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utilizadas em todo o mundo: a rede de energia eléctrica. A ideia desta tecnologia não é
nova. Ela consiste em transmitir dados e voz em banda larga pela rede de energia
eléctrica. Como utiliza uma infra-estrutura já disponível, não necessita de obras numa
edificação para ser implantada.
A PLC trabalha na camada 2 do modelo ISO/OSI, ou seja, na camada de enlace. Sendo
assim, pode ser agregada a uma rede TCP/IP (camada 3) já existente, além de poder
trabalhar em conjunto com outras tecnologias de camada 2.
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Ainda segundo a Eng. Daiana, estudos teriam sido realizados pela Universidade
Federal de Juiz de Fora, sob a condução do Professor Moisés Ribeiro.
Ainda, segundo a Eng. Daiana, foi com base nestes estudos de 2006 que se produziu
o documento utilizado pelos RA na Consulta Pública para justificar o entendimento de
que a própria Anatel reconhecia que o sistema provocava interferências. Como dito, de
fato naquela ocasião, o sistema não se mostrou adequado à operação.
Em 2007 foram realizados novos testes, agora com o uso, também, de equipamentos
de 2º Geração. Estes estudos foram realizados em Campinas-SP pelo CpqD e,
posteriormente, até 2008 no Rio Grande do Sul, bairro da Restinga onde o sistema
está ativo.
Segundo pude compreender, foi com base nestes estudos é foram fixados os
parâmetros como os níveis de potência máximos a ser injetado na rede, a natureza
dos filtros notch, os níveis de irradiação indesejados contidos na proposta de
resolução.
Outro ponto importante acerca dos testes realizados em Goiânia e Rio Grande de Sul
e enfatizados pela Eng. Daiana, é que as Forças Armadas, Forças de Segurança e até
os Radioamadores teriam sido convidados a participar.
Todavia, na visão da Anatel, a lista prevista no art. 9º teria por objetivo precípuo
ampliar as salvaguardas, apenas, das frequências de maior importância e não de
todas as frequências, sob pena de não haver como implementar o serviço, já que o
espectro de RF está todo ocupado por serviços primários. Não por outro motivo que
apenas as frequências destinadas a comunicação em vôo foram incluídas pela
Aeronáutica.
Um ponto enfatizado pela Eng. Daiana é que a norma proposta pela Anatel, se
diferencia das demais, ao incluir medidas que visem preservar o radioamadorismo,
como o disposto no art. 9. Segundo ela, um RA americano, membro da ARRL, teria
tecido considerações elogiosas à norma proposta em razão desse diferencial.
Outro ponto que ela salientou é que muito do que se tem comentado é fruto de
estudos feitos com os equipamentos de 1º Geração. Segundo ela, com o advento dos
equipamentos de 2º geração, os eventuais problemas poderiam ser solucionados de
maneira simplifica e rápida.
Sobre o tema, foi informado que os equipamentos já homologados são de uso indoor.
Esses equipamentos foram testados pela Anatel quanto ao atendimento dos requisitos
contidos nas Res. 442 e 238 e uma vez homologados são de livre uso. Esse serviço
indoor não está sujeito a autorização prévia a exemplo do Wi fi, bluetooth, talk about,
telefone sem fio, mas os equipamentos devem ser homologados.
• Finalizando
Bom não sei se consegui “capturar” e compreender tudo o que foi dito na reunião,
todavia, a mesma teve o caráter meramente informativo, ou seja, não se discutiu
propostas, não se apresentou alternativas, apenas nos foi dado conhecer alguns
pontos que a Antel entendeu importante. Apesar de a reunião ter sido conduzida por 2
Engenheiros, não foram tratados assuntos de natureza técnico-científico, nem tão
pouco a palestra se aprofundou na parte técnica.
Referecia:
http://www.labre-df.org/index.php?
option=com_content&task=view&id=83&Itemid=104
PLC: mais incentivos para avançar
26 de julho de 2010 — Márcio Alcântara
sido utilizada na maioria das vezes como projetos piloto das concessionárias. Pela
legislação sobre o PLC ainda impedem a entrada das distribuidoras neste ramo.
De acordo com o Plano Nacional de Banda Larga, lançado pelo Ministério das
Comunicações no último mês de maio, o Brasil está entre os países que usam mais
(incluindo acessos discado e banda larga) atende a apenas 23,8% das casas. A
seguido pela Argentina (26%), México (22%), Turquia (16%) e da China (16%).
Em dezembro de 2008, o número de acessos a internet em banda larga fixa no
Brasil atingiu aproximadamente 9,6 milhões. Entre 2002 e 2008, a taxa anual
segundo o Plano, houve uma forte desaceleração da taxa anual a partir de 2004.
diretamente nos preços dos serviços. A tecnologia PLC, portanto, poderia ser uma
Com essas vantagens, por que a tecnologia ainda não atraiu as concessionárias a
Jatobá, a legislação do setor elétrico é restritiva quanto ao uso dos ativos para
companhia correria o risco de ter uma parte significativa da receita capturada pelo
com o serviço de locação da rede para transmissão de dados devem ser destinados
à modicidade tarifária. Este valor foi um dos principais temas questionados nas
contribuições recebidas no período de audiência pública, que aconteceu durante os
infraestrutura, então o seu uso deve ser revertido para reduzir as tarifas. “Na
época, as empresas reclamaram um filão maior, mas a Aneel achou que 10%
seriam suficientes para incentivar, porque a infraestrutura está lá. Quem oferecer
melhor lance para usar a instalação é quem fará todo o investimento para prestar o
serviço. Então, a companhia não teria custo, apenas o resultado líquido, que seria o
da Aneel
O PLC tem sido aplicado na maioria dos casos pelas distribuidoras, segundo Lopes,
para fins próprios. Segundo o executivo, ainda não houve uma evolução para fins
comerciais. “Com o smart grid, esta é uma das tecnologias que poderiam ser
subsidiária para essa finalidade. Através da subsidiária Copel Telecom, a Copel (PR)
No final do ano passado, a companhia realizou testes com 110 usuários em Santo
cidade até o final deste ano. A ideia inicial do projeto era atingir 300 usuários, mas
o número de usuários foi menor devido a alguns problemas . De acordo com a
Copel, foi verificado que não há padrão nas instalações elétricas internas. As
fica em um dos quartos, que geralmente está na parte de trás das casas.
elétrica, e o sinal tem que passar por várias emendas. Assim, a sua potência é
dividida por vários circuitos, sofrendo a maior parte das interferências dos
tem limitações. “Tivemos que usar mais repetidores do que o número que estava
previsto no projeto inicial. Como o sinal não estava presente em algumas casas,
isso diminuiu nossa penetração. Não há certeza se vai funcionar nesta ou naquela
caso da Copel, para cada usuário foram investidos cerca de R$ 6 mil com
escala mas, segundo Melo, esta quantia poderia ser utilizada para utilizar rede de
fibra ótica. “Seria mais barato fazer em fibra, cujo desempenho é infinitamente
Deve ser usado em nichos, talvez em uma cidade mais afastada. O PLC é uma
solução para quem não tem solução, [onde] o futuro ainda é incerto”.
opinião de Jatobá, da Aptel, é uma questão de escala. “O custo hoje não é atrativo,
é feito sob forma experimental, mas à medida em que o mercado começar a surgir,
preciso analisar a rede e, em condições normais, funciona bem, mas exige uma
Wanderley Filho. “Os sistemas das distribuidoras de energia chegam a 100% das
residências. Pelo fato de, em determinadas regiões, não se conseguir chegar com
por exemplo, o PLC passa a ser mais uma alternativa”. A Cemig (MG), através da
Cemig Telecom, vem realizando testes com o PLC desde 1999 para avaliar o
exemplo”.
onera muito os fornecedores. Então, eles não conseguem ou não querem ter esse
gasto grande nesse momento, sem ter a certeza de que o mercado vai realmente
nossa rede. Atualmente utilizamos as tecnologias que estão disponíveis, como fibra
ótica e rádio. Se o PLC não estiver disponível, não tiver fornecedor, não tenho como
utilizá-lo”.
De acordo com a Anatel, o modelo de serviço de certificação brasileiro sofreu
modificações ao longo dos anos. “Na década de 90, não tinha isso [processo de
barreira técnica, mas ao longo dos últimos anos conseguimos demonstrar que nós
proteger o consumidor para que ele tenha o mínimo de garantia de que o que é
elétrica, a fim de que o produto não submeta o usuário a algum tipo de risco, como
para evitar que haja interferência em outros produtos similares, que trabalhem no
mesmo ambiente ou nas imediações. “Essas três vertentes são trazidas para dentro
reconhecemos que há, mas não concordamos que seja um custo exagerado”, diz.
injetado nos cabos da instalação elétrica. Assim, o sinal PLC fica disponível na
sistema, um modem PLC é conectado a uma tomada elétrica para receber o sinal
transmitido pelo Master. Este modem, então, faz a decodificação dos sinais elétricos
para os de informação. Este é conhecido como o padrão PLOC (Power Line Outdoor
Communication).
Existe ainda o modelo PLIC (Power Line Indoor Communication). De acordo com um
Fluminense, o padrão PLIC consiste em uma caixa comutadora que interliga uma
rede de banda larga, Wi-Fi, Cable Modem ou outra qualquer, com a rede elétrica
interna de uma casa. Com isso, as tomadas estão habilitadas a transmitir dados
uma rede de dados. Este é o modelo aplicado pela AES Eletropaulo Telecom, que
vem testando o uso da internet pela rede elétrica por cerca de dois anos.
grupo AES
pela tecnologia BPL chega a 15 Mbps, tanto para upload quanto para download. De
AES, Emerson Hioki, diversas são as vantagens do PLC. “A tecnologia não oferece
desvantagem em seu desempenho, mas sim muitos benefícios, como flexibilidade,
Hioki disse ainda que a companhia está investindo em novas tecnologias que
Algumas distribuidoras utilizam ainda o PLC para fins próprios. É o caso da Light
(RJ), que estuda a tecnologia há três anos. A companhia utiliza SMI (Serviço de
joga o sinal da baixa para média tensão e esse equipamento ainda é caro. Com
isso, nos restringimos a trafegar com dados apenas na baixa tensão, vão até o
cortes dessa rede e o seu rompimento devido a roedores, por exemplo. Com o PLC,
eletromagnéticas. “As bombas elétricas, quando são ligadas, jogam ruído na rede e
com uma empresa de telecom ou criar uma subsidiária. Até o momento ainda não
“Por questões tecnológicas não dá para se colocar mais de um sistema PLC na rede
ocupa todas as faixas, até para poder se acomodar com relação às interferências.
“Na hora em que a empresa transferiu a sua rede para uma terceira instalar
evolução da demanda interna das empresas. “As expectativas estão muito mais
telecomunicações e ofertarão seus serviços. Acho que isso está longe ainda”. Para
mais adequadas.
“É difícil dizer qual será o futuro do PLC, mas observando essas tecnologias, o PLC
já perdeu espaço, o custo barateou bastante. Alguns fabricantes dizem que o custo
para aprovação do modelo de uso do PLC é caro, então outras tecnologias estão
conseguindo se manter mais viáveis”, opina Paulo Henrique Lopes, da Aneel. Para
Oliveira, da Anatel, falta tempo para que se possa conseguir resultados que sejam
mais técnico. Acredito que não é uma solução que deve andar sozinha, vai compor
energia”, acredita.
Referencia:
http://www.redeinteligente.com/2010/07/26/plc-mais-incentivos-para-
avancar/
Sobre o Autor
Aderbal Borges
aborges@fitec.org.br
Fonte: teleco.com.br
A tecnologia BPL (Broadband over Power Line) ou PLC (Power Line Communications) é a
tecnologia de comunicação de dados, voz ou imagem que utiliza a rede de energia elétrica como
meio de transmissão. O princípio de trafegar outros sistemas pela rede elétrica não é novo, pois
há quase nove décadas atrás, já se tinha registros de transmissões de voz por redes elétricas de
alta tensão. Nesta época as concessionárias necessitavam estabelecer comunicações entre suas
unidades e pretendiam monitorar e gerenciar as redes.
Em 1920, com modulação AM, a comunicação de voz sob redes elétricas utilizava uma faixa de 15
a 50 kHz. Não existiam os conhecimentos de métodos de codificação nem existiam sistemas
digitais para implementações de técnicas avançadas. Embora se tenha esta como uma das
primeiras técnicas de transmissão, não se pode esquecer que as características do sinal de dados
são bem diferentes do sinal de voz.
Como a rede de telefonia não era apta para estabelecer estas atividades foi necessário
desenvolver técnicas específicas de transmissão de dados pela rede elétrica. A primeira técnica
que possibilitou a utilização da rede de distribuição de energia elétrica para transmissão de alguns
sinais de controle foi desenvolvida em 1930. Conhecido como RPC (Ripple Control), caracterizava-
se pela utilização de baixas freqüências (100 a 900 Hz), possibilitando comunicação a taxas bem
baixas e potência elevada para a transmissão. O sistema possibilitava comunicação unidirecional,
sendo utilizadas tarefas simples como o acionamento da iluminação pública e o controle de carga.
As técnicas de transmissão desenvolvidas permitiam somente o tráfego de dados de banda
estreita uma vez que a utilização da rede para monitoramento e gerenciamento exigia um baixo
tráfego e não era uma atividade regular. As redes elétricas sempre foram projetadas para
basicamente obterem a menor perda de energia na transmissão, sem considerar qualquer
requisito para telecomunicações.
Até a década de 80, novos sistemas com taxas ainda modestas foram desenvolvidos. As primeiras
investigações no sentido de analisar as características da rede elétrica e as reais capacidades da
mesma como canal para comunicações foram conduzidas por algumas empresas de energia na
Europa e Estados Unidos, ainda nos anos 80 [4]. As faixas de 5 a 500 kHz eram as mais
consideradas e dois fatores tiveram predominância nestes estudos: a relação sinal/ruído e a
atenuação do sinal na rede.
O crescente interesse na utilização das redes de distribuição de energia elétrica como uma
alternativa para o fornecimento de diversos serviços de telecomunicações, notadamente voz e
dados com alta velocidade na chamada última milha, rede de baixa tensão conectada ao usuário
final, motivou e tem motivado a pesquisa e o desenvolvimento de sistemas capazes de superar as
características hostis deste ambiente como canal de comunicação.
A forma acentuada com que o uso da internet tem crescido nos últimos anos contando com
aplicativos sofisticados e incorporando recursos multimídia, faz com que seja cada vez mais
interessante contar com sistemas que, além de proporcionarem altas taxas de transmissão,
forneçam conexão permanente ou dedicada aos usuários.
Os sistemas BPL possibilitam uma boa opção adicional de prover dados em banda larga para áreas
urbanas e rurais, aumentando a competitividade no fornecimento de serviços de comunicação de
dados em banda larga e provendo o serviço para áreas de difícil ou limitado acesso. Como
mencionado, o princípio de funcionamento desta tecnologia não é novo, entretanto, apenas nos
últimos quatro anos aproximadamente, com o advento dos novos equipamentos de conectividade,
a tecnologia tem sido avaliada e considerada por algumas empresas e incluída em planos de ação
social do governo federal.
No entanto, a tecnologia PLC usa a faixa de freqüências de 1,705 MHz a 80 MHz sobre linhas de
distribuição de energia elétrica e a disseminação de sistemas de comunicação de dados utilizando
esta tecnologia sem normalização e homologação dos equipamentos pode contaminar o espectro
reservado em ambientes que operem com serviços baseados em radiofreqüência nesta faixa.
Podem ser citadas utilizações clássicas dessa parte do espectro como o Serviço Móvel Aeronáutico
(inclui-se comunicações de tráfego aéreo), Serviço Fixo Aeronáutico, Serviço Móvel Marítimo,
canais para uso em correspondências governamentais, faixas de freqüências para uso exclusivo
militar, Serviço Fixo, Radioamador e outros.
Para evitar possíveis contaminações do espectro e viabilizar a convivência dos sistemas BPL/PLC,
proporcionando a devida compatibilidade eletromagnética, com os demais serviços alocados nas
faixas em questão, tornam-se necessários estudos que especifiquem os devidos processos de
mitigação, indiquem as faixas a serem protegidas e os limites para a operação dos equipamentos
BPL/PLC.
Este trabalho, teórico e de medição experimental com sistemas reais em operação, visa
caracterizar essas contaminações no espectro eletromagnético, através de testes já realizados
pela própria Anatel, e visa também fornecer material técnico especializado para colaborar com a
recente parceria feita por Anatel/CNPq/Inmetro. O estudo apresentado neste trabalho demonstra
resultados de ensaios efetuados no CPqD, em Campinas-SP, com um sistema de comunicações de
voz e dados em HF com estações em Campinas e Brasília, operando no mesmo ambiente com
sistemas PLC instalados em um trecho de aproximadamente 380 metros, em rede de energia
elétrica de média tensão.
Motivação
A principal motivação para a realização deste trabalho foi minha participação nas medições da
compatibilidade eletromagnética entre sistemas PLC e outros sistemas de telecomunicações,
sendo estas realizadas no período em que estive estagiando no Inmetro, no ano de 2007.
Estudos diversos têm sido realizados sobre a compatibilidade eletromagnética de sistemas PLC em
relação aos demais sistemas atuantes na faixa de HF, para assegurar um funcionamento de todos
eles de forma coexistente. A importância de nossos testes reside na viabilização da implantação
desta nova tecnologia no Brasil [14].
A Anatel tem feito estudos em cooperação com outras instituições de ensino e pesquisa, no intuito
de garantir esta coexistência dos diversos sistemas existentes, o que dentre muitos benefícios,
tornaria mais próximo da realidade o processo de inclusão social e digital de áreas periféricas com
pouca ou nenhuma disponibilidade de infra-estrutura para comunicação de voz e dados. Estes
sistemas já têm sido utilizados experimentalmente em algumas regiões do país.
Esta deficiência logística se deve ao alto custo de implantação de uma infra-estrutura de rede
cabeada e de comunicações sem fio (wireless), agravada pela viabilidade econômica de
atendimento a poucos usuários. Em regiões urbanas as alternativas tradicionais ainda
apresentam-se como as mais vantajosas economicamente, devido à quantidade e concentração de
usuários, o que possibilita um maior compartilhamento de recursos e de custos. Entretanto, isto já
não ocorre em regiões que as empresas de telecomunicações julgam que não proporcione um
retorno financeiro que justifique o investimento, como periferias destes centros urbanos,
comunidades carentes e as zonas com baixa densidade demográfica e baixo índice de linhas
telefônicas instaladas por habitante.
A importância da tecnologia PLC no plano de governo atual para a inclusão social e digital é que a
mesma utiliza um meio de acesso com infra-estrutura instalada e presente em quase todos os
domicílios do país. Fato que reduz os custos de implantação do serviço e da utilização dos acessos
à banda larga para o usuário final.
Objetivo
Os dois tutoriais da série apresentam em sua parte introdutória uma breve introdução sobre a
tecnologia PLC, a motivação para pesquisar sobre este tema, o objetivo do trabalho e a
estruturação da série de tutoriais.
Este tutorial parte I descreve o funcionamento da rede elétrica em si, bem como as adaptações
que a mesma sofre para se adequar às aplicações do PLC, e a seguir foca as técnicas de
transmissão que os sistemas PLC utilizam para transportar seus sinais, desde as antigas técnicas
testadas até as atuais, dando uma atenção especial para a modulação OFDM e suas derivadas,
sendo estas as mais utilizadas atualmente.
O tutorial parte II descreverá as aplicações atuais e futuras do PLC, nas áreas das
telecomunicações, da informática e da eletricidade, descreverá as primeiras pesquisas e testes
realizadas no Brasil para a tecnologia PLC, bem como alguns projetos pilotos aplicados no país, os
testes de medição de compatibilidade eletromagnética em sistemas PLC de média tensão,
realizados em 2007, realizados pela parceria criada por Anatel/INMETRO/CPqD, visando
homologar equipamentos PLC no país, e a finalmente apresentará a conclusão do trabalho.
As linhas de transmissão para telecomunicações buscam sempre obter uma melhor resposta de
freqüência e podem ser caracterizadas por possuírem uma uniformidade ao longo de sua
extensão, apresentando valores de capacitância, indutância e resistência, série e paralelo, em
qualquer que seja o trecho estudado.
Geralmente são redes acima de 110KV. São redes utilizadas para interligar os centros de geração
aos centros de consumo, geralmente percorrendo grandes distâncias. Este nível de tensão é
marcado principalmente pelas perdas por efeito Joule e por capacitâncias e indutâncias parasitas.
As redes de alta tensão foram projetadas para transporte da energia das usinas de geração até as
estações consumidoras, localizadas a dezenas ou até centenas de quilômetros de distância. Por
esse motivo, o custo se tornou um fator importante, o que levou o sistema trifásico (a três fios) se
tornar predominante em todas as plantas de distribuição do mundo.
Alguns fatores importantes podem ser observados com relação ao sistema a três fios. Esta
configuração permite a geração de tensões de mesma amplitude com defasagem de 120º entres
as ondas senoidais, melhor geometria na construção das torres de transmissão e melhor
transmissão de potência.
Geralmente redes entre 10KV e 70KV. São Usadas para consumidores de grande porte e possuem
subestações próprias para alimentar sua planta. Pode-se facilmente identificar a distribuição
secundária, sendo quatro fios que ficam arranjados na posição vertical, contendo um neutro e três
fases.
As redes de média tensão são responsáveis pela interligação entre as subestações. Este nível de
tensão pode também ser utilizado no fornecimento de energia elétrica aos consumidores de maior
porte como indústrias, hospitais, condomínios, grandes edifícios e etc. No Brasil, as tensões
padronizadas são 13,8 kV (alimentação de transformadores de distribuição e médios clientes) e 25
kV (grandes indústrias).
No cenário brasileiro atual, podem ser encontrados três diferentes tipos de linha de transmissão
para média tensão [9]:
• Linha convencional de média tensão – construída com condutores de cobre ou alumínio,
puros ou revestidos com material isolante e montados sob travessas de madeira no alto
dos postes. A distância entre os condutores pode variar entre 50 e 100 cm, dependendo
da tensão utilizada.
• Linha compacta de média tensão ou Spacer-Cable – também com característica aérea,
utiliza afastadores capazes de manter uma distância de 10 a 20 cm entre os cabos,
criando uma disposição losangular, suspensos por um cabo guia. Os condutores
empregados são sempre isolados nesse tipo de construção.
• Linha multiplexada de média tensão – são linhas formadas por três condutores isolados e
blindados, que são torcidos juntamente com um cabo guia, o qual é utilizado para
sustentação do sistema. Atualmente, está em grande utilização devido menor
complexidade quando comparado as linhas convencionais e compactas.
Geralmente são redes de até 0,5 KV. Este é o nível de tensão derivado do enrolamento secundário
do transformador de distribuição e que efetivamente chega à maioria das unidades consumidoras.
A natureza dinâmica com que as cargas são inseridas e removidas da rede, as emissões
conduzidas provenientes dos equipamentos e as interferências de diferentes naturezas fazem
deste ambiente o mais hostil, para a transmissão de sinais, dentre os três níveis de tensão
apresentados
Aumentando ainda mais a capilaridade do sistema elétrico, está a rede de baixa tensão. Ela é
responsável por atender os consumidores em suas residências, comércios e pequenas indústrias.
Por atingir raios de 100 até 500 m, ficou conhecida como a última milha (Last Mile) e, embora se
apresente como a melhor opção para a disseminação das telecomunicações sobre a rede elétrica,
este segmento sofre bastante interferência devido a eletrodomésticos, motores e outros
equipamentos que estão constantemente sendo conectados e retirados do circuito.
Neste segmento da topologia, os valores padrões de tensão podem ser fornecidos em circuitos
monofásicos de 127 ou 220 V, ou ainda em circuitos bifásicos e trifásicos de 220 ou 380 V. O
fornecimento de circuitos em 440 V se destina apenas a pequenas indústrias que possuem
motores e outros equipamentos bastante específicos. A tensão de fornecimento é definida pela
concessionária local, considerando aspectos técnicos e econômicos.
No Brasil, encontramos três diferentes tipos de linhas de transmissão para este tipo de rede [9]:
• Linha convencional de baixa tensão – construída com condutores de cobre ou alumínio,
tendo as 3 fases revestidas com material isolante e o neutro nú. O sistema é montado em
disposição vertical junto aos postes de distribuição com distância entre os condutores
variando de 15 a 30 cm.
• Linha multiplexada de baixa tensão – são linhas com construção semelhante às linhas
multiplexadas de média tensão, porém, neste caso, os condutores não possuem
blindagem.
• Linha subterrânea de baixa tensão – as redes subterrâneas utilizam condutores de cobre
isolados não blindados para as fases e nús para o neutro. Podem ser classificadas em
radial, pois a rede secundária parte de apenas um transformador, ou malhada, porque
vários transformadores interligados e alimentados por diferentes redes primárias formam
uma rede secundária em malha, que se estende por várias quadras. Esta configuração é
largamente utilizada em grandes centros urbanos.
Esta seção analisa, independente do nível de tensão da rede, as propriedades físicas da rede
elétrica como meio de transmissão para sinais de alta freqüência, caracterizando as bandas de
utilização, o circuito de acoplamento e as principais limitações da tecnologia, como atenuação e
interferência.
Outro problema grave que pode ser encontrado é o fato do descasamento de impedâncias entre
diferentes tipos de cabos produzir uma reflexão acentuada dos sinais de dados que estejam sendo
transmitidos, impedindo sua propagação pela rede. A figura 1 [8] mostra o diagrama básico de um
sistema de comunicação PLC, onde podem ser vistas as unidades de transmissão e recepção, bem
como os circuitos de acoplamento e o meio de transmissão, neste caso a rede elétrica.
Circuito De Acoplamento
Ao se transmitir um sinal é desejável que o mesmo possua o mais alto valor de amplitude
possível, para que o receptor seja capaz de identificá-lo mesmo que este apresente atenuação.
Considerando que a rede elétrica sofre com distúrbios harmônicos e impulsivos, se faz necessária
uma segura separação entre os circuitos de transmissão/recepção e o meio elétrico, sem que
ocorram interferências a ponto de corromper a informação que está sendo transmitida.
O circuito acoplador apresentado nesta seção tem por função inserir e retirar o sinal analógico no
meio de transmissão, ao mesmo tempo em que mantém eletricamente isolada a parte eletrônica
da rede. Associado a ele, estão os dispositivos de modulação, multiplexação e correção de erros,
que permitem altas taxas de transmissão.
No lado do receptor, não se faz necessário um acoplamento tão rigoroso, visto que a amplitude do
sinal não é mais tão elevada. Porém, é desejado um acoplamento que permita uma ótima
filtragem das interferências geradas pelo canal. Desta forma, o valor do resistor R deve ser maior
que o valor da impedância da rede. Em prática, entre 100 e 150 Ω - 1 W [10].
Em virtude da freqüência de dados (acima de 20 kHz) ser de 400 até 3000 vezes maior que a
freqüência da rede (50 ou 60 Hz), relação de transformação N1:N2 normalmente varia entre 1:2 e
1:4 no lado do transmissor e 1:1 no lado do receptor [10].
A equação (1) [10] descreve o modelo de múltiplos percursos no domínio do tempo, onde a
função de transferência h(t) é caracterizada por: N, número de ecos existentes; τi, coeficiente de
atraso dos ecos e por αi, atenuação no sinal do eco pelo percurso:
(1)
Onde:
• h(t) - função de transferência em função do tempo, [adimensional];
• N - número de ecos existentes, [adimensional];
• αi- atenuação no sinal do eco pelo percurso, em [dB];
• δ (t - τi) - atraso dos ecos, levando em conta o tempo de atraso e o coeficiente de atraso,
em [µs].
A partir da equação (1), a função de transferência no domínio da freqüência pode ser calculada e
está representada pela equação (2) [10], onde o coeficiente αi, não depende somente do
comprimento do cabo, mas também da freqüência:
(2)
Onde:
• H(f) - função de transferência em função da freqüência, [adimensional];
• N - número de ecos existentes, [adimensional];
• αi- atenuação no sinal do eco pelo percurso, em [dB];
• 2πf – velocidade angular, em [rd/s];
• τi – coeficiente de atraso de ecos [adimensional].
(3)
Onde:
Uma vantagem interessante pode ser tirada do modelo apresentado. O fato dos ecos serem
atenuados por completo em percursos longos e apenas as reflexões maiores serem detectadas
pelo receptor, um pequeno número de ecos pode ser considerados na equação. Na maioria dos
casos, 3 a 5 percursos permitem ao modelo caracterizar sistemas com aproximadamente 40
reflexões ao longo do cabo.
Desta forma, o número de percursos considerados, N, controla a precisão do modelo fazendo com
que o mesmo possa ser utilizado em diferentes aplicações tais como:
• Levantamento de perfis aproximados de atenuação, considerando-se apenas o caminho
direto entre o transmissor e o receptor;
• Levantamento de modelos detalhados de links específicos no qual um grande número de
percursos é considerado;
• Definição de alguns modelos de referência caracterizando diferentes topologias através do
uso de um número moderado de percursos.
Atenuações
Nas redes PLC, esta preocupação é ainda maior. Devido ao compartilhamento da rede elétrica
como meio de transmissão, os sinais de alta freqüência sofrem os efeitos da atenuação e da
interferência eletromagnética de forma mais acentuada.
Existem diversos modos de atenuação para estes sinais, porém serão abordados somente os dois
mais comuns:
Embora as transmissões de energia (baixa freqüência e alta potência) e de dados (alta freqüência
e baixa potência) serem afetadas pelas mesmas propriedades físicas, existe uma considerável
diferença nas intensidades das atenuações para diferentes faixas de freqüências. Em particular, as
perdas aumentam consideravelmente com o aumento da freqüência como poderemos verificar a
seguir. Após análise realizada em condutores de alumínio, os quais são largamente utilizados em
redes elétricas, ficou comprovado que a atenuação se eleva com o aumento da freqüência devido
ao efeito pelicular gerado nos condutores, diminuindo assim a espessura da casca e, conforme a
figura 4 [13].
(4)
Onde:
• RAC - resistência do condutor em uma determinada área da seção transversal reta, em
[Ω];
• R - resistência na linha de transmissão para uma determinada freqüência, em [Ω];
• e - espessura da casca do condutor, em [mm];
• RDC - resistência do condutor considerando toda a seção transversal reta, em [Ω].
Outro problema grave que pode ser encontrado é o fato do descasamento de impedâncias entre
diferentes tipos de cabos produzir uma reflexão acentuada dos sinais de dados que estejam sendo
transmitidos, impedindo sua propagação pela rede. Estudos anteriores, baseados na norma
européia da CELENEC, determinaram que a impedância característica de uma linha de baixa
tensão aérea, utilizando dois fios de diâmetro d = 100 mm, equivalente a seção transversal de
75 mm2 e separados por s = 25 cm, pode ser dada pelo modelo apresentado na equação (5)
[10]:
(5)
Onde:
• ZLF - impedância característica de uma linha de transmissão de baixa tensão, em [Ω];
• s - separação entre os fios, em [mm];
• d – diâmetro dos fios, em [mm].
Quando duas linhas com diferentes impedâncias características (ZL1, ZL2) são acopladas, o
resultado do coeficiente de reflexão no ponto de acoplamento é dado pela equação (6) [10]:
(6)
Onde:
• r - coeficiente de reflexão entre as linhas de transmissão, [adimensional];
• ZL1 - impedância característica na linha de transmissão 1, em [Ω];
• ZL2 - impedância característica na linha de transmissão 2, em [Ω].
Analisando o acoplamento entre a rede subterrânea ZL1 = 50 Ω e a linha aérea (ZL2 = 470 Ω),
podemos observar que o nível de reflexão do sinal é bastante elevado, conforme a equação (7)
[10]:
(7)
Com isso, as potências transmitida (PT) e refletida (PR), em relação à potência total injetada na
rede (PE), são dadas pelas equações (8) e (9).
(8)
(9)
Onde:
• PT – potência transmitida, em [w];
• PR – potência refletida, em [w];
• PE – potência injetada na rede, em [w];
• r – coeficiente de reflexão, [adimensional].
Deste modo, apenas uma pequena parcela, em torno de 19 % do sinal consegue ser transmitido
pela conexão. Sendo este um dos maiores problemas encontrados nas redes atuais, a utilização de
um balun indutivo, constituído de um solenóide de ferrite, já utilizado para casamento de
impedâncias em rádio freqüência, foi crucial no desenvolvimento da tecnologia PLC. Com ele foi
possível realizar acoplamentos em redes elétricas de potência, praticamente livres de reflexão
para altas freqüências e sem interferência ao sistema de fornecimento de energia elétrica. A figura
5 [10] mostra o princípio de ligação do balun entre uma rede de baixa tensão aérea e uma rede
subterrânea, nos padrões de cabeamento europeu.
Figura 5: Balun utilizando entre redes de média tensão aérea e subterrânea
Para o cabeamento utilizado no cenário brasileiro, podemos ressaltar que as linhas aéreas
convencionais sofrem bastante com as variações de impedância causadas por isoladores
defeituosos, pelo fato da rede funcionar como antena para sinais de emissoras de rádio de ondas
médias (540 a 1600 kHz) e pela eventual presença de bancos capacitivos para correção de fator
de potência instalados ao longo da linha.
Embora as redes de média tensão sejam boas propagadoras de sinais em alta freqüência por
estarem imunes a oscilações causadas por cargas leves, os transformadores que acoplam estas
redes aos sistemas de baixa tensão criam uma barreira natural para freqüências acima de 20 kHz,
inviabilizando a disseminação de portadoras por entre as redes de média e baixa tensão. Por esse
motivo, a transmissão de dados pela rede elétrica, visando atendimento a usuários, está voltada
apenas para a última milha.
Por outro lado, esta mesma última milha sofre com os mais diversos tipos de interferências, onde
grande parte é causada por equipamentos elétricos durante operação normal, além de picos de
corrente e transientes devido à entrada e saída de cargas na rede. Particularmente, uma
instalação elétrica de um edifício se comporta como uma estrutura aberta, tipo antena, que sofre
com o aparecimento de sinais espúrios gerados por estações transmissoras de rádio.
Outro tipo de ruído colorido é devido às interferências não-harmônicas e harmônicas, sendo elas
causadas respectivamente por motores e transformadores.
A maioria das interferências não-harmônicas é encontrada nas redes de baixa tensão e possuem
uma posição variável no espectro de freqüência devido às alterações na rotação dos motores. Já
os harmônicos são gerados por transformadores da rede, podendo a interferência se propagar
tanto na média tensão quanto na baixa tensão. Ao contrário do anterior, os harmônicos não
dependem da carga da rede, pois são produzidos pela magnetização do núcleo dos
transformadores.
Na curva 1 da figura 6, podemos observar o ruído colorido de fundo gerado por motores
universais.
Já os ruídos de banda estreita (narrowband) são caracterizados por oscilações no espectro com
um nível elevado de PSD em uma largura de banda específica. Este tipo de ruído pode ser injetado
na rede, em freqüências de até 150 kHz, ao se ligar e desligar lâmpadas fluorescentes e
equipamentos elétricos, principalmente aparelhos televisores. As interferências acima de 150 kHz
são, na maioria dos casos, produzidas por estações transmissoras de rádio. A forma de onda do
ruído gerado por um televisor pode ser vista na curva 2 da figura 6.
Por último, os ruídos impulsivos (impulsive) são definidos como pulsos elétricos que podem chegar
a 2 kV com duração de 10 até 100 µs e são gerados, normalmente, por controladores de fase
(dimmers). São eventos raros e isolados, mas dependendo da duração do pulso, um ou mais bits
na transmissão poderão ser corrompidos, cabendo a um sistema de regeneração a correção dos
erros.
As redes de distribuição foram originalmente projetadas para transmitir energia elétrica de forma
eficiente, de modo que não estão adaptadas para fins de comunicação, fazendo com que tenham
que ser implementadas diversas técnicas avançadas. Devido às características especiais da rede
de distribuição como canal de comunicação, investigações e transformações devem ser feitas para
garantir a disponibilidade contínua do sistema elétrico e a eficiência para fins de transmissão de
dados.
A energia elétrica pode ser produzida de diversas formas, basicamente consiste na transformação
mecânica em elétrica. Podemos definir energia elétrica como a energia resultante do movimento
de cargas elétricas em um condutor. Como dito anteriormente, atinge quase a totalidade da
população brasileira, sem ela, hoje seria praticamente impossível fazermos quase tudo. Mas como
ela é produzida, como é transportada por milhares de km e distribuída em nossas casas? Como
podemos observar na figura 7 [3], existem 3 etapas bem definidas até a utilização por parte do
consumidor final da eletricidade:
• Geração - existem várias formas de se gerar energia elétrica. Porém devemos pensar na
relação custo x benefício e nas dificuldades apresentadas em se produzir energia em larga
escala. As formas mais comuns são: térmica, nuclear e hídrica. Porém, não podemos
deixar de levar em consideração as fontes de energia alternativas, tais como a eólica e a
solar. Ambas possuem ainda uso restrito e pequeno, mas podem ser consideradas
totalmente limpas e de fácil implantação em pequenas propriedades.
• Transmissão - normalmente, a geração de energia elétrica ocorre em locais distantes
dos centros consumidores. No caso de nosso país, predominantemente temos uma
geração baseada em usinas hidrelétricas, por isso faz-se necessária uma maneira de
transportar esta energia de um ponto ao outro. Após a energia ser gerada, ela é
conduzida, ainda dentro das usinas, às subestações elevadoras que irão elevar o nível de
tensão, geralmente entre 69kV e 750kV, para que seja transportada pelas linhas de
transmissão. Ao chegar aos centros consumidores, haverá subestações, agora
denominadas de abaixadoras, que irão receber esta energia elétrica e abaixar a tensão
para níveis aceitáveis de distribuição. A explicação anterior foi bastante simplificada,
visando apenas dar uma idéia geral do processo de transmissão de energia elétrica.
• Distribuição - uma rede de distribuição deve fazer a energia elétrica chegar até os
consumidores da forma mais eficiente possível. Conforme dito anteriormente, deverá
haver nos centros consumidores uma subestação abaixadora que irá reduzir o nível de
tensão para ser distribuído. Geralmente, a tensão é reduzida a 13,8 kV (distribuição
primária) e conduzida até os transformadores das ruas. Podemos facilmente identificá-la,
são aqueles três fios que ficam na parte mais alta dos postes. Ao chegar aos postes de
rua, esta tensão de 13,8 kV é abaixada para 127/220V (distribuição secundária). A figura
8 [3] mostra o esquema de distribuição de média tensão.
A necessidade de manter o funcionamento da extensa rede de alta tensão fez com que o
desenvolvimento de técnicas de transmissão de dados sobre a rede elétrica fosse visto com bons
olhos pelas empresas de distribuição, pois com tais técnicas seria possível gerenciar e monitorar
toda rede, assim elevando a eficiência da mesma.
Uma forma inicial de transmissão de dados pela rede de alta tensão é a CTP (Carrier Transmission
Powerline). A CTP foi desenvolvida pelas concessionárias de energia elétrica para suprir a
necessidade de transmitir as informações via rede de alta tensão. O baixo volume de informações
requeridas, em períodos de tempo relativamente longos, e a utilização de canais individuais
possibilitaram obter um fluxo de informação relativamente grande e bidirecional para aquela
época [10].
A CTP baseou-se no método convencional de modulação de banda estreita, que pode ser
facilmente implementado. Inicialmente foi utilizada a modulação em amplitude (AM – Amplitude
Modulation), posteriormente, passou-se a utilizar também a modulação em freqüência (FM –
Frequency Modulation) [10].
A faixa de freqüência utilizada foi entre 15 e 500 kHz, freqüências abaixo de 15 kHz requeriam
maior capacidade para estabilizar a rede, sendo assim economicamente inviáveis. Utilizando
pequenas taxas de transmissão foi possível transmitir por longas distâncias sem distúrbios. A
alocação das freqüências foi feita com muito cuidado para que não fossem usadas faixas de
freqüências já ocupadas por outras estações de rádio, evitando interferências em outras
transmissões. Alguns distúrbios causados por efeitos climáticos são inevitáveis, por exemplo,
distúrbios causados pelo efeito corona. Na tabela 1 [10] podemos observar a máxima distância
transmitida em redes de alta tensão de acordo com os distúrbios e a freqüência utilizada.
Após a total cobertura da rede elétrica, houve a necessidade do gerenciamento da rede de média
e baixa tensão. Diferente das linhas de alta tensão, as linhas de média e baixa tensão possuem
numerosas conexões e diferentes tipos de cabos, tendo assim uma variação muito grande de
cargas sendo inseridas e retiradas da rede, provocando uma alta atenuação e elevados níveis de
interferência.
O RCS trabalha em baixas freqüências, muito próximas às da rede de energia, permitindo assim
que as mensagens trafeguem entre transformadores de média e baixa tensão, atingindo longas
distâncias. A tabela 2 [10] nos mostra a máxima distância alcançada pelo RCS de acordo com o
meio utilizado e a freqüência.
500 kHz 60 km 20 – 30 km
1 kHz 30 km 10 – 15 km
2 kHz 15 km 5 – 7,5 km
Por outro lado, as limitações por atenuação limitam esta técnica a baixas taxas de transmissão,
permitindo apenas que a informação trafegue de forma unidirecional, isto é, entre a companhia de
fornecimento de energia e os consumidores ou vice-versa. Contudo, para as tarefas envolvidas no
gerenciamento da rede de distribuição de energia, estes fatores não constituem um problema,
visto que somente comandos de acionamentos são aplicados, requerendo uma baixa taxa de
dados.
As técnicas de modulação de portadora simples de banda larga apresentam uma boa resistência
aos ruídos impulsivos, um dos maiores problemas na transmissão de dados pela rede elétrica, e
um baixo custo para implementação de sistemas. Mesmo apresentando características relevantes,
estas técnicas também apresentam uma baixa eficiência espectral, limitação para taxa de
transmissão e alocação de freqüência.
Com base na tabela abaixo, a multiplexação de múltiplas portadoras com OFDM se apresenta
como a técnica mais qualificada para os cenários aplicáveis ao PLC. Para o sistema OFDM,
geralmente temos um grande número de sub-canais igualmente amplos, sendo que cada sub-
canal pode ser carregado com dados de acordo com a sua respectiva qualidade. A técnica OFDM
claramente oferece o maior grau de flexibilidade comparando-o com todos os cenários já testados
para PLC.
Técnicas de Técnicas de
Técnicas SST Portadora Múltiplas OFDM
Simples Portadoras
Eficiência Espectral 0,1 bit/seg.Hz 1-2 bit/seg.Hz 1-4 bit/seg.Hz >>1 bit/seg.Hz
Resistência à
- - + ++
Distorção
Resistência à Ruído 0 + 0 0
Flexibilidade e
-- -- 0 ++
Adaptabilidade
Custo do Sistema -- ++ - -
Aspectos EMC ++ -- 0 +
(++ Excelente; + Bom; 0 Regular; - Ruim; -- Muito Ruim).
O OFDM já apresentou excelentes resultados em aplicações como: linha digital assimétrica para
assinantes (ADSL – Asynchronous Digital Subscriber Line) e transmissão de áudio digital (DAB –
Digital Audio Broadcasting). Além disto vislumbra-se uma possibilidade de transmissão de vídeo
digital (DVB – Digital Video Broadcasting). O OFDM é comparado ao salto de freqüência (FH –
Frequency Hopping) uma técnica utilizada em espectro espalhado (Spread Spectrum) [10]. No
OFDM a largura de banda disponível Bt é segmentada em diversos sub-canais de banda estreita. O
fluxo de dados é transmitido pela multiplexação por divisão de freqüência, FDM, utilizando N
portadoras com freqüência f1, f2, ..., fN em paralelo. Conforme ilustrado na figura 9 [10], é
possível calcular a largura de banda de cada sub-canal, através da equação (10) [10].
(10)
Onde:
∆ - largura de banda de cada sub-canal, em [Hz];
Bt - largura de banda total do canal, em [Hz];
N – número de portadoras do canal, [adimensional].
A banda estreita dos sub-canais faz com que a atenuação e o atraso de grupo sejam constantes
dentro de cada canal, por conseguinte a equalização torna-se fácil e pode ser realizada pela
técnica conhecida como “1-tap”. Esta é uma vantagem relevante da sinalização por múltiplas
portadoras se comparado à portadora simples de banda larga. A ortogonalidade permite a
superposição espectral fazendo com que a eficiência espectral seja duas vezes melhor se
comparada à técnica por portadora simples. A equação 11 [10] mostra a fórmula para o cálculo da
largura de banda do canal:
(11)
Onde:
Bt - largura de banda total do canal, em [Hz];
N - número de sub-canais, [adimensional];
rs - taxa de símbolos do sinal, em [símbolos/s].
A excelente utilização do espectro é o elemento chave para o sucesso do PLC de alta velocidade,
considerando as características de passa-baixa e a limitação da faixa de freqüência útil por efeitos
de filtros, além da possibilidade de proibição por regulamentação pelo uso de certas partes do
espectro. No clássico sistema FH, a informação está contida numa seqüência de freqüências; i.e.,
as portadoras são transmitidas seqüencialmente. O sistema OFDM tem diferenças fundamentais,
porque cada portadora é modulada e carrega parte do fluxo de dados além de um grande número
de portadoras – tipicamente algumas centenas – serem transmitidas em paralelo. Como a
transmissão de sinais é a soma de portadoras moduladas, a representação no domínio do tempo
parece complicada, enquanto a magnitude do espectro permanece inalterada. A figura 11 [10]
mostra um pouco simplificado, o problema com 32 subportadoras e utilizando sinais (forma
cosseno) com valores reais no domínio do tempo, onde n é a quantidade de sub-canais e k é a
ocupação do canal de transmissão no instante T.
Figura 11: Problemas causados pelo fator “CREST” no OFDM para de 32 portadoras.
A figura 11a esboça as amplitudes espectrais constantes sobre o toda a faixa de freqüência, com o
espaçamento de Δf = 1/T. No domínio do tempo a variação do pico para rms (ratio mean
square), i.e., o fator CREST, representa um número importante, que deve ser mantido o mais
baixo possível. Isto não é uma tarefa fácil sendo o fluxo de informação de natureza randômica. O
gráfico da figura 11b mostra o pior caso, onde todas as 32 portadoras são somadas com a mesma
fase, que é zero nesse exemplo.
Na prática, o fluxo de informações a ser transmitido, a chamada carga de bits (bit loading),
determinará as fases das portadoras e isto pode ser controlado pelo transmissor. Isto significa que
um método sofisticado de modulação pode ser utilizado para impedir que a maioria das portadoras
tenha fases iguais, por conseguinte fazendo com que o fator CREST diminua.
Existe ainda, outro modo de transmissão OFDM conhecido como ROBO (ROBust OFDM). Como seu
nome indica, é um modo mais robusto, com maior redundância para suportar condições intensas
de ruído. É utilizado nos seguintes casos:
• Quando duas estações querem iniciar uma comunicação, mas ainda não foi feita uma
estimativa do canal e elas não sabem que parâmetros de transmissão utilizar.
• Quando a transmissão com os parâmetros estimados falha;
• Para transmissão em difusão e multicast onde não podemos determinar parâmetros ideais
para todas as estações da rede;
• Quando há mais de 16 dispositivos na rede. A especificação do PLC suporta até 16
dispositivos na sua taxa de transmissão normal. Caso sejam conectados mais que 16,
todos mudam automaticamente para o modo ROBO.
Síntese do Sinal OFDM, Modulação e Demodulação da Portadora
A síntese do sinal OFDM é feita pela transformada discreta inversa de Fourier (IDFT – Inverse
Discrete Fourier Transform), e no receptor a operação complementar chamada DFT (Discrete
Fourier Transform), tem que ser retirada antes da demodulação. As equações (12) e (13)
descrevem estes procedimentos para a taxa de amostragem 1/TS [10]:
(12)
(13)
Onde:
• s(k) - vetor de transmissão, de comprimento N, [adimensional];
• T = N. Ts. S(n) - vetores das linhas espectrais espaçados de 1/T, em [s];
• N - número de sub-canais, [adimensional];
• S(n) - vetor de recepção de comprimento N, [adimensional];
• s(kTs) - síntese do sinal OFDM feita pela IDFT para o transmissor, em amplitude [m] ou
em fase [º];
• S(n/NTs) - síntese do sinal OFDM feita pela IDFT para o receptor, em amplitude [m] ou
em fase [º].
A IDFT descrita pela equação (12) fornece o vetor de transmissão s(k) de comprimento N, que
corresponde à forma de onda de duração de T = N. TS. S(n), representa os vetores das linhas
espectrais espaçados de Δf = 1/T e carregando a informação a ser transmitida em fase e
amplitude. No receptor o vetor s(k) consiste em N valores discretos do sinal recebido, de acordo
com (3.4). O espectro S(n), resultado da DFT, contém a informação necessária de fase e
amplitude para detecção dos dados. Na prática, os cálculos necessários de acordo com (12) e (13)
podem ser feitos com eficiência por processadores de sinal digital (DSP’s – Digital Signal
Processors) com arquiteturas otimizadas para o algoritmo da transformada rápida de Fourier
(FFT – Fast Fourier Transform).
Quando comparada (3.3) e (3.4) imediatamente, percebe-se um alto grau de similaridade. A única
diferença, exceto pelo fator 1/N, é o sinal da função exponencial. Aplicando simples manipulações
matemáticas na (12) permite que o mesmo programa DSP seja usado para FFT e IFFT [10]:
(14)
Onde:
• s(kTs) - síntese do sinal OFDM feita pela IDFT para o transmissor, em amplitude [m] ou
em fase [º];
• S(n/NTs) - síntese do sinal OFDM feita pela IDFT para o receptor, em amplitude [m] ou
em fase [º].
• N - número de sub-canais, [adimensional];
Os coeficientes espectrais S(n) são representados na sua forma complexa conjugada, como
indicado na equação (14), somente alternando o sinal da função exponencial. Finalmente, após a
computação do somatório o sinal da parte imaginária deve ser alterado.
Como mencionado anteriormente, cada portadora num sistema OFDM carrega parte do fluxo de
dados, entretanto os dados não necessitam estarem igualmente distribuídos sobre as portadoras,
nem os mesmos métodos modulação precisam ser aplicados. Por isso vantagens consideráveis
podem ser fornecidas sempre que exista conhecimento suficiente sobre as propriedades do canal
útil. Se algumas partes da banda de transmissão apresentarem baixa atenuação e baixos níveis de
interferência, as sub portadoras, nesta faixa, poderão ser submetidas a um método complexo de
modulação como, por exemplo, QAM. Nas outras partes onde pequenos valores da relação
sinal/ruído (SNR – Signal Noise Ratio) são esperados, BPSK ou um método similar pode ser
utilizado. As regiões da banda que estiverem mais comprometidas podem ser atenuadas zerando
seus respectivos coeficientes de Fourier. A figura 12 [8] exemplifica um sistema OFDM simples
com modulação QPSK [10].
Transmissor OFDM
A figura 13 [10] ilustra o diagrama de blocos de um típico transmissor OFDM. O pacote de dados é
codificado. Assim o fluxo de bits codificados é convertido de série para paralelo e é dividido em N
grupos de ν bits. Cada um desses grupos representa um símbolo, que é designado a cada sub-
canal.
Conforme mencionado anteriormente é possível mapear os bits, individualmente, para cada sub-
canal. Porém este procedimento só deve ser aplicado se a qualidade do canal de informação for
acessível. Esta informação pode ser obtida numa fase de inicialização durante a transmissão de
uma seqüência de teste. Como os parâmetros do canal PLC são altamente estáveis, exceto para o
ruído impulsivo, uma simples seqüência de teste é normalmente suficiente. Os símbolos
complexos Si(n) na figura 13 são submetidos à IFFT, que soma as portadoras dos sub-canais
gerando N amostras do sinal de transmissão s(k) no domínio do tempo, conforme ilustrado na
figura 11: o sinal é convertido de digital para analógico, sendo inserido num amplificador de
potência, e acoplado as redes elétricas, conforme explicado anteriormente neste seção.
A figura 14 [10] apresenta um canal com uma resposta impulsiva h(k) com adição de
interferência n(k) e a típica estrutura de um receptor OFDM. O sinal recebido r(k) é uma versão
distorcida de s(k) afetado por n(k). As N amostras de r(k) são coletadas na entrada do receptor
e convertidas de analógico para digital. Com a taxa de amostragem de 1/Ts o vetor r(k) é
recebido e digitalizado, pois em seguida é submetido à FFT. Resulta-se o vetor R(n)
representando todos os coeficientes de Fourier do sinal recebido.
Em muitos casos é necessário algum tipo de equalização para eliminar a influência da função de
transferência do canal antes da detecção dos símbolos e bits. Como os sub-canais de banda
estreita têm por natureza uma atenuação e um atraso de grupo constante a equalização torna-se
surpreendentemente simples. Desta maneira cada sub-canal pode ser descrito por sua função de
transferência.
Multiplicando cada coeficiente de Fourier Ri, na figura 14, pela correspondente Hi-1 na figura 15
[10] se obterá a equalização desejada (1 tap equalizer). Detalhes do processo de equalização são
ilustrados na figura 15:
O sistema OFDM promete solidez referindo-se a distorções por efeitos de filtros passa-baixa e
fortes flutuações da função de transferência dos canais PLC. A maior vantagem é obtida pelo fato
dos canais serem divididos em vários sub-canais com banda estreita (ver figura 10). Entretanto,
como apresentado acima, a equalização do sistema OFDM é um procedimento simples em
contraste com a equalização de banda larga, onde seria necessário, por exemplo, para sistemas
de múltiplas portadoras a utilização de outros cenários de modulação como o GMSK (Gaussian
Minimum Shift Keying). Neste caso a equalização usualmente consumiria toda a capacidade de
computação do rápido processador DSP.
O OFDM inerentemente soluciona um problema básico, não mencionado anteriormente, associado
ao PLC de alta velocidade: interferência intersimbólica (ISI) causada pelo espalhamento do atraso
pelos múltiplos percursos. Por meio disto o sinal desejado e uma ou mais cópias atrasadas
chegam ao receptor. A resposta impulsiva do canal claramente mapeia o comprimento, o número
e a atenuação das trajetórias do sinal. A duração total da resposta impulsiva é o elemento crucial
para o cenário de modulação. Geralmente sistemas de banda estreita enfrentam problemas com
trajetórias múltiplas. Por exemplo, um símbolo BPSK de 1 Mbit/s tem somente uma largura de 1
μs. Com um atraso por espalhamento de 1 μs, que ocorre facilmente em linhas de potência,
ocasionará a interferência entre dois símbolos, logo o receptor não conseguirá reconhecer a
informação. Se, todavia, a duração do símbolo for superior ao atraso das trajetórias, isto é,
significantemente maior que a resposta impulsiva, a recepção será sempre correta.
Quando a duração dos símbolos é longa, somente pequenas porções podem ser afetadas por
atrasos de espalhamento de 10 μs, que é típico do domínio do acesso, e em torno de 1 μs, que é
típico de canais de ambientes internos. Para altas taxas de dados, entretanto, os símbolos OFDM
tornam-se menores e quando eles se aproximarem de 100 μs, por exemplo, é importante inserir
etapas para eliminar a ISI. Felizmente isto é relativamente fácil de ser resolvido inserindo um
intervalo de guarda, que é preenchido por um prefixo cíclico. Este prefixo copia um número
suficiente de amostras – cobrindo a duração da resposta impulsiva do canal – do final do símbolo
OFDM e adiciona as cópias ao início do símbolo. A longa duração do símbolo OFDM, geralmente de
alguns micro-segundos, tanto quanto o prefixo cíclico, que usualmente é um pequeno percentual
da duração do símbolo OFDM, são fundamentais para o desempenho de um canal dispersivo no
tempo.
Como já estabelecido, os sub-canais OFDM podem ser desvanecidos individualmente para analisar
os impactos de interferência por banda estreita ou por freqüência seletiva. Além do mais, os
espectros podem ser efetivamente explorados, por causa da localização das portadoras e deste
modo os sub-canais são quase, arbitrariamente, selecionáveis. Esta alta flexibilidade é alcançada
sem fazer alterações de hardware; geralmente, somente o programa DSP tem que ser modificado.
Uma vez que a eficiência da largura de banda é um pré-requisito para o PLC de banda larga, o
OFDM apresenta-se como a técnica ideal. Mesmo que algumas partes da informação sejam
perdidas ao longo da transmissão, decorrente de desvanecimento e interferências, o OFDM é
capaz de não apresentar erros na recepção, devido à redundância de informações transmitidas em
diferentes sub-canais. Esta redundância reduz a taxa de transmissão de dados, entretanto a
confiabilidade das informações transmitidas é garantida para 100% do canal PLC.
GMSK
A técnica GMSK – Gaussian Minimum Shift Keying – é um caso particular da modulação OFDM,
muitas vezes é referida como OFDM de banda larga. Nesta técnica, as portadoras são moduladas
em fase, resultando em um “envelope” constante para que os amplificadores possam ser mais
simples. O sinal é robusto contra interferências de banda estreita, como sinais de rádio de ondas
curtas. São necessários os seguintes equipamentos para o funcionamento da tecnologia PLC:
• Modem PLC: usado para a recepção e transmissão dos dados, o modem é instalado em
um host (estação de trabalho, servidor, etc.) que é ligado à tomada de energia.
• Concentrador: sua função é extrair o sinal proveniente da rede de distribuição PLC e
injetá-lo sobre a rede de acesso.
• Repetidor: recupera e re-injeta o sinal PLC proveniente dos concentradores rede
doméstica.
• Equipamento de Subestação: sua função é permitir a interconexão com os provedores
de serviços e injetar o sinal na rede de média tensão.
• Unidades de acoplamento: as unidades de acoplamento são os equipamentos
acessórios necessários para injetar e adaptar o sinal de telecomunicações do equipamento
PLC para a grade de distribuição.
Este tutorial parte I procurou descrever o funcionamento da rede elétrica em si, bem como as
adaptações que a mesma sofre para se adequar às aplicações do PLC, e a seguir focou as técnicas
de transmissão que os sistemas PLC utilizam para transportar seus sinais, desde as antigas
técnicas testadas até as atuais, dando uma atenção especial para a modulação OFDM e suas
derivadas, sendo estas as mais utilizadas atualmente.
O tutorial parte II descreverá as aplicações atuais e futuras do PLC, nas áreas das
telecomunicações, da informática e da eletricidade, descreverá as primeiras pesquisas e testes
realizadas no Brasil para a tecnologia PLC, bem como alguns projetos pilotos aplicados no país, os
testes de medição de compatibilidade eletromagnética em sistemas PLC de média tensão,
realizados em 2007, realizados pela parceria criada por Anatel/INMETRO/CPqD, visando
homologar equipamentos PLC no país, e a finalmente apresentará a conclusão do trabalho.
Referências
[3] FERREIRA, M.V.A., “PLC (Power Line Communication)”, Laboratório Midia Com (UFF), jan
2005.
[6] ILEVO SCHNEIDER ELECTRIC, “Power Line Communication ILV2010 HeadEnd Outdoor”.
[8] LOPES, B. J., ROCHA, G. M., COELHO, P. R. F., “PLC – Powerline Communications.
Transmissão de dados pela rede elétrica”,ISMTII, 2003.
[9] ALVARENGA, L.M., PINTO JR., A.V., SOUZA, F.C, BANDIM, C.J., “Considerações sobre o uso de
redes de distribuição de energia elétrica como meio de propagação de sinais de comunicação”.
SNPTEE, out 2001.
[10] DOSTERT, K., “Powerline Communications”, Prentice Hall PTR 2001, EUA.
[11] ZIMMERMANN, M., DOSTERT, K, “A multhipath model for the powerline channel”, IEEE
Transaction on Communications, vol. 50, no. 4, 1998.
[12] VIDAL, A. de M., “Comunicação em Banda Larga via Rede Elétrica”. Grupo de Pesquisas em
Comunicações – GPqCOM, UFSC, ago 2002.
[13] COSTA, P. M. A da, “O efeito pelicular ou efeito skin”, UFSC, abr 2001.
[14] COLVERO, C.P., CARNEIRO, V.R.D., NERI, H.F., ANDRADE, R.T., “Medição de compatibilidade
eletromagnética de sistemas PLC”, Inmetro, nov 2007.
[15] Normas, publicações e artigos sobre a tecnologia PLC. Informação obtida em:
http://www.ebaplc.com
Acessado em 12/12/2007.
[19] Cooperativa de informações e publicações sobre BPL e PLC. Informação obtida em:
http://www.homeplug.org
Acessado em 18/10/2007
[20] Produtos e soluções para redes de energia elétrica. Informação obtida em:
http://www.echelon.com
Acessado em 28/03/2007.
[21] Companhia Paranaense de Energia. Informação obtida em:
http://www.copel.com
Acessado em 21/09/2007.
[25] VARGAS, A. A., PEREIRA, C. E., LAGES, W. F., CARRO, L., “Comunicação de Dados Através
da Rede Elétrica”, Brasil, 2004.
[27] CARNEIRO, V.R., COLVERO, C.P. , ANDRADE, R.T., “PLC - Powerline Communications
Histórico e Compatibilidade com outros Sistemas”, Inmetro, Junho de 2007.
Modem PLC
Repetidor BT/BT
Repetidores BT/MT
Acessórios
Acopladores
Para se introduzir e adaptar os sinais de dados dos equipamentos PLC para as redes de Baixa e
Média tensão, são necessários acopladores. Dois principais tipos de acopladores são utilizados,
quais sejam:
• Acopladores capacitivos, que injetam os sinais de dados através de contato direto com as
linhas de energia elétrica.
• Acopladores indutivos, que injetam os sinais por indução.
As figuras abaixo apresentam exemplos de acopladores:
Fonte: PLC Utilities Alliance , PUA (2004)
Caixa de Distribuição
A Caixa de Distribuição é utilizada para facilitar a distribuição de sinal PLC em painéis elétricos em
edifícios. Normalmente vem equipado também com um filtro de surtos, que filtra os ruídos
provocados pelos equipamentos ligados na rede elétrica.
Isolador de Ruídos
O Isolador de Ruídos deve ser utilizado para a conexão do modem PLC, quando no circuito aonde
o modem será conectado existir um ou mais aparelhos eletroeletrônicos. Isto permite um melhor
desempenho do sistema PLC, com a redução do nível de ruído na rede.
Caixa de Distribuição
A Caixa de Distribuição, normalmente equipada com filtro de surto, promove a interface entre
diversos modems PLC e um repetidor BT/BT. É normalmente utilizada para facilitar a distribuição
de sinal PLC em painéis elétricos em edifícios.
Diversos fabricantes já estão produzindo os equipamentos PLC em escala comercial. A lista que se
segue apresenta alguns dos principais fornecedores, tanto na Europa, Estados Unidos e Ásia.
• Ascom - http://www.ascom.com/plc
• DS2 - http://www.ds2.es/
• Dimat - http://www.dimat.com/
• Eichhoff - http://www.eichhoff.de/english/
• Vitran - http://www.yitran.com/
• Mitsubishi - http://global.mitsubishielectric.com/bu/plc/index.html
• Sumitomo - http://www.sei.co.jp/plc_e/index.html
• Amperion - http://www.amperion.com/products.asp
• Ebaplc - http://www.ebaplc.com/en/index_flash.html
• Intellon - http://www.intellon.com/
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Fonte: http://www.ds2.es/subsecciones-web/subsecciones-
web-ficha.aspx?ID=23
Power-Line accessories:
Modems
Universal Terminal
Analog Terminal
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