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Porém é importante salientar, que nem sempre há linearidade, podendo pular etapas e não
permitir uma demarcação temporal, por poder acontecer tanto de forma rápida como
vagarosa. Levando em conta também que fatores geográficos, historio econômicos e
políticos também interferem nessas etapas. Tendo por razão central a saída da subsistência
para o welfare state através das etapas citadas anteriormente.
CEPAL
CEPAL – Comissão Econômica Para a América Latina e Caribe. A CEPAL criada pela
ONU em 1948, foi crucial para desenvolver um pensamento especializado no exame das
tendências econômicas e sociais de médio e longo prazo dos países latino-americanos.
Seu principal objetivo era a fundamentar uma análise econômica, institucionalizada, que
oferecesse condições para o desenvolvimento da região. Utilizando da teoria estruturalista
do subdesenvolvimento periférico, defendida por Furtado, a agenda da CEPAL através
de analise empírica, conseguiu compreender os processos de desenvolvimento no latino
américa: com as nações passando por uma mudança em seu modal econômico datada de
meados dos anos 30. Tendo por estratégia desenvolvimentista a industrialização como
agente aglutinador e articulador do desenvolvimento, progresso, modernidade e
democracia política. Sendo um método capaz de superar à deterioração dos termos de
troca, que desfavorece os países exportadores de bens primários ao transferir renda da
periferia em direção ao centro; sendo entendido através da teórica do ciclo Prebisch, que
explica que na fase ascendente, ou seja, quando há aumento na demanda, sobem os preços
e a renda nos países desenvolvidos, e por isso, um aumento na compra de produtos
primários (carne, café etc.) os países exportadores não são capazes de atender a toda essa
demanda não conseguindo se beneficiar totalmente deste momento favorável com os
ganhos providos pela elevação de preços. A partir dessa perspectiva, a estratégia de
envolvimento do Estado não só como incentivador, mas agente efetivo no processo de
industrialização, a partir da implementação do Processo de Substituição de Importações,
cujo resultado seria a superação da condição de subdesenvolvimento desses países, e a
modificação na divisão internacional do trabalho.
FHC
A dependência pode ser entendida como uma relação de subordinação entre nações
formalmente independentes, na qual a economia de certos países está condicionada ao
desenvolvimento e expansão de outras economias, de forma que os países centrais
poderiam se auto sustentar, enquanto que os países periféricos só poderiam expandir suas
economias como um reflexo da expansão dos primeiros. Nesses termos é a compreensão
do processo de formação socioeconômico na América Latina a partir de sua integração
subordinada à economia capitalista mundial. As três formas históricas de dependência:
1ª- dependência colonial, caracterizada pela exportação de produtos naturais e na qual o
capital comercial e financeiro, associado aos estados colonialistas, domina as relações
entre a Europa e as colônias. 2ª- dependência financeiro-industrial, caracterizada pela
dominação do grande capital nos centros hegemônicos e cuja expansão se deu por meio
de investimentos na produção de matérias-primas e produtos agrícolas para seu próprio
consumo; nesse sentido a produção, por ser voltada à exportação, era determinada de
acordo com a demanda dos centros hegemônicos. 3ª- dependência tecnológico-financeira,
caracterizada pela presença de corporações multinacionais que investem na indústria
voltada para o mercado interno dos países subdesenvolvidos; nesse caso, a possibilidade
de gerar novos investimentos depende da existência de recursos financeiros em moeda
estrangeira para a compra de máquinas não produzidas internamente.
Acumular capital significa necessariamente aumentar a massa de trabalhadores, na
medida em que o trabalho vivo é o único capaz de criar valor adicional. Quando ocorre
um incremento na composição do capital, a produtividade do trabalho de ver ser ampliada
através da intensificação do processo acumulativo, o que quer dizer que amplia-se a
quantidade de máquinas e equipamentos, mas a contratação de trabalhadores não
acompanha essa ampliação. A partir disso, forma-se o exército industrial de reserva, fator
de vital importância para o funcionamento do sistema capitalista. A classe desempregada
pressiona os empregados, que ficam em um ponto de incerteza e instabilidade. Os que se
encontram empregados ficam sujeitos a trabalho excessivo, de modo que a exploração a
que são submetidos é a fonte de enriquecimento da classe capitalista como um todo.
A partir desse argumento Marini mostra que não há outra forma de compensar a
transferência de valor para o centro porque não se desenvolve uma base técnica,
compatível com a do centro, que possibilite elevar a mais-valia a partir do aumente da
produtividade do trabalho. Essa dinâmica de acumulação de capital, ademais de permitir
que o capitalismo dependente cresça e contorne sua restrição, intensiva em graus cada
vez maiores a distribuição regressiva de renda e da riqueza que nada mais são que
consequências inevitáveis de dependência.