A sala chinesa, é um experimento mental de John Searle, para servir de demonstração
contra certas teorias da filosofia da mente, como o funcionalismo e o computacionalismo. O funcionalismo propõe que a mente se identifica pelo que faz, e não pelo que é feita, distinguindo estados cerebrais de estados mentais,sendo que os estados mentais também não estariam fora do cérebro, nem seriam iguais ao comportamento do indivíduo.O funcionalismo qualifica a mente a partir dos dados que ela processa, e consequentemente pelas ações que ela pratica, tornando-a análoga a um programa de computador, ao passo que o computacionalismo, como o próprio nome sugere, seria literalmente como um programa de computador, um software,como se conhece na vida comum. John Searle, com a proposta da situação da sala chinesa, visa propor que a mente não pode ser um programa de computador. Nessa situação, uma pessoa está numa sala fechada, onde recebe vários cartões com palavras em chinês, e um manual com um programa que indica como ela deve responder a essas frase recebidas através dos cartões, de forma que ela tem a impressão de estar se comunicando com alguém que tem conhecimento da linguagem chinesa. A capacidade de responder perguntas, ou de propor perguntas, faz a comunicação da sala com as palavras e frases em chinês, ser considerada como de um ser pensante e consciente. Tanto a pessoa que supostamente está fora da sala, propondo as frases em chinês, não sabe se quem está dentro escrevendo as respostas realmente sabe chinês, e da mesma forma, quem está dentro recebendo as frases em chinês, não tem como saber se quem está fora, realmente sabe ou não a língua chinesa. Esse experimento mental, mostra portanto, que a presença de uma estrutura linguística, nesse caso da língua chinesa, articulando a comunicação com perguntas e respostas não decorre naturalmente em um entendimento subjetivo, que se tem em primeira pessoa, como conteúdo da mente em questão. A estrutura pode estar oca, vazia, mesmo que esteja bem feita e em bom funcionamento. Na sala chinesa, existe comunicação do ponto de vista sintático, como estrutura da linguagem, recebendo e processando informações, mas não do ponto de vista semântico, como absorção do significado subjetivo da linguagem, como intencionalidade da mente projetado as imagens que as palavras fazem referência. A computação portanto, na medida que se limita a receber e processar informações de forma puramente sintática e estrutural, se revela insuficiente para explicar estados mentais, pela ausência de percepção do conteúdo semântico da linguagem. Da mesma maneira, o simples fato de uma inteligência artificial, se comunicar perfeitamente, articulando uma certa linguagem, não prova que ela é um ser consciente, mesmo que nãos e consiga distinguir sua comunicação da de um ser consciente.