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QUESTÃO 24
A banca solicitou aos candidatos, na questão 24, que fossem indicadas, dentre as assertivas I, II e III, aquelas que
estivesse corretas. Surpreendentemente, o gabarito preliminar apresenta como respostas justamente o oposto, ou seja,
as incorretas.
O item I diz que: “As Comissões Permanentes são criadas para apreciar determinadas matérias e se extinguem
ao término da legislatura, ou antes, quando alcançado o fim a que se destinam ou expirado seu prazo de duração.”
Esta afirmação corresponde, contudo, às comissões TEMPORÁRIAS que, segundo o artigo 45, II, são “as criadas
para apreciar determinada matéria, e que se extinguem ao término da legislatura, ou antes, quando alcançado o fim a
que se destinam ou expirado seu prazo de duração.”. Item, portanto, INCORRETO, por contrariedade à literalidade do
texto regimental.
O item III diz que “Na constituição das Comissões e na distribuição de seus cargos de Presidente e Vice-
Presidente, deverá ser sempre assegurada a representação majoritária das bancadas.” Outra afirmação que contraria a
literalidade do texto do regimento interno que, em seu artigo 46 diz que “Na constituição das Comissões e na distribuição
de seus cargos de Presidente e Vice-Presidente, assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação proporcional das
Bancadas.”
Não prospera o gabarito preliminar apresentado pela respeitável banca que indica, justamente, as alternativas
incorretas como sendo as corretas.
Desta forma, solicita-se a alteração do gabarito para B, com a atribuição de ponto ao recorrente.
QUESTÃO 29
A questão número 29 trazia afirmações quanto a instituto da disponibilidade e apresentou como gabarito
preliminar a alternativa D como sendo a correta.
O comando da questão, todavia, não apresenta informações suficientes para que a questão seja respondida de
forma objetiva.
Inicialmente, destaca-se que o instituto da disponibilidade tem tratamento diferenciado pela Constituição Federal
que, no artigo 41, § 3º, que prevê proventos proporcionais ao tempo de serviço, e na Lei Complementar nº 10.098/1994
que, em seu artigo 50, prevê que “o provento da disponibilidade será igual ao vencimento do cargo, acrescido das
vantagens permanentes”.
Ainda, a alternativa considerada correta pela banca examinadora lastreia-se em Decreto regulamentador do
instituto da disponibilidade para os servidores amparados pela Lei Federal nº 8112/90.
Tal decreto não estava previsto no edital e, a priori, nem poderia estar, haja vista que o concurso em tela destina-
se ao provimento de cargos do Poder Legislativo do Estado do RS.
Mesmo que se diga, ad argumentandum tantum, que a Lei Federal nº 9784/99 estava prevista no edital, há que
se lembrar que este diploma tem aplicação meramente supletiva nos demais entes federativos, o que, em matéria de
direitos dos servidores públicos mereceria previsão expressa.
O Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório é premissa essencial para segurança jurídica dos
candidatos em concursos públicos, como também é garantia essencial à legalidade e à moralidade da instituição.
É cediço que a Administração Pública se vincula as suas próprias declarações unilaterais de vontade, mormente
se exaradas em instrumento convocatório para certame público, sob pena de ofensa aos princípios da legalidade e
moralidade, além de outros correlatos.
Conforme o item 5.1 do edital as questões das Provas Objetivas e Discursivas serão elaboradas com base nos
Conteúdos Programático e no Quadro Demonstrativo de Provas, de acordo com os Anexos V, VI, VII e VIII.
Há afronta, além do princípio da legalidade, à razoabilidade, pois não há como exigir que o candidato conheça a
regulamentação de direitos de servidores de entes federativos diversos do RS.
Desta forma, tendo em vista a extrapolação em relação ao conteúdo previsto no edital, requer-se a anulação da
questão número 29 com a atribuição do ponto ao recorrente.
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RECURSOS – PROF. TAÍS FLORES Técnico Legislativo
QUESTÃO 31
A questão número 31 assim questionava o candidato ao cargo de Técnico Legislativo: “O pregão, instituído pela
Lei Federal nº 10.520/2002 como uma das formas de licitação teve como objetivo trazer objetividade, rapidez e eficiência
na aquisição de bens e serviços classificados como comuns. Dentre as inovações trazidas por esta lei está”.
O gabarito preliminar apontou como resposta correta a alternativa C: “A possibilidade de o LEILOEIRO negociar
diretamente com o proponente para que seja obtido o melhor preço.”
Contudo, observando-se a literalidade do artigo 4º, inciso XVII, vemos que a negociação será conduzida pelo
PREGOEIRO e não pelo LEILOEIRO:
Art. 4º, XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar
diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;
Com efeito, LEILOEIRO e PREGOEIRO não são a mesma figura. Este conduz o procedimento na modalidade
PREGÃO, enquanto aquele tem a mesma função na modalidade LEILÃO, prevista na Lei 8.666/93 e não na Lei 10.520/2002,
mencionada no comando da questão. Assim, como a questão é muito clara quanto ao que está questionando o candidato
– “Dentre as inovações trazidas por esta lei (a Lei nº 10.520/2002) está” - , não há resposta correta, impondo-se a anulação
da questão, o que se requer, com a atribuição de ponto ao recorrente.
QUESTÃO 32
A questão de número 32 pedia o candidato que assinalasse, dentre as alternativas, aquela que contivesse
afirmação incorreta. Ocorre que há duas alternativas com afirmações incorretas.
A alternativa A afirma, sobre a Lei nº 8429/92, “aplica-se apenas aos servidores públicos integrantes da
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e do
Municípios.” Em confronto com o texto da Lei de Improbidade Administrativa, percebe-se a total discordância em relação
ao disposto no artigo 3º da citada lei. Trata-se, à toda evidência, de afirmativa INCORRETA, o que atende ao comando da
questão.
Já a alternativa C diz que “Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar à Polícia Federal, para
a indisponibilidade dos bens do indiciado.” Evidentemente tem-se outra alternativa INCORRETA, vez que o artigo 7°
assevera que “quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá
a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos
bens do indiciado.”
Ora, a existência de duas alternativas contendo respostas possíveis ao comando da questão macula-a de nulidade
insanável, haja vista que, segundo o item 5.2 do edital, “as Provas Objetivas serão de múltipla escolha, com 05 (cinco)
alternativas (A, B, C, D e E) e 1 (uma) única resposta correta.” (grifo nosso).
Assim, a anulação da questão 32 é medida que se impõe e desde já se requer, com a atribuição de ponto ao
recorrente.
QUESTÃO 33
A questão de número 33 questionava ao candidato qual alternativa continhas afirmações corretas, o que, à luz da
legislação e da doutrina, encontra-se somente em IV. O gabarito preliminar, contudo, indicou que as afirmações II e IV
estão corretas.
Com a devida vênia, a assertiva II, ao tratar a estabilidade do artigo 41 da CF e também a do artigo 19 da ADCT
como REGRA GERAL, contrariou o entendimento doutrinário dominante.
O artigo 41 contém regra geral, contudo o artigo 19 dos ADCT é regra excepcional e transitória. Veja-se, neste
sentido, o magistério de Maria Sylvia Zanella Di Pietro 1:
1
Di Pietro, Maria Sylvia. Direito Administrativo. 28ª ed. p. 730)
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Técnico Legislativo RECURSOS – PROF. TAÍS FLORES
Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada
ao final de cada quadrimestre.
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do
limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer
título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada
a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
II - criação de cargo, emprego ou função;
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título,
ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de
educação, saúde e segurança;
V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da
Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
A exoneração de servidores estáveis só ocorrerá, conforme a dicção do artigo 23, na hipótese de extrapolação
dos chamados limites globais do artigo 19:
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os
limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual
excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço
no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da
Constituição.
A exoneração de servidores estáveis é justamente a medida em questão, prevista nos §§ 3º e 4ª do artigo 169 da
Constituição.
Ou seja: sendo ultrapassado o limite prudencial, a exoneração de servidores estáveis não é uma das
contramedidas previstas, como se vê.
Desta forma, não havendo alternativa que contenha apenas alternativas corretas, como solicita o comando da
questão, pugna-se pela anulação da questão 33 com atribuição de pontos ao recorrente.
2
A autora explica, na mesma página 730, que a Emenda Constitucional nº 19 de 1998 alterou o prazo de aquisição da estabilidade
para três anos.
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