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A Evolucio Histérica da Moeda: Um Esbo¢o Quando tratamos da origem da moeda, evidenciamos que seu aparecimento decorteu da necessidade de superar obsticulos para o desenvolvimento do sistema ‘em que a divisao do trabalho e a especial de trocas, em economias nao primitiva © exercicio de fungdes produtivas passaram a intensificar 0 zagao individual para ime social de interdependéncia, A medida que os grupos humanos primitivos superavam o estigio da auto-suficiencia e se submetiam a sistemas mais avancados, praticando operacdes de troca internamente ou Com Outros grupos, a cria jstemas monetirios tornou-se um imperativo fundamental, sem o qual o regime ais eficiente de interdependéncia nao poderia prosseguir nem ados primi- 0 de mais avangado € n desenvolver-se. O crescente ntimero de produtos disponiveis nos mi tivos passou a dificultara pratica rudimentar do escambo, nao $6 pela dificuldade cada vez maior de se estabelecerem relagdes justas ¢ intercoerentes de troca, como jem. parceitos cujos desejos e disponibilidades fossem mesmo de se encon duplamente coincidentes, 1.4.1 AS MOEDAS-MERCADORIAS No principio, as primeiras moedas foram mercadorias. Estas deveriam ser sufi cientemente raras (para que tivessem valor) e deveriam atender a uma necessidade al (para que pudessem ser aceitas sem restricdes por todos os inte- forma, os comum e ge grantes dos grupos envolvidos em operagdes de trocas indiretas), Desta primeitos tipos de moeda tinham, essencialmente, valor de uso. Sendo este comum am a ter, concomitantemente, valor de troca. $6 com o correr do e geral, pas: tempo, com a passagem de um tipo de moeda para outro, os instrumentos nto, de desmateria- monetirios foram submetidos a um processo gradual, porém I 2 uso foi progressivamente “aco, em decorréncia do qual a exigéncia de valor d 1, enfatizando-se de forma crescente 0 valor de troca \donat a condigao sine Smeno essen- Al entender as razdes desse proceso. Basta recordar qui ceitagao geral — um fei firma dentro dos qua non para a existencia da moeda é sua a cialmente social, inicialmente espontineo, que se agrupamentos humanos, independentemente de imposicdes de natureza legal. £ que a moeda tivesse aceitacao geral pacidade de atender a uma astra € Se intuitivo que, de inicio, a razao essencial p: estava em seu valor de uso, em sua utilidade, em sua c: necessicace comum. Assim, 0 requisito necessario para que se depositasse confianca maior parte dos inte utilidade para todos ou, pelo menos, para a mente usadas tinham sua aceitagio funda nna moeda era su grantes do grupo. As moedas primitiv mentada na utilidade geral que a comunidade encontrava em seu uso, para a satis facao direta de determinadlas necessidades.'O valor de uso servia, assim, de garan- na realidad, acabavam mesmo por confundit-se, tia para o valor de troca. Ambos rrelacao que se estabelecia entre eles. As moc dade e de éf pos sociais « Idade Mode postamente, forma ger dos, cereais, com raridad de valor de pel, nao for Mas, e1 mais caracte descartada: foram: a a 2 40 Pelas 1 tais foram ¢ porque sui senciais qu lor de us roca, Mais meio do qu quando ess As moedas-mercadorias variaram amplamente de comunidade para comuni- dade e de época para época, sob marcante influéncia dos usos e costumes dos pos sociais em que circulavam, A Tabela 1.2 dé uma idéia dos principais tipos de moedas-mercadorias utilizados por povos da Antigtiidade, da Idade Média e da Idade Moderma. Not ramente que sao bastante raros 0s casos em que, Su: postamente, o valor de uso € passivel de restrigdes (pérolas, Agata e conchas). De forma geral, o valor de troca decorre exatamente do expressivo valor de uso (tec do). /A desmaterializacao, de forma precursora, teria ocorride seo com os casos de moed:as-mercadorias ais restrito. As moedas de couro, precursoras das cédulas de pa 0 amplamente difundidas como as pecas metalicas dos, cereais, sal e g le com raridl de valor de uso n pel, nao foram Mas, embora tenham chegado até a dade Moderna, as moedas-mercadorias mais caracteristicas, mesmo as de expressivo valor de uso, foram progressivamente descartadas. As raz6es principais para sua substituicio por outras formas de moeda foram A maior parte das moedas-mercadorias nao preenchiam as caracteristi- cas essenciais que se exigem dos instrumentos monetirios para o de sempenho de suas funcdes. A auséncia ou o preenchimento insatis- fatorio dessas caracteristicas comprometia sua aceitagio geral. Perdia- se a confianga em mercadorias no hom acio do tempo pudesse destruir ou alterar caracteres intrinsecos. Ourras nao eram facilmente divisiveis ou transferiveis. E a maior parte nuseio e/ou de transporte dificeis. eas ou naquelas em que a era de m @ A justaposigao do valor de uso e do valor de troca na mercadoria sele cionada como moeda comprometia seu papel troca. Podendo a unidade monetiria ser usada simplesmente como bem de consumo ou como instrumento de trabalho, as operacoes de troca com base nessa unidade acabavam por nao apresentar diferengas pronunciadas em relacio ao escambo. A medida que os inconvenientes deste se acentuam, dificultando a oper. expressivo valor de uso tornam monetirias Ao de troca, as mercadorias de ¢ pouco satisfatérias como unidades 1.4.2 AORIGEMEAEVOLUGAO DOMETALISMO (<7) em mercadorias Pelas razOes sintetizadas, no tardou para que se procuras cujo uso como moed tais foram as mercadorias que ma porque suas caracteristicas intrinsecas aproximam.-se mais das caracteristicas €s- senciais que se exigem dos instrumentos monetirios, como também porque sev valor de uso nao compromete nem compete to diretamente com seu valor de troca, Mais ainda; a utilizagtio de metais viabilizou o ‘unhagem, por meio do qual se centificava seu peso e se garantia sua circulagao, notadamente 1 realizaclo ou administrado por chefes de Estado. (is se ajustaram as fungdes monetiirias, no s6 quando esse processe TABELA 1.2 Principais mercadorias ut s como moeda, em diferentes épo- } cas e regides Epocas e regides ANTIGUIDADE Egito Babilonia @ Assiria Lidia Pérsia Bretanha {india China IDADE MEDIA has Briténicas Aleranha Islandia Noruega, Rissia China Japao IDADE MODERNA Estados Unidos Australia. Canad Franca ‘Alemanha @ Austria Japao Principais moedas-mercadorias Cobre. Anéis de cobre, como subdivisdo da unidade-peso. Cobre, prata e cevada. Pecas metilicas cunhadas. Embora existam duvidas historicas, 0s lidios (séeulo XVII a.C,) teriam sido os primelros poves a cunhar ‘moedas, atestando seu peso e titulo Gado, sobretudo bovinos @ ovinos. Barras de ferro. Espadas de Ferro. Escravos. ‘Animais domésticos, Arroz. Metals (notadamente ouro e cobre) Conchas, seda e metais. Instrumentos agricolas. Cereais. Sal Moedas de couro (precursoras das cédulas de papel). Gado. Ouro e prata em unidades-peso. Gado (inicio da Idade Média). Cereals (notadamente aveia 6 ccenteio). Mel. Moedas cunhadas: Solidus, de ouro; e denar, de rat Gado. Tecidos. Peixes secos (notadamente o bacalhau). Gado bovino. Escravos. Tecidos. Manteiga. Peles curtidas Gado bovino. Peles de esquilo e de marta, Prata, em unidade- peso. ‘Arroz (com instrumento de troca e unidade de conta). Cha. Sal Pogas de ferro, estanho e prata, com valores inter-relacionados. ‘Anéls de cobre, cobertos com ouro e prata, Pérolas. Agata. Ar voz, Epoca colonial: fumo, cereals, cames-secas, madeira e gado. um, tigo e came (nos primérdios da colonizagao britanica). Peles e cereais. Apos a desvalorizacao dos assignats: metais preciosos © ce- reais, No Tirol: terra como denominador comum de valores; gado, ‘como instrumento de troca. Arroz. Warrants, emitidos por depésitos desse cereal, até o sé- ‘culo XVIII foram usados como moeda, 30° ECONOMIA MONETARA No Img integracio d gem da prop subjugadas j nbém pos! assumiraM oO meio do qua que impunh: duziam essai esse process da a denomi Inicialm em barras) o1 instrumentos tanto, pelo fa no preenchi la. Sua a deve atender, jauidas © 0 a acentuadame Ao feita a0, cia 3 baixa pe A progre geral definidc rent dessas: cipais da moc que se ajustan cadorias, as ¢ economistas c por raz6es irr os ao uso me pela prata foi O kn Qa tes fiar Q Pel uy do: su No Império Romano, os imperadores usaram a moeda cunhada/como meio de integracao das regides conquistadas € como veiculo de propaganda, pela cunha- gem da propria efigie e de frases de efeito externo, junto as diferentes populacdes subjugadas por Roma. Além desses efeitos politicos, os processos-dde-cunhagem, também possibilitaram a cobranca de tributos: na [dade Média, os senhores feudais assumiram 0 poder exclusivo de cunhar moedas ¢ de meio do qual se apropriavam de substanciais parce que impunham valores nominais mais altos para iguais quantidades de metal ou re duziam essas quantidades em relacao 4 unidade expressa de valor nominal. E a esse processo de apropriagio (caracterizado como uma cobranca de tributo) que se da a denominagio de seignorage ou senboriagem alterar scu valor nominal} por is da base metilica, cadd vez Inicialmente, apresentados sob forma mercantil (geralmente em lingotes ou em barras) ou submetidos a processos de cunhagem, os metais empregados como instruments monetirios foram 0 cobre, o bronze e, notadamente, o ferro, No en- tanto, pelo fato de esses metais existirem em abundancia na natureza, eles também no preenchiam algumas das condigdes necessiirias para seu uso irrestrito como moeda. Sua abundancia comprometia algumas das fungoes basicas a que a moeda deve atendet, em especial a de servir como reserva de valor. \ descoberta de novas jazidas € 0 apereigoamento do processo industrial de fundicao instabilizavam acentuadamente 0 valor desses metais, comprometendo sua aceitacto geral. Ex apresentava nitida tendén. cegao feita aos periodos de guerra, 0 valor desses meta cia & baixa persistente. A progressiva substituigao de metais nao nobres pelo ouro e pela prata (em geral definidos como metais monetdirios por exceléncia) decorreu fundamental- mente dessas razoes. Além de atenderem de forma mais satisfat6ria 2s funcoes prin: cipais da moeda, esses dois metais preciosos possuem caracteristicas intrinsecas que se ajustam de modo mais perfeito, comparativamente a quaisquer outras mer cadorias, 4s caracteristicas essenciais que a moeda deve preencher. Como os economistas classicos do século XVIII destacaram, esses dois metais impuseram-se | por razdes irresistiveis, econémica S, que os tomaram particularmente ap tos ao uso monetario, Ademais, a substituicao dos metais nao nobres pelo ouro € pela prata foi fortalecida pelos seguintes fatores adicionais: e fisi Q_Em todos os paises em todas as épocas os metais preciosos sempre fo- ram muito procurados e desejados, quer em razio de seus usos mate- riais, quer em razao de seu carater simb6lico € de seu valor mitico, como meios de expresso de poder e de riqueza. O_O ouro e a prata, enquanto instrumentos monetirios, ram suficiente- mente escassos € as novas quantidades descobertas cram insignifican- tes em relacdo ao estoque existente, de tal forma que seu valor se tinha relativamente estivel ao longo do tempo, confirmando a con- inca do ptiblico € favorecendo sua aceitagao irrestrita O Pelo menos até a segunda metade do século XIX, 0 crescimento da pro- ducao desses metais acompanhou de forma adequada o crescimento dos negécios, nao obstante tenham sido registradas dificuldades de suprimento monetario a partir dos séculos XI ¢ XII, com o gradual DUGAO AO ESTUDO DAMOEDA 31 crescimento dos fluxos de comércio na Europa. Mas, no século XVI amente quando o desenvolvimento comercial pés-renascentista poderia ser sufocado pela escassez de lastro monetario, os espanhsis, descobriram a América ¢, do altiplano andino, foram enviadas para as cortes dos Reis Catdlicos, por meio do porto de Sevilha, grandes quanti- dades de ouro € prata. Posteriormente, a exploracao cas minas do P tosi serviu para alimentar o fluxo de metais preciosos necessarios ao de- senvolvimento dos negécios e ao surgimento de um proceso de acu- mulacdo que est na base da concep¢ao clissica do sistema capitalist. Mais tarde, quando a Revolugao Industrial impulsionou decisivamente economia européia, no final do século XVIII ¢ primeira metade do sé- culo XIX, a escassez de moeda foi superada pelas descobertas das mi- nas de ouro da Austrilia e da California, Por fim, como a producio e os negécios no pararam de crescer, a necessidade de expansio da oferta monetiria foi satisfeita por inovacoes tecnolégicas que permitiram a ex- ploragio intensiva das minas do Rand, na Africa do Su 4.4.3 0 APARECIMENTO DA MOEDA-PAPEL le sistemas monetarios & base de metais preciosos ¢ 0 © desenvolvimento paralelo ineremento das atividades de produgio € de comércio (intra ¢ inter- regional) ensejaram o aparecimento de um novo tipo de moeda, a que geralmente se di a denominacao de moeda-papel. ies diferentes, manifesta agamen: Com a multiplicagto das trocas entre regides € ram-se alguns inconvenientes da moeda metdlica como instrumento de to. O transporte de metais a longas distincias tomou-se relativamente dificil (em decorréncia de roubos), Pela precarie decorréncia' do peso) € sujeito a riscos dade das estradas € dos meios de transpo no porte de metais preciosos desenvolveramse esforcos para a criagao € a difusa0 0 mesmo tempo em que contor- te €, sobretudo, pelos riscos envolvidos de instrumentos monetirios mais flexiveis que, assem os inconvenientes da moeda metilica, também facilitassem a efetivacao de operacées de crédito. Ademais, as relacdes comerciais 86 poderiam desenvolver-se netdrio passasse a ser aceito de forma ampla, ainda se esse novo instrumento mé que tivesse a necessiria contrapartida de lastro metilico integral Panticularmente apés 0 Renascimento, os comerciantes, forcados por essas eircunstAncias, passaram a tecorrer a instituicBes que, por forca de suas funcdes, es para guardar, sob garantia, metais monetarios-e outros valores de custodia, que floresceram paralelamente imen: tavam equipad: Tratava-se dle casas coes comerciais enitre as cidades italianas ¢ a regiao de Flandres, por ampagne. Os judeus, os cambistas, os ourives, as ma custodiar ouro ¢ prat io das meio das chamadas feiras de € abadias e as casas bancérias it inas pa: o, os quais, por comodid os depositantes certificados de depos e seguranga circular no lugar dos metais monetirios comegaram a Coma ouro e prata, representatit versibilidade, troci-la pelo regularmente dicao, acabe roca e de re: do tempo, (14.4 ACE x Ousog Aexper integral (de } paraa opera da percepei: solicitada po solicitavam ¢ cust6dia nox de un metais preci comerciante do ouro e da dade, esse p. para o papel tantes reve N&ie f a Com a circulacio espontinea de centificados representativos de depositos de ouro € prata, estava criada uma nova modalidade de moeda, denominada moc representativa ou moeda-papel, com astro de 100% e com garantia de plena con versibilidade, ja que seus detentores podliam, a qualquer momento e sem prévio aviso, troci-la pelos metais acos que deram origem 2 sua emissao. Essa garantia, regularmente confirmada pe jez das casas de cust6dia de maior tra digao, acabou por transformar essa nova moeda em instrumento preferencial d troca e de reserva de valor, generalizando-se e amplian do tempo. Jepos [1.4.4 A CRIACAO DA MOEDA FIDUCIARIA .e] abriu’ 0 caminho para o desenvolvimente uso generalizado da moeda-p: de uma nova modalidade de moeda, nao integralmente lastreada A experiéncia da custédlia ¢ da conversibilidade mostrou que 0 lastro metilice integral (de 100%) em relacao aos certificados em circulaclo nao era necessério para a operacionalizacao desse novo sistema monetitio. ssa constatacao decorreu da percepcao de que a reconversio da moeda-papel em metais preciosos no era solicitada por todos os seus detentores ao mesmo tempo. Além disso, enquanto uns solicitavam a reconversio, outros ensejavam novas emiss0es, levando as casas de ustédia novas quantidades de ouro e prata para depési Assim, de forma ainda cautelosa, apesar de progressiva, os “guardides dos metais preciosos" comegaram a emitir certificados nao lastreados. comerciantes e, de forma geral, da comunidade, nos fiéis hon do ouro ¢ da prata ensejou a criagao da moeda fiduciiria, ou papel-mtoeda. Na reali- dade, esse processo significou a passagem dt moeda-papel @noeda representativa) para 6 papel-moeda (moeda fiduckiria), em geral citada como uma das mais impor- antes e revolucionirias etapas da evolugio histérica da moeda. confianga dos ados depositirios Nésie primeiro estagio, as caracteristicas do papel-mgeda eramas seguintes: a Menor garantia de conversibilidade, j4 que todos, ao mesmo tempo, nao podiam transformar papéis em metal. Qua resolviam, fazer valer seu direito, simultaneamente, verificava-se uma “quebra geral do sistema”, como ocorreu na Franca, nos anos imediatamente de Luiz XIV, com o Banco de Law. Mesmo na In- idéncia, caracter casas bancérias inglesas, mais de cem bancos provinciais foram 3 falén- cia no panico de 1793. Entre 1810 e 1817, calcula-se que cerca de seis. centos estabelecimentos emissores de moeda fiducidria fecharam suas Lastro inferior a 100" ido tod posteriores A mor glaterra, a despeito da p 1. Ver, a propésito dos problemas ocorridos nesse primeito estigio de criagio do papel-moeda, 0 retrato de WITHERS, Hartley, The meaning of money. 5. ed. Londres : MacMillan, 1930. C2 Emissio feita por particula sou a controlar 0 mecanismo das emissdes ou, mesmo, a exer- 6. $6 apés a ruina do sistema é que 0 tado pa cer seu monop6lio. Os problemas com as emissdes audaciosas de papel-moeda conduziram, em épocas criticas, a propria faléncia do sistema monetirio e financeiro. Isto levou 0 Estado a regulamentar as emiss6es, estabelecendo-se trés sistemas bisicos: 1. Sistema de cobertura integral. Este sistema consiste em tornar as emissdes i ado na Ing terra, em 1844 (Pell Aco), tendo sido o Banco da Inglaterra autorizado a emitir notas até o limite de seu encaixe-ouro, mais um montante fixo, de 18 milhdes de libras, inexpressivo em relacio 20 capital do banco. O mesmo sistema foi adotado pelos Estados Unidos, em 1874, quando as emissoes passaram a ser limitadas pelo montante dos depositos dos bancos no Tesouro Nacional is ao montante do encaixe metilico. Foi ade 2. Sistema de reserva cer uma relagio le variou muito entre os paises, dentro de uma faixa de 30° Belgica) até 40% Bancos Federais de Reserva, Itilia, Suig: proporcional, Este sistema consiste em estabele- al entre a emiss’io ¢ o encaixe metilico. Esta lem Estados Unidos, com a implantacao, em 19 ¢ Holanda). 3. Sistema de teto maximo. Este sistema consiste na fixagao de um teto maximo de emissao, sem relacio com o encaixe metilico, Foi praticado pela Franca, de 1870 a 1928. Esse sistema apresentou a vantagem de se mais flexivel que os de cobertura integral e de reserva proporcional, sejando a mais facil regulagio da oferta monetaria em relagdo As nece sidades da economia. A inflexibilidade desses sistemas (particularmente dos dois primeiros) levou, progressivamente, 2 instituiglo € emissio de notas inconversiveis. De inicio, a emissio dessas notas foi espordica e quase sempre motivada por guerras e A Russia recorreu a emissio dessas notas durante as guerras da Crimeia (1885) e da Turquia (1872); a Inglaterra durante a guerra com a Franga (1797); a Itdlia durante a guerra com a Austria (1866). Coma Guerra Mundial de 1914— 19 recorreram a este expediente, ApOs essa guerra, a maior parte dos paises procurou restabelecer a conversibilidade das notas. Foram entao criados dois sistemas: todos os paises 1, Gold exchange standard. Sob esse siste' em uma divisa estrangeira, a qual, por sua vez, 2. Gold bullion standard. Sob esse sistema, as notas Sio conversiveis em lingotes de ouro (geralmente de 5 libras-peso), de tal forma que o metal nao é usado para pagamentos internos. Quando muito, pode ser ente- sourado, ou, entao, usado em transag6es internacionais, geralmente oficiais. Coma tendo sido partirde en do lastro n metilicas. ¢ sistemas m guintes car a a a 145 AN Ao lac Estado, de lesenvolve invisivel. O tado pela monetério« depésitos t dow aexpa tos3 Atualr seg ment Paises. No Capit dor dost D Fende mutiplic bancos o passaragt ualques banc, 19-33 (Grand tendo sido abandonada desde entdo a idéia destas modalidades de conversio. A Com a crise de 19 Depressi), esses esforcos resultaram intiteis, partir de entao, com excecao do dolar, que manteve até 1971 a tradigao ea garantia do lastro metilico proporcional, as moedas nacionais deixaram de ter garant metilicas, Os lastros, sob a forma dle metais preciosos, ficaram no passado. Hoje, os sistemas monetirios sto, em sua quase totalidade, fiduciarios. Prevalecem_as-se~ wuintes caracteristicas: Inexisténcia de lastro metilico. Q Inconversibilidade absoluta 2 Monopélio estatal das emissdes, 1.4.5 A MOEDA BANCARIA X Ao lado da mos In fiducidria, de emissaio nao lastreada € monopolizada pelo Estado, de curso forcado ¢ de poder liberatério garantido por di desenvolveu-se uma outra modalidade de moeda: a moeda bancdria, escritural ou invisivel, O desenvolvimento desta moeda ocorreu de forma acidental. Foi precipi ado pela independéncia do poder decisério dos departamentos bancario © monetrio do Banco da Inglaterra, no século XIX. A nao-conscientizagio de que os dou a expansao dos meios de pagamento, pelo efeito multiplicador desses deposi Atualmente, a moeda bancéria representa a parcela maior dos meios de paga mento, segundo © conceito convencional de moeda, praticamente em todos os paises. Essa form: de moeda 6 criada pelos bancos comercial is € corresponde ao to- 5. No Capitulo 3, item 3.3, “a criagio de moeda pelos bancos comerciais, e tem 3.4,“O muiplica fri, cabe citara seguinte explicagao dada por Simonsen, MHL, em Dindmica macroecondmtc (0 fendmeno mais importante associado ao desenvolvimento du moeda escriwial consiste na rmultiplicagao dos meios de pagamento através dos bancos comervias. Ne momento em que d bancos observaram, por uma questio de céleulo de probubildade, ser possivel en 1ebidos, pois ena alumente improvivel que todos os depositantes sca epost a vista mento tornaram-se varias vezes superiores ao saldo do papel moeda emitido. Isso porque no ‘momento em que um bance concede win empréstima com base em seus depésitosa vist, o dine passa a pertencer ao mutusrio, sem que o depositante perea o direio de sacar seus Fundos final, 6 volume de meios de pagamento toma-se varias vezes superior ao saldo do papel-moeda INTRODLCAO AO ESTUDO DA MOEDA (GB tal dos depésitos a vista ea curto prazo nesses estabelecimentos de crédito. Sua movimentacio é feita por cheques ou por ordens de pagamento ~ instrumentos utilizados para sua transferéncia e movimentagio. A moeda banciria étambénrd fGminada mbeda Ynuistvel pelo fit deinao ter exislencla fisicaye escritenal,por corresponder a Jangamentos a débito e a crédito, registrados nas contas correntes ‘dos bancos, Em resumo, as duas formas convencionais de moeda hoje utilizadas (moeda fiducidria e moeda bancaria) constituem, apenas ¢ fundamentalmente, um valor de troca. Integralmente desmaterializaclas, no apresentam nenhuma utilicade para a direta satisf as necessidades humanas, Prestam apenas os servicos inerentes 1 sua liquidez. 1.5 A Evolucio Historica da Moeda no Brasil No Brasil, a evolugao do sistema monetirio segue um ordenamento hist6rico semelhante ao observado na maior parte das economias ocidentais, observando- se, também aqui, que a historia do desenvolvimento politico e social e a historia da moeda seguem cursos paralelos, No Brasil, 0s fatos hist6ricos que mais impactaram @ historia da moeda foram: 2) as mudancas na estrutura do poder e no sistema de governo ~ a su peracao da fase colonial-mercantilista pelos movimentos liberais que conduziram 3 Ind rio, a proclamacao da Republica: endéncia, 2 consolidagao e a decadéncia do Imp\ b) a disputa entre os metalistas e os papelistas, nas Gltimas décadas do Império € nos primeiros anos da Replica, de que resultaram con- trovérsias ainda nao inteiramente superadas quanto a fixagio dos principios que devem regular o processo emisso ©) oenvolvimento do Pais em conflitos bélicos ~ a Guerra do Paraguai, a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais; d) a ecorréncia de crises econdmica na primeira metade do século, nota damente a Grande Depressio dos anos 30; ¢ nos 60 e 80e na primeira metade dos anos 90, Em cada um desses momentos histéri sda moeda foram ©) a recorréncia de movimentos inflaciondrios agudos, nos cos 0 suprimento, a aceitacio e as préprias fungd fortemente atingidos, reavaliando-se as concepcdes entio dominantes, sobre a estrutura dos sistemas monetirio ¢ financeiro. adrito em que se fundamentou o primeiro sistema monetir > em vigéncia (oi estabelecido em 4 de agosto de 1688 e modificado em 4 de abril de 36 ECONOMIA MONETARIA 1722.6 0 sis ser cunhado: de conversic era de 1,6 co réis, Paralela As moe ram cunhaé ‘0 proceso d senhoriagem no padrao le paralelos. "A cas em region em Minas; na twos comerci Espanha eer lavam ao lad zadas em rel de cobre. Ce restante divic a sua chegac Quand pecas metilit bilbete de pe Moeda, aceit Um alvari de das medidas tura dos port ciativa para i no mercado indefinigdes mento estav saida de oun cits comerci Actiag: de fortalecin privilégio de 6. Ver ORTIC Jo Gia. M HUGON, | Paulo : P

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