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PASTA:__/452-2
N° COPIAS__2.
PROF._4ZZ,
xerox utp@yahoo.com.br
TEMPO, DISCIPLINA DETRABALHO
E CAPITALISMO INDUSTRIAL
Mantinhamos um velhoeriado, eujo nome era Wright, taba
{ogo seu trabalho, O velholevantow os hos para ele,
‘com una grosseriadverida, respondeu: Pouco me impor
Poraacamada superior dahumanidade, 0 tempo um inini-
igo.) sua principal atvidade & matd-o; 0 passo que,
paras outrs, tempo edinheiro sto quasesndninos.
Henry Felding, ry into the exuses ofthe
Inte increase of robhers (1751)
Tess {.-Jeomegoua subiraalameda ou ruaescura.tortague
ido fora feta parasem caminkar apessado; na raatragada
‘ante que pequenas pedagosde terra ivesser valor, e quando
or reldgias de ums ponteirobastavam para.subdiviir oda.
‘Thomas Hordy
2671
(oda cultura intelectual da Europa
de Canterbury, 0 galo ainda aparece no seu papel
weza: Chaniecler
‘Do equin6cio na-
tempo do rel6gio
‘Dogue wm relégio, ou 0 relégio daabadia®
Esse 6 um rel6gio muito primitivo: Chaucer (a0 contririo de Chantecler)
cra londtino, cente dos horérios da Corte, da organizagio urbana e do “tempo
do mercador” que Jacques le Goff, num artigo sugestivoem Annales, contrapos
10 tempo da Igreja medic
iosas, otempo:
‘Otemposideral, presente desde oinfciodal
‘cruza.o mostrador. Quando se usa o rel6gio ao redor do pescogo, ele fia}
‘moa batidas menos regulares do coraglo. So bastante antigas as imag
sabetanas do tempo como devorador, desfigurador, tirano sangrento,
‘mas hd um novo senso de imediatismocinsisténcia*
‘Amedida queoséculo xvnavanga imagem do mecaismo do regio ss
‘quarts detrastes vlhos, porque cles “provocam atoscarnais”,
Entretanto, ¢improvavel que esse impressionism grosseirofaga avangara
adores? Se a transicto.
‘maduraacarretou uma reestruturago rigorosa dos hibitos de trabalho — novas.
disciplinas, noves estfmulos, e uma nova natureza humana em que esses estfmu-
losatuassemefetivanente—, até que ponto tudoisso serelacionacom mudangas.
‘na notagio interna do tempo?
n
Ebem conhecido que, entre os povos primitivos, a medigio do tempo esta
‘comumenterelacionadacom os processos familiares ciclodo trabalho ou das
a medigio de intervalos de tempo. Em Madagéscar, 0 tempo po-
diasermedidopelo"cozimentodo arroz” (cercade meiahora)ou pelo fritar de
269‘um gafanhoto” (um momento). Registrou-se que os nativos de Cross River
ddizem: “o homem morrea em menos tempo do que leva 0 milho para assar”
cemplos dessa atitude mais proximos de nés em
do século xvi, 0 tempo era fre~
‘um terremato foi descrito em 1647 como
enquanto ocozimento de umovo podia ser
‘estimado por uma Ave-Mariarezada em voz ata. Na Birman
ges levantavam a0 amanhecer, “quando hé
10" 0 Oxford English dictionary nos d& exer
le [a duragio do Pai-Nosso), miserere whyle (a duragzo do Mise~
lish dictionary, mas nfo no Oxfard English
smpo de uma mijada] — uma medigao um tanto
figou mais detalhadamente asatitudes dos campone-
‘ses cabilas (na Argélia) com relago ao tempo em anos recentes: “Uma aitude
dotempo,
vista como
“a nogio de um compromisso com hora marcada € desconhecids; cles apenas
‘combinam de se encontrar ‘no préximo mercado". Uma cangao popular diz:
nati correr errs do mundo, Ninguém jamais o aleancard
Em sua descrigdo bem observada da ilha Aran, Synge nos dé um exemplo
lfssice:
Enuanto caminho com Michael, alguém muitas vezes vem falar comigo para
penguntar que horas sfo. No entant, poucas pessoas tém bastante familiaidade
‘com a noglo moderna de tempo para compreender de forma menos ‘
‘que 0 vento muda para oul, a outra porta € aber, cas pessoas, que jamais pen
sam em fazer um reli de fl primitivo,ficam perdidas(.].
(9 Atal Myanma,
270
prepara asimnhasrefeigdescombas-
requentement prepara omen ché AS
descaso pelo tempo do relégio 56 6 possivel numa coma
ja estrutura de mercado
‘administragdo 6 minima, ena qual as tare
‘ao plantio, construgao de casas, remendo das cedes
bergo ou de um caixt) parecem se desent
te dos olhos do pequeno lavrador." Masa
zarocondicionamento essencial em diferentes notaydes do tempo geradas por
diferentes situagées de trabalho, e sua relagdo com os ritmos “naturais”.E 6bvio
{que os cagadores devem aproveitar certas horas da noite para colocar as suas a=
tadilhas, Os pescadores e os navegantes devem integrar a Suas vidas com as,
‘marés. Em 1800, uma peticSo de Sunderland inclui as seguintes palavras: “con
‘idorando que este € um porto marftimo em que muitas pessoas sio obrigadss &
fear acordadas durante toda. noite paracuidar das marés¢ de svasatividades 20
rio” A expressto operacional é “cuidar das marés": a padronizagio do tempo
Social no porto marftimo observa os ritmos do mar; e isso parece natural ¢ com-
preensivel para os pescadores ou navegadores: a compulsdo é prépria da na-
tureza.
‘Da mesma forma, o trabalho do amanhecer até 0 creplisculo pode parecer
“natural” numa comunidade de agricultores, especialmente nos meses da co-
Iheita: anatureza exige que o gro seja colhido antes que comecem as tempes-
tades, Bobservamosritmos de trabalho “naturais” semelhantes acompantiando
cults ocupagées rurais ou industias: deve-se cuidar das ovelhas na época do
partoe protegé-las dos predadores; as vacas devem ser ordenhadss; deve-se
que se espalhe pelasturfas (eos que queimamcarv8o
quando o ferro est sendo feito, as foralhas nfo podem
Iégica danecessidade, dian-
io de Synge serve paraenfati-
tempo que surge nesses contextos tem sido descita como
corientagio pela tarefas, Talvez sea a orientapio mas ficz nas sociedades
‘amponesas, continua a ser important na atividades doméstcase dos vi-
farejos, Nfo perdeu de modo alum toda asua importncia nas egidesrurais da
GraeBretanha de hoje. £ possivel propor trés quests sobre a orienta pelas
{areas Primeiro,hdainterpretagiode que émais humanamente compreensivel
ddoqueotrabalho dehordriomarcado.O camponés ou rabalhador parece cuidar
‘doque é uma necessidade, Segundo, na comunidade emque arientagéo pelas
‘areas é comum parece haver pouca separagto entre “trabalho ¢ “aida”. As
telages soins eo trabalho sfo misturados —o dia de trabalho se prolonga 08
Se contra segundo atarefa—enfohi grande senso de confit ene o trabalho
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