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DATA: 26 Ifo 1 PASTA:__/452-2 N° COPIAS__2. PROF._4ZZ, xerox utp@yahoo.com.br TEMPO, DISCIPLINA DETRABALHO E CAPITALISMO INDUSTRIAL Mantinhamos um velhoeriado, eujo nome era Wright, taba {ogo seu trabalho, O velholevantow os hos para ele, ‘com una grosseriadverida, respondeu: Pouco me impor Poraacamada superior dahumanidade, 0 tempo um inini- igo.) sua principal atvidade & matd-o; 0 passo que, paras outrs, tempo edinheiro sto quasesndninos. Henry Felding, ry into the exuses ofthe Inte increase of robhers (1751) Tess {.-Jeomegoua subiraalameda ou ruaescura.tortague ido fora feta parasem caminkar apessado; na raatragada ‘ante que pequenas pedagosde terra ivesser valor, e quando or reldgias de ums ponteirobastavam para.subdiviir oda. ‘Thomas Hordy 267 1 (oda cultura intelectual da Europa de Canterbury, 0 galo ainda aparece no seu papel weza: Chaniecler ‘Do equin6cio na- tempo do rel6gio ‘Dogue wm relégio, ou 0 relégio daabadia® Esse 6 um rel6gio muito primitivo: Chaucer (a0 contririo de Chantecler) cra londtino, cente dos horérios da Corte, da organizagio urbana e do “tempo do mercador” que Jacques le Goff, num artigo sugestivoem Annales, contrapos 10 tempo da Igreja medic iosas, otempo: ‘Otemposideral, presente desde oinfciodal ‘cruza.o mostrador. Quando se usa o rel6gio ao redor do pescogo, ele fia} ‘moa batidas menos regulares do coraglo. So bastante antigas as imag sabetanas do tempo como devorador, desfigurador, tirano sangrento, ‘mas hd um novo senso de imediatismocinsisténcia* ‘Amedida queoséculo xvnavanga imagem do mecaismo do regio ss ‘quarts detrastes vlhos, porque cles “provocam atoscarnais”, Entretanto, ¢improvavel que esse impressionism grosseirofaga avangara adores? Se a transicto. ‘maduraacarretou uma reestruturago rigorosa dos hibitos de trabalho — novas. disciplinas, noves estfmulos, e uma nova natureza humana em que esses estfmu- losatuassemefetivanente—, até que ponto tudoisso serelacionacom mudangas. ‘na notagio interna do tempo? n Ebem conhecido que, entre os povos primitivos, a medigio do tempo esta ‘comumenterelacionadacom os processos familiares ciclodo trabalho ou das a medigio de intervalos de tempo. Em Madagéscar, 0 tempo po- diasermedidopelo"cozimentodo arroz” (cercade meiahora)ou pelo fritar de 269 ‘um gafanhoto” (um momento). Registrou-se que os nativos de Cross River ddizem: “o homem morrea em menos tempo do que leva 0 milho para assar” cemplos dessa atitude mais proximos de nés em do século xvi, 0 tempo era fre~ ‘um terremato foi descrito em 1647 como enquanto ocozimento de umovo podia ser ‘estimado por uma Ave-Mariarezada em voz ata. Na Birman ges levantavam a0 amanhecer, “quando hé 10" 0 Oxford English dictionary nos d& exer le [a duragio do Pai-Nosso), miserere whyle (a duragzo do Mise~ lish dictionary, mas nfo no Oxfard English smpo de uma mijada] — uma medigao um tanto figou mais detalhadamente asatitudes dos campone- ‘ses cabilas (na Argélia) com relago ao tempo em anos recentes: “Uma aitude dotempo, vista como “a nogio de um compromisso com hora marcada € desconhecids; cles apenas ‘combinam de se encontrar ‘no préximo mercado". Uma cangao popular diz: nati correr errs do mundo, Ninguém jamais o aleancard Em sua descrigdo bem observada da ilha Aran, Synge nos dé um exemplo lfssice: Enuanto caminho com Michael, alguém muitas vezes vem falar comigo para penguntar que horas sfo. No entant, poucas pessoas tém bastante familiaidade ‘com a noglo moderna de tempo para compreender de forma menos ‘ ‘que 0 vento muda para oul, a outra porta € aber, cas pessoas, que jamais pen sam em fazer um reli de fl primitivo,ficam perdidas(.]. (9 Atal Myanma, 270 prepara asimnhasrefeigdescombas- requentement prepara omen ché AS descaso pelo tempo do relégio 56 6 possivel numa coma ja estrutura de mercado ‘administragdo 6 minima, ena qual as tare ‘ao plantio, construgao de casas, remendo das cedes bergo ou de um caixt) parecem se desent te dos olhos do pequeno lavrador." Masa zarocondicionamento essencial em diferentes notaydes do tempo geradas por diferentes situagées de trabalho, e sua relagdo com os ritmos “naturais”.E 6bvio {que os cagadores devem aproveitar certas horas da noite para colocar as suas a= tadilhas, Os pescadores e os navegantes devem integrar a Suas vidas com as, ‘marés. Em 1800, uma peticSo de Sunderland inclui as seguintes palavras: “con ‘idorando que este € um porto marftimo em que muitas pessoas sio obrigadss & fear acordadas durante toda. noite paracuidar das marés¢ de svasatividades 20 rio” A expressto operacional é “cuidar das marés": a padronizagio do tempo Social no porto marftimo observa os ritmos do mar; e isso parece natural ¢ com- preensivel para os pescadores ou navegadores: a compulsdo é prépria da na- tureza. ‘Da mesma forma, o trabalho do amanhecer até 0 creplisculo pode parecer “natural” numa comunidade de agricultores, especialmente nos meses da co- Iheita: anatureza exige que o gro seja colhido antes que comecem as tempes- tades, Bobservamosritmos de trabalho “naturais” semelhantes acompantiando cults ocupagées rurais ou industias: deve-se cuidar das ovelhas na época do partoe protegé-las dos predadores; as vacas devem ser ordenhadss; deve-se que se espalhe pelasturfas (eos que queimamcarv8o quando o ferro est sendo feito, as foralhas nfo podem Iégica danecessidade, dian- io de Synge serve paraenfati- tempo que surge nesses contextos tem sido descita como corientagio pela tarefas, Talvez sea a orientapio mas ficz nas sociedades ‘amponesas, continua a ser important na atividades doméstcase dos vi- farejos, Nfo perdeu de modo alum toda asua importncia nas egidesrurais da GraeBretanha de hoje. £ possivel propor trés quests sobre a orienta pelas {areas Primeiro,hdainterpretagiode que émais humanamente compreensivel ddoqueotrabalho dehordriomarcado.O camponés ou rabalhador parece cuidar ‘doque é uma necessidade, Segundo, na comunidade emque arientagéo pelas ‘areas é comum parece haver pouca separagto entre “trabalho ¢ “aida”. As telages soins eo trabalho sfo misturados —o dia de trabalho se prolonga 08 Se contra segundo atarefa—enfohi grande senso de confit ene o trabalho 2m

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