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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
CURSO ENGENHARIA CIVIL

Fernanda Alves de Souza

Concreto II

Cuiabá – MT

Outubro/2017
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Pesquisa Detalhamento da armadura longitudinal em vigas

Pesquisa referente à disciplina de Concreto II, como meio de


avaliação oficial do curso de engenharia civil na instituição
Universidade de Cuiabá - UNIC.

Orientador: Filipe Porto

Cuiabá – MT

Outubro/2017
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Sumário

Introdução

1. O que é lb (Comprimento básico de ancoragem) ...............................4


2. Lb máximo (Comprimento de ancoragem necessária) .......................6
3. Aderência ............................................................................................7
4. Aderência por Adesão .........................................................................9
5. Aderência Atrito ..................................................................................10
6. Aderência Mecânica ............................................................................11
7. TENSÃO DE ADERÊNCIA ...............................................................12
8. ANCORAGEM DA ARMADURA ....................................................13
9. Decalagem de diagrama de momentos fletores ...................................14
10. GANCHOS DAS ARMADURAS DE TRAÇÃO ..............................15
11. GANCHOS DOS ESTRIBOS ............................................................16
12. Ligações semi-rígidas .........................................................................17
13. Analise Ligações rígidas utilizadas .....................................................19
14. Ligações rígidas ..................................................................................21
15. Rotação ...............................................................................................22
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O que é lb (Comprimento básico de ancoragem)?

É definida pela NBR 6118 como “comprimento de ancoragem básico”, isto é,


o comprimento reto necessário para uma barra de armadura passiva ancorar a força limite As
fyd nessa barra, admitindo, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e
igual a fbd.

Onde ela esclarece que alterada a definição do comprimento de ancoragem básico,


seguindo as prescrições do item 9.4.2.4 da NBR 6118:2014. Esse item agora define um valor
mínimo de 25 vezes o diâmetro da barra, o que pode gerar valores ligeiramente maiores ao
adotar uma classe de concreto com fck mais elevado. Com isso, também foi alterado
ligeiramente o critério de verificação dos pinos e alças de içamento em elementos pré-
moldados, adequando-se às novas prescrições para comprimento de ancoragem definidos pela
NBR 6118:2014.

Ancoragem nada mais é do que a fixação da barra no concreto, para que ela possa
ser interrompida. Na ancoragem por aderência, deve ser previsto um comprimento suficiente
para que o esforço da barra (de tração ou de compressão) seja transferido para o concreto. Ele
é denominado comprimento de ancoragem. Além disso, em peças nas quais, por disposições
construtivas ou pelo seu comprimento, necessita-se fazer emendas nas barras, também se deve
garantir um comprimento suficiente para que os esforços sejam transferidos de uma barra para
outra, na região da emenda. Isto também é possível graças à aderência entre o aço e o concreto.

COMPRIMENTO DE ANCORAGEM

Todas as barras das armaduras devem ser ancoradas de forma que seus esforços
sejam integralmente transmitidos para o concreto, por meio de aderência, de dispositivos
mecânicos, ou por combinação de ambos. Na ancoragem por aderência, os esforços são
ancorados por meio de um comprimento reto ou com grande raio de curvatura, seguido ou não
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de gancho. Com exceção das regiões situadas sobre apoios diretos, as ancoragens por aderência
devem ser confinadas por armaduras transversais ou pelo próprio concreto, considerando-se
este caso quando o cobrimento da barra ancorada for maior ou igual a 3φ e a distância entre as
barras ancoradas também for maior ou igual a 3φ. Nas regiões situadas sobre apoios diretos, a
armadura de confinamento não é necessária devido ao aumento da aderência por atrito com a
pressão do concreto sobre a barra.

O comprimento de ancoragem básico lb é obtido igualando-se a força última de


aderência lb πφ fbd com o esforço na barra

De maneira simplificada, pode-se dizer que, a partir do ponto em que a barra não
for mais necessária, basta assegurar a existência de um comprimento suplementar lb que garanta
a transferência das tensões da barra para o concreto.

Temos a tabela
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Lb máximo (Comprimento de ancoragem necessária)

Comprimento de Ancoragem Necessário Nos casos em que a área efetiva da


armadura Αs, ef é maior que a área calculada As, calc, a tensão nas barras diminui e, portanto,
o comprimento de

Ancoragem pode ser reduzido na mesma proporção. A presença de gancho na


extremidade da barra também permite a redução do comprimento de ancoragem, que pode ser
calculado pela expressão:
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O que é ADERÊNCIA?

Aderência (Bond, em inglês) é a propriedade que impede que haja escorregamento


de uma barra em relação ao concreto que a envolve. É, portanto, responsável pela solidariedade
entre o aço e o concreto, fazendo com que esses dois materiais trabalhem em conjunto. A
transferência de esforços entre aço e concreto e a compatibilidade de deformações entre eles
são fundamentais para a existência do concreto armado. Isto só é possível por causa da
aderência. Ancoragem é a fixação da barra no concreto, para que ela possa ser interrompida.
Na ancoragem por aderência, deve ser previsto um comprimento suficiente para que o esforço
da barra (de tração ou de compressão) seja transferido para o concreto. Ele é denominado
comprimento de ancoragem. Além disso, em peças nas quais, por disposições construtivas ou
pelo seu comprimento, necessita-se fazer emendas nas barras, também se deve garantir um
comprimento suficiente para que os esforços sejam transferidos de uma barra para outra, na
região da emenda. Isto também é possível graças à aderência entre o aço e o concreto.
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TIPOS DE ADERÊNCIA

Esquematicamente, a aderência pode ser decomposta em três parcelas: adesão,


atrito e aderência mecânica. Essas parcelas decorrem de diferentes fenômenos que intervêm na
ligação dos dois materiais.
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Aderência por Adesão

A aderência por adesão caracteriza-se por uma resistência à separação dos dois
materiais. Ocorre em função de ligações físico-químicas, na interface das barras com a pasta,
geradas durante as reações de pega do cimento. Para pequenos deslocamentos relativos entre a
barra e a massa de concreto que a envolve, essa ligação é destruída. Na figura mostra um cubo
de concreto moldado sobre uma placa de aço. A ligação entre os dois materiais se dá por adesão.
Para separá-los, há necessidade de se aplicar uma ação representada pela força Fb1. Se a força
fosse aplicada.
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Aderência Atrito

Por Atrito Por meio do arrancamento de uma barra em um bloco concreto), verifica-
se que a força de arrancamento Fb2 é maior do que a força Fb1 mobilizada pela adesão. Esse
acréscimo é devido ao atrito entre a barra e o concreto.

O atrito manifesta-se quando há tendência ao deslocamento relativo entre os


materiais. Depende da rugosidade superficial da barra e da pressão transversal σ, exercida pelo
concreto sobre a barra, em virtude da retração.

Em barras curvas ou em regiões de apoio de vigas em pilares, aparecem acréscimos


dessas pressões de contato, que favorecem a aderência por atrito. O coeficiente de atrito entre
aço e concreto é alto, em função da rugosidade da superfície das barras, resultando valores entre
0,3 e 0,6 (LEONHARDT, 1977). A oposição à ação Fb2 é constituída pela resultante das
tensões de aderência (τb) distribuídas ao longo da barra.
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Aderência Mecânica

A aderência mecânica é devida à conformação superficial das barras. Nas barras


de alta aderência, as saliências mobilizam forças localizadas, aumentando significativamente a
aderência.

(LEONHARDT, 1977) mostra que mesmo uma barra lisa pode apresentar aderência
mecânica, em função da rugosidade superficial, devida à corrosão e ao processo de fabricação,
gerando um denteamento da superfície. Para efeito de comparação, são apresentadas superfícies
microscópicas de: barra de aço enferrujada, barra recém laminada e fio de aço obtido por
laminação a quente e posterior encruamento a frio por estiramento. Nota-se que essas
superfícies estão muito longe de serem efetivamente lisas. Portanto, a separação da aderência
nas três parcelas - adesão, atrito e aderência mecânica - é apenas esquemática, pois não é
possível quantificar isoladamente cada uma delas.
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TENSÃO DE ADERÊNCIA

Para uma barra de aço imersa em uma peça de concreto, como a indicada na figura
10.5, a tensão média de aderência é dada por:

A tensão de aderência depende de diversos fatores, entre os quais:

• Rugosidade da barra;

• Posição da barra durante a concretagem;

• Diâmetro da barra;

• Resistência do concreto;

• Retração; • Adensamento;

• Porosidade do concreto etc.


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ANCORAGEM DA ARMADURA

LONGITUDINAL EM VIGAS DE EDIFÍCIOS

Neste item será visto como deve ser feito o detalhamento da armadura longitudinal de tração
das vigas, ou seja, até que posição do vão as barras devem se estender, e também a ancoragem
das barras que chegarem até os apoios intermediários e extremos.

Armadura de Tração

Nas Seções de Apoio Os esforços de tração junto aos apoios de vigas simples ou
contínuas devem ser resistidos por armaduras longitudinais, que devem satisfazer às condições
descritas nos itens seguintes.
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Decalagem de diagrama de momentos fletores

Um método para determinação do comprimento das barras tracionadas da viga é a


decalagem (ou deslocamento) do diagrama de momento fletor. Esse método recomenda a
translação do diagrama de momento fletor aumentando a sua área.

Dessa forma é possível compatibilizar o valor da força atuante na armadura


tracionada determinada no banzo tracionado da treliça Morsch com o valor da força
determinado usando-se o modelo de barra fletida.

Esse método é muito utilizado na pratica para o detalhamento da armação


longitudinal de viga.
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GANCHOS DAS ARMADURAS DE TRAÇÃO

Os ganchos das extremidades das barras da armadura longitudinal de tração podem ser

• semicirculares, com ponta reta de comprimento não inferior a 2φ

• em ângulo de 45º (interno), com ponta reta de comprimento não inferior a 4φ

• em ângulo reto, com ponta reta de comprimento não inferior às 8φ.

Para barras lisas, os ganchos devem ser semicirculares. Vale ressaltar que, segundo
as recomendações da NBR 6118 (2003), as barras lisas deverão ser sempre ancoradas com
ganchos.
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GANCHOS DOS ESTRIBOS

A NBR 6118 (2003), estabelece que a ancoragem dos estribos deve


necessariamente ser garantida por meio de ganchos ou barras longitudinais soldadas.

Os ganchos dos estribos podem ser:

• semicirculares ou em ângulo de 45o (interno), com ponta reta de comprimento


igual a 5φ, porém não inferior a 5cm;

• em ângulo reto, com ponta reta de comprimento maior ou igual a 10φ, porém não
inferior a 7cm (este tipo de gancho não deve ser utilizado para barras e fios lisos). O diâmetro
interno da curvatura dos estribos deve ser, no mínimo, igual ao valor dado na Tabela

Diâmetros dos pinos de dobramento para estribos


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Ligações semi-rígidas

O termo "ligações semi-rígidas" começou a ser utilizado no estudo de estruturas


pré-moldadas de concreto no final da década de 1980. Este termo é utilizado desde 1930 para
designar ligações em estruturas metálicas e atualmente vem se tornando comum entre os
pesquisadores da área de pré-fabricados.

Diversos tipos de estudos sobre ligações em estruturas pré-moldadas de concreto já


foram realizados em centros de pesquisa do mundo todo. Em geral, as pesquisas englobam o
desenvolvimento de ligações que proporcionem maior rigidez à ligação e facilidade de
execução. No trabalho de Shariatmadar e Beydokhti [2] foi testada uma ligação entre viga e
pilar pré-moldado sem a utilização de consolo, no qual, foi realizada a concretagem in loco da
região que os elementos de encontram. Outra maneira, também já estudada, utilizada para
melhorar o comportamento das ligações no tocante a transferência de momento fletor ao pilar
são as armaduras protendidas. Em Hawileh et al. [3] foi realizado um estudo numérico e
experimental de ligações envolvendo armadura protendida, no qual as comparações entre os
resultados mostraram que a simulação computacional configura uma opção econômica de
análise do comportamento de ligações. Seguindo essa linha de estudo, Kaya e Arslan [4]
também analisaram ligações viga-pilar com armadura protendida constatando seu bom
comportamento para diversos níveis de proteção aplicados. Verificou-se, durante a revisão da
literatura, que a utilização de armaduras protendidas nas ligações em estruturas pré-moldadas
de concreto vem sendo estudada a bastante tempo, como na pesquisa de Saqan [5] realizada na
Universidade do Texas, que testou diversas configurações de ligação, na busca de uma tipologia
que proporcionasse a estrutura bom comportamento quando submetida a sismos, que não
utilizasse concreto moldado no local e que fosse econômica com grande ductilidade. Essa
pesquisa tinha como um dos objetivos aumentar o conhecimento sobre o comportamento desse
tipo de ligação para maior utilização do sistema em pré-moldados de concreto nos Estados
Unidos.

No Brasil também já foram realizadas muitas pesquisas envolvendo ligações em


estruturas pré-moldadas de concreto. Um trabalho atual é o de Oliveira Júnior [6] que estudou
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o comportamento de um tipo de ligação viga-pilar para utilização em usinas hidrelétricas. Essa


ligação foi realizada com solidarizarão in loco, utilizando concreto reforçado com fibras de aço
e luvas rosqueadas para proporcionar a continuidade da armadura, buscando máxima rigidez.
Em Baldissera [7] foi estudada uma tipologia de ligação com chumbador inclinado, no qual seu
comportamento foi comparado ao de ligações convencionais com chumbadores retilíneos,
obtendo como resultado um incremento na rigidez com o novo detalhe. Nesse contexto, o
presente trabalho tem como objetivo analisar o comportamento de ligações viga-pilar em
estruturas pré-moldadas de concreto, com foco no detalhamento da armadura da laje. Foi
analisado como a distribuição das barras contribuem para melhorar a transferência de esforços
e a diminuição da fissuração nessa região.

Uso de ligações rígidas

A utilização de ligações não articuladas entre os pilares e as vigas permite: definir


pórticos muito mais rígidos em relação aos obtidos com a utilização de ligações articuladas;

 Obter menor deslocabilidade horizontal


 Obter menores efeitos de segunda ordem sobre os pilares
 Viabilizar a execução de edifícios de CPM
 Redução de custo
 Menores dimensões de pilares
 Acréscimo de custo
 Uso de ligações rígidas Edifício pré-moldado com ligação rígida.
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Analise de ligações semi-rigidas

Na análise do comportamento global das estruturas metálicas, as ligações entre os


elementos de viga e pilar têm grande parcela de influência na resistência e estabilidade dos
pilares. As ligações podem se comportar desde seu estado rígido, resistindo à solicitação de
flexão, esforços normais e cisalhamento, até o estado flexível, onde somente atuam solicitações
de cisalhamento e esforços normais. A grande maioria das ligações utilizadas na construção em
aço, não se comporta como nós rígidos ou flexíveis, e sim de um modo intermediário, colocando
em dúvida o real comportamento da estrutura. Em pórticos que possuem somente ligações
rígidas, pode ocorrer uma diminuição da solicitação nos pilares, e um aumento na solicitação
da viga, a qual não foi dimensionada para um esforço mais alto, sem mencionar o desperdício
de material na seção do pilar.

No caso de ligações flexíveis a diferença pode ser bem maior, pois se na realidade
a ligação transmitir para o pilar um esforço de flexão, este pode estar seriamente comprometido
pela solicitação de flexo-compressão, ocorrendo também desperdício de material na viga.
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Assumindo o comportamento semi-rígido das ligações, pode-se obter uma melhor


aproximação da realidade, pois existe a possibilidade de se fazer uma análise com a verdadeira
característica geométrica da estrutura. Os nós devem ser modelados com elementos de mola,
cujos valores são fixados em função das características de rigidez e resistência à flexão da
ligação. Com esta modelagem, deve-se ressaltar que apenas a concepção da ligação é alterada,
sem mudanças na geometria, mas pode-se obter um ganho no aproveitamento global do
material.

A ligação semi-rígida proporciona momentos fletores negativos menores que os


produzidos nas situações com ligações rígidas e momentos fletores positivos menores no caso
de se utilizar ligações flexíveis, podendo gerar uma ligação ótima e permitindo rotações
suficientes.
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Ligações rígidas utilizadas

Como os painéis de fachada podem funcionar como vigas de grande altura, foi
adotado que algumas das ligações com os pilares fossem soldadas no topo e na base dos painéis
através de grapas e cantoneiras. Este tipo de ligação não apresenta dificuldades executiva além
da própria solda em campo e garante a transmissão de momentos flexão tanto com tração na
região superior (momento negativo) quanto de tração na região inferior(positivo).
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Rotação

A rotação total da ligação é dada pela razão entre o deslocamento horizontal do


ponto da face superior da viga localizado no seu plano médio vertical, pela distância deste ponto
até o centro de rotação. No caso de um carregamento balanceado, a rotação da ligação é a
rotação φB medida na interface da viga com o pilar. No caso de carregamento não-balanceado,
é preciso descontar a rotação do pilar. Que ilustra um pilar de extremidade, a rotação da ligação
é dada pela rotação medida na interface φB menos a rotação do pilar φA. Quando não é possível
medir a rotação na interface da viga com o pilar, devesse descontar a curvatura da viga. Se, por
exemplo, é medida a rotação em C (Figura 3 (a) e (b)), a rotação na interface da viga com o
pilar será a rotação medida em C (φC) menos a curvatura da viga no trecho BC.

O comportamento de uma ligação é caracterizado por 3 parâmetros principais (MR


- Momento resistente, Ki - Rigidez inicial e φc - Capacidade rotacional).

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