Você está na página 1de 16
Donald A. Schon Educando o Profissional Reflexivo um novo design para o ensino e a aprendizagem ‘Traducao: Roberto Cataldo Costa Consultoria, supervisao e revisao técnica desta edigdo: Beatriz Vargas Dorneles Professora Adjunta da Faculdade de Edueagio da UFRGS. Sore 0 AUTOR Donald Schén foi Professor de Estudos Urbanos © no Instituto de Tecnologia de Massachusets. Formou-se em filosofia em 1951, na Universidade de Yale, e € mestre (1952) e Ph.D. (1955), em filosofia, pela Universidade de Harvard Também estudou na Sorbonne e no Conservatoire Nationale, em Paris, Franca m seu trabalho como pesquisador ¢ consultor, Schén concentrou-se no apren- do organizacional € na eficicia profissional. Durante sete anos, antes de sua indi- ., Schén foi presidente da Organizacao para a 40 para 0 corpo docente do ML Inovacdo Social e Técnica (OSTD, uma organizacao sem fins lucrativos que ele ajudou a fundar, Desempenhou inumeros outros papéis administrativos € consultives junto a agéncias do governo € a indtistria privada. Schén teve participacao ativa em um grande ntimero de organizacbes pro- fissionais € foi membro da Comissao sobre 0 ano 2000 da Academia Americana de Artes ¢ Ciencias e da Comissio sobre Sistemas Sociotécnicos do Conselho Nacio- nal de Pesquisa. sa7le Schén, Donald A Educando 0 profissional reflexivo: um novo design para co ensino e a aprendizagem / Donald A. Schén; trad. Roberto ilo Costa ~ Porto Alegre : Artes Médicas Sul, 2000. 1, Educacio — Metodologia de ensino. 1. Titulo. cDU 671.3 nee canto — CRB 10/1023 Catalogacaio na publicagao: Ménica Ballejo Capituto 2 Ewsinanoo o TALento Arristico ATRAVES DA REFLEXAO-NA-ACAO Tenho usado © termo talento antistico profissional para referirme aos ipos de competéncia que os profissionais demonstram em certas situacdes dia Pritica que sto Gnicas, incertas € conflituosas, Observe, no e talento artistico é uma v: danlo, que o ante poderosa € esotériea do tipo mais familiar de competéncia que todos nés exibimos no dia-a-dia, em um sem-ndmero de atos de reconhecimento, julgamento e performance habilidosa. O que chega a set surpreendente sobre esses tipos de competéncia é que cles nao dependem de nossa capaciclade de descrever o que sabemos fazer ou mesmo considerar, Conscientemente, 0 conhecimento que nossa acdes revelam. Como ji observou Gilbert Ryle, *O que distingue a operagao sensata daquela sem sentido nao € a sua origem, mas os seus procedimentos, ¢ isso nao é menos verdadeiro para as performances intelectuais do que para as praticas. ‘Inteligente’ nao pode ser definido em termos como ‘intelectual’, ou 0 ‘saber como fazer’ em termos de saber que’ O ‘pensar o que estou fazendo' nao implica “ao mesmo tempo, pensar 0 que fazer ¢ fazé-lo'. Quando fago algo de forma inteligentet...) estou fazendo uma coisa € mio duas. Minha performance tem um procedimento ou uma maneira especial, ¢ nao antecedentes especiais" (1949, p. 32). Por razoes semelhantes, meu falecido amigo Raymond H. Hainer falava de “saber mais do que se pode dizer’, e Michael Polanyi, em The Tacit Dimension (1967), canhou © tetmo conhecimento tacit. Polanyi escreveu, por exemplo, sobre virtuosidade extraordinaria com a qual reconhecemos os rostos ds pessoas que nos sao familiares. Ele chamou atengio para 0 fato de que, quando notamos um rosto familiar na multidao, hossa experiéncia de reconhecimento é imediata. Em geral, no estamos cons. cientes de qualquer raciocinio anterior ou de qualquer comparagio desse rosto com outros rostos guardados na meméria. Nos simplesmente vemos o rosto da

Você também pode gostar