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DEUS - Subsídio
"Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra;
e dá fruto, e um produz cem, outro, sessenta, e outro, trinta" (Mt.13:23).
INTRODUÇÃO
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I. INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DO SEMEADOR
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precisa apenas de aplicação e não de explicação. Jesus começa com oouvi e termina
com “quem tem ouvidos para ouvir, que ouça” (Mt.13:9). Esta Parábola nos leva a três
solenes reflexões:
Primeiro, não devemos subestimar as forças opositoras à
semeadura. Jesus começou dizendo que precisamos ouvir e terminou
dizendo que quem tem ouvidos, que ouça. O diabo, o mundo e a carne
se armam para impedir a conversão dos pecadores.
Segundo, não devemos superestimar as respostas imediatas. As
aparências enganam. Nem toda pessoa que diz Senhor, Senhor, entrará
no Reino dos céus. Muitas pessoas vão aderir à fé cristã, mas sem
conversão.
Terceiro, não devemos subestimar o poder da Palavra. A verdade é
tão poderosa que até nos terrenos pedregosos e espinhentos ela nasce e
no bom solo produz a trinta, a sessenta e a cem por um. A Palavra não
volta vazia. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará
com júbilo trazendo os seus feixes.
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e, desde o início, estava pregando a respeito da chegada do Reino de Deus. Ele é o
exemplo maior para os que semeiam Sua Palavra.
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3. Os diferentes tipos de solos infrutíferos. As pessoas que ouvem a Palavra de
Deus são comparadas com vários tipos de Solos (Lc.8:5-8). Os resultados são bem
diferentes em cada um. Jesus, ao se deter no estudo dos Solos, mostra que seus
discípulos deveriam dar especial atenção aos ouvintes da Palavra de Deus. A
semeadura deve ser feita em todos os Solos, pois não cabe ao Semeador fazer
escolha. No início pode haver a impressão de uma profícua semeadura, porém, pode
acontecer que no decorrer do tempo não se colha os frutos esperado. A Parábola do
Semeador revela por que Jesus não se impressionava com as multidões que o
seguiam. A maioria daquelas pessoas que seguia a Cristo não produziriam frutos
dignos de arrependimento. O coração delas era uma espécie de Solo infrutífero, Solo
pobre. O Semeador plantou a Semente em quatro tipos de Solos diferentes. Como era
de esperar, os resultados foram diferentes em cada caso.
SOLO RESULTADO
a) À beira do caminho a) Semente comida pelos pássaros.
batido.
b) Uma camada fina de b) A semente germinou rapidamente, mas sem raiz;
terra sobre depósitos de queimou-se pelo sol e secou-se.
rocha.
c) Solo infestado por c) A semente germinou, mas o crescimento foi impossível
espinhos. por causa dos espinhos.
d) Bom Solo. d) A semente germinou, cresceu e deu uma colheita:
algumas hastes produziram cem, algumas sessenta,
algumas trinta.
Veja, a seguir, os três tipos de solos infrutíferos.
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maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé
do caminho”.
Observe que, neste caso, houve germinação da Semente, ou seja, operou-se o Novo
Nascimento. A semente germinou, ou seja, a vida surgiu, houve efetiva salvação.
Todavia, a salvação, como nos ensina esta Parábola, pode morrer; ao contrário
daqueles que defendem a ideia de que “uma vez salvo, salvo para sempre”. Jesus diz
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que o pecador recebeu a Palavra e, mais, recebeu-a com alegria, tanto que a
plantinha germinou, porém, morreu. Isto quer nos ensinar que a Salvação não
depende apenas do Novo Nascimento, é necessário ter raízes profundas, ter
sustentabilidade. Na vida espiritual, é necessário que haja maturidade, crescimento,
firmeza. A vida espiritual é dinâmica, e, como tal, não comporta nenhum momento de
estagnação, de estabilidade. Quem está em Cristo, é uma nova criatura, mas uma
criatura que precisa crescer até chegar a estatura de “varão perfeito’, até atingir a
estatura completa de Cristo, ou seja, sempre, já que isto é impossível de ser
alcançado aqui na Terra.
Jesus disse que a Semente germinou, surgiu uma pequena planta, porém, não teve
para onde crescer. O terreno era pedregoso, ou seja, não tinha terra que permitisse a
formação de raízes que sustentassem um crescimento. A pedra fala-nos de resistência,
de dureza, de algo sem vida. Se, na nossa vida com Cristo, não deixamos que o
Senhor esmiúce a penha (Jr.23:29), ou seja, esmague a pedra que é o nosso eu, a
nossa autossuficiência, o terreno ficará pedregoso e não poderemos crescer
espiritualmente. O resultado é que, quando vier a provação, a adversidade, não
resistiremos e morreremos. A falta de crescimento faz com que o crente não resista às
adversidades.
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Como afirma o sábio Salomão, o dia da adversidade também foi feito por Deus
(Ec.7:14), e isto não se circunscreveu ao Antigo Testamento, já que Deus é o mesmo
e não muda (Tg.1:17). Além do mais, Jesus, nesta Parábola, está falando a respeito
da pregação do Evangelho, algo que é próprio da nossa dispensação.
O que nos faz vencer a dificuldade é a presença de raízes, isto é, uma sólida estrutura
espiritual, resultado de uma vida de oração e de meditação na Palavra do Senhor. Os
grandes heróis das Escrituras Sagradas venceram as adversidades porque tinham
intimidade com Deus, porque eram portadores de um crescimento espiritual
incessante. Não há como perseverarmos até o fim se não tivermos crescimento
espiritual, se não tivermos raízes profundas.
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Lamentavelmente, os nossos dias são dias em que muitos não querem servir a Deus,
mas se servir da obra de Deus, inclusive fazendo dos crentes meros instrumentos de
lucro. Mas, o apóstolo Paulo adverte: “o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie
de males” (1Tm.6:10).
Após a semente cair em três Solos (corações) infrutíferos, enfim, ela caiu num
Solo ideal, num Solo bom, a qual produziu satisfatoriamente. A Semente germinou e
deu fruto, que vingou e cresceu; e um produziu trinta, outro, sessenta, e outro, cem
(Mc.4:8). Este Solo retrata aquele que, de bom e reto coração, ouve e compreende a
Palavra, retém a Palavra e frutifica com perseverança. Estes são, portanto, os
verdadeiros e genuínos discípulos de Jesus.
O bom Solo permite o nascimento da Semente, como também ocorrera nos pedregais
e no espinhal. Mas, no bom Solo, o terreno permite o crescimento das raízes, não há
resistência, a pedra dá lugar à terra, que é o mineral moído e esmiuçado pela Palavra
de Deus. Sem qualquer resistência do eu, do orgulho, da autossuficiência, o pecador
simbolizado pelo bom Solo é humilde de espírito, obediente e, como tal, faz o que
Jesus manda.
A diferença básica entre este Solo e os demais que vimos anteriormente é que, nos
outros, não houve frutificação, não houve fruto, não houve vida completa, vida plena;
pelo contrário, a semente que caiu à beira do caminho, nem germinação houvera; a
que caiu nos pedregais, houvera germinação, mas não crescimento; a que caiu nos
espinhos, germinação e crescimento, mas não frutificação. Portanto, o que caracteriza
a vida espiritual, ensina-nos Jesus nesta Parábola, é a presença do Fruto do Espírito.
Por isso, Jesus, no sermão do monte, havia dito que distinguiria os salvos dos perdidos
através dos frutos (Mt.7:20).
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Há três fatos importantes que merecem destaque neste bom Solo:
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não se desvia por causa das perseguições do mundo nem fica fascinada pelos prazeres
do mundo e deleites da vida; sua riqueza está no Céu e não na Terra, seu prazer está
em Deus e não nos deleites da vida.
1. O Campo a ser semeado é a Terra. O Senhor Jesus falou sobre quatro tipos de
lugares onde a semente foi lançada. Os hermeneutas afirmam que, na tipologia
bíblica, o número quatro é o número da Terra. Assim, o Senhor Jesus ao se referir a
quatro lugares onde a Semente foi lançada, queria que o Semeador soubesse que a
Palavra de Deus deveria ser pregada e ensinada em todo o mundo. Certamente que os
discípulos, os Semeadores que deveriam continuar a Obra iniciada por Jesus, puderam
entender, quando, depois de ressuscitado, Ele lhes ordenou:
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado...”(Mt.28:20); “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a
toda criatura”(Mc 16:15).
Existem, no mundo, grandes espaços, alguns com muitas pedras e espinhos, outros
solidamente endurecidos pelas heresias satânicas, e até espaços com Solo muito bom,
esperando pelos verdadeiros semeadores.
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2. A Missão do Semeador é semear a Semente. “...o Semeador saiu a
Semear”. Ele saiu para semear, e semear a Palavra de Deus.
Ele não saiu para combater as religiões.
Ele não saiu para semear as suas próprias ideias, ou suas opiniões
pessoais.
Ele não saiu para semear contendas, divisões.
Ele não saiu para escolher onde devia semear, para estudar a qualidade da
terra, para primeiro arrancar os espinhos, remover as pedras, revolver e
regar o Solo endurecido, nem para matar as aves que pudessem comer as
sementes, mas ele saiu para semear onde houvesse terra, não importando se
boa ou má.
Assim, o Semeador tem que se preocupar, apenas, em cumprir a sua missão: Semear.
Nem o pregador, nem o Espírito Santo, nem o Senhor Jesus e nem o Pai podem
obrigar a pessoa que ouviu a mensagem da Palavra a aceitar a salvação na Pessoa
Bendita de nosso Senhor Jesus Cristo. O crer no Senhor Jesus Cristo “e serás salvo”,
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como disseram Paulo e Silas, ao carcereiro de Filipo, é uma decisão, exclusivamente,
do homem. Foi o próprio Deus quem lhe deu esta liberdade de escolha, conhecida
como livre arbítrio. Deus não viola essa liberdade. O ser humano é livre para aceitar a
Salvação e ir para o Céu, como também para rejeitá-la, e ir para o inferno. Sabendo
disto, o Semeador não pode desanimar, mas, ainda que não veja a semente
germinando, deve prosseguir na sua missão, que é a de semear.
O tempo de semear é hoje, com vento ou com nuvens, conforme Paulo instruiu
Timóteo: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo... que pregues a
palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a
longanimidade e doutrina”(2Tm.4:1,2).
O profeta Isaias falou em semear sobre as águas, sendo que, na Bíblia, águas
simbolizam dificuldades, lutas.
“Bem Aventurados vós, que semeais sobre todas as águas e que dais liberdade ao pé
do boi e do jumento”(Is.32:20).
Aqui, “todas as águas” pode significar semear em todos os tipos de terrenos: à beira
do caminho, nos pedregais, entre espinhos, e até em Solo bom. Dar “ liberdade ao pé
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do boi e do jumento”, que eram e são animais de serviço, aqui pode significar dar
condições financeiras, libertando os pés daqueles que são chamados para ir.
Ao usar a figura do Semeador, o Senhor Jesus deixou claro as dificuldades que terão
que ser enfrentadas por aqueles que levam a Palavra de Deus. Levar a Palavra
“andando e chorando”, ao que nos parece, não é bem conhecida, hoje, como foi no
princípio da Igreja.
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receberão sua recompensa depois da Grande Colheita que, biblicamente, representa o
Arrebatamento da Igreja. Assim é possível pensar que muitos Semeadores só
receberão suas recompensas perante o Tribunal de Cristo.
Se você é um Semeador, console-se com estas palavras, pois, conforme declarou
Paulo, “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os
homens”(1Co.15:19). Paulo nada recebeu, enquanto estava aqui, porém, pouco antes
de sua morte, afirmou: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me
dará naquele Dia...”(2Tm.4:7,8).
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CONCLUSÃO
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