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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXX

Autos n°

XXXXX, já qualificada nos autos em epígrafe, representada por sua advogada


dativa Martilene Martins da Silva, OAB/MG n° 186.721, com endereço eletrônico
martilene.advogada@gmail.com, vem, diante de V. Exa., respeitosamente expor e
requerer:

I- DA TEMPESTIVIDADE DO ROL DE TESTEMUNHAS

Esta advogada foi intimada do despacho que designou a audiência (fl. 93) no dia
25 de Maio, de modo que ainda não trancorreram os 10 dias úteis fixados por este Juízo
(art. 357, §4° do CPC). Portanto, tempestiva é a apresentação de rol de testemunhas
pela ré/ reconvinte, a serem ouvidas na audiência designada para o dia 18 de julho, às
15 horas.

II- DA TEMPESTIVIDADE DOS QUESITOS PARA O ESTUDO


SOCIAL

Segundo o art. 465, parágrafo 1° do CPC, o prazo para a apresentação de


quesitos é de 15 dias, a contar da intimação do despacho que nomeou o perito. Esta
advogada foi intimada do despacho que determinou a realização da perícia (f.93) no dia
25 de Maio, de modo que ainda não transcorreram 15 dias da intimação. Portanto, é
tempestiva a apresentação de quesitos pela ré/ reconvinte, a fim de serem respondidos
no estudo social.
III- DA OITIVA DO MENOR

O CPC permite a possibilidade de que os menores sejam ouvidos no processo,


conforme art. 447, §§ 4º e 5º:

“§4° Se considerar indispensável para o bom andamento do processo,


o juiz poderá admitir o depoimento das testemunhas menores,
impedidas ou suspeitas.”
“§5° Tais depoimentos serão prestados independentemente de
compromisso e o juiz lhes atribuirá o valor cabível.”

Ademais, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe, conforme seu art 16,


que a criança tem direito à liberdade, o qual compreende os seguintes aspectos:
opinião e expressão.
Ressalta-se ainda que o artigo 12 da Convenção Internacional sobre Direitos da
Criança, ratificada pelo Brasil por meio do Decreto nº 99.710/1990, assim dispõe sobre
a oitiva de menores nos processos judiciais:

“1. Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver


capacitada a formular seus próprios juízos o direito de
expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos
relacionados com a criança, levando-se devidamente em
consideração essas opiniões, em função da idade e
maturidade da criança.

2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em


particular, a oportunidade de ser ouvida em todo processo
judicial ou administrativo que afete a mesma, quer
diretamente quer por intermédio de um representante ou
órgão apropriado, em conformidade com as regras
processuais da legislação nacional.”

Portanto, verifica-se que não há óbice legal para que o menor seja ouvido em
audiência, mormente quando o objeto da lide vá lhe afetar diretamente, como é o caso
dos autos. Assim sendo, devido ao pedido de guarda, que é aspecto capaz de afetar
direta e significantemente a convivência familiar do menor Israel, tem-se por bem que
este se expresse em juízo sobre o assunto.

IV- DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer:

1) Apresentação de rol de testemunhas, nos termos do art. 357, §6° do CPC, e


por conseguinte o deferimento da oitiva de:

•XXXXXX, Sem CPF e RG, residente e domiciliado à Rua XXXX, n° x,


XXXXX, XXXXXXX;
•XXXXXX, CPF e RG, residente e domiciliado à Rua XXXX, n° x, XXXXX,
XXXXXXX;
Informa que os arrolados comparecerão espontaneamente à audiência, não
necessitando de intimação por AR (art. 455, §2° do CPC).

2) Pugna por nova intimação da assistente social, para elaboração de estudo


social, nos termos assinalados no despacho de fl.93/ verso, em caráter urgente, a fim
cumprir o disposto no art. 477, caput do CPC.

3) Requer-se a intimação do autor/reconvindo, pessoalmente, para que fique


ciente e compareça à audiência, sob pena de confissão, conforme determina o
art.385,§1° do CPC.

4) Apresenta quesitos a serem respondidos, no laudo, pela assistente social,


conforme faculta o art. 465, inciso III do CPC, quais sejam:
a) O menor está atualmente residindo na casa do pai ou da mãe ? Onde o menor
passa a maior parte do tempo, na casa do pai ou da mãe?
b) Os irmãos do menor estão morando com ele?
c) Como aparenta ser a relação do menor Israel com sua avó materna?
d) Como aparenta ser a relação do menor com sua genitora?
e) O menor aparenta ser apegado e habituado à convivência diária com os irmãos,
avó materna e mãe?
f) O menor aparenta estar vivendo em condições normais e saudáveis,
psicológica e materialmente?
g) Pelo período em que o menor residiu com o pai, qual aparentava ser a relação
deste com o genitor?
h) Como é a relação do menor com a avó paterna?
i) O menor aparenta ter gostado do período que morou com o pai?
j) O menor apresenta desejo de morar, ou continuar morando com o pai?
l) O menor apresenta alguma preferência explícita a respeito de com qual dos
genitores prefere residir?
m) Os irmãos de Israel parecem estar sendo bem cuidados pela genitora?

Nestes termos,
Pede deferimento.

Itabirito, X de Junho de 2018.

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Martilene Martins da Silva
OAB /MG 186.721

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