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– A oração do Senhor.
– Oração e fraternidade.
Sempre que recorremos a Deus, Ele nos diz: Filho, tu estás sempre comigo,
e tudo o que é meu é teu9. Nenhuma das nossas necessidades, das nossas
tristezas, o deixa indiferente. Se tropeçamos, Ele está atento para nos segurar
ou levantar. “Tudo o que nos vem de Deus e que de modo imediato nos parece
favorável ou adverso, foi-nos enviado por um Pai cheio de ternura e pelo mais
sábio dos médicos, visando o nosso próprio bem”10.
“Meu Pai – trato-o assim, com confiança! –, que estás nos Céus, olha-me
com Amor compassivo, e faz que eu te corresponda.
Pai nosso. E o Senhor já nos tinha dito28 que se, no momento em que nos
puséssemos a orar, nos lembrássemos de que um dos nossos irmãos tinha
alguma queixa contra nós, deveríamos primeiro ir reconciliar-nos com ele. Só
depois é que aceitaria a nossa oferenda.
Quando dizemos a Deus Pai nosso, não lhe apresentamos somente a nossa
pobre oração, mas também a adoração de toda a terra. Pela Comunhão dos
Santos, sobe até Deus uma oração permanente em nome de toda a
humanidade. Oramos por todos os homens, pelos que nunca souberam orar,
ou já não o sabem, ou não querem fazê-lo. Emprestamos a nossa voz aos que
ignoram ou esquecem que têm um Pai todo-poderoso nos céus. Damos graças
por aqueles que se esquecem de dá-las. Pedimos pelos necessitados que não
sabem que a fonte da graça está tão perto. Na nossa oração, vamos
carregados com as imensas necessidades do mundo inteiro. No nosso
recolhimento interior, enquanto nos dirigimos ao nosso Pai-Deus, sentimo-nos
delegados de todos aqueles que passam por alguma dificuldade,
especialmente daqueles que Deus colocou ao nosso lado ou sob os nossos
cuidados.
Também será de grande consolo considerarmos que cada um de nós
participa por sua vez da oração de todos os irmãos. No Céu, teremos a alegria
de conhecer todos aqueles que intercederam por nós, e também o incontável
número de cristãos que ocupavam o nosso lugar diante de Deus quando nos
esquecíamos de fazê-lo, e que assim nos obtiveram as graças que nós não
pedimos. Quantas dívidas por saldar!
A oração do cristão, ainda que seja pessoal, nunca é isolada; funde-se com
a de todos os justos: com a daquela mãe de família que pede pelo seu filhinho
doente, com a daquele estudante que espera um pouco de ajuda para as suas
provas, com a daquela moça que deseja ajudar a sua amiga para que faça uma
boa Confissão, com a daquele que oferece o seu trabalho, com a daquele que
oferece precisamente a sua falta de trabalho.
(1) Lc 11, 1-4; (2) cfr. Mt 6, 9 e segs.; (3) João Paulo II, Audiência geral, 14.03.79; (4) cfr. W.
Marchel, Abba, Père. La prière du Christ et des chrétiens, Roma, 1963, págs. 188-189;
(5) Catecismo Romano, IV, 9, n. 1; (6) São Tomás de Aquino, Sobre o Pai-Nosso; (7) São
Cipriano, Tratado sobre a oração do Senhor, 11; (8) Tertuliano, Tratado sobre a oração, 3; (9)
Lc 15, 31; (10) Cassiano, Colações, 7, 28; (11) Mt 20, 1; (12) São Tomás de Aquino, Suma
teológica, II-II, q. 8, a. 1, c.; (13) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 146; (14) Mt 14,
23; (15) cfr. Mc 14, 35-36; (16) cfr. Mc 15, 34; Lc 23, 34-36; (17) cfr. Lc 22, 32; (18) cfr. Mt 26,
41; (19) cfr. Jo 4, 10; 6, 27; (20) cfr. Lc 21, 36; (21) Mt 6, 5-6; (22) cfr. Mt 6, 7-8; (23) cfr. Lc 18,
9-14; (24) cfr. Lc 11, 5-8; 18, 1-8; (25) cfr. Mc 11, 23; (26) cfr. Mt 7, 7-11; (27) São Josemaría
Escrivá, Forja, n. 3; (28) cfr. Mt 5, 23; (29) 1 Jo 4, 20; (30) São João Crisóstomo, Homilia sobre
a porta estreita.