Importância da condutividade elétrica na hemodiálise
O dialisado é produzido pela mistura de uma solução concentrada de eletrólitos com água muito pura. A proporção correta de concentração de eletrólitos e água é medida pela condutividade elétrica da solução uma vez que a condutividade da água pura é zero, enquanto a condutividade do dialisante é dependente da quantidade de sódio na solução. Uma solução de dialisado com pouco sódio (hipotónica) vai criar um meio osmótico intravascular hipotónico, promovendo a saída da água do meio intravascular para o meio intracelular (células intersticiais e hemácias) através do processo passivo de osmose. Isso pode induzir hipotensão, cólicas e hemólise. Já a infusão de um dialisado rico em sódio induz um estado de hipernatrémia, forçando a saída passiva de água do meio intersticial para o meio intravascular, até que se atinja a isotonicidade o fluido pode deixar as células, fazendo as células do sangue murcharem. Isso é conhecido como crenação e pode causar sintomas como hipertensão, polidipsia e cefaleia. Osmose vs. Difusão Osmose - Movimentação passiva da água (solvente) de um meio pobre em solutos (hipotónico) para um meio rico em solutos (hipertónico), através de uma membrana semipermeável até que seja alcançada a isotonicidade. Este processo de migração de agua causa uma alteração no volume ocupado pela solução final, podendo incutir repercussões hemodinâmicas graves no utente.
Difusão – processo de movimentação activa de moléculas (solutos) do
meio hipertónico para o meio hipotónico até se adquirir a isotonicidade. Este processo requer dispêndio de energia, não induz alteração significativa no volume das soluções e utiliza moléculas especializadas no transporte de eletrólitos. pH O pH (potencial de Hidrogénio) normal de um indivíduo saudável encontra-se compreendido entre 7.35 – 7.45. Contudo, em situações de doença, pode chegar a valores extremos de 6.8 – 7.8. Tendo em consideração que a homeostasia do pH é mantida pelo sistema renal e pelo sistema respiratório, as pessoas com LRC apresentam limitações na excreção adequada do H+, o que induz um estado de acidemia metabólica. Água A água corresponde a cerca de 45% a 70% do peso total de um adulto. Dois terços do volume total de água encontram-se no espaço intracelular e o restante terço no espaço extracelular. O fluido presente no espaço extracelular subdivide-se em: Intersticial (no espaço entre as células fora da estrutura vascular); Intravascular (plasma sanguíneo); Transcelular (intraocular, sinovial, pericárdico, peritoneal, etc). Constituintes do fluido intracelular Regra geral, o meio intracelular apresenta a seguinte constituição: K+ - 155 mEq/L; Mg2+ - 40 mEq/L; Na+ - 10 mEq/L; PO43- , Cl- e HCO3- são os aniões mais relevantes do meio intracelular. Torna-se evidente que o potássio, K+, é o catião mais prevalente no espaço intracelular com 155mEq/L. Desse modo, sempre que existe destruição tecidular, ocorre a libertação de K + para o meio extracelular. Este, através de transporte activo das bombas sódio/potássio, vai ser mobilizado para o meio intravascular até que seja atingida isotonicidade, levandoa uma consequente hipercaliémia. Simultaneamente esta troca força a saída de Na+ do meio intravascular para o meio extravascular, sendo este capturado para o espaço intracelular, induzindo uma hiponatrémia. Constituintes do fluido extracelular O meio extracelular apresenta a seguinte constituição: Na+ - 145mEq/L; Cl e HCO3- são os aniões mais relevantes do meio extracelular. Cerca de 7% do plasma é constituído por lípidos e moléculas que não atravessam a parede capilar. Como estes elementos têm uma carga negativa, o plasma apresenta uma concentração ligeiramente superior de catiões Na+ de modo a manter a neutralidade elétrica. Esta diferença entre o plasma e restante fluido extracelular é tão diminuta que se considera que o plasma sanguíneo tem representatividade da constituição do fluido extracelular. Efeito de Starling O efeito Starling determina a distribuição de água entre o plasma e o espaço intersticial, considerando: Pressão coloide (lípidos e proteínas; Pressão osmótica; Pressão arterial a nível capilar; Pressão de turgescência tecidular.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL
O sistema urinário compreende:
Rins (2) - que produzem a urina;
Ureteres ou ductos (2) - que transportam a urina para a bexiga;
Bexiga (1) – responsável pelo armazenamento da urina;
Uretra (1) - através da qual a urina é expelida do corpo.