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44 _Introdugao & Economia Monetaria 2.5.5 AS UNIDADES FAMILIARES As unidades familiares so, em geral, poupadoras. Muitas, entretanto, sdio tomadoras de empréstimos. Elas, também, precisam conciliar os vencimentos de seus passivos com os seus ativos. Os ativos sdo re- presentados pela expectativa futura de ganhos (riqueza humana). De modo nenhum esses ativos tém liquidez imediata; conseqiientemente, 6 alta a proporgao da riqueza desses agentes que se encontra na forma de capital humano. Assim, 0 mais provavel 6 que eles balanceardio suas carteiras de ativos, mantendo categorias de alta liquidez (em que se inclui a moeda) Consideremos 0 caso de alguém com uma hipoteca. Os pagamen. tos regulares precisam ser feitos. Suponhamos que o rendimento prin- cipal provenha da expectativa de ganhos futuros; ocorre, entao, um gasto imprevisto, acidental. Seria conveniente, nestas circunstancias, que a unidade familiar tivesse reservas em ativos de alta liquidez para ga- rantir os pagamentos da hipoteca quando os vencimentos ocorrerem e para atender as imprevisibilidades, Co com as empresas, as decisées das unidades liares referentes ao total e & forma de seus empréstimos terdo impli- cagdes na magnitude da oferta monetari 0 0co! mi- 2.6 OS MONETARISTAS, OS KEYNESIANOS E AS DEFINICOES DE MOEDA Pelo fato dos keynesianos sempre terem olhado a moeda pelo lado da preferéncia pela liquidez, argumentam que € muito dificil dizer quais ativos financeiros devem ser considerados moeda e quais ndo devem. Defendem que onde quer que a linha diviséria seja tragada, a moeda e os outros ativos financeiros podem ser considerados bons substitutos. A unica demarcagao clara esta entre os ativos financeiros e os ativos reais, 0s quais sao vistos como substitutos precios e imperfeitos. Além dis nao se deve cor monetéria em } muito pequena sob controle a ta Um coro ativos com alta | instituigdes fina: manter as suas do governo em r agregado monet: ter o controle nei Os mone como instrumen diviséria cla consiste em ene tenha uma relag mia e que possa ristas gostam de Uma out termos da veloci ditam que se poc dara a uma vel: incerteza sobre assim definido taxas de inflagai controle exercerd Os keyne gado monetério é agregado levard alteragées na ofe: tidade de moeda problema, precis: da demanda por: préximos capitul: Além disso, desde que seja dificil saber 0 que considerar moeda, no se deve confiar, como definitiva, em nenhuma medida de oferta monetaria em particular. Conseqiientemente, ha uma base de apoio muito pequena para se montar uma politica monetdria que mantenha sob controle a taxa de crescimento da oferta de moeda. Um corolario do que foi dito é que, como ha varias categorias de ativos com alta liquidez, sera relativamente facil para os bancos e outras instituigdes financeiras ficar mudando de um para outro ativo, a fim de manter as suas capacidades de empréstimos, a despeito das tentativas do governo em restringi-los. Assim, mesmo que 0 governo saiba qual 0 agregado monetario que precisa ser controlado, nao ser capaz de man- ter o controle necessario. Os monetaristas, por outro lado, concentram-se no uso da moeda como instrumento de troca e créem que 6 possivel tragar uma linha divisdria clara entre a moeda e todos os outros ativos, O problema, entio, consiste em encontrar uma medida pratica da oferta monetéria que tenha uma relagio estavel com o nivel da demanda agregada na econo- mia e que possa ser controlada pelo governo, ‘Torna-se, como os moneta- ristas gostam de dizer, de uma questo simplesmente empirica Uma outra maneira de expressar as diferengas conceituais 6 em da velocidade de circulagéo da moeda. Os monetaristas acre- m que se pode determinar uma medida de oferta monetdria que se rd a uma velocidade constante ou previsivel. Todavia, pode haver incerteza sobre quanto tempo o controle de um agregado monetério assim definido levaré para surtir efeitos na demanda agregada e nas s de inflagao, mas podemos confiar em que, no longo prazo, este role exerceré os efeitos desejados. termi dit Os keynesianos acreditam que a velocidade de qualquer agre- gado monetario é varidvel e, na verdade, que o proprio ato de controlar o agregado levard a alteragdes na sua velocidade. A implicagdo é que alteragdes na oferta monetaria induzem as pessoas a alterarem a quan- tidade de moeda que esto dispostas a reter. Para tentar resolver este problema, precisamos analisar alguns detalhes tanto da oferta quanto da demanda por moedas, que serao estudados mais detalhadamente nos proximos capitulos. 46 _Introdugio & Beonomia Monetéria QUESTOES ‘Ten esty rn 2 Oq QUESTOES DE PROVAS dos Se . sii socaee ‘Titu Selecione uma das afirmagées abaixo que, na sua opinido, mostre chel a mais clara apreciagdo das fungées da moeda. Explique as ait razdes para a sua selegao. oe (a) “Nés nao temos a moeda necessdria para pagar a construgao Lish da Ferrovia Norte-Sul.” * “p, 6: ” 1 3. List. (b) “Eu mantenho meu dinheiro sob a forma de titulos e agdes. Basi (c) “Se eu ndo tivesse algum dinheiro no bolso ou um talao de 4. Tent cheques mdo, teria que ir necessariamente ao banco antes * aoe de comprar um mago de cigarros.” at O que é moeda? Explique o que é considerado legalmente moeda simi no Brasil na atualidade. Qual é a relacdo entre “riqueza” e “moeda”? Quais os principais problemas para se obter uma definigdo precisa de “riqueza”? LEITURAS Explique os termos “saldo ativo” e “saldo ocioso”. Por que alguém desejaria reter moeda sob a forma de “saldo ocioso”? QUESTOES PARA DISCUSSAO Quais dos itens abaixo vocé acha que podem ser considerados moeda? Depésitos em conta bancéria; cartdes de crédito; depésitos em sociedades de poupanga e crédito imobilidrio; taldes de cheques; cartdes de garantia de “cheques especiais”; notas e moedas guar- dadas no cofre de um banco. O tratament mente dispo (1983); no er listar as car livros tenta estudantes. E co economistas Capitulo 4. ¢ um deles 6R moeda entre i , em dantes inicia Amoeda na economia 47 ‘Tente pensar em algumas coisas que podem confundir outros estudantes sobre itens que se devem ou nao considerar moeda. 2. O que vocé entende por liquidez? Considere 0 grau de liquidez dos seguintes bens: ‘Titulos do governo com vencimento no ano 2.000; um armazém cheio dos jogos “invasores do espago”; barras de ouro; um depé- sito em conta de poupanga; um lote de agdes do Banco do Brasil. 0 campo de futebol do Internacional de Porto Alegre. Liste outros bens e considere, comparando-os, a liquidez de cada um. 3. Liste alguns tipos de intermedidrios financeiros Basicamente, o que eles fazem? do-bancirio: 4, Tente descobrir tudo o que puder sobre as operagies dos bancos do sistema de compensagies e das sociedades de poupanga e crédito imobilidrio. Considere os aspectos nos quais eles sao (a) similares e (b) diferentes. LEITURAS ADICIONAIS O tratamento padrao sobre a natureza e os usos da moeda estd ampla- mente disponivel em Crockett (1979), Vane e Thompson (1982) e Lips (1983); no entanto muitos livros tendem simplesmente a classificar e a listar as caracterfsticas em lugar de explicar 0 que 6 a moeda. Poucos livros tentam tratar com as questées basicas que preocupam os estudantes E comum também supor que os estudantes sabem o que os economistas entendem por “riqueza”. A excegao é Parkin e Base (1982), Capitulo 4. A nogdo de liquidez 6, entretanto, tratada por muitos livros: um deles é Rowan (1983), Capitulo 22. A diferenga de atitudes diante da moeda entre os monetaristas e keynesianos € explicada em quase todos os livros, embora, freqiientemente, nao em um nivel acessivel aos estu- dantes iniciantes. Tratamentos detalhados das diferentes perspectivas 48 _Introdugio é Beonom se encontram em Dow e Earl (1982), Vane e Thompson (1979) e Morgan (1978). A maioria dos textos gerais sobre macroeconomia explica a abor dagem monetarista e a keynesiana, Um desses livros 6 Challen et.al (1984). 3.1 AS ME A incerteza, fungdes dan monetaria. I para a dem cisamos de i monetéria. } realidade: a. Central cent ria definida as relagées ¢ Com pelo papel-m os bancos) 1 Central. Cor categorias q oferta mone economistas da “base”, el

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