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Classe dos Agnatas!

Estes peixes surgiram há mais de 500 M.a., antes qualquer outro grupo
de peixes atual. Outrora um grupo diversificado e numeroso, restam duas
ordens, as lampreias e as lampreias-de-casulo ou mixinas (peixe-bruxa).

As lampreias vivem em regiões temperadas, em águas marinhas ou


fluviais, reproduzindo-se em água doce. As mixinas são exclusivamente
marinhas e vivem em águas profundas tropicais ou superficiais de zonas
temperadas não muito quentes.

As designações alternativas deste pequeno grupo (são conhecidas


cerca de 50 espécies de peixes considerados primitivos) revelam algumas
das suas características mais notórias: Agnatha (a = sem + gnathos =
mandíbula) ou Cyclostomata (gr. cyclos = círculo + stoma = boca).

Caracterização da classe

Estes animais não apresentam mandíbula e têm uma boca circular


provida de ventosa com dentes córneos, com os quais perfuram a pele dos
peixes de que se alimentam.

O corpo destes peixes é longo e cilíndrico, com a parte caudal


achatada lateralmente, e revestido por pele fina e sem escamas.

Os olhos são bem grandes!

A pele é rica em glândulas produtoras de muco, especialmente nas


mixinas, que o produzem em grande quantidade para se defenderem de
predadores.

O esqueleto é cartilagíneo, tal como os raios que sustentam as


barbatanas dorsal e caudal em forma de remo. Não possuem barbatanas
pares.

Nas lampreias a notocorda persiste no adulto, envolvida por arcos


neurais imperfeitos, sendo o eixo de sustentação do corpo. Nas mixinas
este eixo cartilaginoso é ainda mais incompleto (não mais que um cordão
formado por nódulos cartilaginosos), o que lhes permite enrolar o corpo
num nó, tanto para se libertarem de predadores, como para se alimentarem.
Quando se alimentam, as mixinas formam um nó junto á cauda e
deslocam-no até á cabeça, forçando a boca a arrancar um pedaço de carne
da presa.
A respiração é feita por brânquias, geralmente 7 a 16 pares, em sacos
branquiais laterais que abrem diretamente para o exterior em fendas
branqueais, localizadas perto da cabeça.

A temperatura do corpo é variável – ectotérmicos.

O sistema digestivo não apresenta estômago. A boca é fechada ou


aberta pelo movimento para trás e para a frente da língua, a qual também
apresenta os pequenos dentes córneos da ventosa, sendo usada para ferir a
presa, principalmente nos indivíduos parasitas.

O sistema nervoso apresenta um encéfalo diferenciado, mas os órgãos


dos sentidos variam com o tipo de animal. As lampreias têm boa visão mas
as mixinas são cegas, embora ambas as ordens apresentem um olfato e
paladar apurados.

A excreção é feita por rins mesonéfricos.

Quase todos os agnátos passam a sua vida adulta no mar, migrando


para se reproduzir, seja apenas para águas mais frias ou mesmo para água
doce.

Nas lampreias os sexos são separados e a fecundação é externa. Os


casais escavam pequenas covas rasas, onde colocam os ovos fecundados e
de seguida morrem.

As larvas – amocetes -, são muito diferentes da forma adulta (parecem


anfioxos), são cegas e permanecem algum tempo nos rios (3 a 7 anos),
enterradas em zonas arenosas e calmas onde filtram o seu alimento pois
não apresentam dentes. Sofrem depois uma rápida metamorfose e, se trata
de espécies marinhas, migram para o oceano.

No caso das mixinas ou peixe-bruxa, estas são hermafroditas e os


ovos têm desenvolvimento direto, saindo os jovens dos ovos como
miniaturas dos adultos. A sua reprodução decorre sempre em água doce,
onde os adultos também viverão.

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