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Lição 9: Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo

TEXTO ÁUREO

“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e


agora também digo, chorando, que são inimigos da
cruz de Cristo” (Fp 3.18).

VERDADE PRÁTICA

A cruz de Cristo é o ponto central da fé cristã: sem ela


não pode haver cristianismo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Jo 12.32,33

A “atração” da cruz

Terça – Mt 27.32 — 28.10

À cruz segue-se a glória


Quarta – At 8.18-23

Identificando o falso mestre

Quinta – Cl 2.4-8

A vigilância quanto aos falsos mestres

Sexta – Gl 6.14

A glória do crente

Sábado – Fp 3.20

A nossa pátria é o céu

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Filipenses 3.17-21.
17 – Sede também meus imitadores, irmãos, e tende
cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos
que assim andam.

18 – Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos


disse e agora também digo, chorando, que são
inimigos da cruz de Cristo.

19 – O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre,


e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só
pensam nas coisas terrenas.

20 – Mas a nossa cidade está nos céus, donde também


esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,

21 – que transformará o nosso corpo abatido, para ser


conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz
poder de sujeitar também a si todas as coisas.

introdução

Das advertências de Paulo à igreja em Filipos, a


exortação para que permanecessem firmes na fé e
mantivessem a alegria que a nova vida em Cristo
proporciona, é uma das mais importantes. O apóstolo
assim os estimula, por estar ciente dos falsos cristãos
que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram,
de fato, inimigos da cruz de Cristo.
I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)

1. Imitando o exemplo de Paulo (v.17a). Quando Paulo


pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava
sendo presunçoso. Precisamos compreender a atitude
do apóstolo não como falta de modéstia, ou falsa
humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e
moral de colocar-se, em Cristo, como referência de
vida e fé para aquela igreja (1Co 4.16,17; 11.1; Ef 5.1).
Paulo mostrou que a verdadeira humildade acata
serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida
digna de ser imitada. Que saibamos refletir sobre isso
num tempo em que estamos carentes de referências
ministeriais.

2. O exemplo de outros obreiros fiéis (v.17b). O texto


da ARA tem uma tradução melhor dessa passagem:
“observai os que andam segundo o modelo que tendes
em nós”. Paulo estava reconhecendo o valor da
influência testemunhal de outros cristãos, entre os
quais Timóteo e Epafrodito, que eram referências para
as suas comunidades. O apóstolo chama a atenção
dos cristãos filipenses para observarem os fiéis e
aprenderem uns com os outros objetivando a não se
desviarem da fé.

3. Tendo outro estilo de vida. Muitas vezes somos


forçados a acreditar que somente os obreiros devem
ter um estilo de vida separado exclusivamente a Deus.
Essa dualidade entre “clero” e “leigos” remonta à
velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja
Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero)
governa a igreja e esta (os leigos) se torna refém
daquela. É urgente resgatar o ideal da Reforma
Protestante, ou seja, a “doutrina do sacerdócio de
todos os crentes”, ou “Sacerdócio Universal”,
reivindicada em 1 Pedro 2.9. Todos nós, obreiros ou
não, temos o livre acesso ao trono da Graça de Deus
por Cristo Jesus. Não tentemos costurar o véu que
Deus rasgou!

II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)

1. Os inimigos da cruz (v.18). Depois de identificar os


inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o
ministério pastoral é regado com muitas lágrimas.
A maior luta do apóstolo era com as heresias dos
falsos cristãos judeus. Paulo chama os
judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”. O
apóstolo conclamou a igreja a resistir tais
inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles
tinham como objetivo principal minar a sua
autoridade pastoral. O apóstolo já havia
enfrentado inimigos semelhantes em Corinto (1Co
6.12).

Agora, em Filipos, havia outro grupo que adotava


a doutrina gnóstica. Este grupo de falsos crentes
(3.18,19) afirmava erroneamente que a matéria é
ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar
através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que
fizermos com o corpo, e através dele, não afetará
a nossa alma.
Essa ideia herética e diabólica é energicamente
refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23).

2. “O deus deles é o ventre” (3.19). O termo “ventre”


aqui é figurado e representa os “apetites” carnais
e sensuais. Os inimigos da cruz viviam para
satisfazer os prazeres da carne — glutonaria,
bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo
todos os desejos lascivos, pois acreditavam que
tais atitudes “meramente carnais” não afetariam
a alma nem o espírito.

Porém, o ensino de Paulo aos gálatas derruba por


terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17).
3. “A glória deles” (3.19). Paulo sabia que aqueles
falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem
vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem
o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na
igreja como se nada tivessem feito de errado. O
apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo,
porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória
do Senhor. A declaração paulina é enfática acerca
daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo: a
perdição eterna.

O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap 21.8;


Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para se
apresentarem diante do Grande Trono Branco, no Juízo
Final, e serão julgados e lançados na Geena (o lago de
fogo), que é o estado final dos ímpios e dos demônios
(Ap 20.11-15).

III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE


CRISTO (3.20,21)

1. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20). Os


inimigos da cruz de Cristo eram os crentes que viviam
para as coisas terrenas. Paulo, então, lembra aos
irmãos de Filipos que “a nossa cidade está nos céus”.
Quando o apóstolo escreveu tais palavras, ele tomou
como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, “Filipos estava localizada
na principal rota de transportes da Macedônia, uma
extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental do
império à Itália”.

O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que


Cristo tem preparado para os crentes é algo muito
superior a Filipos (v.20). O apóstolo mostra que o
cidadão romano honrava a César, porém os crentes de
Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o
Rei da pátria celestial. Em breve o Senhor virá sobre
as nuvens do céu com poder e glória, para arrebatar a
sua igreja levando-a para a cidade celeste, a Nova
Jerusalém (Mt 24.31; At 1.9-11).

2. “Que transformará o nosso corpo abatido” (Fp 3.21).


O estado atual do nosso corpo é de fraqueza, pois
ainda estamos sujeitos às enfermidades e à morte.
Mas um dia receberemos um corpo glorificado e
incorruptível. Os gnósticos ensinavam que o mal era
inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve
servir a Deus com o espírito. Eles afirmavam ainda que
de nada aproveita cuidar do corpo, pois este se
perderá. Erroneamente, acrescentavam que o
interesse de Cristo é salvar apenas o espírito.
A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que
venhamos a sucumbir à morte, seremos um dia
transformados e teremos um corpo glorioso
semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23;
1Co 15.42-54).

3. Vivendo em esperança. Vivemos tempos trabalhosos


e difíceis (2Tm 3.1-9). Quantas falsas doutrinas querem
adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são poucos
os que naufragam na fé. Nós, contudo, à semelhança
de Paulo, nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18).
Haja o que houver, aconteça o que acontecer, o nosso
coração estará seguro em Deus e em sua promessa
(Ap 7.17; 21.4).

CONCLUSÃO

Precisamos estar atentos, pois muitos são os inimigos


da cruz de Cristo. Eles procuram introduzir,
sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à
fé cristã. Muitos são os ardis do adversário para
enganar os crentes e macular a Igreja do Senhor. Por
isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino
dos apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa
que gera a gloriosa esperança em nosso coração.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ:
CPAD, 2008.

RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do


Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.

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