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Universidade Federal do Pará

Belém – PA
De 30/11 a 02/12 de 2016
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CONFERÊNCIAS

Recriações escritas: Como “traduzir” a arte verbal no discurso oral


indígena?

Sabine Reiter (UFPA/ DAAD)

Esta comunicação tem como foco as possibilidades de transposição de elementos


poéticos da arte verbal indígena em língua escrita. Há mais de um século existem
tentativas de passar gêneros de texto de povos ameríndias, destinados à performance
oral, em língua escrita, geralmente línguas européias com longas tradições literárias.
Serão mostrados diferentes exemplos históricos e atuais de línguas indígenas faladas
no Brasil de duas famílias distintas: o Awetí, da família Tupí com línguas faladas em
diferentes partes do Brasil e em vários países da América do Sul, e o Caxinauá, de
família Pano que se concentra na região fronteiriça Brasil-Peru-Bolívia. Serão
discutidos em mais detalhe dados de campo coletados em dois projetos de
documentação nas respectivas comunidades de falantes nos quais a autora participou
como pesquisadora entre 2001 e 2011. Esses dados, gravados em áudio e vídeo,
mostram de maneira exemplar os desafios e os limites de uma recriação em texto
escrito de gêneros performados em contexto socio-cultural distinto.
PALAVRAS-CHAVE:

Ainda: em viagem - liminaridade e criação poética na obra de Age de


Carvalho
Mayara Ribeiro Guimarães (UFPA)

RESUMO: Nesta comunicação, buscarei discutir o processo de criação poética de


Age de Carvalho no recém-lançado Ainda: em viagem (2015), a partir da investigação
de linhas temáticas que se manifestam nas seguintes vertentes: visual-imagética,
amorosa-erótica, místico-religiosa e aquela próxima à natureza, onde se pode
identificar a evocação de uma memória do exílio, a permanência da viagem como
núcleo poético da obra, a homenagem a parentes, amigos e escritores, e o desenho de
uma paisagem marcadamente plástica que põe a natureza em movimento.

PALAVRAS-CHAVE:

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O motor do esquecimento: o trabalho da tradução como
rememoração deformadora

Susana Kampff Lages (UFF)

Pretendo examinar em que medida o ensaio de Walter Benjamin sobre a tarefa do


tradutor - esse escritor perenemente empenhado em múltiplos movimentos de
passagem - pode iluminar aspectos de sua leitura da obra de Franz Kafka. Na obra do
escritor tcheco, o olhar de narradores e personagens sofrem transformações, aliás,
deformações inesperadas por enxergarem a si mesmos e o mundo que os cerca com as
lentes alteradas de um olhar expressionista. Esse novo modo de ver a arte e a
literatura do início do século XX, denominado Expressionismo alemão, constituiu,
segundo anotação do filósofo e interlocutor de Benjamin, Theodor Adorno, o
horizonte da obra de Kafka, que entretanto nele não se reconhece. No cerne dessa
ligação tão pouco aparente entre um texto do jovem Benjamin, escrito para um
volume de traduções, e suas leituras da obra de Franz Kafka, parecem estar dimensões
esquecidas do existir. Como reverso do trabalho explícito de conservação memorial
empreendido pelo colecionador, o esquecer opera como uma espécie de motor da
escrita kafkiana, que contamina o leitor, crítico e tradutor Walter Benjamin.
PALAVRAS-CHAVE:

COMUNICAÇÕES

Inovação e Tradição em Textos Críticos sobre João Guimarães Rosa

Leomir Silva de Carvalho (UFPA/ CAPES)

Esta comunicação tem como objetivo analisar o conflito entre inovação literária e
tradição em textos críticos de Wilson Martins sobre João Guimarães Rosa, em
contraste com ensaios de Haroldo de Campos em que o autor mineiro é destacado
como um expoente da escrita inventiva. Toma-se o conceito de quebra de horizonte
de expectativa estabelecido por Hans-Robert Jauss, em A história da literatura como
provocação à teoria literária (1994) e no ensaio posterior “A estética da recepção:
colocações gerais” (1979), para analisar como as propostas estéticas de Guimarães
Rosa interferem na tradição. Martins atuou como crítico literário e escreveu os sete
volumes referentes à série História da inteligência brasileira. Nos artigos intitulados
“Radiografia de Sagarana” (1979) e “Um novo Valdomiro Silveira” (1991), Martins
mostra-se reservado quanto ao autor mineiro, revelando estranheza em relação à sua
linguagem considerada, entre os regionalistas, apenas uma expressão menor do
pitoresco. Como contraponto a essa análise, Haroldo de Campos, desde sua atividade
junto à vanguarda concretista, busca uma nova prática poética e crítica. Desse modo,
nos ensaios “Da tradução como criação e como crítica” (2006) e “A linguagem do
Iauaretê” (2006), de Campos, o caráter esteticamente produtivo da escrita rosiana é
ressaltado. Para o autor paulistano, a América Latina pode se relacionar de maneira

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autônoma com a tradição. Para isso, problematiza a ideia de universalidade, muito
utilizada por Martins como atributo valorativo.

PALAVRAS-CHAVE: Tradição. Inovação literária. João Guimarães Rosa.

Des Hommes et des Crabes (1966-2016):


Comparatismo e tradução para além dos 50 anos da edição francesa

Thiago Azevedo (UFPA/CAPES)

No ano de 1966, sob a convergência da repressão artística e política imposta pelo


governo militar brasileiro, Josué de Castro (1908-1973), forçado ao exílio em Paris,
assume na alteridade da língua e do discurso romanesco a posição do “outro”,
partindo de inquietações geradas pela “instabilidade de sua identidade nacional”, para
lembrar a posição conferida ao intelectual em condição de exílio por Edward Said, no
livro Fora do lugar: memórias (2004). O escritor pernambucano situa na narrativa
de Des hommes et des crabes, com a tradução de Christiane Privat, o lugar de fala do
sujeito excluído no Apartheid urbano do Recife, tomando a fome como elemento
inventivo da condição humana. Em curso dos 50 anos da publicação desta obra, a
aproximação entre as traduções francesa e brasileira possibilita discutir o processo
tradutório, levando-se em conta as contribuições de Octávio Paz, Sandra Bermann e
Jacqueline Penjon, respectivamente presentes nos textos Traducción: literatura y
literalidad (1981), Recherche Littéraire/Literary Research (2010) e,Construção de
uma paisagem brasileira na “Missão Francesa” (2011). De Bermann, por exemplo,
deve-se inferir o destaque que a estudiosa atribui à tradução, no que se refere à
capacidade de prolongar a vida de textos literários e culturais e também de intervir
nos efeitos desses textos. Consonante à ideia da tradução como agente cultural, a
leitura de Penjon, em voga das bases teóricas sustentadas por Marius Guyard, no
clássico La littérature comparée, permite que se pense a recepção do romance
josueniano em face da “erupção inconformista” da narrativa histórica produzida em
meados de 1960. A literatura expressa pelas obras de Gabriel García Marquez, Mario
Vargas Llosa e Jorge Amado, autores (expoentes) do chamado boom da América
Latina, talvez localize o espaço de ressonância da composição literária de Josué de
Castro. No que tange à literatura brasileira deste período, pode-se dizer que o
exercício da escrita consistia em ato coragem, se colocado lado a lado o sombrio
contexto do golpe de 1964 e, o cenário próspero da renovação ficcional e da
experimentação da linguagem atingido por Guimarães Rosa, no célebre Grande
Sertão-veredas (1956), e Clarice Lispector, em A paixão segundo G.H (1964). Assim,
objetiva-se assimilar três questões inerentes á prática da interpretação, a fim de que se
aproveite do comparatismo para além da mera recordação ao cinquentenário de Des
hommes et des crabes: I) como a leitura comparada das traduções pode colaborar para
o refinamento e a ampliação das visões sobre a crítica do texto literário; II) qual o
papel da tradução na sua relação com a literatura e a cultura; e por fim, III) como tem
se dado a recepção da bibliografia josueniana produzida na França.
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PALAVRAS-CHAVE: Comparatismo. Josué de Castro. Recepção. Tradução.

Convergências entre A História do Olho e Moqueca de Maridos –


mitos eróticos indígenas

Rafaella Dias Fernandez (UFPA/CAPES)

A compreensão do livro Moqueca de Maridos - mitos eróticos indígenas, assinado por


Betty Mindlin e narradores indígenas, nos revela que a distância entre nós e os
indígenas vai muito além das fronteiras geográficas: as tribos estão no território
nacional, porém pouco conhecemos de sua cultura. A leitura do livro propõe uma
visão desconcertante, pois nos mitos há tortura, violência, incesto, antropofagia e
várias formas de mutilação. Todas essas imagens de violência exacerbada quebram o
imaginário idílico em torno dos índios. O que percebemos na leitura é a subversão dos
paradigmas em torno dos indígenas e a riqueza por trás desse imaginário criativo tão
desconhecido. As imagens transgressoras presentes nesse livro nos possibilitam
associá-las a literatura erótica de Georges Bataille na novela A História do Olho, que
narra às aventuras eróticas sem pudor entre o narrador e sua amiga Simone. Os dois
jovens parecem viver magicamente, as aventuras são realizadas sem qualquer censura.
Há quatro personagens centrais na narrativa, o narrador, sua amiga Simone, a amiga
ingênua dela, Marcela, e Sir Edmond, um milionário inglês que passa a sustentar
Simone. Os cenários narrados lembram um mundo onírico, as paisagens soam irreais,
visto que todas as ações se revelam possíveis e tudo se correlaciona. A violência
erótica, tal qual nos mitos, circula livremente pelas experiências sexuais.
Aparentemente essas duas produções criativas nada possuem em comum, mas após
uma leitura investigativa percebemos que há pontos em que convergem. Essas duas
criações, longe de serem conflitantes, flagram a relação intrínseca que há entre dois
campos tidos como distintos. Assim, nosso objetivo é propor uma convergência entre
os mitos indígenas eróticos e a novela A História do Olho, revelando a condição
primordial que norteia todos eles: o erotismo. O suporte teórico pauta-se em estudos
de Eliane Robert Moraes, Georges Bataille e Betty Mindlin.

PALAVRAS-CHAVE: Erotismo; Violência; Produção Criativa Indígena; Literatura


Erótica Francesa.

La Celestina: Uma releitura para os dias atuais

Débora Dias de Souza (UFPA)

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O livro La Celestina, de Fernando de Rojas, organizada em vinte e um atos, surgiu no
auge da prosa medieval e ao mesmo tempo marcou o início da melhor prosa
renascentista. O objetivo central desta comunicação é abordar o contexto sócio-
histórico e as características inerentes ao século de ouro da literatura espanhola
(Renascimento Literário) frente ao realismo mágico da literatura latino-americana
atual marcada como reação à repressão política e à ditadura. Espera-se, assim, com
esta pesquisa, desenvolver um estudo visando a demonstrar que o processo de
releitura não é uma homenagem à verdade do passado, mas a construção inteligente
do presente, pois ela não tem como fim revelar o sentido da primeira obra, mas
produzir uma estrutura que transmita novos sentidos, ou seja, pretender dizer a mesma
coisa de duas maneiras diferentes (RICOEUR, 2011). A partir dessa releitura do livro
La Celestina tornou-se então possível colocar em confronto duas épocas, utilizando-se
o realismo mágico para construir uma nova realidade. Se antes a obra era uma
tragicomédia, tornou-se possível demonstrar o que é novo no processo evolutivo com
uma reinterpretação da história para o realismo atual.

PALAVRAS-CHAVE: La Celestina; Literatura Renascentista Espanhola; Realismo


Mágico; Tradução.

Tupã Tenondé: As particularidades de um projeto de tradução


etnopoética
Carline Cunha Ramos Quaresma (UFPA/PIBIC)

Este trabalho tem por objetivo discutir o projeto editorial e tradutório do livro Tupã
Tenondé organizado por Kaká Werá Jecupé, investigar a tradução dos cantos sagrados
Guarani realizadas pelo escritor e traçar alguns eixos comparativos entre a tradução
deste e aquelas realizadas por poetas ou antropólogos. É importante averiguar em que
medida o estudo e a tradução das artes verbais indígenas funcionam como fonte de
reflexão crítica e estética, tendo atraído não somente a atenção de antropólogos,
etnólogos e linguistas, mas também de poetas. As “poéticas da floresta”, como vêm
sendo chamadas, na verdade sempre estiveram presentes em obras importantes da
literatura brasileira, muitas são as obras literárias que se inspiraram nas artes verbais
indígenas, tomando-as como recurso de renovação estética, porém quase nunca o
leitor tinha acesso direto a essas fontes. A edição de Kaká Werá Jecupé traz o
diferencial de ser produzida por alguém que se encontra no interior da cultura
traduzida. O corpus do trabalho está constituído pelo livro Tupã Tenondé, a criação
do Universo, da Terra e do Homem segundo a tradição oral Guaraní (2001). Em
alguns momentos do trabalho será necessário o confronto com outras traduções, como
a de León Cadogan, a da poeta Josely Baptista e a de Pierre Clastres. A base teórica
pode ser encontrada nos trabalhos de antropólogos que trabalham com a tradução das
artes verbais indígenas, como Pedro Cesarino (2011, 2013), e o antropólogo Eduardo
Viveiros de Castro, referência fundamental para a base teórica da pesquisa no sentido
etnográfico, sobretudo no livro A inconstância da alma selvagem (2002).

PALAVRAS-CHAVE: tradução, criação literária, etnopoesia, reescrita.

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"Tell All The Truth But Tell It Slant": As idiossincrasias
dickinsonianas e suas implicações para a tradução

Filipe Brito de Oliveira (UFPA)

O presente trabalho se propõe a discutir as peculiaridades estéticas empreendidas pela


escritora norte-americana Emily Dickinson na produção de sua poesia. O objetivo é
identificar os elementos que tornaram sua escrita notória, de modo a entender as
dificuldades que os editores norte-americanos e, posteriormente, os tradutores
brasileiros tiveram na organização e publicação dos trabalhos póstumos da poetisa.
Sabe-se que grande parte da crítica recebida pelos organizadores/tradutores de seus
poemas residiu nas alterações feitas nos manuscritos originais, realizados com o
objetivo de torná-los mais acessíveis ao leitor já acostumado com os padrões literários
de sua época. Os poemas sem título, a pontuação realizada quase que exclusivamente
por travessões, o emprego de palavras com letra maiúscula no interior dos versos, a
subversão da norma padrão de língua inglesa e a variedade de formas e construções
poéticas empreendidas poeta - nas quais estruturas simples, com rimas e métricas
perfeitas convivem com poemas nos quais prevalece o caos estrutural absoluto -
foram alguns dos elementos alterados, em maior ou menor grau, ao longo das
publicações realizadas após seu falecimento. Dentro desse contexto, se discutirá o
trabalho realizado por dois tradutores brasileiros das poesias de Emily Dickinson:
Manuel Bandeira e Augusto de Campos. Espera-se demonstrar as estratégias que os
tradutores empregaram para dar conta das peculiaridades poéticas de Emily
Dickinson, ao mesmo tempo em que buscam manter a força e o vigor presentes na
obra da escritora pré-modernista.

PALAVRAS-CHAVE: Emily Dickinson. Idiossincrasias poéticas. Tradução.

Fragmentos de “Poesia” na Poética de Paulo Plínio Baker de Abreu


Jairo Vansiler (UFPA/SEMEC)

A obra “Poesia” atribuída ao poeta paraense Paulo Plínio Abreu (1921 – 1959) reúne
uma coletânea de alguns projetos literários por ele desenvolvidos ao longo de sua
curta carreira como poeta e tradutor na capital paraense, nas décadas de 1940 e 1950.
Editada e publicada, postumamente, em 1978, pela figura notável de Francisco Paulo
Mendes, seu amigo e incentivador. Foi como juntar (colecionar) os cacos
fragmentados de um vaso quebrado, cheio de promessas, a atuação do amigo e editor.
“Poesia” se trata de um projeto estético, que visou uma poética pensante que articula
poesia e tradução, mais especificamente a tradução de poesia como matricial; nesse
caso, a tradução da obra Duineser Elegien (As Elegias de Duino) de Rainer Maria
Rilke (1975 – 1926) parece ser um fragmento de destaque. A ideia dessa
comunicação é explorar nuances que giram em torno dos conceitos de “fragmento” e
“coleção” pensados pelo filósofo Walter Benjamin (1892 – 1940) em articulação com
a “poética da modernidade” ensaiada pelo poeto e crítico Charles Baudelaire (1821 –
1967) para destacar o modo de ser de “Poesia” como uma obra disposta a pensar sua
metalinguagem.
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Palavras-chave: Poesia; Tradução; Fragmento

O Perspectivismo Ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro e a


Antropofagia Oswaldiana: Confluências.

Thaís Pompeu Sauma (IFPA)

A comunicação tem como intuito demonstrar aproximações teóricas entre o conceito


de Perspectivismo Ameríndio formulado pelo antropólogo Eduardo Viveiros de
Castro, e as ideias estéticas do escritor Oswald de Andrade presentes na constituição
do movimento antropofágico (1928). O perspectivismo é um conceito que discute a
alteridade e a identidade dos povos ameríndios e se aproxima, diretamente, da atitude
antropofágica proposta por Oswald. A antropofagia oswaldiana identifica no índio
antropófago a imagem perfeita de representação da rebeldia esperada para quebra dos
paradigmas da literatura nacional. O perspectivismo, por outra via, reflete sobre os
valores simbólicos e os rituais indígenas a partir da perspectiva de pensamento dessas
sociedades. Ambos transferem para o indígena a representação de uma identidade
líquida e inconstante, que está em constante dialética com o outro e o desejo de
apropriação de suas qualidades.
Palavras-Chave: Perspectivismo Ameríndio, Antropofagia Oswaldiana, Identidade,
Alteridade.

After Drummond: as recriações dos poemas “Confissão” e “Oficina


irritada” de Drummond por Robert Stock.
Dayana Almeida (Unifesspa)

O poeta norte-americano Robert Stock morou em Belém e circulou intensamente


entre poetas e escritores que moravam na capital paraense, na década de 1950, assim
entrou em contato com outras literaturas brasileiras. Dessa circulação podemos
destacar a relação tradutória que surgiu entre Stock e Drummond, pois Stock traduz
vários poemas de Drummond do português para o inglês. Objetiva-se, nesta
comunicação, analisar brevemente as três relações entre Robert Stock e Carlos
Drummond de Andrade no processo tradutório de poemas: tradução, imitação e
recriação.
PALAVRAS-CHAVE: Poesia; Tradução; Recriação.

Eclesiastes, um Diálogo entre Dois Sábios: O-Que-Sabe e Haroldo de


Campos

Márcio de Carvalho (UFPA/PIBIC-FAPESPA)

Pretendemos refletir acerca da transcriação poética do livro Eclesiastes, pertencente


ao cânone da Bíblia, empreendida pelo poeta e tradutor Haroldo de Campos em
Qohélet, O-que-Sabe (2004). A relevância dessa obra seminal para a tradução bíblica

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no país está na deliberação em respeitar a respiração prosódica e a disposição
tipográfica da composição, originalmente escrita em Hebraico. Trata-se de uma
prática de tradução criativa, que se executa como processo de antropofagia e
recriação, contribuindo assim para a constituição de uma literatura nacional,
brasileira, sendo um ato de devoração crítica do outro e assimilação do estrangeiro. A
tradução de Haroldo de Campos será por fim posta frente à edição da Bíblia mais
difundida no país, de João Ferreira de Almeida, que produziu a primeira versão do
texto em Português. Almejamos evidenciar a diferença entre esses dois projetos de
tradução. O objetivo geral desta pesquisa é investigar a tradução poética do texto
bíblico de Eclesiastes empreendida por Haroldo de Campos e reconhecer, na mesma,
o projeto da poesia concreta. O embasamento teórico do presente estudo encontra-se
precisamente na própria teoria de tradução desenvolvida por Haroldo de Campos,
aplicada ao texto bíblico e detalhada nos prefácios de Bere’shith: a cena da origem
(2000) e Qohélet: O-que-Sabe (1991).

Palavras-chave: estudos da tradução; transcriação; Haroldo de Campos; Eclesiastes.

Versões de Metáforas Bíblicas Contidas nos Evangelhos Sinóticos:


Uma abordagem a partir dos estudos de tradução.

Ederson Renan Pacheco Farias (IFPA).

O presente estudo trás uma abordagem à luz dos estudos de tradução acerca de as
metáforas mais conhecidas de Jesus contidas nos evangelhos sinóticos. Percebeu-se
que os chamados Evangelhos Sinóticos, a saber, Mateus, Marcos e, são os mais lidos
até pelos que não adeptos do Cristianismo. Nas versões bíblicas de Almeida (VA) e a
New International Version (NIV) predomina mais a tradução literal, enquanto as
versões mais contemporâneas “preocupam-se” um pouco mais com a tradução do
sentido. A Bíblia, em tese, é o gênesis dos Estudos de Tradução. Oustinoff (2011)
afirma que esse manual sagrado foi traduzido para mais de 2000 línguas no mundo.
Sabe-se a Tradução (e versão) de obras literárias é um desafio maior que qualquer
outro gênero literário. Nos textos bíblicos acerca de a vida de Jesus, têm-se metáforas
tanto em seus discursos doutrinários, quanto literários, como é o caso de suas
parábolas. Wearner (2009) afirma que Jesus e os apóstolos eram profundos
conhecedores da Língua Hebraica, o que pode ter contribuído para a riqueza
metafórica em seus discursos. Quanto à metodologia de pesquisa, foram utilizados os
procedimentos técnicos de tradução de Vinay e Darbelnet (1977), os quais deram base
para a análise das versões bíblicas utilizadas nesse trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Metáforas de Jesus; Versões bíblicas; Estudos de Tradução.

Videoarte: TRANSLUCIFERAÇÃO

Apresentação: Galvanda Galvão & Izabela Leal

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Baseada na peça Doutor Faustus liga a luz, de Gertrude Stein, a videoarte
Transluciferação (2016) propõe um diálogo entre imagem, música e poesia,
apresentando um percurso pela cidade e um discurso sobre a cidade, de onde se
desdobram labirintos, caminhos e linguagens em circularidade. A videoarte repensa o
tema central da peça de Gertrude Stein, que é o desencanto do mundo produzido pela
modernização desenfreada, metaforizada na descoberta da “luz elétrica”, e pelos
dispositivos de aceleração do tempo, a partir dos quais se constituem o saber e a
negociação sobre o conhecimento.

Notas sobre os palestrantes:

Carline Ramos Quaresma

Dayana Almeida é professora Assistente 1 da Universidade Federal do Sul e Sudeste


do Pará. Atualmente coordena o curso de Letras Inglês do Instituto de Linguística,
Letras e Artes. É mestra em Letras – Estudos Literários pela Universidade Federal do
Pará e graduada Letras –Língua Inglesa, também pela UFPA. É doutoranda em Letras
– Estudos Literários pela UFPA.

Débora Dias é graduada em Letras pela UFPA -Universidade Federal do Pará (2015)
lotada no curso de Licenciatura com habilitação em Língua Espanhola, bolsista do
Projeto de Extensão (PIBEX/UFPA): Língua, Cultura e Projeto Social (2012 - 2013),
bolsista do Projeto Guamá Bilíngue (PAPIM/PROEG/UFPA - 2013) e Graduação em
Administração pela UNAMA -Universidade da Amazônia (2004). Atualmente é
lotada no Programa de Pós-Graduação em Letras no curso de Especialização em
Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará, como também, é aluna especial
no PPGL/UFPA – Mestrado em Estudos Literários, na linha de Estudos da Narrativa e
Formas de representação como formas de resistência. É membro do Grupo de
Pesquisa Tradução e Recepção da PPGL/UFPA/Cnpq e do Grupo de Pesquisa e
Extensão Guamá Bilíngue da UFPA/Cnpq, com ênfase em Literatura e História,
Literatura e ensino de ELE e Literatura comparada sob aspecto sociolinguístico e
cultural. Tem experiência na área de ensino de Espanhol como língua estrangeira e
apresentação de trabalho em congresso brasileiro e em congresso internacional na
área de sociolinguística e ensino-aprendizagem.

Deynea Fabíola Ferreira é graduada em Licenciatura em Letras pela Faculdade


Integrada Brasil Amazônia (FIBRA). Discente do mestrado em Estudos Literários
pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará
(UFPA), sob a orientação da professora Dr.ª Mayara Guimarães. Dedica-se à pesquisa

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da relação entre adaptações, indústria cultural e recepção desde a graduação.
Atualmente, realiza pesquisas para a dissertação no campo da semiótica, tradução e
arte sequencial.

Ederson Farias é graduado em Letras português e Inglês, pós-graduado em Língua


Portuguesa - Uma Abordagem Textual, pós- graduado em Tradução e Intérprete,
graduando em espanhol pela Uniube, Mestrando em Linguagens e saberes na
Amazônia. Atuou como professor pioneiro do Ifpa Paragominas e coordenador
Adjunto do Pronatec pelo mesmo instituto. É professor do município de Belém e do
Estado atualmente. Cursou inglês intermediário em Toronto (Canadá) e já foi
Orientador de TCC do Parfor. Hoje pesquisa o discurso religioso a partir de aspectos
da cultura judaica-messiânica na região Amazônica.

Fabíola Reis é formada em Letras (dupla habilitação em Português/Alemão), é ex-


bolsista DAAD (Freie Universität Berlin e Leibniz Universität Hannover) e mestra em
Estudos Literários (UFPA). Atualmente é doutoranda em Estudos Literários pela
Universidade Federal do Pará e em Estudos da Tradução pela Universiteit Antwerpen
(Bélgica).

Filipe Brito de Oliveira é bacharel em Relações Internacionais pela Universidade da


Amazônia e atualmente cursa Letras pela Universidade Federal do Pará. Tem
experiência na área de Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura
Inglesa e Tradução.

Galvanda Galvão

Geovanna Guimarães

Izabela Leal

Jairo Vansiler é Licenciado em Letras com habilitação em língua alemã e suas


literaturas pela Universidade Federal do Pará (2010 ). Possui Especialização e
Aperfeiçoamento em Educação Especial Inclusiva - UFU/AVM. Mestre em
Letras/Estudos Literários - UFPA (2014). Atualmente cursa Doutorado em Letras -
Estudos Literários na UFPA. Tem interesse em torno das relações existentes entre
Tradução, Recepção, Literatura comparada, Alteridade e Inclusão. É professor na
modalidade Educação Especial na SEMEC/Belém.

Leomir de Carvalho ingressou, em 2006, na Universidade do Estado do Pará -


UEPA, onde participa no presente momento do Grupo de Pesquisa CUMA (Culturas e
Memórias Amazônicas). Recebeu o título de Tradutor Juramentado pela Junta
Comercial do Estado do Pará JUCEPA, em 2012. É mestre pelo Programa de Pós-
Graduação em Letras da UFPA, desde fevereiro de 2013, participando também do
Grupo de Pesquisa EELLIP. Atualmente é doutorando do Programa de Pós-
Graduação em Letras da UFPA e bolsista CAPES. Atem-se aos estudos da obra de

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João Guimarães Rosa, à relação entre Literatura e Tradução e aos Estudos de
Literatura da Amazônia.

Márcio de Carvalho é especialista em hebraico bíblico pela ESTEB (Escola Superior


de Teologia e Estudos Bíblicos), graduando em inglês pela Universidade Federal do
Pará e pesquisador PIBIC/FAPESPA.

Maurício Mendonça Cardoso possui Licenciatura em Letras: Língua e Literatura


Alemã (1995), pela UFPR, Mestrado em Letras: Língua e Literatura Alemã (1999),
pela USP, Doutorado em Letras: Língua e Literatura Alemã (2004), pela USP e pela
Universidade de Leipzig, Alemanha, e Pós-doutorado pela PUC-Rio (supervisão de
Maria Paula Frota, 2009-2010) e pela Johannes Gutenberg-Universität Mainz,
Alemanha, e Univeristé de Strasbourg, França (supervisão de Dilek Dizdar e Jean-Luc
Nancy, 2013-2014). Foi tesoureiro da Associação Brasileira de Associações de
Professores de Alemão (ABRAPA, 1997-2000), secretário-adjunto do Centro de
Estudos Linguísticos e Literários do Paraná (CELLIP, 2000-2001), segundo-
tesoureiro da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC, 2009-
2011), co-coordenador do GT Estudos da Tradução (GTTRAD-ANPOLL, 2008-2010
e 2010-2012) e vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Letras da UFPR
(2009-2011). É tradutor de literatura, com trabalhos em poesia moderna e
contemporânea (e.e.cummings, Paul Celan, Rilke, Else Lasker-Schüler) e narrativa
alemã do século XIX (Theodor Storm, Heinrich Heine, Goethe). É professor
associado II da Universidade Federal do Paraná, atuando, em nível de graduação, no
curso de Bacharelado em Letras com Ênfase nos Estudos da Tradução. Em nível de
pós-graduação, atua no Programa de Pós-graduação em Letras, na área de
concentração dos Estudos Literários, com linha de pesquisa em Estudos da Tradução.
Como pesquisador da área dos Estudos da Tradução, desenvolve e orienta, em nível
de graduação, mestrado e doutorado, projetos nas áreas de Teoria da tradução, Teoria
literária, Tradução e Filosofia, Tradução literária e Crítica de tradução literária.

Mayara Ribeiro Guimarães

Nisreene Abou Matar

Rafaella Fernandez

Raphael Soares

Sabine Reiter

Susana Kampff Lages é bacharel em Letras (Tradutor Intérprete Inglês e Alemão)


pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1983); é licenciada por
complementação pedagógica em Língua Alemã e tem mestrado em Letras pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990) e doutorado em Comunicação e

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De 30/11 a 02/12 de 2016
Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996). Atualmente é
professora associada 1 da Universidade Federal Fluminense. Atua na área de Letras
Modernas Estrangeiras (Língua e Literatura Alemã), com ênfase em Teoria Literária,
Literatura brasileira e alemã, focalizando principalmente os seguintes temas e autores:
tradução, crítica, Franz Kafka, Walter Benjamin, Guimarães Rosa e Haroldo de
Campos.

Thaís Pompeu Sauma é licenciada em letras, língua portuguesa (UFPA) e língua


espanhola (UNAMA). Mestre em estudos literários e doutoranda do Programa de Pós-
Graduação em Letras da UFPA. Foi docente da Universidade Federal Rural da
Amazônia e atualmente é docente do Instituto Federal do Pará - Campus Ananindeua.
Pesquisadora da obra de Haroldo Maranhão coordenou o projeto de pesquisa A
Antropofagia Haroldiana: processos de escrita e reescrita de um escritor amazônico
PROPED/UFRA com término em setembro de 2016. Já publicou vários artigos que
discutem reescrita literária e tradição.

Thiago Azevedo é doutorando em Letras pela Universidade Federal do Pará, com


pesquisa em andamento sobre a recepção literária de Josué de Castro. Mestre em
Letras pela Universidade Federal do Pará (2014). Possui Graduação em Letras
(Português/Inglês), pela Universidade de Pernambuco (2011). Em investigações
recentes, tem se dedicado ao estudo da hermenêutica literária, à crítica cultural da
identidade e da memória na prosa romanesca; e ao comparatismo e tradução literária
das ficções produzidas entre o século XX e a contemporaneidade.

Universidade Federal do Pará


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