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Entre uma golada e outra na água gelada do bebedouro, ela ouviu uma música
de que gostava muito saindo de uma das salas próximas. Oque ouvia era For
the Love of God, uma das mais famosas músicas do guitarrista Steve Vai, um de
seus preferidos.
Desde pequena uma pessoa muito fechada, Kia Ume tinha grande adoração
por músicas do estilo do rock. Era sempre reprimida em sua família quando
dizia querer comprar discos de bandas como The Beatles ou ir a shows dos
Artic Monkeys, pois grande parte de seus parentes eram componentes famosos
do universo da música clássica premiados e muito reconhecidos. Graças a tais
fatores, a jovem Kia se dedicava a tempo quase integral, ou seja, quando não
estava na escola, ao estudo do piano, fora outros instrumentos como o cello e o
contrabaixo acústico.
Por mais que se dedicasse a esses instrumentos, sua paixão era na verdade, a
liberdade apresentada pelo rock. Em suas playlists de música, 90% do espaço
era ocupado pelos melodiosos solos de Joe Satriani e as guitarras pesadas de
Metallica.
Um tanto quanto curiosa pelo som que enchia seus ouvidos de tal forma que a
fazia flutuar, Kia decidiu conferir de onde tal som vinha. Olhando entre uma
sala e outra, ela percebeu que o som vinha de uma sala que estava
aparentemente vazia no final do corredor. Um longo suspiro foi tudo oque ela
conseguiu esboçar.
Procurava pela janela da sala, com um pouco de medo, por quem ou por que
aparelho que reproduzia tais notas. Pensativa, Kia decidiu tomar coragem para
abrir a porta. Levemente pôs suas mãos sobre a maçaneta e começou a rodá-la
lentamente, se esforçando para não fazer barulhou ser percebida. Abriu a porta
com um leve ranger, mas nada muito perceptível, e viu que no centro da sala,
um garoto que parecia ter sua idade, provavelmente de alguma outra turma,
tocava os solos sem nenhuma dificuldade aparente, gesticulando e fazendo
diversas caretas.
Por cerca de dois minutos, Kia observou o garoto com um sorriso no rosto,
interessada no que via e ouvia. Quando a música cessou, os dois se olharam
lentamente, olho no olho. A expressão dos dois era de pavor, talvez um pouco
puxado para a vergonha. O rosto de ambos tomou uma tonalidade vermelho
vivo, de forma que ficou bem aparente que os dois eram extremamente tímidos.
-MEDESCULPEEUFIQUEIIMPRESSIONADACOMAMÚSICAVOCÊTOCAM
UITOBEMPRAZERMEUNOMEÉKIAOCÉUTÁLINDOHOJENÉ?
-OLÁTUDOBEMDESCULPAEUSOUMARCOHIDEA!
- Eu fiquei porque, já que minha mãe não está em casa, pensei em esperar aqui
enquanto ouço música. – Disse ela mostrando seus fones que estavam
pendurados em seu pescoço.