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1. Introdução
A eletricidade é uma das fontes de energia mais utilizadas no mundo moderno, ela é
essencial a toda hora, sem interrupções e ainda, é considerada como serviço público.
Entretanto, pode comprometer a segurança e saúde das pessoas que a ela estejam
expostas direta ou indiretamente, porque a eletricidade não é perceptiva aos sentidos do
homem, ou seja, não é vista nem sentida, e em virtude disto, as pessoas podem estar
expostas a situações de risco ignoradas ou subestimadas.
A nova NR-10 (Norma Regulamentadora nº 10) estabelece requisitos e
condições mínimas para a implementação de medidas de controle e sistemas de
prevenção de acidentes, de forma a garantir segurança e a saúde dos trabalhadores que
estejam expostos ou interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade em
geral. A falta de prevenção envolvendo eletricidade resulta na exposição a dois dos
principais agentes de risco: choque e arco elétrico.
Destaca-se ainda que a nova NR-10 abrange todos os serviços que envolvam
instalações elétricas de baixa tensão e alta tensão, não incidindo apenas as instalações
alimentadas por extra-baixa tensão, consideradas as tensões inferiores a 50 V (Volts)
corrente alternada e 120 V corrente contínua.
Considerando que as construções civis encontram-se normalmente nas
proximidades da rede elétrica e que são alimentadas nas tensões de 127 V e/ou 220 V
em corrente alternada, esta norma igualmente se aplica às instalações elétricas
residenciais e industriais, visto que tais fatos enfatizam que a NR-10 também abrange os
trabalhadores da construção civil.
Diante disto, pretende-se, a partir deste trabalho, auxiliar na conscientização dos
empregados, empregadores e dirigentes sobre a proteção do trabalhador como sinônimo
de produtividade, e em decorrência disto, promover uma melhor garantia da segurança e
saúde no trabalho.
2. Conceitos gerais
Segundo Miranda Jr (2007) desde a sua publicação, em junho de 1978, a NR-10 não
havia sofrido modificações consideráveis como as que foram aprovadas pela Portaria
598, de dezembro de 2004.
A nova norma traz orientações objetivas quanto às especificidades, e genéricas
quanto as finalidades e aplicabilidade, resumindo e condicionando as disposições
regulamentadas, fixando requisitos e condições mínimas necessárias para a realização
dos trabalhos, tornando-os mais seguros e salubres [Souza 2007].
A aplicabilidade da nova NR-10 se faz em todas as fases: produção, transmissão,
distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação
e manutenção das instalações elétricas e ou qualquer serviços realizados nas suas
proximidades [Atlas 2006].
2.1.2. Queimaduras
Na maioria dos casos de acidentes evolvendo eletricidade, as vítimas apresentam
queimaduras, porque a corrente elétrica atinge o organismo através do revestimento
cutâneo. Devido à alta resistência da pele, a passagem da corrente elétrica produz
alterações estruturais no organismo. As queimaduras provocadas pela eletricidade
diferem daquelas causadas por efeitos químicos, térmicos e biológicos [Cpnsp 2005].
A eletricidade pode ocasionar queimaduras de diversas formas e podem ser
classificadas como:
• queimaduras pelo contato direto, quando se toca uma superfície condutora
energizada;
• queimaduras pelo arco voltaico, quando o arco elétrico é caracterizado pelo
fluxo de corrente elétrica através do ar;
• queimaduras por vapor metálico, quando na fusão dos contatos elétricos há
emissão de vapores e derramamento de metais derretidos.
6. Considerações finais
No presente trabalho buscou-se evidenciar que a nova redação da NR-10, responsável
pela regulamentação dos procedimentos de segurança dos trabalhos realizados com
eletricidade, apresenta maior eficácia na prevenção de acidentes decorrentes do risco
elétrico.
O tema discutido é de grande relevância uma vez que trata diretamente da
preservação da vida humana, através da busca pela melhora das condições de trabalho,
sobretudo, para a Engenharia Civil. Embora, a abordagem principal tenha foco no setor
elétrico, a problemática atinge diretamente a Engenharia como um todo, desde o mais
simples reparo até a mais complexa obra, tanto na fase do projeto, quanto na de
construção, e permanentemente nas manutenções que se fizerem necessárias.
Os danos decorrentes dos acidentes de trabalho com eletricidade, além do dano a
integridade física do trabalhador, refletem, também, prejuízos econômicos altíssimos.
Estes prejuízos derivam das horas perdidas de trabalho, dos danos ao próprio local do
acidente, das indenizações á vítima, ou a família em caso de óbito, e ainda, nas multas
impostas pelos órgãos de fiscalização se verificadas irregularidades.
Assim, diante destes fatos, e por todo o exposto no corpo do trabalho, pôde-se
verificar que o aumento da complexidade dos procedimentos de segurança sugerem uma
redução do número de acidentes, uma vez que, a nova norma fixa de forma clara as
condições mínimas necessárias aos trabalhos envolvendo eletricidade.
A norma também evoluiu no sentido de firmar exigências acerca da capacitação
dos profissionais aptos ao trabalho com eletricidade, definindo com maior clareza as
características de cada nível de capacitação, exigindo-se o acompanhamento de
profissional habilitado, bem como, da competente autorização da empresa responsável.
Frise-se, ainda, que a ocorrência dos acidentes decorre da existência da condição
insegura associada a prática do ato inseguro, e ciente disso, após anos de ineficácia, a
NR-10, renovou-se se amparando, principalmente, em medidas de controle de riscos, ou
seja, na ação estratégica de prevenção para eliminar ou reduzir riscos, identificando-os,
avaliando-os, e planejando-se cuidadosamente a execução da ação repressiva à
existência destes riscos.
Em síntese, os acidentes não podem ser extinguidos por completo, pois onde há
ação humana, há sempre a possibilidade de erros. No entanto, a obrigatoriedade do
planejamento e da previsão de falhas, principais inovações da NR-10, tende a reduzir
erros e possíveis acidentes.
7. Referências
Almeida, Aguinaldo B. de. Catelani Jr, Luiz C. Aterramento temporário: A medida
provisória usada em redes elétricas desenergizadas protege o trabalhador. Revista
Proteção, ed. 195, 2008.
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Cpnsp – Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado de
São Paulo. Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
Manual de Treinamento. Funcoge: Rio de Janeiro, 2005.
Funcoge – Fundação Comitê de Gestão Empresarial – Fundação COGE. Estatística de
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http://www.funcoge.org.br/csst/relat2006. Acesso em 10 maio 2008.
Furnas Centrais Elétricas S.A., Superintendência de Recursos Humanos, Departamento
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Mattos, Ricardo Pereira de. Aumenta a preocupação com a segurança. Disponível em:
http://www.ricardomattos.com Acesso em 18 maio 2008.
Miranda Jr., Luiz C. de. Com que roupa? Propriedades específicas nas vestimentas
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Portal Da Construção. Segurança e Higiene no Trabalho – Análise de Riscos.
Desenvolvido pelo Guia Técnico O Portal da Construção. Apresenta textos com
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http://www.oportaldaconstrucao.com/guiastec/guia_tecnico_sht_volume_1.pdfl.
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Souza, João J. B. de; Pereira, Joaquim G. NR–10 Comentada, Manual de auxilio na
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Vieira, Sebastião Ivone. Manual de Saúde e Segurança do Trabalho: segurança, higiene
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Zocchio, Álvaro. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho. 6
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