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APOSTILA DE PROJETO DE INTERIORES - I

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Arq. Caroline Scheffer Nogueira
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APOSTILA DE PROJETO DE INTERIORES - I

SUMÁRIO
1. Introdução 03

2. Gestalt do Objeto – Leitura Visual da Forma 04

3. Psicodinâmica das Cores 09

4. O Homem 22

5. Organizando a Casa e seu Programa de Necessidades 27

6. Definindo a Composição 29

7. O Projeto de Interiores 31

8. Em Qualquer Ambiente 34

9. Feng Shui 35

10. Iluminação e Gesso 36

11. Paginação de Pisos e Revestimentos 36

12. Referências Bibliográficas 38

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APOSTILA DE PROJETO DE INTERIORES - I

1. Introdução
Esta apostila foi elabora com o intuito de auxiliar o decorrer da disciplina de Projeto de
Interiores I (2° período) do curso de Tecnologia em Design de Interiores da Faculdade Dom
Bosco – Cascavel – PR.
Nela podem ser encontradas dicas para a concepção e desenvolvimento do projeto, bem
como, estudos sobre cor e dicas relacionadas a vida profissional e acadêmica da professora que
ministra a disciplina.
Caroline Scheffer Nogueira é graduada em Arquitetura e Urbanismo (2006) pela
Universidade do Vale do Itajaí, especialista em docência do Ensino Superior pela Faculdade
Assis Gurgacz (2008), especialista em Arquitetura de Interiores, Ambientação e Design do
Mobiliário pela Universidade Paranaense (2009) e mestranda em Desenvolvimento Regional e
Agronegócio pela Universidade do Oeste do Paraná (2011).

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2. Gestalt do Objeto – Leitura Visual da Forma

Fundamentação Teórica da Gestalt


A Gestalt se trata de uma teoria sobre os fenômenos relacionados à percepção. Essa teoria
acredita que o que acontece no cérebro não é o mesmo que ocorre na retina, ou seja, a primeira
sensação que ocorre já é de forma, global e unificada, ela ocorre por extensão. O ser humano não
vê partes isoladas, as partes são inseparáveis do todo.

Leis da Gestalt
- Unidade: é o próprio objeto. São percebidos por meio de relações (formais,
dimensionais, cromáticas, etc). Podem ser percebidas dentro de um todo por meio de pontos,
linhas, planos, volumes, cores, sombras, texturas, brilhos e outros atributos, podendo estar
isolados ou combinados entre si. Quando se deseja analisar e interpretar visualmente uma forma,
devem-se eleger critérios para as principais unidades a serem levadas em consideração, sempre
lembrando que estas devem ser suficientes para realizar a leitura do objeto.

- Segregação: é a capacidade perceptiva de separar, identificar, notar ou destacar


unidades em um todo. Podendo hierarquizar as formas que compõem o todo. São os planos que
compõem o todo.

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- Unificação: pode ser verificada quando os princípios de harmonia e equilíbrio visual


estão presentes num objeto, dando a coerência do estilo formal das partes ou mesmo do todo em
uma composição. Normalmente tem em sua leitura características de proximidade e semelhança.

- Fechamento: estabelece a formação de unidades, representa a sensação de fechamento


visual da forma pela continuidade em uma ordem previamente definida, através de agrupamento
de elementos para constituir outra figura.

-Continuidade: é a impressão visual de como as partes se sucedem de maneira


organizada, sem quebras ou interrupções. É a tendência que os elementos tem de um acompanhar
o outro, permitindo continuidade de um movimento em uma determinada direção, normalmente
compostos de unidades formais como pontos, linhas, planos, volumes, cores, texturas, brilhos e
degradês.

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- Semelhança e proximidade: tendem a ser vistos juntos e constituírem assim um todo.


Normalmente agem juntos para unificar uma forma, fazendo com o que o objeto em observação
represente harmonia e equilíbrio visual.

- Pregnância da Forma: é a lei básica da percepção visual da Gestalt, diz que:


“As forças de organização da forma tendem a se dirigir tanto quanto o permitam as
condições dadas, no sentido da harmonia e do equilíbrio visual. Qualquer padrão de
estimulo tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante é tão simples quanto o
permitam as condições dadas.” (FILHO, 2008).

Pode-se dizer que o objeto analisado deve ser claro e organizado, e de fácil compreensão
e interpretação. Quando mais nítido maior o grau de pregnância, quanto mais confuso menor o
grau de pregnância.

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ERIORES - I

Categorias Conceit
eituais Fundamentais
Priorizando sempre
re a harmonia, o contraste e o equilíbrio visual.
al.

- Harmonia: disposiç
sição formal bem organizada e proporcional no todo em partes de um
todo. Predominando equilíb
líbrio, ordem e regularidade visual no objeto,, ppossibilitando uma leitura
simples e clara, é a represen
entação de uma perfeita articulação visual, inte
ntegrando as unidades em
um todo. Na harmonia deve
ve haver ordem e regularidade.

- Desarmonia: é o op
oposto de harmonia, apresenta desvios, irregul
ularidades, sobreposições,
desproporção, seja num obj
bjeto ou até mesmo em partes dele. Apresenta
ta desordem.

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ERIORES - I

- Equilíbrio: represe
senta um estado no qual toda a ação chegou a uuma pausa. Quando uma
composição é equilibrada,, aas configurações, direção e localização atuam
m mutuamente de tal
forma que é impossível sep
eparar o objeto em partes, pois sem uma delas,
s, ele perderia totalmente
sua característica. (simetria,
ia, direção e até mesmo assimetria)

- Desequilíbrio: o objeto
ob parece acidental, ou seja, instável. Esta
sta instabilidade é utilizada
como técnica de composiçã
ção, para inquietar, surpreender ou chamar a at
atenção do observador.

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3. PSICODINÂMICA DAS CORES

Desde os primórdios do homem, as cores estão presentes modificando nosso cotidiano,


dando vida a formas e exalando emoções.

No entanto, como sabe-se, as cores não tem existência material, são apenas uma espécie
de sensação produzida sob a ação da luz.

Esta sensação pode influenciar psicologicamente o ser humano, conforme o tom, matiz,
saturação ou luminosidade, de diferentes formas, tornando-se uma ferramenta de extrema
utilidade para vários profissionais como, arquitetos, publicitários e todos os outros que se
utilizam de imagens e grafismo para expressão ou comunicação de idéias.

No caso específico do emprego da psicologia das cores por arquitetos, que será o foco
deste trabalho, este conhecimento, no entanto, não pode servir de diretriz ou único apoio à
criação de ambientes, até porque isso limitaria a própria criação. Mas pode auxiliar muito um
projeto, já que essa criação esta relacionada a ambientes nos quais pessoas vão passar grande
parte do seu tempo, estejam eles nas casas ou mesmo no trabalho.

Este trabalho passa muito longe de esgotar o assunto, naturalmente muito extenso, mas
pretende desenvolver um pouco mais o assunto discutido, sob várias óticas, em grande parte dos
Módulos da Pós-Graduação em Arquitetura de Interiores e Design de Mobiliário.

- Cognição

O desejo de sentir é anterior a sensação em si, o que presume-se que o processamento


sensorial se inicia quando matéria ou energia atingem um conjunto especializado de neurônios
sensoriais que traduzem essas entradas em potenciais de ação.

Ao nascer a criança dispõe praticamente de todos os sentidos e está apta para


experimentar a maioria ds sensações. Os órgãos dos sentidos transmitem ao homem informações
do mundo exterior e do seu próprio corpo. Dessa forma o ser humano processa as informações
do mundo exterior através dos sentidos da visão, olfato, tato, audição, paladar e outros.

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Sendo assim, (FIALHO, 2001), dentro da Modelagem Cognitiva, “sensação é a resposta


específica a um estímulo sensorial particular, enquanto percepção é o conjunto de mecanismos
de codifcação e de coordenação das diferentes sensações elementares, visando um Significado.

-Sistema Visual

O fenômeno da visão decompõe-se da seguinte forma: os raios luminosos atravessam a


íris e encontram a retina, a energia luminosa se propaga ao longo do nervo ótico até o cérebro. A
retina é dotada de terminações nervosas formada por dois tipos de fotorreceptores: Cones que
estão localizaodos no centro da retina e permitem uma visão a cores e precisa para níveis de
iluminação, e os Bastones mais numerosos, localizam-se na periferia e não são sensiveis a
diferenças de cores, mas permitem a visão noturna e a visão periférica.

Em frente ao globo ocular existem um série de etruturas refratárias (córnea e a lente)


onde essa camada fotorreceptora do sistema ótico ocular cria uma fotografia da cena observada.

Todo o espaço capaz de enviar estímulos à nossa retina quando a cabeça e o olhar
mantêm-se fixos em um ponto determinado, é o chamado Campo Visual, normalmente estendido
horizontalmente 70° a 80° e verticalmente 50° a 60°.

Segundo (FIALHO, 2001), “O córtex visual pode ser considerado uma peça de hardware,
em nível sistêmico, inteiramente dedicado ao ‘processamento de informações visuais’. O ponto
exato em que os sinais, circulando em complexas redes nervosas, se transformam em símbolos, é
um mistério sobre o qual diversas teorias já foram elaboradas”.

Figura 1 – Globo Ocular

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- Percepção

O estudo da percepção encontra-se em um nível menos sensorial e mais cognitivo do que


a sensação, e para auxiliar um projeto de interiores, precisa-se atenuar para o conhecimento do
objeto tal como ele é percebido pelo sujeito, entender como o cérebro combina as diversas
mensagens sensoriais, como as combina em relação às experiências passadas bem como as
expectativas de determinar tanto os estímulos como seu significado particular.

Segundo (FIALHO, 2001), “a percepção é uma construção, um conjunto de informações


selecionadas e estruturadas, em função da experiência anterior, das necessidades e das intenções
do organismo implicado ativamente numa determinada situação”.

O cérebro busca informações, principalmente, dirigindo a visão, ouvindo e cheirando.


Essa busca resulta da atividade auto-organizada do sistema límbico (unidade responsável pelas
sensações) que envia um comando de busca ao sistema motor (movimentos). Na medida em que
o sistema motor é excitado, o sistema límbico envia uma mensagem de referência alertando todo
o sistema sensório para se preparar para responder uma nova informação. Quando a informação é
adquirida, a atividade síncrona de cada sistema é transmitida de volta ao sistema límbico onde é
combinada com outros estímulos para formar a Gestalt.

Portanto vemos em perspectiva, linhas paralelas parecem convergir para o horizonte. As


pessoas comuns, diferentemente dos artistas e no nosso estudo particularmente arquitetos e
designers de interiores, tem dificuldade em ver que um canto próximo de uma escrivaninha, por
exemplo, projeta um ângulo agudo e o canto distante um ângulo obtuso. Já os artistas percebem a
ilusão da perspectiva mais facilmente. Vê-se em duas dimensões e não em três.

O horizonte divide o campo visual em dois, por este critério que ele é bidimensional, o
que não significa que seja plano. Há uma sensação quase palpável de superfícies e dos limites
entre eles. A mais conhecida ilusão de ótica vem da necessidade do cérebro de compor o campo
visual de forma a decidir o que está à frente e o que está atrás. Exemplo disso é a imagem do
vaso-face Rubin, as faces e o vaso não podem ser vistos ao mesmo tempo e a forma, seja qual
fora a que predomina, “possui” uma borda, que atua como linha demarcatória, relegando o outro
pedaço para um fundo amorfo.

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Figura 2 – Vaso-face de Rubin

Psicologia das Cores

- A cor.

Algumas evidências científicas sugerem que a luz de diversas cores, que entra pelos
olhos, pode afetar diretamente o centro das emoções. Cada um de nós responde à cor e a
qualquer estímulo de uma forma particular, porque ela tem influência em nossos componentes
físico, mental e emocional.

Para (KANDINSKI, 1910), “A cor é um meio para exercer influência direta sobre a alma.
A alma é o plano de inúmeras cordas. Quanto ao artista, é a mão que, com a ajuda desta ou
daquela tecla, obtém da alma a vibração certa”. Quando o homem abre os olhos para o mundo
percebe que vive rodeado por um cromatismo intenso e não consegue se separar dele, pois nele
vive e é por ele que sente satisfação e amor. As cores influenciam o ser humano física e
psicologicamente, criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade,
calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem etc. As cores produzem
impressões, sensações e reflexos sensoriais importantes, elas podem estimular ou perturbar a
emoção, a consciência, os impulsos e desejos.

Portanto, há cores quentes e frias, leves e pesadas, calmantes e excitantes, de alívio e


opressivas; cada uma das cores goza de tais propriedades em função ao que as cores são em si
mesmas.

Estes grandes efeitos psicodinâmicos das cores ocorrem em virtude da considerável


diversidade das cores, sua gradação de luminosidade, diferença de intensidade, além da variação
dos espaços e formas das áreas coloridas. Pode-se antever que estes efeitos psicodinâmicos da

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cor são de grande volume e variados, por causa da predominância do sentido da vista sobre todos
os demais sentidos.

Não se trata apenas de um falar. Há uma psicodinâmica a comandar um importante


processo, a que está atenta não somente a psicologia, que estuda apenas teoricamente a ação das
cores, mas também o técnico, inclusive o artista da cor, para adequadamente dispor os elementos
coloridos com vista a resultados.

Neste sentido, (PEDROSA, 2004) diz que “A principal dificuldade na harmonização das
cores provem da alteração na aparência que elas sofrem em presença uma das outras”. A
tendência dos arquitetos e decoradores da atualidade é colorir um pouco mais o mundo para
quebrar os frios espaços cinzentos que compõem as grandes cidades. Nota-se neste momento a
antiga preocupação do homem em reproduzir o colorido da natureza, já que da cor brota a
energia para um dinamismo satisfatório.

(VAN GOGH) confessa para seu irmão que “No momento, meu espírito está inteiramente
tomado pelas leis das cores. Ah, se elas nos tivessem sido ensinadas em nossa juventude”. Nas
artes visuais, a cor não é apenas decorativa ou estética, ela está ligada também à expressão de
valores sensuais, culturais e espirituais. Entre os pintores, pode-se destacar Giotto que acreditava
que a cor era um meio de caracterizar as coisas naturais.

Já no século XX, os arquitetos buscam novos critérios, passam a integrar a cor e a forma.
Para GESTALT “A percepção humana é um conjunto coordenado de impressões e não um grupo
de sensações isoladas”. É baseado nessas experiências da Psicologia das Forma que os artistas e
arquitetos criam seu repertório, sabendo que uma parede vermelha pode “avançar”, uma parede
azul-clara “afastar”, uma parede amarela “desaparecer”. Aí fica exposto e proposta o uso integral
da cor e da forma.

Segundo (BASSANO, 1996) “As cores produzem um efeito que está acima e que vai
além das respostas visuais”, isso pode ser percebido porque atualmente a cultura está nos
levando para uma nova civilização visual, pois o homem medieval era dominado pelo ícone
religioso e o homem moderno está sendo dominado pelo ícone publicitário.

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Isso se deu na busca constante da Publicidade em motivar o público consumidor, pois ela
passa a oferecer cor e luz para as tristes noites nas cidades, onde o colorido dos edifícios
desafiam a escuridão.

Ainda (FLUSSER, 1998) “As cores penetram nossos olhos e nossa consciência sem
serem percebidos, alcançando regiões subliminares, onde então funcionam”. Isso pode ser
traduzido a partir da linguagem da imagem, já que essa tem forças psíquicas e simbólicas que são
mais fortes que as chamadas experiências reais. A formação visual provoca mutações
psicológicas que repercutem sociologicamente, criando uma nova forma de estar e de viver. E é
isso que a publicidade faz para alcançar seu principal objetivo e só assim poder vender,
construindo uma nova imagem e perpetuando o interesse. É evidente que, na força comunicativa
da imagem, o que predomina é o impacto que a cor exerce. Nem a forma do objeto produz um
efeito emocional que a cor pode proporcionar.

- A utilização da cor
Segundo a (BARSA, 2005) “As propriedades estéticas da cor acrescentam informações
substanciais a respeito do objeto representado e as transformam em elemento de comunicação”.
Pode-se dizer que a cor recebida no momento da comunicação visual exerce uma ação tríplice
sobre o individuo, pois impressiona, expressa e constrói. Afinal a cor é vista portanto
impressiona a retina, ela é sentida provocando uma emoção, e é construtiva, já que tem um
significado próprio, um símbolo e uma capacidade, portanto ela constrói uma linguagem própria,
a qual se comunica com a idéia principal na escolha da cor.

Para (FERNAND LÉGER) “Cada pessoa tem a sua cor em seu aspecto consciente ou
inconsciente, e que ela se impõe na escolha dos dispositivos diários” ou seja, em tudo aquilo que
o homem utiliza no seu cotidiano, isto Kandinski chamava de “Princípio da Necessidade
Interior”. Ou seja, a cor é um produto da sensação visual do homem, ela é uma espécie de
realidade plástica, é um fator psicológico que domina o pulsar do mundo, a vivencia e a
existência do ser humano.

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- Sintaxe das Cores


(DONDIS, 1997) comenta que “ Cada uma das cores tem inúmeros significados
associativos e simbólicos. Assim, a cor oferece um vocabulário enorme e de grande utilidade
para o alfabetismo visual”. A cor provoca reações no individuo, reações estas que não tem
fronteiras espaciais ou temporais, ela pode ser compreendida em qualquer língua e até mesmo
por analfabetos, isso se for manejada de acordo com o objetivo proposto. O domínio da cor é tão
indispensável para quem a utiliza quanto a harmonia é importante para um músico. A cor tem
movimento, peso, equilíbrio e espaço, isso quando bem definida e transmitida
psicossociologicamente.

- A criação do espaço por meio da cor

(FARINA) destaca que “A cor pode criar um espaço”. Toda cor possui uma ação móvel.
Ela torna as distâncias relativas. A cor tem uma força poderosa, ela age como se fosse regida por
uma lei, pois sensorialmente as cores recuam ou avançam, pois é essa impressão que temos ao
nos depararmos com elas. Até mesmo o volume de um objeto pode ser alterado pelo uso de
diferentes cores. Por exemplo, o branco sempre parece melhor, pois refletem a luz, o que lhe
confere a amplidão. Já os tons escuros, diminuem o espaço. Anteriormente foi dito que a cor tem
peso, pois ela pode tornar uma composição equilibrada ou desequilibrada. Por exemplo, as cores
quentes precisam de um espaço menor, pois se expandem com facilidade, já as cores frias
precisam de maiores espaços, pois expandem muito menos. Acredita-se que toda cor tem um
espaço que lhe é próprio, porem de acordo com as concepções culturais que a fundamentam, por
exemplo, o vermelho é vibrante, o amarelo é expansivo e o azul é fechado, vazio.

- A cor e seus significados


(GUIMARÃES, 2000) diz que “A cor é uma informação visual, causada por um estímulo
físico, percebida pelos olhos e decodificada pelo cérebro”. Ou seja, a cor atua sobre a emoção
humana, elas produzem a sensação de movimento, uma dinâmica envolvente e compulsiva.
Como já comentado, o espaço arquitetônico pode ser modificado, tornando-se maior ou menor,

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mais alto ou mais baixo, mais estreito, tudo com o uso da cor. As cores são normalmente
classificadas em cores quentes e frias.
(PEDROSA, 2004) afirma que “A classificação científica das cores aplica-se apenas às
cores em que nosso organismo interfere de maneira preponderante em sua produção”. O maior
empecilho é tentar desvendar as reações que uma mesma cor pode ocasionar, e isso depende da
utilização que se faz dela. Os costumes sociais também interferem na escolha das cores.

Através da abordagem, pode-se perceber que as cores servem como veículo de


comunicação. Todo o elemento de aproximação contribui para a comunicação, porexemplo,
determinadas cores dão sensação de proximidade, e outras de distância, igual, se compararmos,
pessoas falantes e expressivas que tendem a ter mais facilidade de aproximação do que aquelas
que se exprimem ou que um sorriso é pouco comum. Assim, poderíamos afirmar que o emprego
das cores em determinadas superfícies é suficiente para dar determinada impressão de
aproximação, mas que por sua vez, é influenciado pela iluminação e saturação.

Portanto, mais que decorativo, são psicológicos os efeitos considerados ao se escolher as


cores. Vejamos alguns exemplos:

- Estudos de Bamz
BAMZ 1980, realizou uma pesquisa, que alia a idade à preferência da cor. Esse estudo
pode conduzir resultados muito eficazes no emprego das cores. Abaixo as principais conclusões
da Pesquisa de Bamz.
Vermelho - corresponderia ao período de 1 a 10 anos, idade da efervescência e da
espontaneidade;
Laranja - corresponderia ao período de 10 a 20 anos, idade da imaginação, excitação e
aventura.
Amarelo - corresponderia ao período de 10 a 30 anos, idade da força, potencia e
arrogância.
Verde - corresponderia ao período de 30 a 40 anos, idade da diminuição do fogo juvenil.
Azul - corresponderia ao período de 40 a 50 anos, idade do pensamento e da inteligência.
Lilás - corresponderia ao período de 50 a 60 anos, idade do juízo, do misticismo e da lei.

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Roxo - corresponderia ao período alem dos 60 anos, idade do saber, da experiência e da


benevolência.

- Reação corporal à cor


(FÈRE, 1960) cita que “A luz colorida intensifica a circulação sanguínea e age sobre a
musculatura no sentido de aumentar sua força segundo uma seqüência que vai do azul, passando
pelo verde, amarelo e o laranja, culminando no vermelho”. É provado que cada cor produz uma
reação física no indivíduo, porém esse é ainda um vasto campo a ser estudado.

Todas as experiências já realizadas, comprovam a validade do uso da cor também na


terapia ou na importância de não serem usadas cores quando a intenção é evitar efeitos psíquicos
o fisiológicos na pessoa.
(FERNAND LÈGER, 1975) dizia que “O hospital policromo, a cura pelas cores, um
domínio desconhecido que começa a apaixonar os jovens médicos. Salas repousantes, verdes e
azuis para os nervos, outras vermelhas e amarelas para os deprimidos e anêmicos e a influência
da luz-cor agiu sobre eles”. A cor quando aplicada de maneira correta ajuda na recuperação de
doentes. Ela representa uma melhor qualidade de vida e perspectiva de recuperação,
proporcionando bem-estar e tranqüilidade.
Não pode deixar de ser citada também a cromoterapia, a qual é uma forma de terapia
holística pois trata o ser como um todo. Cada cor tem uma vibração específica, e atua física e
espiritualmente na pessoa. A aplicação de cada uma das cores pode suprir determinadas
carências de vibrações energéticas no corpo, bem como neutralizar o excesso de outras. Quando
aplicado a arquitetura, ela pode auxiliar no processo de tratamento de inúmeras disfunções
orgânicas, tais como: pressão alta ou baixa, artero-esclerose, anemia, gastrite, úlcera, hepatite,
cálculos renais, Mal de Parkinson, cefaléia, bronquite, etc.
Os efeitos de cada cor são um aliado muito eficaz para esses tratamentos. Abaixo
relatam-se as atuações das cores primárias:
Amarelo: induz à alegria e a luminosidade. Acelera o metabolismo. Emagrecedor e anti-
celulite. Estimula a digestão. Melhora a função renal.

Vermelho: transmite uma forte carga de energia. Age sobre o sistema cardiovascular
melhorando a circulação sangüínea.

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Verde: tonificante, conduz ao equilíbrio emocional, ao pensamento positivo e uma


respiração mais regular. Produz estabilidade emotiva, tonifica os músculos e fornece energia.

Azul: relaxante, produz uma sensação de calma e tranqüilidade, Auxilia no tratamento de


stress.

- Significado cultural e psicológico das cores


Abaixo tem-se a relação das cores utilizadas na Arquitetura na história, as quais
acompanham civilização por civilização. Nota-se portanto, a evolução das cores e de seus usos, e
ainda, os efeitos cromáticos que as mesmas podem gerar.

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A cor também depende da cultura de cada indivíduo. A cor sempre fez parte da vida do
homem, desde os primeiros tempos, como o azul do céu, o verde das árvores e o vermelho do
pôr-do-sol. Segundo (LÉGER) “cada pessoa tem a sua cor, consciente ou inconscientemente,
mas ela se impõe na escolha dos dispositivos diários, como móveis, estofos e vestuários”. Com
isso pode-se perceber que a preferência pelas cores se associam a experiências agradáveis do
passado, por isso é tão difícil mudar a sensação que cada cor pode operar de pessoa para pessoa.

A cor provoca sensações. Essas podem se dividir em Sensações Acromáticas e


Cromáticas.

Sensações Acromáticas:
- BRANCO
Associação Material: batismo, casamento, primeira comunhão, neve, nuvens em tempo
claro, lírio.
Associação Afetiva: ordem, simplicidade, limpeza, bem, pensamento, juventude,
otimismo, piedade, paz, pureza, inocência, dignidade, afirmação, modéstia, deleite, despertar,
infância, alma, harmonia, estabilidade e divindade.

- PRETO
Associação Material: sujeira, sombra, enterro, funeral, noite, carvão, fumaça,
condolência, morto, fim, coisas escondidas, obscuro.
Associação Afetiva: mal, miséria, pessimismo, sordidez, tristeza, frigidez, desgraça, dor,
temor, negação, melancolia, opressão, angústia, renuncia e intriga.

- CINZA
Associação Material: pó, chuva, ratos, neblina, maquinas, mar sob tempestade, cimento-
edificações.
Associação Afetiva: tédio, tristeza, decadência, velhice, desanimo, seriedade, sabedoria,
passado, finura, pena, aborrecimento, carência vital.

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Sensações Cromáticas
- VERMELHO
Associação Material: rubi, cereja, guerra, lugar, sinal de parada, perigo, vida, Sol, fogo,
chama, sangue, combate, lábios, mulher, feridas, conquista, masculinidade.
Associação Afetiva: dinamismo, força, baixeza, energia, revolta, movimento, barbarismo,
coragem, furor, esplendor, intensidade, paixão, vulgaridade, poderio, vigor, glória, calor,
violência, dureza, excitação, ira, interdição, emoção, ação, agressividade, alegria comunicativa,
extroversão e sensualidade.
- LARANJA
Associação Material: ofensa, agressão, competição, operacionalidade, locomoção,
outono, laranja, fogo, pôr-do-sol, luz, chama, calor, festa, perigo, aurora, raios solares, robustez.
Associação Afetiva: desejo, excitabilidade, dominação, sexualidade, força, luminosidade,
dureza, euforia, energia, alegria, advertência, tentação, prazer, senso de humor.

- AMARELO
Associação Material: flores grandes, terra argilosa, palha, luz, topázio, verão, limão,
chinês, calor de luz solar.
Associação Afetiva: iluminação, conforto, alerta, gozo, ciúme, orgulho, esperança,
idealismo, egoísmo, inveja, ódio, adolescência, espontaneidade, variabilidade, euforia,
originalidade, expectativa.

- VERDE
Associação Material: umidade, frescor, diafaneidade, primavera, bosque, águas claras,
folhagem, tapete de jogos, mar, verão, planície, natureza.
Associação Afetiva: adolescência, bem-estar, paz, saúde, ideal, abundancia,
tranqüilidade, segurança, natureza, equilíbrio, esperança, seriedade, juventude, suavidade,
crença, firmeza, coragem, desejo, descanso, liberalidade, tolerância e ciúme.

- AZUL
Associação Material: montanhas longínquas, frio, mar, céu, gelo, feminilidade, águas
tranqüilas.

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Associação Afetiva: espaço, viagem, verdade, sentido, afeto, intelectualidade, paz,


advertência, precaução, serenidade, infinito, meditação, confiança, amizade, amor, fidelidade,
sentimento profundo.

- VIOLETA
Associação Material: enterro, alquimia.
Associação Afetiva: engano, miséria, calma, dignidade, autocontrole, violência, furto,
agressão.

- ROXO
Associação Material: noite, janela, igreja, aurora, sonho, mar profundo.
Associação Afetiva: fantasia, mistério, profundidade, eletricidade, dignidade, justiça,
egoísmo, grandeza, misticismo, espiritualidade, delicadeza, calma.

- PÚRPURA
Associação Material: manto, igreja.
Associação Afetiva: calma, dignidade, autocontrole, estima, valor.

- MARROM
Associação Material: terra, águas lamacentas, outono, doença, sensualidade, desconforto.
Associação Afetiva: pesar, melancolia, resistência, vigor.

- ROSA
Simboliza o encanto e a amabilidade, remetendo a inocência, feminino. Altamente
positiva.

- PRATA
Remete a sofisticação moderna, tecnologia e também ao artificial. É signo de atualização,
modernidade e requinte.

- DOURADO
Remete a sofisticação, ao nobre.

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4. O HOMEM

O homem é o centro da observação. Os fundamentos para constituir uma residência, sua


distribuição de ambientes e layout do mobiliário, são as medidas humanas. Sem que essas
medidas sejam levadas em conta, é impossível elaborar um projeto, renovar, equipar ou decorar
um ambiente residencial.

Relação de escala de todas as coisas

• um palmo é o comprimento de quatro dedos


• um pé é o comprimento de quatro palmos
• um côvado é o comprimento de seis palmos
• um passo são quatro côvados
• a altura de um homem é quatro côvados
• "erit eaque mensura ad manas pansas"
• o comprimento dos braços abertos de um homem (envergadura dos braços)
é igual à sua altura
• a distância entre a linha de cabelo na testa e o fundo do queixo é um
décimo da altura de um homem
• a distância entre o topo da cabeça e o fundo do queixo é um oitavo da
altura de um homem
• a distância entre o fundo do pescoço e a linha de cabelo na testa é um sexto
da altura de um homem
• o comprimento máximo nos ombros é um quarto da altura de um homem
• a distância entre a o meio do peito e o topo da cabeça é um quarto da altura
de um homem
• a distância entre o cotovelo e a ponta da mão é um quarto da altura de um
homem
• a distância entre o cotovelo e a axila é um oitavo da altura de um homem
• o comprimento da mão é um décimo da altura de um homem
• a distância entre o fundo do queixo e o nariz é um terço do comprimento
do rosto
• a distância entre a linha de cabelo na testa e as sobrancelhas é um terço do
comprimento do rosto
• o comprimento da orelha é um terço do da face
• o comprimento do pé é um sexto da altura

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5. ORGANIZANDO A CASA E SEU PROGRAMA DE


NECESSIDADES

Neste item, será mostrada a organização de espaços residenciais, considerando a inter-


relação entre seus ambientes e seus usuários, bem como, as medidas para cada espaço e o
mobiliário adequado.

Organização da Moradia

As atividades que acontecem em uma residência podem ser subdivididas diversas vezes,
seja em função do poder aquisitivo dos moradores, como das necessidades existentes, sendo
assim, pode-se ter uma residência minúscula (1 só quarto), até mesmo um castelo. Assim cada
atividade se encontra numa disposição e no ambiente mais adequado. A partir desses ambientes,
cria-se os programas de necessidades de acordo com cada indivíduo ou cada família.

- Alojamento de empregados (dependência de empregada)

- Espaços de serviço - cozinhas, lavanderias, despensas

- Dormitório - suítes, closets, individuais, etc.

- Áreas para banho - lavabo, com ou sem banheira

- Ambientes de vivência (internos) – salas de estar, jantar, estar íntimo, home, sala de TV,
sala para computador.

- Ambientes de vivência (externos) – jardins, piscina, lazer com churrasqueira, etc.

- Acessos – garagens, hall, varandas.

- Circulações

Os primeiros sete passos para organizar ambientes

1. Faça uma lista com os ambientes da casa e escreva as ações que devem ser
realizadas em cada um deles.
2. Assinale quem os utiliza mais freqüentemente.
3. Liste o que é necessário para que cada auxiliar na execução de cada tarefa.
4. Visite cada ambiente para poder solucionar possíveis problemas de
organização.
5. Descreva os pontos críticos, pontos positivos e favoráveis.
6. Fazer uma analise dos móveis e objetos de cada espaço, o que deve ser
mantido e o que pode ser descartado.
7. Mapear vigas, pilares, tomadas, interruptores e torneiras existes para
facilitar a distribuição do mobiliário.
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Fluxograma

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6. DEFININDO A COMPOSIÇÃO

Carater

GURGEL (2007) diz que “o caráter de um ambiente será criado a partir da compilação de
diferentes elementos, como: forma de distribuição dos móveis, tipo de lâmpadas e iluminação,
materiais e suas texturas, complementos decorativos, etc.”

- Linhas horizontais: são relaxantes, masculinas e formais.

- Linhas verticais: criam sensação de pé-direito maior, são mais formais, imponentes e
masculinas.

- Linhas inclinadas: cria uma atmosfera informal e dinâmica, também masculina.

- Linhas quebradas (ex: escadas): são informais, nada relaxantes e masculinas.

- Linhas curvas: feminilidade e suavidade, remete ao movimento.

Formal: equilíbrio simétrico, cores sóbrias como bordo, azul marinho, violeta, roxo,
vermelhos e preto. Linhas retas e verticais. Texturas clássicas e acabamentos nobres. Iluminação
mais direcionada e elaborada.

Informal: equilíbrio assimétrico, linhas inclinadas normalmente presentes. Podem ser


utilizadas texturas rústicas, acabamentos menos brilhantes. Ambientes claros com iluminação
difusa.

Sofisticado: Tons de violeta, vermelhos, azulados ou acinzentados, amarelos, mostarda


ouro ou bronze. Texturas nobres e acabamentos brilhantes. Materiais como vidro, espelho,
mármore, granito e couro. E iluminação elaborada.

Exótico: cores como terracota, canela, caramelo e mel, ou azuis esverdeados. Ênfase nos
complementos do ambiente.

Masculino: tons de azul, verde e preto. Linha predominante reta.

Feminino: tons pastel de vermelho e laranja, linha predominante curva.

Atmosfera

As cores transmitem vibrações e energia que afetam os usuários do ambiente, portanto


cada atmosfera estará relacionada a uma gama de cores.

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Estilo

É o conjunto de tendências, gostos, modos de comportamento dos indivíduos ou grupos.


É a manifestação visual de uma sociedade no que se refere ao momento histórico, muitas vezes
pode-se referir à moda.

Escolher corretamente

1. Adequação do clima
2. Utilização dos espaços
3. Apelo visual
4. Elementos arquitetônicos a serem considerados (portas, janelas, pé direito,
instalações hidráulicas e elétricas).
5. Custo benefício
6. Acessórios

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7. O PROJETO DE INTERIORES

Para elaborar um projeto de interiores com sucesso é fundamenta explorar os pontos


positivos do espaço.

Utilizando o Design

Design: é o resultado de um processo criativo. Os elementos do design para um projeto


de interiores são: espaço, forma, linha, textura/padronagem, luz, cor. Além desses elementos
devem ser considerados outros princípios, já citados anteriormente: equilíbrio, ritmo, harmonia,
unidades, escala e proporção. Também sofre influencias de outros aspectos, tais como: função,
materiais disponíveis, tecnologia e estilo.

Espaço e elementos arquitetônicos

Os elementos devem e podem ser explorados, ou até mesmo escondidos num projeto de
interiores. Sempre buscando a melhor solução.

Portas: analisar abertura, e a relação entre os ambientes ligados por ela.

Abrir: privacidade para o ambiente

Correr: integrar dois ambientes quando desejado.

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Sanfonadas: ampliação a ligação entre ambientes, possibilitando grandes


aberturas.

Pivotantes: normalmente são um elemento decorativo no ambiente.

Tetos: a altura dos tetos e forros pode representar um problema na hora do projeto de
interiores.

Teto muito alto: para abaixar visualmente, pode-se: escurecer a tonalidade do teto
e do piso. Ou então enfatizar linhas horizontais no ambiente, ou ainda utilizar fachos de luz
direcionados para o piso.

Teto muito baixo: para aumentar visualmente, pode-se: manter a iluminação


direcionada para o teto, utilizar paredes de cor mais escura que o piso e teto, ou ainda explorar as
linhas verticais no ambiente.

Paredes: permitem mudar as características visuais do ambiente, podemos utilizar para


isso diferentes alternativas, tais como:
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Papéis de parede ou vinílicos: são uma opção rápida e econômica para a


transformações do ambiente, pois são facilmente aplicados.

Cores: possibilitam a criação de efeitos através das paredes.

Vinílicos: são de fácil lavagem e limpeza.

Janelas: servem para ventilação, iluminação, insolação, ampliação de um ambiente ou


até mesmo para contemplação de uma paisagem quando desejado. Dependendo do tipo, elas
podem ser escondidas por cortinas ou por persianas, ou até mesmo incorporarem o design do
ambiente.

Vigas: quando aparentes, podem dar aconchego a ambientes. Se o pé direito por baixo, é
melhor desaparecer com elas (pintando da mesma cor do teto). Ou então, disfarçá-la aplicando
nela iluminação embutida, através de um rebaixo ou sanca de gesso.

Pilares: podem servir de divisória de ambientes e auxiliar no projeto do mobiliário.

Formas do ambiente: o importante é entrar num ambiente e sentir o que ele tem a dizer
para o usuário, ou seja, se é monótono, muito longo, opressivo, etc.

Ambiente quadrado: para evitar que fique monótono é importante ressaltar uma
ou mais superfícies, dando a impressão de mudança de forma. Ou ainda acentuar as linhas de
piso, de preferência em diagonal.

Ambiente muito longo ou muito estreito: pode ser encurtado ou alargado


visualmente, ressaltando uma cor quente na parede ao fundo, ou utilizar spots (iluminação)
direcionados nas paredes laterais.

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8. EM QUALQUER AMBIENTE

Algumas peças de mobiliário, acessórios ou complementos são comuns em ambientes.

Mobiliário: sofás, poltronas, cadeiras, mesas de centro ou laterais, pufes, aparadores,


camas, criado mudo, cômodas, prateleiras, gavetas, estantes, etc.

Complementos e objetos: espelhos (ampliam ambientes), coleções (fotos, cristais,


bonecas), quadros, livros, CDs e DVDs, brinquedos, baú.

Tapetes: devem ser analisados seus tamanhos, formas, posicionamento, estampa. Podem
orientar a circulação ou delimitar ambientes.

Cortinas e persianas: função (proteger o ambiente do sol), uso do ambiente (idade dos
usuários), tipo e forma, materiais, tipos de fixação.

Plantas: Boa fonte de umidade e oxigênio. Proporcionam aconchego ao ambiente, sendo


interessante tanto dentro de casa, quanto em varandas, balcões, etc. Deve-se ter cuidado quanto a
espécie adotada de acordo com a iluminação obtida no ambiente que for distribuída.

Materiais: a escolha do material depende da superfície que o recebe e o que se deseja ter
a partir dela.

Superfícies lisas: refletem melhor a luz, os ruídos, são de fácil manutenção e


limpeza, mas deve ter cuidado, pois podem riscar com mais facilidade.

Superfícies ásperas ou texturizadas: não refletem tanto a luz, são difíceis de


limpar, mas são mais aconchegantes.

Características do materiais mais comuns e utilizados

Laminados: fácil limpeza, preço acessível, grande variedade de texturas, cores e


padronagem.

Madeira: são caros, necessitam de manutenção freqüente.

Aço inox: marcam com facilidade, são resistentes e duráveis, podem riscar e tem
custo elevado.

Vidro: não ocupa “espaço visual”, riscam facilmente, são de fácil limpeza, quando
nas versões reforçadas ou temperadas não riscam nem quebram facilmente, além de oferecerem
texturas, cores e padronagem diferentes.

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9. FENG SHUI

O Feng Shui é a antiga arte chinesa de criar ambientes harmoniosos. Originou-se há cerca
de 5.000 anos, nas planícies agrícolas da China Antiga. Seu desenvolvimento vem sendo desde
então, aumentado e evoluído, chegando aos dias de hoje, como uma disciplina capaz de nos
oferecer um sistema completo, nos ligando intimamente à natureza e ao Cósmico. Seus
diagnósticos e resoluções são capazes de resolver quase todos os problemas envolvendo uma
casa e as pessoas que moram nela. São adaptados ao moderno estilo de vida, nos levando a
entender e compreender uma sabedoria muito profunda que nos ensina a "viver em harmonia
com a natureza". Em outras palavras, o Feng Shui é uma antiga arte chinesa que visa a
harmonizar os ambientes em que as pessoas vivem e trabalham, conseguindo-se assim, uma vida
mais feliz e cheia de Bênçãos Cósmicas. Suas leis e princípios foram desenvolvidas através dos
séculos e transmitidas oralmente de Mestre para discípulo.

É uma técnica oriental definida com arte de organizar os espaços, afim de atrair boas
energias dispersando as más. É orientada pelo movimento da energia chi, conhecida como
energia da vida, e deve estar presente nos ambientes de uma residência. Portanto, as janelas
devem estar sempre abertas para ventilar toda a casa, renovando o ar, e fazendo com que a
energia circule no interior dos ambientes.

Procurando sempre equilibrar as energias yin e yang (masculina e feminina, positiva e


negativa).

Abaixo seguem algumas sugestões:

1. A porta é importante e deve ser pintada preferencialmente de vermelho.


2. Nas janelas frontais, utilizar cortinas translúcidas.
3. Manter a campainha funcionando.
4. Não ter muita bagunça no hall de entrada, e jamais ter muitos objetos pelo
chão.
5. A porta de entrada não deve ter acesso direto a escada que dá acesso ao
andar superior.
6. Hall de cor clara e bem ventilado, possibilitando a entrada da energia chi.
7. Móveis dispostos em U. (sala)
8. Forno nunca frente a frente com a pia ou geladeira (cozinha).
9. Vigas aparentes atrapalham o sono (dormitórios).

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10. ILUMINAÇÃO E GESSO

O projeto luminotécnico é de extrema importância na concepção de um projeto, podendo


favorecer, ou não o resultado final. Normalmente vem integrado com o desenvolvimento do
projeto de gesso dos ambientes, para dar as sensações buscadas pelo profissional que planejou o
ambiente. É uma espécie de “fechamento” para um projeto, valorizando o que é desejado, seja o
mobiliário, ou os complementos (quadros, coleções, etc). São utilizados para disfarçar elementos
(vigas, pilares), ou criar cenários.

11. PAGINAÇÃO DE PISOS E REVESTIMENTOS

Esse é o nome que se dá ao modo de combinar e encaixar as cerâmicas tanto em pisos


quanto em paredes. É a paginação que dá personalidade ao revestimento e ajuda você a definir a
quantidade de peças necessárias a um certo ambiente. No piso, apesar dos modismos, algumas
soluções simples e tradicionais continuam sendo as preferidas. Entre elas, a que sugere o efeito
de tabuleiro de xadrez associando peças quadradas de duas cores. Também a chamada amarração
de tijolo, na qual as fileiras de placas se desencontram e adquirem uma aparência igual à de
parede de tijolos, é bastante popular. O desenho do tipo escama de peixe também é muito usado
nos assentamentos de pequenas peças retangulares.
Em paredes, é comum o revestimento cobrir apenas metade da altura, especialmente as de
banheiros e cozinhas. A paginação formando linhas diagonais é a melhor quando se quer
valorizar o acabamento com peças brancas ou de cores claras. Usados para delimitar espaços em
grandes ambientes ou separar visualmente um cômodo do outro, os tapetes cerâmicos
transformam-se no centro das atenções. Existem cerâmicas decoradas próprias para formar
desenhos surpreendentes no piso. Eles podem imitar mosaicos portugueses, criar efeitos
geométricos ou reproduzir antigos ladrilhos hidráulicos.

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Para não errar


O desenho do piso tem o poder de ampliar ou reduzir visualmente o espaço. Repare na
sala abaixo: a paginação feita na vertical sugere maior profundidade, diferentemente do outro
exemplo, que alarga as laterais. Portanto, converse com o responsável pela obra sobre o melhor
efeito que se pretende com o revestimento escolhido no ambiente em que
será aplicado.

Por isso, seguem algumas diretrizes para ajudar nessas definições:

- Pense por onde você vai dar inicio a instalação. Tente jogar os recortes para os cantos
que menos aparecem;

- Normalmente eu uso uma baguete de mármore para dividir o piso de dentro e de fora do
Box, e um tento (baguete vertical) para dividir o revestimento de das paredes. Desta forma, cada
paginação pode ser independente da outra;

- Para as paredes de dentro do Box, eu gosto de dividir as peças de forma simétrica, por
exemplo, começo a paginação por uma peça inteira no centro e faço recorte nas duas
extremidades, daí os pontos do chuveiro e registros também ficam centralizados no revestimento.
O acabamento fica ótimo!;

– Tente alinhar as juntas no sentido perpendicular à baguete, no piso fora e dentro do


Box;

- E, por último, tente posicionar o ralo no encontro de peças para facilitar a caída de água.

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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOMES, João. Gestalt do Objeto. São Paulo, 2008.

FARINA, Modesto. Psicodinâmica das Cores em Comunicação. Blucher, 2006

GURGEL, Miriam. Organizando Espaços. SENAC, 2009.

GURGEL, Miriam. Projetando Espaços. SENAC, 2007.

NEUFERT, Peter. Casa, apartamento e jardim. GG, 2007.

WATERMAN, Tim. Fundamentos de Paisagismo. Bookman, 2009.

NOGUEIRA, Caroline. O Uso da Cor e suas Percepções quando Aplicado à


Arquitetura de Interiores? UNIPAR, 2009.

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