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Quando chegou em casa, Kia estava tão cansada que não conseguia pensar em
mais nada além de sua cama. Ela sabia que tinha se atrasado e que seria
cobrada por isso. Seu pai estava assistindo alguma coisa na sala, então foi se
dirigindo ao seu quarto. Não estava nem um pouco afim de ouvir uma bronca
das pessoa com quem menos se identificava no mundo, por mais que fossem
seus pais. Correu o mais rápido possível em direção às escadas, para evitar
qualquer contato visual.
O suor frio escorria ao longo do rosto de Kia, sem saber oque fazer.
Rapidamente pensou na resposta mais elaborada que conseguiu:
- É bom que seja verdade, pois eu vou ligar pra sua tia! E se for mentira... –
Ela deu uma longa respirada com o telefone encostado na orelha. O coração de
Kia batia extremamente forte. Seus olhos pareciam sair das órbitas. Foi aí que
ela ouviu a voz de sua tia.
- Alô?
Ela tirou as roupas molhadas e as atirou o mais longe que pôde dentro de seu
quarto. Então recebeu o merecido descanso depois daquele dia agitado. Ela se
apoiou na janela para olhar o céu levemente estrelado, com muita dificuldade
graças às luzes da cidade, mas ainda conseguiu ver alguma coisa. Enquanto
olhava pela janela, uma chuva mediana começou a cair, formando diversas
gotas na janela.
Do outro lado da cidade, marco ainda esperava o trem parar em seu ponto. O
local estava ermo. Fora o som da chuva batendo contra o teto do ponto, não se
ouvia nada. Ele esperava sentado fazia cerca de uma hora, enquanto jogava em
seu celular. Como não havia ninguém em volta, comemorava com gritos a cada
nova pontuação.
Desviou um pouco o olhar da tela de seu celular para observar a cidade atrás
dele. Suas luzes cintilantes enchiam seu rosto de brilho em meio à escuridão.
O local por onde esperava o trem era ao pé de uma montanha, com quase
nenhuma iluminação, lugar que seria extremamente perigoso em outros países,
como o de sua família, o Brasil. Seus tios tinham falado muito de lá como sendo
um lugar bonito e perigoso.
O trajeto não era muito longo, e não levou muito mais que 15 minutos para
que já estivessem em frente à estação do destino. A chuva que caía havia ficado
mais forte, então Marco puxou seu guarda chuva e se preparou para correr.
Mas pouco antes de se distanciar da porta do trem, ouviu o garoto dizer:
Ele se virou para responder, mas quando olhou para trás, estava sozinho em
uma estação, cuja luz falhava sem parar.