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Aula 13

Noções de Direito Administrativo p/ TCE-SC -AFCE (com videoaulas) - Todos os Cargos


(exceto Direito)

Professor: Herbert Almeida


Noções de Direito Administrativo p/ TCE-SC
Auditor Fiscal de Controle Externo (exceto p/ Direito)
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 13

AULA 13: Agentes públicos (parte 2)

Sumário

REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA .......................................................... 3


DISPOSIÇÕES PRELIMINARES....................................................................................................................................... 3
CONCURSO PÚBLICO................................................................................................................................................. 6
PROVIMENTO.......................................................................................................................................................... 6
POSSE ................................................................................................................................................................. 22
EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................ 24
ESTÁGIO PROBATÓRIO ............................................................................................................................................ 25
DESLOCAMENTO.................................................................................................................................................... 26
SUBSTITUIÇÃO....................................................................................................................................................... 31
VACÂNCIA ............................................................................................................................................................ 31
DIREITOS DOS SERVIDORES ...................................................................................................................................... 34
DOS DEVERES ....................................................................................................................................................... 51
REGIME DISCIPLINAR .............................................................................................................................................. 53
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SINDICÂNCIA (LEI 8.112/1990) ..................................................58
SINDICÂNCIA ......................................................................................................................................................... 61
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ................................................................................................................... 62
QUESTÕES LEI 6.745/1985 ..............................................................................................................................73
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................81
GABARITO.......................................................................................................................................................86
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................87

Olá pessoal, tudo bem?


Na aula de hoje conversaremos sobre os seguintes itens do edital:
“4.2.4 Provimento. 4.2.5 Vacância. 4.2.8 Direitos e deveres. 4.2.9
Responsabilidade. 4.2.10 Processo administrativo disciplinar.”.
A dúvida de vários alunos é se devemos estudar a Lei 8.112/1990, que
estabelece o Regime Jurídico Único dos servidores públicos da União, ou a
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legislação estadual. Na verdade, o edital não foi expresso se deveríamos


estudar a Lei 8.112/1990 ou a Lei 6.745/1985 (Regime Jurídico dos
Servidores Públicos de Santa Catarina). Contudo, sobre os tópicos
apresentados no edital, as duas leis não se diferenciam muito. Por isso,
optamos por adotar a legislação estadual (Lei 6.745/1985) ao longo da
nossa aula.
Contudo, cabe uma ressalva. A parte de processo administrativo
disciplinar da Lei 6.745/1985 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos de
Santa Catarina) foi revogada e atualmente o tema consta na Lei
Complementar Estadual 491/2010. Nesse caso, entretanto, utilizaremos a

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Lei 8.112/1990 para o estudo desse tópico – uma vez que não acreditamos
que o Cespe seja tão específico nessas questões (se essa fosse a ideia, a
banca teria colocado a LC 491/2010 de forma expressa no edital).
Resumindo: nosso estudo será baseado na legislação estadual, exceto
a parte de PAD, que utilizará os ensinamentos da Lei 8.112/1990, sem
prejudicar o entendimento, ok?!
Aos estudos, aproveitem!

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REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Disposições preliminares

O Regime Jurídico Único para os servidores públicos da administração


direta, autárquica e fundacional consta na Lei 6.745, de 28 de dezembro
de 1985.
Cabe frisar, que as regras da Lei 6.745/1985 só alcançam os órgãos
da administração direta, das autarquias e das fundações públicas, não se
aplicando às empresas públicas e às sociedades de economia mista, cujos
empregados públicos submetem-se às regras da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT.
Nesse contexto, acrescenta-se que a Lei 6.745/1985 é o Estatuto dos
servidores públicos, em sentido estrito, dos três Poderes do Estado e do
Tribunal de Contas. São os chamados servidores estatutários,
justamente porque sua relação profissional se dá por meio das regras
previstas em um “estatuto” que, no caso, é a Lei 6.745/1985. Assim, tal
diploma legal costuma ser chamado de Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado.
Assim, enquanto o vínculo dos empregados públicos é contratual, a
relação entre os servidores públicos e o poder público é legal. Por
conseguinte, para os empregados públicos o pacto contratual só poderá ser
alterado por concordância das duas partes (empregado e poder público).
Por outro lado, o regime jurídico dos servidores públicos poderá ser alterado
sempre que o estatuto sofrer alterações. Vale dizer, o servidor público não
está livre de modificações legais, que poderão alterar os termos de sua
relação com a Administração Pública.
Com efeito, devemos observar que, em vários julgados, o STF e o STJ
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já reconheceram que o servidor público não possui direito adquirido à


imutabilidade do regime jurídico. Dessa forma, como toda lei é passível
de modificação, é possível a modificação legal do regime jurídico inicial de
um servidor público. Por exemplo, no MS 28.433 Agr/PB, o Supremo
Tribunal Federal entendeu que “o servidor público não tem direito
adquirido a regime jurídico, o que, consequentemente, significa que
não há violação a direito quando se altera a jornada de trabalho
anteriormente fixada”1.

1
No STF, ver MS 28.433 AgR/DF; no mesmo sentido, podemos observar o EDcl no AgR no RESp 1.349.802/RJ, nos
Ocorre que a natureza do vínculo que liga o servidor ao Estado é de caráter legal e pode, por

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Entretanto, as modificações em lei não poderão retirar aquilo que o
servidor já alcançou a título de direito adquirido, ou seja, os direitos dos
quais ele já tenha preenchido os requisitos para gozá-los devem ser
respeitados.
A Lei conceitua funcionário público como a pessoa legalmente
investida em cargo público (art. 2º).
Ademais, os cargos públicos são criados por lei, de provimento
efetivo ou em comissão, com denominação, função e vencimento
próprios, número certo e pagamento pelo erário estadual.
O cargo público é, portanto, uma unidade de competência atribuída
a um servidor público, criada por lei e prevista em número certo, possuindo
denominação própria. Por exemplo, são cargos públicos: Auditor Federal de
Controle Externo do Tribunal de Contas da União, Analista Tributário da
Receita Federal do Brasil, Analista Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral,
etc.
Vale destacar que os cargos públicos podem ser de provimento
efetivo, quando dependerão de prévia aprovação em concurso público,
e de provimento em comissão, situação em que serão de livre nomeação
e exoneração pela autoridade competente.
Dessa forma, tanto os servidores aprovados em concurso público
quanto os chamados servidores comissionados submetem-se às disposições
do Regime Estatutário.

Servidor público é o ocupante de cargo


público, podendo ser de provimento efetivo ou
em comissão.

Os servidores públicos desenvolvem suas atividades como profissão e,


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por esse motivo, o art. 4º da Lei 6.745/1985 veda a prestação de


serviços gratuitos ao Estado.

1. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 - adaptada) A Lei n.º 6.745/1985 aplica-se


a) aos servidores temporários.
b) aos servidores públicos efetivos da União.

conseguinte, sofrer modificações no âmbito da legislação ordinária pertinente, as quais o servidor deve obedecer,
de modo que não há direito adquirido do servidor a determinado regime jurídico, nos termos de tranquila
jurisprudência da Suprema Corte .

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c) aos servidores públicos militares.
d) aos servidores públicos das empresas públicas.
e) aos servidores públicos das autarquias.
Comentário: o art. 1º da 6.745/1985 estabelece o Regime Jurídico Único para
os servidores públicos dos três Poderes, do Tribunal de Contas, além dos
servidores da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas.
Portanto, a nossa resposta é a opção E.
Vejamos as demais opções:
a) aos servidores temporários se aplica o chamado terceiro regime. Isso
porque eles não são estatutários, pois não estão submetidos ao RJU, mas
também não estão submetidos integralmente à CLT – ERRADA;
b) a Lei 6.745/1985 é Lei Estadual, não se aplicando, assim, aos servidores
federais – ERRADA;
c) aos militares se aplica um estatuto próprio (Estatuto dos Militares) –
ERRADA;
d) por fim, para os empregados das empresas públicas e sociedades de
economia mista, aplicam-se as regras da CLT – ERRADA.
Gabarito: alternativa E.

2. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-RJ/2012 - adaptada) Para os efeitos da Lei


n.o 6.745/1985, servidor público é o ocupante de cargo público, conceituação que
abrange os ocupantes de cargo em comissão e função de confiança.
Comentário: essa questão é uma pegadinha. Isso porque, de acordo com a Lei
6.745/1985, servidor é o ocupante de cargo público, que poderá ser de
provimento efetivo ou em comissão. Assim, analisando rapidamente a
questão, o candidato poderia considerá-la errada.
No entanto, a o art. 37, V, da Constituição Federal estabelece que “as funções
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de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo


efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”.
Assim, toda função de confiança é exercida por ocupante de cargo efetivo.
Logo, o cargo público abrange os ocupantes dos cargos em comissão e,
também, daqueles que exercem função de confiança. Dessa forma, a questão
está correta.
Gabarito: correto.

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Concurso público

As regras sobre concurso público guardam muita relação com o que


dispõe a Constituição Federal. O concurso possui, basicamente, dupla
finalidade. A primeira é a de selecionar os melhores candidatos para o
preenchimento da vaga, conforme nível de conhecimento demonstrado na
avaliação. A outra finalidade é garantir a todas as pessoas que atendem aos
requisitos do cargo o direito de concorrer à vaga.
Assim, o concurso poderá ser de provas ou de provas e títulos, seguido
de exame das condições de sanidade físico-mental, salvo quando se tratar
de funcionário público em efetivo exercício, e verificação de desempenho
das atividades do cargo, em estágio probatório (art. 5º).
O concurso será precedido de três publicações de edital, em órgão
oficial, com ampla divulgação, que abrirá o prazo mínimo de 30 (trinta) dias
para a inscrição dos interessados.
Nesse contexto, o prazo de validade do concurso e as condições
de sua realização devem ser fixados em regulamento (art. 6º, §1º).
Por fim, o prazo de validade do concurso público será de até dois anos
(art. 8º). Destaca-se, ainda, que a Constituição Federal estabelece que “o
prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período” (art. 37, III).

Provimento

Disposições preliminares

De acordo com a Lei 6.745/1985, são requisitos básicos para a


investidura em cargo público (art. 7º):
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a) a nacionalidade brasileira;
b) o gozo dos direitos políticos;
c) a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
d) a idade mínima de dezoito anos.

Esse ponto merece ser destacado. Os concursos públicos devem


permitir a maior competição possível, exigindo-se como requisitos apenas
aqueles essenciais para o desempenho das atribuições do cargo. Contudo,
qualquer exigência diferenciada deverá ser feita em lei, não se podendo

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utilizar atos infralegais para criar condições para acesso aos cargos
públicos.
Por conseguinte, não se admite que atos administrativos venham a
estabelecer restrições. Nesse sentido, a Súmula 14 do STF estabelece que
“Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade,
inscrição em concurso para cargo público”. Na mesma linha, a Súmula 686,
também do STF, dispõe que “Só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”.
Por exemplo, se determinado cargo exigir que o candidato possua
curso superior para a investidura, sem definir área de formação, não poderá
o edital restringir o acesso somente aos formados em direito. Isso porque
tal requisito deverá constar em lei.
Também não pode, por exemplo, limitar a idade ou a altura
simplesmente por regra no edital do concurso, uma vez que tal exigência
deverá estar amparada em lei.
Ademais, vimos acima que um dos requisitos para ingresso nos cargos
públicos é ter nacionalidade brasileira. Entretanto, a Emenda Constitucional
19/1998 modificou a redação do inciso I do art. 37 da CF para permitir
também o ingresso de estrangeiros, na forma da lei. Trata-se, portanto,
de norma de eficácia limitada, uma vez que a lei deverá dispor sobre as
situações em que o estrangeiro poderá ingressar.
Feitas essas considerações, vamos analisar as formas de provimento.

Formas de provimento

Segundo Hely Lopes Meirelles2, provimento é o ato pelo qual se efetua


o preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.
Diferentemente de outros estatutos, a Lei Estadual 6.745/1985 não
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enumera em um artigo as formas de provimento. Dessa forma, vamos


utilizar o conteúdo da Lei, em conjunto com as disposições doutrinárias e
constitucionais sobre o tema.
Nessa linha, podemos extrair da Lei Estadual 6.745/1985 e da
Constituição Federal as seguintes formas de provimento:
a) nomeação;
b) promoção;
c) readaptação;
d) reversão;

2
Meirelles, 2013, p. 482.

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e) aproveitamento;
f) reintegração;
g) recondução.

Provimento originário e provimento derivado

As formas de provimento apresentadas acima dividem-se em


provimento originário e provimento derivado.
O provimento originário é o que se faz através da nomeação,
constituindo o preenchimento inicial do cargo sem que haja qualquer vínculo
anterior com a administração. Quando se tratar de provimento em cargos
efetivos, o provimento originário dependerá sempre de prévia aprovação
em concurso público.

A nomeação é a única forma de provimento


originário.

Todas os demais tipos constituem hipóteses de provimento derivado,


uma vez que pressupõem a existência de prévio vínculo com a
Administração. Vale dizer, no provimento derivado, há uma modificação na
situação de serviço da pessoa provida, que já possuía um vínculo anterior
com o poder público.
Por exemplo, a reintegração é forma de provimento derivado, prevista
no art. 41, §2º, da CF, em que o servidor estável é reintegrado ao serviço
público em decorrência de invalidação de sua demissão. Nesse caso, o
servidor estável foi reintegrado ao serviço público, ou seja, já existia uma
prévia relação com o poder público, procedendo-se apenas a invalidação de
sua demissão, com consequente reintegração.
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Dessa forma, podemos mencionar que são formas de provimento


derivado previstas na Lei 6.745/1985 promoção, readaptação, reversão,
aproveitamento, reintegração e recondução.
Alerta-se que a Lei 6.745/1985 menciona o acesso (semelhante à
ascensão) e a transferência em vários pontos. Todavia, essas formas de
provimento foram consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal
Federal.
Nessa linha, podemos mencionar o conteúdo da Súmula 685 do STF,
que estabelece que “É inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia

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aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”3.
Assim, o acesso e a transferência são formas de provimento
consideradas inconstitucionais pelo STF, uma vez que permitem o ingresso
em carreira diversa daquela para a qual o servidor público ingressou por
concurso4. Outras formas de provimento derivado, muito semelhantes com
as mencionadas acima, também são consideradas inconstitucionais, pois
permitirem o ingresso em cargo que não integra a carreira para a qual o
servidor prestou o concurso, tais como a transposição, a transformação
ou a ascensão funcional5.
Das formas de provimento derivado, a reintegração, o
aproveitamento e a recondução possuem previsão expressa no texto
constitucional (CF, art. 41, §§2º e 3º). Portanto, possuem respaldo
diretamente na Constituição da República, motivo pelo qual não podem ser
consideradas ilegítimas.
É importante frisar isso, pois, ao “pé-da-letra”, o aproveitamento
permite o reingresso do servidor em carreira distinta daquela em que ele
foi originariamente provido. O aproveitamento ocorre quando um servidor
é reintegrado e, por consequência, eventual servidor que passou a ocupar
o seu cargo precisa ser reconduzido ao cargo de origem ou, se não houver
vaga, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (CF, art.
41, §2º).
Exige-se, nesse caso, que o cargo de aproveitamento seja de
atribuições e vencimentos semelhantes ao anterior.
Assim, a redação da Súmula 685 do STF deve ser analisada com uma
certa ressalva, uma vez que existe, no próprio texto constitucional, forma
de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou concurso
público. 06090347825

Além disso, a Lei 6.745/1985 apresenta outras formas de provimento


derivado, mas que não constam expressamente na Constituição da
República. Trata-se da promoção, da readaptação e da reversão.
A readaptação é a forma de provimento derivado aplicável nas
situações em que o servidor tenha sofrido alguma limitação em sua

3
Apesar de a Súmula menci em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido , a
interpretação que costuma ser dada à redação é que são inconstitucionais formas de provimento em cargo
distinto ao qual o servidor prestou o concurso público, existindo, porém, algumas ressalvas, conforme
discutiremos ao longo da aula.
4
ADI 231/RJ.
5
RE 602.264/DF.

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capacidade física ou mental. Nesse caso, o servidor será readaptado para
um cargo com atribuições e responsabilidades compatíveis com a sua
limitação. Portanto, percebe-se que também é uma situação de provimento
em cargo distinto daquele em que foi aprovado em concurso e que estava
provido inicialmente.
Nesse caso, a readaptação é outra situação aparentemente conflitante
com a Súmula 685 do STF, contudo nunca foi declarada inconstitucional
pelo Pretório Excelso. Percebe-se, portanto, que devemos ter uma visão
limitativa da Súmula 685. O que se quer vedar são formas injustificadas de
provimento em cargo distinto ao que o servidor prestou o concurso. Por
exemplo, o servidor foi aprovado para um cargo de técnico e, anos depois,
ascende a cargo de analista. Nesse caso, o servidor passou a ocupar cargo
de carreira distinta, com escolaridade e atribuições diferentes, sem
prestação de concurso público, situação inconstitucional no entendimento
do Supremo Tribunal Federal.
O fato é que, atualmente, podemos observar uma forma de provimento
originário (nomeação) e seis formas de provimento derivado
(promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e
recondução), conforme iremos discutir abaixo.

Antes, porém, cabe trazer uma classificação sobre as formas


de provimento derivado, conforme ensinamentos do Prof.
Celso Antônio Bandeira de Mello. Para o jurista, o
provimento derivado pode ser vertical, horizontal e por reingresso, vejamos6:
a) vertical (promoção): é aquele em que o servidor é guindado para cargo mais
elevado. Demonstra-se por meio da promoção, em que o servidor é elevado a
nível mais alto dentro da própria carreira;
b) horizontal (readaptação): é aquele em que o servidor não ascende, nem é
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rebaixado em sua posição funcional. Ocorre por meio da readaptação, que


ocorre quando o servidor passa a ocupar novo cargo, mais compatível com a
superveniente limitação da capacidade física ou mental;
c) por reingresso (reversão, aproveitamento, reintegração e recondução): é
aquele em que o servidor retorna ao serviço ativo do qual estava desligado.

6
Bandeira de Mello, 2014, p. 316.

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Nomeação (provimento originário)

A nomeação é a única forma de provimento originário admitida em


nosso ordenamento jurídico, podendo dar-se para provimento de cargo
efetivo ou em comissão. Na primeira situação (cargo efetivo), a nomeação
dependerá de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas
e títulos, e observará o número de vagas existentes, obedecendo à ordem
de classificação, ressalvados os casos de incapacidade física temporária. Já
quando for para provimento de cargo em comissão, não depende de
aprovação em concurso, uma vez que se trata de cargo de livre nomeação
ou exoneração.
Vale destacar que como forma de provimento originário, a nomeação
independe de prévio vínculo com a Administração. Na verdade, em regra, o
nomeado não possui nenhum vínculo com o Poder Público antes de sua
nomeação.
Entretanto, existirão situações em que a pessoa já ocupará algum
cargo, de provimento efetivo ou em comissão, mas isso não muda a
natureza de provimento originário da nomeação. Isso porque a nova
nomeação não possui nenhuma relação com o vínculo anterior. Vejamos
dois exemplos para deixar as coisas mais claras.
Pedro é servidor comissionado, ocupante do cargo de assistente no
gabinete de um Ministro X no Tribunal de Contas. Posteriormente, Pedro
veio a ser nomeado para ocupar o cargo de chefe de gabinete do Ministro
Y, no Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, a nomeação continua sendo
provimento originário, pois o provimento no novo cargo não possui relação
com o anterior (qualquer pessoa poderia ter sido nomeada para o segundo
cargo). Dessa forma, mesmo já sendo agente público, Pedro terá um novo
provimento originário quando for nomeado para o outro cargo.
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Vamos ao segundo exemplo. Lúcio é servidor efetivo no Tribunal


Regional do Trabalho, ocupando cargo de técnico administrativo para o qual
foi aprovado por meio de concurso público. Alguns anos depois, Lúcio
concluiu seu curso superior e prestou concurso para cargo de analista no
mesmo órgão. Obtendo a aprovação, foi nomeado para ocupar o cargo.
Nessa situação, mesmo já sendo servidor efetivo, Lúcio terá novo
provimento originário, pois novamente a nomeação no segundo cargo não
possui nenhuma relação com o cargo anterior. Mesmo que Lúcio não fosse
servidor, poderia ter prestado o concurso e, depois, ser nomeado para o
cargo.

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Dessa forma, independentemente se a pessoa possui vínculo anterior
ou não, a nomeação é forma de provimento originário, justamente por
independer de qualquer vínculo prévio com o Poder Público.
Com efeito, a nomeação é o ato administrativo unilateral, pois é a
manifestação de vontade unicamente da autoridade administrativa
competente. Dessa forma, a nomeação não gera nenhuma obrigação para
o candidato nomeado, representando somente o direito subjetivo à posse,
por meio da qual será formalizado o vínculo funcional com a administração
pública.
Portanto, o candidato nomeado não possui obrigação de ocupar o
cargo, mas apenas o direito a formalizar seu vínculo funcional por meio da
posse. Não desejando ocupar o cargo, não ocorrerá nenhuma penalidade
ao candidato, pois não lhe há obrigação de tomar posse.
Além disso, um ponto muito interessante a se discutir é sobre o direito
do candidato aprovado em concurso público de ser nomeado.
Há poucos anos, a nomeação era tratada como ato administrativo
discricionário, na qual a autoridade competente, por meio de seu juízo de
conveniência e oportunidade, poderia decidir se nomeava ou não o
candidato aprovado em concurso público.
Todavia, nos últimos anos, esse entendimento sofreu importantes
modificações. Atualmente, é firme o entendimento de que o candidato
aprovado em concurso público, dentro do número de vagas
previstas no edital, possui direito subjetivo à nomeação.
Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal entende que a regra é a
nomeação do candidato aprovado dentro das vagas previstas em edital,
afastando-se tal dever apenas em situações excepcionalíssimas, que
justifiquem soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com
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o interesse público. Assim, para justificar o excepcionalíssimo não


cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é
necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes
características7:
a) superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação
excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital
do certame público;
b) imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias
extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;

7
RE 598099/MS.

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c) gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser
extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou
mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;
d) necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do
dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a
Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não
existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação
excepcional e imprevisível.
Por outro lado, no caso de candidato aprovado fora do número de
vagas, o tema não se encontra consolidado na jurisprudência. No STF,
temos depois julgamentos com conclusões totalmente opostas. Nessa linha,
a 2ª Turma do STF entendeu que o direito à nomeação também se estende
ao candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital, desde
que surjam novas vagas no prazo de validade do concurso8. Em sentido
inverso, a 1ª Turma do STF decidiu que a criação de novas vagas durante
o prazo de validade de concurso não gera, automaticamente, direito à
nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas do edital, salvo se
comprovados arbítrios ou preterições9.
Portanto, tal tema é controverso no Supremo Tribunal Federal, sendo
que o caso deverá ser solucionado apenas no julgamento do RE 837.311/PI,
em que o Plenário deverá firmar o seu entendimento com repercussão
geral10.

Promoção

A promoção é forma de provimento derivado vertical existente nos


cargos organizados em carreiras, em que é possível que o servidor ascenda
sucessivamente aos cargos de nível mais alto da carreira, por meio dos
critérios de antiguidade e merecimento.
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Nessa perspectiva, a promoção é de difícil conceituação. Em primeiro


lugar porque a Lei 6.745/1985 não apresenta o conceito legal de promoção.
Além disso, deve-se tomar cuidado para não confundir a promoção com a
ascensão ou acesso. Estas últimas foram consideradas inconstitucionais
pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que representam forma de ocupar

8
ARE 790.897-AgR (Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 7/3/2014).
9
ARE 757.978-AgR (Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7/4/2014),
10
RE 837.311/PI. Para maior aprofundamento sobre o tema, sugiro a leitura do seguinte artigo que publiquei no
site do Estratégia Concursos: Candidato aprovado fora do número de vagas tem direito à nomeação?

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cargo fora da carreira em que o servidor obteve aprovação em concurso
público.
Assim, a promoção deve ocorrer dentro de uma mesma carreira. Por
exemplo, o cargo de juiz estadual pode ser organizado em “Juiz Substituto”,
“Juiz de Primeira Entrância”, “Juiz de Segunda Entrância”, “Juiz de Entrância
Especial” e, finalmente, “Desembargador”. Nesses casos, cada vez que
passar de um cargo a outro, o juiz estará sendo promovido, pois a
passagem ocorreu dentro da mesma carreira.
Por outro lado, não se admite, por exemplo, que uma pessoa aprovada
no concurso de técnico judiciário seja “promovida” para o cargo de analista
judiciário. Tal situação caracterizaria a ascensão, forma de provimento que,
conforme já discutimos, é inconstitucional.
Com o objetivo de capacitar os servidores públicos, o §2º, do art. 37,
da CF, com redação dada pela EC 19/1998, determina que a União, os
Estados e o Distrito Federal mantenham escolas de governo para a
formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a
participação nesses cursos um dos requisitos para a promoção na
carreira.

Readaptação

A readaptação é forma de provimento derivado constante no art. 35


da Lei 6.745/1985, representando a investidura do servidor em cargo de
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica.
Assim, na readaptação, o servidor público estava investido em
determinado cargo, mas posteriormente veio a sofrer alguma limitação em
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sua capacidade física ou mental, devidamente verificada em inspeção


médica. Nesse caso, o servidor será investido em outro cargo, que possua
compatibilidade com a sua limitação.
Ademais, a readaptação deve ser efetivada em cargo de atribuições
afins e equivalência de vencimentos.
Percebe-se, portanto, que na readaptação o servidor passará a ocupar
cargo semelhante ao que ocupava anteriormente, sendo-lhe assegurada a
equivalência em seus vencimentos. Assim, o agente público não ocupará
cargo superior nem inferior, mas apenas será investido em cargo
compatível com sua limitação. Trata-se de uma forma de evitar a
aposentadoria de um servidor, em situação na qual ele simplesmente

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poderia ser readaptado, alternativa muito mais vantajosa para o interesse
público.
Contudo, como a readaptação possui prazo definido – por órgão médico
oficial –, ao final desse período, se o funcionário não tiver readquirido as
condições normais de saúde, a readaptação será prorrogada. Por outro lado,
se o servidor público for julgado incapaz, ou seja, quando sofrer uma
limitação permanente em que não poderá ser readaptado, ele será
aposentado.

Reversão

A reversão é forma de provimento derivado, constante no art. 181 da


Lei 6.745/1985, consistindo no retorno à atividade de servidor aposentado.
Existem duas modalidades de reversão no Estatuto dos Servidores de
Santa Catarina:
a) reversão de ofício: quando junta médica oficial declarar que
deixaram de existir os motivos que levaram à aposentadoria por
invalidez permanente;
b) reversão a pedido: aplicável ao servidor estável que se aposentou
voluntariamente e, após isso, solicitou a reversão de sua
aposentadoria.
No caso da reversão de ofício o entendimento é muito simples.
Inicialmente, o servidor foi aposentado por invalidez permanente, mas após
inspeção por junta médica oficial constatou-se que os motivos que levaram
à aposentadoria não subsistem mais. Dessa forma, trata-se de situação
vinculada para o servidor e para a Administração, pois inexistindo as
causas da aposentadoria por invalidez deverá ele retornar à ativa. Com
efeito, independe, para fins de reversão de ofício, se o servidor era estável
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ou o cargo está ocupado ou não. Caso o cargo já esteja provido


(ocupado), o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
ocorrência de vaga.
Por outro lado, na reversão a pedido, o servidor que se aposentou
voluntariamente faz o pedido para retornar à ativa. Percebe-se, portanto,
que nesse caso a decisão administrativa é discricionária, ou seja, poderá
ser deferido o pedido ou não. Além disso, a reversão a pedido só poderá
ocorrer se o cargo estiver vago, aplicando-se unicamente ao servidor
estável quando se aposentou. No caso de reversão compulsória, verificada
a inexistência de vaga, o funcionário será posto em disponibilidade.

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Nos dois casos, o servidor passará por prova de capacidade física, e
retornará ao mesmo cargo que ocupava antes da aposentadoria ou em
outro de igual vencimento, respeitada a habilitação profissional. (art. 181,
§1º). Caso não o faça no prazo legal, será cassada a aposentadoria do
funcionário.
Por fim, acrescenta-se que é vedada a reversão, em qualquer dos
casos, para o servidor que já tiver completado 70 (setenta) anos de
idade. Essa idade coincidia com a aposentadoria compulsória, que também
ocorria aos 70 anos. No entanto, a Lei Complementar 152/2015, com
fundamento no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal, alterou a idade da
aposentadoria compulsória para os 75 anos. Porém, não podemos dizer que
a legislação tenha alterado também a idade limite para a reversão. É muito
provável que a legislação subsequente venha a alterar a idade limite para
reversão, adequando-a à idade da aposentadoria compulsória. Contudo,
enquanto não sobrevier tal legislação ou enquanto o Poder Judiciário não
discutir esse tema, temos que a aposentadoria compulsória deve ocorrer
aos 75 anos, ao passo que a idade limite para a reversão ocorre aos 70
anos.

Aproveitamento

O aproveitamento é forma de provimento derivado com previsão


expressa na Constituição Federal (art. 41, §3º) e na Lei 6.745/1985 (arts.
177 a 180).
Dispõe o art. 41, §3º, da Constituição Federal que, uma vez extinto o
cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável que o
ocupava ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Assim, o aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava
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em disponibilidade, devendo ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos


compatíveis com o anteriormente ocupado.
Devemos observar que quando for extinto o cargo público, o servidor
estável não poderá ser demitido. Por isso que a Constituição lhe assegura
o direito à disponibilidade, isto é, o direito a ficar sem exercer suas funções
temporariamente, mantendo-se o vínculo com a Administração e
assegurando-lhe o direito a receber remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até que seja adequadamente aproveitado em outro cargo. Dessa
forma, podemos perceber que o aproveitamento aplica-se exclusivamente
ao servidor estável.

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Além disso, o aproveitamento dependerá de prova de capacidade física,
mediante inspeção médica. Se provada a incapacidade definitiva, em
inspeção médica, será decretada a aposentadoria.
Outra característica do aproveitamento é que havendo mais de um
concorrente à mesma vaga, terá preferência o de maior tempo de
disponibilidade e, no caso de empate, o de maior tempo de serviço público.
Ademais, o aproveitamento é vinculado para o agente público e para
a Administração. Nessa linha, se houver vaga, o poder público se obriga a
realizar o aproveitamento, da mesma forma como o servidor posto em
disponibilidade é obrigado a entrar em exercício. Assim, dispõe o art. 180
do Estatuto que será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a
disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal11,
salvo doença comprovada por junta médica oficial ou de exercício de
mandato eletivo, casos em que ficará adiada até a cessação do
impedimento.
Com efeito, a cassação de disponibilidade é uma penalidade
administrativa, na forma do art. 136, VIII, confirmando o caráter
obrigatório para o servidor público.

Reintegração

A reintegração também é forma de provimento derivado, constando


expressamente no art. 41, §2º, da Constituição Federal, e no art. 172 da
Lei 6.745/1985.
Nesse contexto, a reintegração ocorrerá quando for invalidada a
demissão, por decisão judicial ou administrativa, do servidor público. Em
tal situação, o servidor retornará ao cargo de origem, ou ao cargo
decorrente de sua transformação, devendo ser ressarcido de todas as
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vantagens a que teria direito.


Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em
disponibilidade, até o seu aproveitamento, com os vencimentos que teria,
se fosse reintegrado (Lei 6.745/1985, art. 173, parágrafo único).
Da mesma maneira que outras formas de provimento vistas há pouco,
o funcionário reintegrado e empossado será submetido a inspeção médica
e aposentado se julgado incapaz.

11
A Lei 6.745/1985 não fixa o prazo para que o servidor em disponibilidade entre em exercício quando ocorrer
o seu aproveitamento.

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Devemos observar ainda que o texto constitucional dispõe que a
reintegração se aplica ao servidor estável. Todavia, é inadmissível cogitar
que o servidor não estável possa ser demitido e, posteriormente, sendo
reconhecida a invalidade de sua demissão, ele não possa retornar ao
servido público.
Com efeito, a anulação dos atos administrativos provoca efeitos
retroativos (ex tunc), ou seja, desde a origem. Dessa forma, reconhecendo-
se a ilegalidade da demissão do servidor público, obviamente que ele
retornará ao serviço ativo, seja ele estável ou não.
Nesse contexto, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo12 reconhecem
que, em tal situação, o servidor não estável retornará sim ao serviço
público. Os autores apenas ressaltam que esse retorno não é denominado
reintegração, uma vez que não guarda relação com o conceito legal dessa
forma de provimento. Assim, mesmo que não tenha um “nome” específico,
o certo é que invalidada a demissão de servidor não estável, terá ele o
direito de regressar ao serviço público.

Recondução

Para finalizar as formas de provimento, vamos estudar a recondução,


que é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Trata-
se, pois, de provimento derivado previsto expressamente no texto
constitucional (art. 41, §2º) e na Lei 6.745/1985 (art. 37).
Assim, existem duas hipóteses em que ocorre a recondução, ambas
aplicáveis apenas ao servidor estável:
a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo
(hipótese prevista somente na Lei 6.745/1985);
b) reintegração do anterior ocupante do cargo (hipótese prevista na
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Constituição Federal – art. 41, §2º – e na L Lei 6.745/1985).


No primeiro caso, o servidor estável obtém aprovação, por meio de
concurso público, para outro cargo. Todavia, quando em exercício no novo
cargo, o servidor não consegue aprovação no estágio probatório13, motivo
pelo qual não mais poderá permanecer neste cargo. Entretanto, uma vez
que o agente possui estabilidade no serviço público, será ele reconduzido
ao cargo que ocupava anteriormente.

12
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 353.
13
Devemos lembrar que o estágio probatório ocorre para cada cargo, ou seja, mesmo que a pessoa seja estável,
quando for ocupar um novo cargo efetivo, deverá submeter-se novamente ao estágio probatório.

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Vejamos um exemplo. Paulo é servidor estável no cargo de Técnico
Administrativo do Supremo Tribunal Federal. Posteriormente, Paulo obteve
aprovação em concurso para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal,
sendo devidamente nomeado, empossado e, por fim, entrou em exercício.
Contudo, por meio de avaliação especial de desempenho, Paulo é inabilitado
no estágio probatório. Nesse caso, ele será reconduzido ao cargo anterior
(Técnico Administrativo).
Com efeito, acrescenta-se que se admite essa primeira forma de
recondução também para o caso em que o servidor desistir do estágio
probatório. Ou seja, admite-se a recondução a pedido, que ocorre quando
o servidor estável, durante o período do estágio probatório no novo cargo,
solicita o seu retorno ao cargo em que pediu exoneração anteriormente14.
Na segunda hipótese, o servidor é reconduzido em decorrência de
reintegração do anterior ocupante de seu cargo. Para melhor elucidação,
vejamos o que dispõe o art. 41, §2º, da CF:
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional
ao tempo de serviço. (grifos nossos)
Vamos a um novo exemplo. Lucas é servidor estável no cargo X.
Entretanto, sem observar os requisitos legais, sofreu a pena de demissão a
bem do serviço público. Em seguida, Otávio, que era servidor estável no
cargo Y, foi nomeado para ocupar o cargo de Lucas, uma vez que obteve
aprovação em concurso público para aquele cargo. Meses depois, Lucas
consegue anular judicialmente a sua demissão, sendo devidamente
reintegrado ao cargo X. Nessa situação, Otávio será reconduzido ao cargo
Y, sem direito à indenização.
Por fim, dispõe a Lei 6.745/1985 que, se o cargo ao qual o servidor
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seria reconduzido estiver ocupado, será ele aproveitado em outro cargo.


Caso extinto ou transformado, será o funcionário reconduzido a outro, de
vencimento e função equivalentes.

*****

14
Nesse sentido: STF - RMS 22.933/DF; STJ MS 8.339/DF; ver também a Súmula Administrativa AGU 16/2002,
nos seguintes termos: "O servidor estável investido em cargo público federal, em virtude de habilitação em
concurso público, poderá desistir do estágio probatório a que é submetido com apoio no art. 20 da Lei nº 8.112,
de 11 de dezembro de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos da União), e ser reconduzido ao cargo inacumulável
de que foi exonerado, a pedido".

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A figura abaixo representa as formas de provimento previstas na Lei
6.745/1985.

Originário Nomeação

Promoção
Formas de provimento
Readaptação

Reversão
Derivado
Aproveitamento

Reintegração

Recondução

Para fixar, vamos dar uma olhada em questões.

3. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 - adaptada) Ao funcionário público estadual estável


aprovado em novo concurso público, para outro órgão, mas não habilitado no
estágio probatório desse novo cargo aplica-se, para que retorne ao cargo por ele
anteriormente ocupado, o instituto da
a) redistribuição.
b) recondução.
c) readaptação.
d) reversão. 06090347825

e) reintegração.
Comentário: para responder a essa questão vamos verificar o que significa
cada uma das opções:
a) a redistribuição, segundo o artigo 32 da Lei 6.745/1985, é o deslocamento
de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral
de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder – ERRADO;
b) a recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente
ocupado, podendo decorrer de (i) inabilitação em estágio probatório relativo
a outro cargo; (ii) reintegração do anterior ocupante (art. 37) – CORRETO;

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c) a readaptação ocorre quando o servidor, seja estável ou não, sofre alguma


limitação em sua capacidade física ou mental que o torne inapto para o cargo
que ocupa, mas que não o torne inválido. Dessa forma, o servidor deverá ser
readaptado para um cargo com atribuições afins, além da equivalência na
remuneração (art. 35) – ERRADO;
d) a reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado (art. 181) –
ERRADO;
e) a reintegração ocorre quando um servidor tem sua demissão invalidada por
processo administrativo ou judicial. Nesse caso, o servidor deve retornar ao
cargo de origem, recebendo ressarcimento de todas as vantagens a que teria
jus durante o período de desligamento (art. 172) – ERRADO.
Gabarito: alternativa B.

4. (Cespe – Analista Administrativo/ANTT/2013 - adaptada) A reintegração, a


recondução e a remoção são formas de manejo do servidor público estadual. A
reintegração consiste na reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial.
A recondução, por sua vez, refere-se ao retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado, em razão de inabilitação em estágio probatório relativo a
outro cargo ou reintegração do anterior ocupante. A remoção, por fim, é o
deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com
ou sem mudança de sede.
Comentário: relembrando os termos:
 reintegração - ocorre quando um servidor tem sua demissão invalidada
por processo administrativo ou judicial. Nesse caso, o servidor deve
retornar ao cargo de origem, recebendo ressarcimento de todas as
vantagens a que teria jus durante o período de desligamento;

 recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente


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ocupado e decorrerá de duas hipóteses distintas (i) inabilitação em


estágio probatório relativo a outro cargo e (ii) reintegração do anterior
ocupante.

 remoção - representa um deslocamento do servidor para exercer suas


atividades em outra unidade do mesmo quadro de pessoal. Dessa forma,
o servidor continua no mesmo cargo, sem modificar o seu vínculo com a
Administração.
Como podemos observar, a questão está corretíssima!
Gabarito: correto.

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5. (Cespe – TA/ANTT/2013) O servidor público reintegrado ao cargo em razão da
declaração judicial de nulidade de ato de demissão não tem direito ao tempo de
serviço, aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o período
de afastamento.
Comentário: a reintegração somente irá ocorrer quando a demissão do
servidor for invalidada, seja por decisão judicial ou administrativa. Caso a
reintegração aconteça, o servidor terá direito ao ressarcimento de todas as
vantagens pertinentes ao cargo.
Gabarito: errado.

Posse

Determina o art. 12º da Lei 6.745/1985 que a investidura no cargo


público ocorre com a posse.
Desde já, devemos destacar que a posse ocorre unicamente no caso
da nomeação (art. 13, §4º).
Dessa forma, é a partir da posse que se firma o vínculo funcional com
a Administração, momento em que o nomeado passará a servidor público.
Vale dizer, antes da posse, o candidato nomeado não é servidor público
nem possui vínculo jurídico funcional, condição que só ocorrerá no ato da
posse.
Nessa linha, a posse é o ato bilateral por meio do qual o servidor é
investido no cargo público, assumindo os seus deveres e responsabilidades.
Não se trata, todavia, de contrato administrativo em sentido próprio, uma
vez que o servidor público estatutário não firma contrato de trabalho com
o poder público. Isso porque a relação entre o servidor público e a
Administração é de natureza legal ou estatutária. Assim, a posse é o ato
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necessário para que se firme o vínculo funcional, representando a condição


para o seu aperfeiçoamento. Cabe ao nomeado apenas concordar com os
termos constantes na posse, adentrando ao regime jurídico aplicável ao
cargo.
Nessa linha, a posse dar-se-á por meio da assinatura do termo de
posse, nos termos do art. 12 da Lei 6.745/1985, vejamos:
Art. 12 – A posse é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público
manifesta, pessoal e expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação
e inicia o exercício das respectivas funções.
Parágrafo único – Do termo de posse, assinado pela autoridade
competente e pelo funcionário nomeado, constará a declaração de

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inexistência de incompatibilidade legal para o exercício do cargo, e o
compromisso de fiel cumprimento dos seus deveres e atribuições.
Com efeito, é no momento da posse que, em regra, o servidor público
precisa comprovar os requisitos previstos para o cargo conforme consta
expressamente no art. 19, parágrafo único, do Decreto 6.944/200915.
Ademais, para os casos de posse em cargo em comissão, deverá o
funcionário passar por exame de saúde, exceto quando se tratar de
funcionário público em efetivo exercício (art. 13).
Além disso, o prazo para tomar posse é de trinta dias contados da
publicação do ato de provimento (nomeação) – art. 14. Contudo, esse prazo
poderá ser prorrogado por igual período, a requerimento do interessado ou
enquanto durar o impedimento, se houver. Além disso, se o nomeado antes
de tomar posse, for incorporado às forças armadas, o prazo será contado
do término do impedimento (art. 14, §3º). Se a posse não ocorrer dentro
do prazo legal, o ato de provimento será tornado sem efeito (art. 14, §2º).
Doutrinariamente, diz-se que isso não é uma hipótese de exoneração,
uma vez que ainda não existia o vínculo funcional do servidor com a
Administração. No entanto, o art. 169, III, estabelece que ocorrerá a
exoneração, por iniciativa da autoridade competente, quando o
funcionário não tomar posse dentro do prazo legal. Entendemos que
isso não poderia ser exoneração, conforme já discutimos. Contudo, para a
prova, vale o que consta expressamente na lei, ou seja: o funcionário não
tomar posse dentro do prazo legal será exonerado (art. 168, III) e o
ato de provimento será tornado sem efeito (art. 14, §2º).
Interessante notar, ademais, que a posse é a formação do vínculo
jurídico, com aceitação das responsabilidades e atribuições. Por isso, ela
poderá ocorrer por meio de procuração específica, ou seja, o nomeado
poderá outorgar, por meio de procuração, a competência para que outra
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pessoa assine o termo em seu lugar. Obviamente que tal regra é apenas
para a posse, uma vez que o exercício só poderá ser realizado pelo próprio
candidato aprovado em concurso e nomeado.
No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e
valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública (art. 13,
§5º).

15
Art. 19. [...] Parágrafo único. A escolaridade mínima, e a experiência profissional, quando exigidas, deverão
ser comprovadas no ato de posse no cargo ou emprego, vedada a exigência de comprovação no ato de inscrição
no concurso público ou em qualquer de suas etapas, ressalvado o disposto em legislação específica.

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Por fim, dispõe o art. 14 que a posse em cargo público dependerá de
prévia inspeção médica oficial, só podendo ser empossado aquele que for
julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

Exercício

O funcionário terá exercício no órgão em for lotado, a ser definido no


ato de nomeação, movimentação ou progresso funcionais e de reingresso.
Nesse âmbito, a lotação corresponde ao número de funcionários que deva
ter exercício em cada órgão, mediante prévia distribuição dos cargos e das
funções de confiança integrantes do respectivo quadro (art. 21).

Para o funcionário que necessite, será concedido um período de até


trinta dias de trânsito para que possa tomar as medidas necessárias à
mudança de local de trabalho e residência (art. 17, parágrafo único).

Uma vez estando em exercício, o funcionário poderá afastar-se apenas


nos casos legalmente admitidos (licenças) e (a) para a elaboração de
trabalho relevante, técnico ou científico; (b) para a realização de serviço,
missão ou estudo, fora de sua sede funcional ou não; (c) para frequentar
curso de pós-graduação – com a devida comprovação de frequência e
aproveitamento, assim como, mantendo o compromisso de permanecer no
serviço público, por igual período –; (d) para participar de conclaves
considerados de interesse, com ou sem a incumbência de representação; e
(e) para representar o Município, o Estado ou o País em competições
desportivas oficiais. Cabe ressaltar, no entanto, que todas essas hipóteses
terão prazo certo de duração e não ocasionarão perda de direitos.

Por outro lado, o funcionário público preso preventivamente,


pronunciado por crime comum, denunciado por crime funcional ou
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condenado por crime inafiançável, em processo no qual não haja pronúncia,


ficará afastado do exercício de seu cargo até decisão final transitada em
julgado (art. 19)
Prosseguindo, o art. 17 determina que o início, a suspensão, o reinício
e as alterações relativas ao exercício serão registrados no assentamento
individual do servidor. Dessa forma, ao entrar em exercício, o servidor
apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu
assentamento individual.
Para finalizar o assunto, frisamos que a interrupção do exercício fora
dos casos legais e além dos limites admitidos, sujeita o funcionário a
processo disciplinar e às penas pertinentes.

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Quanto a jornada de trabalho do funcionário, ela será fixada em
duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas, cumpridas em
dias e horários próprios, observada a regulamentação específica (art. 23).
Admite-se, porém, que leis especiais estabeleçam jornadas de trabalhos
diferentes, como ocorre, por exemplo, no regime de plantonistas.
Excetuam-se da limitação de carga horária as atividades dos
portuários, da indústria gráfica, dos servidores em exercício nos Centros
Educacionais de Atendimento à Criança e ao Adolescente e nos
estabelecimentos penais do Estado.
Além disso, é permitida a prestação de serviço extraordinário, que não
está sujeito à limitação de carga horária semanal, não podendo ultrapassar
a 120 horas semestrais (art. 23, §1º).
Nessa mesma linha, o art. 24 determina que a jornada normal de
trabalho poderá ser reduzida até a metade, com a proporcional redução da
remuneração, sempre que essa medida se mostrar necessária no caso de
funcionário estudante e de outras situações especiais.

Estágio probatório

O estágio probatório representa o período de tempo – três anos de


efetivo exercício – em que a capacidade do servidor será avaliada para o
exercício do cargo. Nessa linha, destaca-se que a habilitação em estágio
probatório é uma das condições para aquisição da estabilidade.
Assim, dispõe o art. 15 da Lei 6.745/1985 que, ao entrar em exercício,
o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
estágio probatório, durante o qual serão observados os seguintes fatores:
a) idoneidade moral;
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b) assiduidade e pontualidade;
c) disciplina;
d) eficiência.

A primeira coisa que devemos saber é que o estágio probatório e o


ganho de estabilidade são coisas distintas. O estágio probatório é um
período em que o servidor será avaliado quanto aos requisitos necessários
à confirmação no cargo para o qual foi nomeado, enquanto a estabilidade é
obtida, uma única vez, pelo servidor público dentro de um mesmo ente

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federado, ou seja, o servidor torna-se estável no serviço público dentro de
um ente federado, e não em um cargo determinado16.
Exemplificando, imagine que “A” seja servidor público no órgão Y da
União. Após três anos de serviço e cumprido o requisito do §4º do artigo 41
da CF/88, “A” torna-se estável no serviço público. Caso ele seja aprovado
em concurso público para o cargo “Z”, ele deverá fazer novo estágio
probatório, mas continua estável no serviço público.
Por fim, a verificação desses fatores será efetuada por uma comissão
de, no mínimo, três membros designados pelo titular do órgão.
Caso não seja aprovado no estágio, o servidor será exonerado ou, se
estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado (art. 37). Apesar de
a exoneração não ter caráter punitivo, deve ser assegurado ao servidor o
direito de defesa.
Vejamos como isso já foi cobrado em provas!

6. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011) Caso o servidor público não satisfaça as


condições do estágio probatório, a sua exoneração do cargo efetivo ocorre a pedido
ou de ofício.
Comentário: caso não seja aprovado no estágio, o servidor será exonerado
ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Apesar de a
exoneração não ter caráter punitivo, deve ser assegurado ao servidor o direito
de defesa.
Assim, em caso de não aprovação no estágio probatório, ocorrerá a
exoneração de ofício. Portanto, não existe exoneração a pedido por
inabilitação no estágio probatório. Logo, a questão está errada.
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Destaca-se, porém, que há a possibilidade de o servidor obter a exoneração a


pedido, mas isso não decorre da inaptidão no estágio.
Gabarito: errado.

Deslocamento

A Lei 6.745/1985 apresenta duas hipóteses de deslocamento: a


remoção e a redistribuição. Elas não são formas de provimento nem de

16
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 363.

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vacância, pois representam apenas a troca do local de lotação do servidor.
Vejamos os detalhes.

Remoção

A remoção é o deslocamento do servidor público de um para outro


órgão do serviço público estadual, podendo ocorrer com ou sem mudança
de sede. Ou seja, nessa situação, o servidor permanece no mesmo cargo,
sem qualquer modificação em seu vínculo funcional.
Por exemplo, um servidor poderia ser removido da sede de uma
secretaria em Florianópolis para uma unidade do mesmo órgão também
sediada em Florianópolis; ou poderia ser removido de uma unidade em
Joinville para outra em Blumenau. Nos dois casos, o vínculo funcional do
servidor é o mesmo, ocorrendo apenas o deslocamento do servidor; sendo
que no primeiro exemplo a sede permaneceu a mesma (Florianópolis),
enquanto no segundo exemplo ocorreu a mudança de sede.
Dessa forma, o deslocamento do funcionário de um para outro órgão
do serviço público estadual, independente de mudança da sede funcional,
ocorre por ato de remoção, processando-se a pedido, por permuta ou no
interesse do serviço público, a critério da autoridade competente (art.
22).
O Estatuto assegura a remoção, a pedido, para outra localidade,
por motivo de saúde, desde que fiquem comprovadas, pelo órgão médico
oficial, as razões apresentadas pelo funcionário.
Ademais, a remoção deve respeitar a lotação de cada órgão, ou seja,
a quantidade de servidores previstos para cada órgão. Ressalva-se dessa
regra, porém, a remoção por motivo de saúde mencionada no parágrafo
anterior (art. 22, §1º), ou seja, se a remoção ocorrer por motivo de saúde,
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não haverá a necessidade de respeitar a lotação de cada órgão. Assim, o


servidor poderia desempenhar suas atribuições, no outro órgão, como
excedente.
A remoção por permuta será processada à vista de pedido conjunto
dos interessados, desde que sejam ocupantes do mesmo cargo. Essa é uma
espécie de “troca” entre servidores. Imagine, por exemplo, que a Receita
Estadual possua sedes em Florianópolis e em Chapecó. A remoção por
permuta poderia ocorrer quando um servidor ocupante do cargo de Auditor-
Fiscal em órgão sediado Florianópolis desejasse ir para Chapecó, ao passo
que outro servidor, ocupante do mesmo cargo de Auditor-Fiscal, na sede

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em Chapecó, desejaria ir para Florianópolis. Nessas condições, os dois
deveriam apresentar o pedido conjunto para serem removidos por permuta.
Sempre que possível, sendo ambos funcionários, a remoção de um dos
cônjuges assegurará o aproveitamento do outro em serviço estadual na
mesma localidade. Assim, se um servidor por removido, existindo a
possibilidade, o seu cônjuge será aproveitado em outro órgão estadual na
mesma localidade.
Na remoção por interesse do serviço público, deve ser observado o
seguinte:
 quando fundada na necessidade de pessoal, recairá
preferencialmente sobre o funcionário:
o de menor tempo de serviço;
o residente em localidade mais próxima;
o menos idoso;
 nos demais casos, dependerá de recomendação exarada em processo
realizado por uma comissão composta por três funcionários estáveis.
De acordo com o Estatuto, na remoção por interesse do serviço público,
o funcionário não poderá ser removido antes de decorridos dois anos.

Redistribuição

A redistribuição, de acordo com o art. 32 da Lei 6.745/1985, é o


“deslocamento motivado de cargo de provimento efetivo, ocupado ou
vago no âmbito do quadro de pessoal, para outro órgão ou entidade do
mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central de pessoal”.
Não se trata também de provimento nem de vacância, mas tão
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somente de deslocamento de cargo para outro órgão ou entidade do


mesmo Poder.
A diferença entre a remoção e a redistribuição é que, naquela, ocorre
o deslocamento do servidor, mantendo-se o quantitativo previsto do quadro
de pessoal inalterado; na redistribuição, por outro lado, ocorre o
deslocamento do cargo, ou seja, o quadro de pessoal sofre modificações.
Obviamente que se o cargo estiver provido (ocupado) a redistribuição será
do cargo e do servidor que o estiver ocupando.
Por exemplo, imagine que o órgão A e o órgão B da Receita Federal do
Brasil possuem, em seu quadro de pessoal, a previsão de dez auditores

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cada. Imagine ainda que, desses dez cargos em cada órgão, nove estejam
ocupados. A situação exemplificativa é a seguinte:
Órgão A Órgão B
Quantitativo previsto 10 10
Quantitativo ocupado 9 9

Agora, pense que ocorreu a remoção de um servidor do órgão A para


B. Nesse caso, o órgão A continuará com previsão de 10 servidores, porém
com oito cargos ocupados. No órgão B, também continuará a previsão de
10 cargos, mas todos estarão ocupados, vejamos:
Situação após a remoção de um servidor de A para B
Órgão A Órgão B
Quantitativo previsto 10 10
Quantitativo ocupado 8 10

Portanto, na remoção, ocorreu apenas o deslocamento do servidor.


No caso da redistribuição, porém, a remoção será do cargo, esteja ele
provido ou não. Imaginemos, que os dois órgãos possuem previsão de dez
servidores e que todos estejam ocupados, da seguinte forma:
Órgão A Órgão B
Quantitativo previsto 10 10
Quantitativo ocupado 10 10

Agora, vamos supor que ocorreu a redistribuição de um cargo do órgão


A para o órgão B. Nesse caso, ocorreu alteração do quadro de pessoal, e
como o cargo estava provido ocorreu também o deslocamento do servidor,
vejamos:
Situação após a redistribuição de um cargo de A para B
Órgão A
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Órgão B
Quantitativo previsto 9 11
Quantitativo ocupado 9 11

Após a abordagem sobre a diferença entre remoção e redistribuição,


vamos continuar estudando as disposições legais sobre esta última.
Segundo a Lei 6.745/1985, para realizar a redistribuição, devem ser
observados os seguintes preceitos:
a) interesse da administração;
b) equivalência de vencimentos;

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c) manutenção da essência das atribuições do cargo;
d) vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das
atividades;
e) mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
profissional;
f) compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades
institucionais do órgão ou entidade.

Com efeito, a redistribuição ocorrerá sempre de ofício, buscando


realizar o ajustamento da lotação e da força de trabalho às necessidades
dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de
órgão ou entidade (art. 33).
Além disso, como se trata de medida administrativa de ofício, a
redistribuição independe de estabilidade do servidor. Assim, mesmo sem
estabilidade, um servidor poderá ser deslocado se houver redistribuição de
seu cargo.
A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará por meio de ato
conjunto da Secretaria de Estado da Administração e dos Secretários,
órgãos ou entidades envolvidos (art. 34).
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto
o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor
estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até
seu aproveitamento (art. 34, §1º). De forma alternativa, a Lei permite
que o servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade
poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central de pessoal, e ter
exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado
aproveitamento. 06090347825

Vamos dar uma olhada em mais questões!

7. (Cespe – Assistente em Administração/FUB/2013) A remoção constitui o


deslocamento do cargo de provimento efetivo desocupado no âmbito do quadro
geral de pessoal para outro órgão ou entidade do mesmo poder.
Comentário: a remoção constitui o deslocamento de servidor para exercer
suas atividades em outra unidade do mesmo quadro de pessoal.

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A questão trata, na verdade, da redistribuição, mas ainda assim apresenta


erro. Isso porque a redistribuição pode ocorrer com o cargo ocupado ou vago,
nos termos do art. 32 da Lei 6.745/1985.
Gabarito: errado.

Substituição

A substituição é um instrumento fundado no princípio da continuidade,


possuindo previsão no art. 38 da Lei 6.745/1985, que determina que os
servidores investidos em cargo em comissão ou de função de confiança
terão substitutos indicados por ato da autoridade competente ou, em
determinadas situações, automaticamente.
Além disso, a substituição também se aplica aos titulares de unidades
administrativas organizadas em nível de assessoria (art. 39).
Imagine, por exemplo, que o ocupante de cargo de diretor de uma
unidade administrativa entre de férias. É inadmissível pensar que tal cargo
ficaria desocupado durante todo o período de férias. Nesse caso, deverá ser
designado um outro servidor para substituí-lo durante todo o seu período
de férias.
Com efeito, durante o período de afastamento, o substituto perderá o
vencimento de seu cargo, ressalvados os casos de função de confiança.
Em se tratando de cargo ou função de chefia, quando vagarem, poderá
ser designado funcionário para responder pelo expediente, até o seu
preenchimento, com os vencimentos e vantagens dessa função ou cargo.

Vacância
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A vacância corresponde às hipóteses em que o servidor desocupa o


seu cargo, tornando-o passível de preenchimento por outra pessoa. As
hipóteses de vacância estão previstas no artigo 168 e são as seguintes:
a) exoneração;
b) demissão;
c) promoção;
d) recondução;
e) aposentadoria;

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f) falecimento.

A Lei 6.745/1985 ainda menciona o acesso e a transferência como


formas de vacância. Contudo, como vimos no início de nossa aula, ambas
são consideradas inconstitucionais, não havendo, portanto, vacância de
cargo nestas situações.
No caso da exoneração, da demissão e do falecimento, ocorre o
rompimento definitivo do vínculo do servidor com a Administração. Já na
promoção, recondução e aposentadoria, ocorre a alteração do vínculo ou
faz-se surgir um novo17.
Analisando o quadro acima, podemos constatar que a promoção e a
recondução são, ao mesmo tempo, formas de provimento e de
vacância. O entendimento é bastante simples. Ao ser promovido ao cargo
superior, automaticamente o servidor deixará vago o cargo de nível inferior.
Da mesma forma, quando o agente é reconduzido, tendo em vista a
reintegração do anterior ocupante do cargo, ele deixará de ocupar um cargo
e, simultaneamente, passará a ocupar outro. Portanto, nos dois casos,
temos a ocorrência do provimento e da vacância de forma conjunta.
Ademais, a aposentadoria ocorre quando o servidor passa à
inatividade por ato da Administração Pública, podendo ocorrer de forma
voluntária, compulsória (aos 75 anos) ou por invalidez permanente.
Por outro lado, o falecimento é o fato administrativo que gera a
vacância em decorrência da morte do servidor.
Já a demissão ocorre em decorrência de cometimento de infração
funcional ensejadora da perda do cargo. Portanto, a demissão é uma
penalidade administrativa, prevista no art. 136, V e VI, aplicável por meio
de processo administrativo disciplinar.
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Por fim, a exoneração é a forma de vacância em que ocorre a


dissolução do vínculo jurídico, sem caráter punitivo, que encerra a relação
funcional do servidor com a Administração.
A exoneração do servidor efetivo poderá ser a pedido, ou seja, quando
o próprio servidor solicita a sua exoneração; ou de ofício, isto é, quando a
iniciativa decorre da própria Administração. Utilizando as palavras de
Matheus Carvalho, relacionamos as seguintes hipóteses de exoneração de
ofício18:

17
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 367.
18
Carvalho, 2014.

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a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório
(inabilitação em estágio probatório), ou seja, quando o poder público,
ao final do período de testes, entender que o servidor não está apto
para exercer as funções inerentes àquele cargo;
b) quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício
no prazo estabelecido em lei. Nesse caso, há uma presunção legal
de desinteresse pelas atividades inerentes ao cargo e a determinação
de vacância do cargo para que possa ser preenchido por outro agente
público, nos termos da lei;
c) quando o servidor estável não consegue atingir as metas mínimas
de eficiência e é considerado insatisfatório na avaliação periódica
de desempenho (insuficiência de desempenho) prevista no art.
41 §1º, III, da Constituição da República, sempre garantidos, nestes
casos, o contraditório e a ampla defesa. Ressalte-se que a avaliação
periódica de desempenho depende de regulamentação por lei
específica que definirá as regras aplicáveis, tratando-se o dispositivo
constitucional mencionado de norma de eficácia limitada;
d) em casos de excesso de despesas com pessoal, para adequação
aos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal, consoante
disposição do art. 169 da Carta Magna, situações em que o ente estatal
determinará (nesta ordem) a exoneração de servidores comissionados,
em um percentual mínimo de 20%; passando à exoneração de
servidores não estáveis; e, por fim, em havendo necessidade,
realizando a exoneração de servidores estáveis, nos termos da lei;
e) em casos de servidores detentores de cargos em comissão, casos
em que a exoneração será feita por livre decisão da autoridade
responsável sem a necessidade de motivação, haja vista se tratar de
cargo previsto em lei como cargo de livre nomeação e de livre
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exoneração.
Além dessas, a Lei 6.745/1985 acrescenta ainda: (a) a possibilidade
de exoneração caso o funcionário não tomar posse dentro do prazo legal; e
(b) quando o funcionário tomar posse em outro cargo público, emprego ou
função, da Administração Direta ou Indireta, salvo as hipóteses de
acumulação legal.
*****

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Exoneração

Demissão

Promoção
Formas de Vacância
Recondução

Aposentadoria

Falecimento.

Vamos aos exercícios!

8. (Cespe – AJ/STF/2013 - adaptada) A vacância decorre, entre outros fatos, do


acesso e da transferência.
Comentário: a vacância corresponde às hipóteses em que o servidor
desocupa o seu cargo, tornando-o passível de preenchimento por outra
pessoa. Segundo o artigo 168, ela poderá ocorrer através de exoneração;
demissão; promoção; recondução; aposentadoria; e falecimento.
O acesso e a transferência constavam no texto da Lei 6.745/1985, porém foram
consideradas inconstitucionais (ADI 837/98) pelo STF.
Gabarito: errado. 06090347825

Direitos dos Servidores

Contagem de tempo de serviço

Para efeitos de aposentadoria e disponibilidade, será computado


integralmente o tempo de serviço público prestado à União, Estados,
Municípios, Distrito Federal, Territórios e seus órgãos de Administração
Indireta e Fundações, bem como o tempo de exercício de mandato eletivo
(art. 42). Já para a aquisição de licença-prêmio e adicional por tempo
de serviço, será considerado o tempo de serviço prestado ao Estado em

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suas Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e
Autarquias.
Com efeito, considera-se tempo de serviço público estadual, o tempo
de exercício em cargo, emprego ou função pública do Estado de Santa
Catarina e suas autarquias, bem como, com as devidas ressalvas previstas
na Lei, (a) os períodos de férias; (b) as licenças remuneradas; (c) as
participações em júri e outras obrigações legais; (d) as faltas justificadas;
(e) os afastamentos legalmente autorizados, sem perda de direitos ou
suspensão do exercício, ou decorrentes de prisão ou suspensão preventivas
e demais processos, cujos delitos e consequências não sejam afinal
confirmados.
No caso de aposentadoria, será admitido o cômputo do tempo de
serviço prestado em atividades de natureza privada, desde que o
funcionário tenha completado vinte e cinco anos de efetivo exercício no
serviço público, sendo quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em
que se der a aposentadoria.
Além disso, exclusivamente para os casos de aposentadoria e
disponibilidade, serão computados (a) o tempo de serviço prestado à
instituição de caráter privado, que tenha sido transformado em
estabelecimento público; e (b) o tempo em que o funcionário esteve em
disponibilidade ou aposentado.
Cabe frisar, no entanto, que o servidor que exercer simultaneamente
cargo e emprego exercidos em regime de acumulação ou em atividade
privada não poderá utilizar seu tempo de serviço em contagem (art. 44).
Prosseguindo, temos que o tempo de serviço mencionado no referido
Estatuto será apurado em dias e estes convertidos em ano, considerado o
ano como de 365 dias.
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Desse modo, para efeito de averbação, o tempo de serviço será


comprovado mediante apresentação de certidão contendo (art. 46):
a) a expedição por órgão competente e visto da autoridade
responsável pelo mesmo;
b) a declaração de que os elementos da certidão foram extraídos de
documentação existente na respectiva entidade, anexando cópia dos atos
de admissão e dispensa;
c) a discriminação do cargo, emprego ou função exercidos e a natureza
do seu provimento;
d) a indicação das datas de início e término do exercício;

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e) a conversão em ano dos dias de efetivo exercício, na base de
trezentos e sessenta e cinco dias por ano;
f) o registro de faltas, licenças, penalidades sofridas e outras notas
constantes do assentamento individual;
g) o esclarecimento de que o funcionário está ou não desvinculado da
entidade que certificar.

A contagem e a comprovação do tempo de serviço na atividade


privada, obedecerão às normas estabelecidas na legislação federal própria.

Progresso Funcional

O art. 49 do Estatuto conceitua o progresso funcional como


“provimento de funcionário estável em um cargo de vencimento superior
na mesma função, pela promoção por antiguidade, ou em função diversa,
de maior complexidade, consoante a hierarquia do serviço, pelo acesso; ou
a atribuição de vencimento superior, no mesmo cargo, pela progressão por
merecimento”.
Contudo, como já mencionado, conforme dispõe o art. 37, II, da
Constituição Federal e art. 21, I, da Constituição Estadual, a investidura em
cargo público depende de aprovação prévia em concurso público, vedando
o acesso como forma de provimento.
Ademais, é garantida a promoção por tempo de serviço e a progressão
por merecimento a funcionários estatutários colocados à disposição de
empresas ou órgãos vinculados ou subordinados às Secretarias de Estado
e ao Gabinete do Governador que estejam no exercício de cargo em
comissão (art. 50, §§1 e 2º).
Para concessão de progressão por antiguidade, será apto a receber o
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funcionário com no mínimo 1.095 dias de serviço no cargo. Além disso, a


transferência não acarretará prejuízo na apuração de antiguidade.
As promoções serão realizadas a cada mês de janeiro do ano que se
inicia. Porém, no caso de progresso por merecimento, ela ocorrerá apenas
de dois em dois anos, sem mudança de cargo, atendidas as condições de
assiduidade, pontualidade, fiel cumprimento de atribuições, eficiência e
disciplina.
Por fim, caso um funcionário seja promovido indevidamente, ele não
será obrigado a restituir o que a mais haja recebido, salvo se ficar
demonstrada a utilização de expedientes escusos para a sua obtenção. Por

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outro lado, o funcionário a quem caiba a promoção deve ser indenizado da
diferença de remuneração a que tenha direito.

As Leis Complementares que aprovam os Planos de Carreira


e Vencimentos dos servidores dos órgãos da Administração
Direta, Autarquias e Fundações Públicas, fixam novas regras
para a progressão funcional, ocorrendo o desenvolvimento funcional através das
modalidades de progressão por tempo de serviço, por qualificação ou desempenho
profissional e por nível de formação.

Férias

O servidor que completar o primeiro ano de exercício, passará a ter


direito ao gozo de 30 dias de férias, correspondentes ao ano em que
completar o período.
Esse período de 30 dias poderá, facultado à Administração permitir ou
não, ser gozado em dois períodos, não inferiores a 10 dias consecutivos.
Todavia, a acumulação de férias é vedada.
Caso o servidor venha a faltar ao trabalho, esses dias não poderão ser
levados a conta para a concessão das férias.
Para fechar o assunto, ao entrar em gozo de férias, o funcionário
deverá informar seu endereço atual; e perceberá independentemente de
solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da
remuneração do período de férias.

Licenças
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As licenças concedidas ao servidor público estão dispostas no art. 62


da Lei Estadual 6.745/1985.
Assim, conceder-se-á ao servidor público licença:
a) para tratamento de saúde;
b) por motivo de doença em pessoa da família;
c) para repouso à gestante; REVOGADA
d) para a prestação do serviço militar obrigatório;
e) ao funcionário casado, por mudança de domicílio;
f) para concorrer a cargo eletivo previsto na legislação eleitoral;
g) para tratamento de interesses particulares;
h) como prêmio;

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i) especial.

Antes de aprofundarmos cada uma, cabe mencionar que a licença que


depender de inspeção médica será concedida pelo prazo indicado no laudo.

Licença para Tratamento de Saúde

Ao funcionário que, por motivo de saúde, esteja impossibilitado de


exercer o seu cargo, será concedida licença, a pedido ou de ofício, com
remuneração, mediante inspeção do órgão médico oficial, até vinte e
quatro meses, prorrogáveis por idêntico período, guardado o sigilo
médico.
Por ser exigida a inspeção na concessão da licença, o funcionário não
poderá recusar-se ao exame, sob pena de suspensão da licença. Essa
inspeção deverá ser feita por órgão médico oficial, sendo que laudos de
médicos ou especialistas não credenciados só poderão ser aceitos mediante
a homologação pelo órgão oficial. Ademais, a licença concedida dentro de
sessenta dias, contados do término da anterior, será considerada como
prorrogação.
Por fim, ao licenciado é proibido o exercício de atividades remuneradas
durante a licença.

Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Será concedida licença ao servidor que provar, através de


comprovação da Junta Médica Oficial, ser indispensável a sua assistência
pessoal, e que não possa ser prestada simultaneamente com o exercício do
cargo, a cônjuge, parentes ou afins até o segundo grau, ou de pessoa que
viva sob sua dependência (art. 69).
A licença será concedida pelo prazo de 365 dias sucessivos, prorrogável
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por igual período, nas mesmas condições. A remuneração do funcionário,


durante esse período, será integral por até três meses, de 2/3 (dois terços)
da remuneração, se este prazo for estendido até um ano, e de metade da
remuneração até o limite máximo de dois anos.
No entanto, na ocorrência de familiar que possua (a) diabetes insulino,
dependentes com idade não superior a oito anos, (b) hemofilia, (c) usuário
de diálise peritonial ou hemodiálise, (d) distúrbios neurológicos e mentais
graves, e (e) doenças em fase terminal, o servidor poderá solicitar licença
com remuneração integral, para até uma quarta parte da jornada de
trabalho, renovando-se a inspeção a cada período de no máximo 90 dias.

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Licença para a Prestação do Serviço Militar Obrigatório

Será concedida licença ao servidor efetivo que for convocado para


encargos de segurança nacional ou para o serviço militar obrigatório,
inclusive quando oficial da reserva das Forças Armadas, para participação
nos estágios previstos nos regulamentos militares. O vencimento durante
esse período será de opção do servidor, podendo ele aceitar os valores
provenientes do serviço militar ou o vencimento de seu cargo, acrescido do
salário-família, descontando-se eventuais importâncias percebidas na
condição de incorporado (art. 73, parágrafo único).
Outrossim, a licença somente será concedida a partir da apresentação
do documento de incorporação (art. 72, §1º). Ao final do serviço militar,
deverá o servidor retornar ao exercício de sua função no prazo de até 30
dias.

Licença ao Funcionário Casado por Mudança de Domicílio

Corresponde à licença concedida ao servidor por motivo de mudança


compulsória de domicílio do cônjuge ou companheiro(a). A concessão dessa
licença se dará sem remuneração, mediante pedido devidamente
justificado, por dois anos, renovável por mais dois anos.
Para o caso de funcionário estável que por motivo de mudança
compulsória de domicílio do cônjuge ou companheiro(a) esteja
impossibilitado de exercer o cargo, será permitido ao servidor servir em
outra repartição, órgão ou serviço estadual, eventualmente existente no
local, desde que compatível com a sua função, sem perda da remuneração.

Licença para Concorrer a Cargo Eletivo

Para o servidor que concorrer a cargo eleitoral será concedida licença


remunerada a partir da data de registro da candidatura, até o dia posterior
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da eleição (art. 76).

Licença para Tratamento de Interesses Particulares

Essa licença constitui ato discricionário da Administração, que poderá


conceder ou não o pedido do servidor. Frisa-se que se concedida, a licença
não será remunerada.
Embora, a licença fique a critério da Administração, não será concedida
licença para tratar de assuntos pessoais para servidor que estiver
respondendo a processo disciplinar.

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A duração da licença será de até três anos, renovável uma vez, por
igual período. Além disso, apenas funcionários estáveis poderão gozar
dessa licença.
Ademais, a licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a
pedido do servidor – cabendo Administração examinar a conveniência, a
oportunidade e a viabilidade do pedido –, ou pela Administração, em caso
de interesse público comprovado e após transcorrido o usufruto mínimo de
6 (seis) meses. Nesse segundo caso, o servidor terá o prazo de 60 dias para
reassumir o exercício e poderá renovar a licença até a complementação do
prazo, assim que cessar a necessidade pública.

Licença Prêmio

Como o próprio nome sugere, essa licença é concedida a título de


prêmio, como incentivo à assiduidade, com direito à percepção do seu
vencimento.
Em vista disso, após cada quinquênio de efetivo exercício no serviço
público estadual, o servidor fará jus a 3 (três) meses de licença-prêmio (art.
78).
Entretanto, a contagem do quinquênio será interrompida (I) caso o
servidor possua licença por motivo de doença em pessoa da família por
prazo superior a 90 (noventa) dias; (II) se o funcionário sofrer, no período,
pena de suspensão ou faltar ao serviço, sem justificação, por mais de dez
dias; (III) pelo prazo de licença não remunerada. No entanto, na ocorrência
de licenças compulsórias, o prazo não sofrerá interrupção.

Licença Especial

Para fechar as licenças, vamos falar um pouco sobre a licença especial,


vazada no art. 80 do Estatuto. 06090347825

Essa licença, remunerada, será concedida ao servidor estável que:


 para atender ao menor adotado, em idade pré-escolar, pelo prazo de
três meses (privativo a servidoras);
 para atender, em parte da sua jornada de trabalho, ao excepcional
sob sua guarda, pelo prazo de um ano, podendo ser renovada (privativo a
servidoras).

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Vencimento e remuneração

Os servidores públicos exercem sua atividade funcional


profissionalmente e, por isso, recebem uma contraprestação em dinheiro.
Tal retribuição pelos serviços prestados recebe diversas nomenclaturas da
Constituição Federal e da legislação decorrente.
Na Lei 6.745/1985, o pagamento aos servidores públicos pelo exercício
de suas atividades funcionais não é apenas um direito, mas uma imposição
ao Poder Público, uma vez que o art. 4º determina que é proibida a
prestação de serviços gratuitos.
Existem diversas composições da contraprestação recebida pelos
agentes públicos. Nesta aula, o nosso foco será as designações utilizadas
pela Lei 6.745/1985, sem aprofundar nas disposições doutrinárias sobre o
tema.
Nessa linha, o art. 82 denomina de vencimento a retribuição
pecuniária pelo exercício de cargo público, consoante nível próprio, fixado
em lei. Por outro lado, a remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.
Nesse passo, o Estatuto determina que são vantagens pecuniárias os
acréscimos ao vencimento constituídos em caráter definitivo, a título de
adicional, ou em caráter transitório ou eventual, a título de gratificação.
Portanto, enquanto o vencimento é a parcela básica do que recebe o
servidor público pelo exercício de suas atividades, a remuneração é a soma
do vencimento com as vantagens pecuniárias previstas em lei.

Valor básico
Vencimento estabelecido em
lei
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Remuneração
Valores
Vantagens
percebidos além
pecuniárias
do vencimento

Ademais, o parágrafo único do art. 83 esclarece que os vencimentos


serão designados pela soma do vencimento aos adicionais (vantagens
concedidas ao funcionário por tempo de serviço – na base de 3% por triênio
de efetivo exercício, até o limite máximo de 36%, resguardado, sempre, o
direito adquirido –, pela produtividade e pela representação do cargo).

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Outra regra importante consta no art. 82, parágrafo único, que dispõe
que, para efeito de progressão por merecimento (art. 56), sendo o caso, a
lei estabelecerá o nível do cargo em quatro referências pecuniárias de valor
crescente nunca inferior a 5% (cinco por cento). Isso quer dizer que o
cargo terá quatro diferentes níveis de remuneração, cada um com valor
superior a 5% que o outro. Dessa forma, o servidor poderá progredir, por
merecimento, nesses quatro níveis remuneratórios.
Acrescenta-se ainda que se denomina de provento a retribuição
pecuniária que recebe o servidor público aposentado. Portanto, fala-se em
remuneração para o servidor ativo e em provento para o servidor
aposentado.
Além disso, devemos destacar que a Administração Pública está
vinculada ao princípio da legalidade. Assim, entende o STF que a fixação de
vencimentos e concessão de vantagens deve ocorrer por meio de lei, motivo
pela qual não pode ser objeto de convenções ou acordos coletivos de
trabalho19.

Súmula 679 do STF: "A fixação de vencimentos dos servidores


públicos não pode ser objeto de convenção coletiva".

Além disso, o parágrafo único do art. 81 dispõe que nenhum servidor


receberá remuneração inferior ao salário mínimo.

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O art. 7º, inc. IV, da CF, assegura aos trabalhadores urbanos e


rurais o salário mínimo. Por sua vez, o art. 39, §3º, da
Constituição, estende esse direito aos servidores ocupantes de
cargo público.
Nesse contexto, por meio da Súmula Vinculante 16, o STF firmou
entendimento de que o salário mínimo dos servidores ocupantes
de cargo público refere-se ao total da remuneração recebida pelo
servidor público, vejamos:

19
ADI 559-6/MT, de 15/2/2006.

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Súmula Vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC
19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida
pelo servidor público.

Complementando, vejamos alguns precedentes:


Servidor público: salário mínimo. É da jurisprudência do STF que a
remuneração total do servidor é que não pode ser inferior ao
salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os vencimentos sejam
inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para
atingir tal limite, não há falar em violação dos arts. 7º, IV, e 39, §
3º, da Constituição. Inviável, ademais, a pretensão de reflexos do
referido abono no cálculo de vantagens, que implicaria vinculação
constitucionalmente vedada (CF, art. 7º, IV, parte final). (RE 439.360-
AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira
Turma, DJ de 2-9-2005.)

Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público. Salário


mínimo. Garantia. Total da remuneração. Abono. Inclusão no cálculo de
outras vantagens pecuniárias. Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica
a jurisprudência desta Corte de que a garantia de percepção de salário
mínimo conferida ao servidor por força dos arts. 7º, inciso IV, e 39, § 3º,
da Constituição Federal, corresponde à sua remuneração total e não
apenas ao vencimento básico, que pode ser inferior ao mínimo, e,
também, que sobre o abono pago para atingir o salário-mínimo não
devem incidir as gratificações e demais vantagens pecuniárias, sob pena
de ofensa ao art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal. 2. Agravo
regimental não provido. (RE 439.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.)

Sempre que exercer suas funções, o servidor deverá receber a devida


remuneração. No entanto, o art. 93 dispõe que o servidor perderá

a) os vencimentos do dia, quando faltar ao serviço;

b) um terço dos vencimentos do dia, quando comparecer ao serviço


com atraso máximo de até 30 minutos, ou quando se retirar antes de
terminado o horário de trabalho; e 06090347825

c) dois terços dos vencimentos, no caso de condenação, se esta não


for de natureza que determine a demissão do funcionário e em que continue
o afastamento até o cumprimento total da pena.
Como forma de segurança ao funcionário, o recebimento de
remuneração ou proventos por outra pessoa que não a investida no cargo,
somente será admitida, por meio de procuração, e quando o funcionário se
encontrar fora da sede do seu serviço ou estiver impossibilitado de
locomover-se (art. 94).

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Os artigos 95 a 97 do Estatuto dos Servidores de Santa Catarina
estabelecem regras sobre a proteção da remuneração e sobre as formas de
incidência de descontos.
Nessa linha, o art. 97 estabelece que é permitida a existência de
consignação em folha de pagamento em favor de associações de
funcionários, entidades beneficentes e securitárias ou de direito público,
mediante autorização do servidor. Do mesmo modo, poderá o servidor
solicitar o cancelamento dessa consignação.
Além disso, a remuneração não será objeto de arresto, sequestro
ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos, de reposição ou
de indenização à Fazenda Pública, não sendo permitido gravá-la com
descontos ou cedê-la, senão nos casos previstos em lei (art. 96). Em termos
bem simples, esses três instrumentos destinam-se a execução de dívidas
ou a garantia da preservação do bem para fins de cobrança. Assim, se
determinada pessoa tentar obter a execução de uma dívida com um
servidor público, não será possível, por exemplo, penhorar a sua
remuneração.

De acordo com o art. 95 da Lei 6.745/1985, as reposições e


indenizações à Fazenda Pública Estadual serão descontadas em parcelas
mensais não excedentes à décima parte dos vencimentos, exceto quando
se tratar de ajuda de custo e diárias. Porém, se o funcionário solicitar
exoneração, for demitido ou abandonar o cargo, não será admitido o
parcelamento.

Gratificações

Serão concedidas ao servidor público estadual as seguintes


gratificações: 06090347825

a) pelo exercício de função de confiança;


b) pela participação em grupos de trabalho ou estudo; nas comissões
legais; e em órgãos de deliberação coletiva;
c) pela prestação de serviço extraordinário;
d) pela ministração de aulas em cursos de treinamento;
e) pela participação em banca examinadora de concurso público;
f) natalina;
g) de penosidade, insalubridade e risco de vida;
h) pelo desempenho de atividade especial.

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A Lei menciona pouco (ou quase nada ) que especifique cada
gratificação. Assim, traremos abaixo as características de cada tipo,
daquelas que são mencionadas. Vamos lá?

Gratificação pelo exercício de função de confiança

Refere-se à gratificação concedida, na ordem de 40% (quarenta por


cento) do vencimento do cargo em comissão.
Frisamos que, o funcionário efetivo, quando nomeado em comissão,
não perceberá os vencimentos de seu cargo efetivo, ressalvado o direito de
opção, sem prejuízo de eventual gratificação.
Por fim, como veremos em outras gratificações, ao servidor da
administração direta, indireta ou fundacional do Estado, no exercício de
cargo em comissão ou função de confiança, não serão incorporados aos
vencimentos do cargo efetivo os valores percebidos por gratificação.

Gratificação pela participação em grupos de trabalho ou estudo; nas comissões


legais; e em órgãos de deliberação coletiva

A única característica descrita para essa gratificação é que seus valores


– para os três casos mencionados – serão fixados por unidade de tempo
previsto ou pela presença nas sessões.

Gratificação pela prestação de serviço extraordinário

A gratificação pela prestação de serviço extraordinário é a famosa


“hora-extra”, destinando-se a remunerar os serviços prestados fora da
jornada normal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário, no
desempenho das atribuições do seu cargo.
Desse modo, como já vimos, ela não poderá ultrapassar a 120 horas
semestrais (art. 23, §1º). 06090347825

Ademais, o valor da gratificação será de 30% (trinta por cento),


calculado por hora de trabalho e levando em consideração a remuneração
do servidor.

Gratificação pela ministração de aulas em cursos de treinamento e pela


participação em banca examinadora de concurso público

A gratificação por encargo de curso ou concurso destina-se a retribuir


o funcionário quando designado para membro de comissões de provas
ou concursos públicos ou quando no desempenho da atividade de
professor de cursos de treinamento, aperfeiçoamento e

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especialização, regularmente instituídos, e terá seus valores fixados por
unidade de tempo previsto ou pela presença nas sessões.

Gratificação natalina

A gratificação natalina corresponderá à remuneração ou proventos do


mês de dezembro de cada exercício e será paga até o mês de dezembro de
cada ano.
Para efeitos de contagem de tempo, a fração igual ou superior a quinze
dias de trabalho será considerada mês integral.
Por fim, para os funcionários que tenham sido exonerados, será
concedida a razão de um doze avos (1/12) da sua remuneração como
gratificação, paga no ato da saída. Por outro lado, para o pessoal inativo, a
gratificação natalina corresponderá ao valor do vencimento que integrou o
respectivo provento, com os reajustes supervenientes.

Gratificação de penosidade, insalubridade e risco de vida

É a gratificação pelo exercício em determinadas zonas ou locais e pela


execução de atividades penosas, insalubres ou perigosas. Embora
encontrem-se em um mesmo grupo, o servidor que fizer jus a mais de um
adicional deverá optar por um deles.
********
Continuando, embora não seja explicitada como gratificação, a
remuneração do funcionário que executar trabalho noturno – entre 22 horas
e 6 horas do dia seguinte – será acrescida de 25% (vinte e cinco por cento).
Nesse caso, a hora noturna será considerada de cinquenta e dois minutos.
Para fechar o assunto, as gratificações previstas no Estatuto, não se
incorporam para quaisquer efeitos ao valor da remuneração
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normalmente percebida pelo servidor.

Indenizações

Ajuda de custo

A ajuda de custo é o auxílio concedido ao funcionário: (I) a título de


compensação das despesas motivadas por mudança e instalação na
nova sede em que passar a ter exercício. Elas incluem despesas com
transporte, pessoal e familiar, inclusive bagagem e mobiliário (art. 98).

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Porém, não se concederá ajuda de custo ao funcionário (a) que
reassumir o cargo em virtude de mandato eletivo, (b) posto à disposição, e
(c) transferido ou removido a pedido, salvo se por recomendação médica.
Ademais, o funcionário restituirá a ajuda de custo quando: (a) não se
transportar para nova sede nos prazos determinados; (b) antes de
terminada a incumbência, regressar voluntariamente, pedir exoneração ou
abandonar o serviço. Uma ressalva precisa ser feita, se o regresso do
funcionário ocorrer por motivo de saúde ou por determinação superior, ou
mesmo por exoneração a pedido, após 90 dias de exercício na nova sede,
não haverá obrigação de restituição.
O recebimento de diárias não exclui o recebimento de ajuda de custo.
Desse modo, ao funcionário obrigado a permanecer fora da sua sede, por
motivo de serviço, por mais de 30 dias, será concedida uma ajuda de custo
no início e outra no final do período, iguais a um mês de vencimento, e sem
prejuízo das diárias referentes a esse serviço (art. 100).

Diárias

As diárias e passagens destinam-se a cobrir despesas de


alimentação, transporte e estada e serão pagas, adiantadamente, ao
servidor que, a serviço, se deslocar temporariamente da sede.
Contudo, não se concederá diária ao servidor cujo deslocamento da
sede constituir exigência permanente do cargo.
No caso de o servidor ser convocado por órgão médico oficial e precisar
se afastar de sua sede, será assegurado o direito ao transporte e a diárias
por três dias.
Encerrando, temos que as diárias serão calculadas por período de 24
horas, contadas da partida do funcionário, considerando-se como uma
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diária a fração superior a 12 horas. Contudo, se inferior a 12 horas e


superior a 4 horas, a fração do período será contada como meia diária.

Disponibilidade

Já falamos exaustivamente sobre a disponibilidade em nossa aula,


visto que ela se enquadra em várias situações de provimento e vacância.
Assim, extinto o cargo, por lei, o funcionário estável ficará em
disponibilidade remunerada – proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Caso transcorrido tempo suficiente, de exercício e disponibilidade, para
a aposentadoria do servidor, este poderá ser aposentado

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voluntariamente, com proventos integrais ou, nos demais casos, com
os proventos de lei.
Ademais, mesmo que o funcionário esteja em disponibilidade, são
aplicadas a ele as regras sobre acumulação remunerada.

Aposentadoria

O Estatuto, em seu art. 107, apresenta uma série de situações em que


o servidor público poderá ser aposentado. São elas:
a) por invalidez permanente;
b) compulsoriamente, aos setenta anos de idade (a partir da edição da
Lei Complementar 152/2015, a aposentadoria compulsória foi alterada para
setenta e cinco anos);
c) voluntariamente.
Contudo, o funcionário aguardará em exercício a publicação do ato de
aposentadoria, salvo se estiver legalmente afastado do cargo ou se tratar
de inativação compulsória, hipótese em que é dispensado do
comparecimento ao serviço.
Falando das três aposentadorias, a voluntária não necessita de
maiores comentários; e a compulsória é a categoria de aposentadoria por
idade.
Para a concessão dessa aposentadoria, o servidor deverá completar 75
anos de idade, e será afastado imediata e obrigatoriamente, no dia
subsequente a que completar a idade exigida, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição, nos termos do art. 40, §1º,
II, da CF/88; c/c art. 2º da LC 152/2015.
Já o caso de aposentadoria por invalidez, se enquadra nas situações
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em que o funcionário é incapacitado para o serviço público, por motivo de


deficiência física, mental ou fisiológica.
Nesse caso, em que é necessária inspeção, a concessão do direito
deverá observar a impossibilidade de transferência ou readaptação do
funcionário. Se for declarada a invalidez, o laudo deverá conter
especificações que indiquem se ela é aplicada para as funções do cargo ou
para o serviço público em geral; após isso, se for constatada a invalidez
permanente, o funcionário perceberá a aposentadoria.
Contudo, caso não seja definitiva a invalidez, e finda a licença para
tratamento de saúde (quando utilizada), o funcionário será aposentado

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provisoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
nos termos do laudo médico oficial, que indicará as datas para a realização
de novos exames, no período de cinco anos seguintes. Se, neste prazo,
alterar-se o quadro de invalidez e ficar comprovada a cura, o funcionário
reverterá ao serviço (art. 110, §2º), caso contrário, será aposentado
definitivamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Por fim, o não comparecimento aos exames exigidos em laudo médico,
implicará em suspensão do direito e, se reincidente, anulação da
aposentadoria.
Prosseguindo, a CF/88, art. 40, §§2° e 3°, exalta que os proventos de
aposentadoria, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a
aposentadoria e serão calculados com base na remuneração do
servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da
lei, corresponderão à totalidade da remuneração.
Os proventos dos inativos acompanharão as modificações de valores
dos servidores ativos.
Embora tenhamos falado de três hipóteses de aposentadoria, é vedada
a percepção de mais de uma aposentadoria – excetuadas as percepções por
acumulação de cargos.

Direito de Petição

O direito de petição possui previsão constitucional (CF, art. 5º, XXXIV,


“a”). No Estatuto, esse direito possui uma previsão mais restrita, uma vez
que é aplicável aos servidores públicos. Basicamente, representa uma
forma de solicitar direitos ou providências da Administração.
Nesse contexto, são três os instrumentos para o exercício do direito de
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petição:
a) requerimento;
b) pedido de reconsideração; e
c) recurso.
O art. 124 menciona as três possibilidades.
Em seu inc. I, assegura ao servidor o direito de requerer ao Poder
Público, em defesa de direito ou interesse legítimo. O requerimento
deve ser dirigido à autoridade competente para decidi-lo. A solução para
esse requerimento deve ocorrer no prazo máximo de 45 dias, salvo em

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caso que obrigue a realização de diligência ou estudo especial. Nesse caso,
não poderá passar de 90 dias.
O pedido de reconsideração, por sua vez, é dirigido a autoridade
que houver expedido o ato ou proferido a decisão, não podendo ser
renovado (art. 124, II). Logo, percebe-se que o pedido de reconsideração
é encaminhado à mesma autoridade que tomou a decisão que está sendo
recorrida. Nesse caso, o servidor está solicitando que a mesma autoridade
reconsidere o que decidiu anteriormente. Ademais, a reconsideração só
poderá ser solicitada se houverem novos argumentos, devendo observar os
mesmos prazos do requerimento.
A autoridade que receber o pedido de reconsideração deverá processá-
lo como recurso, encaminhando-o à autoridade superior, quando não
preencher o requisito do item anterior.
Por fim, o recurso é cabível nas seguintes situações (art. 124, III):
a) quando houver pedido de reconsideração ou outro recurso
desatendido;
b) quando houver requerimento, pedido de reconsideração ou
outro recurso não decidido no prazo legal.
O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que
tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em
escala ascendente, às demais autoridades (art. 107, §1º). Portanto, no
recurso, solicita-se que a autoridade superior reveja o ato de seu
subordinado. No caso de recurso, a solução deverá ocorrer no prazo de 45
dias.
Vamos exemplificar um pouco. Suponha que um servidor deseje
solicitar a concessão de um direito. Nesse caso, ele deverá fazer um
requerimento, encaminhando-o para a autoridade competente, que
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chamaremos de Fulano. Se Fulano negar o requerimento do servidor, este


último poderá fazer um pedido de reconsideração, dirigido a Fulano,
solicitando que a decisão seja revista. Contudo, se Fulano negar novamente
o direito, o servidor deverá fazer um recurso, que será encaminhado à
autoridade superior de Fulano. A partir daí, o servidor poderá realizar
sucessivos recursos para as autoridades superiores.
Contudo, observado o art. 124, VI, nenhum recurso poderá ser dirigido
mais de uma vez à mesma autoridade.
Além disso, nem o pedido de reconsideração e nem o recurso, poderão
ser recebidos com efeito suspensivo. Por outro lado, no caso de

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provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da
decisão retroagirão à data do ato impugnado.
Ademais, nenhum dos dois (pedido de reconsideração e recurso)
poderá ser deferido se não atenderem às prescrições do Estatuto.
Na sequência, o art. 125 dispõe que o direito de pleitear na esfera
administrativa prescreve a partir da data da publicação oficial do ato
impugnado ou, quando for dispensada, da data em que dele tiver
conhecimento o funcionário, nos seguintes prazos:
a) em cinco anos, quanto aos atos de demissão, aposentadoria ou
disponibilidade;
b) em dois anos, nos demais casos.
Porém, o pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis,
interrompem a prescrição, ou seja, fazem zerar a contagem do prazo para
prescrição, por até duas vezes.
As certidões sobre matéria de pessoal serão fornecidas com os
elementos e registros existentes no assentamento individual do funcionário,
regulamentada a forma de sua expedição pela autoridade competente (art.
126).
Por fim, dispõe o art. 127 que, para o exercício do direito de petição, é
assegurada vista do processo ou documento, no órgão competente,
durante o horário de expediente.

Dos Deveres

Acumulação

De acordo com a Constituição Federal, é vedada a acumulação


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remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de


horários, a acumulação:
a) de dois cargos de professor;
b) de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
Segundo o Estatuto, art. 128, verificada a acumulação proibida de
cargos, funções ou empregos e, em processo sumário, provada a boa-fé, o
funcionário será obrigado a optar por um dos cargos no prazo de quinze
dias. Após esse prazo, ficará caracterizada a má-fé do funcionário, e este

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terá que restituir os valores percebidos indevidamente, além de estar
sujeito às sanções disciplinares.
O funcionário não poderá exercer mais de uma função gratificada nem
participar de mais de um órgão de deliberação coletiva, salvo como membro
nato ou quando não perceber remuneração. Desse modo, caso um
funcionário, ocupante de cargo em comissão ou de função gratificada, seja
substituído por outro que também exerça função gratificada ou cargo em
comissão, o substituto deverá ser afastado de seu cargo ou função, sem
que haja prejuízo da investidura e enquanto estiver efetivamente exercendo
a substituição.
Finalizando, não constitui acumulação proibida a percepção:
a) conjunta, de pensões civis e militares;
b) de pensões com remuneração ou salário;
c) de pensões com proventos de disponibilidade, aposentadoria ou
reforma;
d) de proventos, quando resultantes de cargos legalmente
acumuláveis;
e) de proventos com remuneração ou salário, nos casos de
acumulação legal.

Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá


responder nas esferas civil, penal e administrativa (art. 131).
Basicamente, a esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no
respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções
penais (p. ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da
prática dos ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores.
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Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que


cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo
servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano
(esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um
servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no
processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia,
veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui
algumas exceções.

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De qualquer forma, o funcionário responsável por todos os prejuízos
que, nessa condição, causar ao patrimônio do Estado, por dolo ou culpa,
devidamente apurados.
Assim, caracteriza-se como de especial responsabilidade:
a) a sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou a
responsabilidade, por não prestar contas, ou por não as tomar, na forma
e no prazo estabelecido nas leis e regulamentos administrativos.
b) as faltas, danos, avarias e qualquer outro prejuízo que sofrerem os
bens e materiais sob sua guarda ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
c) a falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de
despacho ou guias e outros documentos da receita ou que tenham com
eles relação;
d) qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual.

Por fim, como as instâncias são independentes, o pagamento da


indenização a que ficar obrigado não exime o funcionário da pena disciplinar
em que incorrer (art. 134).

Regime Disciplinar

Penalidades disciplinares

Toda a ação ou omissão do funcionário que possa comprometer a


dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia,
prejudicar a eficiência dos serviços públicos ou causar prejuízo de qualquer
natureza à Administração será considerada como infração disciplinar.
A punição pelas infrações cometidas pelo funcionário levará a conta os
antecedentes, o grau de culpa do agente, bem como os motivos, as
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circunstâncias e as consequências da ação cometida por ele.


Nesse âmbito, o Estatuto conceitua como penalidades disciplinares:
a) a repreensão verbal;
b) a repreensão escrita;
c) a suspensão;
d) a destituição de cargo de confiança;
e) a demissão simples;
f) a demissão qualificada;
g) a cassação de aposentadoria; e
h) a cassação de disponibilidade.

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Desse modo, o art. 137 apresenta quando serão aplicadas essas
punições. Vejamos cada uma.

Demissão qualificada ou simples

Serão punidas com demissão qualificada ou simples, os casos de:


a) lesão aos cofres públicos;
b) dilapidação do patrimônio público;
c) qualquer ato de manifesta improbidade no exercício da função
pública.

Demissão simples

A pena de demissão simples será aplicada nos seguintes casos:


a) pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições
públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimento e vantagens
de parentes até 2° grau;
b) inassiduidade permanente;
c) inassiduidade intermitente;
d) acumulação ilegal de cargos ou empregos públicos, com má fé ou por
ter decorrido o prazo de opção, em relação ao mais recente, se possível;
e) ofensa física em serviço contra qualquer pessoa, salvo em legítima
defesa;
f) ofensa física fora do serviço, mas em razão dele, contra funcionário,
salvo em legítima defesa.
g) participar da administração de empresa privada, se, pela natureza do
cargo exercido ou pelas características da empresa, esta puder de qualquer
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forma beneficiar-se do fato em prejuízo de suas congêneres ou do fisco;


h) aceitar representação, pensão, emprego ou comissão, de Estado
estrangeiro, sem prévia autorização da autoridade competente;
i) exercer comércio, em circunstâncias que lhe propiciem beneficiar-se
do fato de ser também funcionário público;
j) atribuir a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em
lei, o desempenho de encargos que lhe competirem ou a seus subordinados;
k) aplicar irregularmente dinheiros públicos;

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l) revelar ou facilitar a revelação de assuntos sigilosos que conheça em
razão do cargo;
m) falsificar ou usar documentos que saiba falsificados;
n) ineficiência desidiosa no exercício das atribuições.

Suspensão

A suspensão divide-se em dois modos de aplicação, até trinta dias


e até dez dias.
Assim, serão punidos com suspensão de até trinta dias os casos de:
a) ofensa moral contra qualquer pessoa no recinto da repartição;
b) dar causa à instauração de sindicância ou processo disciplinar,
imputando a qualquer funcionário infração de que o sabe inocente;
c) indisciplina ou insubordinação;
d) inassiduidade;
e) impontualidade;
f) faltar à verdade, com má fé, no exercício das funções;
g) obstar o pleno exercício da atividade administrativa vinculada a que
esteja sujeito o funcionário;
h) deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições,
as normas legais a que esteja sujeito;
i) deixar, por condescendência, de punir subordinado que cometeu
infração disciplinar ou, se for o caso, de levar o fato ao conhecimento da
autoridade superior;
j) fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade, como testemunha ou
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perito, em processo disciplinar;


k) conceder diária com o objetivo de remunerar outros serviços ou
encargos, bem como recebê-la pela mesma razão ou fundamento.
Por outro lado, a suspensão de até dez dias é aplicada nas seguintes
situações:
a) deixar de atender:
a. às requisições para defesa da Fazenda Pública;
b. aos pedidos de certidões para a defesa de direito subjetivo,
devidamente indicado;

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c. à convocação para júri;
b) retirar, sem autorização superior, qualquer documento ou objeto da
repartição, salvo se em benefício do serviço público;
c) deixar de atender nos prazos legais, sem justo motivo, sindicância ou
processo disciplinar ou negligenciar no cumprimento das obrigações
concernentes;
d) exercer, mesmo fora das horas de expediente, funções em entidades
privadas que dependam, de qualquer modo, de sua repartição.
Uma pausa é necessária nesse momento.
Para fins de definição, a Lei 6.745/1985 indica que pode-se considerar
a inassiduidade permanente quando o funcionário se ausentar do
serviço, sem justa causa, por mais de trinta dias consecutivos; já a
inassiduidade intermitente é configurada quando o funcionário faltar ao
serviço, sem justa causa, por 60 dias, intercaladamente, num período de
doze meses.
Além disso, cabe saber que, a demissão qualificada incompatibiliza
o ex-funcionário com exercício de cargo ou emprego público pelo período
de cinco a dez anos, tendo em vista as circunstâncias atenuantes ou
agravantes. Já os casos de demissão simples incompatibilizam o ex-
funcionário com o exercício de cargo ou emprego público pelo período de
dois a quatro anos (arts. 138 e 139).
Ademais, o funcionário que legalmente acumule cargos, será suspenso
do exercício do outro cargo público pelo tempo de duração da demissão
sofrida por ele, seja ela qualificada ou simples (art. 143).
Caso a punição seja a suspensão, o ocupante de cargo em comissão,
de função gratificada ou, ainda, o integrante do órgão de deliberação
coletiva será destituído.
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Repreensão

A repreensão, por sua vez, será a punição nos casos de:


a) falta de espírito de cooperação e de solidariedade para com os
companheiros de trabalho em assuntos de serviço;
b) apresentar-se ao serviço sem estar decentemente trajado e em
condições satisfatórias de higiene pessoal.

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Cassações de aposentadoria e disponibilidade

Para finalizar, as cassações de aposentadoria e disponibilidade serão


aplicadas nos casos em que o funcionário:
a) praticou, no exercício do cargo, falta punível com demissão;
b) mesmo aposentado ou em disponibilidade, aceitar representação,
comissão ou pensão de Estado estrangeiro sem prévia autorização da
autoridade competente.
******

Além disso, a Administração sempre deve dar a devida motivação para


os atos administrativos que imponham sanções aos servidores, permitindo
que o servidor e o Poder Judiciário tenham condições de realizar o devido
controle (art. 145).

Como vimos há pouco (na incompatibilidade do ex-funcionário com o


exercício), a aplicação de demissão, bem como das demais punições,
poderá ser atenuada ou agravada, com base nas circunstâncias
apresentadas.

Nesse contexto, são circunstâncias agravantes da pena:


a) a premeditação;
b) a reincidência;
c) o conluio;
d) a continuação;
e) o cometimento do ilícito:
a. mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte o
processo disciplinar;
b. com abuso de autoridade;
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c. durante o cumprimento da pena;


d. em público.

Por sua vez, são circunstâncias atenuantes da pena:


a) haver sido mínima a cooperação do funcionário no cometimento da
infração;
b) ter o agente:
a. procurado espontaneamente e com eficiência, logo após o
cometimento da infração, evitar-lhe ou minorar-lhe as
consequências ou ter, antes o julgamento, reparado o dano
civil;

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b. cometido a infração sob coação de superior hierárquico a que
não podia resistir, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto de terceiros;
c. confessado espontaneamente a autoria de infração ignorada
ou imputada a outrem;
d. mais de cinco anos de serviço com bom comportamento,
antes da infração.

Para finalizar, as penas de demissão e cassação de aposentadoria ou


de disponibilidade serão aplicadas pela autoridade competente para nomear
ou aposentar, ao passo que, a competência na aplicação das demais
penalidades será determinada em regulamento (arts. 148 e 149).

Prescrição

A prescrição é a situação em que o Poder Público perde a sua


capacidade punitiva, ou seja, transcorrido o prazo previsto em lei, o Estado
não poderá mais impor penalidade ao agente infrator.
Nesse sentido, a prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data
em que o fato se tornou conhecido, ou nos ilícitos permanentes ou
continuados, do dia em que cessar a permanência ou a continuação, em
(art. 150):
a) em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão e
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ressalvados os casos
em que se configure também ilícito penal – caso em que a prescrição será
a mesma da ação penal, caso esta prescreva em mais de cinco anos;
b) em 2 (dois) anos, quanto à repreensão, suspensão, ou
destituição de encargo de confiança;
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Ressalta-se, ainda, que de acordo com o §2º, do art. 150, a


instauração ou o julgamento de processo administrativo disciplinar
interrompe a prescrição. Interrompida a prescrição, todo o prazo começa
a correr novamente do dia da interrupção.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SINDICÂNCIA (LEI


8.112/1990)

A apuração de responsabilidade de servidores públicos por infrações


praticadas no exercício de suas funções, ou que tenham relação com as

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atribuições do seu cargo, é realizada por meio de sindicância ou processo
administrativo disciplinar (PAD).
Nessa linha, a sindicância ou o PAD são os instrumentos utilizados para
apurar os fatos, conceder o contraditório e a ampla defesa e, se for o caso,
aplicar as sanções administrativas aos servidores que cometerem infrações.
Com efeito, somente as penalidades administrativas são punidas em
processo administrativo, sendo que as penas de natureza civil e penal
devem ser apuradas e penalizadas por meio de instrumentos próprios,
perante o Poder Judiciário.
De acordo com a Lei 8.112/1990, a autoridade que tiver ciência de
irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa (art. 143).
Com efeito, a Constituição Federal de 1988 impede que qualquer
penalidade seja aplicada sem a concessão do contraditório e da ampla
defesa (art. 5º, LV). Assim, desde o advento da atual Carta Política, não
existe nenhum fundamento para impor uma sanção sem que o acusado
possa se defender, tal como ocorria na chamada “verdade sabida”. Dessa
forma, mesmo que existam as mais fortes evidências de que determinada
pessoa cometeu uma infração, ela não pode ser penalizada antes de lhe ser
concedida a oportunidade de defesa.
As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde
que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam
formuladas por escrito, confirmada a autenticidade (art. 144). Todavia,
quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto (art. 144, parágrafo
único).
O processo administrativo disciplinar é utilizado obrigatoriamente
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nos casos de imposição de penalidade de suspensão por mais de 30


(trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão.
Por outro lado, para a aplicação das demais penalidades – ou seja,
suspensão por até 30 dias ou advertência –, bastará a utilização da
sindicância.
Vejamos algumas questões sobre o assunto.

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9. (Cespe - Procurador/PGE-BA/2014) A prerrogativa de presunção de


veracidade dos atos da administração pública autoriza a aplicação de penalidade
disciplinar a servidor público com base na regra da verdade sabida.
Comentário: mesmo que existam as mais fortes evidências de que
determinada pessoa cometeu uma infração, ela não pode ser penalizada antes
de lhe ser concedida a oportunidade de defesa. Dessa forma, a Constituição
garante ao acusado a oportunidade de contraditório e ampla defesa, não
exigindo a possibilidade de aplicação da “verdade sabida”.
Gabarito: errado.

10. (Cespe - Tec/MPU/2013) Considere que determinado técnico do MPU tenha


cometido infração disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela tomado
conhecimento no dia seguinte ao da prática do ato. Nesse caso, deve o chefe do
servidor promover a apuração imediata da irregularidade, mediante sindicância ou
processo administrativo disciplinar.
Comentário: de acordo com a Lei 8.112/1990, a autoridade que tiver ciência de
irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar,
assegurada ao acusado ampla defesa (art. 143). Logo, o item está correto.
Destaco, porém, que o “chefe imediato” causa certa confusão, uma vez que
não necessariamente seria o chefe imediato, mas a autoridade competente
para instaurar o processo, que nem sempre será o chefe imediato. Contudo, o
gabarito final foi este mesmo, demonstrando que precisamos de um “jogo de
cintura” em questões de concursos.
Gabarito: correto. 06090347825

11. (Cespe - AUFC/2013) A instauração de processo administrativo disciplinar é


obrigatória para a aplicação das penas de suspensão por mais de trinta dias,
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão.
Comentário: o PAD é utilizado obrigatoriamente nos casos de imposição de
penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação
de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão.
Por outro lado, para a aplicação das demais penalidades – ou seja, suspensão
por até 30 dias ou advertência –, bastará a utilização da sindicância.

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Gabarito: correto.

Sindicância

A sindicância destina-se aos casos em que as penalidades são mais


leves – advertência e suspensão de até 30 dias – e, portanto, trata-se de
um procedimento mais célere para apurar as irregularidades praticadas por
servidores.
De acordo com o art. 145, da Lei 8.112/1990, da sindicância poderá
resultar:
a) arquivamento do processo;
b) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30
(trinta) dias;
c) instauração de PAD, caso for verificado que o caso enseja a
aplicação de penalidade mais grave.
O prazo para conclusão da sindicância não excederá trinta dias,
podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior
(art. 145, parágrafo único).
Conforme se observa do texto acima, quando for constatado que a
penalidade deve ser mais grave do que aquela cabível por meio de
sindicância, deverá ser instaurado o devido processo administrativo
disciplinar. Nesses casos, os autos da sindicância integrarão o processo
disciplinar, como peça informativa da instrução (art. 154). Além disso, caso
o relatório da sindicância venha a concluir que a infração está capitulada
como ilícito penal, a autoridade competente deverá encaminhar cópia dos
autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do
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processo disciplinar (art. 154, parágrafo único).


Ressalta-se, todavia, que a sindicância não é etapa do PAD, uma vez
que é possível instaurar o processo administrativo diretamente. Vale dizer,
para qualquer irregularidade poderá ser instaurado o processo
administrativo disciplinar, independentemente de prévia sindicância.
Todavia, quando a autoridade optar pela sindicância e, posteriormente,
concluir-se que a penalidade será maior do que 30 dias de suspensão,
obrigatoriamente deverá seguir-se do processo administrativo disciplinar.
Finalmente, deve-se destacar que sempre que da sindicância decorrer
a aplicação de penalidade administrativa, deverá ser oportunizado o
contraditório e a ampla defesa ao servidor (CF, art. 5º, LV).

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Processo administrativo disciplinar

Instauração

O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases (art. 151):


a) instauração;
b) inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e
relatório;
c) julgamento.

A instauração dar-se-á com a publicação do ato que constituir a


comissão. Nesse contexto, o processo disciplinar será conduzido por
comissão composta de três servidores estáveis designados pela
autoridade competente. Esta autoridade indicará, dentre os três, o
presidente da comissão, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior
ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do
indiciado (art. 149).
O presidente deverá indicar um servidor como secretário, que poderá
ser um dos membros da comissão (art. 149, §1º).
Além disso, não poderá participar de comissão de sindicância ou de
inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau (art. 149, §2º).
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não poderá exceder
sessenta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as
circunstâncias o exigirem. Todavia, nesse prazo não se inclui o tempo
destinado para a autoridade julgadora proferir a sua decisão, que é de vinte
dias, nos termos do art. 167. Portanto, além dos sessenta dias, prorrogáveis
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uma única vez, há ainda mais vinte dias para que a autoridade tome sua
decisão, totalizando 140 dias para conclusão do processo disciplinar
e imposição de pena20.

Afastamento temporário

A autoridade instauradora do processo disciplinar possui a faculdade


de afastar o servidor do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta
dias, como medida cautelar, para evitar que ele interfira na apuração da

20
RMS 23.436/DF.

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irregularidade (art. 147). O afastamento poderá ser prorrogado por igual
prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o
processo (art. 147, parágrafo único).
Todavia, o afastamento não possui caráter punitivo e, portanto, o
servidor continuará recebendo sua remuneração normalmente. Dessa
forma, a finalidade do afastamento é simplesmente de evitar que o servidor
interfira no processo, sendo que, ao final do prazo, ele retornará
normalmente às suas atividades.

Inquérito administrativo

O inquérito administrativo divide-se em três subfases: instrução,


defesa e relatório.

a) Instrução

A instrução é a principal fase investigatória, destinada a apurar os


fatos. É nesse momento que a comissão promoverá a tomada de
depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando
a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de
modo a permitir a completa elucidação dos fatos (art. 155).
Com efeito, o servidor tem o direito de acompanhar o processo
pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir
testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando
se tratar de prova pericial (art. 156). Portanto, é faculdade do servidor
decidir se precisa de defesa técnica por advogado ou não, conforme
assentado na STF:
Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
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Entretanto, se o servidor decidir pelo acompanhamento de advogado,


a comissão não poderá negar esse direito.
Além disso, o presidente da comissão poderá denegar pedidos
considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
interesse para o esclarecimento dos fatos (art. 156, §1º). Também será
indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato
independer de conhecimento especial de perito (art. 156, §2º).
Durante a instrução, a comissão poderá ouvir testemunhas, seja por
iniciativa própria, ou por indicação do acusado ou até mesmo de terceiros.
Entretanto, o depoimento deve ser prestado oralmente e reduzido a

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termo (passado a escrito), não sendo lícito à testemunha trazê-lo por
escrito (art. 158).
A Lei determina que as testemunhas sejam intimadas a depor mediante
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via,
com o ciente do interessado, ser anexada aos autos. Caso a testemunha
seja servidor público, a expedição do mandado será imediatamente
comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e
hora marcados para inquirição.
Ademais, as testemunhas devem ser inquiridas separadamente, mas
se existir contradição entre os seus depoimentos, deverá ocorrer a
acareação, isto é, as testemunhas com depoimentos conflitantes deverão
ser ouvidas novamente, postas frente a frente, buscando identificar qual
delas diz a verdade.
Após a conclusão da inquirição das testemunhas, a comissão
promoverá o interrogatório do acusado, observados os mesmos
procedimentos previstos para a inquirição das testemunhas (art. 159). No
caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e
sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias,
será promovida a acareação entre eles (art. 159, §1º). Ademais, o
procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à
inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e
respostas. Porém, faculta-se ao procurador reinquiri-las, mas somente por
intermédio do presidente da comissão (art. 159, §2º).
Até esse momento, o servidor era tratado apenas como acusado.
Todavia, após todo o procedimento de apuração, se a comissão entender
que existem elementos para caracterizar a infração disciplinar, será
formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele
imputados e das respectivas provas (art. 161).
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A partir desse momento, o servidor será tratado como indiciado,


momento em que será citado por mandado expedido pelo presidente da
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de dez dias, sendo
assegurado a ele vista do processo na repartição (art. 161, §1º). Caso
existam dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias,
sendo contado a partir da ciência do último interessado. No caso de
diligências consideradas indispensáveis, o prazo de defesa poderá ser
prorrogado pelo dobro.
Caso o indiciado se recuse em apor o ciente na cópia da citação, o
prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo

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membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de duas
testemunhas (art. 161, §4º).
Além disso, achando-se o indiciado em lugar desconhecido, a citação
para apresentar defesa será realizada por edital, publicado no Diário Oficial
da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
conhecido do servidor. Nesse caso, o prazo para defesa será de quinze
dias a partir da última publicação do edital.
Com a citação do interessado, conclui-se a instrução e dá-se início a
fase de defesa.

b) Defesa

A defesa é o momento em que o indiciado deverá contestar os fatos e


as provas apresentadas pela comissão. Conforme determina o art. 153 da
Lei 8.112/1990, o inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos
meios e recursos admitidos em direito.
Todavia, é possível que o indiciado, mesmo após ter sido regularmente
citado, não apresente defesa no prazo legal. Nessa situação, ele será
considerado revel.
Entretanto, os efeitos da revelia no processo administrativo são
diferentes dos efeitos do processo civil. Neste último, vigora o princípio da
verdade formal e, por conseguinte, todas as alegações de fato aduzidas
contra o indiciado seriam, em regra, consideradas verdadeiros. Portanto,
no processo civil, a revelia equivale a confissão do réu.
Por outro lado, no processo administrativo, em decorrência do
princípio da verdade material, os efeitos são totalmente diferentes.
Nesse caso, a revelia não representa confissão, sendo que a Administração
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continua com o ônus de provar o que alegou.


Por conseguinte, em caso de revelia, a autoridade instauradora do
processo deverá designar um servidor, que deverá ser ocupante de cargo
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou
superior ao do indiciado, para atuar como defensor dativo – ou seja, esse
servidor designado deverá elaborar a defesa do indiciado. Logo, no processo
administrativo, de uma forma ou outra, sempre existirá defesa escrita, que
poderá ser elaborada pessoalmente, por procurador ou pelo defensor
dativo, conforme o caso.
A subfase seguinte é a elaboração do relatório.

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c) Relatório

A comissão deverá apreciar a defesa e elaborar um relatório minucioso,


onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em
que se baseou para formar a sua convicção (art. 165). Esse relatório deverá
sempre ser conclusivo, ou seja, a comissão obrigatoriamente deverá se
manifestar sobre a inocência ou a responsabilidade do servidor (art. 165,
§1º).
Caso a comissão reconheça a responsabilidade do servidor, deverá
indicar o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as
circunstâncias agravantes ou atenuantes (art. 165, §2º).
Após tudo isso, o processo disciplinar, com o relatório da comissão,
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
julgamento (art. 166).
Vale lembrar que o contraditório já foi oportunizado no momento da
citação do indiciado. Portanto, não há previsão na Lei 8.112/1990 para a
intimação do indiciado para contestar o relatório conclusivo da comissão.
Nesse sentido, podemos ver o seguinte precedente do STF21:
2. A ausência de intimação do resultado do relatório final da
comissão de processo administrativo não caracteriza afronta ao
contraditório e à ampla defesa quando o servidor se defendeu ao
longo de todo o processo administrativo. Precedentes. 3. O
indeferimento motivado de pedido de prova testemunhal formulado após o
término da instrução do processo administrativo não caracteriza
cerceamento de defesa. Art. 156, §§1º e 2º, da Lei n. 8.112/1990.
Portanto, a defesa do interessado deve ocorrer ao longo do processo
administrativo, não sendo obrigatória sua intimação para debater o relatório
final da comissão julgadora.

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12. (Cespe – AJ/STF/2013) Tendo a CF assegurado o direito à ampla defesa e ao


contraditório nos processos administrativos disciplinares, o STF considera que a
ausência de defesa técnica realizada por advogado gera nulidade desse tipo de
processo.
Comentário: muito simples, a resposta encontra-se na Súmula Vinculante 5,
vejamos:
SÚMULA VINCULANTE Nº 5 - A falta de defesa técnica por advogado no
processo administrativo disciplinar não ofende a constituição.

21
RMS 30.881/DF.

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Melhor dizendo, não é necessário o acompanhamento de advogado no
processo administrativo disciplinar. Com efeito, o art. 156 da Lei 8.112/1990
determina que é assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo
pessoalmente ou por intermédio de procurador. Logo, trata-se de uma
faculdade do servidor, que poderá escolher se irá utilizar advogado (defesa
técnica) ou não.
Gabarito: errado.

Julgamento

A partir do recebimento do processo, a autoridade julgadora deverá


proferir sua decisão no prazo de vinte dias (art. 167). Contudo, trata-se
de prazo impróprio, uma vez que o julgamento fora do prazo legal não
implica nulidade do processo (art. 169, §1º). Por conseguinte, o único efeito
do julgamento fora do prazo será a responsabilização da autoridade
julgadora, caso o atraso dê causa à prescrição (art. 169, §2º).
Em regra, é a autoridade instauradora do processo que efetuará o
julgamento. Todavia, se a penalidade resultante exceder à alçada da
autoridade responsável por instaurar o processo, ele deverá ser
encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo (art.
167, §1º). Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o
julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais
grave (art. 167, §2º).
As competências para aplicação das penalidades disciplinares estão
previstas no art. 141 da Lei 8.112/1990, da seguinte forma:

Penalidade Autoridade competente


 Demissão; Pelo Presidente da República, pelos Presidentes
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 Cassação de aposentadoria; das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais


 Cassação de disponibilidade Federais e pelo Procurador-Geral da República,
de servidor. conforme o servidor esteja vinculado ao
respectivo Poder, órgão, ou entidade.

 Suspensão superior a 30 Pelas autoridades administrativas de hierarquia


(trinta) dias. imediatamente inferior àquelas mencionadas
acima.

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 Nos casos de advertência ou Pelo chefe da repartição e outras autoridades na
de suspensão de até 30 forma dos respectivos regimentos ou
(trinta) dias. regulamentos.

 Destituição de cargo em Pela autoridade que houver feito a nomeação.


comissão

Destaca-se que, no entendimento do Supremo Tribunal Federal, a


aplicação da penalidade de demissão poderá ser delegada pelo Presidente
da República aos Ministros de Estado22.
De acordo com o art. 168, o julgamento deve acatar o relatório da
comissão, salvo quando contrário às provas dos autos. Portanto, o relatório
não é vinculante, mas só poderá ser contrariado se a conclusão for contrária
aos autos, com a devida motivação da autoridade julgadora, que poderá
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade.
Com efeito, se for reconhecida pela comissão a inocência do servidor,
a autoridade instauradora do processo determinará o seu arquivamento,
salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos (art. 167, §4º).
Caso seja verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que
determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior
declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a
constituição de outra comissão para instauração de novo processo (art.
169).
Se ocorrer a extinção da punibilidade pela prescrição, a autoridade
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do
servidor (art. 170). 06090347825

Ademais, quando a infração estiver capitulada como crime, o processo


disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação
penal, ficando trasladado na repartição (art. 171).
Vale destacar que o art. 172 da Lei 8.112/1990 estabelece que o
servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a
pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o
cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
Vamos resolver algumas questões para fixar o assunto.

22
MS 25.518.

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Com referência ao processo administrativo e à Lei n.o 8.112/1990, no próximo item


apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva que deve ser julgada
à luz do entendimento do STJ.
13. (Cespe - AFT/2013) Determinado servidor público federal, que responde a
processo administrativo disciplinar, requereu sua aposentadoria voluntária, e a
administração pública indeferiu-lhe o pedido. Nessa situação, o indeferimento do
pleito está de acordo com a legislação de regência, pois o servidor que responde a
processo disciplinar somente poderá ser aposentado voluntariamente após a
conclusão do processo e o cumprimento da penalidade eventualmente aplicada.
Comentário: o servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser
exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do
processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada (art. 172 da Lei
8.112/1990). Assim, a assertiva está correta.
Gabarito: correto.

14. (Cespe – AnaTA/CADE/2014) Caso o relatório da comissão processante de


processo administrativo disciplinar conclua pela aplicação da penalidade de
quarenta e cinco dias de suspensão a bibliotecário em exercício no CADE, os autos
do processo deverão ser encaminhados ao ministro da Justiça, autoridade
competente para decisão nesse processo.
Comentário: inicialmente, cabe destacar que a Lei 8.112/1990 determina que a
aplicação da pena de suspensão superior a 30 dias é de competência da
autoridade administrativa de hierarquia inferior ao Presidente da República e
outras autoridades desse nível previstas no art. 141, I.
Com efeito, o art. 141, I, determina as seguintes autoridades para aplicação
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das penas de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de


servidor:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República,
quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou
entidade;
Perceba que o inciso menciona “entidade”, mas ainda assim não consta em
seu rol os dirigentes de entidades administrativa (autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). Dessa forma,
podemos entender que a aplicação da penalidade de demissão, mesmo

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quando da Administração Indireta, seria de competência do Presidente da
República, conforme o caso.
Claro que estou considerando a literalidade da Lei 8.112/1990. Por
conseguinte, a pena de suspensão superior a 30 dias, mesmo na
Administração Indireta, seria do ministro a que se vincula a entidade.
No caso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é uma
autarquia vinculada ao Ministério da Justiça. Dessa forma, caberia ao Ministro
da Justiça aplicar a referida penalidade.
Essa foi a interpretação da banca, que considerou a questão correta. Destaco,
porém, que esse assunto não é abordado nem na doutrina nem jurisprudência,
por isso que a banca se ateve ao “pé-da-letra” da Lei. Acho um entendimento
meio forçado, mas, nesse caso, o que vale é o entendimento da banca – afinal,
nós queremos é acertar as questões .
Gabarito: correto.

15. (Cespe – Adm/PF/2014) No processo administrativo disciplinar, a não


intimação dos indiciados para que possam rebater os relatórios finais das comissões
processantes não constitui violação ao contraditório.
Comentário: como o contraditório já foi oportunizado no momento da citação
do indiciado, não é necessária a sua intimação para contestar o relatório
conclusivo. Assim, a ausência de intimação do resultado do relatório final da
comissão de processo administrativo não caracteriza afronta ao contraditório
e à ampla defesa quando o servidor se defendeu ao longo de todo o processo
administrativo (vide RMS 30.881/DF).
Gabarito: correto.

Rito sumário
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A Lei 8.112/1990 apresenta um rito especial para investigação e


julgamento dos casos de acumulação ilícita de cargos públicos e de
abandono ou inassiduidade habitual. Trata-se do denominado rito
sumário.
No caso de acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas, a autoridade competente notificará o servidor, por intermédio de
sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez
dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará
procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata. O
processo administrativo decorrente observará as seguintes fases:

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a) instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser
composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a
autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração;
b) instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
c) julgamento.
O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar
submetido ao rito sumário não poderá exceder trinta dias, contados da
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.
A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a
constituiu, termo de indiciação, promovendo a citação pessoal do servidor
indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco
dias, apresentar defesa escrita, sendo assegurado ao servidor vista do
processo na repartição.
A opção por um dos cargos, realizada pelo servidor, até o último dia
de prazo para defesa, configurará sua boa-fé, hipótese em que se
converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
Após ser apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que
resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da
acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o
processo à autoridade instauradora, para julgamento
A autoridade julgadora deverá proferir a sua decisão no prazo de cinco
dias, contados do recebimento do processo.
Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, será aplicada a
pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou
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disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em


regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de
vinculação serão comunicados.
O art. 140 da Lei 8.112/1990 determina que a apuração de abandono
de cargo ou inassiduidade habitual também será realizada por meio de
procedimento sumário, com as seguintes particularidades:
a) a indicação da materialidade dar-se-á, na hipótese de abandono de
cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do
servidor ao serviço superior a trinta dias;

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b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao
serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta
dias interpoladamente, durante o período de doze meses;
Após a apresentação da defesa, a comissão elaborará relatório
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que
resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo
legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade
da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à
autoridade instauradora para julgamento.

Revisão do PAD

A revisão é um novo processo, que poderá ser aberto a qualquer


tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada (art. 174).
Não se trata, pois, de uma segunda instância, mas sim de uma nova
apreciação em decorrência de fatos novos, ou seja, fatos que não foram
analisados durante o processo administrativo original, que venham a
demonstrar que o servidor era inocente ou que a penalidade era
inadequada.
No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente (art. 175).
Além disso, a simples alegação de injustiça da penalidade não constitui
fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não
apreciados no processo originário (art. 176).
Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor,
qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo (art. 174,
§ 1º). Já no caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será
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requerida pelo respectivo curador (art. 174, § 2º).


Deve-se lembrar que não há prazo extintivo para a revisão, que poderá
ser instaurada a qualquer tempo.
Após instaurada, a comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
conclusão dos trabalhos, aplicando-se, no que couber, as normas e
procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar (art. 179 e
180).
O prazo de julgamento é de vinte dias, contados do recebimento do
processo, devendo ser realizado pela mesma autoridade que aplicou a
penalidade (art. 181, caput e parágrafo único).

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Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade
aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação
à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração
(art. 182).
Por fim, o parágrafo único, do art. 182, veda a denominada reformatio
in pejus no processo revisional, ou seja, da revisão do processo não poderá
resultar agravamento de penalidade.

QUESTÕES LEI 6.745/1985

16. (TJ-SC - Técnico Judiciário/2011) Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos


Civis do Estado de Santa Catarina, são requisitos básicos do estágio probatório,
EXCETO:
a) idoneidade moral.
b) assiduidade e pontualidade.
c) quitação com as obrigações militares e eleitorais.
d) disciplina.
e) eficiência.
Comentário: no decorrer do estágio probatório, o funcionário terá analisados os
seguintes fatores:
 idoneidade moral (alternativa A);
 assiduidade e pontualidade (alternativa B);
 disciplina (alternativa D);
 eficiência (alternativa E).
Desse modo, a única alternativa que não corresponde a um requisito básico do
estágio probatório é a C – quitação com as obrigações militares e eleitorais, que
representa, na realidade, um requisito para investidura em cargo público.
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Gabarito: alternativa C.

17. (TJ-SC - Técnico Judiciário/2011) O deslocamento motivado de cargo de


provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro de pessoal, para outro
órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central de
pessoal, segundo o Estatuto do Servidor Publico do Estado de Santa Catarina, é
denominado:
a) transferência.
b) readaptação.
c) recondução.
d) redistribuição.

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e) substituição.
Comentário: a questão ainda utiliza a transferência como forma de provimento.
Já vimos que isso não é válido, visto que a transferência é considerada
inconstitucional.
De qualquer forma, como temos poucas questões sobre a Lei, vamos comentar
as demais alternativas em busca da nossa resposta.
 readaptação: representa a investidura do servidor em cargo de
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção
médica;
 recondução: retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado
por inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou por
reintegração do anterior ocupante do cargo;
 redistribuição: deslocamento motivado de cargo de provimento efetivo,
ocupado ou vago no âmbito do quadro de pessoal, para outro órgão ou
entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central de
pessoal;
 substituição: instrumento fundado no princípio da continuidade, que
determina que os servidores investidos em cargo em comissão ou de
função de confiança terão substitutos indicados por ato da autoridade
competente ou, em determinadas situações, automaticamente.
Assim, podemos assinalar como nosso gabarito a alternativa D (redistribuição).
Gabarito: alternativa D.

18. (TJ-SC - Analista Jurídico/2011) Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos


Civis do Estado de Santa Catarina, a remuneração paga ao funcionário pelo exercício
do cargo corresponde: 06090347825

a) Ao salário e abonos.
b) Apenas aos vencimentos.
c) Apenas às vantagens pecuniárias.
d) Ao soldo e ajudas de custo.
e) Ao vencimento e vantagens pecuniárias.
Comentário: a resposta para essa assertiva encontra-se no art. 81 do Estatuto.
Lá, temos que a remuneração é a retribuição mensal paga ao funcionário pelo
exercício do cargo, correspondente ao vencimento e vantagens pecuniárias.
Gabarito: alternativa E.

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19. (TJ-SC - Técnico Judiciário/2010) Pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
do Estado, o direito do funcionário pleitear na esfera administrativa quanto aos atos
de que decorrem a sua demissão, prescreve:
a) Em três anos a partir da data da publicação oficial do ato impugnado.
b) Em dois anos a partir da data da publicação oficial do ato impugnado.
c) Em dois anos a partir da data da prática do ato que ensejou a demissão.
d) Em um ano a partir da data da prática do ato que ensejou a demissão.
e) Em cinco anos a partir da data da publicação oficial do ato impugnado.
Comentário: o art. 125 apresenta os prazos em que o direito de requerer
prescreverá. São eles:
 em cinco anos, quanto aos atos de demissão, aposentadoria ou
disponibilidade;
 em dois anos, nos demais casos.
Ademais, o prazo da prescrição se inicia na data da publicação oficial do ato
impugnado, ou quando for dispensada, da data em que dele tiver conhecimento
o funcionário.
Assim, nossa resposta está na alternativa E (cinco anos a partir da data da
publicação oficial do ato impugnado).
Gabarito: alternativa E.

20. (FEPESE - Analista Financeiro/SEFAZ-SC/2010) Conforme disposto no


Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, assinale a
alternativa correta.
a) É permitida a acumulação de férias.
b) A gratificação natalina não é devida ao funcionário exonerado.
c) Para efeito de promoção, a antiguidade é determinada pelo tempo de serviço no
cargo.
d) A nomeação será feita em caráter efetivo para os cargos declarados em lei de livre
nomeação e exoneração.
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e) Considera-se trabalho noturno o prestado entre 21 (vinte e uma) horas e 06 (seis)


horas do dia seguinte.
Comentário:
a) a acumulação de férias é vedada (art. 61) – ERRADA;
b) para os funcionários que tenham sido exonerados, será concedida a razão de
um doze avos (1/12) da sua remuneração como gratificação, paga no ato da
saída – ERRADA;
c) texto perfeito do art. 50 da Lei 6.745/1985. Assim, temos nossa resposta –
CORRETA;

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d) a nomeação será de caráter efetivo apenas quando decorrente de concurso
público. Apenas os casos de nomeação em comissão serão de livre nomeação
e exoneração – ERRADA;
e) considera-se trabalho noturno aquele prestado entre 22 horas e 6 horas do
dia posterior – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

21. (FEPESE – Advogado/UDESC/2010) Preencha as lacunas do texto abaixo.


"A remuneração do servidor que executar atividade noturna, assim considerado o
trabalho prestado entre ................horas e ................horas do dia seguinte, será
acrescida de ...................".
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as lacunas do texto.
a) 21 ; 5 ; 25%
b) 21 ; 6 ; 50%
c) 22 ; 5 ; 25%
d) 22 ; 6 ; 25%
e) 22 ; 6 ; 50%
Comentário: acabamos de ver isso, mas vamos repetir para fixar!
Com base no texto do art. 30 “Considera-se trabalho noturno, para os fins deste
Estatuto, o prestado entre 22 (vinte e duas) horas e 06 (seis) horas do dia
seguinte.”
Contudo, isso não é o suficiente para a nossa resposta.
Assim, o art. 89 determina que a remuneração do funcionário que executar
trabalho noturno será acrescida de vinte e cinco por cento (25%), sendo a hora
noturna considerada de cinquenta e dois minutos.
Portanto, correta a alternativa D (22 ; 6 ; 25%).
Gabarito: alternativa D.

22. (FEPESE – Advogado/UDESC/2010) Considerando o disposto no Estatuto dos


06090347825

Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, é correto afirmar:


a) Remuneração é a expressão pecuniária do cargo, consoante nível próprio, fixado
em lei.
b) O funcionário perderá 1/3 dos vencimentos do dia quando se retirar antes de
terminado o horário de trabalho.
c) Para efeito de progressão por merecimento, a lei estabelecerá o nível do cargo em
4 referências pecuniárias de valor crescente, nunca inferior a 10%.
d) A gratificação natalina será paga no mês de novembro de cada ano e seu valor
será calculado proporcionalmente aos meses de efetivo exercício.
e) O funcionário sempre manterá os vencimentos do cargo efetivo quando nomeado
em comissão.

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Comentário:
a) remuneração é a retribuição mensal paga ao funcionário pelo exercício do
cargo, correspondente ao vencimento e vantagens pecuniárias. A definição
apresentada na alternativa corresponde ao vencimento – ERRADA;
b) o servidor perderá um terço dos vencimentos do dia, quando comparecer ao
serviço com atraso máximo de até 30 minutos, ou quando se retirar antes de
terminado o horário de trabalho (art. 93) – CORRETA;
c) quase isso. Contudo, de acordo com o art. 82, parágrafo único, a lei poderá
estabelecer o nível do cargo em quatro referências pecuniárias de valor
crescente, para efeito de progressão por merecimento. Contudo, a diferença não
pode ser nunca inferior a 5% – ERRADA;
d) a gratificação natalina corresponderá à remuneração ou proventos do mês de
dezembro de cada exercício e será paga até o mês de dezembro de cada ano –
ERRADA;
e) nada disso! O funcionário perderá os vencimentos do cargo efetivo quando
nomeado em comissão, ressalvado o direito de opção, sem prejuízo de eventual
gratificação (art. 92) – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

23. (TJ-SC - Analista Jurídico/2009) São puníveis com demissão simples, nos
termos do Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina – Lei
6.745/85:
a) Obstar o pleno exercício da atividade administrativa vinculada a que esteja sujeito
o funcionário.
b) Deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as normas
legais a que esteja sujeito.
c) Ofensa física em serviço contra qualquer pessoa, salvo em legítima defesa.
d) Fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade, como testemunha ou perito em
processo disciplinar. 06090347825

e) Conceder diária com objetivo de remunerar outros serviços ou encargos, bem como
recebê-la pela mesma razão.
Comentário: embora longo, vamos relembrar os casos passíveis de punição
com demissão simples:
1. pleitear, como procurador ou intermediário, junto às repartições
públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimento e
vantagens de parentes até 2° grau;
2. inassiduidade permanente;
3. inassiduidade intermitente;
4. acumulação ilegal de cargos ou empregos públicos, com má fé ou
por ter decorrido o prazo de opção, em relação ao mais recente, se
possível;

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5. ofensa física em serviço contra qualquer pessoa, salvo em
legítima defesa; (alternativa C).
6. ofensa física fora do serviço, mas em razão dele, contra funcionário,
salvo em legítima defesa.
7. participar da administração de empresa privada, se, pela natureza
do cargo exercido ou pelas características da empresa, esta puder
de qualquer forma beneficiar-se do fato em prejuízo de suas
congêneres ou do fisco;
8. aceitar representação, pensão, emprego ou comissão, de Estado
estrangeiro, sem prévia autorização da autoridade competente;
9. exercer comércio, em circunstâncias que lhe propiciem beneficiar-
se do fato de ser também funcionário público;
10. atribuir a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em
lei, o desempenho de encargos que lhe competirem ou a seus
subordinados;
11. aplicar irregularmente dinheiros públicos;
12. revelar ou facilitar a revelação de assuntos sigilosos que conheça
em razão do cargo;
13. falsificar ou usar documentos que saiba falsificados;
14. ineficiência desidiosa no exercício das atribuições.
Portanto, nosso gabarito é a letra C.
As demais alternativas tratam de atos puníveis com suspensão de até 30 dias.
Gabarito: alternativa C.

24. (TJ-SC - Analista Administrativo/2009) De acordo com o Estatuto dos


Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina disposto na Lei nº 6.745, de
28 de dezembro de 1985, analise as proposições abaixo é assinale a alternativa
correta.
I. A nomeação é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal
e expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das
respectivas funções. 06090347825

II. A admissão ao serviço estadual dependerá sempre de aprovação prévia em


concurso público, não sendo admitida exceção.
III. O funcionário nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio
probatório de 03 (três) anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à
confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
IV. Ao funcionário que se deslocar temporariamente da respectiva sede, a serviço,
conceder-se-á o transporte e o pagamento antecipado das diárias a título de
indenização das despesas de alimentação, estada e deslocamento.
V. As diárias serão calculadas por período de 24 (vinte e quatro) horas, contadas da
partida do servidor, considerando-se como uma diária a fração superior a 12 (doze)
horas e a fração de período será contada como meia diária quando inferior a 12 (doze)
horas e superior a 04 (quatro) horas.

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a) Todas as proposições estão corretas.
b) Somente as proposições I, IV e V estão corretas.
c) Somente as proposições IV e V estão corretas.
d) Somente as proposições I, II e V estão corretas.
e) Somente as proposições II IV e V estão corretas.
Comentário: a questão está desatualizada e seu gabarito não corresponde ao
que deveria. Porém, ainda assim podemos utilizá-la para praticar. Vamos lá?!
I. A nomeação é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal
e expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das
respectivas funções.
A descrição não pertence à nomeação, mas sim a posse (art. 12) – ERRADA;
II. A admissão ao serviço estadual dependerá sempre de aprovação prévia em
concurso público, não sendo admitida exceção.
Existem dois modos de admissão no serviço público, por nomeação, quando
aprovado em concurso público; e por livre nomeação e exoneração, quando se
tratar de cargo em comissão – ERRADA;
III. O funcionário nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio
probatório de 03 (três) anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à
confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
Essa é a afirmativa que está desatualizada. De fato, a redação anterior da Lei,
estipulava que funcionário nomeado para cargo efetivo ficaria sujeito a um
período de estágio probatório de dois anos, com o objetivo de apurar os
requisitos necessários à confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
Todavia, a Lei Complementar nº 605, de 18.12.2013, alterou a redação do art. 15
da Lei 6.745/1985. Com isso, o período de estágio probatório passou a ser de
três anos de efetivo exercício no cargo para o qual prestou concurso público.
Assim, essa afirmativa estaria correta. Como a assertiva é de antes da alteração,
a banca considerou como gabarito o que era correto naquele ano (2009) –
06090347825

ERRADA (para o gabarito) / CORRETA (na atualidade);


IV. Ao funcionário que se deslocar temporariamente da respectiva sede, a serviço,
conceder-se-á o transporte e o pagamento antecipado das diárias a título de
indenização das despesas de alimentação, estada e deslocamento.
Cópia perfeita do art. 102 do Estatuto. Nem necessita de maiores comentários –
CORRETA;
V. As diárias serão calculadas por período de 24 (vinte e quatro) horas, contadas da
partida do servidor, considerando-se como uma diária a fração superior a 12 (doze)
horas e a fração de período será contada como meia diária quando inferior a 12 (doze)
horas e superior a 04 (quatro) horas.

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Outra cópia, dessa vez é referente ao art. 103, §§1º e 2º - CORRETA.
Finalizando, o gabarito da questão seria a alternativa C (corretas apenas as
afirmativas IV e V). Porém, como explicado, com o texto atualizado, estariam
corretas as alternativas III, IV e V.
Gabarito: alternativa C.

25. (TJ-SC - Analista Administrativo/2009) Relativamente ao Estatuto dos


Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, assinale a alternativa correta.
a) O direito de pleitear na esfera administrativa prescreve a partir da data da
publicação oficial do ato impugnado ou, quando for dispensada, da data em que dele
tiver conhecimento o servidor: em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de que decorreram
a demissão, aposentadoria ou disponibilidade do servidor; em 02 (dois) anos, nos
demais casos.
b) O pagamento da indenização a que ficar obrigado exime o servidor da pena
disciplinar em que incorrer.
c) A cassação de aposentadoria e a cassação de disponibilidade não são
consideradas penas disciplinares.
d) A demissão qualificada incompatibiliza o ex-servidor com o exercício de cargo ou
emprego público pelo período de 02 (dois) a 04 (quatro) anos, tendo em vista as
circunstâncias atenuantes ou agravantes.
e) O funcionário que estiver respondendo a processo disciplinar poderá, antes de seu
término, ser exonerado a pedido.
Comentário: conforme consta no art. 125 do Estatuto dos Servidores de Santa
Catarina, o direito de pleitear na esfera administrativa prescreve a partir da data
da publicação oficial do ato impugnado ou, quando for dispensada, da data em
que dele tiver conhecimento o funcionário, nos seguintes prazos:
 em cinco anos, quanto aos atos de demissão, aposentadoria ou
disponibilidade;
 em dois anos, nos demais casos. 06090347825

Dessa forma, podemos perceber que a opção A está perfeita. Vamos ao erro das
demais opções.
b) o pagamento da indenização a que ficar obrigado não exime o funcionário da
pena disciplinar em que incorrer (art. 134) – ERRADA;
c) as penas disciplinares estão relacionadas no art. 136 do Estatuto, são elas:
(i) repreensão verbal; (ii) repreensão escrita; (iii) suspensão; (iv) destituição de
cargo de confiança; (v) demissão simples; (vi) demissão qualificada; (vii)
cassação de aposentadoria; e (viii) cassação de disponibilidade – ERRADA;
d) a demissão qualificada incompatibiliza o ex-funcionário com exercício de
cargo ou emprego público pelo período de cinco a dez anos, tendo em vista as
circunstâncias atenuantes ou agravantes (art. 138). Por outro lado, a demissão

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simples incompatibiliza o ex-funcionário com o exercício de cargo ou emprego
público pelo período de dois a quatro anos, tendo em vista as circunstâncias
atenuantes ou agravantes (art. 139). Como se vê, a questão trocou os prazos da
demissão qualificada (cinco a dez anos) com a demissão simples (dois a quatro
anos) – ERRADA;
e) a redação original do art. 163 estabelecia que “o funcionário que estiver
respondendo a processo disciplinar não poderá, antes de seu término, ser
exonerado a pedido, nem se afastar do serviço, a não ser em virtude de licença
por doença, suspensão preventiva, prisão administrativa ou prisão em
flagrante”. Contudo, tal regra foi revogada pela Lei Complementar 491/2010, que
instituiu o regime disciplinar dos servidores estatutários de Santa Catarina.
Porém, o art. 63 da Lei Complementar 491/2010 apresenta uma redação bem
semelhante, vejamos: “o servidor que responder a processo disciplinar só
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a
conclusão do processo e o cumprimento da penalidade eventualmente
aplicada”. Logo, o funcionário que estiver respondendo a processo disciplinar
poderá, antes de seu término, não poderá ser exonerado a pedido – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.

****

É isso.
Até breve.
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/

QUESTÕES COMENTADAS NA AULA


06090347825

1. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 - adaptada) A Lei n.º 6.745/1985 aplica-se


a) aos servidores temporários.
b) aos servidores públicos efetivos da União.
c) aos servidores públicos militares.
d) aos servidores públicos das empresas públicas.
e) aos servidores públicos das autarquias.
2. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-RJ/2012 - adaptada) Para os efeitos da Lei
n.o 6.745/1985, servidor público é o ocupante de cargo público, conceituação que
abrange os ocupantes de cargo em comissão e função de confiança.
3. (Cespe – TJ/TRE MS/2013 - adaptada) Ao funcionário público estadual estável
aprovado em novo concurso público, para outro órgão, mas não habilitado no estágio

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probatório desse novo cargo aplica-se, para que retorne ao cargo por ele
anteriormente ocupado, o instituto da
a) redistribuição.
b) recondução.
c) readaptação.
d) reversão.
e) reintegração.
4. (Cespe – Analista Administrativo/ANTT/2013 - adaptada) A reintegração, a
recondução e a remoção são formas de manejo do servidor público estadual. A
reintegração consiste na reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. A
recondução, por sua vez, refere-se ao retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado, em razão de inabilitação em estágio probatório relativo a outro
cargo ou reintegração do anterior ocupante. A remoção, por fim, é o deslocamento do
servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança
de sede.
5. (Cespe – TA/ANTT/2013) O servidor público reintegrado ao cargo em razão da
declaração judicial de nulidade de ato de demissão não tem direito ao tempo de
serviço, aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o período de
afastamento.
6. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011) Caso o servidor público não satisfaça as
condições do estágio probatório, a sua exoneração do cargo efetivo ocorre a pedido
ou de ofício.
7. (Cespe – Assistente em Administração/FUB/2013) A remoção constitui o
deslocamento do cargo de provimento efetivo desocupado no âmbito do quadro geral
de pessoal para outro órgão ou entidade do mesmo poder.
8. (Cespe – AJ/STF/2013 - adaptada) A vacância decorre, entre outros fatos, do
acesso e da transferência.
9. (Cespe - Procurador/PGE-BA/2014) A prerrogativa de presunção de veracidade
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dos atos da administração pública autoriza a aplicação de penalidade disciplinar a


servidor público com base na regra da verdade sabida.
10. (Cespe - Tec/MPU/2013) Considere que determinado técnico do MPU tenha
cometido infração disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela tomado
conhecimento no dia seguinte ao da prática do ato. Nesse caso, deve o chefe do
servidor promover a apuração imediata da irregularidade, mediante sindicância ou
processo administrativo disciplinar.
11. (Cespe - AUFC/2013) A instauração de processo administrativo disciplinar é
obrigatória para a aplicação das penas de suspensão por mais de trinta dias,

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demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão.
12. (Cespe – AJ/STF/2013) Tendo a CF assegurado o direito à ampla defesa e ao
contraditório nos processos administrativos disciplinares, o STF considera que a
ausência de defesa técnica realizada por advogado gera nulidade desse tipo de
processo.

Com referência ao processo administrativo e à Lei n.o 8.112/1990, no próximo item


apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva que deve ser julgada à
luz do entendimento do STJ.
13. (Cespe - AFT/2013) Determinado servidor público federal, que responde a
processo administrativo disciplinar, requereu sua aposentadoria voluntária, e a
administração pública indeferiu-lhe o pedido. Nessa situação, o indeferimento do pleito
está de acordo com a legislação de regência, pois o servidor que responde a processo
disciplinar somente poderá ser aposentado voluntariamente após a conclusão do
processo e o cumprimento da penalidade eventualmente aplicada.
14. (Cespe – AnaTA/CADE/2014) Caso o relatório da comissão processante de
processo administrativo disciplinar conclua pela aplicação da penalidade de quarenta
e cinco dias de suspensão a bibliotecário em exercício no CADE, os autos do processo
deverão ser encaminhados ao ministro da Justiça, autoridade competente para
decisão nesse processo.
15. (Cespe – Adm/PF/2014) No processo administrativo disciplinar, a não intimação
dos indiciados para que possam rebater os relatórios finais das comissões
processantes não constitui violação ao contraditório.
16. (TJ-SC - Técnico Judiciário/2011) Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos
Civis do Estado de Santa Catarina, são requisitos básicos do estágio probatório,
EXCETO:
a) idoneidade moral. 06090347825

b) assiduidade e pontualidade.
c) quitação com as obrigações militares e eleitorais.
d) disciplina.
e) eficiência.
17. (TJ-SC - Técnico Judiciário/2011) O deslocamento motivado de cargo de
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro de pessoal, para outro
órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central de
pessoal, segundo o Estatuto do Servidor Publico do Estado de Santa Catarina, é
denominado:
a) transferência.
b) readaptação.

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c) recondução.
d) redistribuição.
e) substituição.
18. (TJ-SC - Analista Jurídico/2011) Segundo o Estatuto dos Servidores Públicos
Civis do Estado de Santa Catarina, a remuneração paga ao funcionário pelo exercício
do cargo corresponde:
a) Ao salário e abonos.
b) Apenas aos vencimentos.
c) Apenas às vantagens pecuniárias.
d) Ao soldo e ajudas de custo.
e) Ao vencimento e vantagens pecuniárias.
19. (TJ-SC - Técnico Judiciário/2010) Pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
do Estado, o direito do funcionário pleitear na esfera administrativa quanto aos atos
de que decorrem a sua demissão, prescreve:
a) Em três anos a partir da data da publicação oficial do ato impugnado.
b) Em dois anos a partir da data da publicação oficial do ato impugnado.
c) Em dois anos a partir da data da prática do ato que ensejou a demissão.
d) Em um ano a partir da data da prática do ato que ensejou a demissão.
e) Em cinco anos a partir da data da publicação oficial do ato impugnado.
20. (FEPESE - Analista Financeiro/SEFAZ-SC/2010) Conforme disposto no
Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, assinale a
alternativa correta.
a) É permitida a acumulação de férias.
b) A gratificação natalina não é devida ao funcionário exonerado.
c) Para efeito de promoção, a antiguidade é determinada pelo tempo de serviço no
cargo.
d) A nomeação será feita em caráter efetivo para os cargos declarados em lei de livre
nomeação e exoneração.
e) Considera-se trabalho noturno o prestado entre 21 (vinte e uma) horas e 06 (seis)
06090347825

horas do dia seguinte.


21. (FEPESE – Advogado/UDESC/2010) Preencha as lacunas do texto abaixo.
"A remuneração do servidor que executar atividade noturna, assim considerado o
trabalho prestado entre ................horas e ................horas do dia seguinte, será
acrescida de ...................".
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as lacunas do texto.
a) 21 ; 5 ; 25%
b) 21 ; 6 ; 50%
c) 22 ; 5 ; 25%
d) 22 ; 6 ; 25%
e) 22 ; 6 ; 50%

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22. (FEPESE – Advogado/UDESC/2010) Considerando o disposto no Estatuto dos
Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, é correto afirmar:
a) Remuneração é a expressão pecuniária do cargo, consoante nível próprio, fixado
em lei.
b) O funcionário perderá 1/3 dos vencimentos do dia quando se retirar antes de
terminado o horário de trabalho.
c) Para efeito de progressão por merecimento, a lei estabelecerá o nível do cargo em
4 referências pecuniárias de valor crescente, nunca inferior a 10%.
d) A gratificação natalina será paga no mês de novembro de cada ano e seu valor
será calculado proporcionalmente aos meses de efetivo exercício.
e) O funcionário sempre manterá os vencimentos do cargo efetivo quando nomeado
em comissão.
23. (TJ-SC - Analista Jurídico/2009) São puníveis com demissão simples, nos
termos do Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina – Lei
6.745/85:
a) Obstar o pleno exercício da atividade administrativa vinculada a que esteja sujeito
o funcionário.
b) Deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as normas
legais a que esteja sujeito.
c) Ofensa física em serviço contra qualquer pessoa, salvo em legítima defesa.
d) Fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade, como testemunha ou perito em
processo disciplinar.
e) Conceder diária com objetivo de remunerar outros serviços ou encargos, bem como
recebê-la pela mesma razão.
24. (TJ-SC - Analista Administrativo/2009) De acordo com o Estatuto dos
Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina disposto na Lei nº 6.745, de
28 de dezembro de 1985, analise as proposições abaixo é assinale a alternativa
correta.
I. A nomeação é o ato pelo qual o nomeado para um cargo público manifesta, pessoal
e expressamente, a sua vontade de aceitar a nomeação e inicia o exercício das
06090347825

respectivas funções.
II. A admissão ao serviço estadual dependerá sempre de aprovação prévia em
concurso público, não sendo admitida exceção.
III. O funcionário nomeado para cargo efetivo fica sujeito a um período de estágio
probatório de 03 (três) anos, com o objetivo de apurar os requisitos necessários à
confirmação no cargo para o qual foi nomeado.
IV. Ao funcionário que se deslocar temporariamente da respectiva sede, a serviço,
conceder-se-á o transporte e o pagamento antecipado das diárias a título de
indenização das despesas de alimentação, estada e deslocamento.
V. As diárias serão calculadas por período de 24 (vinte e quatro) horas, contadas da
partida do servidor, considerando-se como uma diária a fração superior a 12 (doze)

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horas e a fração de período será contada como meia diária quando inferior a 12 (doze)
horas e superior a 04 (quatro) horas.
a) Todas as proposições estão corretas.
b) Somente as proposições I, IV e V estão corretas.
c) Somente as proposições IV e V estão corretas.
d) Somente as proposições I, II e V estão corretas.
e) Somente as proposições II IV e V estão corretas.
25. (TJ-SC - Analista Administrativo/2009) Relativamente ao Estatuto dos
Servidores Públicos Civis do Estado de Santa Catarina, assinale a alternativa correta.
a) O direito de pleitear na esfera administrativa prescreve a partir da data da
publicação oficial do ato impugnado ou, quando for dispensada, da data em que dele
tiver conhecimento o servidor: em 05 (cinco) anos, quanto aos atos de que decorreram
a demissão, aposentadoria ou disponibilidade do servidor; em 02 (dois) anos, nos
demais casos.
b) O pagamento da indenização a que ficar obrigado exime o servidor da pena
disciplinar em que incorrer.
c) A cassação de aposentadoria e a cassação de disponibilidade não são
consideradas penas disciplinares.
d) A demissão qualificada incompatibiliza o ex-servidor com o exercício de cargo ou
emprego público pelo período de 02 (dois) a 04 (quatro) anos, tendo em vista as
circunstâncias atenuantes ou agravantes.
e) O funcionário que estiver respondendo a processo disciplinar poderá, antes de seu
término, ser exonerado a pedido.

GABARITO

1. E 11. C 21. D
2. C 12. E 22. B
3. B 06090347825

13. C 23. C
4. C 14. C 24. C
5. E 15. C 25. A
6. E 16. C
7. E 17. D
8. E 18. E
9. E 19. E
10. C 20. C

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REFERÊNCIAS

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de
Janeiro: Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo:
Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas,
2014.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. “Personalidade judiciária de órgãos públicos”. Salvador:
Revista Eletrônica de Direito do Estado, 2007.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2014.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 7ª Ed. Niterói: Impetus, 2013.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2013.

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