 → 1.527,8 
 
 Multiplicação e Divisão com Algarismos Significativos 
  O número de algarismos significativos do resultado das operações de multiplicação e divisão 
de grandezas físicas, não pode ser maior que o número de algarismos significativos da grandeza 
(medida) menos precisa. 
Ilustrações: 
Considere‐se a expressão: 
3 algarismos        5 algarismos  
significativos        significativos 
 
 
, ,
 = ?     
,
          2 algarismos 
          significativos 
 
como  a  grandeza  menos  precisa  é  0,25  cm  (com  dois  algarismos  significativos)  o  resultado  do 
cálculo não pode ser mais preciso do que este valor, portanto deve ter a mesma precisão, i. é., o 
mesmo número  de  algarismos significativos. Pelo uso  da  calculadora  obtém‐se 22,268016, que 
contém  8  algarismos  significativos;  em  geral  as  calculadoras  fornecem  resultados  com  número 
excessivo de algarismos significativos, mas pelas regras de multiplicação e divisão de algarismos 
significativos o resultado deve ser: 22.  
  Porém  para  a  expressão  abaixo,  com  os  valores  tendo  o  mesmo  número  de  algarismos 
significativos que a expressão anterior, o resultado é: 
 
, ,
 = 12 
,
 
apesar da calculadora fornecer o resultado com 10 algarismos significativos: 11,90126047. Mas 
por que o resultado não é 11? Pelas regras sabe‐se que o resultado deve ter apenas 2 algarismos, 
entretanto pelo fato da calculadora apresentar 10 algarismos, deve‐se proceder com o chamado 
arredondamento do número, que igualmente possui suas regras. 
 
 
 Regras para Arredondamentos de Acordo com Regras da NBR 5891, ASTM 380 e ISO R370. 
Regra #1: 
Quando o primeiro algarismo à direita do último algarismo significativo for maior do que 5 ou 5 seguido 
de pelo menos um algarismo diferente de zero, o último algarismo significativo é arredondado para cima, 
ou seja, soma‐se uma unidade a  ele (exemplos a e b); e quando for menor do que 5 arredonda‐se para 
baixo, ou seja, mantém‐se o último algarismo significativo (exemplo c). 
   
16 
 

Regra #2: 
Quando  o  primeiro  algarismo  à  direita  do  último  algarismo  significativo  for  igual  a  5  ou  5  seguido  de 
zeros, o último algarismo significativo será sempre par, ou seja, se ele já for par, permanecerá inalterado 
(exemplo d); se não for par é tornado par, somando‐se uma unidade a ele (exemplo e). 
 
Para facilitar a a compreensão destas regras o fluxograma abaixo pode ser utilizado (fluxograma retirado 
do livro “Introdução a Engenharia Química” de Nilo Índio do Brasi, editora Interciência, 1ª edição, 1999, 
Rio de Janeiro): 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
17 
 

 
 
      ANEXO I 
     
ILUSTRAÇÃO I 
 
 

 
 
 
   
18 
 

ANEXO I 
 
ILUSTRAÇÃO II 
 
ERRO INADMISSÍVEL DA NASA 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
19 
 

ANEXO II 
 
            TABELAS COM FATORES DE CONVERSÃO 
 
 
          TABELA I – EQUIVALENTES DE VOLUME 
    in.3  ft3  galão ‐ US  litro  m3 
 
  in.3  1  5,787 X 10‐4  4,329 x 10‐3  1,639 x 10‐2 1,639 x 10‐5 
  ft3  1,728 x 103  1  7,481  28,32  2,832 x 10‐2; 
  galão ‐ US  2,31 x 102  0,1337  1  3,785  3,785 x 10‐3: 
 
  litro  61,03  3,531 x 10‐2  0,2642  1  1,000 x 10‐3 
  m3  6,102 x 104  35,31  264,2  1000  1 
 
 
          TABELA II – EQUIVALENTES DE MASSA 
 
  avoir onça  pound  grão  grama 
 
‐2 2
  avoir onça  1  6,25 x 10   4.375 x 10   28,35 
  pound  16  1  3
7 x 10   4,536 x 102 
 
  grão  2,286 x 10‐3 1,429 x 10‐4  1  6,48 X 10‐2 
  grama  3,527 x 10‐2 2,20 x 10‐3  15,432  1
 
 
          TABELA III – EQUIVALENTES DE MEDIDA LINEAR 
    metro  polegada  pé  milha 
 
  metro  1  39,37  3,2808  6,214 x 10‐4 
  polegada  2,54 x 10‐2  1  8,333 x 10‐2  1,58 x 10‐5 
 
pé  0,3048  12  1  1,8939 x 10‐4 
 
  milha  1,61 x 103  6,336 x 104  5280  1 
 
 
          TABELA IV – EQUIVALENTES DE POTÊNCIA 
    hp  kW  (ft)(lbf)/s  Btu/s  J/s 
 
  hp  1  0,7457  550  0,7068  7,467 x 102 
  kW  1,341  1  737,56  0,9478 1,000 x 103 
  (ft)(lbf)/s  1,818 x 10   ‐3
1,356 x 10   ‐3
1  1,285 x 10 ‐3 
1,356 
 
  Btu/s  1,415  1,055  778,16  1  1,055 x 103 
  J/s  1,341 x 10‐3  1,000 x 10‐3  0,7376  9,478 x 10‐4  1 
 
   
20 
 

        TABELA V – EQUIVALENTES DE CALOR, TRABALHO OU ENERGIA 
    ft.lbf  kWh  hp.h  Btu  caloria*  joule 
 
  ft.lbf  1  3,766 x 10‐7  5,0505 x 10‐7 1,285 x 10‐3 0,3241  1,356 
  kWh  2,655 x 10 6 
1  1,341  3,4128 x 103 8,6057 x 105  3,6 x 106
  6
  hp.h  1,98 x 10   0,7455  1  2,545 x 103  6,4162 x 105  2,6845 x 106
2  ‐4 
  Btu  7,78816 x 10 2,930 x 10 3,930 x 10‐4 1  2,52x 102  1,055 x 103 
  caloria*  3,086  1,162 x 10‐6  1,558 x 10‐6 3,97 x 10‐3  1  4,184 
 
  joule  0,7376  2,773 x 10‐7  3,725 x 10‐7 9,484 x 10‐4 0,2390  1 
  *A caloria termoquímica = 4,184 J. 
   
        TABELA VI – EQUIVALENTES DE PRESSÃO (#1) 
 
  mm Hg  in Hg*  bar  atm  kPa  psia 
 
  mm Hg  1  3,937 x 10‐7  1,333 x 10‐3 1,316 x 10‐3 0,1333  1,934 x 10‐2
 
in Hg  25,40  1  3,386 x 101  3,342 x 10‐2 3,386  0,4912
 
  bar  750,06  29,53  1  0,9869  100,0  14,51 
  atm  760,0  29,92  1,013  1  101,3  14,696 
   * ‐2 ‐3
kPa   7,502  0,2954  1,000 x 10 9,872 x 10 1  0,1451 
 
  psia  51,71  2,036  6,893 x 10‐2 6,805 x 10‐2 6,893  1 
* in Hg = 
polegada de mercúrio; 
** psia = pound por polegada quadrada. 
 
      TABELA VII – EQUIVALENTES DE PRESSÃO (#2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
      TABELA VII – MISCELÂNEA DE FATORES DE CONVERSÃO 
      TABELA VIII – MISCELÂNEA DE FATORES DE CONVERSÃO 
 
Para converter de  Para  Multiplicar por 
 
angstrom  metro  10‐10 
 
barril de petróleo  galão ‐ US  42 
 
centipoise  N.s/m2 10‐3 
 
  Torr   N/m2 1,333 x 102 
  onça fluida  cm3 29,57 
   
21 
 

 
          TABELA IX – EQUIVALENTES DE ENERGIA 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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