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Avaliação 1 - Sistema Financeiro internacional

Jonathan Cesar Tavares Moutinho


Matrícula: 20190071805

1 - Os fatores de produção são elementos básicos que compõem a organização da produção,


manipulando a natureza pelo trabalho, i.e, modificando sua substância, transformando as
matérias-primas extraídas, em bens. Sob o modo de produção capitalista, a produção de bens
visam não a satisfação das necessidades imediatas - considerando seu valor de uso - de quem
a produz (a unidade produtiva) mas, tem como finalidade, o lucro (possível através da
predominância do valor de troca em uma sociedade mercantil, onde impera a venalidade
universal de todas coisas). A produção de riquezas se dá mediante a interação dos fatores de
produção no processo produtivo, agregando valor através do trabalho a um determinado bem
ou mercadoria, que são trocados pelas unidades produtivas, que compõem este aparelho
produtivo, por meio da divisão social do trabalho.

Nesse sentido, são fatores de produção:

i) o trabalho, representado pelo esforço humano na organização e na execução do


processo da produção; ii) os recursos naturais; iii) o capital, representado pelo
conjunto de instrumentos que têm por finalidade diminuir o esforço e aumentar a
eficiência do homem no processo produtivo. (CANO, p. 27, 2012).

Ademais, tais fatores de produção devem ser analisados e vistos pelo prisma do dinamismo e
do constante movimento - sendo assim descartada qualquer ideia onde se presume certa
imutabilidade -. Sendo assim, o elemento humano, bem como os recursos naturais e o capital
empregado, estão todos submetidos aos avanços técnicos-cientificos, que buscam maior
produtividade, visando ofertar bens e serviços de melhor qualidade e com menor custo de
produção.

2- O PIB (Produto Interno Bruto), que visa mensurar todo o produto nacional, é uma
importante categoria para detalhar e analisar a capacidade produtiva de um país. Tal categoria
permite medir toda a produção das unidades produtivas de uma região ou país em um recorte
temporal estabelecido

A medida do PIB de um país ou região representa a produção de todas as


unidades produtoras da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e
prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo etc. num dado período
(ano ou trimestre, em geral) a preços de mercado (FEIJÓ, p.21, 2013)

No que tange a divergência entre PIB efetivo e potencial, há de ressaltar o fenômeno do


crescimento econômico e seus desdobramentos. O PIB efetivo, diz respeito ao total produzido
de bens e serviços e um determinado período - considerando que determinada economia não
opere com sua plena capacidade produtiva. Em contrapartida, o PIB potencial faz referência
ao potencial máximo de uma dada economia, com menor ociosidade, atentando para o fato
que tal crescimento não leve a uma aceleração da inflação. A disparidade entre PIB efetivo e
potencial, é chamada de hiato de produto:

A diferença entre o produto observado e a estimativa do produto potencial (PIB*) é


chamada de hiato de produto. Quando o PIB<PIB*, diz-se que há um hiato negativo
do produto. Quando PIB>PIB*, verifica-se um hiato de produto positivo. A medida
do hiato do produto e da sua evolução representam uma informação importante
utilizada pelos bancos centrais para guiar a formulação e a avaliação da política
monetária. (FEIJÓ, p.42, 2013).

Em relação a diferenciação entre PIB real e nominal, observa-se que, quanto ao primeiro, o
conceito visa exprimir o total produzido em determinado período, a preços constantes, sem
relação com a progressão dos preços (i.e, da inflação), considerando a relação entre volume
(quantidade produzida) e preços. Já o PIB nominal, considera os efeitos, tanto inflacionários
como deflacionários pelo PIB corrente.

3- O modo de produção capitalista é definido como uma forma sócio-histórica,


compreendendo suas relações de produção antagônicas, bem como o avanço das forças
produtivas que engendram determinada forma social. Nesse sentido, a organização da
produção bem como suas determinações são entendidas a partir de um vir-a-ser histórico,
onde tal realidade concreta concebe a forma mais acabada e sofisticada da divisão social do
trabalho, onde as unidades produtivas se relacionam entre si de forma reificada, com
predominância de uma grandeza, que é o tempo de trabalho social necessário para produção,
expresso no valor de troca de uma mercadoria.

Nesse sentido, as relações de produção engendram também as contradições necessárias para a


sua superação, com centralidade para a contradição entre capital e trabalho. No entanto, essa
forma acabada, saída da formalidade da relação entre trabalhadores autônomos, individuais,
reunidos pelo capital e que se relacionam formalmente, dão lugar a uma relação propriamente
capitalista - com a emergência da manufatura, e a concentração de trabalhadores em um
mesmo ambiente físico, que com a indústria fabril, alcança seu apogeu, onde os fenômenos da
alienação e do fetichismo se tornam cada vez mais evidentes -, onde os trabalhadores então,
despossuídos de seus instrumentos de produção e incapazes de produzirem e reproduzirem
seus meios de existência, são obrigados a vender sua forca de trabalho para os possuidores
dos meios de produção, que são, nomeadamente, a classe dominante: a burguesia.

Em relação a desigualdade entre os países, se torna necessário ressaltar que o


desenvolvimento do capitalismo enquanto como de produção se dá, aprioristicamente, no
continente europeu, e que através das necessidades de distribuição e escoamento das
mercadorias produzidas pelo comércio, se espraiam pela orbe, em um processo de
universalização violento e imposto, avançando sobre toda e qualquer forma de vida. A
desigualdade, em suma, se torna saliente em função do avanço das forças produtivas e do
progresso técnico científico na Europa. Esse processo de universalização levou a uma divisão
internacional do trabalho leonina, que desde a relação entre colônia - metrópole no período de
expansão dos impérios ultramarinos e da pax brittanica, perpetuam uma subalternização e
uma clivagem entre Norte-Sul global, sendo o as economias do Norte mais complexas, e as do
Sul, mais primarizadas.

4- De acordo com a Lei de Say, o nível de atividade econômica na interpretação da economia


política clássica (encabeçada por David Ricardo e suas contribuições) preconiza uma relação
entre produção e demanda, em que, a "demanda é apenas limitada pela produção", i.e, o total
produzido em uma economia seria necessariamente demandada, expresso em uma relação
onde o "investimento agregado é regulado pela poupança agregada" (CORECON, p. 8, 2015).
Também compreende que a economia funciona em sua máxima e plena capacidade produtiva,
sem ociosidade de capital fixo e não de pleno emprego, o que resulta no fenômeno de
desemprego estrutural. Por fim, o determinante para a mensuração da riqueza, não seriam -
como pressuposto pelo bulionismo/metalismo mercantilista - a quantidade de metais preciosos
possuídos, mas pela produto efetivo, i.e, pela real produção de bens.

Portanto, David Ricardo entende dessa forma que o nível geral de preços não é determinado
pela quantidade circulante da moeda, mas pelos custos de produção de bens, que são fatores
reais, independentes da circulação. Nesse processo, tais fatores teriam uma dinâmica
endógena, bem como a circulação. Os mecanismos de mercado, que tem sua centralidade na
relação entre oferta e demanda, são analisados, pela teoria neoclássica, por meio da "noção de
escassez e pelo princípio da substituição" (CORECON, p. 12, 2015). Nesse sentido, as
condições de equilíbrio em cada mercado seriam determinadas pelos preços relativos - dos
fatores de produção e dos produtos, por um lado - e pela quantidade utilizada de fatores e
produtos de outro. (CORECON, p.12,2015). A alocação dos fatores de produção fica assim
subordinada pela relação de empresas que buscam sua remuneração (o lucro) e pelos
consumidores que buscam sanar uma necessidade através da utilidade do produto (valor de
uso).

Sendo assim:

A tendência ao pleno emprego de todos os fatores de produção, bem como a ideia de


determinação simultânea de preços relativos e quantidades presente no modelo
neoclássico, contrasta com as ideias presentes na economia política clássica. De fato,
na teoria neoclássica o modelo de equilíbrio geral provê não apenas explicação para a
determinação dos preços relativos das mercadorias e da distribuição de renda, como
também uma teoria para o nível de produto, determinado em condições de equilíbrio
geral, pelo pleno emprego dos fatores de produção, sendo, portanto, um produto de
pleno emprego (CORECON, p.13, 2015).

5- Para além da compreensão clássica de mercado financeiro, debruçada sobre a relação entre
oferta e demanda de fundos - por exemplo, desinvestimento, desentesouramento líquido,
empréstimos bancários adicionais e líquidos, indicando a oferta; e fundos destinados ao gasto
de novos investimentos de capital; fundo para o consumo e para o entesouramento, indicando
a procura -, a contribuição de Robertson revela uma categorização mais complexa,
comportando diferenças nos tipos de fundos e dos próprios mercados de fundos, traçando uma
diferenciação vital entre mercado monetário e financeiro - sendo o primeiro, destinado a
fundos de curto prazo, e o segundo, de médio a longo prazo (FREY,p. 32-33, ). Tais conceitos
nos auxiliam a compreender de forma incipiente, o sistema financeiro e seus mecanismos.

Entretanto, a problemática entre investimento e poupança ou, financiamento e crescimento,


que paira sobre os debates das mais variadas vertentes teóricas, se debruçam sobre o grande
problema da causalidade: "É o crescimento que cria seu próprio financiamento ou é o
financiamento que precede o crescimento?" (CASTRO, p. 278, 2008). Para tanto, vale
ressaltar o papel dos bancos durante o processo de industrialização da Inglaterra, "facilitando
a mobilização de capital, e que a melhor mobilização de poupança poderia gerar maior
eficiência na alocação de recursos e impulsionar a inovação tecnológica" (CASTRO, p.279,
2008). Os bancos, além de serem importantes para catalisar o desenvolvimento técnico-
científico, também proporcionam os meios para a difusão tecnológica, promovidas por esses
avanços técnicos e científicos

O surgimento de uma inovação torna possível ao empreendedor introduzir uma


novidade (não necessariamente técnica) que lhe permite usufruir de uma quase-renda
– “quase”, porque temporária. Após o empresário inovador (after the pioneer), segue-
se o “enxame” de imitadores (swarm of imitators)]. A melhoria original é, então,
difundida, ocorrendo um aumento dos investimentos e dos empréstimos bancários.
(CASTRO, p. 280, 2008).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CANO, Wilson. Introdução à Economia: uma abordagem crítica. 3ª edição. São Paulo,
Editora Unesp, 2012.

CASTRO, Antônio Barros de; LESSA, Carlos. Introdução à economia (Uma abordagem
estruturalista). 36ª edição. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1999 [1967].

CASTRO, Lavínia Barros de. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, V.14, N.29, p. 277-308,
2008.

CORECON-RJ, 1ª REGIÃO. Escolas da macroeconomia. Rio de Janeiro Albatroz, 2015.

COMISSÃO NACIONAL DE BOLSAS. Mercado de capitais. Rio de Janeiro, Elsevier,


2005.

SANTOS, Theotonio. Forças produtivas e relações de produção: Ensaio introdutório.


Tradução de Hugo Pedro Boff. Petrópolis, Vozes, 1984.

FEIJÓ, Carmen Aparecida; RAMOS, Roberto Luís Olinto (Orgs.). Contabilidade social:
referência das contas nacionais do Brasil. 5ª ed. Revista e atualizada. Rio de Janeiro, Elsevier,
2017..
FREY, Luigi. Desenvolvimento econômico e estrutura do mercado financeiro. Tradução de
Affonso Blacheyre, revista por Cassio Fonseca. Rio de Janeiro, Zahar, Editores, 1974 [1961].

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