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NOME DO(A) CANDIDATO(A)
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N.º DE INSCRIÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA
01 O alvo do Projeto de Lei 3.198, de 2000, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, é fixar direitos
02 para segmentos da população brasileira denominados afro-brasileiros, assim definidos no artigo 1º:
03 “Pessoas que se classificam como tais e/ou como negros, pretos, pardos ou definição análoga”.
04 Determinado o público-alvo, esclarecem-se seus objetivos e suas diretrizes: combater a discriminação
05 racial e as desigualdades raciais que atingem os afro-brasileiros, incluindo a dimensão racial nas políticas
06 públicas desenvolvidas pelo Estado. No artigo 3º, o Estatuto adota como diretriz político-jurídica – além
07 das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais,
08 aos direitos sociais, econômicos e culturais – a reparação, a compensação e a inclusão das vítimas da
09 desigualdade e a valorização da diversidade racial.
10 No documento estão implícitos dois aspectos que examinaremos aqui: o primeiro se refere à
11 mudança nas bases universalistas das políticas públicas, tal como definidas na Constituição brasileira, ao
12 estabelecer uma nova concepção de titularidade de direitos, cujo fundamento se encontra no grupo – no
13 caso, na raça – e não no indivíduo. O segundo se refere à validação de uma ‘raça’, os ‘afro-descendentes’
14 (termo crescentemente empregado pelo movimento negro), cujos pressupostos se fundamentam na
15 ancestralidade, em um passado de escravidão, em uma cultura e religiosidade próprias e em
16 características genéticas específicas.
17 Os indicadores de desigualdade social no Brasil têm revelado que os pretos e pardos, chamados
18 negros, são maioria entre os segmentos mais pobres da sociedade. Por meio de um simulador de
19 salários, o Centro de políticas sociais da Fundação Getúlio Vargas demonstrou que a discriminação
20 salarial é maior entre mulheres ditas afro-descendentes. É, pois, fato incontestável que a discriminação
21 racial ainda vigora nas relações pessoais, nas instituições de um modo geral e no mercado de trabalho.
22 Compreende-se que a luta pela igualdade em um país de grande desigualdade social seja
23 acompanhada de pleitos por expansão de oportunidades e direitos e que as demandas do movimento
24 negro se voltem para políticas focais de alocação de recursos cujo alvo seja um grupo específico que ele
25 representa, no caso os afro-descendentes, excluídos historicamente das oportunidades de cidadania e do
26 mercado liberal. Compreende-se também que, diante de um Estado com longa história de omissão em
27 relação aos problemas sociais e às desigualdades, muitos considerem limitadas e pouco eficazes as
28 políticas de caráter universalista, demandando, pois, políticas particularistas ou focais.
29 O Estatuto é, nessa perspectiva, a blindagem normativa para uma nova concepção de sociedade.
30 A desigualdade social como efeito da discriminação historicamente perpetrada por uma ‘raça’ em relação
31 à outra é, segundo o documento, o obstáculo a ser superado por ações afirmativas, reparatórias e
32 compensatórias, que buscam elevar a ‘raça’ discriminada ao patamar de igualdade social em relação à
33 ‘raça’ até agora dominante. Nessa nova concepção de sociedade, a valorização da diversidade social, do
34 reconhecimento da diferença e de sua autenticidade são pressupostos fundamentais para definir as
35 fronteiras do ‘grupo racial’ a ser beneficiado pelas políticas públicas orientadas para a redução das
36 desigualdades raciais.
37 Essa comunidade imaginada que o Estatuto pretende edificar seria plausível se no Brasil as
38 pessoas se considerassem parte de uma sociedade cindida em duas raças: uma branca, historicamente
39 dominante e privilegiada, e outra negra, historicamente excluída e oprimida. Tal comunidade faria sentido
40 se, ao promover a igualdade racial, o Estatuto garantisse como princípio de justiça que os membros de
41 ambos os grupos raciais não experimentassem qualquer forma de exclusão e se beneficiassem das
42 oportunidades em todos os campos da vida social, econômica e cultural. Mas, a se estabelecer essa nova
43 concepção de sociedade, na qual seus cidadãos terão a marca de uma ou outra ‘raça’ (uma vez que o
44 Estatuto concebe apenas duas raças) – conferida por traços fenotípicos e consolidada por registros civis,
45 censos escolares, documentos e sistemas de informação -, estará se instaurando uma ordem com
46 cenários óbvios de injustiça.
47 Se nessa nova ordem o poder público deve ter suas estruturas modificadas para implantar
48 políticas orientadas pela dimensão racial, a fim de corrigir ou reparar injustiças de uma ‘raça’ em relação à
49 outra, aqueles que por uma fatalidade forem brancos, ainda que pobres, serão os ‘negros de amanhã’.
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50 Nesses termos, os brancos pobres não seriam alvos igualmente prioritários de políticas sociais, pela única
51 razão de pertencerem a uma ‘raça’ que foi responsabilizada de perpetrar injustiças contra a ‘raça negra’.
52 Podemos indagar se apenas a cor da pele deve ser o critério para diferenciar excluídos de não-excluídos.
53 Em vários artigos do Estatuto observa-se uma bem delimitada fronteira entre os sujeitos de
54 direitos contemplados na nova ordem desejada. Assim, pertencer à raça negra significa estar sujeito a
55 doenças que acometem apenas os que dela fazem parte. O artigo 12, por exemplo, determina que o
56 Ministério da Saúde produza estatísticas vitais e análises epidemiológicas da morbimortalidade por
57 doenças geneticamente determinadas ou agravadas pelas condições de vida dos afro-brasileiros.
58 No artigo 21 o Estatuto estabelece que os órgãos de fomento à pesquisa e à pós-graduação
59 criarão programas voltados para temas referentes às relações raciais e a questões pertinentes à
60 população afro-brasileira. Pertencer à raça negra significa então ser protagonista de uma cultura e de uma
61 história que apenas a ela pertencem. A se considerar o Estatuto como uma peça legal reparatória, pode-
62 se inferir que a afirmação do princípio da diferenciação racial pressupõe um contraponto a um ‘outro’
63 implícito: os brancos, pela mesma lógica, seriam então os atuais beneficiários de uma ciência médica que
64 se volta para doenças que só acometem brancos; seriam protagonistas privilegiados de uma história e de
65 uma cultura próprias. A controvérsia é que os ajustes normativos para implantação de uma sociedade
66 birracializada promovem uma espécie de cisão em um país cujo patrimônio cultural não permite
67 monopólios raciais.
68 No Brasil são fundamentais iniciativas públicas e privadas para combater a discriminação racial e
69 seus efeitos – e o Estatuto da Igualdade Racial é uma delas. Mas, “na busca pela segunda abolição”,
70 como diz o autor do projeto de lei, talvez não seja preciso pagar o alto preço do confronto entre dois
71 supostos mundos. A valorização da diversidade pode ser um vigoroso processo de troca, razão pela qual
72 deve permanecer livre de normas impostas pelo Estado a indivíduos que não necessariamente querem se
73 definir racialmente de um modo ou de outro. Aos nossos representantes no Congresso caberá a
74 aprovação do Estatuto. Mais do que sua aprovação, o que está em jogo é a difícil decisão sobre o modelo
75 de sociedade a adotar. Queremos uma sociedade onde o princípio da igualdade dos indivíduos
76 fundamente o estado de direito ou uma sociedade onde a ‘raça’ se torne um princípio absoluto a pautar as
77 ações do governo e as formas de interação entre os indivíduos?
Monica Grin (texto adaptado).
Revista “Ciência Hoje”, março 2006.
(A) divulgá-lo.
(A) a exclusão social no Brasil não é apenas
(B) cancelá-lo.
conseqüência da discriminação racial.
(C) avaliá-lo.
(D) defendê-lo. (B) haverá sempre, em uma sociedade dividida em
(E) modificá-lo. duas raças, o domínio de uma sobre a outra.
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PROPOSTA DE REDAÇÃO
De acordo com o texto de Monica Grin, o Brasil é um país que possui cenários de desigualdade social, os
quais precisam ser combatidos por meio de iniciativas que visem à igualdade de direitos entre cidadãos.
A discriminação racial, alvo do Estatuto da Igualdade Racial, é um dos fatores que gera a exclusão social,
mas não é o único. Conforme a autora, o combate à discriminação racial e seus efeitos, por meio de iniciativas
públicas e privadas, é fundamental para a construção de um modelo de sociedade mais justa. No entanto, na
busca por esse modelo, outras formas de discriminação também precisam ser combatidas.
Escreva um texto em prosa em que você apresente um outro tipo de exclusão social que deva ser
combatido, valendo-se de fatos que esclareçam as formas pelas quais, nas relações sociais, esse tipo de
exclusão se manifesta.
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<0
; ∆S
se 2
(∆H < 0) C l as
C la
s se
1; ∆
20 A dissolução de cromo metálico em ácido
3+
S >
0
clorídrico diluído produz íon Cr e libera gás
_ hidrogênio. Considerando todas as condições
padrão, a variação de energia livre, em kJ.(mol de
Cr) -1, para a reação será aproximadamente de
Para uma reação ser espontânea independente da
temperatura, esta deve pertencer à(s) classe(s) (A) + 214
(B) + 429
(A) 1 (C) − 214
(B) 2 (D) − 429
(C) 2 e 3 (E) − 579
(D) 3 -1 - -1
(E) 4 Dados: Constante de Faraday: 96500 J.V .(mol e )
0 3+ 0
E (Cr /Cr ) = − 0,74 V
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22 Considere uma partícula que se movimenta Supondo, nessa situação de queda, que g é a
ao longo do eixo x de um sistema cartesiano aceleração da gravidade, a velocidade da caixa,
associado a um determinado observador, com sua quando a bola passar na posição em que o fio
coordenada obedecendo à função temporal estiver vertical, será
M M
+ -
m m
x(t) = t3 − t 2 − 1 , onde t é medido em segundo.
g
L
Sobre o movimento da partícula, relativamente ao
observador, é correto afirmar que
(A) ( )
M m
2
g
L
( )
(A) é uniforme.
(B) sua aceleração nunca será nula. (B)
(C) a velocidade será nula nos instantes t = 0 e t =
2 M
M
+ -
m m
2/3.
2
g
L
(D) a velocidade aumenta continuamente com o
passar do tempo.
(C) ( )
(E) é oscilatório.
2 M
M
g -
L m
(D)
23 Uma haste homogênea de comprimento L,
articulada em um dos seus extremos, é abandonada
2 M
g +
L
horizontalmente, num local onde a aceleração da
m
m
gravidade vale g, girando em torno deste ponto,
(E)
como mostra a figura abaixo. A velocidade com que
o extremo livre passará na parte mais baixa será
( )
(A) gL
2
g g g g 3
L L L L
24 No interior de uma caixa de massa M, que (A) velocidade de escoamento do óleo ficará
repousa sobre uma superfície lisa, conforme a figura reduzida a aproximadamente v/5.
abaixo, há uma bola de massa m suspensa por um (B) pressão sofrerá uma redução próxima de 12ρv
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L x R
(B) µv (A) g (B) g
g R x
x x2
µ2 v 4 (C) g (D) g
(C) R R2
g2 L
R-x
( µ +1) v 4 (E) g
(D) ⋅ R
( µ -1) g2 L
29 Se a intensidade de uma onda sonora
4 duplicar, um decibelímetro acusará um aumento de
v unidades em sua escala, aproximadamente igual a
(E)
µg2 L
(A) 1 (B) 3 (C) 20 (D) 40 (E) 100
f0 V
(A) V0 (A) 2π
f gS
f02 V
(B) V0 (B) π
4 ( f0 - f )
2
gS
f0 - f 2V
(C) V0 (C) 2π
f0 + f gS
2f0 f
(D) V0
( f0 + f ) 2V
2
(D) π
gS
( f0 - f )
2
(E) V0 V
2fo f (E) π
2gS
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MATEMÁTICA (A)
(A) 2 horas
34 Acerca da função : → , definida por
(B) horas
se
(C) horas =
se ,
(D) horas
é correto afirmar que
(E) 1 hora
(A) é limitada em
(B)
(C) 0
35 A equação da reta tangente ao gráfico de
(D) 1
no ponto (-1, -1) é
(E)
(A)
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custo total como uma função de é velocidade deste ponto no instante , é correto
afirmar que
(A)
(A)
(B)
(C)
(B)
(D)
(E)
(C)
39 Suponha que o número de bactérias em uma
cultura no instante é dado pela função
(D) ). O menor número de
bactérias durante o intervalo de tempo
se apresenta no instante
(E)
(A) t = 50
(B) t = 100
(C) t = 20
37 Com relação à função (D) t = 0
(E) t = 80
é correto afirmar que esta é
40 Uma primitiva de é
(A) crescente em
(A)
(B) decrescente em
(D) decrescente em
(C)
(E) decrescente em
(D)
(E)
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