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zanoroe Robert Kure - Suprassio e conservagio de harem branca Supressao e conservagao") do homem branco Uma visdo retrospectiva do colonialismo e do anticolonialismo no limiar do século XXI" Robert Kurz Quando todos concordam unanimemente a respeito do caracter questiondvel de um fenémeno social, quando este se toma alvo mesmo da critica oficial, em geral ele ja deixou de ser uma presenga efectiva para se converter em objecto da histéria, Que politico, ainda hoje, pode ser chamado de "colonialista"? Que pals pode ainda adquirir colénias? O mercado mundial jé superou esse problema ha varias décadas, mesmo que ainda haja pequenas contendas na retaguarda. Seria init, portanto, continuar chutando um cachorro morto ainda que este tenha sido, em vida, incrivelmente feio e intoleravel. Com isso, contudo, estamos longe de ter concluido acerto de contas com a histéria passada, que continua a atuar sobre nds e sobre nosso futuro, Talvez sé mesmo agora seja possivel comegar a compreendé-la, pois devemos langar um olhar retrospectivo sobre uma época que nao pode mais ser alterada e que permanecera para sempre fora do nosso campo de acco. ‘Ahumanidade europeia no produziu até hoje nenhuma critica definiiva acerca do acontecimento ao qual deu o nome de "descoberta da América’, As missées jesuiticas ja haviam legitimado, de antemdo, o mundo europeu como o nico verdadeiro. Essa elevada auto-estima, ao ser secularizada, ganhou uma vigorosa continuidade com as ideias do iluminismo, até hoje determinantes tanto para a ideologia oficial burguesa como para a teoria critica de sua /ntelligentsia. Em sou alvorecer, a modernidade ocidental deveria expor a verdade Ultima, por fim descoberta, acerca do espirito e da sociedade. O pensamento burgués, com seu racionalismo abstracto, a civillzaco dos livres e iguais proprietarios de mercadorias, passaram a encarmar a ideia mesma de razao e civilizagao. Em contraposicao a ambos, tanto os povos naturais do Pacifico e das florestas tropicais quanto as culturas avangadas da Asia, da Africa e das Américas podiam ser sempre desqualificadas como "barbaras", seguindo a velha e gasta tradigéo europeia. Essa perspectiva ganhou novo reforgo teérico a partir do - final do século XVIII, com 0 surgimento das teorias ‘evolucionistas. Assim como Hegel reduzira todo o mundo antigo e medieval a meros estagios preliminares, justamente da monarquia esclarecida prussiana -definida por ele de modo inabalavel como ultimo estagio evolutivo da cultura humana também as culturas que se encontravam fora do universo europeu foram definidas, no interior de uma espécie de escala civilizatéria, como graus distintos e preliminares de um estado evolutivo pré-europeu pelas teorias histérico- genéticas nascentes, Augusto Comte, o fundador da sociologia e do positivismo, formulou em meados do século XIX ma teoria evolutivo-filoséfica dos estadas, que se estendia de um ficticio estado de natureza a um patamar ainda néio alcangavel, que nomeou “estado positivo", no qual a ciéncia finalmente deveria triunfar. Comte nao deixava dividas de que essa escala, ao mesmo tempo, exibia um juizo de valor, na medida em que designava expressamente a "raca branca’ e as “nagdes europeias” como as “escolhidas” ¢ a "vanguarda da humanidade", Portanto, 6 0 progresso, aquele conceito entdo criado @ hoje em desgraca, o que conduz ao dominio do homem branco, ‘que, com sua racionalidade, nao apenas coroa a histéria humana, mas supostamente também Ihe poe termo com a edificagao do "estado positive". Sem sombra de divida, uma tal interpretago da histéria facilita em muito a equiparag&o dos povos @ culturas desconhecidas a coisas ou objectos naturais, passiveis enquanto tal de "descobrimento, a exemplo das espécies animais ou vegetais. Ora, se 0 povos que se encontravam fora da Europa eram meros representantes de estagios evolutivos inferiores, jA deixados para trés pelo homem branco, entdo de fato eles ndo eram seres humanos no sentido exacto do termo, podendo ser tratados, no melhor dos casos, como uma espécie "infantil" particular, no pior dos ‘casos, como besias. Com a mesma indiferenga dispensada hoje, em geral, &s reses e 8s cobaias, que talvez suscite indignacao as geragdes futuras, ao longo de toda a histéria colonial, os chamados “nativos" foram definidos por principio, ‘como seres distintos dos humanos, animais utiltérios, insirumento, ou até mesmo como caca. Essa revoltante crueza, porém, nao deveria ser simplesmente condenada de um ponto de vista moral superficial, mas, antes, compreendida em sua historicidade. Ela indica, sobretudo, que o préprio homem branco se encontra ainda em um ‘estagio tosco de desenvolvimento, a despeito de ter se imaginado no topo do género humano, E sabido que o colonialismo faz parte daquilo que Marx chama “forgas propulsoras do capital” (2). O ouro que havia sido roubado nos ‘séculos XVI e XVII em quantidades massivas, sobretudo das culturas indigenas da América Central, de pronto destruidas, contribuiu enormemente para estimular a circulagao monetaria na Europa e, consequentemente, a expansdo de sua produgéo mercantil. Aos poucos, as colénias aumentaram 0 comércio mundial e, no tralo com os niicleos de colonizacao de ultramar, surgiram os primeiros embrides de um mercado mundial. Novos estimulantes e condimentos Passaram a ser consumidos em massa, como é o caso do proverbial cha inglés, que obviamente provinha da India, e da pimenta, que passou a ser disponivel em grandes quantidades, enquanto na Idade Média era vendida a peso de ouro e permanecia reservada a nata da sociedade. Se as matérias-primas, importadas a pregos médicos, estimularam o modo de produgo industrial, 0 tréfico eo trabalho escravo nas grandes propriedades coloniais impulsionaram o capitalismo agrario, ‘Assim, do inicio do século XVI até o fim do século XIX, 0 colonialismo contribuiu para desencadear o modo de produgéo capitalista. Foram soltas as Furias do interesse monetario abstracto e, pela primeira vez, a multiplicagao do dinheiro em ritpiliwwn.obeco-ontine.orgrkurz62.htm v6 zanoroe Robert Kure - Suprassio e conservagio de harem branca fungao de si mesmo se converteu em principio universal da produgao e da vida social. Nao é de se admirar que os ‘europeus, a principio ainda imersos no universo medieval e apartados, em virlude de suas préprias conguistas coloniais, das arraigadas estruturas feudais, tenham se comportado no novo mundo de uma maneira que correspondia a sou proprio desarraigamento e incerteza, O horizonte se torara muito vasto para a visdo de mundo feudal, mas a nova liberdade, que comecava a ser prometida pelo pensamento llustrado, tinha como base social real a pressio valorativa do dinheiro e o célculo abstracto de rentablidade, Fustigado por essa coergao cega e auto-imputada, por muito tempo 0 ‘homem branco conduziu seu império mundial com a crueldade inerente as relacdes coercitivas inconscientes ra, se na histéria colonial o capitalismo veio ao mundo, para usar uma expresso de Marx, "sujo e encharcado de sangue’, e legitimou com o iluminismo sua prépria superioridade civilizatéria, 6 claro que as contradigdes geradas por ‘e880 processo nao podiam passar desapercebidas, Uma das primeiras testemunhas da insensata crueidade da colonizacao é o famoso manifesto do bispo Bartolomé de Las Casas, publicado pela primeira vez em 1552, que traz 0 rido titulo de "Brevissimo relato sobre a destruigao das Indias Ocidentais". Ele descreve o massacre levado a cabo pelos conquistadores e documenta uma quantidade sufocante de atrocidades, ‘extorsdes, roubos e assassinatos. Vé-se nesse relato que, na busca do oura, os indigenas foram torturados © queimados. vivos, tiveram maos, olhos e narizes decepados enquanto suas criangas tinham o cranio esmagado. Calcula-se que a colonizacao espanhola sozinha massacrou e mutilou dessa maneira mais de 20 milhdes de pessoas. Decerto, o saque e 0 massacre, enquanto origem mais crua da capitalizagdo, estavam em patente contradi¢ao néo ‘apenas com os ideais abstractos da religiao crista e do lluminismo, mas também frente ao cdlculo de rentabilidade do préprio capital. As sanguindrias campanhas de exterminio e a escravidao brutal reduziam a longo prazo a forga produtiva ‘do material humano e, por isso, precisavam ser superadas em nome da pretendida continuidade da exploragao europeia, préprio Las Casas nao se opunha de modo algum a colonizagao em si, sendo, ao contrario, um suiito fiel da coroa ‘espanhola e leal dignitario da Igreja Catélica. Também os criticos posteriores, que censuravam a colonizagdo evocando o rogresso e os direitos humanos, partiam do entdo inquestionavel pressuposto de que as nagGes europeias haviam sido destinadas a civilizar o mundo. Mesmo Marx e Engels falavam sem qualquer embarago em "povos semicivilizados", ao asso que o emergente movimento operdrio social-democrata europeu nao obleve qualquer consenso para condenagao do colonialismo. Nos congressos Socialistas intemacionais, anteriores 4 2* Guerra Mundial, eram recebidas, sem ‘qualquer estranheza, propostas como a formulada em 1907 pelo social-democrata alemao David, que via numa politica colonial reformada o purificada um “componente indispensavel das aspiragdes culturais universais da Social- democracia’. Por iniciativa da delegacdo britanica, uma resolucdo oficial de 1904 chegava ao ponto de reivindicar ‘expressamente “o direito das habitantes de paises civizados a se estabelecerem em paises cuja populagao se encontre ‘om estagios menos avangados de desenvolvimento". 2 Acritica isolada das alracidades colonials, que toma como ponto de partida justamente a visdo europela do ser humano, ‘a0 mesmo tempo que se atém a ideologia de uma civilizagao europsia superior, deu origem a um fendmeno curioso que um critico de lingua afiada chamou de “solugar hipécrita do homem branco". Sempre que os colonizadores europeus logravam devastar uma civilizacao, suas ruinas eram colocadas sob proteccao, como monumentos, e eram choradas, suas belezas perdidas. Ja no século XVIll, surgira, desse modo, 0 mito do "bom selvagem *, sob influéncia da glorificagao rousseaulsta da natureza. Aos povos naturais e as culturas avangadas fora do perimetro europeu foram conferidas atitudes efeitos morais, dos quais 0 homem branco podia extrair seu bocado. Numa notavel inversao da ideologia europeia da superioridade, os subjugadas e martirizados, que antes haviam sido rebaixados a seres infantis ou animalescos, apareciam agora subitamente como seres humanos melhores, justamente por serem to graciosamente menos desenvalvidos. E quanto mais distante se torna a época colonial, quanto mais silenciosas as incontaveis vitimas do passado, tanto mais parece se espalhar na consciéncia europeia o romantismo a la Karl May (3). Hoje em dia, chega-se a falar que o conjunto de sabedorias dos povos indigenas exterminados poderia impedir o colapso ecolégico do nosso mundo monetarizado e dar um basta a maquina de utllizacao abstracta dos seres humanos ¢ da natureza, movida por abstractos célculos de rentabilidade. Qu, ainda, que a mistica de culturas orientais, hd muito destruidas pade suscitar novos comichdes, dar fomento espiritual e amparo ao adormecido homem branco. Essas reveréncias frente aos objectos da prdpria sanha destrutiva nunca foram motivadas por uma efectiva auto-critica do Ocidente. Pelo contrario, essas esferas desconhecidas de vida, hd muito descamadas materialmente pelo homem branco, séio agora abjecio de uma segunda e francamente necréfila exploragéo, na categoria de mundos ideais, passiveis, alias, de sistemdtica insergao no mercado. No entanto, a representacao dos povos pré-coloniais ainda intocados pela Europa, como habitantes de terras idllicas bucélicas e portadores de uma sabedoria humana primeva, comum a todos os homens, nao mente apenas por converter ‘com voz dissimulada 0 mal-estar frente ao potencial destrutivo da propria civlizagdo em algo facultativo @ afirmativo, que, ‘enquanto tal, poderia ser comparavel s notérias filosofias populares sobre a protensa inocéncia da infancia pordida ou ‘05 melhores dias de anos dourados. Ela mente, sobretudo, por fazer dessas culturas um produto kitsch e aprazivel, recoberto de glacé acucarado, tornando-as, assim, grotescamente inofensivas. De fato, a grande maioria dessas sociedades trazia tragos destrutivos. As ideologias de legitimagao dos colonizadores nao surgiram por acaso. Mesmo os histéricos povos naturais eram tudo menos benignos e despreocupados filhos do amor, libertos de relacdes sexualmente coercitivas. Hé muito fol comprovado que a entusidstica exposicao das culturas dos Mares do Sul, feita pela antropéloga Margaret Mead nas décadas de 30 e 40 e frequentemente citada, repousa sobre questionaveis métodos ritpiliwwa.obeco-ontine.orgirkurz62.htm 26 zanoroe Robert Kurz - Supressio @ conservacdo do harem cientificos e comesponde mais &s préprias projeccdes que a realidade das sociedades polinésias. “Eles encontravam o ‘que conheciam’” - essa sentenga critica sobre a moderna interpretacéo de descobertas arqueolégicas cabe como uma luva para a interpretagao dos povos primitivos e suas relagdes socials. S6 nas iltimas décadas, sobretudo a partir da discussao suscitada pelos trabalhos de Claude Lévi-Strauss, a etnologia conseguiu, por fim, desenvolver um aparato critico para a reflexdo acerca do préprio modo de aproximagao e abordagem de culturas desconhecidas. Os suposios filhos da natureza eram, na verdade, regidos por relagdes coercitivas extremamente rigidas, e suas guerras €@ nituais -com inclusao dos "bons costumes patriarcais", tais como 0 sacrificio humano, 0 escalpo, a vinganga de morte e © canibalismo - em muitos aspectos nao ficavam nem um pouco atrés das atrocidades dos colonizadores. As sabedorias indigenas, que de perto soam a segredos de avé, tampouco os impediam de se massacrarem reciprocamente da plor maneira possivel, Nao foi preciso a chegada dos europeus para que fosse introduzida a pratica de mutitar narizes © orelhas, e 08 colonizadores teriam ainda muito que aprender sobre a arte de escalpar com os representantes da sabedoria natural. As culturas astecas e incas, destruidas pelos colonizadores, eram elas mesmas poténcias coloniais sanguindrias que ja haviam seviciado e explorado povos inteiros. E longe de viver em harmonia com a natureza, a cultura maia, muito antes da chegada dos europeus, ja havia conseguido provocar uma catastrofe ecolégica, provavelmente através da cultura exaustiva do solo, selando assim seu proprio ocaso. Mesmo o cristianismo dos missiondrios, a despeito de seu cardcter risivel, no era apenas um golpe desfechado por recalcados inimigos da sexualidade contra costumes supostamente livres, mas também, ao mesmo tempo, uma libertagdo frente as obrigagées irmas impostas pelas rel gies naturais e pelos sistemas totémicos. A religido europeia ‘do teria podido nunca ser implementada apenas com base na violéncia colonial policial. Como observou acertadament Nietzsche, nesse processo ocorreu uma inversdo no modo de ver o mundo. Para os povos primitivos e civilizagoes recentes, os poderes da natureza eram um mundo despético, que tudo abarcava, e no qual o ser humano s6 podia se afirmar através de um rigido sistema de regras que, por assim dizer, deviam determinar todos seus passos. Para 0 pensamento europeu que os domina, ao contrario, a natureza mesma é um sistema de regras e leis cognosciveis, ao qual o ser humano pode recorrer conscientemente por meio de seu préprio arbitrio, O deus abstracto do cristianismo distendeu os limites do sistema obrigatério de regras de maneira nada inoportuna - abrindo, com Isso, espaco para que 0 humano (4) respirasse. ‘Também frente as culturas orientale, asiéticas e africanas, 0 colonialismo era uma faca de dois gumes. O mado de produgao asiatico @ seu império teocratico, por exemplo, se apoiava em uma tirania inimaginavel e em um despotismo ‘certamente muito sentido e sofrido, que nao podia ser apenas integrado sem deixar rastros na cultura. A cortesia proverbial dos chineses nasceu do temor de um dominio amnipresente e total que se inclinava de maneira quase rotineira a pratica de atrocidades de dimensées holocdusticas. & muito antes dos europeus, os arabes, eles mesmos. mais tarde colonizados, haviam se langado sobre os reinos africanos e os destruido. Esses reinos, por sua vez, promoviam entre si, e no combate com povos menos poderosos, as mais sangrentas camnificinas. Nessa medida, as. amplas anexagGes do colonialismo europeu, a despeito de sua extrema violéncia, promoveram em muitas regides uma ceria pacificagao interna. Nestes casos, a estrutura colonial talvez tenha tido uma fungdo semelhante & do absolutismo ‘europeu, que por meio de seu poder centralizado apaziguou os poderes feudais particulares, em eterno conflto: o que ‘era condigdo prévia para o efectivo surgimento das nagdes modemas. Ora, essa pérfida ambiguidade de um desenvolvimento que significava ao mesmo tempo destruigdo, massacre e ‘exploracao devia produzir de ambos os lados profundas deformagées de consciéncia. Os homens brancos, munidos com seu cristianismo e seus ideais esclarecidos, nao tinham esclarecimento algum acerca de si mesmo e, em sua superioridade bruta, nao podiam chegar a qualquer compreensao que reconhecesse o valor oréprio das culturas que Ihe ‘eram estranhas. No fundo, se confrontavam desse modo apenas dois diferentes estdgios de selvajaria, incapazes de qualquer intercémbio consciente, A partir do encontro com as relagdes fetichistas e coercitivas ndo-européias, os ‘europeus, enquanto selvagens para quem o dinheiro em seu movimento fechado sobre si mesmo havia se tornado um fetiche, sé poderiam pér em marcha um processo de desenvolvimento patoléaico, 3, © indice mais claro da patologia europeia talvez seja 0 fato do homem branco ter também precisado colonizar a si mesma ao longo do pracesso colonizador. O desencadeamento da moderna economia de mercado e sua rentabilidade ‘compulsiva passou a subjugar mesmos os supostos senhores desse modo de produ¢ao, Seus proprios corpos e sentidos precisaram ser confinados no interior de uma couraca de abstragao a fim de abstrairem a si mesmos. Surgiu assim a triste figura de uma natureza mascarada, movida por uma ambigao cega as emogdes; a imagem do sempre contido & concentrado guardiéo de uma soma de dinheiro, que tem por objectivo multiplicar a si mesmo, subjugado por seu préprio calculo abstrato, O vencedor e conquistador teve também, ole mesmo, desvirtuada e destruida sua capacidade sensivel de fruigao. Quanto mais avangava na colonizagao do mundo exterior, tanto mais 0 homem branco precisava ajustar a si mosmo, © quanto mais assim se ajustava, mais precisava colonizar 0 mundo. Os senhores do autodominio, que tinham vertido sangue no Novo Mundo, langavam agora seu olhar abstrato e utitério para o continente europeu. A colonizacao externa das culturas nao-européias se reverteu directamente em colonizagao interna do proprio mundo. Na medida mesma em que promovia a capitalizacao da produg&o e a industrializago, o colonialismo também destrufa o modo de produg4o agrario da antiga Europa e impelia a parcela empobrecida da populacao para as fabricas, entao com jomadas de trabalho de 14 horas e barbaro trabalho infantil. A minoria dos homens brancos, que havia se convertide em érgdo de ritpiliwwn.obeco-ontine.orgrkurz62.htm ais

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