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1.1 Ore
A primeira coisa que você deve fazer antes de começar o processo de
multiplicação de liderança é orar. Ore a Deus por esse desejo de ajudar as pessoas
a crescerem na fé através do trabalho a ser desenvolvido. Ore pelos líderes que
serão convidados, ore pelas pessoas que farão parte do grupo, não se preocupe
em ter pessoas específicas em mente, apenas ore, pedindo a completa orientação
TREINAMENTO
de Deus.
Orar é imprescindível! Temos a tendência de orar somente por praxe,
porque nos acostumamos a orar, procure enxergar a oração como uma ação de
completa entrega a Deus e reconhecimento de nossa dependência dEle, para fazer
algo cujo crescimento é responsabilidade dEle. Foque-se no objetivo e não na
prática em si. “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu,
nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” [Jo 15:5]. “Eu
plantei, e Apolo regou a planta, mas foi Deus quem a fez crescer.” [I Co 3:6].
1
1.2 Procure Líderes em Potencial
Após um bom período de oração comece a procurar na sua igreja pessoas
que possam liderar um grupo junto com você. O ideal é que em cada grupo tenha,
no mínimo, 3 líderes, assim o grupo dificilmente não se reunirá por alguma
dificuldade de um dos líderes, sem falar que assim serão mais cabeças pensando
nas importantes e difíceis decisões de direcionamento do grupo e da vida de seus
integrantes.
Procure pessoas que não sejam muito novas na fé, seguindo o preceito
bíblico, “não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na
condenação do diabo” [I Tm 3:6].1 Procure pessoas que tenham o perfil da faixa
etária que deseja trabalhar, quanto mais jovem for o grupo mais dinâmicas devem
ser as pessoas. Não se preocupe em achar pessoas altamente capazes, mas procure
pessoas disponíveis para esse tipo de trabalho e que estejam dispostas a investirem
pesado na vida dos integrantes do grupo.
Líderes não são pessoas que sabem muito da Bíblia ou que são
proeminentes em suas igrejas. Segundo a Bíblia líderes são pessoas dispostas a
servir. “Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o
menor; e aquele que dirige seja como o que serve.” [Lc 22:26]. O maior, o líder é
aquele que está mais disposto a servir, não importa quantos anos tenha, ou a
disponibilidade de tempo2. Líderes antigos têm todos os seus costumes, procure
pessoas humildes e dispostas a aprender.
1 Essa orientação é dada em Timóteo falando sobre os presbíteros, porém o princípio é válido para
qualquer liderança. Obviamente que as exigências para com um presbítero devem ser maiores, por
isso não devemos exigir anos de conversão do líder em questão, mas sim um cristão um pouco
maduro e disposto a buscar mais a Deus.
2
Também não seremos infantis a ponto de achar que pessoas completamente sem tempo poderão
ingressar nessa proposta e fazê-la da forma adequada. Porém muitas vezes se trata apenas de uma
melhor organização do tempo, em termos de prioridade. Mais na frente falaremos sobre a
disponibilidade do líder e as necessidades do grupo.
3 A proposta de forma resumida.
2
mais gosta, mas procure trabalhar com as pessoas que Deus quer que você
trabalhe.
TREINAMENTO
3
Apresentando a Proposta
Encontro 01-02
Esboço:
• Tempo de Treinamento
• Valores dos Líderes
• Sistema de Adoção
• Freqüência das Reuniões
1. Tempo de Treinamento
O tempo de treinamento, médio, é de 4 meses. Mas esse tempo depende
da unidade e da disposição dos líderes, podendo ser mais ou menos. Abordaremos
neste treinamento os seguintes assuntos: valores dos líderes, o que é discipulado, o
currículo do curso, sistema de funcionamento do curso, como ministrar uma aula,
convocação dos liderados e etc.
4
discernir os pensamentos e propósitos do coração.” [Hb 4:12] e por isso
precisamos estar aptos para usá-la da forma adequada e com sabedoria: “Procura
apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” [II Tm 2:15]. Não é
necessário que você saiba responder todas as questões que contém na Bíblia, mais
importante do que o conhecimento é a vivência da Palavra! Por isso se preocupe
em continuar crescendo e as respostas virão com tempo e com o estudo.
Empenhe-se na sua vida espiritual e conte com os outros líderes nessa luta. É certo
que o grupo passará por momentos difíceis, que os líderes passarão por problemas
complicados, mas para isso precisamos estar firmes com Deus para suportar os
momentos de abalo.
5
dificuldades, orarmos juntos, traçar linhas de estratégia, discutir
questões e etc.4
C) Unidade da Liderança
Os líderes devem, a partir deste momento, começarem a buscar uma
unidade entre si. A si olharem como membros interdependentes. Desenvolva uma
amizade com os outros líderes, todos estão se dispondo a ter uma caminhada de
quase 2 anos pela frente, se não houver essa unidade outros problemas menores
poderão minar o grupo.
Comece a trabalhar diante de Deus o seu coração. Peça que Deus o
amoleça e o prepare para se abrir um pouco mais para aqueles que estão
pretendendo liderar junto com você. É claro que essa unidade e essa cumplicidade
não vai acontecer na noite para o dia, mas a primeira coisa a fazer é estar mais
aberto a essas novas pessoas na sua vida.
Uma liderança coesa é essencial em vários aspectos. Primeiro, porque
nenhum líder terá a sensação de estar só. Segundo, os integrantes do futuro grupo
facilmente notarão essa unidade e a verão como um exemplo genuíno de amizade
sincera. Terceiro, líderes unidos têm suas autoridades mantidas, pois estão sempre
falando os mesmos ideais, assim como um pai e uma mãe que respeitam a decisão
do outro. Quarto, decisões colegiadas geram muito menos erros e maior
capacidade de análise dos fatos e acontecimentos que surgirão no grupo. Existem
várias outras razões óbvias para se cultivar a unidade da liderança, mas que vocês
é que descobrirão mais tarde.
Disponha-se a servir aos outros líderes, faça coisas por eles que antes talvez
você não fizesse. Importe-se com aquela pessoa, porque dificilmente seremos
ouvidos ou considerados se primeiro não nos preocuparmos com a outra pessoa,
se não mostramos nosso cuidado com ela. Se como liderança não conseguirmos
uma unidade cristã, não podemos esperar nunca que os nossos liderados alcancem
esse patamar. Esse é o princípio explícito em I Timóteo 3:5. Cultive o amor!
3. Sistema de Adoção
O grupo deve ter no máximo 20 pessoas, para que o cuidado individual
possa acontecer. Se quebrarmos essa regra na ânsia de abranger um maior número
de pessoas acabaremos fazendo um trabalho mais superficial, sem ter acesso às
peculiaridades da vida de cada um durante o grupo.
TREINAMENTO
4
Pode ser que o programa na sua igreja ainda não tenha chegado num nível de precisar de pessoas
preocupadas apenas com o andamento dos grupos: supervisores. Se esse for o caso ignore esse
item.
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Visando melhorar essa interação e esse cuidado elaboramos o sistema de
adoção. O sistema funciona da seguinte forma. Os integrantes são divididos entre
os líderes em número igual, os integrantes que ficarem sobre sua responsabilidade
serão seus “filhos”. É de sua responsabilidade lembrar e elaborar algum agrado no
aniversário dele(a), você quem deve saber por que ele não foi a uma determinada
reunião, se ele fizer algo de errado é sua responsabilidade ir exortá-lo(a), é sua
responsabilidade conquistar o coração do liderado e fazer com que sua voz seja
uma voz diferenciada na vida dele. Porém os liderados não sabem formalmente
quem são os pais, isso deve ser feito de tal forma que fique claro através do
cuidado do líder em questão para com ele.
Essa tarefa é difícil porque algumas das pessoas que serão seus filhos, são
pessoas com quem ainda não desenvolvemos nenhum tipo de intimidade. Assim,
como pessoas mais maduras na fé, devemos nos dispor para irmos até essas
pessoas para ajudá-las.
Apesar da divisão inicial dos nomes dos liderados, entre os líderes (que
ocorrerá no fim do treinamento), pode ser que no decorrer do curso alguns filhos
troquem de pais devido às circunstâncias. Caso isso aconteça, não tem problema,
troque, o objetivo é cuidar deles. Porém, lembre-se: essa divisão não impede de
ministrarmos na vida dos nossos “sobrinhos” caso surja uma oportunidade. Caso o
“pai” daquele discípulo não esteja disponível, não devemos hesitar em cuidar dele.
Porém, quanto mais for dividida a tarefa melhor para todos.
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5. Slides
Sempre colocaremos os slides que foram utilizados no curso no final das
lições. Tanto para os líderes em treinamento poderem relembrar o que foi dito
quanto para orientar aqueles que estão treinando líderes em suas igrejas.
TREINAMENTO
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TREINAMENTO
Discipulando
Encontro 03-04
Esboço:
• Definindo Discipulado
• A Importância do Discipulado
• Como é o Discipulador?
• Dificuldades do Discipulado
1. Definindo Discipulado
1.1 Transmissão de Vida
Quando falamos: discipulado, algumas idéias nos vêm à cabeça: alguém
aprendendo com um mestre, um dos propósitos da nossa vida, estudos em
grupo... Certamente o discipulado é muito mais abrangente do que essas idéias,
porém existe um fruto do discipulado que é essencial: transformação de vida!
Quando passamos por um discipulado, de qualquer natureza (considerando que
discipulado significa formar discípulo de alguém, seja para bem ou para o mal),
nossa vida certamente é modificada. Um bom exemplo de discipulado é a vida dos
cidadãos de Esparta (Roma Antiga). Desde pequeno os homens eram ensinados a
viver para a guerra. Aos sete anos de idade o menino era tirado da mãe para ser
treinado e começava a aprender os valores pelos quais viveria e morreria. O
resultado de um treinamento e discipulado tão intenso nada mais foi do que
homens altamente treinados para a guerra, tornando Esparta um exemplo em
táticas bélicas para outros povos.
Sabendo disso, leia essa afirmação:
“Discipulado é transmissão de vida e não de conhecimento”.
Se pensarmos que o simples fato de termos o conhecimento sobre um
determinado assunto é suficiente, então estaremos incentivando a hipocrisia. O
discipulado é um processo pelo qual um aprende com o outro a forma certa de
viver. Existe um abismo entre a retenção de um ensinamento e sua completa
aplicação. A maioria dos crentes ouve um sermão por semana, mas três ou quatro
dias após o sermão muitos já esqueceram qual foi o assunto tratado no domingo!
Porém no momento que decidimos colocar em prática o sermão, este pode ficar
nas nossas cabeças e corações por anos.
TREINAMENTO
5
Gráficos retirados de: DUNCAN, Ricardo, Passo a Passo, Manual do Professor, São Paulo: Editora
Sepal, 1990. p. 22.
10
O que os gráficos nos ensinam é que geralmente o conhecimento se torna
muito mais elevado que a prática e como conseqüência produz um profundo
sentimento de frustração e culpa com o passar do tempo. Para diminuir ou
prevenir essa frustração que o discipulado existe, ajudando as pessoas a igualar o
conhecimento à prática o máximo possível.
Aprender a viver é aprender a colocar em prática o nosso conhecimento.
2. A Importância do Discipulado
2.1 A Grande Comissão
Para entendermos a importância do discipulado em nossas vidas precisamos
estudar um texto que nos ensina alguns dos propósitos para nossas vidas e para
igreja.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século.” [Mt 28:19-20]
Existe uma série de detalhes que precisamos enxergar no texto. Primeiro
TREINAMENTO
esse “ide” no grego é um verbo que indica uma ação completamente terminada,
ou seja, a ordem de Jesus para cumprirmos a Grande Comissão é algo tão forte
que Ele coloca como uma ação já cumprida. Não é opcional, não há razão para
não irmos ou agirmos.
Segundo, o “portanto” está relacionado com o versículo 18, onde Jesus
afirma ter dado autoridade aos seus discípulos. No momento em que nos tornamos
discípulos de Jesus, recebemos a Sua autoridade como Seus embaixadores para
cumprirmos o que Ele nos manda. Assim sendo, Cristo nos deu autoridade para
anunciar, discipular e batizar.
Terceiro “fazei” é um imperativo. Discipular outras pessoas não é tarefa
de pastor, mas de todo crente em Jesus. Após essa afirmação uma pergunta nos
11
vem à cabeça: então como podemos discipular alguém? Versículo 20 –
“Ensinando-os a guardar todas as coisas que nos tem ordenado (...)” Observe no
texto a palavra central! A palavra central é “discípulos”. “Ide” para quê? Fazer
discípulos. “Batizando” quem? “Os” discípulos. Ensinado quem? “Os” discípulos.
E para finalizar o versículo, Jesus nos consola e nos fortalece para tal missão
dizendo que não estamos só. Jesus sabe que discipular outras pessoas não é uma
tarefa fácil, nem é algo que depende somente de nossos esforços! Afinal, “sem
Ele, nada podemos fazer” João 15:5.
O “mundo evangélico” tende a enfatizar o “ide” como sinônimo de
evangelização, porém, acabamos de ver que a ênfase do texto é o discipulado. Se
não discipularmos a evangelização pára. Veremos isso com mais detalhes adiante.
6
BURKHALTER, Frank E., Como Ganhar os Adolescentes, Rio de Janeiro: Juverp, 1984. p. 123.
7
ELMASIAN, Eduardo, O Desafio de Fazer Discípulos, Belo Horizonte: Editora Betânia 1993. p-29-
41.
12
Imagine que um pai tem uma doença contagiosa e passa para os filhos e
um dos filhos, por sua vez, passa para um amigo. O amigo contagia a família e
assim vai.
É claro que o evangelho não é uma doença, mas investir em outras duas
pessoas para viverem como Cristo produzirá um efeito em cadeia, onde as duas
investirão em mais duas pessoas produzindo o efeito “bola de neve”. Esta
realidade estava muito presente na igreja primitiva, onde cada cristão era um
embaixador do evangelho, em cada lugar que havia um cristão, havia
multiplicação. Quando o império romano tentou perseguir os cristãos em
Jerusalém o que aconteceu foi que o evangelho se difundiu por todo o reino
tornando-se um grande problema. Afinal, quanto mais cristãos eram mortos, mas
cristãos brotavam! O texto de Atos é muito claro, a evangelização e o discipulado
eram muito intensos:
“(...) Naquele dia quase três mil se juntaram ao grupo dos seguidores de
Jesus. E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos,
vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações. Os apóstolos
faziam muitos milagres e maravilhas, e por isso todas as pessoas estavam cheias de
temor. (...) Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas
partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade. Louvavam a
Deus por tudo e eram estimados por todos. E cada dia o Senhor juntava ao grupo
as pessoas que iam sendo salvas.” [Atos 2:41-47]
Discipulado é algo contagiante. A grande maioria das pessoas que passaram
por um discipulado tem o desejo de que essa mesma benção aconteça na vida dos
outros.
No momento em que não investimos em discípulos, nossa evangelização
pára, pois os novos convertidos não aprenderam a reproduzir aquilo que fizemos
TREINAMENTO
com ele. Pessoas vão se convertendo, mas não são ensinadas a evangelizar assim
como elas foram um dia evangelizadas. E como vamos ensinar a evangelizar?
Discipulando!
13
3. Como é o Discipulador?
3.1 Aos olhos de Deus8
A) Inconsciente do Agir de Deus
A Bíblia nos ensina que aqueles que desejam ser líderes devem estar
dispostos a servir aos outros (Mc 10:43-44), por isso, no momento que decidimos
investir na vida de alguém nos tornamos seu líder.
Muitos de nós já ouvimos: “É Deus quem chama e é Deus quem prepara”.
A soberania de Deus nos torna frágeis e inconscientes do Seu plano. Os lideres são
pessoas que não conseguem perceber a plenitude da ação de Deus, somos
colocados em várias situações difíceis e diferentes, aprendemos novos valores mas
não sabemos aonde esse conjunto de coisas nos levará.
O plano de Deus é como um quebra-cabeça onde todas as peças são
diferentes, porém o conjunto final é harmonioso e bonito. Até o quebra-cabeça
começar a ser montado vemos apenas peças desconexas. As situações que
passamos são peças que Deus pouco a pouco vai encaixando.
Não se preocupe em entender mas em obedecer porque o entendimento
virá depois. Um bebê não entende porque não deve colocar o dedo na tomada,
porém será muito feliz se obedecer. Não se preocupe com seu futuro, se preocupe
em obedecer no presente.
Um ótimo exemplo de um líder inconsciente do agir de Deus é José. Ele
começou sua história como um filho querido que teve um sonho que não sabia
bem aonde o levaria. Foi vendido como escravo, preso e esquecido até o dia em
que interpretou o sonho do Faraó tornando-se o segundo homem do Egito. José
não sabia que iria ser líder. Deus o estava preparando sem que ele soubesse e sua
única obrigação era manter-se firme no Senhor. Deus foi lhe dando as peças e
quando o quebra-cabeça já estava quase completo foi que ele percebeu que Deus
estava coordenando toda a sua vida e por isso afirma: “É verdade que vocês
planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem para
fazer o que hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente.” (Gn 50:20).
O que o levou a tal afirmação? Deus tinha feito tudo de propósito para poder
salvar o povo9 de Deus da fome.
aprendemos da forma como Deus sabe nos ensinar e segundo porque “Na igreja
de Cristo não há ninguém tão pobre que não possa compartilhar conosco algo de
valor”11. O processo só se completará ao atingirmos a perfeição, como tal
realidade nunca acontecerá, estaremos sempre inacabados.
8
Tópico retirado e adaptado de: BARBOSA, Ricardo e STEUERNAGEL, Valdir R., Nova Liderança:
Paradigmas de Liderança em Tempo de Crise, Curitiba: Encontro, 2003. p. 45-47.
9
O povo de Israel ainda não existia, mas a família de Isaque era o princípio.
10
HUNTER, James C., Como se Tornar um Líder Servidor, Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2006.
p. 71.
11
João Calvino.
14
É importante sabermos que estamos inacabados porque só assim nos
manteremos sempre humildes e prontos para aprender novas lições e perspectivas
que Deus quer nos ensinar. Veja o versículo em que essa realidade se baseia – “O
orgulhoso acaba sendo humilhado, mas quem é humilde será respeitado.” (Pv
29:23). Por isso não espere ficar pronto, totalmente preparado, para começar, pois
esse dia nunca chegará. Podemos ser tomados pelo medo e pela insegurança,
porém nos agarremos na promessa de Jesus que disse que estaria conosco todos os
dias.
e eles comeram. Então saiu, e foi com Elias, e ficou trabalhando como seu
ajudante.” [I Reis 19:19-21]
Primeiro, Elias foi pró-ativo! Elias foi até Eliseu e colocou o manto sobre
ele. No momento que dizemos a alguém que estamos dispostos a discipulá-lo, a
ponte começa a ser construída! É muito mais fácil para o líder convidar ou iniciar o
processo de discipulado do que esperar que o discípulo o chame para tutorá-lo.
Muitos pensam que estão longe de estarem na posição de discipular outrem porém
nossas experiências diante de Deus são uma das melhores ferramentas para
12
Tópico retirado e adaptado de: HENDRICKS, Howard, Discipulado – O Caminho para Firmar o
Caráter Cristão, Belo Horizonte: Editora Betânia, 2005. p. 97-101.
15
discipular, afinal vimos que o discipulado acontece através do exemplo. Não
precisamos ser teólogos ou pastores para discipular. Partilhar o que aprendemos
com Deus é muita coisa para alguém que ainda não tem muitas experiências com
Ele.
Lembre-se, discipular não significa saber tirar todas as dúvidas ou saber o
que fazer em todas as situações, ou você acha que os líderes mais famosos não
passam por essas situações? Discipular é ajudar outra pessoa a ser mais parecida
com Jesus Cristo.
Segundo, na época de Elias não havia livros, cursos, workshops ou
igrejas, a maior fonte de aprendizado de Eliseu foi a vida de Elias. Quando nos
preocupamos em ser cristãos autênticos estamos dando um simples e grande passo
para sermos discipuladores eficazes. A imitação é o meio inconsciente mais
utilizado no aprendizado. É através do nosso caráter que mais iremos influenciar as
outras pessoas.
Terceiro, nada disso acontecerá se não formos disponíveis. Elias se dispôs
para que Eliseu aprendesse com ele. Eles passaram por algumas experiências juntos
(O assassínio de Nabote – I Rs 21:17-29; A exortação a Acazias que queria
consultar deuses filisteus – 2 Rs 1:1-17) e creio que Elias dedicou atenção especial
a Eliseu para discipulá-lo corretamente. Nunca será possível discipular se não
13
tivermos tempo para as pessoas.
Hoje somos levados a ter uma
rotina cheia atividades como:
faculdade, trabalho, cursos, lazer,
família e etc. Permita-me contar
um pensamento de um amigo. Este
homem trabalha na área de
informática, ele é o dono de uma pequena empresa e por estar crescendo isso lhe
toma muito tempo. Sendo assim, conversando com outros líderes ele disse: “Não
tenho dado tempo para Deus, como Ele merece. Pois para minha empresa estou
dando mais do que 8 horas, ou seja, dou a Deus o que sobra!”
A forma como preenchemos nosso tempo tem sido um dos maiores
empecilhos para servirmos a Deus como se deve. Colocamos nossos desejos ou
carreira acima do nosso compromisso com Deus. Repense seu tempo à luz da
Bíblia: "O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida
verdadeira?” (Mc 8:36).
TREINAMENTO
13
Imagem retirada de: DUNCAN, Passo a Passo, p. 116.
16
Prepare-se para dar o seu melhor sem criar expectativas do resultado. Nossas
decepções podem ser com pequenas atitudes como: pecado, decisões erradas e
etc. Ou frutos de grandes atitudes: alguns discípulos podem se desviar ou até se
tornar nossos inimigos!
Sobre o resultado do discipulado Duncan nos diz:
“Tenho utilizado vários métodos de discipulado com diversos resultados.
Estou aprendendo e tentando conscientizar-me de que nem todos os
participantes de um programa de discipulado se tornam bons discípulos. O
que se entende por um ótimo resultado num ministério de discipulado? O
que é sucesso?Vamos supor que eu discipule um grupo de 10 pessoas que
se dizem interessadas em crescer espiritualmente e desejam encontrar-se
comigo regularmente. Se eu os colocasse como participantes de um dos
métodos a longo ou curto prazo, ou mesmo deste manual poderia afirmar a
mim mesmo que teria alcançado sucesso se, no final”14
Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Em que você acha que essa lição foi útil para o seu desempenho como líder
de pequeno grupo.
3. Que características do Discipulador você enxerga em você e o que pode ser
feito para que elas se evidenciem? Quais são seus maiores obstáculos?
14
DUNCAN, Passo a Passo, p. 30-31.
17
5. Slides
TREINAMENTO
18
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TREINAMENTO
O Currículo do Curso
Encontro 05-06
Esboço:
• Os 7 Módulos
• Pausas
• Paradas Estratégicas
1. Os 7 Módulos
O grupo passará por 7 módulos que têm o intuito de preparar os
integrantes do grupo para terem uma vida espiritual saudável, ou seja, visamos
muni-los com doutrinas e práticas essenciais para a vida cristã. Um detalhamento
maior do currículo pode ser encontrado na Apostila do Curso. Sinta-se livre para
elaborar outras atividades e lições, além das propostas na apostila. Contanto que
pensem bem na nova proposta e executem-na com excelência. Os módulos são:
1) Entrosamento
Duração Média: 2 Meses
Propósito: Quebrar a barreira do desconhecimento inicial dos integrantes
do grupo, visando proporcionar apenas conhecimento superficial. Neste módulo
utilizamos dinâmicas, passeios e outras atividades para atingir tal objetivo.
Atividades Práticas: todas são.
2) Evangelismo
Duração: 3 meses
Propósito: O módulo se divide em duas fases, na primeira o objetivo é
evangelizar aqueles que ainda não conhecem a Jesus, e na segunda visamos
instruir os integrantes sobre: como testemunhar, como utilizar o livro Conhecendo
as Verdades da Fé Cristã – Sérgio Lyra15, o porquê da evangelização e etc.
Atividades Práticas Sugeridas: um lual evangelístico no meio do módulo
para os integrantes do grupo (com testemunhos de diferentes tipos de conversão –
processual, na infância, pessoa do mundo para igreja e etc.) e o outro no fim do
módulo para os amigos descrentes dos integrantes.
TREINAMENTO
3) Oração
Duração: 3,5 meses
Propósito: Prepará-los em questões básicas e bíblicas de oração. Ensinando-
os a necessidade constante de oração e como fazer.
Atividade Prática Sugerida: Um mini-acampamento de uma noite, tendo em
sua programação uma vigília bem dinâmica.
15
Material produzido pela Primeira Igreja Presbiteriana de Casa Caiada:
www.comunidadeamiga.com.br.
20
4) Espírito Santo
Duração: 2 meses
Propósito: mostrá-los quem é a pessoa do Espírito Santo, seus atributos,
qualidades e como Ele se relaciona conosco. Mostrando a importância de uma
intensa dependência e íntimo relacionamento com Ele.
Atividade Prática Sugerida: Lista 10 experiências pessoais com o Espírito
Santo.
5) Estudo da Bíblia
Duração: 4 meses
Propósito: ensiná-los regras e métodos básicos de interpretação das
Escrituras, assim como introduzir um método de como adquirir o hábito
progressivo de leitura da Bíblia.
Atividade Prática: Separar o grupo entre os líderes e passarem algumas
reuniões estudando um/alguns livro(s) da Bíblia juntos.
6) Namoro
Esse módulo é mais específico para adolescentes, por isso pode ser que seu
grupo pare no 5º módulo. Também nos preocupamos em fazer duas versões do
sexto e sétimo módulos, uma masculina e outra feminina. Algumas aulas são
comuns, mas outras são completamente diferentes. Sinta-se à vontade de utilizar
o nosso material segundo a necessidade do grupo.
Duração: 3 meses
Propósito: Falar sobre o namoro cristão, como incentivá-lo cultivá-lo e
honrá-lo.
Atividade Prática, sugestão: Discussão do filme: “Licença para Casar”.
7) Sexualidade
Devido à necessidade de nossa época ousamos e elaboramos um módulo
exclusivo para tratar a sexualidade cristã.
Duração: 2,5 meses
Propósito: Ensinar sobre sexualidade, firmar valores bíblicos e fornecer
estratégias para se manter puro sexualmente.
Atividade Prática: a vida.
TREINAMENTO
21
3. As Pausas
Entre um módulo e outro é interessante variar um pouquinho, elabore
alguma festa, algum mini-acampamento, algo diferente que não seja uma aula.
Algo saudável e diferente que o grupo tenha prazer em participar. Vamos sugerir
algumas atividades, mais especificamente tipos de festa que podem ser feitas:16
• Festa do chapéu
• Festa a fantasia
• Festa dos anos 70
• Festa chique
• Amigo e/ou Inimigo secreto
• Festa venha como está (onde as pessoa vêm do jeito que estavam quando
receberam o convite da festa)
• Passeio ao Zôo
• Filme na casa de alguém do grupo
Não se limite a essas, crie as suas, ouça as idéias dos seus liderados e faça as
programações da melhor forma possível.
4. Tempo de Curso
Se somarmos os meses de duração dos módulos, contando com as pausas
teríamos 1 ano e 8 meses de curso. Porém a nossa previsão é de 2 anos de curso,
porque 4 meses a mais? Por duas razões. Primeiro, porque prezamos pelo
aprendizado do conteúdo, não priorizando a preocupação de andar com o
programa. É muito mais importante que os integrantes do grupo aprendam o que
estamos querendo ensinar do que conseguirmos terminar o material “em tempo”.
Não tenha medo de atrasar o programa para sedimentar melhor uma idéia.
Contudo cuidado para o grupo não se tronar uma história sem fim.
Segundo, no período de férias pode ser que complique um pouco as
reuniões do grupo, assim como em alguns feriados ou programações da igreja.
Caso os líderes percebam que muitas pessoas faltarão é melhor dar uma parada
até que todos possam voltar a freqüentar as reuniões normalmente. Nessa parada
escolha junto com o grupo o que vocês vão ficar fazendo, podem ser dadas aulas
extras (fora do assunto) ou podem ser elaborados programas recreativos. É melhor
que o grupo se reúna para brincar, conversar ou qualquer outra coisa do que parar
mesmo, pois quando a parada é total alguns perdem o hábito.
TREINAMENTO
Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Discutam o currículo e vejam qual seria a melhor divisão de apresentação
dos módulos.
3. Pensem em outros tipos de pausa.
4. O que você acha da idéia de dar aula? Qual você acredita ser sua maior
dificuldade?
16
Algumas idéias que já tivemos sobre essas possíveis festas está no nosso material de Pausas.
22
5. Slides
TREINAMENTO
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TREINAMENTO
Os Integrantes do Grupo
Encontro 07-08
Esboço:
• Pré-requisitos
• Prioridades
• Aprendendo com Jesus
• Minha Primeira Lista
1. Pré-requisitos
Este encontro tem a finalidade de começar a selecionar os possíveis
integrantes do grupo. Os pré-requisitos para entrar no grupo não são muitos,
porém podem ser diferentes de acordo com o grupo que se deseja formar. Os pré-
requisitos também não são determinantes, mas alguns devem ser encarados como
prioritários. Para alguém fazer parte do grupo, ele precisa:
• Não ter participado de outro grupo de discipulado - como dissemos não
é determinante, pode haver casos de pessoas que precisem passar
novamente pelo grupo, porque não aproveitaram bem a primeira
oportunidade ou algo semelhante.
• Não precisa ser crente - pois o 2º módulo vai evangelizar essa pessoa,
contudo a pessoa pode terminar o grupo sem ter aceitado Jesus no coração,
neste caso depende da ação exclusiva do Espírito Santo, mas enquanto a
pessoa desejar ficar no grupo levando-o a sério, que seja! Geralmente
quando a pessoa não se converte ela acaba saindo do grupo, caso não saia
dê os módulos considerando que todos que estão ali são crentes, pois o
foco é discipulado e não evangelismo.
• Não precisa ser membro da igreja - esse discipulado vai até ajudá-lo a
entender com mais seriedade o processo e as responsabilidades da
membresia.
• Precisa ter algum contato com a nossa igreja – não desejamos investir
em crentes de outra igreja e também não é uma proposta evangelística
para chamar amigos da escola, por exemplo.
• Precisa ter disponibilidade de tempo para o dia marcado para as
reuniões.
TREINAMENTO
2. Prioridades
Listamos abaixo quatro tipos de pessoas alvo da nossa proposta e as
colocamos em ordem de prioridade com o objetivo de ajudar os líderes a
escolherem os possíveis integrantes do grupo.
1. Novato – são aquelas pessoas meio desconhecidas, que freqüentam a
igreja há certo tempo, mas que estão na periferia. Sem muito
conhecimento da Palavra ou talvez nenhum. Pessoas que ainda não
conseguiram se enturmar com o resto dos adolescentes.
25
2. Neófito Problemático – são aquelas pessoas que têm a Cristo, mas
tiveram uma criação muito difícil e está na igreja com um monte de
problemas para serem tratados e acompanhados.
3. Crente imaturo – são aquelas pessoas que já estão na igreja há um
bom tempo, mas ainda não têm maturidade espiritual.
4. Crente maduro – são aqueles que têm uma maturidade legal e que o
discipulado servirá apenas para concretizar e firmar a fé que eles já têm.
26
4. Minha Primeira Lista
Com esse conhecimento adquirido, é necessário que uma lista protótipo
seja formada. Com essa primeira lista em mãos, orem por essas pessoas e
procurem outras pessoas na igreja, que o Espírito Santo de Deus lhe indicar.
Provavelmente alguns nomes dessa lista iram sair e outros iram entrar.
Não falem com ninguém apenas orem pelos nomes, gaste tempo da sua
semana com esses nomes, um por um. Nosso coração é enganoso, não escolha
alguém somente porque você gosta daquela pessoa, mas escolham pessoas que
realmente precisem passar por esse curso, lembrando da ordem de prioridade.
Porém não convide ninguém por enquanto.
Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Orem bastante.
3. Elaborem e discutam a lista. Compartilhem suas percepções pessoais sobre
cada integrante da lista.
TREINAMENTO
27
5. Slides
TREINAMENTO
28
Ministrando uma Aula
Encontro 09-13
Esboço:
• Por que Dar Aula?
• Como Ministrar uma Aula?
• A Arte de Fazer Perguntas
18
Pr. Young Ko, da Igreja Presbiteriana Água Viva de São Paulo.
29
eu disse a vocês.” [João 14:26]. Rogue sempre por Sua orientação e
constante capacitação.
2. Apenas um líder ministrará a aula por vez, mas os outros estarão sempre
presentes para ajudar, completar, saciar dúvidas e tomar decisões.
3. Cada grupo terá um supervisor, que não é um líder de grupo, que estará
sempre à disposição dos líderes para qualquer dúvida ou dificuldade que
venham a ter.19
assunto, mas se preocupe em voltar o mais rápido possível para que a linha
de construção do pensamento não se perca.
19
Essa opção só poderá ser uma realidade na sua igreja, quando alguns líderes tiverem
experimentado a liderança de pelo menos um grupo, mas o ideal é que esse supervisor seja uma
pessoa madura e experimentada na proposta de pequenos grupos de discipulado. A essa pessoa
aconselhamos a leitura do livro: Os Sete Pecados Capitais no Ministério de Grupos Pequenos, Bill
Donahue e Russ Robinson.
30
3. A Arte de Fazer Perguntas20
Talvez nos lembremos professores ou mestres que falavam durante a aula
toda. Devemos fazer de tudo para encorajar os integrantes do grupo a se
expressarem de modo a serem ouvidos, pois sabemos que a aprendizagem é mais
eficaz quando os integrantes também falam. A interação é básica à comunicação e
à aprendizagem. A interação ocorre quando discipuladores e integrantes do grupo
se expressam diretamente e escutam, com atenção, o que os outros dizem.
Eis algumas razões que tornam alguns discipuladores mais eficazes que
outros:
"Eles se interessam pelo que eu penso e digo."
"Tornam o assunto tão interessante que a gente quer falar mais sobre ele."
"Valorizam o que a gente diz, mesmo quando as respostas que damos estão
erradas."
"Realmente me escutam."
Estes comentários mostram que os integrantes do grupo apreciam, de
verdade, o discipulador que desenvolve algumas técnicas para liderar a interação
na sala de aula.
Talvez, o recurso mais importante para guiar o pensamento dos integrantes
do grupo e a aprendizagem é o uso de perguntas. E é o recurso menos
dispendioso ao nosso alcance - só nos custa o tempo. Não é exagero concluir que
todo professor usa muitas perguntas cada vez que leciona. As perguntas são muito
flexíveis porque podem ser usadas por todos.
Antigamente havia um homem que desenvolveu um método de ensino
baseado em perguntas: Sócrates. Ele desenvolveu uma forma de aprendizado
baseado apenas no diálogo. Ele começava questionando seus alunos e ouvindo
suas respostas, aceitando-as aparentemente. Após entender o pensamento e
repostas de cada um, começava a questionar as próprias respostas dos alunos
contradizendo suas respostas com outros pontos nos quais eles ainda não haviam
pensando revelando assim duas coisas: como o pensamento de seus alunos era
superficial e também mostrava que eles estavam resolvendo ignorar a própria
ignorância no momento em que decidiam não refletir sobre verdades assimiladas,
mas não testadas. Essa fase do diálogo era chamada de “ironia”.
Após haver bombardeado as idéias do aluno, Sócrates ia coletando
verdades contidas nas informações que os próprios alunos haviam dado e
começava a trabalhar com eles, utilizando-se de mais perguntas, um pensamento
TREINAMENTO
mais firme e mais embasado, ou seja, mais próximo da verdade. Porém não
próximo o suficiente que não pudesse ser requestionado. Essa fase do diálogo era
a “maiêutica”.
É muito comum em nossas igrejas termos adolescentes cristãos que
aprenderam uma lista do que é certo e errado mas ainda não aprenderam a
questionar as bases desses valores.
20
Texto adaptado de: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/
escola/socrates/metodosocratico.htm 21/02/08 e GRIGGS, Donald, Manual do Professor
Eficaz, São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 69-78.
31
Algumas Diretrizes Sobre Como Fazer Perguntas
1. Faça perguntas mais abertas do que fechadas
As perguntas fechadas são aquelas que têm só uma alternativa de resposta ou
implicam um "sim" ou um "não". Estas são perguntas que fazem teste do que foi
decorado e não do que foi aprendido sobre a matéria. Quando for tentado a fazer
este tipo de pergunta, faça uma declaração e, em seguida, faça perguntas abertas.
32
9. Evite repetir a resposta do aluno
Só há dois motivos para repetir a resposta de uma pessoa: para reforçar a resposta
ou para dizê-la de modo que todos possam ouvi-la.
Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Cada grupo receberá uma lição de um módulo do curso, vai ler e ministrar a
aula.21 Daqui a 15 dias teremos um encontro para as 2 primeiras aulas e os
outros dois grupos se apresentarão daqui a 21 dias.22 Cada grupo de líderes
terá 45 minutos para dar a aula. Isso não é um teste, queremos apenas
ajudá-los a colocar em prática o que estão aprendendo para poderem
aprender mais.
3. Leiam a ficha “As Funções do Disicpulador”.
4. Continue a discussão da lista dos possíveis integrantes, incluindo ou
excluindo algumas pessoas conforme o caminhar das semanas.
5. Orem bastante.
TREINAMENTO
21
Providencie uma cópia para cada líder com a introdução do módulo e a lição a ser ministrada.
22
Essa organização está sendo feita porque temos quatro grupo sendo treinados, mas caso sua
realidade seja outra dê 15 dias pros líderes se prepararem e pronto.
33
As Funções de um Discipulador23
O disicpulador exercem muitas funções no grupo. Poderíamos fazer uma
lista de doze ou mais funções que o disicpulador exerce no decorrer de vários
períodos de ensino. Assim, focalizamos três funções especialmente importantes.
Talvez a função mais importante que um discipulador desempenha é a de
amigo do alunos. Não estamos falando sobre um relacionamento íntimo como o
de colegas de turma. Estamos enfatizando o relacionamento pessoal de cuidado,
de amor, que é tão importante para que as pessoas possam comunicar-se e crescer
juntas. Lembre-se, por um momento, de todos aqueles que se dispuseram a
investir na sua vida espiritual ou até na área do conhecimento. Procure pensar em
um ou dois professores específicos que você considerava amigos. Temos feito esta
sugestão a muitas pessoas e ouvido declarações como estas:
— "Tínhamos oportunidade de conhecê-los fora da sala de aula."
— "D..............sempre nos chamava pelo nome."
— "Algumas vezes, o Prof.............. vinha à nossa casa para me visitar e à
minha família."
— "Sempre estavam atentos ao que nós dizíamos."
— "Eles se interessavam por aquilo que a gente também achava
interessante."
Temos certeza de que você poderia acrescentar à lista suas próprias
observações. A maioria dos alunos que terminam o segundo grau e a faculdade
teve mais de duzentos professores. Que tragédia seria se alguns desses professores
não fossem lembrados como amigos!
O ponto importante aqui é que todos nós temos oportunidade de sermos
lembrados pelos integrantes do grupo como seus amigos, mesmo após terem
esquecido as matérias que ensinamos. Deus tem sempre atuado e falado através
de pessoas. No Pequeno Grupo, somos as pessoas através das quais Deus fala a
meninos e meninas, a homens e mulheres.
Outra função importante é a do discipulador como intérprete. Eles servem
muito melhor como intérpretes do que como transmissores. O transmissor envia
mensagem numa só direção, da fonte ao receptor. O problema deste tipo de
comunicação é que o êxito recai nas mãos do receptor. Ele é quem decide se vai
ligar ou não, se vai mudar de faixa, ou se aumenta ou diminui o volume. Nossas
observações têm confirmado que, às vezes, aquilo que parece problema de
TREINAMENTO
23
Texto adaptado de: GRIGGS, Professor Eficaz. p. 7-10.
34
A terceira função, muito importante, do professor, é que continue a ser
aprendiz. O discipulador humilde conseguirá crescer muito mais do que aqueles
que pensam que já adquiriram muito conhecimento, afinal discipular, como já
dissemos, não se trata de uma troca de conhecimento mas de um
acompanhamento de vida juntos rumando para Cristo. “Ou você está verde e
crescendo ou está maduro e apodrecendo”.24
Quando os discipuladores são amigos, intérpretes e aprendizes, então quase
podemos garantir que ensino e aprendizagem serão estimulantes e gratificantes
para mestres e ovelhas.
TREINAMENTO
24
HUNTER, Um Líder Servidor. p. 71.
35
Ouvindo as Aulas
Encontro 11-13
Esboço:
• Ouvindo as Aulas
• Pontos de Avaliação
• Formas de Retorno
• Encorajamento
1. Ouvindo as Aulas
Primeiro, está lição é exclusiva do professor, forneça-a aos alunos só depois
dela ter acontecido. Certamente ouvir uma aula de pessoas que estão começando
a serem líderes de grupo é momento constrangedor para os novos líderes,
principalmente se o você, professor, for alguém experiente e respeitado na função
de ensino de sua igreja. Sendo assim é muito importante que todas as medidas
possíveis sejam tomadas para diminuir a sensação de avaliação, eis algumas dicas:
• Se precisar anotar alguma coisa, seja o máximo discreto possível.
• Sorria sempre.
• Não compare as apresentações dos diferentes grupos, caso haja mais de
uma.
• Não se sente longe do grupo, participe da aula, faça comentários, mas
deixe eles conduzirem a aula.
• Se preocupe em notar mais os pontos positivos do que os negativos, foque-
se nisso.
• Em hipótese alguma trabalhe com nota.
Sabendo disso, permita que cada grupo se apresente, ajudando a
experiência o menos traumática possível. Mas, mesmo que alguns contestem a
necessidade de não dar essa aula, seja firme, pois algumas questões bem
elementares podem ser corrigidas rapidamente com apenas um aula e isso também
ajudará a você a enxergar que ponto precisará trabalhar em cada líder.
2. Pontos de Avaliação
Durante a(s) apresentação(ões) do grupo(s) fique atento aos seguintes
TREINAMENTO
pontos:
• Horário de início e término, dentro do combinado? Ideais? Aula foi muito
longa? Os líderes foram pontuais? Se precisava de organização prévia para
alguma atividade, chegaram antes?
• Entrosamento, como os líderes interagiram durante a apresentação? Os
que não eram responsáveis ajudaram? Ajudaram além da conta? Ficaram
totalmente calados? A participação dos outros lideres enriqueceram a aula?
Algum líder tomou a aula do outro?
• Preparação, estudaram bem a lição antes de ministrar? Orou por ela?
Gastou tempo meditando nas idéias? Leu o conteúdo mais de uma vez?
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Estavam seguros na apresentação? Presos ao papel? Bolaram dinâmicas
para enriquecer o assunto?
• Desenvoltura, falou com calma? Lento de mais? Rápido de mais? Procurou
valorizar a opinião das outras pessoas? Perguntou bastante? Foi
empolgante ou entediante, por quê? Manteve-se no assunto? Gesticulou
bem? Olhou nos olhos de todos ou deu aula pra uma só pessoa?
3. Formas de Retorno
Visando ajudar os integrantes antes de fazer as considerações sobre as aulas
apresentadas dêem três opções de retorno aos líderes:
1. Avaliação individual – o professor dá o retorno reservadamente a cada
líder, do trio, que se apresentou.
2. Avaliação da liderança – o professor dá retorno ao trio reservadamente,
sem a participação do grupo.
3. Avaliação aberta – o professor dá o retorno na frente do grupo (de
líderes) todo.
Obviamente a 3 opção é preferível, por mais que seja a que mais expõe,
pois permite que todos possam aprender juntos, no entanto queremos, mesmo
assim, dar essa oportunidade de escolha.
4. Encorajamento
Antes de dar o retorno converse com os líderes. Pergunte como estão hoje?
Como foi o dia e a semana deles? Como foi o processo de preparação da aula?
Como eles mesmos se viram dando aula?
Comece fazendo as seguintes considerações:
• Nenhum professor experiente começou dominando sua área.
• A sensação e desenvoltura no grupo é mais tranqüila pois a diferença de
conhecimento de líder pra liderado é maior, tornando a aula mais
interessante aos ouvintes.
• Não é fácil dar aula para outros líderes.
• Não podemos exigir muito de quem ainda não praticou.
Encoraje antes de dizer os pontos a serem melhorados (nunca defeitos),
procure ressaltar cada pequeno detalhe que os líderes acertaram, seja criativo e
bondoso. Também não é necessário dizer todos os defeitos, apenas os mais graves
TREINAMENTO
e gerais, aqueles que sumiram com a experiência não precisam de muita ênfase.
Diga os pontos que você notou e converse com os líderes, não seja taxativo, esteja
aberto a sugestões e questionamentos. Estamos todos juntos no mesmo objetivo e
não numa competição.
37
A Lista dos Integrantes e o Convite
Encontro 14-15
Esboço:
• Lista do Grupo e Novas Sugestões
• Discussão dos nomes
• Convidando um possível integrante
1. Possíveis Integrantes
Estes últimos encontros serão bem práticos. Durante todo o curso tivemos
tempo para pensar em vários nomes de possíveis integrantes para participarem da
proposta. Escrevam em um quadro todos os nomes que os líderes pensaram, sem
fazer qualquer seleção. Após todos os nomes terem sido colocados, se esforcem e
pensem em pessoas que podem ter sido esquecidas.
Na lista de nomes precisamos muito ter cuidado em não sermos
precipitados. Na ânsia de colocar muitos nomes, precisamos ter cuidado para não
“queimar cartuchos” convidando alguém que ainda não está pronto para assumir
o compromisso, gerando um problema pro grupo, para os líderes e para a própria
pessoa. Discutam que tipos de pessoas talvez não devessem entrar na proposta
ainda.
• Crente ou Descrente
• Pessoas firmes ou na periferia
Após ver que tipo de peneiras devem ser priorizadas, passe agora para a
discussão nome a nome, caso o número de pessoas ainda seja muito grande. Não
se preocupe em ser definitivo. Nessa discussão, converse com o grupo algumas
informações que sejam relevantes para inclusão ou exclusão da pessoa no grupo.
Algumas vezes não será possível englobar todos que gostaríamos, é uma situação
bastante chata, porém é melhor investir em alguns do que não investir.
Se ainda assim tive nomes de mais, faça uma lista de espera, por quê?
Porque se alguns da lista definitiva recusarem o convite ou desistirem no primeiro
módulo alguém da lista de espera poderá ser chamado. Porém, não é bom que
38
entre mais ninguém após o início do 2º módulo. E também na faça uma lista de
espera muito grande, afinal a desistência dificilmente é tão grande assim. Cuidado
para não criar expectativas, então, não diga aos nomes da lista de espera que
existe a possibilidade deles entrarem. Vá para o ponto 4!
3. Dividindo os Grupos
Que bom! Podemos formar mais de um grupo! Mas que critérios devem,
ser utilizados para dividir as pessoas? Vejamos a seguir:
1º Afinidade – separe os integrantes entre os líderes por nível de afinidade,
o líder que tiver mais afinidade com o futuro discípulo “ganha”. Caso algum
integrante tenha afinidade com líderes de grupos diferentes, procurem um
consenso equilibrado.
2º Equilíbrio – procure dividir os adolescentes mais problemáticos e o mais
tranqüilos, igualmente entre os grupos.
3º Irmãos – não é interessante que irmãos fiquem juntos, a não ser que seja
essencial para que os dois(duas) participem. Porém se eles não se entenderem bem
é melhor pegar um só. O outro fica pra próxima oportunidade (é bom explicar ao
que vai ficar de fora que o irmão(ã) foi escolhido porque precisa mais).
4° Grupinhos – não se preocupe em separar as panelinhas já formadas de
amizades. Porque mesmo que separemos, outras se formarão talvez ainda mais
fortes.
5º Desafios – os adolescentes problemáticos, ou desafios, devem ser
escolhidos com firme convicção de fazer a diferença na vida deles, entendendo o
desafio que está à frente. Para melhor visualizar esses casos, é preciso haver um
compartilhar de experiências, dos líderes, vividas com esse adolescente mas
lembrando de manter um alto sigilo sobre as informações ali relatadas.
Próxima semana:
1. Compartilhem a semana de vocês.
2. Abram os olhos, procurem novas pessoas que podem ter escapado da
triagem.
3. Orem especificamente por cada integrante da lista.
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4. Convide o maior número possível de integrantes da lista.
TREINAMENTO
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Ajustes Finais
Encontro 16-17
Esboço:
• Discussão Prática
1. Discussão
Nesta reunião, discuta o andamento dos convites dos líderes dos grupos.
Remanejem os integrantes entre os grupos (caso haja mais de um), de acordo com
a necessidade de cada pessoa, agora é bom manter a divisão inicial o máximo
possível.
Alguns integrantes da lista recusaram o convite, outros terem
impossibilidades ao dia marcado, outros ao horário, mas não se preocupe, tente
abraçar o maior número possível. O que não conseguirem, descansem, há tempo
para tudo.
2. Iniciando o Grupo
Tenham tantas reuniões quanto forem necessárias para checar que todos
foram convidados e as respostas dos convidados. Depois que os grupos estiverem
definidos, é respirar fundo e começar! Liguem para todos os integrantes e
marquem o primeiro encontro, dando início ao Pequeno Grupo com o primeiro
módulo: Entrosamento.
Deus os abençoe!
TREINAMENTO
41
BiBliografia
1. BARBOSA, Ricardo e STEUERNAGEL, Valdir R., Nova Liderança: Paradigmas de
Liderança em Tempo de Crise, Curitiba: Encontro, 2003.
6. GRIGGS, Donald, Manual do Professor Eficaz, São Paulo: Cultura Cristã, 2001.
8. HUNTER, James C., Como se Tornar um Líder Servidor, Rio de Janeiro: Editora
Sextante, 2006.
9. http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/socrates/
metodosocratico.htm 21/02/08
TREINAMENTO
42