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Ecologia de Organismos e Populações

 Conceitos Introdutórios

Ecologia é o estudo científico das relações que ocorrem entre os organismos entre si e
também da relação entre os organismos e o seu ambiente, incluindo o cenário atual desta
relação e também o seu histórico evolutivo. O ambiente pode ser definido como os fatores
externos ao organismo que o influenciam, sejam estes fatores bióticos ou abióticos. Assim,
essas relações podem influenciar diretamente em como os organismos são distribuídos no
ambiente e na sua abundância.
O escopo ou o objeto central da ecologia é determinar 3 questões: Onde estão os
organismos?; quantos indivíduos ocorrem? e por que ocorrem (ou não)? Ou seja, busca-se
uma análise da distribuição no espaço dos organismos, a sua abundância e o porquê dessa
distribuição e abundância, sendo esta a história evolutiva.

 Escalas de organização e operação ecológica

Escala biológica: níveis de organização hierárquica do mundo vivo


❖ Organismo: unidade básica de estudo da ecologia.
❖ População: conjunto de indivíduos da mesma espécie que interagem no tempo
e no espaço. Inclui taxas de natalidade, mortalidade, proporção de sexos,
distribuição de idades, imigração, migração.
❖ Comunidade: Conjunto de populações de espécies diferentes que interagem no
tempo e no espaço.
❖ Ecossistemas: resultado de uma comunidade biológica interagindo entre si e
com o seu meio abiótico no mesmo espaço e tempo.
❖ Biosfera: Terra

Escala espacial: níveis de operação dos processos no espaço. Menores interações ocorrem no
nível celular, como bactérias vivendo em comunidades dentro de seu ambiente, e tão grandes
como relações no nível da Biosfera, medidos em dezenas a milhares de quilômetros
quadrados.

Escala temporal: nível de operação dos processos no tempo. Pode ir desde apenas algumas
horas, como a decomposição de matéria orgânica por um fungo, até milhares de anos, como a
migração das florestas depois de eventos de glaciação.

Escala metodológica*: níveis de abordagem na busca de conhecimento científico. A


ecologia moderna possui dois enfoques diferentes:
❖ O enfoque descritivo realiza o levantamento de fauna e flora, identificando a
sua história natural. Se contenta com a descrição dos padrões, e o risco desse
enfoque sozinho é a alta de objetividade prática, faltando explicações
ecológicas para os dados observados.
❖ O enfoque experimental, que busca explicar as relações, e realiza o teste de
hipóteses através de experimentos em campo ou laboratório. O risco desse
enfoque sozinho é o distanciamento da realidade na natureza.

Observação na natureza: Para tentar descrever os padrões de distribuição e de


abundância dos organismos. Para explicar o porque dos padrões, são feitos experimentos
(levantando hipoteses)

Manipulação na natureza: Experimentação para tentar explicar os padrões, fazendo


uso de hipóteses por ex, porém existem muitas variáveis nesse método. Vai estar mais
próximo da realidade, mas as variáveis são tantas, que pode afetar seu poder de explicação
(ex: dois ambientes onde os resultados são diferentes pelo tipo de solo diferente), pois várias
relações podem estar envolvidas nesse processo.

Experimentos laboratoriais: Ambiente no qual é possível controlar as variáveis


(ambiente controlado) para dar mais validade para a explicação das hipóteses.

Sistemas laboratoriais simples: ex: regime de luz na germinação de sementes

Modelos matemáticos: para propor ou prever padrões, podendo ser feito sem ter
utilizado organismos mas somente com informações prévias.

Todos esses métodos, apesar de apresentarem um certo distanciamento da “realidade”


natural, sempre buscam apresentar uma explicação para como os eventos ocorrem na
natureza. Modelos simplificados das relações ecológicas devem lançar luz de como os
eventos ocorrem na natureza.

 Objetivos práticos da ecologia

Obtendo dados com a descrição, os objetivos da ecologia são: explicar ou entender


os padrões da natureza, sendo que as descrições mais valiosas são aquelas feitas com um
problema específico em mente. Ecólogos também tentam predizer o que vai ocorrer e
controlar as situações presentes e futuras.

 Ecologia básica, que busca a geração de conhecimento e sem uma finalidade


definida além de entender a natureza.
■ Descrição dos padrões: pode ser direcionada ou não
■ Explicação
 Imediata: relações ecológicas atuais
 Finalista: reflexo evolutivo das relações ancestrais (quais
fatores levaram ao padrão atual?)
 Ecologia aplicada, que possui um objetivo delimitado.
■ Previsão: modelagem de processos ecológicos
■ Controle ou manejo: aplicação do conhecimento ecológico

Ecologia e Evolução

Os indivíduos mais aptos em uma população são aqueles que deixam o maior número
de descendentes relativo ao número de descendentes deixado por outros indivíduos na
população.
Ecótipo: Correlação entre variação individual e ambiental, constituem
especializações locais. Diferenças geneticamente determinadas entre ou nas populações,
refletindo ajustes adaptativos para com seus distintos ambientes.
Diferenças geneticamente determinadas entre populações de uma espécie que refletem
combinações locais entre os organismos e seus ambientes. Mas a evolução força a
divergência das características da populações somente se: (i) existe variação herdável
suficiente na qual a seleção natural pode atuar; e (ii) as forças favorecendo a divergência são
fortes o suficiente para superar a hibridização de indivíduos de diferentes locais.

Modos de evolução adaptativa:

-Seleção estabilizadora: Estabiliza os genótipos e fenótipo intermediários da espécie.


O fenótipo intermediário acaba sendo o mais frequente onde os indivíduos mais claros e
escuros sofrem com o ambiente.

-Seleção direcional: favorece um padrão extremo.


O ambiente interfere na sobrevivência de indivíduos claros, onde os mais escuros
sobrevivem melhor em um determinado ambiente (ex. floresta onde o substrato e mais
escuro)

-Seleção disruptiva: favorece a divergência das espécies.

Considerações finais: Basta que um indivíduo sobreviva com mais dificuldades, se


reproduza menos, vai estar sujeito a seleção natural. Não precisa necessariamente morrer. A
próxima geração vai herdar essas características e sua taxa seria menor.
 Condições para a divergência populacional

Variabilidade hereditária suficiente para a seleção natural; Pressões de divergência


suficientemente fortes para superar a homogeneização causada pela hibridação de indivíduos
de diferentes locais.

Especiação Alopátrica (lugares diferentes)

A hibridização (mistura de genótipos) anula a pressão seletiva de separação populacional.

Isolamento geográfico é a principal fonte de especiação (ex: rio, cordilheira),pois estas


anulam a hibridização e posteriormente a reprodução já não é possível.

Seja por Seleção natural ou deriva genética (deriva genética: se caracteriza pela
mudança genética aleatória de uma população), o que se espera é que cada população passe a
se diferenciar uma das outras até o ponto que se tornarem tão diferente que impeça a
hibridização. Caso ocorra de se encontrarem pode ocorrer o não reconhecimento como
parceiros reprodutivo. Além disso, caso ocorra a reprodução, os híbridos formados terão um
baixo desempenho, e assim haverá uma pressão seletiva influenciando a diminuição de
híbridos e aumentando ainda mais a separação dos dois grupos.

Especiação Simpátrica (mesmo lugar, local)

Especiação por distância, onde a hibridização irá ser interrompida, entre um extremo e outro
(exemplo das gaivotas no anel do ciclo ártico).

A medida que forem se diferenciando em direções opostas até o ponto que nos seus dois
extremos as espécies não se acasalam mais. Quais são as diferenças que causam isso? Várias,
como comportamental (não reconhecem como parceiro de reprodução-corte), gamética…
Fatores ambientais limitantes

Um organismo altamente especializado tem vantagens altas, pois tende a ter menos
competição pelo seu recurso, mas o problema é que se acontecer algo com aquele recurso, ele
será facilmente atingido pois não pode utilizar uma gama ampla de recursos diversos. Ex:
urso polar vive sob a placa de gelo, se alimentando de foca. Não é um predador especializado
para terra firme (não que ele não possa fazer porem suas dificuldades são grandes). Caso
ocorra algo com esse ambiente em que ele vive será prejudicial para sua sobrevivência, pois o
urso polar não consegue sobreviver bem em ambientes diferentes do qual ele é especializado.

Lei do mínimo de Liebig.

A Lei de Liebig, também conhecida por Lei do Mínimo é uma lei que estabelece que o
desenvolvimento de uma planta ficará limitada por aquele nutriente faltoso ou deficitário, mesmo que
todos os outros elementos ou fatores estejam presentes.

Mesmo que todos os constituintes estejam em quantidades ideais basta que 1 esteja abaixo que todo o
desenvolvimento do organismo será prejudicado pela ausência desse nutriente. Ex:barril

Ex: Liebig usava a imagem de um barril para explicar a lei. Assim como a capacidade de um barril
com ripas de comprimento desigual é limitado pela ripa mais curta, o crescimento da planta é
determinado pelo nutriente com menor oferta. O constituinte essencial disponível em valores que mais
se aproximam da necessidade mínima tende a ser um limitante. Qualquer fator limitante no
desenvolvimento e quantidade de organismos que tenha um potencial limitante.
Princípios Auxiliares

-Aplicavel sob condições relativamente estável.

-Sujeito a interações de fatores

Lei de Tolerância de Shelford (1913)

- Os organismos possuem limites mínimos e máximos aos fatores ecológicos e sua amplitude
representa seus limites de tolerância.

Diferentemente da Lei de Liebig que o organismo atinge o seu desempenho máximo em determinadas
disponibilidade de fator x e mantem esta constante de seu desempenho, aqui o organismo também
apresenta o seu mínimo na ausência de fator x e conforme este fator for aumentando o desempenho do
organismo passa a aumentar, chegando a atingir o seu máximo. No entanto, se a disponibilidade de
fator continuar a subir, este organismo não mantém seu desempenho máximo, passando a decair e
podendo a chegar a seu mínimo novamente, mesmo tendo um fator x primordial para o seu
desempenho.

*Se a disponibilidade do fator aumenta o desempenho diminui. ex: água, temperatura.

Principios auxiliares

-Amplitude variável para fatores distintos

-Grandes amplitudes de tolerância permitem distribuições mais amplas

-Condições sub-ótimas de um fator podem reduzir os limites de tolerância de outros fatores

-Alguns fatores são mais importantes que outros permitindo a existência de organismos fora da
intensidade ótima de determinados fatores.
 Condição

Uma condição é um fator ambiental abiótico que influencia o funcionamento de


organismos vivos. Para a maior parte deles, é possível reconhecer um nível ótimo no qual um
funciona melhor. Em última análise, devemos definir "funciona melhor" do ponto de vista
evolutivo, mas, na prática, medimos principalmente o efeito das condições em algumas
propriedades chave, como a atividade de uma enzima ou a taxa de reprodução.
São todas as características físicas e químicas dos ambientes, tais como: temperatura,
umidade, umidade osmótica, pH (especialmente em meio aquático) pressão atmosférica, radiação
ionizante, arrasto, concentração de poluentes. Todas estas condições estão sujeitas a ciclos temporais
(diários, sazonais (relativo à estação (do ano), um evento que ocorre sempre em uma determinada
época do ano)) e eventos extremos. Alterações induzidas pela influência de organismos. NÃO É
CONSUMIDO PELO ORGANISMO.

(C)*Ex. minerais. Onde existem alguns que precisam do mínimo (quantidade traço) para seu
desenvolvimento, mas se aumentar além do necessário atua como uma condição (se ela compromete
seu desenvolvimento ja vira uma condição) ambiental tóxica e compromete seu desenvolvimento.
Basta o mínimo, e ele ja tem seu desenvolvimento máximo.

 Correlação entre temperatura e a distribuição de espécies

As variações de temperatura em e dentro da superfície da Terra têm uma variedade de


causas: efeitos latitudinais, altitudinais, continentais, sazonais, diurnos e microclimáticos e,
no solo e na água, os efeitos da profundidade.
As variações latitudinais e sazonais não podem ser realmente separadas. O ângulo em que
a terra está inclinada em relação ao sol muda com as estações, e isso gera alguns dos
principais diferenciais de temperatura na superfície terrestre. Superpostos a essas amplas
tendências geográficas são as influências da altitude e da "continentalidade". Há uma queda
de 1°C por cada aumento de 100 m de altitude no ar seco e uma queda de 0,6 ° C no ar
úmido. Este é o resultado da expansão "adiabática" do ar à medida que a pressão atmosférica
cai com o aumento da altitude. Os efeitos da continentalidade são em grande parte atribuíveis
a diferentes taxas de aquecimento e esfriamento da terra e do mar. A superfície terrestre
reflete menos calor que a água, de modo que a superfície aquece mais rapidamente, mas
também perde calor mais rapidamente. O mar, portanto, tem um efeito moderador e
"marítimo" sobre as temperaturas das regiões costeiras e especialmente das ilhas; As
variações de temperatura diárias e sazonais são muito menos marcadas do que em locais mais
continentais e continentais com a mesma latitude. Além disso, existem efeitos comparáveis
dentro das massas terrestres: áreas secas e nuas, como os desertos, sofrem maiores
temperaturas diárias e sazonais do que as áreas mais húmeas, como florestas. Assim, mapas
globais das zonas de temperatura escondem uma grande variação local.
No entanto, precisamos ter muito cuidado com a interpretação de tais relacionamentos: eles
podem ser extremamente valiosos para prever onde podemos e não encontrar uma espécie
específica; Eles podem sugerir que alguma característica relacionada à temperatura é
importante na vida dos organismos; Mas eles não provam que a temperatura cause limites à
distribuição de uma espécie.
Quais fatores podem explicar os padrões de distribuição dos biomas na Terra?

 Recursos

Todas as coisas consumidas por um organismo são os seus recursos. Consumido no


sentido de que o estoque ou o fornecimento foi reduzido. Assim, os recursos são entidades
requeridas por um organismo, cujas quantidades podem ser reduzidas pela atividade do
organismo. Os organismos podem competir uns com os outros para capturar uma parcela de
um recurso limitado.
A proporção de carbono: nitrogênio (C: N) dos tecidos das plantas geralmente excede
40: 1, em contraste com as proporções de aproximadamente 10: 1 em bactérias, fungos e
animais. Ao contrário das plantas, os tecidos animais não contêm nenhum componente
estrutural de carboidratos ou fibras, mas são ricos em gordura e, em particular, em proteínas.
As várias partes de uma planta têm composições muito diferentes e, portanto,
oferecem recursos bastante diferentes. O valor da dieta de diferentes tecidos e órgãos é tão
diferente que não é surpresa descobrir que a maioria dos pequenos herbívoros são
especialistas - não apenas em espécies particulares ou grupos de plantas, mas em partes de
plantas particulares: meristemas, folhas, raízes, caules, etc.
Embora as plantas e suas partes possam diferir amplamente nos recursos que
oferecem aos potenciais consumidores, a composição dos corpos de diferentes herbívoros é
notavelmente similar. Em termos de conteúdo de proteínas, carboidratos, gorduras, água e
minerais por grama, há muito pouco a escolher entre uma dieta de lagartas, bacalhau ou
veado. Os pacotes podem ser divididos de forma diferente (e o gosto pode ser diferente), mas
os conteúdos são essencialmente os mesmos. Os carnívoros, portanto, não enfrentam
problemas de digestão (e eles variam bem pouco em seus aparelhos digestivos), mas sim com
dificuldades em encontrar, pegar e manipular suas presas.
As grandes quantidades de carbono fixo em materiais vegetais significam que são
fontes de energia potencialmente ricas. São outros componentes da dieta (por exemplo,
nitrogênio) que são mais propensos a serem limitantes.
Como a maioria dos animais carece de celulases, o material da parede celular das
plantas dificulta o acesso das enzimas digestivas ao conteúdo das células vegetais. Os atos de
mastigar pelo mamífero de pastagem, cozinhar por seres humanos e moer na moela de aves
permitem que as enzimas digestivas atinjam o conteúdo celular mais facilmente. O carnívoro,
ao contrário, pode engarrafar com segurança seus alimentos.

 RECURSOS: radiação solar, componentes químicos, nutrientes minerais, água, outros


organismos. Componentes bióticos e abióticos, cujo quais podem acabar ou limitar e promove
a competição. São ativamente consumidos pelos organismos.

Recursos animais

Os recursos animais são basicamente macromoléculas de proteínas, carboidratos,


lipídios e eventualmente minerais e vitaminas.
A constituição química das estruturas de uma planta são muito diferentes entre si, mas
existe um padrão em que a maioria possui uma grande quantidade de carboidratos e pouca
proteína proporcionalmente. Já os animais têm a sua estrutura constituída principalmente por
proteínas. Por isso, animais herbívoros tem proporções diferentes de recursos em relação aos
animais que possuem uma dieta carnívora ou onívora. Um animal herbívoro tem uma dieta
rica em carboidratos e pobre em proteínas, já um carnívoro tem uma dieta rica em proteínas.
Além disso, as proporções da composição bioquímica das estruturas dos animais são
muito parecidas, por isso carnívoros conseguem suprir suas necessidades sem muitas
especializações alimentares, desconsiderando a caça e captura. Já os herbívoros tem
limitações alimentares, pois as proporções da composição das estruturas vegetais variam
muito (na madeira, casca, fruto, seiva, folha, sementes), portanto isso exige desses animais
especializações alimentares muito maiores.
Portanto, em termos evolutivos e ecológicos é muito mais benéfico ser um carnívoro
do que um herbívoro, devido à característica generalista da alimentação de carnívoros e das
proporções únicas das composições de cada estrutura vegetal. Além disso, as moléculas
vegetais são muito mais difíceis de digerir (como a celulose), e a digestão da carne é muito
mais “fácil”, e animais carnívoros tem um trato digestivo menores. Já animais herbívoros
precisam se associar com bactérias que decompõem celulose, por exemplo.
Herbívoros, no geral, possuem um porte corporal maior porque precisam se alimentar
muito mais para obter os nutrientes essenciais para sobreviver.
Portanto, o passo evolutivo para a alimentação herbívora é muito mais complicado do
que a carnivoria.

-> Quanto menor o animal, maior a taxa metabólica. Isso porque, proporcionalmente, animais
menores comem mais que um animal grande; a taxa metabólica individual dos animais
pequenos é muito maior do que a de animais grandes, proporcionalmente.
Constituição nutricional de plantas e animais
 Razão C:N dos tecidos vegetais é maior que dos animais
 Herbívoros:
■ Alta energia e carbono
■ Especialização para digestão
■ Excretam CO2 e fibras (fezes de herbívoros ainda possuem nutrientes
para outros organismos)
■ Limitação de nitrogênio
 Carnívoros:
■ Facilidade de digestão
■ Excretas nitrogenadas
■ Localização e captura de presas como limitante

Consequências ecológicas associadas aos recursos de origem vegetal


 Especializações alimentares:
 Plantas produzem néctar unicamente com o objetivo de atrair polinizadores.
Insetos possuem especializações próprias para se alimentar do néctar, da seiva,
etc.
 Ruminantes realizam um mutualismo digestivo com organismos unicelulares
celulolíticos, e possuem um estômago diferenciado, dividido em 4
compartimentos principais, sendo que o alimento passa por aí e depois volta
para a boca, e assim intensificar o processo mastigatório, e assim aumentar a
superfície de ação para os organismos unicelulares. Quanto menor o
ruminante, menos eficiente ele é para obter a sua energia, e assim
complementam a sua alimentação com outras estruturas vegetais, como frutos,
e até com outros animais.

 Estratégias antipredatórias para a defesa vegetal:


 Estruturais:
■ Tricomas e espinhos
■ Cristais de sílica
■ Cascas rígidas
■ Celulose e lignina
 Químicas:
■ Metabólitos secundários
 Qualitativos (tóxicos mesmo em pequenas quantidades)
 Quantitativos (tornam os tecidos indigeríveis)
 Taninos

 Estratégias antipretadórias para a defesa animal:


 Defesas animais:
■ Estruturais:
 Espinhos
 Carapaças
■ Químicas
 Venenos e toxinas
■ Morfológicas
 Aposematismo (tornar-se evidente devido a produção de
substâncias tóxicas, inclusive outros animais podem imitar seu
padrão de coloração para serem confundidos com este
venenoso, o que seria mimetismo, mas para isso a espécie
venenosa precisaria estar presente no ambiente em uma
proporção significativa), mimetismo (de animais tóxicos, de
predadores do predador etc), camuflagem (cripsia)
■ Comportamentais
 Tanatose (fingir a morte)
 Ocultação
 Fuga

Recursos não metabólicos

Recursos disponíveis ao consumo pelos organismos no ambiente, mas que não


participam de reações metabólicas diretas.
 Espaço
 Parceiros sexuais
 Abrigo
 Material de construção (ninhos e abrigos)
 Objetos de “decoração” e atração

Condições e Recursos
A sua distribuição espacial em escalas mais amplas

As condições e recursos determinam a distribuição das comunidades em diferentes


escalas.
 Padrões geográficos em:
 Escala global: clima
 Escala regional: Geologia e topografia
 Escala local: Condições e recursos locais

 Padrões temporais
 Sucessões ecológicas
■ Grande escala (milênios)
■ Pequena escala (minutos)

A interação das condições e dos recursos em todos esses padrões determinam


comunidades espécificas, os biomas terrestres e a organização dos ambientes aquáticos.
Padrões geográficos (Escala global)
 Climas na Terra resultam de interações entre:
 Incidência diferencial da radiação solar sobre a Terra
■ Ciclos de aquecimento, resfriamento, deslocamento latitudinal,
absorção e perda de umidade (células de Hadley, Ferrel e polares).
 Influência adicional da circulação do ar. Rotação da Terra influencia na
transferência de ar quente e frio, seco e úmido pela superfície do planeta, e
influencia também nas correntes marítimas.
 Influência adicional das correntes oceânicas.
■ Redistribuem águas quentes e frias através do globo e,
consequentemente, umidade e temperatura.

O clima impõe diferentes condições, e assim influencia na disponibilidade de


recursos, ou seja, tudo isso influencia nos fatores limitantes.

Padrões geográficos (Escala regional)


 Climas na Terra resultam de interações entre:
 Topografia, em escalas intermediárias
■ Grandes cadeias de montanhas influenciam as chuvas, bloqueando e
forçando o deslocamento vertical de ventos úmidos.
 Geram mosaicos de climas e biomas relacionados

->Relação entre temperatura e pluviosidade (Imagem)

Existe um padrão longitudinal na distribuição dos biomas e das comunidades,


influenciada por fatores como insolação, temperatura,etc. A partir do equador, em direção ao
polo norte, há um padrão semelhante ao padrão altitudinal. Assim como no deslocamento do
equador para o polo, há uma mudança gradativa de fatores como temperatura e umidade:
quanto mais ao norte, mais seco e frio, e da mesma maneira, à medida q aumenta a altura,
também diminui a uimidade e a temperatura, e isso influencia diretamente o padrão dos
biomas nesse espaço. -> Influencia da topografia. Mesmo na região do equador, pode ter uma
tundra ou formação de coníferas semelhante à padrões do norte, somente devido a altura.

 Gradientes e variações locais dos Biomas:


 Topografia local
■ Compensação do efeito latitudinal pela variação altitudinal
 Geologia local
■ Composição mineral dos diferentes solos
 Condições e recursos
 Disponibilidade de minerais, água, nitrogênio
 pH (espécies calcícolas e calcífugas)
 Taxas de decomposição da matéria orgânica
 Decomposição retardada em temperaturas baixas, solos
ácidos e alagados

Padrões geográficos (Ambientes aquáticos)


 Variações locais pouco evidentes:
 Comunidades dos diferentes ambientes refletem as condições e recursos locais
e não padrões globais. Fatores como a latitude não influenciam muito as
características dos corpos d’água, isso devido às características físico-
químicas da água, como o calor específico da água onde a água retem mais o
calor, e a estratificação da temperatura é mais clara do que no ar. Quanto mais
correntes, mais homogênea a temperatura; estrutura dipolar da molécula de
água, solubilidade de oxigenio
 Exemplos:
 Oceanos: Temperatura reflete a procedência das correntes. A profundidade
implica em variação de temperatura. Produtividade limitada pela
disponibilidade de nutrientes.
 Lagos: Padrões latitudinais distintos de estratificação vertical de temperatura
da água, camada superior quente, iluminada, alta oxigenação, camada de
transição, camada inferior fria, escura, rica em nutrientes, pobre em oxigenio.
Homogeneização sazonal dos estratos. Efeito sobre a composição da
comunidade animais e vegetais.
 Rios, riachos e estuários: Fatores físico-químicos locais

 Ecologia das costas: alta disponibilidade de nutrientes do ambiente terrestre;


efeitos das ondas, marés, inclinação e composição da costa (costão rochoso,
arenoso, mangues)

Pra bioma terrestre, o principal fator associados são condições meteorológicas, o


clima. Mas para ambientes aquáticos o que importa é o tipo de ambiente (oceano, lago, etc).

Biomas terrestres
Generalizações da enorme diversidade global: Representam porções de terra cobertas
por tipos de vegetação que diferem em aspecto, forma e processos fisiológicos.
 Floresta pluvial tropical
 Savana
 campo temperado
 deserto
 floresta temperada decidua
 floresta boreal de coníferas (taiga)
 tundra
Há uma relação entre o bioma e o padrão de proteção dos meristemas nas plantas,
porque esses tecidos são essenciais para as plantas. Em ambientes com alta umidade e
insolação, não há uma grande necessidade de proteção, pois o ambiente é favorável. Já em
ambientes com temperaturas extremas, há uma maior necessidade de proteção dos
meristemas.
Plantas anuais são presentes em ambientes com estações bem definidas, As criptófitas
escondem parcial ou totalmente seus meristemas no solo, em ambientes sujeitos à
congelamento e incêndios por exemplo
 Espectros de formas de vida vegetal
 Localização das gemas meristemáticas
■ Indicativo dos potenciais de risco em cada ambiente, independente das
relações taxonômicas.

 Floresta pluvial tropical:


 Pico da diversidade biológica,
 Produtividade primária anual superior a 1kg de C/m² (alta)
■ Alta radiação solar e pluviosidade
■ Sobretudo no dossel (fanerófitas) e supressão de produção no solo
(exceto em clareiras).
 Ausência de sazonalidade marcante na produtividade (fotossíntese, floração e
frutificação). -> Gráfico
 Savana
 Caracterizada por gramíneas (alta concentração) e pequenas árvores (baixa
concentração
■ Meristemas das gramíneas protegidas de herbívoros e fogo
■ Sazonalidade hídrica (limita produção primária)
 Alternância entre abundância e escassez de alimentos
■ Sazonalidade ecológica favorece padrões (de migração?)

 Campos temperados
 Composto basicamente por gramíneas, sujeito a sazonalidade hídrica e altas
taxas de herbivoria
■ Biomassa de herbívoros invertebrados frequentemente maior que a de
vertebrados
■ Intensa utilização agropecuária
■ Bioma mais impactado pela ação antrópica
 Deserto
 Escassez e irregularidade na distribuição de água e pela baixa produtividade
primária
■ Vegetação oportunista de ciclos rápidos
■ Vegetação perene de produtividade lenta
 Grande amplitude térmica
■ Tolerância a variações rápidas de frio e calor intensos
 Baixa diversidade de fauna
 Floresta temperada
 Sazonalidade climática bem marcada, dominância de árvores decíduas e
estrato herbáceo perene (geófitas)
■ Alta produtividade primária na primavera
■ Dormência vegetativa no inverno
 Fauna de ocorrência predominantemente sazonal e ciclos de vida curtos
■ Especialização em insetos herbívoros
■ Vertebrados generalistas e ou migratórios
 Alta fertilidade dos solos
 Diversidade mais baixa
 Floresta setentrional de coníferas - Taiga
 Flora arbórea pouco diversificada, com curtos períodos de crescimento
resultante de invernos longos e rigorosos
■ pinheiros e angiospermas
■ florestas monoespecíficas de espruces ao norte
 Forte influência glacial
 Liquid water is unavailable for much of the winter, and plants and many of the
animals have a conspicuous winter dormancy in which metabolism is very
slow. Generally, the tree flora is very limited. In areas with less severe
winters, the forests may be dominated by pines
 Tundra
 Intensificação do congelamento permanente do subsolo
■ Restrição de espécies arbóreas e gramíneas
■ Flora restrita a musgos e liquens
 Forte restrição da decomposição da matéria orgânica
■ formação de turfa
 Fauna com ciclos drásticos de expansão e colapso populacional~flutuação
populacional
■ roedores, lebres, carnívoros, grandes rebanhos

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