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22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina

II-001 – TRATAMENTO BIOLÓGICO DE ESGOTO COM ZONA DE RAíZES –


EXPERIÊNCIA DA PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE

Íria Salete Vicznevski ( 1 ) Foto

Pedagoga pela Faculdade Catarinense de Ensino de Joinville. Pós-Graduada em


Psicopedagogia pela Faculdade Catarinense de Ensino de Joinville. Coordenadora do
Programa de Saneamento Ambiental Rural da Fundação Municipal 25 de Julho, vinculada à
Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Joinville
– SC.

Cassiano Garcia da Silva ( 2 )

Engenheiro Sanitarista pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Pós-


Graduado em Administração Pública pela Universidade da Região de Joinville –
UNIVILLE. Chefe do Serviço de Drenagem da Divisão de Drenagem e Saneamento da
Secretaria de Infraestrutura da Prefeitura Municipal de Joinville – SC.

Endereço(1): Rua Olavo Bilac, 905 – Pirabeiraba – Joinville –SC - CEP: 89239-100- Brasil
- Tel: (47) 424-1206 - e-mail: fm25at.joi@terra.com.br

Endereço(2): Rua Orleans, 248 – América – Joinville – SC – CEP: 89221-010 – Brasil –


Tel: (47)4332813 – e-mail: cassianogarcia@ibest.com.br

RESUMO

A carência de sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários nos municípios é


resultante principalmente do crescimento desordenado da população urbana, do elevado
custo das concepções clássicas de tais sistemas e da busca por novos, mais complexos e
onerosos sistemas de coleta e tratamento de esgoto. O sistema de tratamento com zona de
raízes surge como uma alternativa simples, de baixo custo, pouca manutenção e grande
eficiência no tratamento de esgoto e água de abastecimento. O processo de tratamento por
zona de raízes consiste na percolação da água ou esgoto em um tanque preenchido com um
determinado substrato, onde são plantadas espécies vegetais. O tratamento é realizado a
medida que o líquido avança pelo substrato devido a retenção física, a absorção de
nutrientes pela planta e a biodigestão das bactérias que utilizam o substrato como meio de
suporte para sua fixação. O sistema de tratamento por zona de raízes foi implantado no
município de Joinville pelo Programa de Saneamento Ambiental Rural da Fundação
Municipal 25 de Julho, vinculada a Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente
da Prefeitura de Joinville-SC. Na primeira etapa, foram implantados sistemas para
tratamento de água de abastecimento de propriedades rurais e seu monitoramento, ao longo
de cinco anos, mostrou um índice de redução de 98 a 99% em coliformes fecais e totais.
Com dificuldades para tratar seu esgoto, os agricultores começaram a utilizar este sistema,
iniciando-se assim a segunda etapa de implantação. Outro fator motivante foi que grande
parte das propriedades estão inseridas em área de Proteção Ambiental – APA, onde vem
sendo desenvolvido um trabalho de conscientização ambiental, promovido pelo Programa
SOS -Nascentes da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente em parceria com
a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento de Santa Catarina. Até o momento já
foram instaladas 17 unidades sendo 14 em residências, 1 escola, 1 hotel e 1 no aeroporto do
município. Os sistemas monitorados apresentaram elevada eficiência com a remoção de
99,65% de coliformes totais, 99,68% de coliformes fecais, 98,18% de DBO, 98,50% de
DQO, 69,02% de fósforo e 78,21% de nitrogênio. Estes resultados demonstram a grande
eficiência do sistema de tratamento biológico por zona de raízes e sua aplicabilidade no
tratamento de efluentes de pequenas comunidades, indústrias e empreendimentos que
geram efluentes com características orgânicas, como é o caso de abatedouros, frigoríficos,
refeitórios, aeroportos, tratamento de chorume de aterros sanitários, hotéis, etc.

PALAVRAS-CHAVE: Eficiência, Tratamento de Esgoto, Zona de Raízes, Sistemas, Leito


Filtrante.

INTRODUÇÃO

As cidades brasileiras vivenciam um crescente e acelerado processo de ocupação de suas


áreas urbanas, o que vem acontecendo de forma desordenada e desproporcional. Esse
crescimento gera graves problemas estruturais, como a carência de sistemas de coleta e
tratamento de esgotos sanitários, trazendo sérias conseqüências quanto a degradação
ambiental e saúde pública, com reflexos diretos sobre a qualidade de vid a da população.
Esta situação decorre, principalmente, dos elevados custos de execução dos sistemas de
coleta e tratamento de esgotos, como conseqüência direta das onerosas concepções
clássicas desses sistemas, bem como da busca incessante por novas tecnologias, que levou a
procura por complexos sistemas de tratamento de esgoto, com maior eficiência e redução
de espaço físico, porém com elevado custo financeiro, gasto de energia e manutenção.

Constitui- se portanto, um grande desafio tecnológico o desenvolv imento de novos sistemas


de tratamento de esgotos sanitários que proporcionem a redução dos custos de
investimento, requeiram o mínimo de manutenção e gasto operacional e que permitam fácil
disposição de sub-produtos, contribuindo para solução dos graves problemas que os
lançamentos de efluentes residuários domésticos vêm causando à saúde humana e ao meio
ambiente.
O sistema por zona de raízes surge como uma alternativa de baixo custo, pouca manutenção
e grande eficiência no tratamento de esgoto sanitário, podendo ser utilizado para o
tratamento de água de consumo humano.

O presente trabalho contém experiências de sistemas de tratamento de água de consumo e


de tratamento de esgoto no município de Joinville, desde 1998, nas propriedades rurais que
apresentavam problemas de contaminação por coliformes fecais nas águas de consumo das
propriedades e problemas de tratamento de esgoto, causando poluição nos mananciais que
abastecem o município.

O processo de tratamento por zona de raízes consiste na percolação da água ou esgoto em


um tanque preenchido com determinado substrato, onde são plantadas espécies vegetais.
No sistema de tratamento de água, o leito filtrante é diferente do usado para tratamento de
esgoto. Para água o leito é composto por brita nº 2, cacos de telhas, saibro e areia grossa
enquanto que no tratamento de esgoto, é composto de casca de arroz carbonizada, saibro ou
cascalho e brita nº 4. O tratamento é processado a medida que o líquido avança pelo
substrato devido a retenção física, a absorção de nutrientes pela planta e a biodigestão das
bactérias que utilizam o substrato como meio de suporte para sua fixação.

No município de Joinville a implantação dos sistemas por zona de raízes aconteceu em duas
etapas, inicialmente o sistema para água de co nsumo humano, e posteriormente com o
tratamento biológico de esgoto.

HISTÓRICO

No início da década de 70, professores universitários na Alemanha e fundadores do


Instituto de Ecoquímica, criaram um sistema para tratamento de efluentes onde o líquido
era percolado, filtrado e tratado em um tanque preenchido com substrato para fixação de
raízes de espécimes vegetais. Ralf Wagner, na época aluno, conheceu o sistema e também
trabalhou no Instituto de Ecoquímica como pesquisador assistente em 1983/84, vindo em
seguida para o Brasil, onde procurou divulgar a idéia de tratar água para consumo humano
e esgoto sanitário com zona de raízes, prestando assessoria a Empresa de Pesquisa
Agropecuária de Santa Catarina -EPAGRI. Dois sistemas foram instalados um para
tratamento de esgoto e outro para tratamento de água.

Após a verificação da eficiência dos sistemas, a EPAGRI divulgou esta tecnologia através
de cursos profissionalizantes, na área de Saneamento Ambiental, para técnicos e
agricultores do Estado de Santa Catarina.

Diante da eficiência do sistema e simplicidade construtiva, a Fundação Municipal 25 de


Julho, órgão vinculado a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente da
Prefeitura Municipal de Joinville, resolveu, então, disseminar a idéia junto aos agricultores
da região.
Em dezembro de1997, foi implantado um tanque de zona de raízes na Estrada do Pico e em
maio de 1998, na Estrada Bonita, para tratamento de água de abastecimento de
propriedades rurais, uma vez que várias fontes de abastecimento vinham apresentando
problemas de contaminação com elevado índice de coliformes fecais.

Posteriormente, a partir de junho de 1999, iniciou-se a implantação de tanques de zona de


raízes para tratamento de esgoto.

PRIMEIRA ETAPA: TRATAMENTO DE ÁGUA DE CONSUMO HUMANO

O tratamento de água por zona de raízes é um processo de filtragem lenta, onde a água
percola por um leito filtrante composto de brita, cacos de telhas e areia grossa distribuído
em camadas e compartimentos. O primeiro compartimento na entrada do sistema,
corresponde a 16,67% da área da caixa onde é colocado 70% de caco de telha e 30% de
brita nº2. O segundo compartimento, que corresponde a 66,66%, é preenchido com 70% de
areia grossa e 30 % de caco de telha distribuído em camadas.Já no terceiro compartimento,
onde a área corresponde a 16,67%, é preenchido com 100% de areia grossa, restando um
pequeno reservatório para coleta da água filtrada, na última etapa da caixa.

Todos os materiais filtrantes são dispostos em caixa de alvenaria impermeável, sendo que
em 83% da superfície do material filtrante é plantado o vegetal.

O dimensionamento da caixa de tratamento é realizado de acordo com a quantidade de água


consumida na propriedade. Para cada 1000 litros de água é necessário uma área útil de
2,20m2, tendo uma relação entre comprimento e largura de 2 a 4 vezes. O fundo do
primeiro compartimento é provido de um tubo de PVC de 100mm para a limpeza e, na
parte superior, um tubo de 25mm em PVC que funciona como ladrão para o excedente de
água afluente ao sistema.

O vegetal que vem sendo utilizado nos sistemas de tratamento de água para consumo é
Eleocharis elegans, popularmente conhecido como junco manso, planta nativa da região.
Apesar do incentivo técnico da Fundação Municipal 25 de Julho, foram implantados apenas
dois sistemas de tratamento de água para o consumo doméstico em propriedades rurais. Isto
se deve ao fato de existirem outras alternativas de melhoria na captação de água no meio
rural, como por exemplo, a captação direta da fonte com proteção da mesma com modelos
caxambu e botuverá, utilizados em várias propriedades da região.

RESULTADOS DA PRIMEIRA ETAPA

Um dos sistemas foi monitorado desde a sua implantação, em 1998 até 2002, com análises
de coliformes totais e fecais, como demonstram as figuras 1 e 2, respectivamente, tendo as
análises apresentado elevada eficiência do sistema.
Figura 1 – Demonstrativo da redução de coliformes totais

Figura 2 – Demonstrativo da redução de coliformes fecais

Como observado nas figuras 1 e 2, no decorrer dos cinco anos de funcionamento deste
sistema, a média de remoção dos coliformes totais e fecais foi de 98 a 99 %.

Pode-se notar que no início do funcionamento do sistema houve uma alta contaminação por
coliformes fecais, devido a falta de proteção na captação. Após uma melhoria realizada em
1999, o índice de contaminação reduziu.

Em 2002, foram coletadas 13 amostras do sistema, que apresentaram diminuição na sua


eficiência devido a possível saturação do material filtrante ao longo de cinco anos de
funcionamento. Após a conclusão de que o aumento de coliformes totais foi oriundo da
grande quantidade de matéria orgânica na fonte de captação e conseqüente saturação do
substrato no tanque de zona de raízes, realizou-se a substituição do mesmo em janeiro de
2003. Foi efetuado o monitoramento da inclusão do novo substrato, sendo realizadas
poucas amostragens do sistema para conclusões precisas, necessitando-se de um período
maior de funcionamento para novas avaliações.

SEGUNDA ETAPA: TRATAMENTO DE ESGOTO

O processo de tratamento biológico de esgoto por zona de raízes é um tratamento


complementar de fluxo horizontal de efluente líquido necessitando, primeiramente, de um
tratamento primário para retenção de sólidos. Em todos os sistemas instalados em Joinville,
utilizou-se caixa de gordura e tanque séptico como tratamento primário.

O processo consiste na percolação do efluente em um tanque preenchido com substrato em


camadas alternadas de saibro ou cascalho, casca de arroz e brita nº 4. O efluente do tanque
séptico ao chegar ao leito filtrante, primeiramente é distribuído através de um tubo de PVC
com diâmetro de 100 a 150mm perfurado com broca nº10 ou superior, instalado no fundo
do tanque com declividade de 1%. O espaço de 1,0 a 1,5 metros onde localiza-se esta
tubulação é preenchido com brita nº 4, para a regularização do fluxo ao longo do leito
filtrante.
Nas extremidades do tubo de distribuição, é instalado um tubo de inspeção na posição
vertical, de onde é realizado o controle do nível de água dentro do tanque, a retirada de
amostras para análises e possíveis manutenções.

O tratamento de esgoto acontece através de processos físicos, químicos e bioquímicos onde,


a medida que este avança pelo leito filtrante, as plantas absorvem os nutrientes q uímicos e
orgânicos do esgoto para o seu desenvolvimento, oxigenando o meio onde se processa o
tratamento, criando condições ideais para o desenvolvimento de bactérias que realizam a
digestão da matéria orgânica, eliminando também, bactérias e microorganis mos
patogênicos presentes no esgoto.

No final do tanque instala-se novamente, uma tubulação de PVC com diâmetro de 100 a
150mm perfurado com broca nº 10 ou superior, com declividade de 1% para a coleta do
efluente. O espaço de 1 a 1,5 metros onde localiza-se esta tubulação é preenchido com brita
nº 4, para facilitar a captação do esgoto já tratado. Na tubulação de coleta deve-se conectar
uma tubulação vertical para inspeção, controle de nível de água dentro do tanque e
possíveis manutenções.

A última etapa do sistema de tratamento é o encaminhamento do efluente tratado através de


uma tubulação de PVC até o poço de controle, que tem por finalidade manter o nível de
água constante dentro do tanque no leito filtrante, a fim de garantir o abastecimento de água
para o desenvolvimento das plantas em toda a extensão do sistema. A medida que as
plantas crescem, inicia-se o rebaixamento do nível de água para forçar o enraizamento das
mesmas no sentido vertical do substrato, obtendo maior eficiência do leito filtrante.

O tanque pode ser escavado no próprio solo, em média com 70 cm de profundidade,


declividade mínima de 1% e impermeabilizado com geomembrana de polietileno de alta
densidade (0,8 a 1,0 mm), sendo que somente pode ser aplicado em terrenos bem
compactados, com paredes inclinadas num ângulo de 45º. Em terrenos onde ocorre lençol
freático superficial e/ou solo de difícil compactação deve-se construir o tanque em concreto
para garantir a estabilidade do mesmo e estanqueidade com algum produto
impermabilizante ou geomembrana.

As plantas utilizadas nos sistemas de tratamento por zona de raízes devem ser da família
das macrófitas, devido a alta capacidade de absorção dos nutrientes e adaptação a lugares
úmidos com carga orgânica elevada. As plantas utilizadas no s sistemas implantados em
Joinville são da família Cyperacea- Eleocharis elegans e Família das gramíneas - Zizanopsis
bonariensis bras.

Os critérios de dimensionamento da instalação são determinados por seis fatores:

Volume do efluente (m3);

DBO do efluente a ser tratado;

Análise do solo;
Legislação ambiental;

Profundidade do lençol freático;

Tipo de vegetal.
Após a implantação dos dois sistemas de tratamento de água, iniciou-se uma grande
procura por parte dos agricultores pela implantação do tratamento de esgoto,
principalmente por grande parte das propriedades estarem inseridas numa área de Proteção
Ambiental - APA. Nesta área vem sendo desenvolvido um trabalho de conscientização
ambiental, promovido pelo Programa SOS -Nascentes da Secretaria Municipal da
Agricultura e Meio Ambiente em parceria com a Companhia Catarinense de Água e
Saneamento de Santa Catarina.Em junho de 1999 instalou-se o primeiro sistema de
tratamento de esgoto por zona de raízes no município de Joinville-SC, na comunidade
Estrada Rio da Prata, numa parceria entre o proprietário e o Programa SOS - Nascentes
sendo que, até o momento, já foram instalados 17 unidades. Dos sistemas instalados 14 são
residencias, 01 escola, 01 hotel e 01 no aeroporto do município.

Alguns sistemas fora m instalados em tanque de concreto, outros em tijolo cerâmico e


outros foram em geomembra aplicada diretamente sobre o solo.

A manutenção dos sistemas, até o presente momento, restringiu-se a retirada do lodo do


tanque séptico conforme o dimensionamento do mesmo, e no tanque de raízes a poda das
plantas para que estas aprofundem o sistema radicular, melhorando a absorção dos
nutrientes e a oxigenação do leito filtrante. Quanto a saturação do substrato, não observou-
se anormalidade em seu funcionamento até o momento, ao contrário do que aconteceu na
água potável.

RESULTADOS DA SEGUNDA ETAPA

A tabela 1 apresenta os valores médios das análises realizadas em quatro sistemas


instalados, sob a orientação da Fundação Municipal 25 de Julho.

Parâmetro

Unidade

Entrada

Saída

Remoção
Coliformes Fecais

NMP/100mL

1.450.000,00

4.607,50

99,68

Coliformes Totais

NMP/100mL

1.450.000,00

5.100,00

99,65

DBO

Mg/L

1.245,83

22,70

98,18

DQO

Mg/L

3.458,67

51,83

98,50

Fósforo

Mg/L

14,54

4,50
69,02

Nitrogênio

Mg/L

178,40

38,88

78,21

PH

6,83

6,79

0,00

Tabela 1: Valores médios de análises de coliformes totais e fecais, DBO, DQO, fósforo,
nitrogênio e pH.

Os valores de remoção apresentados na tabela 1 confirmam a elevada eficiência na remoção


dos coliformes totais e fecais, e também na remoção dos nutrientes químicos, como o
nitrogênio, fósforo e outros, ao contrário dos sistemas convencionais usados em larga
escala, como é o caso do filtro anaeróbio de fluxo ascendente, que apresenta remoção de 40
a 75 % de DBO, 40 a 70 % de DQO, 20 a 50 % de fósforo e não realiza a redução de
nitrogênio e coliformes fecais.

CONCLUSÕES

A experiência dos sistemas implantados em Joinville-SC com tratamento de água e esgoto


com zona de raízes possibilitou a divulgação desta tecnologia para outros municípios do
Estado, outros Estados do País.

O sistema com zona de raízes para tratamento de água para consumo humano é indicado
para as propriedades rurais, principalmente aquelas que captam águas de superfície e que
possuem alto grau de contaminação por coliformes fecais e totais, devido elevada eficiência
na remoção dos mesmos, como também na remoção dos nutrientes químicos pelas plantas.
O processo de tratamento de esgoto por zona de raízes ainda é pouco conhecido entre os
técnicos da área de saneamento. A falta de divulgação dos resultados das análises dos
sistemas já implantados e a inexistência de pesquisas mais abrangentes sobre o uso desta
técnica são os responsáveis por esta lacuna.

Este sistema apresenta grande viabilidade de implantação em função de requerer pouca


manutenção, de ser fácil aspecto construtivo, baixo custo, integrar-se ao meio ambiente,
não propicia aparecimento de insetos e roedores e não produz odores.

Em função da grande eficiência do sistema, é possível a reutilização da água após o


tratamento, podendo ser utilizada em vasos sanitários, lavagem de calçadas, pistas de
aeroportos, irrigação de plantas de jardim e na agricultura, exceto com as folhosas e outras
hortaliças que possam ser consumidas cruas.

Apesar de requerer áreas maiores do que os sistemas convencionais, como é o caso do filtro
anaeróbio de fluxo ascendente, o tanque de zona de raízes surge como uma solução de
baixo custo, pouca manutenção e grande eficiência no tratamento de efluentes de pequenas
comunidades, indústrias e empreendimentos com efluentes que apresentam características
orgânicas, como é o caso de abatedouros, frigoríficos, refeitórios, aeroportos, tratamento de
chorume de aterros sanitários, hotéis, etc.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECKER, P. Tratamento biológico de esgoto através de zona de raízes. Joinville, 1997.


Trabalho de Conclusão de Curso - Departamento de Engenharia Civil - Universidade do
Estado de Santa Catarina, 1997.

SILVA, C.G. Tratamento de esgoto com zona de raízes: uma solução alternativa para
administração pública. Joinville, 2001. Monografia de Especialização em Administração
Pública - Universidade da Região de Joinville, 2001.

TEREDA, M.; ZUCCOLO, A.C..F.; PAGANINI, W.S. Tratamento de esgotos domésticos


por disposição no solo com utilização de gramíneas. Revista DAE, v.45, n.142, p. 249-259,
1985.

WAGNER, R. Tratamento biológico de esgotos através de zona de raízes. Programa


Catarinense de profissionalizante de produtores Rurais. Florianópolis, 1994. Empresa de
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI, 1994.

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