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Marangon
Por esta razão, por si mesma comprovada, é extremamente prudente e não recomendável
que a capacidade de carga admissível de elementos de fundação não deve ser pré-fixada a partir –
exclusivamente – da capacidade resistente estrutural do elemento. Esta situação pode servir como
referencia inicial para uma estimativa preliminar do número de elementos necessários (número
de estacas para absorver a carga de um pilar, por exemplo), mas a capacidade de carga admissível
final continuará dependendo de dados do solo e da profundidade de implantação do elemento,
além do tipo da estaca. (Giugliani, E., 2006 - Notas de Aula - Estruturas de Concreto Armado III
- Departamento de Engenharia Civil, PUCRS)
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A capacidade de carga última Pu de uma fundação profunda do tipo estaca (em tubulões
despreza-se frequentemente o atrito lateral) se compõe de duas parcelas: A resistência de atrito
lateral (Psu) e a resistência de ponta (Pbu )
Pu = Psu + Pbu
Se, no entanto, por qualquer motivo (por exemplo: adensamento de uma camada
compressível), o movimento relativo so1o-estaca é ta1 que o solo se desloca mais que a estaca,
ocorre o chamado atrito negativo (solo sobre a estaca), o qual sobrecarrega a estaca. Isto pode
ocorrer quando proveniente da carga do aterro ou ocasionado pelo aumento das pressões efetivas
devidas a um rebaixamento do nível do lençol d'àgua.
Os dois terrnos Psu e Pbu, reconhece-se, são difíceis de serem avaliados corretamente.
Daí o grande número de fórmulas, baseadas em hipóteses mais ou menos questionáveis.
A determinação da capacidade de carga de uma estaca isolada pode ser feita por
fórmulas estáticas (teóricas ou empíricas), fórmulas dinâmicas, ou provas de carga. Existem
várias teorias de capacidade de carga, devidas a diferentes autores.
• Prova de Carga
A avaliação da carga de ruptura de uma estaca pode ser feita através da interpretação das
curvas carga-recalque obtidas de provas de carga estáticas executadas por diversos métodos.
Entre eles podem ser citados o prescrito na NBR-6122, o de Davisson e o de Van der Veen...
A utilização deste procedimento, no entanto se justifica para grandes obras ou para
aquelas em que há muita incerteza no seu dimensionamento.
• Formulação Estática
Utiliza-se de métodos convencionais da Mecânica dos Solos para a avaliação, a partir de
parâmetros previamente determinados
• Formulação Dinâmica
Utiliza-se de dados obtidos no campo, na cravação da estaca
item seguinte - diferentes Métodos de Cálculo que nos possibilitarão tal avaliação
(quantificação), de uma forma eminentemente prática - 6.4 - Métodos Diretos para Cálculo da
Capacidade de Carga por meio do SPT.
Formulação Teórica-Conceitual
(Segundo Poulos e Davis em “Pile Foundation Analysis and Design - 1980)
Pu = Psu + Pbu - W
↓ ↓ ↓ ↓
Capacidade de Resistência relativa Resistência. Peso da
carga “última” ao Atrito Lateral relativa a Base estaca
Para o cálculo da resultante de reação do solo (força de reação – referido aqui como
capacidade de carga) utilização do conceito de tensão = força/área, tendo como conseqüência a
expressão para a força de reação = tensão solo/estrutura * área. Observe nas expressões abaixo:
τa = Ca + σu tgϕa
↓ ↓ ↓
resistência ao adesão tensão ângulo de atrito
cisalhamento solo normal entre solo - estrutura
solo - estaca estaca entre solo-estaca
A tensão normal entre solo-estaca pode ser determinada a partir da tensão vertical:
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L
Psu = P ( ca + σv Ks tg ϕa ) dz
0
ϕu = 0
L
ϕa = 0 Pu = P. c a . dz + A b (c u N c + σ vb ) − W
0
Nq = 1 ↓ ↓
Nγ = 0 adesão coesão
não não
drenada drenada
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L
Ab.σvb ≈ W → P. c a dz + A b c u N c
0
tipo estaca
Os valores de ca é função do tipo solo
métodos de instalação
ca
como exemplos Argila Mole cu < 24 kpa =1 ca = cu então ca = 24 kPa
cu
Argila rija ca < cu
por ex. cu = 75 kPa
ca
= 0.6 então ca = 45 kPa
cu
6.2.1.2 - Drenado
L
Pu = P (σ v K s .tgϕ a ) dz + Ab .(σ vb N q ) − W
0
Se CNc = 0
0.5 γ d Nγ = 0 ∴ Valor pequeno, então:
L
Pu = Fw P( σ v`Ks. tgφa ) dz + A b ( σ vb`N ) − W
q
0
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Avaliam a capacidade de carga das estacas, valendo-se dos elementos obtidos durante a
cravação. Não servem, pois, para as estacas "in situ".
Todas elas partem da medida da nega, que é a penetração que sofre a estaca ao receber um
golpe do pilão, no final da cravação. Observe-se que a nega é uma condição necessária, mas
não suficiente para se conhecer a capacidade de carga de uma estaca.
Wr h = Ru S + C → perdas
↓ ↓
energia resistência nega
de dinâmica
queda à cravação
Solos permeáveis
Solos não saturadados → R u ≈ P u ( Qu )
Solo argilosos
Solos pouco permeáveis → Ru ≠ Pu
Ru < P u
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Conclusões
Reação cravação dinâmica ≠ Reação cravação estática.
Fórmulas dinâmicas → elemento de controle da cravação, não fornecendo o valor da
capacidade de carga estática
A utilização de fórmulas Dinâmicas deve ser feita em conjunto com análises estáticas e
resultados de prova de carga.
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
A igualdade entre a energia de queda do martelo e o trabalho gasto durante a cravação da
estaca pode ser escrito também da seguinte forma:
P h = R e + Z
onde:
P = peso do martelo;
h = altura de queda; .
R = resistência oferecida pelo terreno
à penetração da estaca;
e = nega;
Z = soma das perdas de energia durante
a cravação (compressão do terreno,
da estaca, do capacete etc.).
Por outro lado, das observações práticas sobre o emprego destas fórmulas, conclui-se que
as mais complicadas não conduzem a nenhuma vantagem sobre o emprego das mais simples.
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R
P= ,
FS
Uma fórmula de uso também muito generalizado é a chamada fórmula dos holandeses
(Woltmann):
P2h
R= ,
e( P + Q ) 2
NEGA
O uso destas expressões matemáticas permite a determinação de valores numéricos
limites para a chamada “nega” das estacas, ou seja, o valor que deve ser obtido na cravação para
“garantir” dinamicamente (vejam que são utilizados fatores de segurança extremamente
elevados) a capacidade de carga esperada para a estaca.
A foto ilustra o operário com uma régua para “riscar” a estaca e medir a penetração,
após 10 golpes para verificação da “nega”