Você está na página 1de 29

Diagnóstico Ambiental - APA da Lagoa Verde

Introdução
Os dados apresentados a seguir foram obtidos no trabalho desenvolvido pelo Núcleo
de Eduação e Monitoramento Ambiental (NEMA), intitulado ³Caracterização Ambiental
do Sistema Arroio - Lagoa do Bolaxa: Uma Futura Área de Proteção Ambiental´,
realizado através do Convênio FNMA/NEMA 070/96, entre outubro de 1996 e
setembro de 1997. O trabalho apresenta basicamente dados de qualidade da água,
mapeamento, levantamentos da fauna e flora e atividades a ntrópicas.
2. Área de estudo
A área de abrangência do projeto tem aproximadamente 4.000 ha e está inserida na
zona do estuário da Lagoa dos Patos, município de Rio Grande - Rio Grande do Sul,
conforme mapa da próxima página. Situada a uma distância mediana (10 Km) da
cidade de Rio Grande e do Balneário Cassino, sendo classificada como área urbana
pelo plano diretor municipal. O sistema Arroio - Lagoa do Bolaxa estende -se
longitudinalmente na direção nordeste -sudoeste, paralelo à linha de costa,
acompanhando os cordões litorâneos característicos da planície costeira do RS. Em
direção sudeste o Sistema está a 5 km do Oceano Atlântico. De forma geral são três
os ambientes que compõem o Sistema: o terrestre, o de água doce e de água salobra.
A salinização do Sis tema ocorre através do Saco da Mangueira pelo Canal Simão, na
porção nordeste da Lagoa Verde, o aporte de água doce é proveniente,
principalmente, dos Arroios Senandes e Bolaxa, situados a sudoeste desta.
3. Metodologia, resultados e discussão
3.1 Mapeamento
Para a execução desta meta foi realizado primeiramente o levantamento
aerofotogramétrico para a obtenção das imagens. Este levantamento ficou a cargo do
Laboratório de Oceanografia Geológica da Fundação Universidade de Rio Grande,
contratado para tal fi m.
A metodologia usada consistiu em sobrevôos com aeronave de asa alta do aeroclube
de Rio Grande. Uma câmara fotográfica 35 mm Nikon FG 20 com motor drive,
adaptada na parte externa da aeronave e filmes coloridos asa 100 de 24 poses foram
utilizados para a obtenção de cerca de 400 fotos verticais. Tendo por base os limites
previstos para a APA, com base em trabalho de campo, calculou -se as linhas de vôo,
de acordo com técnicas tradicionais de aerolevantamento vertical. Após revelados, os
negativos foram convertidos para o meio digital através do uso de escanner apropriado
e armazenados em zip drives.
Por tratar-se de método alternativo, de menor custo, aos levantamentos
aerofotogramétricos tradicionais, optou -se também por contratar o mesmo Laboratório
para o tratamento das imagens e elaboração dos mapas.
A metodologia de análise usada consistiu no uso das fotos verticais 35 mm, fotografias
verticais na escala 1:60.000 de maio de 1996, de propriedade do Laboratório supra
citado e reconhecimento de campo que resultaram na confecção de dois mapas, os
quais seguiram a seguinte seqüência de processamento.
1. Obtenção da base digital a partir do produto do levantamento aéreo;
2. Mapa geral viário e com os limites propostos para a APA, definidos mediante pontos
conhecidos no terreno e informações obtidas através de GPS;
3. Mapa ambiental com as principais feições e áreas de interesse procurando associar
a cada unidade ambiental o padrão verificado nas fotos;
4. Cálculo das áreas mediante reclassificação supervisiona da da base digital.
Os equipamentos utilizados no tratamento dos dados e elaboração dos mapas foram:
computador Pentium 133 MHZ, mesa digitalizadora A1, impressora jato de tinta HP
680 C, ploter jato de tinta, GPS Magelam 2000, escanner de mesa HP, program as de
geoprocessamento e tratamento de imagens.
A equipe do NEMA auxiliou nos trabalhos de campo e discussão sobre as unidades
ambientais. Os resultados obtidos foram:
- Fotografias atuais da área do Sistema;
- Mapas temáticos: mapa geral viário com os li mites propostos da APA e mapa de
unidades ambientais.
Á area proposta para a APA municipal tem um total de 3.634 hectares.
Identificou-se 12 unidades ambientais, conforme mapa de unidades ambientais, que
compõem todo o sistema.
A unidade ambiental (u.a.), água, pode ser dividida ainda, conforme resultados das as
análises físico-químicas, em doces e salobras. O processo, período e extensão da
salinização é melhor discutido na meta B, gráfico 2 de salinidade.
As áreas urbanas dentro dos limites propostos para a APA são os bairros Senandes,
entre os pontos 1 e 2 dos mapas, e o bairro Bolaxa, ponto 5 dos mapas.
Os marismas, ou pântanos salgados, situados na porção nordeste da Lagoa e ao
longo do Canal Simão, tem sua distribuição correlacionada aos dados de salin idade
encontrados.
Também acompanhando a distribuição da salinidade, foi verificado em saídas de
campo a existência de bancos de pradarias submersas (Ruppia maritima),
principalmente nos meses de novembro à maio. É de conhecimento geral que estas
pradarias junto com os marismas, são os principais ambientes de criação para
espécies de peixes e crustáceos dependentes do estuário no seu ciclo vital. Algumas
destas espécies, como o camarão, a tainha, a corvina e o linguado tem elevado valor
comercial e represen tam importante recurso aos pescadores artesanais do Rio Grande
do Sul e Santa Catarina.
Os banhados de água doce também representam importante área de criação e
alimentação para várias espécies, assim como a vegetação aquática submersa
encontrada na Lagoa e Arroios. Outras funções ecológicas importantes são: a
exportação de nutrientes, a regulação do fluxo hídrico e a ação como filtro para os
detritos da água. Estas funções também são comuns aos marismas.
No sistema são encontrados três tipos de mata nativa , de composição florística
semelhante, mas diferentes na abundância e crescimento das espécies. Os três tipos
são: mata de restinga em dunas fásseis, mata ciliar ao longo dos arroios e mata
paludícula ou molhada conforme nomenclatura local.
Os campos baixos inundáveis são os preferidos para a criação de gado pela qualidade
das pastagens e desempenham função importante no regime hidrológico
(enchente/seca) sazonal da região.
Matas de eucaliptos são antigas e comuns no local, seu plantio tem as funções de
servir como quebra-vento, fornecimento de lenha, escoras e moirões para construção
de benfeitorias. Nas bordas de alguns eucaliptais, que possuem um maior
espaçamento entre linhas e não sofrem corte a bastante tempo (+/ - 40 anos), nota -se
o estabelecimento de mata
nativa pioneira.
As nascentes dos arroios são formadas por olhos d¶água, banhados e cavas dos
cordões litorâneos que armazenam água da chuva no inverno, principalmente,
possibilitando suprir os arroios no resto do ano.
As dunas fósseis são resquícios de antigas linhas de costa e em alguns casos são
locais que abrigam sítios arqueológicos dos índios que aqui habitavam na época do
descobrimento. Hoje estas dunas se apresentam vegetadas por mata de restinga,
tendo além de importância para a fauna e flora grande beleza cênica. São os únicos
locais naturais de maior altura na planície.
Os campos arenosos são usados para a criação de gado e ocupação urbana.
Das unidades ambientais apresentadas, é a única que se adequa ao parcelamento do
solo para expansão de loteamentos habitacionais.
Característicos do sul da planície costeira do RS, os cordões litorâneos foram
formados pelo crescimento sucessivo da linha de costa nos últimos 5.000 anos. São
paralelos a linha de costa e sua conformação de crista e cava direc ionam o fluxo das
águas no sentido nordeste -sudoeste formando os mananciais (³nascentes´) da água
do Sistema.
Á área agrícola assinalada no mapa refere -se a um grande plantio de hortigranjeiros.
Pequenas áreas de plantio também existem nos campos baixos qu e margeiam o lado
noroeste da Lagoa, não aparecendo no mapa pelo seu tamanho em relação a escala
usada.
O tamanho de cada unidade ambiental e seu percentual em relação a área proposta
para a APA é apresentado na Tabela 1 e Figura 1, a seguir:

Tabela 1. Relação das unidades ambientais observadas na área de estudo, suas


respectivas áreas (m2 e ha) e proporção relativa a área proposta da APA.

Figura 1.
Distribuição
proporcional das unidades ambientais em relação a área proposta para a APA.

3.2 Análises da água


Foram realizadas coletas mensais ao longo de 12 meses em 06 pontos amostrais
(mapa amostral em anexo 03), totalizando 72 amostras. Foi usado um barco a remo,
vidraria específica, pipeta, termômetro e reagen tes específicos para coleta dágua.
Locais de coleta:
Ponto # 1 - canal/CORSAN - local de despejo dos efluentes da bacia de decantação
da Estação de Tratamento de água de Rio Grande no Canal Simão (ligação natural
entre a Lagoa Verde e o Saco da Mangueira).
Ponto # 2 - canal/lagoa - local de intersecção entre o Canal Simão e a Lagoa Verde.
Ponto # 3 - lagoa - local mediano em relação ao comprimento da Lagoa Verde.
Ponto # 4 - lagoa/Bolaxa - ponto na desembocadura do Arroio Bolaxa na Lagoa Verde.
Ponto # 5 - arroio Senandes - ponto de coleta no curso do arroio Senandes, que é
tributário do arroio Bolaxa, onde este é seccionado pela estrada Rio Grande - Cassino
(RS 734).
Ponto # 6 - arroio Bolaxa - local de coleta no curso do Arroio Bolaxa onde este
também é seccionado pela RS 734, próximo ao assentamento urbano do mesmo
nome.
A malha amostral e a periodicidade das coletas permitiu verificar a sazonalidade,
bem como as entradas e saídas de água do Sistema.
Foi coletado somente água superficial, devido a baixa pr ofundidade local
(profundidade máxima ½ 0,80 cm na Lagoa e ½ 3,0 m nos Arroios e Canais). Análises
preliminares realizadas pelo NEMA/CORSAN em 1993 não apresentam variações
significativos entre as análises de fundo e superfície.
As amostras foram analisada s em laboratório particular especializado (Laboratório
Lago Azul), e os métodos utilizados basearam -se no ³Standart methods for the
examination of water and wastewater´ da American Public Health Association, 1976.
Os resultados obtidos estão listados nas t abelas 2 e 3.

Tabela 2. Resultados dos parâmetros físico -químicos dos pontos amostrais de # 1 a #


6 ao longo dos meses do ano.
Tabela 3. Resultados dos parâmetros bacteriológicos dos pontos amostrais de # 1 a #
6 ao longo dos meses do ano.
De modo geral são três os resultados obtidos com esta meta:
1- Determinação de um marco ³zero´ para a qualidade das águas do Sistema,
possibilitando um futuro monitoramento. Branco (1993) faz duas abordagens
referentes à qualidade da água.
‡ o termo ³qualidade´, quando aplicado à água, refere -se, normalmente, não a um
estado de pureza química, mas sim às suas características tal como encont rada na
natureza, isto é, de uma solução de vários produtos do ambiente natural.
‡ a qualidade da água é um valor relativo utilizado em função da aplicação que dela se
pretende fazer.
2 - Caracterização das águas que compõem o Sistema.
3 - Comparação com padrões e resultados de áreas similares.
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental classificou em 1994 as águas do Sistema
como de Classe Especial. Esta classificação considera que esta classe de águas
doces são destinadas ao abastecimento doméstico sem pré via ou com simples
desinfecção e à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas. Nesta
Classe não são tolerados lançamentos de águas residuais, domésticas e industriais,
lixo e outros resíduos sólidos e substâncias tóxicas, mesmo tratados, u ma vez que não
admite nenhuma espécie de lançamento, não tem padrões de qualidade ambiental
(FEPAM, 1994).
Mesmo sem padrões definidos pela legislação, usou -se com fins comparativos e de
exemplificação os padrões estabelecidos paras outra classes pelo CONA MA e
resultados bibliográficos de áreas similares.
Como as amostras são pontuais desconsiderar -se-ão resultados extremos, as análises
dos gráficos foram feitas de forma geral no sentido de obter as tendências do Sistema.
Foram graficados os parâmetros cons iderados mais significativos para caracterização
da qualidade e variações sazonais das águas, os resultados dos parâmetros não
graficados estão apresentados nas tabelas anteriores (2 e 3).

Figura 2. Variação da salinidade ( S 0/00 ), no Sistema ao longo dos meses do ano.

A salinidade na Lagoa do Bolaxa variou de 0 a 170/00 , sendo que as menores


salinidades estão relacionadas com os índices de maior pluviosidade da região (Figura
3) e com ventos predominantes que não beneficiam a entrada de água salgada no
Sistema.
Segundo, Castello, op. cit., a dinâmica das águas do estuário da Lagoa do Patos é
principalmente controlada pelo regime de ventos (direção e intensidade) e pela
precipitação pluvial. Devido a proximidade com um ponto anfidrômico as marés são d e
pouca amplitude (50 cm) e pouco influem em águas estuarinas.
A figura 2 mostra a entrada de água salgada nos meses de dezembro a maio nos
pontos #1, #2, #3, #4, como a água salgada entra pelo canal Simão (ligação com o
Saco da Mangueira), há uma diluição da salinidade em direção a montante do Sistema
(sul da Lagoa Verde e Arroios). O ponto #1, apesar de ser o primeiro local de
amostragem em relação ao sentido nordeste -sudoeste (entrada da água salgada),
apresentou pequenas variações de salinidade indicand o um efeito localizado pelo
despejo de efluentes da Estação de Tratamento de Água (ETA).
Os pontos # 5 e # 6 nos Arroios Bolaxa e Senandes localizados à montante do
Sistema apresentaram -se tipicamente como águas doces em todo período estudado.
Mas em situações extremas pode ocorrer salinização de até 7 0/00 , encontrada por
Tagliani et al em 1982, fato atribuído a longo período sem chuvas na época.

Figura 3. Variação da pluviosidade e precipitação, no Sistema ao longo dos meses do


ano. Taxas acumuladas en tre o período das amostragens.

Figura 4. Variação de temperatura (°C), no Sistema ao longo dos meses do ano.

A temperatura das águas na área de estudo variou de 10°C a 27°C. Os menores


valores ocorreram nos meses de inverno e as águas mais quentes no s meses de
verão (Figura 4).
Figura 5. Variação de oxigênio dissolvido (mg/lO2) no Sistema ao longo dos meses do
ano.

A concentração de oxigênio dissolvido nas águas do Sistema variou de 4 mg/lO2 à 8,7


mg/lO2, sendo que a maioria das amostragens revela ram que o sistema apresenta um
padrão entre 5,5 e 8 mg/l de O2 (Figura 5).
As análises demonstram boa quantidade de oxigênio na água do Sistema, ao longo do
ano. Segundo Branco, op. cit. a água do mar, ou de qualquer rio ao nível do mar,
possui a 20°C de temperatura, não mais que 9 mg/l de O2 .
Estes resultados mostram que o Sistema apresenta valores de oxigênio dentro dos
padrões do CONAMA Classe 1 e das médias encontradas na região do Saco da
Mangueira que estão em torno de 7,5 mg/l (Gianuca et al, 1977; Costa et al, 1982, in
FEPAM op. cit.).

Figura 6. Variação da DBO (mg/lO2) no Sistema ao longo dos meses do ano.

Todo Sistema apresentou DBO bem acima do padrão da Classe 1 estabelecido pelo
CONAMA (DBO < 5 mg/l O2) (Figura 6), durante todo o ano. Este fato pode ser
atribuído a elevada quantidade de matéria orgânica contida nestes ambientes
aquáticos transicionais de baixa profundidade. Os maiores valores de DBO nos meses
de primavera e verão e nos pontos onde há entrada de água salgada, pode também
ser atribuído à resuspensão do sedimento depositado no fundo pela ação dos fortes
ventos de nordeste (característicos da região) e pela própria entrada da água salgada.
Branco, op. cit. diz que esgotos domésticos, co nstituídos essencialmente de matéria
orgânica e água, apresentam uma DBO de mais ou menos 300 a 400 mg/l O2 .
Costa et al, 1982 e Almeida et al, 1984 encontraram médias de DBO no Saco da
Mangueira e zona norte da cidade entre 2,2 mg/l a 2,6 mg/l (in FEPAM op. cit.).
Os altos valores de DBO encontrados em relação às médias exemplificadas
anteriormente e ao padrão do CONAMA merecem uma melhor investigação. Mesmo
assim consideramos aceitáveis os valores encontrados, devido às características do
Sistema.

Figura 7. Variação do pH no Sistema ao longo dos meses do ano.

O pH variou de 4,5 a 8,5, com uma tendência de baixa no inverno (Figura 7), sendo
que a maioria dos valores ficaram entre 6 e 7,5 dentro dos padrões estabelecidos para
a Classe 1 do CONAMA (6 a 9 ).

Figura 8. Variação de alumínio (mg/l Al+3) no Sistema ao longo dos meses do ano.
As dosagens de alumínio foram feitas para verificar a possível contaminação
proveniente da Estação de Tratamento de Água de Rio Grande (ETA) da Companhia
Riograndense de Saneamento (CORSAN), que despeja suas águas residuais no
Sistema.
A ETA é responsável pelo tratamento e distribuição de água potável no município, o
resíduo deste tratamento é composto por água e lodo com concentrações de sulfato
de alumínio, usado no pr ocesso de floculação da matéria orgânica.
A Figura 8 mostra que as maiores concentrações de alumínio ocorrem no período de
entrada de água salgada. No Sistema a entrada de água pelo Canal Simão traz
consigo o efluente da ETA. No período de saída de água há uma diminuição das
concentrações. As maiores concentrações (0,4 mg/l Al+3) ocorreram nos meses de
novembro e maio, estes picos estão relacionados com os procedimentos de limpeza
parcial da bacia de decantação da ETA, o que remobilizou uma maior quantidade de
material.
Muitas amostras apresentaram valores superiores ao padrão (< 0,1 mg/l) relativo à
Classe 1, e sugerido para a preservação da vida aquática por Moore, 1991 (in FEPAM
op. cit.).

Figura 9. Variação de nitrato (mg/l NO3 -) no Sistema ao longo do s meses do ano.

Figura 10. Variação de nitrito (mg/l NO2 -) no Sistema ao longo dos meses do ano.

As dosagens de nitrato e nitrito ficaram praticamente constantes ao longo do Sistema,


durante todo ano. Há uma pequena tendência de alta nas concentrações de nitrato
nos meses de inverno.
Os padrões sugeridos para Classes de 1 a 5 pela FEPAM op. cit. são: nitrato 10,0 mg/l
NO3 e nitrito 1,0 mg/l NO2. As concentrações encontradas para nitrato estão entre 0,1
e 2,0 mg/l NO3 e para nitrito entre 0,01 e 0,4 mg/l N O2 estão bem abaixo dos padrões
estabelecidos (Figuras 9 e 10).
Há um aumento do nitrogênio amoniacal com a chegada do inverno, que deve estar
associado a morte da vegetação aquática e de banhado com posterior carreamento
pelas chuvas para as águas do Sist ema.

Figura 10. Variação de fosfato (mg/l PO4) no Sistema ao longo do ano.

As maiores concentrações de fosfato são nos meses de primavera e outono. Há


tendência de diminuição para o período de inverno também deve estar relacionada à
lavagem do Sistema pelas águas da chuva (aumento do fluxo das águas).

Figura 11. Variação de sulfetos (mg/l H2S) no Sistema ao longo do ano.

Os sulfetos, elemento considerado de possível toxicidade pelo padrão, apresentou


valores bem superiores ao padrão CONAMA (< 0,002) . Todas as amostras
apresentam tendência de queda após a lavagem do Sistema pelas chuvas de inverno.
As maiores concentrações foram encontradas nos pontos #1, #2 e #3 durante o
período de entrada de água salobra oriunda do Saco da Mangueira. Este fato pode
estar relacionado aos despejos de esgotos industriais no Saco da Mangueira,
proveniente das indústrias de fertilizantes e petroquímica ali estabelecida. Também a
direção predominante dos ventos, de nordeste, possa estar trazendo contaminação
aérea. Tais hipóteses merecem uma melhor investigação.
Figura 12. Variação de coliformes fecais (n/100ml) no Sistema ao longo do ano.

O CONAMA considera que para indicar a balneabilidade das águas é necessário ter -
se a média entre cinco amostragens contínuas. No pr esente trabalho as amostragens
são pontuais e mensais, mas são tomadas como um indicador da qualidade das
águas.
O Sistema mostra na grande maioria dos pontos amostrais e durante a maioria dos
meses do ano valores dentro dos padrões do CONAMA. Há uma tendê ncia de
aumento nos meses de inverno, fato que pode ser atribuído às chuvas que ³lavam´ os
campos carreando fezes de animais domésticos e não raras vezes o extravazameto
das fossas sépticas do esgoto doméstico. Como na região não há coleta e tratamento
de esgotos, o sistema de fossas sépticas e filtro são usadas pela grande maioria dos
domicílios dos bairros Bolaxa e Senandes.
Os resultados das análises de água foram enviados ao M.Sc. em Geoquímica Clóvis
Antônio Franciscato para uma consultoria preliminar sobre a qualidade das águas do
sistema, o parecer está transcrito abaixo.
Foram analisados diversos parâmetros físico -quimícos do sistema Lagoa Verde -
Arroio Bolaxa - Arroio Senandes com o objetivo de avaliar a qualidade das águas. De
maneira geral, os pa râmetros comportaram-se de acordo com o esperado para este
tipo de sistema, que se caracteriza por receber as águas de drenagem de vegetação
de áreas úmidas (banhados, baixios) e pela intrusão de água salgada nos meses de
estiagem. Os valores de ph mostrar am-se, na média, muito próximos da neutralidade
(ph = 7,0) e com distribuição espacial satisfatoriamente homogênea. Algumas
variações temporais podem ser atribuídas ao regime de circulação de águas. No
encontro das águas arroio Bolaxa com a Lagoa Verde for am registrados os valores
mais ácidos.
Outros parâmetros como oxigênio dissolvido, alcalinidade, concentração de ferro e
compostos nitrogenados inorgânicos apresentam distribuição espacial homogênea e
com valores compatíveis com este tipo de ambiente, salv o alguma variação do tipo
aleatória.
É necessário, no entanto, chamar a atenção em relação a três parâmetros que podem
indicar algum tipo de interferência na qualidade das águas. Em primeiro lugar, o
ensaio que determina o consumo potencial de oxigênio (de manda bioquímica de
oxigênio ou DBO) apresentou valores altos, o que pode ser devido às características
do ambiente, porém o que chamou mais atenção foi a distribuição temporal e espacial
dos valores de DBO. Mesmo se assumirmos os valores referentes aos ar roios Bolaxa
e Senandes (ao redor de 20 mg/l) como ³background´ (ou nível base), veremos que
algumas estações apresentaram, como média, valores próximos ou acima do dobro do
valor de ³background´, em especial as estações que representam o encontro das
águas do arroio Bolaxa com a Lagoa Verde e a saída da Lagoa Verde para o canal de
comunicação com o Saco da Mangueira. Se observarmos a distribuição temporal,
veremos que estas estações chegam a apresentar valores que equivalem a quatro
vezes o valor de ³background´ durante os meses de verão. Estas discrepâncias podem
refletir o aporte de matéria orgânica para estes pontos, não se podendo descartar a
possibilidade de aporte de efluentes domésticos.
Em segundo lugar a concentração de fosfato apresentou grande va riação na
distribuição temporal, atingindo valores extremamente altos em todas as estações,
atingindo valores mais aceitáveis apenas nos meses de inverno. Esta altíssima
concentração chama mais atenção quando relacionada á baixa concentração de
compostos inorgânicos nitrogenados. Observa -se que o aumento na concentração de
fosfato dissolvido não é acompanhado pelo respectivo aumento na concentração de
compostos nitrogenados, indicando que provavelmente não provenham da mesma
fonte (i.e., decomposição da mat éria orgânica). Nestes tipos de ambientes, em geral a
concentração de compostos nitrogenados excede a concentração de fosfato.
Por último, temos que comentar a variação na concentração de alumínio dissolvido.
No intervalo de ph encontrado no sistema o alum ínio é muito pouco solúvel, sendo
este comportamento compatível com as concentrações encontradas na maioria das
estações.
No entanto, a estação próxima ao canal de escoamento do tanque de decantação da
CORSAN apresentou uma concentração de alumínio que, na média, foi mais de duas
vezes superior as outras estações. Como este aumento de concentração ocorreu sem
ser observada uma concomitante variação de ph, é provável que possa estar
ocorrendo um lixiviamento de alumínio do tanque da CORSAN. Apesar da
concentração de alumínio não chegar a se caracterizar como sendo de risco, é
necessário que se tome conhecimento do fato.
Os dados utilizados representam um ano de amostragem e análises químicas, e
indicam que o Sistema ainda não está comprometido, porém começa a apresentar
alguns sinais de alteração que necessitam ser melhor estudados.´

3.3 Monitoramento das atividades antrópicas

Foram realizadas saídas mensais onde foram observadas, registradas e


documentadas as atividades humanas na área de estudo.
As principais atividades antrópicas observadas foram:
- urbanização regularizada: bairro Bolaxa, bairro Senandes, sítios de lazer, clubes
campestres e propriedades rurais;
- loteamento irregular próximo a planície de inundação do arroio Bolaxa;
- criação extensiva de gado de corte e leitero, em campos baixos e banhados que
margeiam os arroios e a lagoa;
- pesca ³esportiva´ para lazer, principalmente de crianças, no arroio Bolaxa;
- cultivo de hortaliças com uso de agrotóxicos em campos baixos as margens da
lagoa;
- caça de animais silvestres;
- cultivo de hortaliças com técnicas agroecológicas;
- apicultura;
- despejo da água servida proveniente de fossas sépticas em valos de drenagem
pluvial, que deságuam no arroio Bolaxa;
- aterro de banhados e margens;
- cortes (³limpeza´) de mata nativa;
- colocação de fogo para ³limpeza´ de campos e banhados;
- posse de áreas públicas;
- pequenos depósitos clandestinos de lixo.
- pesca de subsistência e artesanal na Lagoa Verde.
O principal recurso pesqueiro capturado é o camarão ro sa nos meses de fevereiro a
junho. Foram encontrados um máximo de 12 aviãozinhos (arte de pesca específca
para o camarão ) em maio, distribuídas em 3 pontos (acampamentos de pesca).
Redes de espera são encontradas durante todo o ano para captura de peixes,
registrou-se um máximo de 3 redes em junho, que atravessavam perpendicularmentea
Lagoa em toda a sua extensão. O arrasto não é usado dentro da Lagoa. Os
pescadores têm outras atividades paralelas na agricultura e na construção civil durante
a época do ano em que não há camarão.
- despejo de efluentes (lodo e água) da Estação de Tratamento de Água (ETA) da
Companhia Estadual de Águas e Esgotos, que abastece o município de água tratada.
Estes efluentes possuem sulfato de alumínio, usado como floculador no tr atamento da
água. A ETA possui uma bacia de decantação que funcionou por 10 anos, até sua
total colmatação por volta de 1994, Desde então os efluentes são lançados no Canal
Simão. Este procedimento ocasionou depósito de material muito fino (lodo) em vários
ambientes vizinhos à ETA como: mata de corticeira, banhados, canal Simão e Lagoa
Verde. Como o local de despejo (ponto #1) está sujeito a fluxo de água bidirecional
(entrada/saída), a pluma de sedimentos alcançou centenas de metros em ambas as
direções.
Esta degradação pelo efeito físico da deposição da lama pode ser verificado
visualmente pelo:
‡ aterramento e conseqüente morte de pequena mata de corticeira e banhados
vizinhos à bacia de decantação;
‡ bancos de lama (de cor característica cinza claro) dif erentes do sedimento fino e
escuro natural do ambiente;
‡ banco de pradarias submersas (Ruppia maritima) com pequeno crescimento onde há
deposição da lama;
‡ floculação muito rápida do material em suspensão nas águas sobre influência do
despejo, devido a p resença do sulfato de alumínio;
‡ desaparecimento após a colmatação da bacia de decantação, segundo pescadores
locais, de espécies de linguado (peixe de alto valor comercial, que vive e alimenta -se
no fundo). Este fato possivelmente deve -se a obstrução das brânquias do peixe pelo
sedimento extremamente fino lançado, ocasionando asfixia.
A não compatibilidade entre o despejo de efluente da ETA e a classificação das águas
pela FEPAM já foi discutida com a empresa e deverá ter uma solução de longo prazo.
Em curto prazo a empresa está procedendo a limpeza da bacia de decantação e
executando pequenas obras para aumentar sua eficiência.
Visando solucionar os problemas ambientais encontrados na área de atuação do
projeto, a equipe técnica do NEMA começou a executar conjuntamente com a
Promotoria de Defesa Comunitária, Prefeitura Municipal, IBAMA, Fundação Estadual
de Proteção Ambiental (FEPAM) e Universidade de Rio Grande, ações para dirimir os
danos ambientais. Para tal foram realizadas saídas aleatórias com observ ação das
atividades humanas e vistorias em danos já detectados e em processo de solução.
Este procedimento de trabalho conjunto aglutinou esforços e permitiu a solução de
problemas antigos, como o da CORSAN, bem como sensibilizou as pessoas e
instituições envolvidas para a necessidade de preservação da área.

3.4 Levantamento da fauna e flora

Foram realizadas 12 saídas de campo mensais para o cumprimento desta meta.


Utilizou-se para tal um veículo 4x4, um veículo utilitário, guias de campo, binóculos,
lunetas, máquina fotográfica, fichas de campo, barco a remo e material de coleta para
espécies vegetais.
Todas os resultados apresentados a seguir têm caráter preliminar, não esgotando a
possibilidade de estudos mais minuciosos.
FAUNA
A ênfase é dada a avifauna aquática pelas características do ambiente.
Espécies da fauna terrestre foram identificadas com base nas informações de
moradores locais e avistagens in loco. Também este levantamento buscou
informações bibliográficas nas universidades da região.
AVIFAUNA
Na listagem abaixo também estão compilados dados de 1995 e 1996, originados em
saídas de campo pela equipe do NEMA.
Foram observadas 98 espécies de aves, usou -se nomenclatura adotada por Narosky e
Yzurieta (1989), por tratar -se do guia de campo usual para a identificação das
espécies.
Os dados das colunas DISTRIBUIÇÃO e STATUS foram extraídos de Belton (1994).
Usou-se também Sick (1988), Naves (1996) e Belton op. cit. como bibliografia de
consulta.
A coluna N° MAX expressa o número máximo de indivíduos obse rvados em uma saída
de campo e dá uma idéia da abundância proporcional entre as espécies.
Coluna DISTRIBUIÇÃO: refere -se à direção, a partir do Rio Grande do Sul, da
principal área de distribuição.
Coluna STATUS:
R - residente;
V - vagante;
N - migrante, visitante vindo do hemisfério norte;
M - migrante residente no verão, nidifica no RS;
D - status desconhecido;
S - migrante, visitante vindo do cone sul da América do Sul.
Figura 16. Distribuição do no de cisnes de pescoço preto na Lagoa Verde ao longo do
ano.

Figura 17. Distribuição do n° de frangos d¶água (Fulica leucoptera) na Lagoa Verde ao


longo do ano.

As figuras 16 e 17 ilustram um fenômeno interessante, a ausência do cisne de


pescoço preto e do frango d¶água, concomitantemente a falta de vegetação aquática
na Lagoa Verde. A ausência destas duas espécies pode estar relacionada com a falta
de recursos alimentares, pois estas duas espécies se alimentam essencialmente de
plantas aquáticas. O desaparecimento de toda a vegetação aquát ica submersa no
ambiente está relacionado com a morte das pradarias de Rupia com a chegada do
inverno (baixa temperatura e domínio da água doce), fato normal no ciclo de vida
deste tipo de vegetação, e ao período de salinização de toda a Lagoa, até o mês d e
maio, causando a morte da vegetação aquática de água doce.
Estas duas espécies de aves foram escolhidas por terem presença constante na área
de estudo e maior abundância em relação a outras espécies.
MAMÍFEROS
A identificação das espécies foi baseada em Silva (1994).
A lontra, animal ameaçado de extinção, foi avistada apenas uma vez, mas vestígios
como fezes e locais de alimentação foram encontrados em três locais: Arroio Bolaxa,
Arroio Senandes e Lagoa Verde indicando a existência de mais de um animal ou
famílias na região. Análise das fezes indicam hábitos alimentares distintos entre a
Lagoa (fezes predominantemente com restos de crustáceos, siri azul - Callinectes
sapidus - e caranguejo - Chasmagnatus granulata) e os arroios (predominantemente
restos de peixes).
No total foram identificadas 11 espécies, listadas abaixo:

RÉPTEIS
A identificação foi baseada na descrição de Porcher, R. D. em Aveline (Org.), 1995.
Cabe ressaltar a alta quantidade de cágados (250 espécimes) registradas em
setembro de 1997, tomando sol as margens da Lagoa Verde.
A presença de jacarés foi relatada por alguns moradores como algo esporádico,
presume-se que a espécie seja o jacaré -de-papo-amarelo (Caiman latirotris)
ameaçado de extinção, encontrado na Estação Ecológica do Taim qu e dista a
aproximados 50 km da área de estudo.

PEIXES
Fonte da tabela abaixo: Tagliani, P.R.A., 1994.
O asterisco (*) após o nome comum indicam peixes de valor comercial.
Outros peixes de valor comercial como o linguado e o peixe -rei são capturados por
pescadores artesanais.
CRUSTÁCEOS

* espécies de valor comercial.

VEGETAÇÃO AQUÁTICA E DE BANHADO


Identificação feita pela equipe do projeto com base em Cordazzo, C, V. e Seeliger, U.
(1988).
VEGETAÇÃO DE MATA
O levantamento da vegetação de mata ficou sob responsabilidade do M.Sc. Rogério
Ferrer.
A identificação foi baseada em Cordazzo,C.V.e Seeliger, U. 1988; Lindmann,C.A.M.
1974; Lombardo, A. 1964; Muñoz, J. , Ross, P. e Cracco, P. 1993; Reitz, P. R., Klein,
R.M. e Reis, A. 1983.

LAGOA VERDE (DUNAS FÓSSEIS)

ARVORES E ARVORETAS
ARBUSTOS

ERVAS

TREPADEIRAS

EPÍFITAS

CORREDOR DO BOLAXA (MATA PALUDÍCOLA)


ÁRVORES E ARBUSTOS
ARBUSTOS

ERVAS

TREPADEIRAS

EPÍFITAS

ARROIO BOLAXA (MATA CILIAR)


ÁRVORES E ARVORETAS

ARBUSTOS

ERVAS
TREPADEIRAS

EPÍFITAS

3.5 Conclusão e perspectivas

A diversidade de ambientes na área estudada propicia a existência de uma elevada


biodiversidade onde destacam -se algumas espécies de valor comercial como o
camarão e a tainha e outras ameaçadas de extinção como a lontra, o jacaré e a
coronilha.
Ressalta-se a diversidade de avifauna (98 sp.) e as bromélias e orquídeas de elevada
beleza cênica. Como comparação o Parqu e Nacional da Lagoa do Peixe, unidade de
conservação de importância vital para aves migratórias e declarada Reserva da
Biosfera, possui 181 espécies identificadas por Nascimento, 1995.
O Sistema representa a última área natural preservada dentro da zona ur bana do
município, ao mesmo tempo que esta proximidade traz as pressões e os impactos das
atividades antrópicas a preservação da área garantirá uma melhor qualidade de vida à
comunidade.
A boa qualidade das águas, ainda verificada, é outro fator positivo à preservação.
Sabendo-se que as águas do Sistema desagüam no Saco da Mangueira, principal
local de captura do camarão em todo o estuário e que tem águas impactadas por
esgotos domésticos e industriais o aporte de água de melhor qualidade oriunda do
Sistema Lagoa Verde deve ser considerado para a melhoria da qualidade das águas
do referido Saco.
A ausência no município de áreas de lazer com características naturais, com exceção
da praia do Cassino, torna importante a criação de uma Unidade de Conservação na
área, que propiciará a (re)integração entre o homem e o ambiente natural .
Valorizando o ambiente natural e o município de Rio Grande em termos de
planejamento, preservação e desenvolvimento sustentável a nível nacional e
internacional.
É previsível a pres são da especulação imobiliária na área do projeto, visto que
encontra-se entre o crescimento urbano da cidade e do balneário Cassino. Com a
criação da U.C. está expansão será melhor planejada, em alguns casos diminuída,
dando a área urbana do município uma zona de alta qualidade ambiental.
O desenvolvimento deste projeto com apoio do FNMA - MMA colaborou sobremaneira
na sensibilização das pessoas e principalmente dos governantes locais sobre a
necessidade de preservação da área. Foi decisivo para a conclusã o de uma etapa do
processo de gestão, não só pelo financiamento da pesquisa, mas, principalmente pelo
³aval´, se assim podemos dizer, a iniciativa de criação da unidade de conservação.
Raras são as Unidades de Conservação no Brasil que possuem informações similares
as originadas por este estudo e contam com a participação da comunidade na sua
criação. Estas informações, juntamente com a metodologia utilizada, fornecem
subsídios fundamentais na definição da mais adequada unidade de conservação a ser
criada e reduz os conflitos na sua implantação efetiva.

Você também pode gostar