Você está na página 1de 1

TEMPO E ESPAÇO NA PRIMEIRA PARTE DE USINA, DE JOSÉ LINS DO

REGO

* Ana Maria Pinto Freire


* Bruno Felipe da Silva

RESUMO EXPANDIDO: Este trabalho tem por finalidade identificar e analisar os


aspectos narrativos tempo e espaço na primeira parte do livro Usina de José Lins do Rego, a
qual é intitulada como “O retorno”. A prosa de ficção de José Lins do Rego, a exemplo do
que aqui constatamos no romance Usina, faz uma abordagem panorâmica do quadro social
que figura o declínio da economia açucareira e da ascensão do processo de urbanização e
industrialização do Brasil. Usina, obra a que aqui nos detemos, retrata de forma singular este
processo de modificação, de transição da economia a base do trabalho braçal nos engenhos
do ciclo da cana de açúcar, para o trabalho que passa a comportar mão-de-obra operária
através de meios de produção industrializados. A respeito da primeira parte da obra aqui
analisada, ressaltamos tratar-se de uma retomada da história do Moleque Ricardo, quando da
sua prisão com os companheiros grevistas na ilha de Fernando de Noronha, a qual
constituiu, anteriormente, um romance independente. Observa-se, grosso modo, nesta obra,
uma abordagem ideológica a partir da questão social de impacto e implicância no contexto
da época que foi significou as greves operárias. Os valores proletários, da mão-de-obra
explorada e massacrada a partir do trabalho do capitalismo industrial dos centros urbanos,
constituiu uma marca, podemos dizer, que se deixar entrever de modo peculiar em Usina. A
partir da análise percebemos que o espaço e o tempo são marcos significativos do trajeto da
vida e da ação dos personagens no enredo da narrativa, de modo a situar e ordenar de modo
efetivo a abordagem feita em torno dos personagens. Utilizamos como base para calcar
nosso trabalho algumas considerações acerca do movimento modernista e dos elementos
tempo/espaço na narrativa contidas nos trabalhos de Bueno (2006), Candido (2009), Dimas
(1994), Lafetá (2004), Sousa (2011), e Trigo (2002), respectivamente.

PALAVRAS-CHAVE: Modernismo, Usina, José Lins do Rego.

* Graduando(a) em Letras (Habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas


Literaturas) pelo Departamento de Letras Vernáculas (DLV), do Campus Avançado
Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM) da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (UERN).

Você também pode gostar