Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fortalecendo nações.
Nota metodológica sobre
o cálculo de indicadores
demográficos do Brasil
Os indicadores a seguir mostram as limitações dos dados das PNADs de 2011 a 2014 para
estimar, de forma indireta, a esperança de vida ao nascer e a mortalidade infantil. Foram
comparadas as Regiões Metropolitanas de Belo Horizonte (RMBH), de Belém (RM Belém) e de
Fortaleza (RM Fortaleza), o Distrito Federal1 e o Brasil.
FIGURA 1
PARTURIÇÃO MÉDIA, BRASIL, ALGUMAS REGIÕES METROPOLITANAS E DISTRITO FEDERAL,
PNADS 2011 E 2012
2011 2012
7 7
6 6
5 5
filhos por mulher
4 4
3 3
2 2
1 1
0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Limite inferior dos grupos de idade Limite inferior dos grupos de idade
1 A amostra da PNAD considera o DF uma Região Metropolitana porém não cobre os 22 municípios vizinhos ao DF, apesar de esses
municípios pertencerem oficialmente à Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE-DF) e somarem cerca de 1,1 milhão de
habitantes em 2010 (aproximadamente 31% da população total da RIDE-DF). Nas demais RMs, o número de municípios considerados pela
PNAD não corresponde, necessariamente, à composição legal das RMs, conforme legislação complementar de referência.
www.atlasbrasil.org.br • Novembro/2016 • 2
FIGURA 2
PARTURIÇÃO MÉDIA, BRASIL, ALGUMAS REGIÕES METROPOLITANAS E DISTRITO
FEDERAL, PNADS 2013 E 2014
2013 2014
7 7
6 6
filhos por mulher
5 5
3 3
2 2
1 1
0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Limite inferior dos grupos de idade Limite inferior dos grupos de idade
Outro indicador que merece destaque é aquele calculado pela divisão do número de
filhos falecidos pelo número de filhos nascidos vivos. O comportamento de tal indicador
depende não somente da qualidade dos dados, mas também do tamanho da amostra.
Romero-M (2002) ressalta que, assim como o indicador de parturição média, esse
indicador deve aumentar com a idade das mulheres, com exceção do primeiro grupo
etário e dos grupos superiores aos 45 anos. No primeiro caso, pelo fato de ocorrerem
menos nascimentos, há possibilidade de os erros amostrais serem maiores, e soma-se a
isso o fato de que mulheres muito jovens, por questões culturais, costumam omitir filhos
tidos nas primeiras idades do período reprodutivo e também filhos falecidos. No segundo
caso, pelos “erros de memória” das mulheres em relação ao número de filhos tidos vivos,
sobretudo em períodos distantes (SOUZA, 2004).
www.atlasbrasil.org.br • Novembro/2016 • 3
FIGURA 3
PROPORÇÃO DE FILHOS FALECIDOS POR MULHER, BRASIL, ALGUMAS REGIÕES
METROPOLITANAS E DISTRITO FEDERAL, PNADS 2011 E 2012
2011 2012
50 50
45 45
40 40
filhos por mulher (%)
Limite inferior dos grupos de idade Limite inferior dos grupos de idade
FIGURA 4
PROPORÇÃO DE FILHOS FALECIDOS POR MULHER, BRASIL, ALGUMAS REGIÕES
METROPOLITANAS E DISTRITO FEDERAL, PNADS 2013 E 2014
2013 2014
50 50
45 45
40 40
filhos por mulher (%)
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
0 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Limite inferior dos grupos de idade Limite inferior dos grupos de idade
Outro problema quanto à qualidade dos dados pode ser visto ao se relacionar a idade
da mãe ao nascimento do último filho e o total de filhos nascidos vivos, (Tabelas 1 e 2).
Observa-se que, em 2011 e em 2014, no Brasil, 3.441 e 18.417 mulheres, respectivamente,
tiveram seu último filho com menos de 10 anos de idade e alguns desses filhos estavam
com ano de nascimento anterior ao ano de nascimento da mãe. Tal inconsistência fica ainda
www.atlasbrasil.org.br • Novembro/2016 • 4
mais evidente na análise das respostas das mães adolescentes, como, por exemplo, das 6.695
mães, em 2011, e das 11.876 mães, em 2014, que tiveram seu último filho antes dos 16 anos de
idade e conceberam mais de sete filhos. Ou as 8.892 mães e as 7.778 mães, respectivamente,
com o último filho nascido vivo antes dos 20 anos de idade e que declararam entre 7 e 10
filhos nascidos vivos. Vale destacar que essa análise foi realizada para o Brasil e que erros
dessa natureza devem ser maiores à medida que se desagrega as informações por unidade
geográfica ou mesmo por outras características.
TABELA 1
TOTAL DE FILHOS NASCIDOS VIVOS SEGUNDO A IDADE DA MÃE AO NASCIMENTO DO
ÚLTIMO FILHO, BRASIL, PNAD 2011
Idade da
Total de filhos nascidos vivos
mãe ao
nascimento TOTAL
do último 1-3 4-6 7-10 11-15 16-50
filho
TABELA 2
TOTAL DE FILHOS NASCIDOS VIVOS SEGUNDO A IDADE DA MÃE AO NASCIMENTO DO
ÚLTIMO FILHO, BRASIL, PNAD 2014
Idade da
Total de filhos nascidos vivos
mãe ao
nascimento TOTAL
do último 1-3 4-6 7-10 11-15 16-50
filho
www.atlasbrasil.org.br • Novembro/2016 • 5
CÁLCULO DAS
ESTIMATIVAS
e00 ,Reg.Metrop.,2010
=x
e00,UF,2010
(1)
e00,UF,2010
é a esperança de vida ao nascer das Unidades da Federação a qual pertence a
região metropolitana, no ano de 2010;
Esse fator de ajuste foi aplicado às esperanças de vida ao nascer das Unidades da Federação,
encontradas nas projeções populacionais realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), para os quatro anos em questão, obtendo-se, portanto, as esperanças de
vida ao nascer das RMs e do Distrito Federal (equação 2):
Para:
n corresponde aos períodos que se deseja estimar a esperança de vida da região
metropolitana;
e00 ,proj.,UF,n
a esperança de vida ao nascer da Unidade da Federação, projetada pelo IBGE,
para o período n;
TMI ,Reg.Metrop.,2010
=y (3)
TMI UF,2010
www.atlasbrasil.org.br • Novembro/2016 • 6
Onde:
O fator de ajuste foi aplicado às Taxas de Mortalidade Infantil das Unidades da Federação,
encontradas nas projeções populacionais realizadas pelo IBGE, para os anos de 2011, 2012,
2013 e 2014, obtendo-se, portanto, Taxas de Mortalidade Infantil das RMs e do Distrito Federal
(equação 4):
y* TMIproj.,UF, n
= TMIReg.Metrop.,n (4)
Em que:
www.atlasbrasil.org.br • Novembro/2016 • 7
Referências
MARTINE, G. et al. A PNAD: notas para uma avaliação. In: SAWYER, D. (Ed.). PNADs em foco:
anos 80. Belo Horizonte: ABEP, 1988. p. 281-305
www.atlasbrasil.org.br • Novembro/2016 • 8