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Sala Chinesa de Searle

19 de novembro de 2016

A sala chinesa, é um experimento mental de John Searle, para servir de demonstração


contra certas teorias da filosofia da mente, como o funcionalismo e o computacionalismo. O
funcionalismo propõe que a mente se identifica pelo que faz, e não pelo que é feita,
distinguindo estados cerebrais de estados mentais,sendo que os estados mentais também
não estariam fora do cérebro, nem seriam iguais ao comportamento do indivíduo.O
funcionalismo qualifica a mente a partir dos dados que ela processa, e consequentemente
pelas ações que ela pratica, tornando-a análoga a um programa de computador, ao passo
que o computacionalismo, como o próprio nome sugere, seria literalmente como um
programa de computador, um software,como se conhece na vida comum. John Searle, com
a proposta da situação da sala chinesa, visa propor que a mente não pode ser um programa
de computador. Nessa situação, uma pessoa está numa sala fechada, onde recebe vários
cartões com palavras em chinês, e um manual com um programa que indica como ela deve
responder a essas frase recebidas através dos cartões, de forma que ela tem a impressão
de estar se comunicando com alguém que tem conhecimento da linguagem chinesa. A
capacidade de responder perguntas, ou de propor perguntas, faz a comunicação da sala
com as palavras e frases em chinês, ser considerada como de um ser pensante e
consciente. Tanto a pessoa que supostamente está fora da sala, propondo as frases em
chinês, não sabe se quem está dentro escrevendo as respostas realmente sabe chinês, e
da mesma forma, quem está dentro recebendo as frases em chinês, não tem como saber se
quem está fora, realmente sabe ou não a língua chinesa. Esse experimento mental, mostra
portanto, que a presença de uma estrutura linguística, nesse caso da língua chinesa,
articulando a comunicação com perguntas e respostas não decorre naturalmente em um
entendimento subjetivo, que se tem em primeira pessoa, como conteúdo da mente em
questão. A estrutura pode estar oca, vazia, mesmo que esteja bem feita e em bom
funcionamento. Na sala chinesa, existe comunicação do ponto de vista sintático, como
estrutura da linguagem, recebendo e processando informações, mas não do ponto de vista
semântico, como absorção do significado subjetivo da linguagem, como intencionalidade da
mente projetado as imagens que as palavras fazem referência. A computação portanto, na
medida que se limita a receber e processar informações de forma puramente sintática e
estrutural, se revela insuficiente para explicar estados mentais, pela ausência de percepção
do conteúdo semântico da linguagem. Da mesma maneira, o simples fato de uma
inteligência artificial, se comunicar perfeitamente, articulando uma certa linguagem, não
prova que ela é um ser consciente, mesmo que nãos e consiga distinguir sua comunicação
da de um ser consciente.

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