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BALTES, Felicia R.; MIU, Andrei C. Emotions during live music performance: links
with individual differences in empathy, visual imagery, and mood. Psychomusicology:
Music, Mind, and Brain, v. 24, n. 1, p.58-65, 2014.
1
“humor negativo elimina a preferência típica de músicas felizes sobre músicas tristes e faz ouvintes
perceberem mais tristeza em músicas emocionalmente ambíguas” (p.59)
2
“reatividade emocional à música pode ser também influenciada por pelo menos dois aspectos da
situação de escuta musical: a presença de outros e a ambientação da localização” (p.59)
3
A ópera em questão era “Madama Butterfly” de Giacomo Puccini.
4
Respectivamente “sublimity”, “vitality” e “unease” na língua original.
participante; o PANAS foi preenchido uma hora antes da ópera para examinar o humor
dos participantes e o GEMS foi preenchido logo após cada ato da ópera (p.60).
O texto expõe os resultados do experimento com três tabelas: a tabela 1 mostra as
emoções e “calafrios” mais marcados no GEMS a cada ato da ópera; a tabela 2
correlaciona as variáveis analizadas (empatia, imagens visuais, influência de humor
positivo e negativo, idade e sexo dos participantes); e a tabela 3 relaciona as mesmas
variáveis da tabela 2 com a tabela 1 de sublimidade, vitalidade, desconforto e calafrios
(p.61-62).
Na seção de resultados dos experimentos, os autores descrevem detalhadamente as
relações mais proeminentes entre as variáveis e conclui que “os resultados suportam a
hipótese sobre as relações entre diferenças individuais em empatia, imagens visuais, e
humor de um lado, e reatividade emocional à ópera por outro lado” (p.63).
É importante mencionar que o texto reconhece a falta de controle sobre variáveis do
experimento, ocorrido em uma ópera com distrações diversas aos participantes, ao
mencionar:
Especulações das contribuições relativas de expressões musicais e não
musicais para a experiência emocional de espectadores de ópera devem ser
tratados com cuidado até forem propriamente testados em estudos em
laboratórios, aonde a exposição a diversos tipos de informação podem ser
controlados. (BALTES e MIU, 2014, p.63).
O texto também não se propõe a estudar com precisão quanto cada aspecto definido
influencia na escuta musical (seja ele empatia, imagens visuais, ou humor), ao invés
disso ele estuda quais aspectos influenciam e quais aspectos não influenciam. É uma
nova perspectiva no estudo de emoções na experiência musical de óperas e talvez da
experiência musical em geral.
Outra lacuna no texto é a separação entre o aspecto teatral e musical da experiência,
visto que uma ópera inclui performance musical e cênica, contando ainda com cenários
e diversas outras informações visuais muito além da música, além do texto e do caráter
narrativo do libreto da ópera. O texto descreve o caráter narrativo e “emocional” de
cada ato da ópera com um breve resumo de cada ato, porém o quanto dos resultados
provém da experiência narrativa e não da experiência musical é incerto.
Assim, é uma importante contribuição para o estudo psicológico e cognitivo de emoções
em música, porém o grande número de variáveis envolvidos no estudo confunde um
pouco o leitor. Os autores concluem: “Nós esperamos que esses resultados darão um
novo ímpeto a futuros estudos do campo de emoções em música, incluindo ópera.”
(p.64).