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Treinamento

Esta apostila se destina a três tipos de pessoas: 1.


Para um líder que deseja implementar o projeto de
pequeno grupo de discipulado em sua igreja; 2. Para
líderes que já passaram por esse programa de
treinamento e desejam treinar outras pessoas; 3. Para as
pessoas que estão sendo treinadas. Ou seja, ela tem o
propósito de orientar o treinamento de outros líderes para discipular. Se você está
implementado este curso na sua igreja, leia bastante a apostila até assimilar a idéia
total do curso e ter segurança. O importante é ir avançando devagarzinho, para
adquirir segurança e possa passar essa confiança às pessoas que estão sendo
treinadas. Não se sinta frustrado, pois geralmente, são necessários vários anos de
trabalho árduo para que uma idéia ou proposta comece a funcionar como foi
planejada. O tempo o ajudará a ver que pontos serão necessários ajustar para
adequar a nossa proposta à sua realidade.

1ª Parte – Pesquisa de Líderes


Essa primeira parte é geralmente realizada por uma pessoa, onde nasceu o
desejo de implementar ou difundir essa proposta na igreja.
A 1ª Parte consiste na busca por líderes que possam liderar um grupo e a 2ª
é o treinamento em si. Por isso a 1ª é mais importante do que a 2ª, afinal do que
adianta o programa se não tivermos pessoas adequadas para executá-lo?
Procuramos fundamentar toda a proposta em Deus, no Seu controle e em Sua
soberania, na consciência de nossa dependência dEle. “Portanto, quer comais,
quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” [I Co
10:31].

1.1 Ore
A primeira coisa que você deve fazer antes de começar o processo de
multiplicação de liderança é orar. Ore a Deus por esse desejo de ajudar as pessoas
a crescerem na fé através do trabalho a ser desenvolvido. Ore pelos líderes que
serão convidados, ore pelas pessoas que farão parte do grupo, não se preocupe
em ter pessoas específicas em mente, apenas ore, pedindo a completa orientação
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de Deus.
Orar é imprescindível! Temos a tendência de orar somente por praxe,
porque nos acostumamos a orar, procure enxergar a oração como uma ação de
completa entrega a Deus e reconhecimento de nossa dependência dEle, para fazer
algo cujo crescimento é responsabilidade dEle. Foque-se no objetivo e não na
prática em si. “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu,
nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” [Jo 15:5]. “Eu
plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer.” [I Co 3:6].

1
1.2 Procure Líderes em Potencial
Após um bom período de oração comece a procurar na sua igreja pessoas
que possam liderar um grupo junto com você. O ideal é que em cada grupo tenha,
no mínimo, 3 líderes, assim o grupo dificilmente não se reunirá por alguma
dificuldade de um dos líderes, sem falar que assim serão mais cabeças pensando
nas importantes e difíceis decisões de direcionamento do grupo e da vida de seus
integrantes.
Procure pessoas que não sejam muito novas na fé, seguindo o preceito
bíblico, “não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na
condenação do diabo” [I Tm 3:6].1 Procure pessoas que tenham o perfil da faixa
etária que deseja trabalhar, quanto mais jovem for o grupo mais dinâmicas devem
ser as pessoas. Não se preocupe em achar pessoas altamente capazes, mas procure
pessoas disponíveis para esse tipo de trabalho e que estejam dispostas a investirem
pesado na vida dos integrantes do grupo.
Líderes não são pessoas que sabem muito da Bíblia ou que são
proeminentes em suas igrejas. Segundo a Bíblia líderes são pessoas dispostas a
servir. “Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o
menor; e aquele que dirige seja como o que serve.” [Lc 22:26]. O maior, o líder é
aquele que está mais disposto a servir, não importa quantos anos tenha, ou a
disponibilidade de tempo2. Líderes antigos têm todos os seus costumes, procure
pessoas humildes e dispostas a aprender.

1.3 Convidando os Líderes


Após muita oração e elevando os nomes cogitados nessas orações, convide
as pessoas que Deus colocou no seu coração para serem treinadas e fazerem parte
do grupo.
Exponha a proposta do grupo3 ao futuro líder, sem amenizar o
compromisso que ele estará assumindo e o tempo necessário para fazer o grupo
andar de forma adequada. Seja bem sincero com a pessoa e dê espaço para ela
falar também, não seja incisivo. Dê tempo para que a pessoa tome essa decisão
tão importante, peça para que ela ore sobre a questão e só depois, quando ela
quiser, ouça a resposta dela.
Se Deus lhe orientou mesmo àquela pessoa, Ele também orientará a pessoa
na mesma direção, afinal “porque Deus não é de confusão, e sim de paz.” [I Co
14:33]. Porém muitas vezes podemos estar enganados, pois “Enganoso é o
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coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o


conhecerá?” [Jr 17:9]. Não se preocupe em ter ao seu lado as pessoas que você

1 Essa orientação é dada em Timóteo falando sobre os presbíteros, porém o princípio é válido para
qualquer liderança. Obviamente que as exigências para com um presbítero devem ser maiores, por
isso não devemos exigir anos de conversão do líder em questão, mas sim um cristão um pouco
maduro e disposto a buscar mais a Deus.
2
Também não seremos infantis a ponto de achar que pessoas completamente sem tempo poderão
ingressar nessa proposta e fazê-la da forma adequada. Porém muitas vezes se trata apenas de uma
melhor organização do tempo, em termos de prioridade. Mais na frente falaremos sobre a
disponibilidade do líder e as necessidades do grupo.
3 A proposta de forma resumida.

2
mais gosta, mas procure trabalhar com as pessoas que Deus quer que você
trabalhe.

2ª Parte – Treinamento Teórico-Prático dos Líderes


Esta segunda parte do treinamento tem um conteúdo dividido em
encontros. Leve com bastante seriedade esta fase e certifique-se que os líderes
estão cumprindo os prazos. Caso as atividades aqui propostas sejam pesadas para
a disponibilidade do que estão sendo treinados, espace mais o tempo das
atividades.
Esses encontros devem ser xerocados ou impressos e entregues aos líderes,
conforme eles são ministrados. Com o material em mãos eles poderão aprender
tudo que o conteúdo quer ensinar, assim todos os valores e dicas ficarão bem
firmados nas cabeças e corações dos líderes. Sempre dê espaço para perguntas em
todo o decorrer do curso, bem como sugerirem alguma alteração que venha a
enriquecer esta apostila.
Não se preocupe com o tempo, se preocupe com o aprendizado. Se passar
do normal, ótimo, só não é interessante adiantar de mais porque as pessoas
necessitam de tempo para assimilar bem certas idéias.

TREINAMENTO

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Apresentando a Proposta
Encontro 01-02

Esboço:
• Tempo de Treinamento
• Valores dos Líderes
• Sistema de Adoção
• Freqüência das Reuniões

1. Tempo de Treinamento
O tempo de treinamento, médio, é de 4 meses. Mas esse tempo depende
da unidade e da disposição dos líderes, podendo ser mais ou menos. Abordaremos
neste treinamento os seguintes assuntos: valores dos líderes, o que é discipulado, o
currículo do curso, sistema de funcionamento do curso, como ministrar uma aula,
convocação dos liderados e etc.

2. Valores dos Líderes


Como líderes devemos aprender a zelar por algumas coisas que serão muito
importantes para que o grupo funcione adequadamente, afinal “Maldito aquele
que fizer a obra do Senhor relaxadamente!” [Jr 48:10]. Nossos valores são:

A) Muita Oração e Leitura da Palavra


Absolutamente todas as coisas e todos os momentos do grupo devem ter a
oração como um momento muito sério e importante. Nunca considere a oração
numa reunião apenas como um elemento ritualístico. Não economize tempo
quando se tratar de oração. Em I Tessalonicenses 5:17 somos alertados “orem
sempre”. Devemos ter a oração como uma prática constante de nossas vidas,
“Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças
espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os
poderes que dominam completamente este mundo de escuridão.” [Ef 6:12] e por
isso precisamos sempre estar nos fortalecendo na presença de Deus, buscando Sua
orientação, colocando nosso orgulho de lado e deixando que tudo e todo o
sacrifício esteja sendo feito para que Sua Glória seja evidenciada e manifesta.
Orem depois de se reunirem em liderança, orem antes de começar as
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reuniões do grupo, orem após os encontros com os adolescentes, marquem


momentos específicos para orarem, orem em suas vidas devocionais, dediquem-se
seriamente a esta luta. Orem sempre.
Assim como a vida de oração, sua vida de leitura da Palavra deve estar bem
cultivada e constante. Precisamos estar prontos e bem alimentados para poder
alimentar aqueles que têm fome. Nossa Bíblia deve ser mais confortante do que
nosso travesseiro! Ela deve estar constantemente em nossa mente e em nosso dia-
a-dia como nos ensina Salmos 1:2. Ela é nosso principal instrumento de trabalho e
também o mais poderoso instrumento que podemos ter: “Porque a palavra de
Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para

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discernir os pensamentos e propósitos do coração.” [Hb 4:12] e por isso
precisamos estar aptos para usá-la da forma adequada e com sabedoria: “Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” [II Tm 2:15]. Não é
necessário que você saiba responder todas as questões que contém na Bíblia, mais
importante do que o conhecimento é a vivência da Palavra! Por isso se preocupe
em continuar crescendo e as respostas virão com tempo e com o estudo.
Empenhe-se na sua vida espiritual e conte com os outros líderes nessa luta. É certo
que o grupo passará por momentos difíceis, que os líderes passarão por problemas
complicados, mas para isso precisamos estar firmes com Deus para suportar os
momentos de abalo.

B) Dedique seu Tempo a esta Proposta


Leve a sério a proposta que você está prestes a assumir. Essa proposta vai
exigir bastante do seu tempo e alguns sacrifícios que você deve estar disposto a
passar para que tudo saia com excelência. Todos nós temos outras obrigações:
faculdade, cursinhos, trabalho, vida particular, ministérios, relacionamentos,
afazeres domésticos, filhos, contratempos e etc., porém entendemos que pessoas
que desejam ser líderes estão dispostas a dedicarem mais tempo para servir às
outras pessoas. Pois a prerrogativa bíblica número um para quem deseja ser um
líder é servir: “e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” [Mc
10:44]. Várias serão as atividades simultâneas que os líderes terão que
desempenhar para poder conseguir cumprir com suas obrigações.
Aproveite esta fase de treinamento para estar avaliando a sua
disponibilidade de tempo. Quando Jesus nos chamou a segui-lO, Ele nos disse que
devíamos calcular o peso desta responsabilidade, pois estaríamos resolvendo
carregar a mesma cruz que Ele carregou [Lc 14:27-30 – medite nesse texto].
Sendo assim, calcule bem o peso da responsabilidade desta jornada e veja se está
disposto a fazê-la, em nome de Jesus!
Visando lhes fornecer dados mais concretos sobre as exigências de tempo,
vamos agora destrinchar mais ou menos quanto tempo essa proposta irá lhe exigir.
As formas de investimento de tempo são quatro:
1. Uma noite por semana para se reunir como grupo. Esse é o único
investimento inegociável, que não é maleável. Porque o ideal é que o
dia seja mantido durante todo o curso. Os líderes podem faltar quando
não puderem vir, porém isso não deve acontecer muitas vezes, apenas
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em casos realmente necessários.


2. Reuniões periódicas entre a liderança do grupo. A liderança do grupo
precisa se reunir periodicamente para discutir sobre a vida dos
integrantes do grupo, para orarem juntos, para compartilhar suas vidas,
planejar aulas e etc. É interessante que essa reunião seja no mínimo de
15 em 15 dias, porém como são poucos, a maleabilidade do horário e
do dia é maior.
3. Reunião mensal com os supervisores. Teremos uma reunião mensal
com todos os líderes de grupo para podermos compartilhar as bênçãos,

5
dificuldades, orarmos juntos, traçar linhas de estratégia, discutir
questões e etc.4

C) Unidade da Liderança
Os líderes devem, a partir deste momento, começarem a buscar uma
unidade entre si. A si olharem como membros interdependentes. Desenvolva uma
amizade com os outros líderes, todos estão se dispondo a ter uma caminhada de
quase 2 anos pela frente, se não houver essa unidade outros problemas menores
poderão minar o grupo.
Comece a trabalhar diante de Deus o seu coração. Peça que Deus o
amoleça e o prepare para se abrir um pouco mais para aqueles que estão
pretendendo liderar junto com você. É claro que essa unidade e essa cumplicidade
não vai acontecer na noite para o dia, mas a primeira coisa a fazer é estar mais
aberto a essas novas pessoas na sua vida.
Uma liderança coesa é essencial em vários aspectos. Primeiro, porque
nenhum líder terá a sensação de estar só. Segundo, os integrantes do futuro grupo
facilmente notarão essa unidade e a verão como um exemplo genuíno de amizade
sincera. Terceiro, líderes unidos têm suas autoridades mantidas, pois estão sempre
falando os mesmos ideais, assim como um pai e uma mãe que respeitam a decisão
do outro. Quarto, decisões colegiadas geram muito menos erros e maior
capacidade de análise dos fatos e acontecimentos que surgirão no grupo. Existem
várias outras razões óbvias para se cultivar a unidade da liderança, mas que vocês
é que descobrirão mais tarde.
Disponha-se a servir aos outros líderes, faça coisas por eles que antes talvez
você não fizesse. Importe-se com aquela pessoa, porque dificilmente seremos
ouvidos ou considerados se primeiro não nos preocuparmos com a outra pessoa,
se não mostramos nosso cuidado com ela. Se como liderança não conseguirmos
uma unidade cristã, não podemos esperar nunca que os nossos liderados alcancem
esse patamar. Esse é o princípio explícito em I Timóteo 3:5. Cultive o amor!

3. Sistema de Adoção
O grupo deve ter no máximo 20 pessoas, para que o cuidado individual
possa acontecer. Se quebrarmos essa regra na ânsia de abranger um maior número
de pessoas acabaremos fazendo um trabalho mais superficial, sem ter acesso às
peculiaridades da vida de cada um durante o grupo.
TREINAMENTO

O grupo tem a proposta de ser um discipulado, e discipulado só acontece


de pessoa para pessoa não se discípula em massa. Pois o discípulo vai aprender
como viver, na prática, com as situações do dia-a-dia. Se nós não estivermos perto
o suficiente desse dia-a-dia, o aprendizado verdadeiro não acontecerá. Até o
próprio Jesus cuidou de pessoas de perto. Passou 3 anos cuidando de 12 homens,
ensinando-os no dia-a-dia, é um trabalho árduo e assim como aconteceu com
Cristo prepare-se para algumas decepções ou até traições!

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Pode ser que o programa na sua igreja ainda não tenha chegado num nível de precisar de pessoas
preocupadas apenas com o andamento dos grupos: supervisores. Se esse for o caso ignore esse
item.

6
Visando melhorar essa interação e esse cuidado elaboramos o sistema de
adoção. O sistema funciona da seguinte forma. Os integrantes são divididos entre
os líderes em número igual, os integrantes que ficarem sobre sua responsabilidade
serão seus “filhos”. É de sua responsabilidade lembrar e elaborar algum agrado no
aniversário dele(a), você quem deve saber por que ele não foi a uma determinada
reunião, se ele fizer algo de errado é sua responsabilidade ir exortá-lo(a), é sua
responsabilidade conquistar o coração do liderado e fazer com que sua voz seja
uma voz diferenciada na vida dele. Porém os liderados não sabem formalmente
quem são os pais, isso deve ser feito de tal forma que fique claro através do
cuidado do líder em questão para com ele.
Essa tarefa é difícil porque algumas das pessoas que serão seus filhos, são
pessoas com quem ainda não desenvolvemos nenhum tipo de intimidade. Assim,
como pessoas mais maduras na fé, devemos nos dispor para irmos até essas
pessoas para ajudá-las.
Apesar da divisão inicial dos nomes dos liderados, entre os líderes (que
ocorrerá no fim do treinamento), pode ser que no decorrer do curso alguns filhos
troquem de pais devido às circunstâncias. Caso isso aconteça, não tem problema,
troque, o objetivo é cuidar deles. Porém, lembre-se: essa divisão não impede de
ministrarmos na vida dos nossos “sobrinhos” caso surja uma oportunidade. Caso o
“pai” daquele discípulo não esteja disponível, não devemos hesitar em cuidar dele.
Porém, quanto mais for dividida a tarefa melhor para todos.

4. Freqüência das Reuniões


As reuniões de treinamento, junto com o moderador, acontecerão de 15
em 15 dias, mas nem por isso os líderes deixarão de se reunir. Os líderes se
reunirão nesse intervalo a sós para cumprirem as tarefas que forem passadas no
treinamento. Ou seja, o encontro 02 será para os líderes discutirem e solidificarem
aquilo que viram no encontro e assim vai até o final do curso.
A idéia de dar o curso de 15 em 15 dias e dar tempo para os líderes se
reunirem está baseada nos seguintes valores:
• Esse intervalo permite aos líderes pensarem mais no que está sendo dito.
Ao invés de emplacarmos um ritmo frenético de curso que faz com que
muitas informações tenham que ser assimiladas sem ter tempo para
serem mastigadas. É melhor gastarmos mais tempo do que prejudicar o
aprendizado.
TREINAMENTO

• Desta forma os líderes terão uma oportunidade de se reunirem sozinhos


e começarem a criar afinidade entre si.
• Esse sistema auxilia os líderes a irem se acostumando com a necessidade
de uma reunião para discutir as questões do pequeno grupo.
Pensando no Encontro 02 colocamos a pauta a seguir que os líderes devem
discutir na reunião.
Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Discutam os valores dos líderes e conversem sobre a sua visão de cada um
deles.
3. Que vantagens podem ser listadas, além das aqui colocadas, para uma
liderança que se vê como família?

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5. Slides
Sempre colocaremos os slides que foram utilizados no curso no final das
lições. Tanto para os líderes em treinamento poderem relembrar o que foi dito
quanto para orientar aqueles que estão treinando líderes em suas igrejas.

TREINAMENTO

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TREINAMENTO
Discipulando
Encontro 03-04

Esboço:
• Definindo Discipulado
• A Importância do Discipulado
• Como é o Discipulador?
• Dificuldades do Discipulado

1. Definindo Discipulado
1.1 Transmissão de Vida
Quando falamos: discipulado, algumas idéias nos vêm à cabeça: alguém
aprendendo com um mestre, um dos propósitos da nossa vida, estudos em
grupo... Certamente o discipulado é muito mais abrangente do que essas idéias,
porém existe um fruto do discipulado que é essencial: transformação de vida!
Quando passamos por um discipulado, de qualquer natureza (considerando que
discipulado significa formar discípulo de alguém, seja para bem ou para o mal),
nossa vida certamente é modificada. Um bom exemplo de discipulado é a vida dos
cidadãos de Esparta (Roma Antiga). Desde pequeno os homens eram ensinados a
viver para a guerra. Aos sete anos de idade o menino era tirado da mãe para ser
treinado e começava a aprender os valores pelos quais viveria e morreria. O
resultado de um treinamento e discipulado tão intenso nada mais foi do que
homens altamente treinados para a guerra, tornando Esparta um exemplo em
táticas bélicas para outros povos.
Sabendo disso, leia essa afirmação:
“Discipulado é transmissão de vida e não de conhecimento”.
Se pensarmos que o simples fato de termos o conhecimento sobre um
determinado assunto é suficiente, então estaremos incentivando a hipocrisia. O
discipulado é um processo pelo qual um aprende com o outro a forma certa de
viver. Existe um abismo entre a retenção de um ensinamento e sua completa
aplicação. A maioria dos crentes ouve um sermão por semana, mas três ou quatro
dias após o sermão muitos já esqueceram qual foi o assunto tratado no domingo!
Porém no momento que decidimos colocar em prática o sermão, este pode ficar
nas nossas cabeças e corações por anos.
TREINAMENTO

Vejamos os gráficos5 abaixo que ilustram bem esta realidade:

5
Gráficos retirados de: DUNCAN, Ricardo, Passo a Passo, Manual do Professor, São Paulo: Editora
Sepal, 1990. p. 22.

10
O que os gráficos nos ensinam é que geralmente o conhecimento se torna
muito mais elevado que a prática e como conseqüência produz um profundo
sentimento de frustração e culpa com o passar do tempo. Para diminuir ou
prevenir essa frustração que o discipulado existe, ajudando as pessoas a igualar o
conhecimento à prática o máximo possível.
Aprender a viver é aprender a colocar em prática o nosso conhecimento.

1.2 A Convivência é a Chave


Transmissão e transformação de vida não acontecem da noite para o dia. O
melhor meio para se discipular alguém é a convivência! Desta forma, ensinar sobre
discipulado sem ter uma convivência razoável é uma tarefa praticamente
impossível. Livros e cursos poderão nos dar todo o conhecimento que precisamos
sobre o assunto, porém nunca experimentaremos como é ser discipulado ou
discipular sem ter outra(s) pessoa(s) perto de nós.
A convivência é a chave do discipulado! Nada em nossas vidas é
rapidamente modificado de forma definitiva. É claro que em situações extremas
podemos ver vidas completamente modificadas. Passar por um acidente aéreo e
sobreviver pode ser uma experiência transformadora que nos faz ter outros valores
e outra visão de mundo. Porém, neste caso, não estamos mais falando de
discipulado.
Ensinar durante a convivência é muito mais difícil que em sala de aula, uma
vez que exige de nós caráter e integridade em tempo integral! Esse material pode
lhe ajudar em muitas coisas, mas a melhor forma de ensinar sobre discipulado seria
gastarmos junto alguns anos convivendo nas mais diversas situações.

2. A Importância do Discipulado
2.1 A Grande Comissão
Para entendermos a importância do discipulado em nossas vidas precisamos
estudar um texto que nos ensina alguns dos propósitos para nossas vidas e para
igreja.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século.” [Mt 28:19-20]
Existe uma série de detalhes que precisamos enxergar no texto. Primeiro
TREINAMENTO

esse “ide” no grego é um verbo que indica uma ação completamente terminada,
ou seja, a ordem de Jesus para cumprirmos a Grande Comissão é algo tão forte
que Ele coloca como uma ação já cumprida. Não é opcional, não há razão para
não irmos ou agirmos.
Segundo, o “portanto” está relacionado com o versículo 18, onde Jesus
afirma ter dado autoridade aos seus discípulos. No momento em que nos tornamos
discípulos de Jesus, recebemos a Sua autoridade como Seus embaixadores para
cumprirmos o que Ele nos manda. Assim sendo, Cristo nos deu autoridade para
anunciar, discipular e batizar.
Terceiro “fazei” é um imperativo. Discipular outras pessoas não é tarefa
de pastor, mas de todo crente em Jesus. Após essa afirmação uma pergunta nos

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vem à cabeça: então como podemos discipular alguém? Versículo 20 –
“Ensinando-os a guardar todas as coisas que nos tem ordenado (...)” Observe no
texto a palavra central! A palavra central é “discípulos”. “Ide” para quê? Fazer
discípulos. “Batizando” quem? “Os” discípulos. Ensinado quem? “Os” discípulos.
E para finalizar o versículo, Jesus nos consola e nos fortalece para tal missão
dizendo que não estamos só. Jesus sabe que discipular outras pessoas não é uma
tarefa fácil, nem é algo que depende somente de nossos esforços! Afinal, “sem
Ele, nada podemos fazer” João 15:5.
O “mundo evangélico” tende a enfatizar o “ide” como sinônimo de
evangelização, porém, acabamos de ver que a ênfase do texto é o discipulado. Se
não discipularmos a evangelização pára. Veremos isso com mais detalhes adiante.

2.2 Nosso Legado


Talvez você já tenha se questionado como Salomão em Eclesiastes: “Neste
mundo o que vale a pena investir?” Em Mateus 6:19-20 Jesus nos ensina que não
devemos gastar nossas forças por recompensas que são finitas. Então, qual o único
investimento que é eterno? Pessoas!
O investimento em pessoas é eterno porque as conseqüências desse esforço
vão além desta vida. Jesus gastou toda a sua vida investindo em pessoas! Seu
legado não foi um império, um palácio ou até filhos. Seu legado foram pessoas
parecidas com Ele.
Um homem chamado Frank Burkhalter escreveu um livro intitulado “Como
Ganhar os Adolescentes” e falando àqueles que trabalham com adolescentes ele
nos dá o seguinte incentivo na área do discipulado:
“Se o leitor for um professor fiel, pode ter a certeza de que, quando já
estiver velho, verá seus antigos alunos pregando, ensinando, dirigindo
reuniões de oração, fazendo conferências e falando às convenções,
testificando, pela palavra falada, a fé que neles há. Viajando pelos campos
missionários, vê-los-á trabalhando ali. Muitos deles provavelmente mandar-
lhe-ão cópias autografadas de livros que escreveram e de outros terá a
notícia de que estão ocupados noutros mistérios igualmente honrosos.
Alguns lhe enviarão saudações por ocasião do seu aniversário ou do Natal,
e outros ainda o visitarão sempre que houver oportunidade. E muito
embora as enfermidades o tornem inativo, sua velhice será feliz, por ver
que as sementes lançadas durante os anos passados produziram
abundantemente frutos nos corações onde caíram.”6
TREINAMENTO

O discipulado é importante porque através dele ocorre a evangelização.7


Veja como discipulado está conectado à evangelização.

6
BURKHALTER, Frank E., Como Ganhar os Adolescentes, Rio de Janeiro: Juverp, 1984. p. 123.
7
ELMASIAN, Eduardo, O Desafio de Fazer Discípulos, Belo Horizonte: Editora Betânia 1993. p-29-
41.

12
Imagine que um pai tem uma doença contagiosa e passa para os filhos e
um dos filhos, por sua vez, passa para um amigo. O amigo contagia a família e
assim vai.
É claro que o evangelho não é uma doença, mas investir em outras duas
pessoas para viverem como Cristo produzirá um efeito em cadeia, onde as duas
investirão em mais duas pessoas produzindo o efeito “bola de neve”. Esta
realidade estava muito presente na igreja primitiva, onde cada cristão era um
embaixador do evangelho, em cada lugar que havia um cristão, havia
multiplicação. Quando o império romano tentou perseguir os cristãos em
Jerusalém o que aconteceu foi que o evangelho se difundiu por todo o reino
tornando-se um grande problema. Afinal, quanto mais cristãos eram mortos, mas
cristãos brotavam! O texto de Atos é muito claro, a evangelização e o discipulado
eram muito intensos:
“(...) Naquele dia quase três mil se juntaram ao grupo dos seguidores de
Jesus. E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos,
vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações. Os apóstolos
faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de
temor. (...) Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas
partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade. Louvavam a
Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo
as pessoas que iam sendo salvas.” [Atos 2:41-47]
Discipulado é algo contagiante. A grande maioria das pessoas que passaram
por um discipulado tem o desejo de que essa mesma benção aconteça na vida dos
outros.
No momento em que não investimos em discípulos, nossa evangelização
pára, pois os novos convertidos não aprenderam a reproduzir aquilo que fizemos
TREINAMENTO

com ele. Pessoas vão se convertendo, mas não são ensinadas a evangelizar assim
como elas foram um dia evangelizadas. E como vamos ensinar a evangelizar?
Discipulando!

13
3. Como é o Discipulador?
3.1 Aos olhos de Deus8
A) Inconsciente do Agir de Deus
A Bíblia nos ensina que aqueles que desejam ser líderes devem estar
dispostos a servir aos outros (Mc 10:43-44), por isso, no momento que decidimos
investir na vida de alguém nos tornamos seu líder.
Muitos de nós já ouvimos: “É Deus quem chama e é Deus quem prepara”.
A soberania de Deus nos torna frágeis e inconscientes do Seu plano. Os lideres são
pessoas que não conseguem perceber a plenitude da ação de Deus, somos
colocados em várias situações difíceis e diferentes, aprendemos novos valores mas
não sabemos aonde esse conjunto de coisas nos levará.
O plano de Deus é como um quebra-cabeça onde todas as peças são
diferentes, porém o conjunto final é harmonioso e bonito. Até o quebra-cabeça
começar a ser montado vemos apenas peças desconexas. As situações que
passamos são peças que Deus pouco a pouco vai encaixando.
Não se preocupe em entender mas em obedecer porque o entendimento
virá depois. Um bebê não entende porque não deve colocar o dedo na tomada,
porém será muito feliz se obedecer. Não se preocupe com seu futuro, se preocupe
em obedecer no presente.
Um ótimo exemplo de um líder inconsciente do agir de Deus é José. Ele
começou sua história como um filho querido que teve um sonho que não sabia
bem aonde o levaria. Foi vendido como escravo, preso e esquecido até o dia em
que interpretou o sonho do Faraó tornando-se o segundo homem do Egito. José
não sabia que iria ser líder. Deus o estava preparando sem que ele soubesse e sua
única obrigação era manter-se firme no Senhor. Deus foi lhe dando as peças e
quando o quebra-cabeça já estava quase completo foi que ele percebeu que Deus
estava coordenando toda a sua vida e por isso afirma: “É verdade que vocês
planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem para
fazer o que hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente.” (Gn 50:20).
O que o levou a tal afirmação? Deus tinha feito tudo de propósito para poder
salvar o povo9 de Deus da fome.

A) Está Sempre Inacabado


“Ou você está verde e crescendo ou está maduro e apodrecendo”10.
Mesmo que pudéssemos visualizar o propósito de Deus para cada situação de
nossas vidas, nunca estaríamos prontos. Primeiro porque certas coisas só
TREINAMENTO

aprendemos da forma como Deus sabe nos ensinar e segundo porque “Na igreja
de Cristo não há ninguém tão pobre que não possa compartilhar conosco algo de
valor”11. O processo só se completará ao atingirmos a perfeição, como tal
realidade nunca acontecerá, estaremos sempre inacabados.

8
Tópico retirado e adaptado de: BARBOSA, Ricardo e STEUERNAGEL, Valdir R., Nova Liderança:
Paradigmas de Liderança em Tempo de Crise, Curitiba: Encontro, 2003. p. 45-47.
9
O povo de Israel ainda não existia, mas a família de Isaque era o princípio.
10
HUNTER, James C., Como se Tornar um Líder Servidor, Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2006.
p. 71.
11
João Calvino.

14
É importante sabermos que estamos inacabados porque só assim nos
manteremos sempre humildes e prontos para aprender novas lições e perspectivas
que Deus quer nos ensinar. Veja o versículo em que essa realidade se baseia – “O
orgulhoso acaba sendo humilhado, mas quem é humilde será respeitado.” (Pv
29:23). Por isso não espere ficar pronto, totalmente preparado, para começar, pois
esse dia nunca chegará. Podemos ser tomados pelo medo e pela insegurança,
porém nos agarremos na promessa de Jesus que disse que estaria conosco todos os
dias.

C) É Movido pela Graça


“(...) Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15:5). Ser um líder cristão significa
aprender a depender de Deus e deixar que Sua vontade controle plenamente a
nossa vida. Obedecer e viver para Deus nem sempre é uma tarefa lógica. É lógico
ganhar um filho na velhice e depois “matá-lo”? (Caso de Abraão) É lógico
enfrentar o maior império da época com apenas um cajado? (Caso Moisés) É
lógico enfrentar um exército incontável de midianitas com apenas 300 soldados?
(Caos Gideão) É lógico ser preso para pregar para soldados? (Caso Paulo).
Sempre que tentarmos fazer com que as coisas aconteçam por nossas
próprias mãos nos depararemos com nossa incapacidade ou fragilidade. O
resultado é controlado por Deus, afinal “as pessoas podem fazer seus planos,
porém é o SENHOR Deus quem dá a última palavra. “ (Pv 16:1) Paulo plantou,
Apolo regou, “(...) mas foi Deus quem a fez crescer.“ (I Co 3:6).

3.2 Aos olhos do discípulo12


Vimos que Deus está agindo em nós para que cumpramos Seus propósitos,
mesmo sem sabermos. Mas o que nós, como discipuladores, devemos buscar?
Quais as características que devemos ter?
Vejamos agora que lições podemos aprender com o relacionamento de Elias
e Eliseu.
“Elias saiu e encontrou Eliseu, que estava arando a terra. Na frente dele iam
doze pares de bois, e ele estava arando com o último par. Elias passou perto de
Eliseu e jogou a sua capa em cima dele. Então Eliseu largou os seus bois, correu
atrás de Elias e disse: — Deixe que eu vá beijar o meu pai e a minha mãe e depois
eu irei com você. Elias respondeu: — Está bem. Pode ir. Eu não estou impedindo.
Aí Eliseu deixou Elias e foi até o lugar onde estavam os dois bois e matou-os. Então
fez fogo com a madeira da canga e cozinhou a carne. Depois deu a carne ao povo,
TREINAMENTO

e eles comeram. Então saiu, e foi com Elias, e ficou trabalhando como seu
ajudante.” [I Reis 19:19-21]
Primeiro, Elias foi pró-ativo! Elias foi até Eliseu e colocou o manto sobre
ele. No momento que dizemos a alguém que estamos dispostos a discipulá-lo, a
ponte começa a ser construída! É muito mais fácil para o líder convidar ou iniciar o
processo de discipulado do que esperar que o discípulo o chame para tutorá-lo.
Muitos pensam que estão longe de estarem na posição de discipular outrem porém
nossas experiências diante de Deus são uma das melhores ferramentas para

12
Tópico retirado e adaptado de: HENDRICKS, Howard, Discipulado – O Caminho para Firmar o
Caráter Cristão, Belo Horizonte: Editora Betânia, 2005. p. 97-101.

15
discipular, afinal vimos que o discipulado acontece através do exemplo. Não
precisamos ser teólogos ou pastores para discipular. Partilhar o que aprendemos
com Deus é muita coisa para alguém que ainda não tem muitas experiências com
Ele.
Lembre-se, discipular não significa saber tirar todas as dúvidas ou saber o
que fazer em todas as situações, ou você acha que os líderes mais famosos não
passam por essas situações? Discipular é ajudar outra pessoa a ser mais parecida
com Jesus Cristo.
Segundo, na época de Elias não havia livros, cursos, workshops ou
igrejas, a maior fonte de aprendizado de Eliseu foi a vida de Elias. Quando nos
preocupamos em ser cristãos autênticos estamos dando um simples e grande passo
para sermos discipuladores eficazes. A imitação é o meio inconsciente mais
utilizado no aprendizado. É através do nosso caráter que mais iremos influenciar as
outras pessoas.
Terceiro, nada disso acontecerá se não formos disponíveis. Elias se dispôs
para que Eliseu aprendesse com ele. Eles passaram por algumas experiências juntos
(O assassínio de Nabote – I Rs 21:17-29; A exortação a Acazias que queria
consultar deuses filisteus – 2 Rs 1:1-17) e creio que Elias dedicou atenção especial
a Eliseu para discipulá-lo corretamente. Nunca será possível discipular se não
13
tivermos tempo para as pessoas.
Hoje somos levados a ter uma
rotina cheia atividades como:
faculdade, trabalho, cursos, lazer,
família e etc. Permita-me contar
um pensamento de um amigo. Este
homem trabalha na área de
informática, ele é o dono de uma pequena empresa e por estar crescendo isso lhe
toma muito tempo. Sendo assim, conversando com outros líderes ele disse: “Não
tenho dado tempo para Deus, como Ele merece. Pois para minha empresa estou
dando mais do que 8 horas, ou seja, dou a Deus o que sobra!”
A forma como preenchemos nosso tempo tem sido um dos maiores
empecilhos para servirmos a Deus como se deve. Colocamos nossos desejos ou
carreira acima do nosso compromisso com Deus. Repense seu tempo à luz da
Bíblia: "O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida
verdadeira?” (Mc 8:36).
TREINAMENTO

4. A Grande Dificuldade do Discipulado


Quando começamos a discipular podemos experimentar várias dádivas que
o Senhor nos dá. É maravilhoso ver o discípulo crescendo, se destacando na igreja,
servindo de modelo para outros, tomando decisões maduras ou até duplicando
outros assim como foi feito com ele. Também podemos desfrutar da autoridade
adquirida, do carinho que eles nos dedicam e orações.
Porém não poderia terminar esse trabalho sem citar uma característica de
alguns discípulos que encontraremos na vida. Discipular pode ser frustrante!

13
Imagem retirada de: DUNCAN, Passo a Passo, p. 116.

16
Prepare-se para dar o seu melhor sem criar expectativas do resultado. Nossas
decepções podem ser com pequenas atitudes como: pecado, decisões erradas e
etc. Ou frutos de grandes atitudes: alguns discípulos podem se desviar ou até se
tornar nossos inimigos!
Sobre o resultado do discipulado Duncan nos diz:
“Tenho utilizado vários métodos de discipulado com diversos resultados.
Estou aprendendo e tentando conscientizar-me de que nem todos os
participantes de um programa de discipulado se tornam bons discípulos. O
que se entende por um ótimo resultado num ministério de discipulado? O
que é sucesso?Vamos supor que eu discipule um grupo de 10 pessoas que
se dizem interessadas em crescer espiritualmente e desejam encontrar-se
comigo regularmente. Se eu os colocasse como participantes de um dos
métodos a longo ou curto prazo, ou mesmo deste manual poderia afirmar a
mim mesmo que teria alcançado sucesso se, no final”14

Sendo assim não nos desanimemos com os resultados, confiemos em Deus


pois o que Ele exige de nós é obediência e serviço, não números. Deixe me contar
uma experiência pessoal. Quando eu tinha 17 anos, formei um grupo de estudo da
Bíblia na minha casa. Juntei 5 adolescentes entre 12 e 14 anos para nos reunirmos
semanalmente. Esse grupo foi muito importante para todos os seis. Porém hoje
apenas dois dos adolescentes estão firmes e crescendo na igreja (um deles está
liderando um grupo de discipulado). Graças a Deus nenhum deles se tornou meu
inimigo, mas é triste pensar que todo o esforço parece ter sido perdido. Contudo
quando um se destaca o nosso ânimo aumenta e a alegria invade o nosso coração
e ela nos diz: Não é em vão!
TREINAMENTO

Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Em que você acha que essa lição foi útil para o seu desempenho como líder
de pequeno grupo.
3. Que características do Discipulador você enxerga em você e o que pode ser
feito para que elas se evidenciem? Quais são seus maiores obstáculos?

14
DUNCAN, Passo a Passo, p. 30-31.

17
5. Slides

TREINAMENTO

18
19
TREINAMENTO
O Currículo do Curso
Encontro 05-06

Esboço:
• Os 7 Módulos
• Pausas
• Paradas Estratégicas

1. Os 7 Módulos
O grupo passará por 7 módulos que têm o intuito de preparar os
integrantes do grupo para terem uma vida espiritual saudável, ou seja, visamos
muni-los com doutrinas e práticas essenciais para a vida cristã. Um detalhamento
maior do currículo pode ser encontrado na Apostila do Curso. Sinta-se livre para
elaborar outras atividades e lições, além das propostas na apostila. Contanto que
pensem bem na nova proposta e executem-na com excelência. Os módulos são:

1) Entrosamento
Duração Média: 2 Meses
Propósito: Quebrar a barreira do desconhecimento inicial dos integrantes
do grupo, visando proporcionar apenas conhecimento superficial. Neste módulo
utilizamos dinâmicas, passeios e outras atividades para atingir tal objetivo.
Atividades Práticas: todas são.

2) Evangelismo
Duração: 3 meses
Propósito: O módulo se divide em duas fases, na primeira o objetivo é
evangelizar aqueles que ainda não conhecem a Jesus, e na segunda visamos
instruir os integrantes sobre: como testemunhar, como utilizar o livro Conhecendo
as Verdades da Fé Cristã – Sérgio Lyra15, o porquê da evangelização e etc.
Atividades Práticas Sugeridas: um lual evangelístico no meio do módulo
para os integrantes do grupo (com testemunhos de diferentes tipos de conversão –
processual, na infância, pessoa do mundo para igreja e etc.) e o outro no fim do
módulo para os amigos descrentes dos integrantes.
TREINAMENTO

3) Oração
Duração: 3,5 meses
Propósito: Prepará-los em questões básicas e bíblicas de oração. Ensinando-
os a necessidade constante de oração e como fazer.
Atividade Prática Sugerida: Um mini-acampamento de uma noite, tendo em
sua programação uma vigília bem dinâmica.

15
Material produzido pela Primeira Igreja Presbiteriana de Casa Caiada:
www.comunidadeamiga.com.br.

20
4) Espírito Santo
Duração: 2 meses
Propósito: mostrá-los quem é a pessoa do Espírito Santo, seus atributos,
qualidades e como Ele se relaciona conosco. Mostrando a importância de uma
intensa dependência e íntimo relacionamento com Ele.
Atividade Prática Sugerida: Lista 10 experiências pessoais com o Espírito
Santo.

5) Estudo da Bíblia
Duração: 4 meses
Propósito: ensiná-los regras e métodos básicos de interpretação das
Escrituras, assim como introduzir um método de como adquirir o hábito
progressivo de leitura da Bíblia.
Atividade Prática: Separar o grupo entre os líderes e passarem algumas
reuniões estudando um/alguns livro(s) da Bíblia juntos.

6) Namoro
Esse módulo é mais específico para adolescentes, por isso pode ser que seu
grupo pare no 5º módulo. Também nos preocupamos em fazer duas versões do
sexto e sétimo módulos, uma masculina e outra feminina. Algumas aulas são
comuns, mas outras são completamente diferentes. Sinta-se à vontade de utilizar
o nosso material segundo a necessidade do grupo.
Duração: 3 meses
Propósito: Falar sobre o namoro cristão, como incentivá-lo cultivá-lo e
honrá-lo.
Atividade Prática, sugestão: Discussão do filme: “Licença para Casar”.

7) Sexualidade
Devido à necessidade de nossa época ousamos e elaboramos um módulo
exclusivo para tratar a sexualidade cristã.
Duração: 2,5 meses
Propósito: Ensinar sobre sexualidade, firmar valores bíblicos e fornecer
estratégias para se manter puro sexualmente.
Atividade Prática: a vida.
TREINAMENTO

2. Ministração dos Módulos


Geralmente cada líder fica responsável em dar 2 assuntos que escolherem,
ou então cada um dá um e depois dão em dupla. Ou seja, o normal é que todos os
líderes ensinem algum módulo. Esse ideal é interessante para que os integrantes do
grupo vejam os líderes como iguais. Não é uma missão fácil e pode ser que seja a
primeira vez que um ou todos os líderes façam isso na vida, mas veremos que não
é tão difícil quanto parece. Afinal, os líderes vão ministrar as aulas à partir de uma
apostila que já existe, basta ensinar as idéias e valores que estão lá. Porém, os
líderes estarão juntos nessa empreitada, se ajudando, se avaliando e se
completando. Mais na frente falaremos especificamente da preparação e execução
de uma aula.

21
3. As Pausas
Entre um módulo e outro é interessante variar um pouquinho, elabore
alguma festa, algum mini-acampamento, algo diferente que não seja uma aula.
Algo saudável e diferente que o grupo tenha prazer em participar. Vamos sugerir
algumas atividades, mais especificamente tipos de festa que podem ser feitas:16
• Festa do chapéu
• Festa a fantasia
• Festa dos anos 70
• Festa chique
• Amigo e/ou Inimigo secreto
• Festa venha como está (onde as pessoa vêm do jeito que estavam quando
receberam o convite da festa)
• Passeio ao Zôo
• Filme na casa de alguém do grupo
Não se limite a essas, crie as suas, ouça as idéias dos seus liderados e faça as
programações da melhor forma possível.

4. Tempo de Curso
Se somarmos os meses de duração dos módulos, contando com as pausas
teríamos 1 ano e 8 meses de curso. Porém a nossa previsão é de 2 anos de curso,
porque 4 meses a mais? Por duas razões. Primeiro, porque prezamos pelo
aprendizado do conteúdo, não priorizando a preocupação de andar com o
programa. É muito mais importante que os integrantes do grupo aprendam o que
estamos querendo ensinar do que conseguirmos terminar o material “em tempo”.
Não tenha medo de atrasar o programa para sedimentar melhor uma idéia.
Contudo cuidado para o grupo não se tronar uma história sem fim.
Segundo, no período de férias pode ser que complique um pouco as
reuniões do grupo, assim como em alguns feriados ou programações da igreja.
Caso os líderes percebam que muitas pessoas faltarão é melhor dar uma parada
até que todos possam voltar a freqüentar as reuniões normalmente. Nessa parada
escolha junto com o grupo o que vocês vão ficar fazendo, podem ser dadas aulas
extras (fora do assunto) ou podem ser elaborados programas recreativos. É melhor
que o grupo se reúna para brincar, conversar ou qualquer outra coisa do que parar
mesmo, pois quando a parada é total alguns perdem o hábito.
TREINAMENTO

Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Discutam o currículo e vejam qual seria a melhor divisão de apresentação
dos módulos.
3. Pensem em outros tipos de pausa.
4. O que você acha da idéia de dar aula? Qual você acredita ser sua maior
dificuldade?

16
Algumas idéias que já tivemos sobre essas possíveis festas está no nosso material de Pausas.

22
5. Slides

TREINAMENTO

23
24
TREINAMENTO
Os Integrantes do Grupo
Encontro 07-08

Esboço:
• Pré-requisitos
• Prioridades
• Aprendendo com Jesus
• Minha Primeira Lista

1. Pré-requisitos
Este encontro tem a finalidade de começar a selecionar os possíveis
integrantes do grupo. Os pré-requisitos para entrar no grupo não são muitos,
porém podem ser diferentes de acordo com o grupo que se deseja formar. Os pré-
requisitos também não são determinantes, mas alguns devem ser encarados como
prioritários. Para alguém fazer parte do grupo, ele precisa:
• Não ter participado de outro grupo de discipulado - como dissemos não
é determinante, pode haver casos de pessoas que precisem passar
novamente pelo grupo, porque não aproveitaram bem a primeira
oportunidade ou algo semelhante.
• Não precisa ser crente - pois o 2º módulo vai evangelizar essa pessoa,
contudo a pessoa pode terminar o grupo sem ter aceitado Jesus no coração,
neste caso depende da ação exclusiva do Espírito Santo, mas enquanto a
pessoa desejar ficar no grupo levando-o a sério, que seja! Geralmente
quando a pessoa não se converte ela acaba saindo do grupo, caso não saia
dê os módulos considerando que todos que estão ali são crentes, pois o
foco é discipulado e não evangelismo.
• Não precisa ser membro da igreja - esse discipulado vai até ajudá-lo a
entender com mais seriedade o processo e as responsabilidades da
membresia.
• Precisa ter algum contato com a nossa igreja – não desejamos investir
em crentes de outra igreja e também não é uma proposta evangelística
para chamar amigos da escola, por exemplo.
• Precisa ter disponibilidade de tempo para o dia marcado para as
reuniões.
TREINAMENTO

• Precisa e enquadrar dentro das características do grupo - sexo, idade e


etc.

2. Prioridades
Listamos abaixo quatro tipos de pessoas alvo da nossa proposta e as
colocamos em ordem de prioridade com o objetivo de ajudar os líderes a
escolherem os possíveis integrantes do grupo.
1. Novato – são aquelas pessoas meio desconhecidas, que freqüentam a
igreja há certo tempo, mas que estão na periferia. Sem muito
conhecimento da Palavra ou talvez nenhum. Pessoas que ainda não
conseguiram se enturmar com o resto dos adolescentes.

25
2. Neófito Problemático – são aquelas pessoas que têm a Cristo, mas
tiveram uma criação muito difícil e está na igreja com um monte de
problemas para serem tratados e acompanhados.
3. Crente imaturo – são aquelas pessoas que já estão na igreja há um
bom tempo, mas ainda não têm maturidade espiritual.
4. Crente maduro – são aqueles que têm uma maturidade legal e que o
discipulado servirá apenas para concretizar e firmar a fé que eles já têm.

3. Aprendendo com Jesus


Em Lucas 6:12-16 lemos “Naquela ocasião Jesus subiu um monte para orar
e passou a noite orando a Deus. Quando amanheceu, chamou os seus discípulos e
escolheu doze deles. E deu o nome de apóstolos a estes doze: Simão, em quem
pôs o nome de Pedro, e o seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Simão, o nacionalista; Judas, filho de Tiago;
e Judas Iscariotes, que foi o traidor.” Veja abaixo algumas características17
interessantes do texto e dos discípulos.
• Percebamos que a atitude de Jesus antes de escolher os discípulos foi de
orar intensamente para realizar tal tarefa no outro dia. Isso nos ensina que
o ato de escolher discípulos não depende de nós e sim da vontade de Deus.
E é assim que deve ser!
• Pedro era pescador, homem tempestivo, rude. Cortou a orelha do soldado
na tentativa de impedir que Cristo fosse preso, negou a Jesus 3 vezes,
precursor da igreja primitiva e provavelmente foi morto numa cruz de
cabeça para baixo.
• André era também pescador e discípulo de João Batista.
• Tiago, outro pescador morto pela espada de Herodes Antipas I.
• João um possível primo de Jesus, pescador, meio exaltado e indisciplinado.
• Filipe, Tiago de Alfeu e Bartolomeu cujas participações são aparentemente
irrisórias nos evangelhos.
• Mateus era cobrador de impostos, ou seja, um judeu a serviço de Roma.
Autor do evangelho de Mateus.
• Tomé homem de pouca fé, pescador e possível difusor do evangelho na
Índia.
• Simão um zelote (partido político que se opunha a colocar a Judéia sob o
governa de Roma).
TREINAMENTO

• Judas possível autor da carta de Judas.


• Judas Iscariotes cuidava do dinheiro do grupo e traiu Jesus.
Jesus chamou pessoas de todo tipo, pessoas de valor e pessoas escanteadas.
Jesus estava procurando transformar homens brutos, irascíveis em servos fiéis e
devotados a Deus e o que Ele conseguiu? De 12, 1 traiu, 3 não se ouve falar,
alguns pregaram o evangelho em outros países, outros escrevam relatos ou cartas
e ainda outros foram martirizados. Porém hoje somos fruto desses 12, queiramos
ou não. O único critério de escolha se mantém, oremos e peçamos que Deus nos
mostre.
17
Informações adaptadas de: CHAMPLIM, Russel Norman, O Novo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo, São Paulo: Milenium, 1983. p. 63.

26
4. Minha Primeira Lista
Com esse conhecimento adquirido, é necessário que uma lista protótipo
seja formada. Com essa primeira lista em mãos, orem por essas pessoas e
procurem outras pessoas na igreja, que o Espírito Santo de Deus lhe indicar.
Provavelmente alguns nomes dessa lista iram sair e outros iram entrar.
Não falem com ninguém apenas orem pelos nomes, gaste tempo da sua
semana com esses nomes, um por um. Nosso coração é enganoso, não escolha
alguém somente porque você gosta daquela pessoa, mas escolham pessoas que
realmente precisem passar por esse curso, lembrando da ordem de prioridade.
Porém não convide ninguém por enquanto.

Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Orem bastante.
3. Elaborem e discutam a lista. Compartilhem suas percepções pessoais sobre
cada integrante da lista.

TREINAMENTO

27
5. Slides

TREINAMENTO

28
Ministrando uma Aula
Encontro 09-13

Esboço:
• Por que Dar Aula?
• Como Ministrar uma Aula?
• A Arte de Fazer Perguntas

1. Por que Dar Aula?


Como já vimos que cada líder será responsável para ministrar dois módulos
e agora chegamos à parte mais prática dessa realidade. Para alguns dar uma aula é
uma experiência completamente nova e desesperadora. Porém quando se trata de
discipulado nós possuímos uma vantagem, a nossa vida diante Deus é uma das
maiores fontes de ensino que existem, ou seja, mesmo sem muita segurança de
todas as doutrinas bíblicas que julgamos ser necessárias para ensinar, possuímos a
Palavra de Deus e nosso relacionamento com Ele. Discipular não é só ensinar
valores ou doutrinas, mas principalmente ajudar os outros a seguirem a Cristo de
toda alma e coração.
“O sucesso e o fracasso do discipulado está intimamente ligado na
liderança e não no método ou no material. O caráter, a espiritualidade e a
habilidade do líder que define o nível do discipulado. Discipulado não é
técnica e sim arte, porque mexe com vidas.”18
Acreditamos que é essencial que todos os líderes ministrem aulas durante o
curso inteiro por algumas razões básicas, além das apresentadas do encontro 05-
06:
1. Quando um líder ministra uma aula, ele se torna autoridade sobre os
demais, se apenas um ministrar o grupo terá a impressão de que aquele
é o “chefe maior”.
2. Ministrar aula é certamente um desafio, mas para quem já realizou essa
tarefa sabe que aprendemos muito mais ensinando do que escutando,
pois quando somos levados a ensinar, somos obrigados a nos dedicar ao
assunto com mais afinco e cuidado, trazendo luz para novas visões,
conceitos e percepções da realidade.
3. Ministrar uma aula é a oportunidade que cada líder terá para perder um
TREINAMENTO

pouco da vergonha e ganhar desenvoltura para liberar tudo que já foi


acumulado dentro dele. Não podemos ser egoístas a ponto de não
compartilharmos toda a experiência e carga espiritual que Deus já nos
deu. “(...)Assim será pedido muito de quem recebe muito(...)” [Lucas
12:48]
Todavia possuímos algumas estruturas de suporte para que essa difícil
tarefa seja aliviada em seu peso:
1. O maior interessado em ministrar a aula é o Santo Espírito de Deus.
“Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome,
ensinará a vocês todas as coisas e fará com que lembrem de tudo o que

18
Pr. Young Ko, da Igreja Presbiteriana Água Viva de São Paulo.

29
eu disse a vocês.” [João 14:26]. Rogue sempre por Sua orientação e
constante capacitação.
2. Apenas um líder ministrará a aula por vez, mas os outros estarão sempre
presentes para ajudar, completar, saciar dúvidas e tomar decisões.
3. Cada grupo terá um supervisor, que não é um líder de grupo, que estará
sempre à disposição dos líderes para qualquer dúvida ou dificuldade que
venham a ter.19

2. Como Ministrar uma Aula?


Ensinar a dar aula em um curso rápido como este é uma tarefa quase que
impossível. Pois é uma habilidade que se adquire com o tempo e com a
persistência. No entanto existem algumas dicas que podemos dar que ajudarão
nesse processo de ministrar uma aula.
Nosso principal aliado para dar a aula é um material e um currículo, pronto
e fácil de ser seguido, isso tira cerca de 60% do peso de quem irá ministrar a aula.
Todos os módulos serão fornecidos a vocês, para que possam estudar com
antecedência e ministrar a aula.
Sendo assim, o que devemos fazer? Eis algumas dicas quanto ao preparo da
aula:
• É bom dar uma lida no material inteiro, para captar a ideal geral, antes de se
deter em apenas uma lição
• Seja responsável e leia a lição a ser ministrada com antecedência, mastigue-
a bem.
• Procure elaborar dinâmicas novas e apropriadas ao seu público.
• Pense em exemplos e ilustrações próprios à faixa etária alvo
• Procure escrever um pequeno esboço que lhes fará lembrar de cada tópico,
assunto ou atividade que você deseja que seja executado em sala de aula.
• Não se contente em ler apenas a apostila, aconselhamos ler outros livros ou
materiais que fale sobre o assunto em questão para que você possa ter mais
segurança quando for falar.
• Uma boa dica é antecipar possíveis perguntas, procurando respostas antes
mesmo que elas sejam feitas.
• Foque-se no objetivo da aula. Quando uma lição for ser ministrada, as
perguntas e comentários dos integrantes do grupo podem desviar
completamente do ponto central, não tenha medo de sair um pouco do
TREINAMENTO

assunto, mas se preocupe em voltar o mais rápido possível para que a linha
de construção do pensamento não se perca.

19
Essa opção só poderá ser uma realidade na sua igreja, quando alguns líderes tiverem
experimentado a liderança de pelo menos um grupo, mas o ideal é que esse supervisor seja uma
pessoa madura e experimentada na proposta de pequenos grupos de discipulado. A essa pessoa
aconselhamos a leitura do livro: Os Sete Pecados Capitais no Ministério de Grupos Pequenos, Bill
Donahue e Russ Robinson.

30
3. A Arte de Fazer Perguntas20
Talvez nos lembremos professores ou mestres que falavam durante a aula
toda. Devemos fazer de tudo para encorajar os integrantes do grupo a se
expressarem de modo a serem ouvidos, pois sabemos que a aprendizagem é mais
eficaz quando os integrantes também falam. A interação é básica à comunicação e
à aprendizagem. A interação ocorre quando discipuladores e integrantes do grupo
se expressam diretamente e escutam, com atenção, o que os outros dizem.
Eis algumas razões que tornam alguns discipuladores mais eficazes que
outros:
"Eles se interessam pelo que eu penso e digo."
"Tornam o assunto tão interessante que a gente quer falar mais sobre ele."
"Valorizam o que a gente diz, mesmo quando as respostas que damos estão
erradas."
"Realmente me escutam."
Estes comentários mostram que os integrantes do grupo apreciam, de
verdade, o discipulador que desenvolve algumas técnicas para liderar a interação
na sala de aula.
Talvez, o recurso mais importante para guiar o pensamento dos integrantes
do grupo e a aprendizagem é o uso de perguntas. E é o recurso menos
dispendioso ao nosso alcance - só nos custa o tempo. Não é exagero concluir que
todo professor usa muitas perguntas cada vez que leciona. As perguntas são muito
flexíveis porque podem ser usadas por todos.
Antigamente havia um homem que desenvolveu um método de ensino
baseado em perguntas: Sócrates. Ele desenvolveu uma forma de aprendizado
baseado apenas no diálogo. Ele começava questionando seus alunos e ouvindo
suas respostas, aceitando-as aparentemente. Após entender o pensamento e
repostas de cada um, começava a questionar as próprias respostas dos alunos
contradizendo suas respostas com outros pontos nos quais eles ainda não haviam
pensando revelando assim duas coisas: como o pensamento de seus alunos era
superficial e também mostrava que eles estavam resolvendo ignorar a própria
ignorância no momento em que decidiam não refletir sobre verdades assimiladas,
mas não testadas. Essa fase do diálogo era chamada de “ironia”.
Após haver bombardeado as idéias do aluno, Sócrates ia coletando
verdades contidas nas informações que os próprios alunos haviam dado e
começava a trabalhar com eles, utilizando-se de mais perguntas, um pensamento
TREINAMENTO

mais firme e mais embasado, ou seja, mais próximo da verdade. Porém não
próximo o suficiente que não pudesse ser requestionado. Essa fase do diálogo era
a “maiêutica”.
É muito comum em nossas igrejas termos adolescentes cristãos que
aprenderam uma lista do que é certo e errado mas ainda não aprenderam a
questionar as bases desses valores.

20
Texto adaptado de: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/
escola/socrates/metodosocratico.htm 21/02/08 e GRIGGS, Donald, Manual do Professor
Eficaz, São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 69-78.

31
Algumas Diretrizes Sobre Como Fazer Perguntas
1. Faça perguntas mais abertas do que fechadas
As perguntas fechadas são aquelas que têm só uma alternativa de resposta ou
implicam um "sim" ou um "não". Estas são perguntas que fazem teste do que foi
decorado e não do que foi aprendido sobre a matéria. Quando for tentado a fazer
este tipo de pergunta, faça uma declaração e, em seguida, faça perguntas abertas.

2. Faça só uma pergunta de cada vez


Mais de uma pergunta confunde as pessoas. Discipuladores que fazem várias
perguntas de uma só vez, geralmente, não pensaram bastante ou não se
prepararam adequadamente e estão "pescando".

3. Apresente as perguntas à classe toda


Ao invés de "matar" uma pessoa, dirigindo-lhe uma pergunta, faça-a para a classe
inteira. Observando a prontidão de alguém, é possível reconhecer que ele quer
responder. Uma pessoa específica pode ser chamada a responder sem que o
discipulador diga uma palavra, apenas através de um olhar, de um sinal com a
mão, ou inclinando a cabeça.

4. Proporcione retorno à resposta do aluno


O discipulador pode apoiar os integrantes do grupo e facilitar maior discussão,
proporcionando retorno verbal e não-verbal para que saibam que ele ouviu e
recebeu a resposta.

5. Após a pergunta e a resposta, prossiga com perguntas mais profundas


Perguntas mais profundas devem seguir as primeiras, pois incentivam maiores
pesquisas e exploração sobre a matéria, e proporcionam um certo grau de reforço.

6. Após fazer uma pergunta, aguarde em silêncio


O melhor passo a dar após fazer uma pergunta é manter silêncio. Se a pergunta foi
feita e se todos têm dados suficientes para respondê-la, então precisam de tempo
para pensar. Dez segundos não é muito tempo. Contudo, dez segundos de silêncio
parecem uma eternidade para um discipulador que está um pouco ansioso. Deixe
por conta das pessoas o peso do silêncio. Cale-se e fique calmo; provavelmente,
alguém responderá.
TREINAMENTO

7. Use o estilo de interrogação e não de interrogatório


Ao usar o estilo de interrogação, o professor diz ao aluno: "Estou com você; estou
interessado no que você pensa e diz." O estilo de interrogatório faz com que as
pessoas fiquem na defensiva, o que inibe sua habilidade de pensar e de se
expressar criativamente.

8. Anime os alunos a perguntarem também


O disicpulador não é o dono das perguntas; os integrantes do grupo também
podem usá-las eficazmente.

32
9. Evite repetir a resposta do aluno
Só há dois motivos para repetir a resposta de uma pessoa: para reforçar a resposta
ou para dizê-la de modo que todos possam ouvi-la.

10. Aceite as respostas dos alunos como se fossem presentes


Quando uma pessoa arrisca uma resposta está arriscando algo de si mesmo. Todo
aluno espera que suas respostas sejam aceitas. Nem sempre estamos inteiramente
satisfeitos com todos os presentes que recebemos; porém, geralmente, somos
corteses ao receber mesmo aqueles que não nos agradam muito. Por isso
aproveitem o máximo a resposta de cada um.

11. Permita que outras pessoas tenham a oportunidade de responder


Algumas vezes existem alguns alunos menos envergonhados que insistem em
sempre reponder as perguntas. Se isso acontencer o discipulador não precisa ter
medo de pedir para ele dar a oportunidade para outros ou até de fazer uma
pergunta e pedir que uma pessoa específica dê sua opinião.

Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Cada grupo receberá uma lição de um módulo do curso, vai ler e ministrar a
aula.21 Daqui a 15 dias teremos um encontro para as 2 primeiras aulas e os
outros dois grupos se apresentarão daqui a 21 dias.22 Cada grupo de líderes
terá 45 minutos para dar a aula. Isso não é um teste, queremos apenas
ajudá-los a colocar em prática o que estão aprendendo para poderem
aprender mais.
3. Leiam a ficha “As Funções do Disicpulador”.
4. Continue a discussão da lista dos possíveis integrantes, incluindo ou
excluindo algumas pessoas conforme o caminhar das semanas.
5. Orem bastante.

TREINAMENTO

21
Providencie uma cópia para cada líder com a introdução do módulo e a lição a ser ministrada.
22
Essa organização está sendo feita porque temos quatro grupo sendo treinados, mas caso sua
realidade seja outra dê 15 dias pros líderes se prepararem e pronto.

33
As Funções de um Discipulador23
O disicpulador exercem muitas funções no grupo. Poderíamos fazer uma
lista de doze ou mais funções que o disicpulador exerce no decorrer de vários
períodos de ensino. Assim, focalizamos três funções especialmente importantes.
Talvez a função mais importante que um discipulador desempenha é a de
amigo do alunos. Não estamos falando sobre um relacionamento íntimo como o
de colegas de turma. Estamos enfatizando o relacionamento pessoal de cuidado,
de amor, que é tão importante para que as pessoas possam comunicar-se e crescer
juntas. Lembre-se, por um momento, de todos aqueles que se dispuseram a
investir na sua vida espiritual ou até na área do conhecimento. Procure pensar em
um ou dois professores específicos que você considerava amigos. Temos feito esta
sugestão a muitas pessoas e ouvido declarações como estas:
— "Tínhamos oportunidade de conhecê-los fora da sala de aula."
— "D..............sempre nos chamava pelo nome."
— "Algumas vezes, o Prof.............. vinha à nossa casa para me visitar e à
minha família."
— "Sempre estavam atentos ao que nós dizíamos."
— "Eles se interessavam por aquilo que a gente também achava
interessante."
Temos certeza de que você poderia acrescentar à lista suas próprias
observações. A maioria dos alunos que terminam o segundo grau e a faculdade
teve mais de duzentos professores. Que tragédia seria se alguns desses professores
não fossem lembrados como amigos!
O ponto importante aqui é que todos nós temos oportunidade de sermos
lembrados pelos integrantes do grupo como seus amigos, mesmo após terem
esquecido as matérias que ensinamos. Deus tem sempre atuado e falado através
de pessoas. No Pequeno Grupo, somos as pessoas através das quais Deus fala a
meninos e meninas, a homens e mulheres.
Outra função importante é a do discipulador como intérprete. Eles servem
muito melhor como intérpretes do que como transmissores. O transmissor envia
mensagem numa só direção, da fonte ao receptor. O problema deste tipo de
comunicação é que o êxito recai nas mãos do receptor. Ele é quem decide se vai
ligar ou não, se vai mudar de faixa, ou se aumenta ou diminui o volume. Nossas
observações têm confirmado que, às vezes, aquilo que parece problema de
TREINAMENTO

disciplina é exemplo de alunos que estão mudando de faixa ou se desligando de


discipuladores transmissores.
Assim, o discipulador será muito mais eficaz como intérprete, porque facilita
a comunicação entre pessoas. O intérprete tem de escutar muito cuidadosamente.
Tem de conhecer bem as línguas, os marcos de referência e a experiência de
ambas as partes. É isto que é necessário na igreja: discipuladores que escutem, que
conheçam tanto o mundo da igreja quanto o mundo da ovelha. Se os
discipuladores servirem mais como intérpretes, descobrirão que os integrantes do
grupo se envolverão muito mais na aprendizagem e se sentirão mais motivados.

23
Texto adaptado de: GRIGGS, Professor Eficaz. p. 7-10.

34
A terceira função, muito importante, do professor, é que continue a ser
aprendiz. O discipulador humilde conseguirá crescer muito mais do que aqueles
que pensam que já adquiriram muito conhecimento, afinal discipular, como já
dissemos, não se trata de uma troca de conhecimento mas de um
acompanhamento de vida juntos rumando para Cristo. “Ou você está verde e
crescendo ou está maduro e apodrecendo”.24
Quando os discipuladores são amigos, intérpretes e aprendizes, então quase
podemos garantir que ensino e aprendizagem serão estimulantes e gratificantes
para mestres e ovelhas.

TREINAMENTO

24
HUNTER, Um Líder Servidor. p. 71.

35
Ouvindo as Aulas
Encontro 11-13

Esboço:
• Ouvindo as Aulas
• Pontos de Avaliação
• Formas de Retorno
• Encorajamento

1. Ouvindo as Aulas
Primeiro, está lição é exclusiva do professor, forneça-a aos alunos só depois
dela ter acontecido. Certamente ouvir uma aula de pessoas que estão começando
a serem líderes de grupo é momento constrangedor para os novos líderes,
principalmente se o você, professor, for alguém experiente e respeitado na função
de ensino de sua igreja. Sendo assim é muito importante que todas as medidas
possíveis sejam tomadas para diminuir a sensação de avaliação, eis algumas dicas:
• Se precisar anotar alguma coisa, seja o máximo discreto possível.
• Sorria sempre.
• Não compare as apresentações dos diferentes grupos, caso haja mais de
uma.
• Não se sente longe do grupo, participe da aula, faça comentários, mas
deixe eles conduzirem a aula.
• Se preocupe em notar mais os pontos positivos do que os negativos, foque-
se nisso.
• Em hipótese alguma trabalhe com nota.
Sabendo disso, permita que cada grupo se apresente, ajudando a
experiência o menos traumática possível. Mas, mesmo que alguns contestem a
necessidade de não dar essa aula, seja firme, pois algumas questões bem
elementares podem ser corrigidas rapidamente com apenas um aula e isso também
ajudará a você a enxergar que ponto precisará trabalhar em cada líder.

2. Pontos de Avaliação
Durante a(s) apresentação(ões) do grupo(s) fique atento aos seguintes
TREINAMENTO

pontos:
• Horário de início e término, dentro do combinado? Ideais? Aula foi muito
longa? Os líderes foram pontuais? Se precisava de organização prévia para
alguma atividade, chegaram antes?
• Entrosamento, como os líderes interagiram durante a apresentação? Os
que não eram responsáveis ajudaram? Ajudaram além da conta? Ficaram
totalmente calados? A participação dos outros lideres enriqueceram a aula?
Algum líder tomou a aula do outro?
• Preparação, estudaram bem a lição antes de ministrar? Orou por ela?
Gastou tempo meditando nas idéias? Leu o conteúdo mais de uma vez?

36
Estavam seguros na apresentação? Presos ao papel? Bolaram dinâmicas
para enriquecer o assunto?
• Desenvoltura, falou com calma? Lento de mais? Rápido de mais? Procurou
valorizar a opinião das outras pessoas? Perguntou bastante? Foi
empolgante ou entediante, por quê? Manteve-se no assunto? Gesticulou
bem? Olhou nos olhos de todos ou deu aula pra uma só pessoa?

3. Formas de Retorno
Visando ajudar os integrantes antes de fazer as considerações sobre as aulas
apresentadas dêem três opções de retorno aos líderes:
1. Avaliação individual – o professor dá o retorno reservadamente a cada
líder, do trio, que se apresentou.
2. Avaliação da liderança – o professor dá retorno ao trio reservadamente,
sem a participação do grupo.
3. Avaliação aberta – o professor dá o retorno na frente do grupo (de
líderes) todo.
Obviamente a 3 opção é preferível, por mais que seja a que mais expõe,
pois permite que todos possam aprender juntos, no entanto queremos, mesmo
assim, dar essa oportunidade de escolha.

4. Encorajamento
Antes de dar o retorno converse com os líderes. Pergunte como estão hoje?
Como foi o dia e a semana deles? Como foi o processo de preparação da aula?
Como eles mesmos se viram dando aula?
Comece fazendo as seguintes considerações:
• Nenhum professor experiente começou dominando sua área.
• A sensação e desenvoltura no grupo é mais tranqüila pois a diferença de
conhecimento de líder pra liderado é maior, tornando a aula mais
interessante aos ouvintes.
• Não é fácil dar aula para outros líderes.
• Não podemos exigir muito de quem ainda não praticou.
Encoraje antes de dizer os pontos a serem melhorados (nunca defeitos),
procure ressaltar cada pequeno detalhe que os líderes acertaram, seja criativo e
bondoso. Também não é necessário dizer todos os defeitos, apenas os mais graves
TREINAMENTO

e gerais, aqueles que sumiram com a experiência não precisam de muita ênfase.
Diga os pontos que você notou e converse com os líderes, não seja taxativo, esteja
aberto a sugestões e questionamentos. Estamos todos juntos no mesmo objetivo e
não numa competição.

37
A Lista dos Integrantes e o Convite
Encontro 14-15

Esboço:
• Lista do Grupo e Novas Sugestões
• Discussão dos nomes
• Convidando um possível integrante

1. Possíveis Integrantes
Estes últimos encontros serão bem práticos. Durante todo o curso tivemos
tempo para pensar em vários nomes de possíveis integrantes para participarem da
proposta. Escrevam em um quadro todos os nomes que os líderes pensaram, sem
fazer qualquer seleção. Após todos os nomes terem sido colocados, se esforcem e
pensem em pessoas que podem ter sido esquecidas.
Na lista de nomes precisamos muito ter cuidado em não sermos
precipitados. Na ânsia de colocar muitos nomes, precisamos ter cuidado para não
“queimar cartuchos” convidando alguém que ainda não está pronto para assumir
o compromisso, gerando um problema pro grupo, para os líderes e para a própria
pessoa. Discutam que tipos de pessoas talvez não devessem entrar na proposta
ainda.

2. Discussão dos Nomes


Caso a procura seja maior do que a oferta, atente bem para esse ponto,
mas caso a proposta já esteja sendo multiplicada a ponto de abraçar todas as
pessoas que desejarem participar de um grupo (dentro do público alvo), então
pule para o ponto 3.
Após todos os nomes estarem no quadro, independente do número,
comecem a peneirar as pessoas de acordo com os pré-requisitos dos encontros 8 e
9. Vendo quais são as pessoas mais estratégicas para participarem do grupo. As
peneiras podem ser as mais variadas:
• Idade
• Sexo
• Membro da Igreja ou Freqüentador
• Experiência anterior com outro pequeno grupo ou não
TREINAMENTO

• Crente ou Descrente
• Pessoas firmes ou na periferia
Após ver que tipo de peneiras devem ser priorizadas, passe agora para a
discussão nome a nome, caso o número de pessoas ainda seja muito grande. Não
se preocupe em ser definitivo. Nessa discussão, converse com o grupo algumas
informações que sejam relevantes para inclusão ou exclusão da pessoa no grupo.
Algumas vezes não será possível englobar todos que gostaríamos, é uma situação
bastante chata, porém é melhor investir em alguns do que não investir.
Se ainda assim tive nomes de mais, faça uma lista de espera, por quê?
Porque se alguns da lista definitiva recusarem o convite ou desistirem no primeiro
módulo alguém da lista de espera poderá ser chamado. Porém, não é bom que

38
entre mais ninguém após o início do 2º módulo. E também na faça uma lista de
espera muito grande, afinal a desistência dificilmente é tão grande assim. Cuidado
para não criar expectativas, então, não diga aos nomes da lista de espera que
existe a possibilidade deles entrarem. Vá para o ponto 4!

3. Dividindo os Grupos
Que bom! Podemos formar mais de um grupo! Mas que critérios devem,
ser utilizados para dividir as pessoas? Vejamos a seguir:
1º Afinidade – separe os integrantes entre os líderes por nível de afinidade,
o líder que tiver mais afinidade com o futuro discípulo “ganha”. Caso algum
integrante tenha afinidade com líderes de grupos diferentes, procurem um
consenso equilibrado.
2º Equilíbrio – procure dividir os adolescentes mais problemáticos e o mais
tranqüilos, igualmente entre os grupos.
3º Irmãos – não é interessante que irmãos fiquem juntos, a não ser que seja
essencial para que os dois(duas) participem. Porém se eles não se entenderem bem
é melhor pegar um só. O outro fica pra próxima oportunidade (é bom explicar ao
que vai ficar de fora que o irmão(ã) foi escolhido porque precisa mais).
4° Grupinhos – não se preocupe em separar as panelinhas já formadas de
amizades. Porque mesmo que separemos, outras se formarão talvez ainda mais
fortes.
5º Desafios – os adolescentes problemáticos, ou desafios, devem ser
escolhidos com firme convicção de fazer a diferença na vida deles, entendendo o
desafio que está à frente. Para melhor visualizar esses casos, é preciso haver um
compartilhar de experiências, dos líderes, vividas com esse adolescente mas
lembrando de manter um alto sigilo sobre as informações ali relatadas.

4. Convidando um Possível Integrante


Agora que a lista está pronta, mãos à obra. Distribua os integrantes entre os
líderes (se possível já aplicando aquela idéia de “pai e filho”, página 7) e convide-
os para fazerem parte da proposta. Que assuntos devem ser abordados nesta
conversa.
• O que é um Pequeno Grupo de Discipulado
• Quem são os líderes
• Um resumo do programa do curso
TREINAMENTO

• A disponibilidade de tempo, para o dia marcado


• Compromisso de mais ou menos 2 anos
Para agilizar os convites, é bom que os líderes se dividam e convidem no
domingo, e se possível marquem com algumas pessoas uma visita e façam o
convite.

Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Abram os olhos, procurem novas pessoas que podem ter escapado da
triagem.
3. Orem especificamente por cada integrante da lista.

39
4. Convide o maior número possível de integrantes da lista.

TREINAMENTO

40
Ajustes Finais
Encontro 16-17

Esboço:
• Discussão Prática

1. Discussão
Nesta reunião, discuta o andamento dos convites dos líderes dos grupos.
Remanejem os integrantes entre os grupos (caso haja mais de um), de acordo com
a necessidade de cada pessoa, agora é bom manter a divisão inicial o máximo
possível.
Alguns integrantes da lista recusaram o convite, outros terem
impossibilidades ao dia marcado, outros ao horário, mas não se preocupe, tente
abraçar o maior número possível. O que não conseguirem, descansem, há tempo
para tudo.

2. Iniciando o Grupo
Tenham tantas reuniões quanto forem necessárias para checar que todos
foram convidados e as respostas dos convidados. Depois que os grupos estiverem
definidos, é respirar fundo e começar! Liguem para todos os integrantes e
marquem o primeiro encontro, dando início ao Pequeno Grupo com o primeiro
módulo: Entrosamento.
Deus os abençoe!

TREINAMENTO

41
BiBliografia
1. BARBOSA, Ricardo e STEUERNAGEL, Valdir R., Nova Liderança: Paradigmas de
Liderança em Tempo de Crise, Curitiba: Encontro, 2003.

2. BURKHALTER, Frank E., Como Ganhar os Adolescentes, Rio de Janeiro: Juverp,


1984.

3. CHAMPLIM, Russel Norman, O Novo Testamento Interpretado Versículo por


Versículo, São Paulo: Milenium, 1983.

4. DUNCAN, Ricardo, Passo a Passo, Manual do Professor, São Paulo: Editora


Sepal, 1990.

5. ELMASIAN, Eduardo, O Desafio de Fazer Discípulos, Belo Horizonte: Editora


Betânia 1993.

6. GRIGGS, Donald, Manual do Professor Eficaz, São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

7. HENDRICKS, Howard, Discipulado – O Caminho para Firmar o Caráter Cristão,


Belo Horizonte: Editora Betânia, 2005.

8. HUNTER, James C., Como se Tornar um Líder Servidor, Rio de Janeiro: Editora
Sextante, 2006.

9. http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/socrates/
metodosocratico.htm 21/02/08

TREINAMENTO

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