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As etapas de Rostow:

Ao analisar as diferentes vertentes do que é desenvolvimento e como ele ocorre, torna-se


importante ponderar a respeito das etapas de Rostow que de forma sucinta consistem em:
na primeira etapa trata-se de limitação tecnológica, poder político aristocrático e limitação
da produtividade agrícola; solucionável através de mudanças estruturais econômicas e
políticas (FHC). Na segunda etapa trata-se de momento de transformação através do
desenvolvimento que diminui os custos de produção e consequentemente o nível de
preços, ocasionando o aumento do consumo e facilitando o acesso ao mesmo. Na terceira
etapa com a mecanização da agricultura, sendo assim, a produção em larga escala
eliminaria as antigas obstruções ao desenvolvimento, expandindo o nível de emprego e
aumentando o bem-estar. Na quarta parte a introdução de industrias de bens de capital, já
não dependendo uma mecanização, mas sim de avanços tecnológicos não somente
focados nas escalas de produção, mas na qualidade e em níveis técnicos. Na quinta etapa,
neste momento há uma generalização do consumo, implantação do Welfare State e um
aumento significativo do lucro pelo aumento das vendas.

Porém é importante salientar, que nem sempre há linearidade, podendo pular etapas e não
permitir uma demarcação temporal, por poder acontecer tanto de forma rápida como
vagarosa. Levando em conta também que fatores geográficos, historio econômicos e
políticos também interferem nessas etapas. Tendo por razão central a saída da subsistência
para o welfare state através das etapas citadas anteriormente.

CEPAL

CEPAL – Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe. A CEPAL criada pela
ONU em 1948, foi crucial para desenvolver um pensamento especializado no exame das
tendências econômicas e sociais de médio e longo prazo dos países latino-americanos.
Seu principal objetivo era a fundamentar uma análise econômica, institucionalizada, que
oferecesse condições para o desenvolvimento da região. Utilizando da teoria estruturalista
do subdesenvolvimento periférico, defendida por Furtado, a agenda da CEPAL através
de analise empírica, conseguiu compreender os processos de desenvolvimento no latino
américa: com as nações passando por uma mudança em seu modal econômico datada de
meados dos anos 30. Tendo por estratégia desenvolvimentista a industrialização como
agente aglutinador e articulador do desenvolvimento, progresso, modernidade e
democracia política. Sendo um método capaz de superar à deterioração dos termos de
troca, que desfavorece os países exportadores de bens primários ao transferir renda da
periferia em direção ao centro; sendo entendido através da teórica do ciclo Prebisch, que
explica que na fase ascendente, ou seja, quando há aumento na demanda, sobem os preços
e a renda nos países desenvolvidos, e por isso, um aumento na compra de produtos
primários (carne, café etc.) os países exportadores não são capazes de atender a toda essa
demanda não conseguindo se beneficiar totalmente deste momento favorável com os
ganhos providos pela elevação de preços. A partir dessa perspectiva, a estratégia de
envolvimento do Estado não só como incentivador, mas agente efetivo no processo de
industrialização, a partir da implementação do Processo de Substituição de Importações,
cujo resultado seria a superação da condição de subdesenvolvimento desses países, e a
modificação na divisão internacional do trabalho.

FHC

Ao introduzir a teoria da dependência, FHC parte da rejeição da ideia


de que os países em desenvolvimento estivessem repetindo a história dos
países desenvolvidos. Sendo assim, é possível afirmar que a previa dependência
e situação exploratória sofrida no Brasil não deixou de existir, apenas
institucionalizou-se através do processo de associativismo. Portanto, o Brasil
seguiria aberto a relação de dependência de um m ercado hegemônico baseado
em um capital bem estruturado e com fins específicos que na maioria das vezes
vão em desacordo com o ideal de desenvolvimento nacional (Furtado), com forte
intervenção do FMI e fundado no tripé macroeconômico. Outro fator
determinante é que a história, economia, política e demais fatores sociais
influenciam diretamente dentro deste processo de industrialização, para saber
quais caminhos percorrer e quais decisões tomar. A burguesia industrial busca
estabelecer alianças ou subordinar os demais grupos e classes a fim de
desenvolver uma forma econômica compatível com seus interesses e objetivos e
se forma na mudança do modal, através da capilaridade que o sistema
representativo exerce – de certa forma – uma dependência interna por fenômenos
como patrimonialismo e coronelismo. Partindo, então, dessa ideia,
Dependência e Desenvolvimento na América Latina busca mostrar como os
desenvolvimentos econômico, político e social relacionavam-se nos países
latino-americanos. Considerando uma situação de dependência na análise
do desenvolvimento, pretende-se ressaltar na obra que a maneira pela qual
as economias nacionais integrar-se-ão ao mercado mundial será definida
pela forma como se dá a inter-relação dos grupos sociais internos a cada
país e destes com os grupos externos. Para isso, requer -se encontrar onde o
poder econômico expressa-se como dominação social e, portanto, política.

Teoria da dependência marxista

Tendo a vista a teoria marxista é possível compreender que a relação de dependência


desigual gera uma deformidade social e de desenvolvimento a partir do momento que em
que países subdesenvolvidos dependem dos desenvolvidos para crescer economicamente
e gerar transformações significativas tanto em seu modal, sua estrutural e no viés classista
de qualidade de vida.

A dependência pode ser entendida como uma relação de subordinação entre nações
formalmente independentes, na qual a economia de certos países está condicionada ao
desenvolvimento e expansão de outras economias, de forma que os países centrais
poderiam se auto sustentar, enquanto que os países periféricos só poderiam expandir suas
economias como um reflexo da expansão dos primeiros. Nesses termos é a compreensão
do processo de formação socioeconômico na América Latina a partir de sua integração
subordinada à economia capitalista mundial. As três formas históricas de dependência:
1ª- dependência colonial, caracterizada pela exportação de produtos naturais e na qual o
capital comercial e financeiro, associado aos estados colonialistas, domina as relações
entre a Europa e as colônias. 2ª- dependência financeiro-industrial, caracterizada pela
dominação do grande capital nos centros hegemônicos e cuja expansão se deu por meio
de investimentos na produção de matérias-primas e produtos agrícolas para seu próprio
consumo; nesse sentido a produção, por ser voltada à exportação, era determinada de
acordo com a demanda dos centros hegemônicos. 3ª- dependência tecnológico-financeira,
caracterizada pela presença de corporações multinacionais que investem na indústria
voltada para o mercado interno dos países subdesenvolvidos; nesse caso, a possibilidade
de gerar novos investimentos depende da existência de recursos financeiros em moeda
estrangeira para a compra de máquinas não produzidas internamente.
Acumular capital significa necessariamente aumentar a massa de trabalhadores, na
medida em que o trabalho vivo é o único capaz de criar valor adicional. Quando ocorre
um incremento na composição do capital, a produtividade do trabalho de ver ser ampliada
através da intensificação do processo acumulativo, o que quer dizer que amplia-se a
quantidade de máquinas e equipamentos, mas a contratação de trabalhadores não
acompanha essa ampliação. A partir disso, forma-se o exército industrial de reserva, fator
de vital importância para o funcionamento do sistema capitalista. A classe desempregada
pressiona os empregados, que ficam em um ponto de incerteza e instabilidade. Os que se
encontram empregados ficam sujeitos a trabalho excessivo, de modo que a exploração a
que são submetidos é a fonte de enriquecimento da classe capitalista como um todo.

A medida que o capitalismo se desenvolve, amplia-se a relação capital constante/capital


variável e consequentemente a produtividade e o excedente produzido, ao mesmo tempo
em que se amplia a exploração sobre a massa de trabalhadores.

Mesmo dependendo do aumento da produtividade, o que determina a cota de mais-


valia não é a produtividade do trabalho em si, mas sim o grau de exploração do
trabalho, vale dizer, a relação entre o tempo de trabalho excedente e o tempo de
trabalho necessário. Como o preço dos produtos industriais se mantém relativamente
estável, a depreciação dos bens primários acaba sendo refletida na deterioração dos
termos de troca.

A partir da transferência de valor da periferia para o centro, observa-se que o capitalista


da nação desfavorecida, tenta corrigir os desequilíbrios entre os preços e os valores de
suas mercadorias. Dessa forma, e na medida em que a perda de mais-valia ocasionada
pelo intercâmbio desigual não pode ser resolvida em nível das relações de mercado, a
reação da economia dependente é tentar compensá-la no plano da produção interna
através da ampliação da produção de excedente. Nessa perspectiva, o aumento da
intensidade do trabalho – e não o incremento de sua capacidade produtiva – se
configuraria como um aumento da mais-valia.

A partir desse argumento Marini mostra que não há outra forma de compensar a
transferência de valor para o centro porque não se desenvolve uma base técnica,
compatível com a do centro, que possibilite elevar a mais-valia a partir do aumente da
produtividade do trabalho. Essa dinâmica de acumulação de capital, ademais de permitir
que o capitalismo dependente cresça e contorne sua restrição, intensiva em graus cada
vez maiores a distribuição regressiva de renda e da riqueza que nada mais são que
consequências inevitáveis de dependência.

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