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FLUXO DE POTÊNCIA CONTINUADO E ANÁLISE MODAL NA AVALIAÇÃO

DA ESTABILIDADE DE TENSÃO DE SISTEMAS DE GRANDE PORTE

JÚLIO CÉSAR REZENDE FERRAZ

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-


GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM

CIÊNCIAS EM ENGENHARIA ELÉTRICA.

APROVADA POR:

Prof. Djalma Mosqueira Falcão, Ph.D.

Dr. Nelson Martins, Ph.D.

Dr. Hermínio José da Cunha Pereira Pinto, D.Sc.

Prof. Ricardo Bernardo Prada, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

AGOSTO DE 1998
FERRAZ, JÚLIO CÉSAR REZENDE
Fluxo de Potência Continuado e Análise
Modal na Avaliação da Estabilidade de Tensão de
Sistemas de Grande Porte [Rio de Janeiro] 1998
XIV, 128 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, M.Sc.,
Engenharia Elétrica, 1998)
Tese – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, COPPE
1. Estabilidade de Tensão
2. Fluxo de Potência Continuado
3. Análise Modal
I. COPPE/UFRJ II. Título (série)

ii
Aos meus pais, Antônio Márcio e Marília, e
aos meus irmãos, Liliane e Antônio Jr.

iii
Agradecimentos

Ao Professor Djalma Mosqueira Falcão e ao Dr. Nelson Martins pela


orientação deste trabalho.

Ao Dr. Hermínio J.C.P. Pinto pelas discussões técnicas e pelo apoio


relacionado a aplicação da análise modal ao estudo de estabilidade de
tensão.

Ao Professor José L.R. Pereira pela iniciação científica e pelo constante


incentivo.

Ao pesquisador André Bianco (CEPEL) pelas importantes sugestões feitas a


este trabalho.

Aos meus amigos e familiares, pelo apoio e incentivo durante toda a


realização do curso.

iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

FLUXO DE POTÊNCIA CONTINUADO E ANÁLISE MODAL NA AVALIAÇÃO


DA ESTABILIDADE DE TENSÃO DE SISTEMAS DE GRANDE PORTE

JÚLIO CÉSAR REZENDE FERRAZ


Agosto / 1998

Orientadores: Djalma Mosqueira Falcão, Ph.D.


Nelson Martins, Ph.D.
Programa: Engenharia Elétrica

Este trabalho mostra a utilização da análise modal e do método de continuação no


estudo de estabilidade de tensão em sistemas elétricos de potência de grande porte.
Realizada no ponto de carregamento máximo, obtido através do fluxo de potência
continuado, a análise modal fornece informações relacionadas a determinação de
medidas para reforço do sistema, proporcionando aumento na margem de carregamento.
A solução do fluxo de potência, nas proximidades do ponto de carregamento máximo, é
dificultada quando utiliza-se a formulação convencional pela singularidade existente na
matriz jacobiana do sistema quando o carregamento é máximo. A utilização do método
de continuação permite a obtenção de todas as soluções reais do fluxo de potência num
sistema, inclusive no ponto de carregamento máximo.
A utilização da análise modal em sistemas de grande porte é viabilizada pelo uso de
algoritmos de solução parcial do problema de autovalores. O algoritmo de obtenção de
pólos dominantes de uma determinada função de transferência é utilizado para que o
monitoramento dos modos críticos associados às áreas de interesse seja feito.
Neste trabalho, essas técnicas de análise de estabilidade de tensão foram desenvolvidas
(inicialmente no ambiente Matlab e posteriormente em FORTRAN) e incorporadas ao
programa de análise de redes (ANAREDE/CEPEL) utilizado na maioria das
concessionárias de energia do Brasil, permitindo a avaliação eficiente de sistemas de
grande porte. Os resultados obtidos mostram as vantagens da utilização conjunta do
fluxo de potência continuado e da análise modal em estudos de estabilidade de tensão de
sistemas interconectados reais. As medidas de reforço adotadas mostraram-se efetivas,
aumentando consideravelmente a margem de carregamento do sistema.

v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

CONTINUATION POWER FLOW AND MODAL ANALYSIS IN THE


VOLTAGE STABILITY ASSESSMENT OF LARGE SYSTEMS
JÚLIO CÉSAR REZENDE FERRAZ
August / 1998

Supervisors: Djalma Mosqueira Falcão, Ph.D.


Nelson Martins, Ph.D.
Department: Electrical Engineering

This work describes the use of modal analysis and the continuation method in the
voltage stability assessment of large power systems. When carried out at the maximum
loadability point, which is calculated by the continuation power flow, the modal
analysis provides information on the most adequate system reinforcements for
loadability margin improvement.
The power flow solution, near the maximum loadability point, is difficult to calculate by
the conventional formulation, due to the inherent singularity of the system Jacobian at
the maximum loadability point. Using the continuation method, one may obtain all real
solutions of a system’s power flow, the maximum loadability point included. Modal
analysis in large systems is made feasible through the use of partial eigensolution
algorithms. Transfer function dominant pole algorithms are used to monitor critical
modes associated with a given area of the system.
In this work, these voltage stability techniques were developed (initially in a Matlab
environment, later in FORTRAN) and implemented into a power flow program
(ANAREDE/CEPEL), which is widely used in most Brazilian utilities, allowing large
systems to be efficiently studied. The described results demonstrated the benefits
obtained with the joint use of continuation power flow and modal analysis methods to
voltage stability studies of practical interconnected systems. The system reinforcement
measures used were effective, significantly improving the system loadability margin.

vi
Sumário

SUMÁRIO................................................................................................................................................... I

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................................. IX

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................... XIII

CAPÍTULO I INTRODUÇÃO.................................................................................................................1

I.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................................................1


I.2 OBJETIVOS .......................................................................................................................................2

CAPÍTULO II ESTABILIDADE DE TENSÃO EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA ....4

II.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................................4


II.2 DEFINIÇÕES .................................................................................................................................5
II.3 ANÁLISE DO PROBLEMA ..............................................................................................................7
II.3.1 Análise Dinâmica....................................................................................................................8
II.3.2 Análise Estática ......................................................................................................................8

CAPÍTULO III APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CONTINUAÇÃO E DA ANÁLISE MODAL AO


ESTUDO DE ESTABILIDADE DE TENSÃO ......................................................................................13

III.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................13


III.2 MÉTODO DE CONTINUAÇÃO.......................................................................................................14
III.2.1 Estimativa.........................................................................................................................16
III.2.2 Correção...........................................................................................................................18
III.3 ANÁLISE MODAL .......................................................................................................................20

CAPÍTULO IV IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL..............................................................23

IV.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ...........................................................................................................23


IV.2 IMPLEMENTAÇÃO NO POWER SYSTEMS TOOLBOX / MATLAB ........................................................24
IV.3 IMPLEMENTAÇÃO NO ANAREDE..............................................................................................25

CAPÍTULO V RESULTADOS ..............................................................................................................31

V.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ...........................................................................................................31


V.2 RESULTADOS OBTIDOS NO POWER SYSTEMS TOOLBOX/MATLAB .................................................33
V.2.1 Sistema Teste 1 .....................................................................................................................34
V.2.2 Sistema PST 1 .......................................................................................................................36
Sumário vii
V.2.3 Sistema PST 2 .......................................................................................................................39
V.3 RESULTADOS OBTIDOS NO ANAREDE .....................................................................................42
V.3.1 Comparação com o programa PFLOW................................................................................43
a) Sistema Teste IEEE de 118 barras ....................................................................................................... 44
b) Sistema Brasileiro ................................................................................................................................ 48
V.3.2 Sistema Teste ........................................................................................................................53
V.3.3 Análise Modal do Sistema Brasileiro no Ponto de Colapso .................................................57
a) Sistema S-SE / Abril 1997 – Incremento do Carregamento da Área São Paulo................................... 61
a.1) Obtenção do Carregamento Máximo .............................................................................................. 62
a.2) Análise Modal................................................................................................................................. 67
a.3) Medida para reforço do sistema ...................................................................................................... 70
b) Sistema S-SE / Abril 1997 – Incremento do Carregamento da Área Rio............................................. 76
b.1) Obtenção do Carregamento Máximo .............................................................................................. 76
b.2) Análise Modal................................................................................................................................. 88
b.3) Medida para reforço do sistema ...................................................................................................... 95
c) Sistema S-SE / Julho 1998 – Incremento do Carregamento da Área São Paulo ................................ 100
c.1) Obtenção do Carregamento Máximo ............................................................................................ 101
c.2) Análise Modal............................................................................................................................... 104
d) Sistema S-SE / Julho 1998 – Incremento do Carregamento da Área Rio........................................... 106
d.1) Obtenção do Carregamento Máximo ............................................................................................ 106
d.2) Análise Modal............................................................................................................................... 110
e) Sistema S-SE / Julho 1998 – Incremento do Carregamento de Todo o Sistema ................................ 111
e.1) Obtenção do Carregamento Máximo ............................................................................................ 112
e.2) Análise Modal............................................................................................................................... 115

CAPÍTULO VI CONCLUSÕES ..........................................................................................................122

VI.1 CONCLUSÕES ...........................................................................................................................122


VI.2 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ...............................................................................................123

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................125

Sumário viii
Lista de Figuras
FIGURA 1 – COMPORTAMENTO DO SISTEMA PARA DIFERENTES FATORES DE POTÊNCIA ...............................5
FIGURA 2 – CURVA PXV OBTIDA COM MÉTODO DE CONTINUAÇÃO ...............................................................9
FIGURA 3 – CURVA VXQ ............................................................................................................................10
FIGURA 4 – ETAPAS DO MÉTODO DE CONTINUAÇÃO....................................................................................15
FIGURA 5 – OBTENÇÃO DA CURVA DE VARIAÇÃO DE TENSÃO DAS BARRAS DO SISTEMA ............................16
FIGURA 6 – SISTEMA EXEMPLO ...................................................................................................................19
FIGURA 7 – SISTEMA TESTE 1 .....................................................................................................................34
FIGURA 8 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 2................................................................................................35
FIGURA 9 – AUTOVALORES DA MATRIZ JACOBIANA DO SISTEMA CONVENCIONAL ......................................35
FIGURA 10 – AUTOVALORES DA MATRIZ JACOBIANA DO SISTEMA AUMENTADO .........................................36
FIGURA 11 – SISTEMA TESTE 2 ...................................................................................................................36
FIGURA 12 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 9..............................................................................................37
FIGURA 13 – PERFIL DE TENSÃO NAS BARRAS 5 E 7 ....................................................................................37
FIGURA 14 – AUTOVALORES DA MATRIZ JACOBINA REDUZIDA DO SISTEMA CONVENCIONAL .....................38
FIGURA 15 – AUTOVALORES DA MATRIZ JACOBIANA REDUZIDA DO SISTEMA AUMENTADO ........................38
FIGURA 16 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 1..............................................................................................39
FIGURA 17 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 37............................................................................................40
FIGURA 18 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 52............................................................................................40
FIGURA 19 – AUTOVALORES DA MATRIZ JACOBIANA REDUZIDA DO SISTEMA CONVENCIONAL ...................41
FIGURA 20 – DETALHE DOS AUTOVALORES DO SISTEMA CONVENCIONAL...................................................41
FIGURA 21 – AUTOVALORES DA MATRIZ JACOBIANA REDUZIDA DO SISTEMA AUMENTADO ........................42
FIGURA 22 – DETALHE DOS AUTOVALORES DO SISTEMA AUMENTADO .......................................................42
FIGURA 23 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 47 ...............................................................45
FIGURA 24 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 44 ...............................................................45
FIGURA 25 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 75 ...............................................................46
FIGURA 26 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 76 ...............................................................47
FIGURA 27 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 47 ...............................................................47
FIGURA 28 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 80 ...............................................................48
FIGURA 29 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “KLABIN----69” .......................................49
FIGURA 30 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “IV-FOZ-1-765”........................................50
FIGURA 31 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “SENGES----69” .......................................50
FIGURA 32 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “NORDESTE-88"......................................51
FIGURA 33 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “IV-FOZ-1-765”........................................52

Lista de Figuras ix
FIGURA 34 – COMPARAÇÃO DO PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “FOZ-500-60HZ” ......................................52
FIGURA 35 – SISTEMA TESTE ......................................................................................................................53
FIGURA 36 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 2 (COMPARAÇÃO ENTRE AS TRAJETÓRIAS POSSÍVEIS) .............54
FIGURA 37 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 3 (COMPARAÇÃO ENTRE AS TRAJETÓRIAS POSSÍVEIS) .............55
FIGURA 38 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 2 (SOLUÇÃO COM A TRAJETÓRIA DE NÍVEL DE TENSÃO
DECRESCENTE) ...................................................................................................................................55

FIGURA 39 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA 3 (SOLUÇÃO COM A TRAJETÓRIA DE NÍVEL DE TENSÃO


DECRESCENTE) ...................................................................................................................................56

FIGURA 40 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “ITAPETI2-138”....................................................................63


FIGURA 41 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CENTRO----20” ...................................................................63
FIGURA 42 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CACH----11.4”.....................................................................64
FIGURA 43 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “INTERL----345”...................................................................65
FIGURA 44 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “PIRITUBA-230”...................................................................65
FIGURA 45 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “E.SOUZA--230”...................................................................66
FIGURA 46 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “ADRIANO--345” .................................................................66
FIGURA 47 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO
CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO (λ=0,002678) .....................................................................................68
FIGURA 48 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO
CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO (λ=0,000198) .....................................................................................69
FIGURA 49 – RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO (λ=0,000198) .70
FIGURA 50 – RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO (λ=0,000198)
SEPARADOS PELO NÍVEL DE TENSÃO NA BARRA ..................................................................................71

FIGURA 51 – INFLUÊNCIA DA INJEÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA NA BARRA “CENTRO-230" NO AUMENTO DO


CARREGAMENTO DA ÁREA SÃO PAULO...............................................................................................72

FIGURA 52 – RELAÇÃO ENTRE O AUMENTO DE CARREGAMENTO DA ÁREA SÃO PAULO E A INJEÇÃO DE


POTÊNCIA REATIVA EM “CENTRO---230” (ALÉM DO PONTO CALCULADO SEM O COMPENSADOR

SÍNCRONO INSTALADO).......................................................................................................................73

FIGURA 53 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “PIRITUBA-230”...................................................................74


FIGURA 54 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “INTERL---345” ....................................................................74
FIGURA 55 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “C.PAULIS-138” ...................................................................75
FIGURA 56 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CACH----11.4”.....................................................................75
FIGURA 57 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CACH----11.4”.....................................................................78
FIGURA 58 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CAMPOS---345”..................................................................78
FIGURA 59 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “JACAREP--345” ..................................................................79
FIGURA 60 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “C.PAULIS-138” ...................................................................79
FIGURA 61 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “ADRIANO--345” .................................................................80
FIGURA 62 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “VITORIA--345” ...................................................................81
FIGURA 63 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “R.LEAO---138” ....................................................................81
FIGURA 64 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “MESQUITA-SIN” ................................................................82
Lista de Figuras x
FIGURA 65 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CACH----11.4”.....................................................................83
FIGURA 66 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “ADRIANO--345” .................................................................84
FIGURA 67 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “JACAREP--345” ..................................................................84
FIGURA 68 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CAMPOS---345”..................................................................85
FIGURA 69 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “VITORIA--345” ...................................................................85
FIGURA 70 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “C.PAULIS-138” ...................................................................86
FIGURA 71 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “MESQUITA-SIN” ................................................................86
FIGURA 72 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO
CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000562) ..................................................................................................89

FIGURA 73 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO


CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000010) ..................................................................................................90

FIGURA 74 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO


CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000507) ..................................................................................................91

FIGURA 75 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO


CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000272) ..................................................................................................92

FIGURA 76 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO


CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000203) ..................................................................................................93

FIGURA 77 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO


CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000298) ..................................................................................................94

FIGURA 78 – RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000507)..............95


FIGURA 79 – RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000507)
SEPARADOS PELO NÍVEL DE TENSÃO NA BARRA ..................................................................................96

FIGURA 80 – INFLUÊNCIA DA INJEÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA NA BARRA “CACHOEIRO138" NO AUMENTO


DO CARREGAMENTO DA ÁREA RIO ......................................................................................................97

FIGURA 81–RELAÇÃO ENTRE O O AUMENTO DE CARREGAMENTO DA ÁREA RIO E A INJEÇÃO DE POTÊNCIA


REATIVA EM “CACHOEIRO138” (ALÉM DO PONTO CALCULADO SEM O COMPENSADOR SÍNCRONO

INSTALADO)........................................................................................................................................98

FIGURA 82 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “JACAREP--345" ..................................................................99


FIGURA 83 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CAMPOS---345”..................................................................99
FIGURA 84 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “VITORIA--345" .................................................................100
FIGURA 85 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “NAVI 13” ......................................................................102
FIGURA 86 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “INTERLAG-345” ...............................................................102
FIGURA 87 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “PIRITUBA-230”.................................................................103
FIGURA 88 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “APARECID-230” ...............................................................103
FIGURA 89 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO
CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO (λ=0,055810) ...................................................................................105
FIGURA 90 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MENOR
AUTOVALOR DO SISTEMA (λ=0,000153)...........................................................................................105

Lista de Figuras xi
FIGURA 91 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “P.CARRO 69” ..................................................................107
FIGURA 92 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “ARARUAMA 69” .............................................................108
FIGURA 93 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “ADRIANO--345” ...............................................................108
FIGURA 94 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “JACARE---345” .................................................................109
FIGURA 95 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “CAMPOS---345”................................................................109
FIGURA 96 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO
CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,000224) ................................................................................................111

FIGURA 97 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “B.RETIRO--69"..................................................................113


FIGURA 98 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “ADRIANO--345" ...............................................................113
FIGURA 99 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “JACARE--345"...................................................................114
FIGURA 100 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “PIRITUBA-230”...............................................................114
FIGURA 101 – PERFIL DE TENSÃO NA BARRA “INTERLAG-345” .............................................................115
FIGURA 102 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO
CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO (λ=0,274736) ...................................................................................116
FIGURA 103 – RESÍDUOS DE ∆V /∆Q ASSOCIADOS AO MODO CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO (λ=0,274736)
I I

SEPARADOS PELO NÍVEL DE TENSÃO NA BARRA ................................................................................117

FIGURA 104 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO


CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,420285) ................................................................................................118

FIGURA 105 – RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO (λ=0,420285)
SEPARADOS PELO NÍVEL DE TENSÃO NA BARRA ................................................................................119

FIGURA 106 – FATORES DE OBSERVABILIDADE DE ∆V E RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MENOR


AUTOVALOR DO SISTEMA (λ=0,000211)...........................................................................................120

FIGURA 107 – RESÍDUOS DE ∆VI/∆QI ASSOCIADOS AO MENOR AUTOVALOR DO SISTEMA (λ=0,000211)


SEPARADOS PELO NÍVEL DE TENSÃO NA BARRA ................................................................................121

Lista de Figuras xii


Lista de Tabelas
TABELA 1 – UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO FORNECIDA PELOS RESÍDUOS DE DIFERENTES FUNÇÕES DE
TRANSFERÊNCIA .................................................................................................................................22

TABELA 2 – FUNÇÕES CRIADAS PARA MATLAB ............................................................................................24


TABELA 3 – PARÂMETROS DA FUNÇÃO FPCONT .......................................................................................25
TABELA 4 – OPÇÕES DO COMANDO DE EXECUÇÃO DO FLUXO DE POTÊNCIA CONTINUADO..........................26
TABELA 5 – COMANDOS DE CONTROLE DO MÉTODO DE CONTINUAÇÃO ......................................................26
TABELA 6 – PARÂMETROS PARA EXECUÇÃO DO FLUXO DE POTÊNCIA CONTINUADO ...................................28
TABELA 7 – ARQUIVOS GERADOS PELA EXECUÇÃO DO FLUXO DE POTÊNCIA CONTINUADO ........................30
TABELA 8 – OPÇÕES DO COMANDO DE EXECUÇÃO DA ANÁLISE MODAL (AMOD) ......................................30
TABELA 9 – ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..................................................................32
TABELA 10 – CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS TESTADOS NO MATLAB......................................................33
TABELA 11 – CARREGAMENTO MÁXIMO DOS SISTEMAS TESTADOS NO MATLAB ..........................................33
TABELA 12 – CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA PST 2 ..................................................................................39
TABELA 13 – CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS COMPARADOS...................................................................44
TABELA 14 – AUMENTO DO CARREGAMENTO DO SISTEMA IEEE DE 118 BARRAS ......................................44
TABELA 15 – AUMENTO DO CARREGAMENTO DO SISTEMA S–SE/SETEMBRO 1996 ....................................49
TABELA 16 – CARREGAMENTO MÁXIMO DO SISTEMA .................................................................................53
TABELA 17 – INFLUÊNCIA DA LIMITAÇÃO DE GERAÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA NO SISTEMA ......................57
TABELA 18 – CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS ANALISADOS ....................................................................58
TABELA 19 – DESCRIÇÃO DAS OPÇÕES UTILIZADAS NA ANÁLISE DO SISTEMA BRASILEIRO .........................58
TABELA 20 – SITUAÇÕES ANALISADAS NO SISTEMA S–SE / ABRIL 1997 ....................................................59
TABELA 21 – SITUAÇÕES ANALISADAS NO SISTEMA S–SE / JULHO 1998....................................................60
TABELA 22 – FUNÇÕES DE TRANSFERÊNCIA UTILIZADAS NA OBTENÇÃO DO MODO CRÍTICO .......................60
TABELA 23 – PARTICIPAÇÃO DA ÁREA SÃO PAULO NO SISTEMA S–SE / ABRIL 97 .....................................61
TABELA 24 –AUMENTO DO CARREGAMENTO DA ÁREA SÃO PAULO ............................................................62
TABELA 25 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO.....................................................68
TABELA 26 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO.....................................................69
TABELA 27 – MELHORIA DO AUMENTO DO CARREGAMENTO DA ÁREA SÃO PAULO COM A INSTALAÇÃO DO
COMPENSADOR SÍNCRONO EM “CENTRO---230”...............................................................................73

TABELA 28 – PARTICIPAÇÃO DA ÁREA RIO NO SISTEMA S–SE / ABRIL 1997..............................................76


TABELA 29 – AUMENTO DO CARREGAMENTO DA ÁREA RIO........................................................................77
TABELA 30 – DADOS DAS CONTINGÊNCIAS ANALISADAS ............................................................................82
TABELA 31 – AUMENTO DO CARREGAMENTO PARA CADA CONTINGÊNCIA .................................................83

Lista de Tabelas xiii


TABELA 32 – COMPARAÇÃO DO AUMENTO DA CARGA DA ÁREA RIO ..........................................................87
TABELA 33 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO .................................................................89
TABELA 34 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO .................................................................90
TABELA 35 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO .................................................................91
TABELA 36 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO .................................................................92
TABELA 37 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO .................................................................93
TABELA 38 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO .................................................................94
TABELA 39 – MELHORIA DO AUMENTO DO CARREGAMENTO DA ÁREA RIO COM A INSTALAÇÃO DO
COMPENSADOR SÍNCRONO EM “CACHOEIRO138” ...........................................................................97

TABELA 40 – PARTICIPAÇÃO DA ÁREA SÃO PAULO NO SISTEMA S–SE /JULHO 1998................................100


TABELA 41 – AUMENTO DO CARREGAMENTO DA ÁREA SÃO PAULO .........................................................101
TABELA 42 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO...................................................104
TABELA 43 – PARTICIPAÇÃO DA ÁREA RIO NO SISTEMA S–SE / JULHO 1998 ...........................................106
TABELA 44 – AUMENTO DO CARREGAMENTO DA ÁREA RIO......................................................................107
TABELA 45 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO ...............................................................110
TABELA 46 – AUMENTO DO CARREGAMENTO DO SISTEMA .......................................................................112
TABELA 47 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA SÃO PAULO...................................................116
TABELA 48 – DETERMINAÇÃO DO MODO CRÍTICO DA ÁREA RIO ...............................................................118

Lista de Tabelas xiv


Capítulo I
Introdução

I.1 Considerações Gerais

A necessidade de desenvolvimento de ferramentas que melhorem as condições


de análise acompanha o crescente aumento da complexidade dos sistemas
elétricos de potência. Essa complexidade aliada a restrições de ordem
econômica têm aumentado, nos últimos anos, as dificuldades de operação dos
sistemas. Problemas relacionados com a incapacidade do sistema em manter,
após um distúrbio, as tensões nas barras em níveis aceitáveis de operação,
tornaram-se mais freqüentes (TAYLOR, 1994, BIANCO, 1994). Além da
estabilidade angular deve ser verificada a estabilidade de tensão do sistema
(KUNDUR, 1994a).

Devido às características do sistema elétrico de potência (sua modelagem inclui


equações algébricas e dinâmicas não-lineares), a maneira mais fiel de realizar a
análise da estabilidade de tensão é através de uma simulação não-linear no
domínio do tempo. Este processo demanda um grande esforço computacional
devido ao fato de grande parte dos fenômenos de colapso de tensão envolverem
equipamentos com comportamento dinâmico lento ou com grandes atrasos na
sua atuação, o que acarreta em grandes períodos de simulação. Entretanto, por
esta mesma razão, o sistema pode ser analisado a partir de um enfoque estático,
considerando apenas as equações algébricas do problema (KUNDUR, 1994a,
PINTO, 1998).

Uma das técnicas empregadas na análise estática da estabilidade de tensão é a


obtenção do perfil das tensões nas barras quando o carregamento do sistema é
Capítulo I – Introdução 1
aumentado. Isto pode ser feito através de sucessivas soluções do fluxo de
potência. Há, entretanto, um problema nesta metodologia: no ponto de máximo
carregamento, a matriz jacobiana do sistema é singular. Portanto, não há
solução para o fluxo de potência nesse ponto e na sua vizinhança são
encontradas dificuldades de convergência.

Para superarmos o problema da singularidade da matriz jacobiana podemos


utilizar um método de continuação (SEYDEL, 1988). Através desta técnica, a
singularidade da matriz jacobiana não ocorre em nenhum ponto do processo. O
problema de fluxo de potência é alterado, permitindo que vários pontos de
equilíbrio para um dado carregamento sejam encontrados. O perfil de tensão
nas barras com a variação do carregamento do sistema é então obtido
(AJJARAPU, 1991).

Realizada no ponto de carregamento máximo do sistema, calculado através da


utilização do método de continuação, a análise modal fornece informações para
determinação de regiões onde medidas para reforço do sistema são mais
eficientes (GAO, 1992). Para sistemas de grande porte, métodos de solução
parcial do problema de autovalores devem ser empregados. Para a obtenção do
modo crítico associado a uma determinada barra ou área de interesse devem ser
utilizados algoritmos de cálculo de pólos dominantes (PINTO, 1998).

I.2 Objetivos

Os objetivos deste trabalho incluem a implementação do método de


continuação e a incorporação de algoritmos para realização de análise modal ao
programa ANAREDE (programa de análise de redes do CEPEL – Centro de
Pesquisas de Energia Elétrica). O programa deve ser avaliado, para sistemas de
grande porte, através da análise modal feita no ponto de carregamento máximo
calculado pelo método de continuação. Neste ponto a análise modal fornece
informações relacionadas a determinação de medidas para reforço do sistema.

Capítulo I – Introdução 2
A aplicação de algoritmos de cálculo de modos dominantes ao estudo de
estabilidade de tensão foi feita em (PINTO, 1998) utilizando uma formulação
aumentada do problema de fluxo de potência. Neste trabalho, o objetivo é
utilizar a formulação convencional, em coordenadas polares.

Capítulo I – Introdução 3
Capítulo II
Estabilidade de Tensão em Sistemas
Elétricos de Potência

II.1 Considerações Gerais

A estabilidade de tensão é uma questão que tem sido, nos últimos anos, cada
vez mais levada em consideração tanto no planejamento quanto na operação de
sistemas elétricos de potência. Tradicionalmente limitada pela estabilidade
angular dos geradores ou por capacidade térmica, a operação em condições
cada vez mais estressadas tornou o sistema passível de ocorrências
relacionadas à estabilidade de tensão.

Situações como as ocorridas no oeste da França em 1987 (onde ocorreu um


colapso parcial: o sistema operou num ponto onde os níveis de tensão estavam
muito abaixo do nominal), ou no Japão que neste mesmo ano sofreu um grande
blackout devido a problemas de estabilidade de tensão, mostraram que havia a
necessidade de desenvolvimento de novas técnicas para avaliação da
estabilidade de tensão de um sistema (TAYLOR, 1994).

Um critério antes muito utilizado, o monitoramento do nível de tensão nas


barras tem se tornado, com o passar dos anos, um mal indicador de
proximidade do ponto de máximo carregamento devido ao aumento da
compensação de potência reativa dos sistemas de potência. Como mostra a
Figura 1, um valor aceitável de tensão não indica, necessariamente, que o
ponto de operação é estável (ALVARADO, 1994, PINTO, 1998).

Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 4


Tensão na Barra

Nível
Aceitável

Fator de Potência
Capacitivo

Fator de Potência
Unitário

Carregamento do Sistema (γ)


Figura 1 – Comportamento do sistema para diferentes fatores de potência

II.2 Definições

Um sistema elétrico de potência é estável num dado ponto de operação, para


um distúrbio definido, se após o distúrbio os estados deste sistema são
mantidos dentro de limites e um novo ponto de equilíbrio é alcançado dentro
de um certo período de tempo. Esta definição é válida para todos os tipos de
estabilidade que podem ser encontrados num sistema elétrico de potência,
como a estabilidade eletromecânica e a estabilidade de tensão, por exemplo.

Se um sistema é dito estável, ele deve ser estável em todos os aspectos. Desta
forma, não haveria necessidade de se definir vários tipos de estabilidade.
Porém, quando um sistema se torna instável, é conveniente conhecer qual o
modo de instabilidade, ou seja, o que causou este estado, para que medidas
eficientes para reforço do sistema possam ser planejadas e implementadas
(PAL, 1997). Por este motivo, existem definições específicas para cada
fenômeno.

Outro ponto para o qual se deve estar ciente, é o fato de um sistema poder estar
operando num ponto de equilíbrio estável mas não aceitável, como ressaltado
em (TAYLOR, 1997, PAL, 1997). Entretanto, as definições de estabilidade de
tensão encontradas na literatura (TAYLOR, 1994, 1997, KUNDUR, 1994a,

Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 5


1994b) incluem tanto a definição de estabilidade propriamente dita quanto o
critério de níveis aceitáveis de tensão.

Portanto, a estabilidade de tensão está relacionada com a habilidade do sistema


em manter as tensões de todas as suas barras dentro de níveis aceitáveis de
operação, seja em condições normais ou após uma contingência (TAYLOR,
1994). O termo instabilidade de tensão é usado para descrever a situação onde
um distúrbio ou aumento de demanda num sistema causa queda incontrolável e
progressiva dos níveis de tensão nas suas barras (KUNDUR, 1994a).

As Forças Tarefas 38.02.10 e 38.02.12 do CIGRÉ (TAYLOR, 1997) definiram,

- Estabilidade de Tensão Frente a Pequenas Perturbações

Um sistema elétrico de potência num dado ponto de operação é


estável frente a pequenas perturbações se, após um pequeno
distúrbio, os níveis de tensão das barras próximas às cargas são
iguais ou muito próximos dos valores anteriores.

- Estabilidade de Tensão

Um sistema elétrico de potência num dado ponto de operação é


estável se, após um distúrbio, os níveis de tensão das barras
próximas às cargas atingirem novos valores de equilíbrio.

- Colapso de Tensão

Um sistema elétrico de potência sofre um colapso de tensão se uma


seqüência de eventos acompanhando uma instabilidade de tensão
levam os níveis de tensão das barras a valores abaixo de limites
aceitáveis.

O fenômeno de instabilidade de tensão pode durar de poucos segundos até


muitos minutos. Há, portanto, uma classificação quanto a duração do problema.

Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 6


- Estabilidade de Tensão Transitória

A duração é da ordem de segundos. Envolve um grande distúrbio,


como um curto-circuito e posterior retirada de uma linha de
transmissão, e cargas com resposta rápida e desfavorável, como
motores de indução ou conversores CCAT.

- Estabilidade de Tensão de Longa Duração

A duração é da ordem de minutos. Envolve um grande distúrbio


e/ou mudanças na demanda ou na transferência de potência no
sistema. Está relacionada com a restauração lenta de carga através
de variação de taps em transformadores e com a incapacidade do
sistema de fornecer a potência reativa demandada.

O termo segurança de tensão também é usado. Um sistema elétrico de potência


tem segurança de tensão quando ele opera num ponto estável e permanece
estável após uma contingência provável ou aumento de demanda. Isto implica
na existência de uma margem de segurança, ou seja, numa distância mínima do
ponto de máxima transferência de potência ou de um ponto de instabilidade de
tensão (TAYLOR, 1994).

II.3 Análise do Problema

A análise da estabilidade de tensão de um dado sistema requer considerações


quanto à proximidade da instabilidade e quanto às condições que levam o
sistema a uma situação de instabilidade (KUNDUR, 1994a). A margem de
estabilidade de um sistema pode ser dada por grandezas como nível de
carregamento, disponibilidade de potência reativa e fluxo de potência num
circuito crítico; os mecanismos que levam ao colapso de tensão podem ser
estudados a partir da simulação dinâmica do sistema.

Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 7


Como dito na introdução, a modelagem dos sistemas elétricos de potência
inclui equações não-lineares algébricas e dinâmicas. Portanto, a maneira mais
fiel de realizar a análise da estabilidade de tensão é através de uma simulação
não-linear no domínio do tempo. Este processo demanda um grande esforço
computacional devido ao fato de grande parte dos fenômenos de colapso de
tensão envolverem equipamentos com comportamento dinâmico lento ou com
grandes atrasos na sua atuação (acarretando em grandes períodos de
simulação). Entretanto, por esta mesma razão, o sistema pode ser analisado a
partir de um enfoque estático, considerando apenas as equações algébricas do
problema.

II.3.1 Análise Dinâmica

A análise dinâmica de um sistema elétrico de potência, através da


simulação no tempo das equações não-lineares, exige um esforço de
processamento computacional considerável. No estudo de estabilidade de
tensão, devido ao esforço computacional e de engenharia exigido para a
análise do grande número de cenários geralmente avaliados, esta
metodologia deve ser utilizada apenas em situações onde seja necessária
uma análise detalhada do fenômeno (como em casos de coordenação de
proteção e testes finais de medidas para reforço do sistema). O tempo de
simulação pode ser diminuído se métodos baseados na solução das
equações de regime quase-estacionário forem utilizados (CUTSEM, 1996).

II.3.2 Análise Estática

A abordagem estática leva em consideração o fato da parte dinâmica do


sistema que tem influência no estudo de estabilidade de tensão ser
geralmente lenta (seus estados variam lentamente). Assim, elimina-se as
equações dinâmicas reduzindo o problema à solução das equações
Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 8
puramente algébricas. Vários métodos para estudo de estabilidade de
tensão utilizam a análise estática do problema. Alguns deles fornecem a
distância que o sistema, num determinado ponto de operação, está do
ponto de colapso de tensão.

O método utilizado há mais tempo envolve o traçado de curvas PxV e


VxQ para determinadas barras do sistema com o intuito de obter índices de
segurança. A curva PxV fornece a margem de carregamento do sistema, a
distância em MW (ou MVA) de um ponto de operação ao ponto de carga
máxima, e é traçada através de sucessivas soluções do problema de fluxo
de potência para variações de potência ativa e/ou reativa numa
determinada direção de crescimento de carga e de geração. A
singularidade existente no ponto de carregamento máximo dificulta a
obtenção de solução nas imediações deste ponto. Este problema pode ser
resolvido através da utilização de um método de continuação (AJJARAPU,
1991). Na Figura 2 é apresentada uma típica curva PxV.

Margem de Carregamento

P
Pinicial Pmáximo

Figura 2 – Curva PxV obtida com método de continuação

A curva VxQ (Figura 3) é calculada para uma determinada barra que


preferencialmente seja representativa do comportamento de um grupo de
barras numa mesma área. Este estudo é feito através da representação de
um compensador fictício na barra escolhida. A partir de um valor fixo de
potência ativa, são calculados, para diferentes valores especificados de
Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 9
tensão, os valores necessários de potência reativa gerada ou absorvida pelo
compensador. A margem de potência reativa é dada pela distância do
ponto de operação ao ponto onde a taxa de variação de potência reativa em
relação a tensão é nula, ou seja, onde dQ/dV=0. O lado direito da curva
corresponde aos pontos de equilíbrio estável, onde um aumento de
potência reativa é seguido por um aumento do nível de tensão na barra. O
lado esquerdo corresponde aos pontos de operação instáveis (TAYLOR,
1994).

Q Q > 0 : Geração de Pot. Reativa


Q = 0 : Ponto de Operação Inicial
Q < 0 : Consumo de Pot. Reativa

Margem de Potência Reativa

V
Ponto Inicial

Figura 3 – Curva VxQ

A análise das curvas VxQ busca mostrar o quão robusto é o sistema


através da análise da relação entre potência reativa e tensão. Apesar de
muito utilizada, esta análise deve ser feita com precaução já que a variação
de potência reativa é feita em apenas um barra.

Alguns métodos calculam a distância ao ponto de colapso de forma direta,


a partir de um determinado padrão de crescimento do carregamento. Um
desses métodos, o Ponto de Colapso (PoC), baseia-se na existência de um
autovalor nulo na matriz jacobiana do sistema quando este está no ponto
de colapso (ALVARADO, 1989, CAÑIZARES, 1991). O outro utiliza um
algoritmo de otimização baseado em pontos interiores com função objetivo
de maximizar o carregamento do sistema ou de minimizar o corte de carga
para a obtenção do ponto de carregamento máximo (GRANVILLE, 1996).
Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 10
Há ainda o método apresentado em (DOBSON, 1993) que calcula a
distância ao ponto de colapso de tensão mais próximo de um determinado
caso base.

A primeira ferramenta utilizada para a avaliação direta dos problemas de


estabilidade de tensão no sistema elétrico brasileiro (GOMES, 1993)
baseia-se na obtenção de um índice de estabilidade associado ao
determinante de uma partição da matriz jacobiana do problema de fluxo de
potência (PRADA, 1990). Reordenando as equações da matriz jacobiana
do sistema a ser resolvido, de forma que uma determinada barra de
interesse i seja evidenciada, temos,

 0     ∆θ 
    
   A B   ∆V 
 0    
 =   
 ∆P    ∆θ i 

 i  C D2 x 2  
     
∆Q    ∆Vi 
 i

Utilizando a fórmula de Schur,

det[J ] = det[ A] ⋅ det[D ′]

onde D ′ = D2 x 2 − C A −1 B

Quando a condição de instabilidade está associada à barra i, a informação


de mudança de sinal, ou de proximidade de zero do determinante da matriz
jacobiana (det[J]), pode ser observada através do determinante de D’.
Realizando este processo para todas as barras, um índice individual é
obtido. Quando todos os índices são positivos, o sistema é estável; quando
menores que zero, o sistema é instável.

Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 11


A análise modal é outra técnica utilizada para avaliação da estabilidade de
tensão ao redor de um ponto de operação do sistema. Esta metodologia
permite identificar medidas para reforço do sistema através do estudo dos
autovalores da matriz jacobiana do sistema e da sensibilidade destes à
variação incremental de diferentes parâmetros (GAO, 1992, PINTO,
1994).

Outro aspecto que deve ser considerado na análise do problema de


estabilidade de tensão é a maneira como a carga é modelada. Um ponto de
operação é dado pela interseção da curva que expressa o comportamento
da carga com a curva de carregamento do sistema. Apenas quando a
modelagem adotada é a de potência constante, o limite de estabilidade de
tensão coincide com o limite de transmissão de potência (PAL, 1992).

Capítulo II – Estabilidade de Tensão em Sistemas Elétricos de Potência 12


Capítulo III
Aplicação do Método de Continuação e da
Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de
Tensão

III.1 Introdução

Na análise estática do problema de estabilidade de tensão, é muito utilizado o


estudo do perfil de tensão em determinadas barras quando o carregamento do
sistema é alterado. Porém, a obtenção deste perfil de tensão é dificultada pela
singularidade da matriz jacobiana do problema de fluxo de potência quando o
carregamento do sistema é máximo. Para superar esta questão, pode ser
utilizado um método de continuação (TAYLOR, 1994, KUNDUR, 1994a).

O método de continuação permite, através de uma pequena reformulação do


problema de fluxo de potência, a obtenção de todas as suas soluções possíveis
no domínio real. Assim, a partir de um caso base especificado, é calculado o
perfil de tensão com a variação do carregamento do sistema. (AJJARAPU,
1991, CAÑIZARES, 1993, KUNDUR, 1994a).

A aplicação da análise modal ao problema de estabilidade de tensão fornece


informações sobre os mecanismos envolvidos na perda da estabilidade. Feito
no ponto de carregamento máximo, o estudo dos autovetores associados ao
autovalor crítico determina quais medidas para reforço do sistema são mais
efetivas (PINTO, 1994).

Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 13
III.2 Método de Continuação

Desde a década de 60, quando seus conceitos iniciais foram introduzidos,


métodos de continuação têm sido aplicados em várias áreas da ciência, como,
por exemplo, em problemas de engenharia civil e no estudo de mecânica dos
fluídos e de reações químicas (SEYDEL, 1988). Em sistemas elétricos de
potência, o método de continuação foi inicialmente aplicado alguns anos
depois (GALIANA, 1983, TAMURA, 1983). Na obtenção de sucessivas
soluções do problema de fluxo de potência, esta técnica começou a ser
utilizada no fim da década de 80 (AJJARAPU, 1989).

Seja um dado sistema de equações não-lineares com Y um vetor de dimensão n,

F (Y , γ ) = 0 (1)

O problema de continuação para o sistema (1) consiste na obtenção, a partir de


uma solução base (Y 1,γ 1
), das soluções subseqüentes do sistema ((Y 2,γ 2
);
(Y 3,γ 3); …) até um ponto pré-determinado (Y n,γ n).

Cada nova solução do sistema é calculada através de duas etapas básicas:


estimativa e correção (Figura 4). A primeira fase fornece a condição inicial
(ponto b’ ) para o processo iterativo de obtenção da solução correta (ponto b).
Quanto melhor for a estimativa, menor o trabalho necessário para se obter a
solução correta. A distância entre duas soluções consecutivas é chamada de
tamanho do passo (SEYDEL, 1988).

Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 14
Y

Estimativa
a

b'
Correção

(γ)

Figura 4 – Etapas do método de continuação

Ao aplicarmos o método de continuação ao sistema de equações não-lineares a


ser resolvido no problema de fluxo de potência (AJJARAPU, 1991), o primeiro
passo a ser dado é a inclusão de uma nova variável ( γ ) que representa o fator
de carregamento do sistema (2). Assim, para γ = 1, temos o caso base e, para
γ = γmáx, o ponto de carregamento máximo (3).

F (θ ,V , γ ) = 0 (2)

onde,
θ é o vetor de ângulo de fase da tensão nas barras
V é o vetor de módulo de tensão nas barras
γ é o fator de carregamento do sistema

P = PInicial ⋅ γ
(3)
Q = QInicial ⋅ γ

A etapa de estimativa é feita através de um vetor tangente à função. A solução


exata é obtida na correção, onde o problema de fluxo de potência é resolvido,
para determinadas condições iniciais de tensão e carregamento
(MONTICELLI, 1983). Inicialmente a correção é realizada mantendo-se fixo o
carregamento do sistema. Quando se aproxima do ponto crítico, um outro
estado do sistema, o que possui maior variação, é fixado para que se efetue a

Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 15
correção. São calculadas, então, as soluções do sistema quando o seu
carregamento é variado (Figura 5).

Tensão na Barra

Estimativa

Correção

γ inicial γmáximo
Carregamento do Sistema (γ)
Figura 5 – Obtenção da curva de variação de tensão das barras do sistema

O método de continuação utilizado neste trabalho tem as seguintes


características: estimativa a partir do vetor tangente, correção realizada de
forma natural e parametrização local (a cada ponto é avaliada a possibilidade
de troca de parâmetro de continuação). Nas seções seguintes, cada uma dessas
etapas será melhor detalhada.

III.2.1 Estimativa

Na primeira etapa do método de continuação aplicado na obtenção de


sucessivas soluções do problema de fluxo de potência é realizada uma
estimativa, a partir de uma solução correta, de um novo ponto de operação.
Esta estimativa é realizada na direção tangente à função no ponto e com a
distância de avanço pré-definida. A primeira etapa, portanto, consiste no
cálculo do vetor tangente t =[dθ dV dγ]T (vetor de diferenciais) e da
estimação dos novos estados.

Derivando a equação (2), obtemos,

Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 16
d [F (θ , V , γ )] = 0
Fθ ⋅ dθ + FV ⋅ dV + F γ ⋅ dγ = 0 (4)
 dθ 
[F θ FV F γ ] dV  = 0
 dγ 

O sistema descrito em (4) é o sistema convencional para solução do fluxo


de potência acrescido de uma incógnita. Assim sendo, para que possamos
obter uma solução única, devemos acrescentar mais uma equação ao
sistema. Isto pode ser feito ao estipularmos um valor diferente de zero a
um dos componentes do vetor tangente.

Assim temos,

 dθ 
t = dV  ; t k = p ; com p ≠ 0
 dγ 
(5)
 dθ 
 Fθ FV F γ     0 
  dV  =  
     p 
t
e
 dγ 

O vetor e é nulo exceto na posição k: ek tem valor unitário. O valor de p em


(5) determina o tamanho da variação do parâmetro de continuação. Este
parâmetro é escolhido entre as variáveis de estado ou o fator de
carregamento do sistema. A maneira como é feita a escolha do parâmetro e
do valor de p será tratada no item seguinte.

Com o vetor de diferenciais calculado, estima-se o novo valor para cada


variável de estado do sistema (6). Assim, é obtido o ponto b’ a partir do
ponto a (Figura 4).

θ b '  θ a   dθ 
 b'   a   
V  = V  + dV  (6)
γ b '  γ a   dγ 
     
Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 17
III.2.2 Correção

Uma vez realizada a estimativa através da utilização do vetor tangente, é


necessária a obtenção do ponto correto de operação, ou seja, do próximo
ponto do perfil de tensão que está sendo traçado. O método de continuação
efetua essa correção solucionando o problema de fluxo de potência
convencional aumentado por uma equação.

Esta equação adicional especifica o valor de uma das variáveis de estado


(o parâmetro de continuação). A solução correta é encontrada da seguinte
forma: para um valor específico de um dos estados (valor este
anteriormente estimado), verifica-se o valor que as outras variáveis de
estado devem ter.

O sistema a ser resolvido nesta etapa, de forma iterativa, é mostrado em


(7). Utilizando o método de Newton-Raphson, temos o sistema linearizado
em (8). O vetor e é nulo exceto na posição k (posição relativa ao parâmetro
de continuação), onde o valor é unitário. A matriz jacobiana do sistema
aumentado, diferentemente do que acontece com o sistema original, não é
singular no ponto de máximo carregamento (AJJARAPU, 1991).

 F (θ , V , γ ) 
 estimado 
= [0] (7)
 k
x − x k 

 ∆θ   ∆P 
 Fθ FV F γ    
  ∆V  = ∆Q  (8)
   ∆γ   0 
t
e
   

A seguir, para o sistema da Figura 6, temos o sistema de equações original


(9) e o sistema aumentado para as situações onde o parâmetro de
continuação é o fator de carregamento do sistema (10) ou o módulo da
tensão na barra 2 (11).

Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 18
Barra 1 Barra 2

Figura 6 – Sistema exemplo

Sistema exemplo - Configuração Convencional


 J Pθ J PV  ∆θ 2   ∆P2  (9)
J =
 Qθ J QV  ∆V2  ∆Q2 

Sistema exemplo - Parâmetro de Continuação ⇒ γ


 J Pθ J PV J Pγ  ∆θ 2   ∆P2 
J  J Pθ J PV  ∆θ 2   ∆P2  (10)
J Qγ  ∆V2  = ∆Q2  ⇒  =
J QV  ∆V2  ∆Q2 
 Qθ J QV
J Qθ
 0 0 1   ∆γ   0  

Sistema exemplo - Parâmetro de Continuação ⇒ V


Barra 2
 J Pθ J PV J Pγ  ∆θ 2   ∆P2 
J  J Pθ J Pγ  ∆θ 2   ∆P2  (11)
J Qγ  ∆V2  = ∆Q2  ⇒  =
J Qγ   ∆γ  ∆Q2 
 Qθ J QV
J Qθ
 0 1 0   ∆γ   0  

A escolha do parâmetro de continuação é feita a partir da análise da


variação dos estados entre os dois últimos pontos corretos. Aquele estado
que teve a maior variação será o próximo parâmetro de continuação.
Portanto, enquanto o carregamento do sistema estiver afastado do máximo,
o parâmetro de continuação será o fator de carregamento do sistema ( γ ).
Ao se aproximar do ponto crítico, com o aumento da variação de tensão, o
parâmetro de continuação passa a ser o módulo da tensão em uma das
barras de tensão variável (no sistema exemplo da Figura 6, o módulo da
tensão da barra 2).

O sinal do parâmetro de continuação determina o sinal de p (5) na fase de


estimativa (p expressa o tamanho do passo que o parâmetro de continuação
terá na próxima estimativa). O módulo de p é determinado pelas
dificuldades existentes na etapa de correção. Cada vez que o ponto de
operação correto não é encontrado devido a problemas de convergência, o
tamanho do passo é reduzido.
Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 19
III.3 Análise Modal

As características do fenômeno de estabilidade de tensão de um sistema podem


ser identificadas pela análise dos autovalores da matriz jacobiana reduzida JRQ
definida em (12). Esta matriz é obtida supondo que haja apenas variação
incremental de potência reativa no sistema. Assim, temos a relação entre o
vetor de variação incremental de potência reativa e o vetor de variação do
módulo da tensão nas barras. A matriz JRQ é denominada Matriz de
Sensibilidade Q-V e seus autovalores para casos reais não possuem parte
imaginária considerável (KUNDUR, 1994a).

 J Pθ J PV   ∆θ   0 
=
J
 Qθ J QV  ∆V  ∆Q 
(12)
(J QV − J Qθ ⋅ J Pθ
−1
)
⋅ J PV ∆V = ∆Q ⇒ ∆Q = J RQ ∆V

Podemos observar, utilizando a fórmula de Schur (13), que a matriz jacobiana


completa J se torna singular no mesmo ponto em que ou a matriz JRQ ou a
matriz J Pθ também se torna singular. Se o estudo é de estabilidade de tensão,
considerando que não há problemas quanto à estabilidade angular do sistema,
temos det[J Pθ ] ≠ 0 . Assim, a matriz jacobiana completa J se torna singular
quando a matriz reduzida JRQ se torna singular (ALVARADO, 1993).

 J Pθ J PV 
J =  [ ]
⇒ det[J ] = det[J Pθ ] ⋅ det J RQ
 J Qθ J QV  (13)
(
onde, J RQ = J QV − J Qθ ⋅ J Pθ ⋅ J PV
−1
)

Podemos decompor a matriz jacobiana reduzida nas matrizes Λ (matriz


diagonal dos autovalores de JRQ), W (matriz de autovetores à esquerda) e U
(matriz de autovetores à direita), onde,

J RQ = U ⋅ Λ ⋅ W (14)
Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 20
Como é possível normalizar os autovetores tal que W -1 = U, temos a partir de
(12) e (14),

−1
J RQ = U ⋅ Λ−1 ⋅ W ; ∆Q = J RQ ∆V

∆V = U ⋅ Λ−1 ⋅ W ⋅ ∆Q (15)

n
u i wit n
P
∆V = ∑ ⋅ ∆Q =∑ i ⋅ ∆Q
i =1 λi i =1 λ i

onde ui e wi são, respectivamente, os autovetores à esquerda e à direita


associados ao autovalor λi . A matriz Pi é definida como a matriz dos fatores de
participação associados com i-ésimo modo.

São definidos em (16) o vetor de variação modal da tensão ( v ), o vetor de


variação modal da potência reativa ( q ) e a relação entre eles. Para Re(λi) > 0,
os i-ésimos componentes dos vetores da tensão modal e da potência reativa
estão na mesma direção, ou seja, um incremento positivo de potência reativa
provoca um aumento na tensão da barra, indicando que o sistema está num
ponto de operação estável. Por outro lado, no caso de Re(λi) < 0, um
incremento de potência reativa causa um decréscimo de tensão na barra,
indicando que o sistema está operando num ponto instável. Na situação onde
Re(λi) = 0, o sistema atingiu o seu limite de estabilidade de tensão, já que para
qualquer pequena variação de tensão é necessária uma injeção imensa de
potência reativa na barra.

∆V = U ⋅ Λ−1 ⋅ W ⋅ ∆Q

v = W ⋅ ∆V
W ⋅ ∆V = Λ−1 ⋅ W ⋅ ∆Q ⇒  (16)
q = W ⋅ ∆Q

1
v = Λ−1 ⋅ q ⇒ vi = qi
λi
Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 21
Em (PINTO, 1994, 1998) é mostrado que analisando os resíduos associados ao
modo de interesse de uma determinada função de transferência, podem ser
determinados locais onde medidas para reforço do sistema são mais efetivas. O
equipamento a ser utilizado determina a função de transferência a ser usada,
como pode ser visto na Tabela 1 (PINTO, 1998).

Função de Informação Fornecida Pelo Resíduo da Função de


Transferência Transferência Associado ao Modo de Interesse

Utilizada na determinação das barras mais apropriadas para a instalação de


∆V i / ∆Q i shunt um compensador síncrono, de um gerador ou de um equipamento FACTS do
tipo ASVC (Advanced Static VAr Compensator).

Utilizada na determinação das barras mais apropriadas para a instalação de


∆V i / ∆B i shunt compensadores estáticos de potência reativa (CER).

Utilizada na determinação dos circuitos mais apropriados para a instalação de


∆P ij / ∆B ij um equipamento FACTS do tipo TCSC (Thyristor Controlled Static
Compensator).

Utilizada na determinação dos circuitos mais apropriados para a instalação de


∆V i / ∆φ um equipamento FACTS do tipo Transformador Defasador Controlado.

Tabela 1 – Utilização da informação fornecida pelos resíduos de diferentes funções de


transferência

A ordem elevada da matriz JRQ num sistema de grande porte impossibilita a


solução completa do problema de autovalores. A utilização da análise modal
em sistemas elétricos de grande porte é viabilizada pela utilização de métodos
de solução parcial desse problema, como o algoritmo de múltiplos pólos
dominantes (MARTINS, 1997, PINTO, 1998). O algoritmo DPSE (Dominant
Pole Spectrum Eigensolver) determina, de maneira simultânea, um número
pré-determinado de autovalores dominantes, a partir de estimativas iniciais
(MARTINS, 1997).

A utilização do algoritmo de pólos dominantes tem a vantagem de fornecer o


modo crítico associado a uma área ou barra específica, devido à característica
do método de restringir a solução parcial do problema de autovalores a uma
determinada região de interesse.

Capítulo III – Aplicação do Método de Continuação e de Análise Modal ao Estudo de Estabilidade de Tensão 22
Capítulo IV
Implementação Computacional

IV.1 Considerações Gerais

O método de continuação aplicado ao problema de fluxo de potência em


sistemas elétricos e técnicas de análise modal foram incorporados ao
ANAREDE, programa de análise de redes do Centro de Pesquisas de Energia
Elétrica. O método de continuação implementado tem estimativa feita pelo
vetor tangente, parametrização local e correção natural. Quanto à análise
modal, o estado da arte em algoritmos de cálculo de autovalores para sistemas
de grande porte foram utilizados (PINTO, 1998). Como explicado no capítulo
III, o método de continuação implementado permite obter soluções do fluxo de
potência enquanto o carregamento do sistema é variado, calculando inclusive o
máximo carregamento do sistema.

Antecedendo este desenvolvimento, o método de continuação foi


implementado utilizando o Power Systems Toolbox/Matlab (CHOW, 1994).
Isto permitiu o teste dos algoritmos numa plataforma de rápida verificação de
resultados, antes da implementação final.

A versão final, desenvolvida em FORTRAN e implementada no ANAREDE,


permite a análise de sistemas de grande porte. São fornecidos ao usuário
relatórios com a evolução do carregamento do sistema, informações sobre a
geração de potência reativa, sobre as barras cujo nível de tensão têm maior
variação e arquivo gráfico para visualização dos resultados.

Capítulo IV – Implementação Computacional 23


IV.2 Implementação no Power Systems Toolbox / Matlab

A implementação do método de continuação utilizando o Power Systems


Toolbox/Matlab permitiu a verificação do algoritmo básico que foi
posteriormente implementado em FORTRAN e incorporado ao ANAREDE.
Incluindo duas etapas básicas: estimativa e correção, a partir do caso base
(obtido utilizando funções do PST/Matlab), o método de continuação é
utilizado no cálculo de sucessivos pontos do perfil de variação de tensão numa
barra quando o carregamento do sistema é alterado. Foram desenvolvidas três
funções para execução do processo no Matlab (Tabela 2). Estas rotinas
acionam as funções do PST utilizadas para cálculo do fluxo de potência.

Função Descrição

FPCONT Gerencia a execução do método de continuação.

ESTIMA Calcula o vetor tangente e estima o novo ponto de operação.

CORRECAO Corrige a estimativa obtendo o ponto correto de operação.

Tabela 2 – Funções criadas para Matlab

O valor inicial e o valor mínimo da variação do parâmetro de continuação são


estabelecidos pelo usuário (Tabela 3). O valor inicial é reduzido sempre que o
processo de correção não convergir. Caso haja dificuldade de convergência,
quando a variação é igual a mínima, um novo parâmetro de continuação é
determinado respeitando a ordem decrescente da variação de cada estado. O
primeiro parâmetro de continuação é estipulado como sendo o fator de
carregamento do sistema. A partir daí, logo após cada processo de correção,
uma nova análise das variáveis de estado é feita. O módulo de tensão que tiver
maior variação entre os dois últimos pontos será o novo parâmetro de
continuação.

O ponto de parada da curva PxV é determinado num dos parâmetros de entrada


(Tabela 3). Da mesma forma, o passo que o parâmetro de continuação utiliza
pode ser aumentado a partir de um ponto pré-determinado (depois que a região
Capítulo IV – Implementação Computacional 24
crítica for ultrapassada e o carregamento estiver diminuindo). Após a execução
do programa, todos os dados são guardados num arquivo binário: cflow.mat.

Parâmetros Descrição

CALC_MAX Número máximo de pontos calculados através de estimativa e correção


(default = 100).

PASSO_MIN Tamanho mínimo do passo quando o parâmetro de continuação é o fator de


carregamento do sistema (default = 1 %).

PASSO_TEN Tamanho mínimo do passo quando o parâmetro de continuação é o módulo


da tensão (default = 1 %).

AUM_PASSO Determina o ponto a partir do qual o tamanho do passo será aumentado


(default = 80 % do carregamento máximo).

INC_PARA Especifica o ponto de parada (default = 90 % do carregamento máximo).

Tabela 3 – Parâmetros da função FPCONT

IV.3 Implementação no ANAREDE

A implementação do método de continuação em FORTRAN e sua incorporação


ao ANAREDE, permite a obtenção do ponto de carregamento máximo e da
curva de variação de tensão em todas as barras, quando o carregamento é
alterado, para sistemas de grande porte e com atuação de controles e limites
diversos.

Um novo comando (CFLW) e diversos parâmetros foram desenvolvidos para


que seja executado o método de continuação no ANAREDE. Os dados de
entrada do sistema e as opções (Tabela 4) utilizadas para ativar os controles e
limites em cada fluxo de potência calculado seguem o padrão ANAREDE
(CEPEL, 1998). As barras que terão o carregamento aumentado e o valor
inicial do incremento de potência ativa e reativa em cada uma destas barras
devem ser informados através do comando DINC (Tabela 5). O comando
DMET deve ser utilizado para especificar as barras que terão seus dados

Capítulo IV – Implementação Computacional 25


gravados em arquivo para posterior visualização. Os dois comandos têm sua
sintaxe em (CEPEL, 1998).

Opções Descrição

Exibe na tela relatório contendo carregamento do sistema, tamanho do passo e


IMPR qual o parâmetro de continuação.

Ativa os limites de geração de potência reativa nos geradores. Quando um limite


QLIM é atingido, a tensão na barra deixa de ser controlada. Durante o processo é
verificada a possibilidade da tensão voltar a ser controlada (back-off automático).

CTAP Ativa o controle de tensão por variação automática de tap dos transformadores.

CREM Ativa o controle de tensão por injeção remota de potência reativa.

Distribui o balanço de potência ativa entre os geradores da área onde houve


BPAR aumento de carga (a participação de cada um é determinada nos dados de entrada
dos geradores).

Distribui o balanço de potência ativa entre os geradores do sistema, de acordo


BPSI com os fatores de participação determinados nos dados de entrada.

Tabela 4 – Opções do comando de execução do fluxo de potência continuado

Parâmetros Descrição

Entrada dos dados de incremento. Determina quais barras terão o seu


DINC carregamento aumentado e qual o aumento inicial de potência ativa e reativa.

Entrada dos dados de monitoração de tensão. Determina quais barras terão o


DMET módulo da sua tensão monitorado. Os dados de carregamento e módulo de tensão
são gravados no arquivo gráfico “cflow.out”.

Tabela 5 – Comandos de controle do método de continuação

O programa, a partir da solução do caso base, incrementa a potência nas barras


selecionadas de acordo com os dados do comando DINC (Tabela 5). O
primeiro parâmetro de continuação é o fator de carregamento do sistema. Duas
opções podem ser utilizadas deste ponto em diante: 1) o parâmetro de
continuação é mantido como sendo o fator de carregamento do sistema até as
proximidades do ponto de máximo carregamento onde, então, um novo
parâmetro é escolhido para que o processo continue; 2) o parâmetro de
continuação pode ser alterado para o módulo de tensão que possuir a maior

Capítulo IV – Implementação Computacional 26


variação entre dois pontos de operação consecutivos, mesmo antes do máximo
ser atingido.

A diferença básica entre as duas metodologias é o custo computacional.


Quando o parâmetro de continuação é o módulo da tensão em alguma barra, o
sistema tem sua dimensão aumentada. A coluna acrescentada à matriz
jacobiana tem sua esparsidade diretamente vinculada ao número de barras que
têm seu carregamento aumentado, possuindo, em geral, muitos termos não-
nulos. Este fato aumenta consideravelmente o esforço computacional da
obtenção de um ponto de operação quando o parâmetro de continuação
utilizado é o módulo da tensão numa determinada barra.

A utilização do fator de carregamento do sistema como parâmetro de


continuação até as proximidades do ponto de máximo carregamento aproveita a
eficiência computacional do programa ao máximo, sem qualquer perda de
precisão. A opção padrão de execução do fluxo de potência continuado
implementado no ANAREDE estipula o fator de carregamento do sistema
como parâmetro de continuação até que não haja convergência. A partir daí, o
módulo da tensão de uma barra é escolhido como parâmetro de continuação e é
dado prosseguimento ao processo. Como observado por (KUNDUR, 1994a), a
utilização complementar do método convencional, onde sucessivas soluções do
problema de fluxo de potência são obtidas até que não haja convergência, e do
método de continuação, utilizando o módulo da tensão de uma barra ou o fator
de carregamento do sistema como parâmetro de continuação, é a maneira mais
eficiente de obtenção do perfil de variação de tensão quando o carregamento do
sistema é alterado.

A escolha do parâmetro de continuação é feita a partir da análise da variação


do módulo de tensão em cada barra e da variação do fator de carregamento do
sistema. Dentre os estados analisados, aquele que possuir a maior variação
entre o último ponto correto e o atual, será o parâmetro de continuação para a
próxima estimativa/correção. Nas proximidades do ponto crítico o parâmetro
de continuação é o módulo de tensão numa barra. Quando o carregamento
começar a diminuir e o ponto de operação a ser obtido se afastar do ponto
Capítulo IV – Implementação Computacional 27
máximo, o fator de carregamento do sistema volta a ser o parâmetro de
continuação.

Quando há algum problema de convergência o tamanho do passo que o


parâmetro de continuação efetua na etapa de estimativa é reduzido. Este
procedimento é repetido até que um valor mínimo seja atingido, a partir daí,
caso não haja convergência no processo de correção, o parâmetro de
continuação é trocado, obedecendo a ordem de variação dos estados entre dois
pontos de operação (se o problema se repetir com o estado que tiver maior
variação, o que possui a segunda maior variação é escolhido como parâmetro
de continuação).

Com o intuito de flexibilizar a sua utilização, diversos parâmetros necessários a


execução do método de continuação podem ser definidos pelo usuário (Tabela
6).

Parâmetros Descrição

ICIT Número máximo de pontos calculados através de estimativa e correção


(default = 100).

FDIV Cada insucesso na etapa de correção leva a divisão do tamanho do passo do


parâmetro de continuação por FDIV (default = 2).

DMAX Número máximo de vezes que o passo pode ser dividido (default = 10).

ICMN Tamanho mínimo do passo quando o parâmetro de continuação é o fator de


carregamento do sistema (default = 0,5 %).

ICMV Tamanho mínimo do passo quando o parâmetro de continuação é o módulo da


tensão (default = 0,5 %).

APAS Determina o ponto a partir do qual o tamanho do passo será aumentado


(default = 80 % do carregamento máximo).

CPAR Especifica o ponto de parada (default = 90 % do carregamento máximo).

VART Determina a variação do módulo de tensão a partir da qual a barra tem os seus
dados de carregamento e módulo de tensão guardados no arquivo gráfico
“cflow.out” (default = 20 % do valor inicial).

Tabela 6 – Parâmetros para execução do fluxo de potência continuado

O Fluxograma 1 mostra a estrutura básica do comando que executa o método


de continuação (CFLW).
Capítulo IV – Implementação Computacional 28
Solução do Caso Arquivo
Base Histórico

Estimativa

Troca o Parâmetro Diminui o Correção


de Continuação passo

Não

Sim Não
Passo Mínimo ? Convergência ?

Sim

Arquivo
Histórico

Não Escolha do
Parar ? Parâmetro de
Continuação
Sim

Arquivos de Arquivo
Relatórios Gráfico

Fluxograma 1 – Fluxograma básico do fluxo de potência continuado

A Tabela 7 mostra a relação dos arquivos gerados quando o método de


continuação é utilizado. Todos os pontos de operação são armazenados em
arquivo histórico padrão ANAREDE. Os dados para visualização das curvas
PxV das barras selecionadas são armazenados num arquivo ASCII, pronto para
utilização com o programa PlotANA/CEPEL. Um relatório contendo o
parâmetro de continuação e os dez módulos de tensão que possuem maior
variação em cada ponto também é armazenado. Quando o limite de geração
reativa dos geradores é ativado, é fornecido um arquivo com os dados de
geração de potência reativa em todos os geradores em cada ponto de operação,
com um aviso de quais estão no limite.

Capítulo IV – Implementação Computacional 29


Arquivo Descrição

Cflow##.dat Arquivo histórico (binário) padrão ANAREDE que armazena todos os pontos de
operação calculados (## varia de 01 até 99).

cflow.out Arquivo gráfico (ASCII) com os dados para traçado dos perfis de tensão das barras
selecionadas. Este arquivo é preparado para ser utilizado com o programa de
visualização PlotANA/CEPEL.

cflow.rel Arquivo com o relatório contendo, para cada ponto de operação calculado, o
carregamento do sistema, o tamanho do passo, o parâmetro de continuação e as
barras que tiveram as maiores variações do módulo da tensão.

qlim.rel Arquivo com o relatório contendo, para cada ponto de operação calculado, os
dados de potência reativa dos geradores (potência mínima, atual e máxima).

Tabela 7 – Arquivos gerados pela execução do fluxo de potência continuado

O comando AMOD (Tabela 8) permite a obtenção dos autovalores da matriz


jacobiana reduzida (JRQ) do sistema. Os métodos que calculam os autovalores
dominantes relacionados a uma função de transferência específica, possibilitam
a obtenção do modo crítico associado a uma determinada barra ou área de
interesse. Esta função não está disponível quando os controles de tensão (por
comutação de tap em transformadores ou por injeção remota de potência
reativa) são ativados.

Opções Descrição

ITQR Calcula todos os autovalores da matriz JRQ utilizando o algoritmo de decomposição


QR.

ITIV Calcula um número especificado de autovalores da matriz JRQ utilizando o algoritmo


de Iteração Inversa.

RBIT Calcula um número especificado de autovalores da matriz JRQ utilizando o algoritmo


de Bi-Iteração com Refatoração.

DMNT Calcula o autovalor dominante da matriz JRQ utilizando o algoritmo de Pólo


Dominante.

DPSE Calcula um número especificado de autovalores dominantes da matriz JRQ utilizando


o algoritmo Dominant Pole Spectrum Eigensolver.

MDSH Fornece os fatores de observabilidade (mode-shapes) associados a um autovalor.

Tabela 8 – Opções do comando de execução da análise modal (AMOD)

Capítulo IV – Implementação Computacional 30


Capítulo V
Resultados

V.1 Considerações Gerais

Divididos em duas seções, implementação no Matlab e implementação no


ANAREDE, os resultados são apresentados para vários sistemas distintos.
Foram analisados desde um sistema de 2 barras até uma configuração do
sistema interligado brasileiro com mais de 1800 barras.

No Matlab foram utilizados três sistemas teste. Para cada um, foram calculados
o carregamento máximo e os autovalores da matriz jacobiana do sistema
convencional e do sistema modificado (utilizando o método de continuação)
em todos os pontos de operação obtidos. São mostrados os perfis de tensão nas
barras de carga e a evolução dos autovalores com o aumento do carregamento.
Desta forma, é ilustrada a existência de autovalores positivos até o ponto de
carregamento máximo (sistema estável), de um autovalor nulo no ponto de
colapso e de ao menos um autovalor menor do que zero quando o sistema
começa a ter seu carregamento reduzido com os níveis de tensão inferiores aos
iniciais, caracterizando a instabilidade do sistema.

Os estudos realizados utilizando o ANAREDE (Tabela 9) incluíram desde a


análise ilustrativa da influência da consideração de limites de geração de
potência reativa num sistema de três barras, até a análise modal do sistema
interligado Sul–Sudeste no ponto de carregamento máximo para várias
situações (distintas pela atuação ou não de controles, limites, pela área do
sistema que tem seu carregamento incrementado, pelo aumento maior de
potência reativa e pela retirada de circuitos importantes do sistema). O modo
Capítulo V – Resultados 31
crítico associado à área de interesse e os autovetores associados a este modo
foram calculados utilizando o algoritmo de determinação de múltiplos modos
dominantes aplicado ao problema de estabilidade de tensão (algoritmo DPSE–
Dominant Pole Spectrum Eigensolver). A aplicação deste algoritmo foi feita,
utilizando uma formulação aumentada do problema de fluxo de potência, em
(PINTO, 1998). Neste trabalho, ele foi implementado utilizando a formulação
convencional, em coordenadas polares.

Iniciando a seção sobre ANAREDE, é mostrada uma comparação feita com o


programa PFLOW (CAÑIZARES, 1991, 1996)

Power Systems Toolbox / Matlab

Sistema Teste 1 Obtenção do carregamento máximo do sistema e do perfil de variação de


tensão para barras do sistema utilizando o método de continuação. Cálculo
Sistema PST 1 dos autovalores da matriz jacobiana do sistema em todos os pontos de
operação ilustrando a estabilidade do sistema na parte superior da curva
PxV, instabilidade na parte inferior e a existência de um autovalor nulo no
Sistema PST 2 ponto de máximo carregamento.

ANAREDE

Comparação com o Validação dos resultados obtidos no ANAREDE com aqueles do programa
programa PFLOW PFLOW, para sistemas de médio e grande porte.

Mostra, num sistema simples, a influência da atuação dos limites de geração


de potência reativa nos geradores de um sistema. É mostrada, através dos
Sistema Teste autovalores da matriz jacobiana reduzida do sistema, a inserção de um modo
de instabilidade de tensão quando o compensador síncrono atinge o limite
superior de geração de potência reativa.

Obtenção do carregamento máximo do sistema e do perfil de


variação de tensão para barras do sistema utilizando o método
S – SE de continuação (situações onde há atuação ou não de limites,
controles e diferentes áreas do sistema são incrementadas).
Análise Modal de Abril de Obtenção do modo crítico associado à área de interesse.
Configurações Sul- 1997 Determinação de possíveis pontos do sistema para atuação de
medidas para reforço do sistema. Análise da instalação de um
Sudeste do Sistema
compensador síncrono na barra indicada pela análise modal.
Interligado Brasileiro
no Ponto de Colapso Obtenção do carregamento máximo do sistema e do perfil de
S – SE variação de tensão para barras do sistema utilizando o método
Julho de de continuação (situações onde há atuação ou não de limites,
controles e diferentes áreas do sistema são incrementadas).
1998 Obtenção do modo crítico associado à área de interesse.

Tabela 9 – Estrutura de apresentação dos resultados

Capítulo V – Resultados 32
V.2 Resultados Obtidos no Power Systems Toolbox/Matlab

Nesta seção são apresentados os resultados obtidos com a implementação no


Matlab do método de continuação aplicado ao problema de fluxo de potência.
Foram realizados testes para três sistemas diferentes (Tabela 10).

Sistema Teste 1 PST 1 PST 2

Barras 2 9 68

Geradores 1 3 16

Circuitos 1 9 86

Tabela 10 – Características dos sistemas testados no Matlab

Para todos os casos, a modelagem de carga adotada foi potência constante.


Nenhum limite de geração de potência reativa foi estipulado e não há qualquer
tipo de controle atuando no sistema. Toda a geração necessária para suprir o
aumento de demanda é fornecida pela barra de referência do sistema. Em todas
as simulações realizadas, o incremento do carregamento do sistema foi feito
mantendo o fator de potência constante. Na Tabela 11 temos o carregamento
máximo atingido pelos sistemas e o parâmetro de continuação utilizado nas
proximidades deste ponto (carregamento inicial igual a 1 pu).

Sistema Carregamento Máximo Parâmetro de Continuação no Ponto Máximo

Teste 1 5,00 pu Módulo da Tensão da Barra 2

PST 1 2,37 pu Módulo da Tensão da Barra 9

PST 2 1,46 pu Módulo da Tensão da Barra 1

Tabela 11 – Carregamento máximo dos sistemas testados no Matlab

Para o primeiro caso foram calculados os autovalores da matriz jacobiana do


sistema original e da matriz jacobiana do sistema aumentado. Para os dois
sistemas maiores foram calculados os autovalores da matriz jacobiana reduzida
do sistema original e da matriz jacobiana reduzida do sistema resolvido com o
Capítulo V – Resultados 33
método de continuação. O cálculo dos autovalores foi feito através da função
eig do Matlab (que utiliza o método de decomposição QR). Isto foi feito com a
finalidade de mostrar a evolução dos autovalores do sistema com a variação do
seu carregamento. Estes autovalores possuem parte imaginária desprezível.

Pode se verificar que o sistema é estável, ou seja, todos os autovalores são


positivos, até o ponto de carregamento máximo. Neste ponto, um autovalor é
nulo e, a partir daí, temos ao menos um autovalor menor do que zero,
caracterizando a situação de instabilidade do sistema. O sistema de equações
aumentado utilizado no método de continuação, por outro lado, não possui
autovalor nulo em nenhum momento.

V.2.1 Sistema Teste 1

O primeiro sistema teste é um sistema de duas barras (Figura 7). O


objetivo é mostrar a precisão da implementação num sistema com fácil
solução analítica (TAYLOR, 1994). O carregamento máximo deste
sistema é igual a 5 vezes o carregamento inicial (Pmáx = 5 x Pini). Neste
ponto, temos VBarra 2 = 0,707 pu.

Barra 1 Barra 2

j 1 pu

1 pu

Figura 7 – Sistema Teste 1

A Figura 8 mostra como o módulo da tensão na barra 2 varia quando o seu


carregamento é alterado (carregamento inicial igual a 1 pu). Nas
proximidades do ponto de carregamento máximo, o parâmetro de
continuação é justamente o módulo da tensão na barra 2. Estão assinalados
também na Figura 8 os pontos que foram estimados.

Capítulo V – Resultados 34
Barra 2
1

0.8

0.6

0.4

0.2
Curva PxV
Pontos Estimados
Pontos Corretos
0
1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Carregamento do Sistema (pu)

Figura 8 – Perfil de tensão na barra 2

As figuras a seguir mostram o comportamento dos autovalores da matriz


jacobiana do sistema com a formulação convencional (Figura 9) e com a
formulação aumentada, utilizando o método de continuação (Figura 10),
para cada ponto de operação calculado. No ponto de carregamento
máximo há um autovalor nulo quando utilizamos a formulação
convencional. Utilizando o método de continuação isto é evitado,
permitindo a solução do sistema mesmo num ponto de singularidade da
formulação convencional.

Figura 9 – Autovalores da matriz jacobiana do sistema convencional

Capítulo V – Resultados 35
Figura 10 – Autovalores da matriz jacobiana do sistema aumentado

V.2.2 Sistema PST 1

O segundo sistema teste (Figura 11) é um dos sistemas que acompanham o


Power Systems Toolbox/Matlab. O carregamento máximo alcançado foi
137% maior do que o inicial (Tabela 11). Foram incrementadas as
potências ativa e reativa nas barras de carga (barras 5, 7 e 9), mantendo
constante o fator de potência.

5
6

1 4

8
9 7
2

Figura 11 – Sistema Teste 2

Capítulo V – Resultados 36
A Figura 12 mostra como o módulo da tensão na barra 9 varia quando o
carregamento do sistema é alterado (carregamento inicial igual a 1 pu).
Nas proximidades do ponto de carregamento máximo, o parâmetro de
continuação é o módulo da tensão na barra 9 (módulo de tensão que possui
maior variação). Estão assinalados também na Figura 12 os pontos que
foram estimados. Na Figura 13 estão os perfis de tensão nas outras duas
barras de carga (barras 5 e 7).

Barra 9
1

0.8

0.6

0.4

0.2
Curva PxV
Pontos Estimados
0 Pontos Corretos

1 1.5 2 2.5
Carregamento do Sistema (pu)

Figura 12 – Perfil de tensão na barra 9

0.9

0.8

0.7

0.6

0.5 Barra 5
Barra 7
0.4
1 1.5 2 2.5
Carregamento do Sistema (pu)

Figura 13 – Perfil de tensão nas barras 5 e 7

Capítulo V – Resultados 37
As figuras a seguir mostram o comportamento dos autovalores da matriz
jacobiana reduzida do sistema com a formulação convencional (Figura 14)
e com a formulação aumentada, utilizando o método de continuação
(Figura 15), para cada ponto de operação. No ponto de carregamento
máximo há um autovalor nulo quando utilizamos a formulação
convencional. Utilizando o método de continuação isto é evitado,
permitindo a solução do sistema mesmo num ponto de singularidade da
formulação convencional.

Figura 14 – Autovalores da matriz jacobina reduzida do sistema convencional

Figura 15 – Autovalores da matriz jacobiana reduzida do sistema aumentado

Capítulo V – Resultados 38
V.2.3 Sistema PST 2

O segundo sistema teste (Tabela 12) é outro dos sistemas que


acompanham o Power Systems Toolbox/Matlab. O carregamento máximo
alcançado foi 46% maior do que o inicial (Tabela 11). Foram
incrementadas as potências ativa e reativa em todas as barras de carga do
sistema, mantendo constante o fator de potência.

Sistema PST 2

Barras 68

Geradores 16

Circuitos 86

Tabela 12 – Características do sistema PST 2

A Figura 16 mostra como o módulo da tensão na barra 1 varia quando o


carregamento do sistema é alterado (carregamento inicial igual a 1 pu).
Nas proximidades do ponto de carregamento máximo, o parâmetro de
continuação é o módulo da tensão na barra 1 (módulo de tensão que possui
maior variação).

Barra 1

0.8

0.6

0.4 Curva PxV


Pontos Estimados
Pontos Corretos
0.2
1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
Carregamento do Sistema (pu)

Figura 16 – Perfil de tensão na barra 1

Capítulo V – Resultados 39
Os perfis de tensão nas barras de maior carregamento são mostrados na
Figura 17 e na Figura 18. Estão assinalados também os pontos que foram
estimados.

Barra 37
1.05

0.95

0.9
Curva PxV
Pontos Estimados
Pontos Corretos
0.85
1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
Carregamento do Sistema (pu)

Figura 17 – Perfil de tensão na barra 37

Barra 52
1.02

1.01

0.99

0.98 Curva PxV


Pontos Estimados
Pontos Corretos
0.97
1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
Carregamento do Sistema (pu)

Figura 18 – Perfil de tensão na barra 52

A Figura 19 e a Figura 20 mostram o comportamento dos autovalores da


matriz jacobiana reduzida quando o carregamento do sistema é alterado.
Pode ser observado que uma nova singularidade ocorre em função de um
segundo modo de estabilidade de tensão tornar-se negativo para um
carregamento próximo de 1,23 pu, quando o sistema já apresentava um
modo instável (Figura 20). A partir daí, o carregamento do sistema volta a
Capítulo V – Resultados 40
crescer até que um autovalor se anule pela terceira vez, para um
carregamento de 1,27 pu (Figura 20).

Figura 19 – Autovalores da matriz jacobiana reduzida do sistema convencional

Figura 20 – Detalhe dos autovalores do sistema convencional

Utilizando o sistema de equações aumentado utilizado no método de


continuação, em nenhum momento são encontrados autovalores nulos,
como pode ser visto na Figura 21 e na Figura 22 .

Capítulo V – Resultados 41
Figura 21 – Autovalores da matriz jacobiana reduzida do sistema aumentado

Figura 22 – Detalhe dos autovalores do sistema aumentado

V.3 Resultados Obtidos no ANAREDE

A nova versão do programa ANAREDE, com a implementação do método de


continuação, foi utilizada na análise de diversas situações para sistemas de
grande porte. Estas situações são diferenciadas pela atuação ou não de limites e
controles, pela maneira como o balanço de potência ativa é distribuído pelos
geradores do sistema e pelo incremento diferenciado entre potência ativa e
potência reativa.
Capítulo V – Resultados 42
Na primeira seção, é feita a comparação entre os resultados obtidos com o
ANAREDE e aqueles obtidos através do programa PFLOW (CAÑIZARES,
1991, 1996) para dois sistemas distintos: o sistema teste IEEE de 118 barras e
uma configuração sul-sudeste do sistema brasileiro de setembro de 1996 (com
1663 barras). Na segunda seção é verificada, num sistema simples de três
barras, a influência no sistema da existência de limitação na geração de
potência reativa. A terceira seção contém a análise de duas configurações do
sistema brasileiro: abril de 1997 (com 1758 barras) e julho de 1998 (com 1884
barras).

Na análise do sistema brasileiro, são mostradas as curvas PxV de várias barras


importantes das áreas Rio e São Paulo, para cada uma das situações analisadas.
São fornecidas também informações sobre o modo de instabilidade, calculado
no ponto de máximo carregamento através de algoritmos de solução parcial do
problema de autovalores (foi utilizado o algoritmo DPSE-Dominant Pole
Spectrum Eigensolver). A análise modal permite a verificação de onde o modo
crítico é mais observável e onde medidas para reforço do sistema são mais
eficientes (PINTO, 1998).

V.3.1 Comparação com o programa PFLOW

Para dois sistemas (Tabela 13) foram comparados os resultados obtidos


pelo ANAREDE com os obtidos utilizando o programa PFLOW
(CAÑIZARES, 1991, 1996). Para todos os casos a modelagem de carga
adotada foi potência constante. Não há controles atuando no sistema e toda
a geração necessária para suprir o aumento de demanda é fornecida pela
barra de referência do sistema. Em todas as simulações realizadas, o
incremento do carregamento do sistema foi feito mantendo o fator de
potência constante. Os sistemas foram comparados com e sem limite de
geração de potência reativa nos geradores.

Capítulo V – Resultados 43
Sistema IEEE118 S – SE / Setembro 1996

Barras 118 1663

Geradores 54 167

Circuitos 186 2485

Tabela 13 – Características dos sistemas comparados

a) Sistema Teste IEEE de 118 barras

A primeira comparação foi feita com o sistema teste de 118 barras do


IEEE (Tabela 13). Foram simuladas duas situações: na primeira, o
carregamento máximo do sistema foi obtido sem atuação de controles ou
limites; na segunda situação, foram respeitados os limites de geração de
potência reativa dos geradores.

Aumento Máximo no Carregamento do Sistema PFLOW ANAREDE

Sistema sem limites e sem controles 90,38 % 90,37 %

Sistema com o limite de geração de potência reativa 48,74 % 48,77 %


dos geradores ativo

Tabela 14 – Aumento do carregamento do sistema IEEE de 118 barras

Os resultados (Tabela 14) mostram que os dois programas alcançaram o


mesmo carregamento máximo. Nas figuras que seguem, podemos obsevar
que foram obtidos os mesmos perfis de tensão para a variação do
carregamento. A diferença existente nos gráficos é devida à diferença de
tamanho do passo que o parâmetro de continuação utiliza em cada
programa.

Para a situação sem limite de geração de potência reativa, o parâmetro de


continuação utilizado nas proximidades do ponto de carregamento máximo
foi o módulo da tensão na barra 47 (Figura 23). Na Figura 24 e na Figura
25 temos o perfil de tensão em outras duas barras do sistema.
Capítulo V – Resultados 44
Barra 47

1,02

0,94

0,86

0,78

0,7
0, 22,6 45,2 67,8 90,4
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 23 – Comparação do perfil de tensão na barra 47

Barra 44

1,

0,95

0,9

0,85

0,8
0, 22,6 45,2 67,8 90,4
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 24 – Comparação do perfil de tensão na barra 44

Capítulo V – Resultados 45
Barra 75

1,

0,85

0,7

0,55

0,4
0, 22,6 45,2 67,8 90,4
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 25 – Comparação do perfil de tensão na barra 75

Para a situação onde os limites de geração de potência reativa estão


atuando, o parâmetro de continuação utilizado nas proximidades do ponto
de carregamento máximo foi o módulo da tensão na barra 76 (Figura 26).
Esta barra tinha a sua tensão controlada até um aumento de
aproximadamente 20% no carregamento. Neste ponto, a geração de
potência reativa nesta barra atingiu o limite máximo, fazendo com que o
nível de tensão na barra deixasse de ser controlado. Na Figura 27 e na
Figura 28 temos os perfis de tensão em outras duas barras do sistema.

Capítulo V – Resultados 46
Barra 76

0,95

0,712

0,475

0,237

0,
0, 12,2 24,4 36,6 48,8
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 26 – Comparação do perfil de tensão na barra 76

Barra 47

1,02

0,965

0,91

0,855

0,8
0, 12,2 24,4 36,6 48,8
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 27 – Comparação do perfil de tensão na barra 47

Capítulo V – Resultados 47
Barra 80

1,04

0,98

0,92

0,86

0,8
0, 12,2 24,4 36,6 48,8
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 28 – Comparação do perfil de tensão na barra 80

b) Sistema Brasileiro

O segundo sistema testado no ANAREDE foi uma configuração Sul–


Sudeste do sistema interligado brasileiro de setembro de 1996 utilizado
pelo GTPO/ELETROBRÁS com 1663 barras (Tabela 13). Foram
simuladas duas situações: na primeira, o carregamento máximo do sistema
foi obtido sem atuação de controles ou limites; na segunda situação, foram
respeitados os limites de geração de potência reativa dos geradores. Os
resultados (Tabela 15) mostram que os dois programas alcançaram o
mesmo carregamento máximo. Nas figuras que seguem, podemos observar
que foram obtidos os mesmos perfis de tensão para a variação do
carregamento.

Capítulo V – Resultados 48
Aumento Máximo no Carregamento do Sistema PFLOW ANAREDE

Sistema sem limites e sem controles 5,03 % 5,00 %

Sistema com os limites de geração de potência reativa 2,79 % 2,81 %


dos geradores ativos

Tabela 15 – Aumento do carregamento do sistema S–SE/Setembro 1996

Observando a Tabela 15 podemos verificar a importância da representação


dos limites de geração de potência reativa. A diferença de carregamento
máximo é considerável, quando esses limites não são respeitados o valor
obtido é quase 80% maior.

Para a situação sem limites de geração de potência reativa, o parâmetro de


continuação utilizado nas proximidades do ponto de carregamento máximo
foi o módulo da tensão na barra “KLABIN----69” (Figura 29). Na Figura
30 temos o perfil de tensão na barra “IV-FOZ-1-765” e na Figura 31 temos
o perfil de tensão na barra “SENGES----69”.

Barra "KLABIN----69"

1,04

0,78

0,52

0,26

0,
0, 1,26 2,52 3,77 5,03
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 29 – Comparação do perfil de tensão na barra “KLABIN----69”

Capítulo V – Resultados 49
Barra "IV-FOZ-1-765"

1,04

0,955

0,87

0,785

0,7
0, 1,26 2,52 3,77 5,03
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 30 – Comparação do perfil de tensão na barra “IV-FOZ-1-765”

Barra "SENGES----69"

1,03

0,897

0,765

0,633

0,5
0, 1,26 2,52 3,77 5,03
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 31 – Comparação do perfil de tensão na barra “SENGES----69”

Capítulo V – Resultados 50
Para a situação onde os limites de geração de potência reativa estão
atuando, o parâmetro de continuação utilizado nas proximidades do ponto
de carregamento máximo também foi o módulo da tensão na barra
“KLABIN----69”. A barra que tem a segunda maior variação de módulo de
tensão é “NORDESTE-88" (Figura 32). Na Figura 33 temos o perfil de
tensão na barra “IV-FOZ-1-765” e na Figura 34 temos o perfil de tensão
na barra “FOZ-500-60HZ”. As curvas não têm um aspecto suave no ponto
crítico devido a atuação dos limites de geração de potência reativa em
geradores do sistema (a próxima seção mostra, num sistema didático, este
efeito).

Barra "NORDESTE--88"

1,04

0,98

0,92

0,86

0,8
0, 0,7 1,4 2,11 2,81
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 32 – Comparação do perfil de tensão na barra “NORDESTE-88"

Capítulo V – Resultados 51
Barra "IV-FOZ-1-765"

1,04

0,98

0,92

0,86

0,8
0, 0,7 1,4 2,11 2,81
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 33 – Comparação do perfil de tensão na barra “IV-FOZ-1-765”

Barra "FOZ-500-60HZ"

1,05

1,

0,95

0,9

0,85
0, 0,7 1,4 2,11 2,81
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

PFLOW ANAREDE

Figura 34 – Comparação do perfil de tensão na barra “FOZ-500-60HZ”

Capítulo V – Resultados 52
V.3.2 Sistema Teste

O sistema apresentado nesta seção (Figura 35) foi analisado para duas
situações distintas, dependendo da limitação ou não da potência reativa
gerada pelo compensador síncrono instalado na barra 2.

Barra 1 Barra 2 Barra 3

CS

Figura 35 – Sistema Teste

Na Tabela 16 podemos observar a influência da limitação de geração de


potência reativa na obtenção do carregamento máximo do sistema. Nas
duas situações, nas proximidades do ponto de carregamento máximo, o
parâmetro de continuação utilizado foi o módulo da tensão na barra 3.

Aumento Máximo Parâmetro de Continuação no Ponto


Sistema Teste do Carregamento de Carregamento Máximo

Sem limites de geração de


potência reativa no 25 % Módulo da Tensão da Barra 3
Compensador Síncrono

Com limites de geração de


potência reativa no 21 % Módulo da Tensão da Barra 3
Compensador Síncrono

Tabela 16 – Carregamento máximo do sistema

Quando não há limites de geração de potência reativa, a tensão na barra 2 é


constante durante todo o processo. Isto ocorre porque o compensador
síncrono colocado nessa barra supre toda potência reativa necessária para
que a tensão seja mantida num mesmo valor.

Capítulo V – Resultados 53
Na segunda situação, onde há limite no fornecimento de potência reativa
do compensador síncrono, o módulo da tensão na barra 2 é mantido
constante somente até o ponto em que a geração máxima de potência
reativa é alcançada. A partir daí, a geração é mantida no máximo e o
módulo da tensão pode seguir duas direções na nova trajetória de soluções
possíveis. Numa direção as soluções possuem níveis de tensão superiores
àqueles encontrados no ponto máximo. Na outra, os módulos das tensões
nas barras 2 e 3 diminuem. Isto pode ser observado na Figura 36 e na
Figura 37.

Barra 2

1,26

1,165

1,07

0,975

0,88
0, 6,5 12,9 19,4 25,9
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

Geração de Q no CS Fixada no Máximo (Sem Controle de Tensão na Barra 2)

Sem Limites de Geração de Q no CS (Tensão na Barra 2 Controlada)

Figura 36 – Perfil de tensão na barra 2 (Comparação entre as trajetórias possíveis)

Capítulo V – Resultados 54
Barra 3

1,22

1,015

0,81

0,605

0,4
0, 6,5 12,9 19,4 25,9
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

Geração de Q no CS Fixada no Máximo (Sem Controle de Tensão na Barra 2)

Sem Limites de Geração de Q no CS (Tensão na Barra 2 Controlada)

Figura 37 – Perfil de tensão na barra 3 (Comparação entre as trajetórias possíveis)

A Figura 38 e a Figura 39 mostram a variação da tensão nas barras 2 e 3,


quando o carregamento da barra 3 é alterado. Quando o limite de geração
de potência reativa é atingido, é considerada a trajetória onde os pontos de
operação possuem níveis de tensão decrescente.

Barra 2

1,01

0,983

0,955

0,927

0,9
0, 6,2 12,5 18,7 25,
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

Sem Limites Com Limites de Geração de Q

Figura 38 – Perfil de tensão na barra 2 (Solução com a trajetória de nível de tensão


decrescente)

Capítulo V – Resultados 55
Barra 3

0,9

0,775

0,65

0,525

0,4
0, 6,2 12,5 18,7 25,
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

Sem Limites Com Limites de Geração de Q

Figura 39 – Perfil de tensão na barra 3 (Solução com a trajetória de nível de tensão


decrescente)

Quando o limite de geração de potência reativa do compensador síncrono é


considerado, um modo de instabilidade de tensão é inserido no sistema
assim que este limite é atingido (Tabela 17). Este modo está associado à
equação que relaciona a potência reativa gerada pelo compensador
síncrono com o módulo da tensão na barra 2 (DOBSON, 1992).

A condição inicial, onde o módulo da tensão na barra 2 é controlada, é


substituída pelo modelo onde a injeção de potência reativa na barra é
constante (igual ao limite máximo) sendo permitida a variação do módulo
da tensão.

Capítulo V – Resultados 56
Sistema Teste – Autovalores da Matriz Jacobiana Reduzida ( JRQ )

Sem limites de geração de potência Com limites de geração de potência


reativa no Compensador Síncrono reativa no Compensador Síncrono

Aumento do Aumento do
Carregamento Autovalor Carregamento Autovalores

Caso Base 1,34160 Caso Base 1,34160 

2% 1,30150 2% 1,30150 

10 % 1,09420 10 % 1,09420 

17 % 0,84873 17 % 0,84873 

20,7 % 0,65492 20,7 % 0,65492 

24 % 0,27694 21,3 % 4,88230 -0,57302

25 % 0,03640 20,8 % 4,85380 -0,60592

24,9 % -0,11750 20,7 % 4,82570 -0,63923

24,7 % -0,19980 20,6 % 4,79800 -0,67296

24 % -0,36825 20,5 % 4,74390 -0,74178

Tabela 17 – Influência da limitação de geração de potência reativa no sistema

V.3.3 Análise Modal do Sistema Brasileiro no


Ponto de Colapso

Duas configurações Sul–Sudeste do sistema interligado brasileiro (Tabela


18), uma de abril de 1997 e outra de julho de 1998, foram analisadas para
várias situações distintas. Estas situações são diferenciadas pela atuação ou
não de controles, pelo estabelecimento ou não dos limites de geração de
potência reativa nos geradores, pelo incremento maior de potência reativa
e pela região do sistema que tem seu carregamento alterado.

Capítulo V – Resultados 57
Sistema S – SE / Abril 1997 S – SE / Julho 1998

Barras 1758 1884

Geradores 170 194

Circuitos 2507 2702

Transformadores 694 619

Barras com Controle


Remoto de Tensão 10 10

Tabela 18 – Características dos sistemas analisados

A Tabela 19 descreve os controles e limites utilizados na análise do


sistema brasileiro. Nas seções seguintes eles serão referidos apenas pelas
respectivas opções (BPSI, QLIM, CTAP e CREM). Em todos os casos a
modelagem de carga utilizada foi potência constante. Portanto, o ponto de
máximo carregamento coincide com o ponto limite de estabilidade de
tensão (PAL, 1992). Como o objetivo é a obtenção do ponto de
carregamento máximo, não foi feito o traçado de toda a curva. Quando o
carregamento começa a diminuir, tendo ultrapassado o ponto máximo,
assim que é atingido 90% do valor máximo o processo para.

Opção Descrição

Distribui a geração necessária para suprir o excedente de carga entre os


BPSI geradores do sistema, de acordo com os fatores de participação determinados
nos dados de entrada.

Ativa os limites de geração de potência reativa nos geradores. Quando um limite


é atingido, a tensão na barra deixa de ser controlada. Durante o processo é
QLIM
verificada a possibilidade da tensão voltar a ser controlada (back-off
automático).

CTAP Ativa o controle de tensão por variação automática de tap dos transformadores.

CREM Ativa o controle de tensão por injeção remota de potência reativa.

Tabela 19 – Descrição das opções utilizadas na análise do sistema brasileiro

Capítulo V – Resultados 58
As características das situações analisadas nas duas configurações do
sistema interligado brasileiro são descritas na Tabela 20 e na Tabela 21.

Sistema Sul – Sudeste / Abril 1997

Situações Analisadas Opções Análise


Modal
BPSI QLIM CTAP CREM

Aumento do Carregamento da Área São Paulo

Caso Base Sim    Sim

Caso Base Sim Sim   Sim

Caso Base Sim Sim Sim Sim 

Aumento do Carregamento da Área Rio

Caso Base Sim    Sim

Caso Base Sim Sim   Sim

Caso Base Sim Sim Sim Sim 

Aumento do Carregamento da Área Rio com


Incremento Maior de Potência Reativa

Caso Base Sim Sim   Sim

Caso Base Sim Sim Sim Sim 

Retirado o circuito entre


“C.PAULIS-138" e “V.REDOND-138" Sim Sim   Sim

Retirado o circuito entre


“C.PAULIS-138" e “V.REDOND-138" Sim Sim Sim Sim 

Retirado o circuito 1 entre


“ADRIANO--345" e “JACAREP--345" Sim Sim   Sim

Retirado o circuito 1 entre


“ADRIANO--345" e “JACAREP--345" Sim Sim Sim Sim 

Retirado o circuito 1 entre


“FURNAS----345" e “ITUTINGA-345" Sim Sim   Sim

Retirado o circuito 1 entre


“FURNAS----345" e “ITUTINGA-345" Sim Sim Sim Sim 

Tabela 20 – Situações analisadas no sistema S–SE / Abril 1997

Capítulo V – Resultados 59
Sistema Sul – Sudeste / Julho 1998

Opções Análise
Situações Analisadas Modal
BPSI QLIM CTAP CREM

Aumento do Carregamento da Área São Paulo

Caso Base Sim    Sim

Caso Base Sim   Sim 

Aumento do Carregamento da Área Rio

Caso Base Sim    Sim

Caso Base Sim   Sim 

Aumento do Carregamento de Todo o Sistema

Caso Base Sim    Sim

Caso Base Sim   Sim 

Tabela 21 – Situações analisadas no sistema S–SE / Julho 1998

No ponto de carregamento máximo, calculado através da utilização do


método de continuação, foi feita a análise modal do sistema. O modo
crítico relacionado à área incrementada foi obtido utilizando o algoritmo
DPSE (Dominant Pole Spectrum Eigensolver).

Duas funções de transferência foram utilizadas (Tabela 22). A primeira


fornece o modo dominante relacionado a barra que leva o sistema ao
colapso, enquanto a segunda fornece o modo dominante da área de
interesse.

Função de Entrada Saída


Transferência

∆ V/ ∆ Q (Barra P) Injeção de potência reativa na barra cujo Variação de tensão na barra cujo
módulo de tensão é parâmetro de módulo de tensão é parâmetro de
continuação na região do ponto de continuação na região do ponto de
carregamento máximo carregamento máximo

∆ V/ ∆ Q (Área) Injeção de potência reativa nas barras da Variação de tensão nas barras da
área de interesse área de interesse

Tabela 22 – Funções de transferência utilizadas na obtenção do modo crítico

Capítulo V – Resultados 60
Como será observado, não basta obter o modo de menor módulo, visto que
nem sempre este é o modo dominante da área de interesse. São mostrados
os fatores de observabilidade de variação de tensão do modo crítico
associado à área onde o carregamento está sendo incrementado e os
resíduos da função de transferência ∆Vi/∆Qi associada a este modo crítico.

Os fatores de observabilidade informam onde um dado modo é mais


observável. Os resíduos são analisados com o objetivo de encontrar barras
com tensão variável onde o controle de tensão, obtido pela instalação de
um compensador síncrono, de um gerador ou de um equipamento FACTS
do tipo ASVC, proporciona uma aumento superior no carregamento. A
análise dos resíduos de funções de transferência do tipo ∆Vi/∆Qi , que
representa a relação entre a potência reativa incremental injetada na barra i
e a variação de tensão ocasionada, fornece informações sobre os possíveis
pontos de instalação dos referidos equipamentos (PINTO, 1994, 1998).

a) Sistema S-SE / Abril 1997 – Incremento do Carregamento da


Área São Paulo

Nesta seção foi feito o incremento do carregamento da área São Paulo do


sistema interligado Sul–Sudeste. Esta área é definida pela união de três
áreas elétricas: ELETROPAULO, CPFL e CESP. Na Tabela 23 temos a
participação da área São Paulo no sistema S-SE/Abril 1997.

Área São Paulo em Relação ao Total do Sistema S-SE / Abril 1997

Carga Geração
Empresa
Pot. Ativa Pot. Reativa Pot. Ativa Pot. Reativa
ELETROPAULO 32,04 % 18,98 % 0,35 % 6,70 %

CPFL 9,12 % 6,68 % 0,12 % 0,02 %

CESP 8,14 % 6,57 % 25,81 % 4,62 %

Total 49,30 % 32,23 % 26,28 % 11,34 %

Tabela 23 – Participação da área São Paulo no sistema S–SE / Abril 97


Capítulo V – Resultados 61
a.1) Obtenção do Carregamento Máximo

O ponto de carregamento máximo foi alcançado através da utilização do


método de continuação. Três situações foram analisadas: 1) sem atuação
dos limites de geração de potência reativa nos geradores e sem controle de
tensão (seja por injeção remota de potência reativa ou por variação de tap
dos transformadores com comutação automática); 2) com atuação de
limites, mas sem atuação dos controles; 3) com atuação de limites e
controles. Em todos casos a potência ativa necessária para suprir a carga
excedente foi dividida entre os geradores da áreas elétricas
ELETROPAULO e CESP. A Tabela 24 mostra o aumento máximo de
carregamento conseguido para cada simulação.

Sistema Sul – Sudeste / Abril 1997

Aumento Máximo Aumento Máximo Parâmetro de


Opções de do Carregamento do Carregamento Continuação no
Execução da Área São Paulo do Sistema Ponto Máximo

BPSI QLIM Módulo da Tensão de


CTAP CREM 15,31 % 7,55 % “ITAPETI2-138”

Módulo da Tensão de
BPSI 9,98 % 4,92 % “CACH----11.4”

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM 7,16 % 3,53 % “CENTRO---20”

Tabela 24 –Aumento do carregamento da área São Paulo

O parâmetro de continuação nas proximidades do ponto máximo para cada


uma das situações está descrito na Tabela 24. Na Figura 40, na Figura 41 e
na Figura 42 podemos ver o perfil de tensão nas barras com maior variação
em cada situação.

Capítulo V – Resultados 62
Barra "ITAPETI2-138"

1,

0,875

0,75

0,625

0,5
0, 3,1 6,1 9,2 12,2 15,3
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 40 – Perfil de tensão na barra “ITAPETI2-138”

Barra "CENTRO----20"

1,01

0,933

0,855

0,777

0,7
0, 3,1 6,1 9,2 12,2 15,3
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 41 – Perfil de tensão na barra “CENTRO----20”

Capítulo V – Resultados 63
Na Figura 41 podemos ver que o valor da tensão na barra “CENTRO----
20” é controlado até um carregamento aproximadamente 10% maior que o
inicial. A pequena variação existente no começo da curva está relacionada
com os limites de atuação do comutador do transformador: uma variação
na tensão menor do que 0,5% não altera a posição do tap. O controle de
tensão tem a característica de diminuir a impedância vista pela geração. O
efeito pode ser visto pelo aumento considerável no carregamento máximo
alcançado.

São apresentados em (Figura 43, Figura 44, Figura 45 e Figura 46) os


perfis de tensão em barras importantes da área São Paulo e da área Rio.

Barra "CACH----11.4"

1,02

0,94
5

0,87

0,79
5

0,72
0, 3,1 6,1 9,2 12,2 15,3
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 42 – Perfil de tensão na barra “CACH----11.4”

Capítulo V – Resultados 64
Barra "INTERL---345"

1,02

0,978

0,935

0,892

0,85
0, 3,1 6,1 9,2 12,2 15,3
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 43 – Perfil de tensão na barra “INTERL----345”

Barra "PIRITUBA-230"

1,

0,925

0,85

0,775

0,7
0, 3,1 6,1 9,2 12,2 15,3
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 44 – Perfil de tensão na barra “PIRITUBA-230”

Capítulo V – Resultados 65
Barra "E.SOUZA--230"

1,

0,93
8

0,87
5

0,81
3

0,75
0, 3,1 6,1 9,2 12,2 15,3
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 45 – Perfil de tensão na barra “E.SOUZA--230”

Barra "ADRIANO--345"

0,98

0,945

0,91

0,875

0,84
0, 3,1 6,1 9,2 12,2 15,3
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 46 – Perfil de tensão na barra “ADRIANO--345”

Capítulo V – Resultados 66
a.2) Análise Modal

No ponto de carregamento máximo, calculado na seção anterior, foi feita a


análise modal do sistema S-SE/Abril 1997. O modo crítico relacionado à
área incrementada (São Paulo) foi obtido utilizando o algoritmo DPSE
(Dominant Pole Spectrum Eigensolver). As estimativas iniciais utilizadas
foram: 0,001; 0,01; 0,05; 0,1; 0,5 e 1,0.

Na Tabela 25 e na Tabela 26 são mostrados os modos dominantes


calculados para cada opção de execução. O modo crítico associado à área
São Paulo é aquele com maior resíduo da função de transferência onde a
entrada é a variação de potência reativa nas barras da área e a saída é a
variação de tensão nestas barras (∆V/∆Q - barras da área São Paulo).

Na Figura 47 e na Figura 48 estão os fatores de observabilidade de


variação de tensão associados ao modo crítico e a lista de resíduos da
função de transferência ∆Vi/∆Qi, associada ao modo crítico, para cada
barra i do sistema.

Quando os limites de geração de potência reativa são considerados, as


barras da área São Paulo possuem os maiores fatores de observabilidade.
Quando não há limites, barras da área São Paulo e da área Rio possuem os
maiores fatores de observabilidade.

Os resíduos da função de transferência ∆Vi/∆Qi são utilizados na


determinação do melhor local para instalação de equipamentos que
controlem a tensão na barra através da injeção local de potência reativa
(como um compensador síncrono, um gerador ou de um equipamento
FACTS do tipo ASVC).

Capítulo V – Resultados 67
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na Carga
Opções de Execução no Ponto Máximo da Área São Paulo

Módulo da Tensão de
BPSI “CACH----11.4” 9,98 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área São Paulo) ∆ V/ ∆ Q (barra “CACH----11.4”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,002678 1,0000 0,774437


0,6561 0,153310 0,8217 0,463422

0,0607 0,119273 0,4669 1,554969

0,0355 9,773838 0,1557 0,153310

0,0192 0,9802617 0,0697 0,002678


0,0187 0,504668 0,0333 0,119273
Tabela 25 – Determinação do modo crítico da área São Paulo

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 ZONA SUL 69 30 AREAL 69


S.GONCALO 69 FAGUNDES 2.3
G.BRANCO 138 S.PONTES 138
PIABANHA 69 PIABANHA 2.3
S.PONTES 138 BFERREIR-138
25 SAMARCO--138 25 GUARAP.T-138
ITAMBI 1 69 ZONA SUL 138
ZONA SUL 138 PRAIA---34.5
ICARAI 138 ICARAI 138
PRAIA---34.5 SAMARCO--138
20 ALCANTARA 69 20 ITAMBI 1 69
S GONCALO 2 GUAXINDIBA69
AREAL 69 ALCANTARA 69
ALCANTARA138 CACHOEIRO138
ARSENAL 69 ITABIRA-138
15 ITAMBI 2 69 15 ITAMBI 2 69
CACHOEIRO138 ARSENAL 69
S.PONTES 69 S.PONTES 69
PIRITUBA-088 ALAGE-2-34.5
S GONCALO 1 ZONA SUL 69
10 S LOURENCO69 10 S.GONCALO 69
CENTRO----20 S GONCALO 1
ITABIRA-138 S LOURENCO69
FICT-CACH--1 S GONCALO 2
CACH----11.4 FRUTEIRA-138
5 FRUTEIRA-138 5 CASTELO--138
CASTELO--138 CACH----34.5
CACHOEIRO-69 FICT-CACH--1
CACH----34.5 CACHOEIRO-69
ALAGE-2-34.5 CACH----11.4
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 47 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi associados ao modo


crítico da área São Paulo (λ =0,002678)

Capítulo V – Resultados 68
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na Carga
Opções de Execução no Ponto Máximo da Área São Paulo

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM “CENTRO----20” 7,16 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área São Paulo) ∆ V/ ∆ Q (barra “CENTRO----20”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000198 1,0000 3,938918


0,1361 0,144685 0,1629 0,000198
0,0846 0,556418 0,0923 1,528572

0,0355 12,8867 0,0599 0,953590

0,0343 0,143315 0,0262 0,144685

0,0062 0,9941453 0,0003 0,760699


Tabela 26 – Determinação do modo crítico da área São Paulo

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 ANHANG-1-230 30 S GONCALO 1
MACATUBA--69 S GONCALO 2
LARANJ-FP138 CACH----11.4
BOTUCATU--88 S LOURENCO69
PERUIBE--138 ENG.CALY-138

25 ZILLO----138 25 E.SOUZA--088
SAOMANUEL138 PERUIBE--138
BOTUCATU-138 ZILLO----138
CENTRO----88 LE+GA+DUR138
CBONITO--230 CBONITO--230

20 DTX+RJ+EU138 20 BOTUCATU--88
LARANJA1Y138 LARANJ-FP138
BURI-Y---138 M.AZEVEDO-88
CBONITO--138 LARANJA1Y138
LE+GA+DUR138 BURI-Y---138

15 ORIENTO-Y138 15 ORIENTO-Y138
M.AZEVEDO-88 JUQUIA-Y-138
CESARIO-Y138 TIETE----138
TIETE----138 CBONITO--138
REGISTRO-138 PIRELLI-Y138

10 CESARIO--138 10 FERRLIG-Y138
ALPARGA-Y138 REGISTRO-138
FERRLIG-Y138 PIRITUBA-088
PIRITUBA-088 CESARIO-Y138
JUQUIA-Y-138 CESARIO--138

5 AVARE-SC--88 5 AVARE-SC--88
TATUI-2Y-138 ALPARGA-Y138
CENTRO----20 TATUI-2Y-138
PIRELLI-Y138 ITAPETI2-138
ITAPETI2-138 CENTRO----20

0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 48 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área São Paulo (λ =0,000198)

Capítulo V – Resultados 69
a.3) Medida para reforço do sistema

A medida para reforço do sistema adotada foi a instalação de um


compensador síncrono numa barra do sistema. A escolha foi feita
baseando-se na lista de resíduos de ∆Vi/∆Qi associados ao modo crítico da
área São Paulo (λ=0,000198) quando as opções de execução foram BPSI e
QLIM.

Analisando as barras que possuem os maiores valores na lista, determinou-


se o local do sistema onde deveria ser feita a instalação do compensador
síncrono. Como relatado em (PINTO, 1998), a lista de resíduos não possui
escalonamento quanto ao nível de tensão nas barras. Isto coloca com a
mesma importância barras com nível de tensão de 11,4 kV e barras com
nível de tensão de 500 kV. A utilização da lista de resíduos deve ser feita
levando em consideração este fato. Ao invés de apenas analisar as barras
que estão nas primeiras posições, devem ser avaliadas as regiões onde
estas barras estão. Na Figura 50 os resíduos estão separados por nível de
tensão.

Resíduos

30 S GONCALO 1
S GONCALO 2
CACH----11.4
S LOURENCO69
ENG.CALY-138

25 E.SOUZA--088
PERUIBE--138
ZILLO----138
LE+GA+DUR138
CBONITO--230

20 BOTUCATU--88
LARANJ-FP138
M.AZEVEDO-88
LARANJA1Y138
BURI-Y---138

15 ORIENTO-Y138
JUQUIA-Y-138
TIETE----138
CBONITO--138
PIRELLI-Y138

10 FERRLIG-Y138
REGISTRO-138
PIRITUBA-088
CESARIO-Y138
CESARIO--138

5 AVARE-SC--88
ALPARGA-Y138
TATUI-2Y-138
ITAPETI2-138
CENTRO----20

0
0 0.5 1

Figura 49 – Resíduos de ∆V i/∆ Qi associados ao modo crítico da área São Paulo


( λ =0,000198)

Capítulo V – Resultados 70
Resíduos
500 kV 440 kV

15 SGOTARDO-500 15 CAPIVARA-440

14 ARARAQUA-500 14 ASSIS----440
13 ANGRA----500 13 BAURU----440
12 GRAJAU---500 12 ARARAQUA-440

11 NEVES----500 11 RIBPRETO-440
10 POCOS----500 10 STOANGELO440
9 S.JOSE---500 9 M M IRIM-3-440

8 T.PRETO--500 8 EMBUGUACU440
7 IB IUNA---500 7 TAUBATE--440
6 CAMPINAS-500 6 TOESTE-1Y440
5 OPRETO2--500 5 SBARBARA-440

4 ADRIANO--500 4 OESTE ---440


3 C.PAULIS-500 3 SUMARE---440
2 MESQUITA-500 2 BOMJARDIM440

1 TAUBATE--500 1 CABREUVA-440

0 0 .5 1 0 0 .5 1

345 kV 230 kV

15 CAMPINAS-345 15 CBA-EP---230

14 BARBACEN-345 14 JURUMIRIM230
13 A.SERRA1-345 13 ANHANG---230
12 NORDESTE-345 12 ANHANG-2-230

11 JUIZFORA-345 11 E.SOUZA--230
10 ITUTINGA-345 10 TRCEN-2--230
9 ADRIANO--345 9 BOTUCATU-230

8 EMBUGUACU345 8 BOTUCATU-230
7 INTERL---345 7 ANHANG-1-230
6 XAVANTES-345 6 TRCEN-1--230
5 BANDEIRA.345 5 CENTRO---230

4 VITORIA--345 4 ANHANG-3-230
3 M.FORNAS-345 3 GUARULHOS230
2 CAMPOS---345 2 PIRITUBA-230

1 ANHANG---345 1 CBONITO--230

0 0 .5 1 0 0 .5 1

138 kV 69 kV

15 LARANJ-FP138 15 PIABANHA 69

14 LARANJA1Y138 14 FAGUNDES 69
13 BURI-Y---138 13 AREAL 69
12 ORIENTO-Y138 12 MACATUBA--69

11 JUQUIA-Y-138 11 ITAMBI 1 69
10 TIETE----138 10 BROTAS----69
9 CBONITO--138 9 GUAXINDIBA69

8 PIRELLI-Y138 8 ALCANTARA 69
7 FERRLIG-Y138 7 ARSENAL 69
6 REGISTRO-138 6 ITAMBI 2 69
5 CESARIO-Y138 5 CACHOEIRO-69

4 CESARIO--138 4 S.PONTES 69
3 ALPARGA-Y138 3 ZONA SUL 69
2 TATUI-2Y-138 2 S.GONCALO 69

1 ITAPETI2-138 1 S LOURENCO69

0 0 .5 1 0 0 .5 1

Figura 50 – Resíduos de ∆V i/∆ Qi associados ao modo crítico da área São Paulo


( λ =0,000198) separados pelo nível de tensão na barra

Avaliando o sistema a partir das listas mostradas na Figura 49 e na Figura


50, a barra “CENTRO-230" passou a ter a sua tensão controlada através da
instalação de um compensador síncrono. A escolha foi feita baseada na

Capítulo V – Resultados 71
análise das ligações entre as barras que estão nas primeiras posições na
lista geral (Figura 49). Como mostrado na Figura 51 e na Tabela 27, a
injeção de potência reativa na barra “CENTRO--230" aumentou em 47% a
margem de carregamento da área São Paulo (de 1044 MW para 1532
MW).

Barra "CENTRO---230"

622

466

311

155

0
0, 2,6 5,3 7,9 10,5
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

Figura 51 – Influência da injeção de potência reativa na barra “CENTRO--230" no


aumento do carregamento da área São Paulo

Tornou-se possível o atendimento de 488 MW adicionais de carga ativa,


em relação ao que se conseguia anteriormente. Isto é conseguido quando o
compensador síncrono gera 570 MVAr de potência reativa. Como pode ser
visto na Figura 52, poderia ser estipulado por volta de 450 MVAr o valor
máximo de geração de potência reativa pelo compensador. Neste ponto, o
carregamento é cerca de 415 MW superior ao máximo que se consegue
sem o compensador. A partir daí, mesmo que a injeção de potência reativa
na barra “CENTRO--230” aumente, não há aumento na margem de
carregamento da área Rio, indicando que um novo ponto do sistema deve
ser avaliado para determinação de outra medida para reforço do sistema
(BIANCO, 1994).

Capítulo V – Resultados 72
Sistema Sul – Sudeste / Abril 1997

Opções de Execução
Configuração Com Compensador
Original Síncrono em
BPSI QLIM “CENTRO--230”

Aumento Máximo do Carregamento 7,16 % 10,50 %


da Área São Paulo (1044 MW) (1532 MW)

Parâmetro de Continuação Módulo da Tensão de Módulo da Tensão de


no Ponto Máximo “CENTRO---20” “CACH----11.4”

Aumento do Carregamento Máximo Conseguido com a Instalação do 47 %


Compensador Síncrono (488 MW)

Potência Reativa Gerada pelo Compensador Síncrono no Ponto de 570 MVAr


Carregamento Máximo

Tabela 27 – Melhoria do aumento do carregamento da área São Paulo com a instalação do


compensador síncrono em “CENTRO---230”

Barra "CENTRO--230"

622

524

426

328

230
11 131 251 371 491
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (MW)

Figura 52 – Relação entre o aumento de carregamento da área São Paulo e a injeção de


potência reativa em “CENTRO---230” (além do ponto calculado sem o compensador
síncrono instalado)

São apresentados em (Figura 53, Figura 54, Figura 55 e Figura 56) os


perfis de tensão em barras importantes da área São Paulo e da barra cujo
módulo é o parâmetro de continuação nas proximidades do ponto de
máximo carregamento (“CACH----11.4”).
Capítulo V – Resultados 73
Barra "PIRITUBA-230"

0,98

0,935

0,89

0,845

0,8
0, 2,6 5,3 7,9 10,5
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM BPSI QLIM *

* Compensador Síncrono em "CENTRO---230"

Figura 53 – Perfil de tensão na barra “PIRITUBA-230”

Barra "INTERL---345"

1,02

0,99

0,96

0,93

0,9
0, 2,6 5,3 7,9 10,5
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM BPSI QLIM *

* Compensador Síncrono em "CENTRO---230"

Figura 54 – Perfil de tensão na barra “INTERL---345”

Capítulo V – Resultados 74
Barra "C.PAULIS-138"

1,

0,975

0,95

0,925

0,9
0, 2,6 5,3 7,9 10,5
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM BPSI QLIM *

* Compensador Síncrono em "CENTRO---230"

Figura 55 – Perfil de tensão na barra “C.PAULIS-138”

Barra "CACH----11.4"

1,02

0,953

0,885

0,818

0,75
0, 2,6 5,3 7,9 10,5
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI QLIM BPSI QLIM *

* Compensador Síncrono em "CENTRO---230"

Figura 56 – Perfil de tensão na barra “CACH----11.4”

Capítulo V – Resultados 75
b) Sistema S-SE / Abril 1997 – Incremento do Carregamento da
Área Rio

Nesta seção foi feito o incremento do carregamento da área Rio do sistema


interligado Sul–Sudeste. Esta área é definida pela união de três áreas
elétricas: LIGHT, CERJ e ESCELSA. Na Tabela 28 temos a participação
desta área no sistema S-SE/Abril 1997.

Área Rio em Relação ao Total do Sistema S-SE / Abril 1997

Carga Geração
Empresa
Pot. Ativa Pot. Reativa Pot. Ativa Pot. Reativa
LIGHT 13,25 % 4,01 % 2,19 % 7,48 %

CERJ 4,04 % 4,48 % 0,13 % 0,01 %

ESCELSA 3,09 % 2,62 % 0,51 % 1,02 %

Total 20,38 % 11,11 % 2,83 % 8,51 %

Tabela 28 – Participação da área Rio no sistema S–SE / Abril 1997

b.1) Obtenção do Carregamento Máximo

O ponto de carregamento máximo foi alcançado através da utilização do


método de continuação. Na primeira parte do estudo foram analisadas
cinco situações distintas diferenciadas pela atuação dos limites de geração
de potência reativa nos geradores, pela atuação do controle de tensão em
barras (por injeção remota de potência reativa ou por variação de tap dos
transformadores com comutação automática) e pelo incremento
diferenciado de potência reativa (a carga da área Rio tem a característica
de crescimento de potência reativa maior do que de potência ativa). Em
todos casos a potência ativa necessária para suprir a carga excedente foi
dividida entre os geradores da áreas elétricas ELETROPAULO e CESP. A
Tabela 29 mostra o aumento máximo de carregamento conseguido para
cada simulação.

Capítulo V – Resultados 76
Sistema Sul – Sudeste / Abril 1997

Aumento Máximo Aumento Máximo Parâmetro de


Opções de do Carregamento do Carregamento Continuação no
Execução da Área Rio do Sistema Ponto Máximo

Incremento Igual de Potência Ativa e de Potência Reativa

BPSI QLIM Módulo da Tensão de


CTAP CREM 6,21 % 1,26 % “CACH----11.4”

Módulo da Tensão de
BPSI 3,04 % 0,62 % “CACH----11.4”

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM 2,46 % 0,50 % “CACH----11.4”

Incremento Maior de Potência Reativa (γPotência Reativa = 1,25 x γPotência Ativa )

BPSI QLIM Módulo da Tensão de


CTAP CREM 5,97 % 1,22 % “CACH----11.4”

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM 2,37 % 0,48 % “CACH----11.4”

Tabela 29 – Aumento do carregamento da área Rio

O parâmetro de continuação nas proximidades do ponto máximo para


todas as situações analisadas foi o módulo da tensão na barra “CACH----
11.4” (Figura 57). Mais uma vez pode ser observado a atuação dos
controles de tensão proporcionando um carregamento máximo superior.
Os perfis de tensão em algumas das principais barras da área Rio são
mostrados na Figura 58, na Figura 59 e na Figura 60.

Capítulo V – Resultados 77
Barra "CACH----11.4"

1,02

0,92

0,82

0,72

0,62
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 57 – Perfil de tensão na barra “CACH----11.4”

Barra "CAMPOS----345"

0,93

0,883

0,835

0,787

0,74
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 58 – Perfil de tensão na barra “CAMPOS---345”

Capítulo V – Resultados 78
Barra "JACAREP--345"

0,98

0,955

0,93

0,905

0,88
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 59 – Perfil de tensão na barra “JACAREP--345”

Barra "C.PAULIS-138"

1,

0,98

0,96

0,94

0,92
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI

Figura 60 – Perfil de tensão na barra “C.PAULIS-138”

Capítulo V – Resultados 79
A carga da área Rio durante o verão (época onde a carga atinge os maiores
níveis) tem a característica de sofrer crescimento de potência reativa maior
do que de potência ativa. Esta característica, que pode ser facilmente
simulada no ANAREDE, faz com que o carregamento máximo seja menor.
Os perfis de tensão em barras da área Rio, com fator de potência constante
e com incremento maior de potência reativa, são mostrados na Figura 61,
na Figura 62 e na Figura 63. Na Figura 64 pode ser observado a evolução
do módulo da tensão numa barra que possui um compensador síncrono.
Quando o limite máximo de geração de potência reativa é atingido, o
módulo da tensão na barra começa a diminuir.

Barra "ADRIANO--345"

0,971

0,947

0,923

0,899

0,874
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI QLIM CTAP CREM * BPSI QLIM *

* Incremento maior de potência reativa

Figura 61 – Perfil de tensão na barra “ADRIANO--345”

Capítulo V – Resultados 80
Barra "VITORIA--345"

0,93

0,883

0,835

0,787

0,74
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI QLIM CTAP CREM * BPSI QLIM *

* Incremento maior de potência reativa

Figura 62 – Perfil de tensão na barra “VITORIA--345”

Barra "R.LEAO---138"

0,95

0,92
7

0,90
5

0,88
2

0,86
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI QLIM CTAP CREM * BPSI QLIM *

* Incremento maior de potência reativa

Figura 63 – Perfil de tensão na barra “R.LEAO---138”

Capítulo V – Resultados 81
Barra "MESQUITA-SIN"

1,04

1,01
3

0,98
5

0,95
8

0,93
0, 1,55 3,1 4,66 6,21
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM CTAP CREM BPSI QLIM


BPSI QLIM CTAP CREM * BPSI QLIM *

* Incremento maior de potência reativa

Figura 64 – Perfil de tensão na barra “MESQUITA-SIN”

Também foram analisadas situações onde alguns circuitos importantes no


suprimento à carga na área Rio são retirados. A Tabela 30 mostra o fluxo
de potência nestes circuitos para o caso base. O carregamento máximo
atingido para cada situação simulada está descrito na Tabela 31. Não
foram analisadas as situações envolvendo circuitos críticos (e.g.,
“C.PAULIS-500” ⇒ “ADRIANO--500”), para os quais se torna necessário
o corte de carga.

Fluxo de Potência no Circuito


Circuito Retirado (Número/Total) (Caso Base)
No
Sentido do fluxo : DE ⇒ PARA
Pot. Ativa Pot. Reativa

1 “C.PAULIS-138" ⇒ “V.REDOND-138" (1/1) 160,6 MW 3,6 MVAr

2 “ADRIANO--345" ⇒ “JACAREP—345" (1/2) 241,7 MW 87,8 MVAr

3 “FURNAS----345" ⇒ “ITUTINGA-345" (1/2) 560,2 MW 82,3 MVAr

Tabela 30 – Dados das contingências analisadas

Capítulo V – Resultados 82
Aumento do Carregamento da Área Rio
(γ Potência Reativa = 1,25 x γ Potência Ativa )

Aumento Máximo Aumento Máximo Parâmetro de


Opções de do Carregamento do Carregamento Continuação no
Execução da Área Rio do Sistema Ponto Máximo
Contingência 1
BPSI QLIM Módulo da Tensão de
CTAP CREM 5,66 % 1,15 % “CACH----11.4”

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM 1,93 % 0,39 % “CACH----11.4”

Contingência 2
BPSI QLIM Módulo da Tensão de
CTAP CREM 5,59 % 1,14 % “CACH----11.4”

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM 2,04 % 0,42 % “CACH----11.4”
Contingência 3
BPSI QLIM Módulo da Tensão de
CTAP CREM 4,59 % 0,94 % “CACH----11.4”

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM 0,38 % 0,08 % “CACH----11.4”

Tabela 31 – Aumento do carregamento para cada contingência

Barra "CACH----11.4"

1,02

0,91
5

0,81

0,70
5

0,6
0, 1,49 2,99 4,48 5,97
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Caso Base Contingência 1


Contingência 2 Contingência 3

Opções : BPSI QLIM CTAP CREM / Incremento maior de potência reativa

Figura 65 – Perfil de tensão na barra “CACH----11.4”

Capítulo V – Resultados 83
Barra "ADRIANO--345"

0,98

0,95
3

0,92
5

0,89
7

0,87
0, 1,49 2,99 4,48 5,97
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Caso Base Contingência 1


Contigência 2 Contingência 3

Opções : BPSI QLIM CTAP CREM / Incremento maior de potência reativa

Figura 66 – Perfil de tensão na barra “ADRIANO--345”

Barra "JACAREP--345"

0,99

0,965

0,94

0,915

0,89
0, 1,49 2,99 4,48 5,97
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Caso Base Contingência 1


Contingência 2 Contingência 3

Opções : BPSI QLIM CTAP CREM / Incremento maior de potência reativa

Figura 67 – Perfil de tensão na barra “JACAREP--345”

Capítulo V – Resultados 84
Barra "CAMPOS---345"

0,93

0,88

0,83

0,78

0,73
0, 1,49 2,99 4,48 5,97
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Caso Base Contingência 1


Contingência 2 Contingência 3

Opções : BPSI QLIM CTAP CREM / Incremento maior de potência reativa

Figura 68 – Perfil de tensão na barra “CAMPOS---345”

Barra "VITORIA--345"

0,93

0,88

0,83

0,78

0,73
0, 1,49 2,99 4,48 5,97
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Caso Base Contingência 1


Contingência 2 Contingência 3

Opções : BPSI QLIM CTAP CREM / Incremento maior de potência reativa

Figura 69 – Perfil de tensão na barra “VITORIA--345”

Capítulo V – Resultados 85
Barra "C.PAULIS-138"

1,

0,98

0,96

0,94

0,92
0, 1,49 2,99 4,48 5,97
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Caso Base Contingência 1


Contingência 2 Contingência 3

Opções : BPSI QLIM CTAP CREM / Incremento maior de potência reativa

Figura 70 – Perfil de tensão na barra “C.PAULIS-138”

Barra "MESQUITA-SIN"

1,04

1,

0,96

0,92

0,88
0, 1,49 2,99 4,48 5,97
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Caso Base Contingência 1


Contingência 2 Contingência 3

Opções : BPSI QLIM CTAP CREM / Incremento maior de potência reativa

Figura 71 – Perfil de tensão na barra “MESQUITA-SIN”

Capítulo V – Resultados 86
A Tabela 32 mostra o aumento máximo do carregamento da área Rio
alcançado para cada uma das diversas situações analisadas. Pode ser
verificado como este valor máximo é influenciado pela representação do
crescimento diferenciado de potência reativa, pela atuação dos controles de
tensão, pela modelagem de limites de geração de potência reativa e quando
é feita a retirada de circuitos importantes no suprimento da carga
excedente na área Rio.

Sistema Sul – Sudeste / Abril 1997

Opções de Execução Aumento


Situações Analisadas Máximo da
BPSI QLIM CTAP CREM Área Rio
Aumento do Carregamento da Área Rio

Caso Base Sim    3,04 %

Caso Base Sim Sim   2,46 %

Caso Base Sim Sim Sim Sim 6,21 %

Aumento do Carregamento da Área Rio com


Incremento Maior de Potência Reativa

Caso Base Sim Sim   2,37 %

Caso Base Sim Sim Sim Sim 5,97 %

Retirado o circuito entre


“C.PAULIS-138" e “V.REDOND-138" Sim Sim   1,93 %

Retirado o circuito entre


“C.PAULIS-138" e “V.REDOND-138" Sim Sim Sim Sim 5,66 %

Retirado o circuito 1 entre


“ADRIANO--345" e “JACAREP--345" Sim Sim   2,04 %

Retirado o circuito 1 entre


“ADRIANO--345" e “JACAREP--345" Sim Sim Sim Sim 5,59 %

Retirado o circuito 1 entre


“FURNAS----345" e “ITUTINGA-345" Sim Sim   0,38 %

Retirado o circuito 1 entre


“FURNAS----345" e “ITUTINGA-345" Sim Sim Sim Sim 4,59 %

Tabela 32 – Comparação do aumento da carga da área Rio

Capítulo V – Resultados 87
b.2) Análise Modal

No ponto de carregamento máximo, para as situações calculadas na seção


anterior, foi feita a análise modal do sistema S-SE/Abril 1997. O modo
crítico relacionado à área incrementada (Rio) foi obtido utilizando o
algoritmo DPSE (Dominant Pole Spectrum Eigensolver). As estimativas
iniciais utilizadas foram: 0,001; 0,01; 0,05; 0,1; 0,5 e 1,0.

Em (Tabela 33, Tabela 34, Tabela 35, Tabela 36, Tabela 37 e Tabela 38)
são mostrados os modos dominantes calculados para cada opção de
execução. O modo crítico associado à área Rio é aquele com maior resíduo
da função de transferência onde a entrada é a variação de potência reativa
nas barras da área e a saída é a variação de tensão nestas barras (∆V/∆Q -
barras da área Rio).

Em (Figura 72, Figura 73, Figura 74, Figura 75, Figura 76 e Figura 77)
estão os fatores de observabilidade de variação de tensão associados ao
modo crítico e a lista de resíduos da função de transferência ∆Vi/∆Qi,
associada ao modo crítico, para cada barra i do sistema.

Para todos os casos analisados, as barras da área Rio possuem os maiores


fatores de observabilidade. Os resíduos da função de transferência ∆Vi/∆Qi
são utilizados na determinação do melhor local para instalação de
equipamentos que controlem a tensão na barra através da injeção local de
potência reativa (como um compensador síncrono, um gerador ou de um
equipamento FACTS do tipo ASVC).

Capítulo V – Resultados 88
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na
Opções de Execução no Ponto Máximo Carga da Área Rio

Módulo da Tensão de
BPSI “CACH----11.4” 3,04 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “CACH----11.4”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000562 1,0000 0,707268


0,4695 1,00305 0,8334 0,415212

0,1433 6,51881 0,1700 0,000562


0,1340 0,225604 0,1521 1,214924

0,0709 0,480475 0,1034 0,480475

0,0218 0,381468 0,0962 0,225604


Tabela 33 – Determinação do modo crítico da área Rio

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 COFAVI---138 30 CIVIT----138
ITALVA 69 CARAPINA-138
TUBARAO138-1 VITORIA--138
CARAPINA-138 PITANGA--138
CIVIT----TAP CST------138
25 CARAPINA-TUB 25 BMINEIRA-138
TUBARAO138-2 COFAVI---138
PRAIA----138 CARAPINA-NIB
VITORIA--138 CARAPINA-TUB
CARAPINA-NIB TUBARAO138-1
20 VITORIA--FIC 20 NIBRASCO-138
BMINEIRA-138 TUBARAO138-2
A.LAGE---138 PRAIA----138
NIBRASCO-138 A.LAGE---138
CEASA----138 CEASA----138
15 ALAGE-1-34.5 15 IBES 138
IBES 138 ALAGE-1-34.5
GUARAP.T-138 BFERREIR-138
BFERREIR-138 PRAIA---34.5
PRAIA---34.5 GUARAP.T-138
10 SAMARCO--138 10 SAMARCO--138
CACHOEIRO138 CACHOEIRO138
ITABIRA-138 ITABIRA-138
FICT-CACH--1 FRUTEIRA-138
CACH----11.4 ALAGE-2-34.5
5 FRUTEIRA-138 5 CASTELO--138
CASTELO--138 CACH----34.5
CACHOEIRO-69 FICT-CACH--1
CACH----34.5 CACHOEIRO-69
ALAGE-2-34.5 CACH----11.4
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 72 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,000562)

Capítulo V – Resultados 89
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na
Opções de Execução no Ponto Máximo Carga da Área Rio

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM “CACH----11.4” 2,46 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “CACH----11.4”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000010 1,0000 0,735358


0,3958 1,018985 0,3338 0,401518

0,2678 7,916520 0,2296 0,486214

0,1229 0,207914 0,1871 0,393320

0,0143 0,222795 0,1669 1,576102

0,0082 0,759195 0,1369 0,000010


Tabela 34 – Determinação do modo crítico da área Rio

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 ITALVA 69 30 VITORIA--138
CARAPINA-138 PITANGA--138
CIVIT----TAP CST------138
CARAPINA-TUB S.MARIA---69
PRAIA----138 BMINEIRA-138
25 TUBARAO138-2 25 COFAVI---138
VITORIA--138 CARAPINA-NIB
CARAPINA-NIB CARAPINA-TUB
VITORIA--FIC TUBARAO138-1
BMINEIRA-138 NIBRASCO-138
20 S.MARIA---69 20 TUBARAO138-2
A.LAGE---138 ITARANA---69
NIBRASCO-138 PRAIA----138
CEASA----138 A.LAGE---138
ITARANA---69 CEASA----138
15 ALAGE-1-34.5 15 IBES 138
IBES 138 ALAGE-1-34.5
GUARAP.T-138 BFERREIR-138
BFERREIR-138 PRAIA---34.5
PRAIA---34.5 GUARAP.T-138
10 SAMARCO--138 10 SAMARCO--138
CACHOEIRO138 CACHOEIRO138
ITABIRA-138 ITABIRA-138
FICT-CACH--1 FRUTEIRA-138
CACH----11.4 ALAGE-2-34.5
5 CASTELO--138 5 CASTELO--138
FRUTEIRA-138 CACH----34.5
CACHOEIRO-69 FICT-CACH--1
CACH----34.5 CACHOEIRO-69
ALAGE-2-34.5 CACH----11.4
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 73 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,000010)

Capítulo V – Resultados 90
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na
Opções de Execução no Ponto Máximo Carga da Área Rio

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM * “CACH----11.4” 2,37 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “CACH----11.4”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000507 1,0000 0,734572


0,3891 1,019395 0,3161 0,401640

0,1229 0,208064 0,2295 0,485762

0,0885 0,219800 0,1831 0,393246

0,0613 6,704250 0,2223 1,574793

0,0513 0,734572 0,1382 0,000507

* Incremento maior de potência reativa


Tabela 35 – Determinação do modo crítico da área Rio

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 ITALVA 69 30 VITORIA--138
CARAPINA-138 PITANGA--138
CIVIT----TAP CST------138
CARAPINA-TUB BMINEIRA-138
PRAIA----138 COFAVI---138
25 TUBARAO138-2 25 S.MARIA---69
VITORIA--138 CARAPINA-NIB
CARAPINA-NIB CARAPINA-TUB
VITORIA--FIC TUBARAO138-1
BMINEIRA-138 NIBRASCO-138
20 S.MARIA---69 20 TUBARAO138-2
A.LAGE---138 PRAIA----138
NIBRASCO-138 ITARANA---69
CEASA----138 A.LAGE---138
ITARANA---69 CEASA----138
15 ALAGE-1-34.5 15 IBES 138
IBES 138 ALAGE-1-34.5
GUARAP.T-138 BFERREIR-138
BFERREIR-138 PRAIA---34.5
PRAIA---34.5 GUARAP.T-138
10 SAMARCO--138 10 SAMARCO--138
CACHOEIRO138 CACHOEIRO138
ITABIRA-138 ITABIRA-138
FICT-CACH--1 FRUTEIRA-138
CACH----11.4 ALAGE-2-34.5
5 CASTELO--138 5 CASTELO--138
FRUTEIRA-138 CACH----34.5
CACHOEIRO-69 FICT-CACH--1
CACH----34.5 CACHOEIRO-69
ALAGE-2-34.5 CACH----11.4
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 74 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,000507)

Capítulo V – Resultados 91
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na
Opções de Execução no Ponto Máximo Carga da Área Rio

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM * “CACH----11.4” 2,04 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “CACH----11.4”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000272 1,0000 0,735844


0,4150 1,018562 0,3334 0,402430

0,2717 7,920138 0,2279 0,486939

0,1167 0,208277 0,1756 0,3935247

0,0156 0,222854 0,1665 1,576792

0,0081 0,7595025 0,1362 0,000272

* Circuito 1 entre “ADRIANO--345" e “JACAREP--345" Retirado


Tabela 36 – Determinação do modo crítico da área Rio

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 CARAPINA-138 30 VITORIA--138
ITALVA 69 PITANGA--138
CIVIT----TAP S.MARIA---69
CARAPINA-TUB CST------138
PRAIA----138 BMINEIRA-138
25 TUBARAO138-2 25 COFAVI---138
VITORIA--138 CARAPINA-NIB
CARAPINA-NIB CARAPINA-TUB
VITORIA--FIC TUBARAO138-1
BMINEIRA-138 NIBRASCO-138
20 S.MARIA---69 20 TUBARAO138-2
A.LAGE---138 ITARANA---69
NIBRASCO-138 PRAIA----138
CEASA----138 A.LAGE---138
ITARANA---69 CEASA----138
15 ALAGE-1-34.5 15 IBES 138
IBES 138 ALAGE-1-34.5
GUARAP.T-138 BFERREIR-138
BFERREIR-138 PRAIA---34.5
PRAIA---34.5 GUARAP.T-138
10 SAMARCO--138 10 SAMARCO--138
CACHOEIRO138 CACHOEIRO138
ITABIRA-138 ITABIRA-138
FICT-CACH--1 FRUTEIRA-138
CACH----11.4 ALAGE-2-34.5
5 CASTELO--138 5 CASTELO--138
FRUTEIRA-138 CACH----34.5
CACHOEIRO-69 FICT-CACH--1
CACH----34.5 CACHOEIRO-69
ALAGE-2-34.5 CACH----11.4
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 75 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,000272)

Capítulo V – Resultados 92
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na
Opções de Execução no Ponto Máximo Carga da Área Rio

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM * “CACH----11.4” 1,93 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “CACH----11.4”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000203 1,0000 0,738757


0,4084 1,014560 0,3334 0,401979

0,1272 0,206970 0,2279 0,488204

0,0826 6,697804 0,1756 0,393899

0,0738 0,218951 0,1665 1,538055

0,0569 0,738757 0,1362 0,000203

* Circuito entre “C.PAULIS-138" e “V.REDOND-138" Retirado


Tabela 37 – Determinação do modo crítico da área Rio

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 CARAPINA-138 30 VITORIA--138
ITALVA 69 PITANGA--138
CARAPINA-TUB CST------138
PRAIA----138 S.MARIA---69
VITORIA--FIC BMINEIRA-138
25 TUBARAO138-2 25 COFAVI---138
VITORIA--138 CARAPINA-NIB
CARAPINA-NIB CARAPINA-TUB
CIVIT----138 TUBARAO138-1
BMINEIRA-138 NIBRASCO-138
20 S.MARIA---69 20 TUBARAO138-2
A.LAGE---138 ITARANA---69
NIBRASCO-138 PRAIA----138
CEASA----138 A.LAGE---138
ITARANA---69 CEASA----138
15 ALAGE-1-34.5 15 IBES 138
GUARAP.T-138 ALAGE-1-34.5
BFERREIR-138 BFERREIR-138
IBES 138 PRAIA---34.5
PRAIA---34.5 GUARAP.T-138
10 SAMARCO--138 10 SAMARCO--138
CACHOEIRO138 CACHOEIRO138
ITABIRA-138 ITABIRA-138
FRUTEIRA-138 FRUTEIRA-138
CACH----11.4 ALAGE-2-34.5
5 FICT-CACH--1 5 CASTELO--138
CASTELO--138 CACH----34.5
CACHOEIRO-69 FICT-CACH--1
CACH----34.5 CACHOEIRO-69
ALAGE-2-34.5 CACH----11.4
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 76 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,000203)

Capítulo V – Resultados 93
Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na
Opções de Execução no Ponto Máximo Carga da Área Rio

Módulo da Tensão de
BPSI QLIM * “CACH----11.4” 0,38 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “CACH----11.4”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000298 1,0000 0,412370


0,1729 0,937553 0,7653 0,769573

0,1021 0,201207 0,7355 0,415737

0,0360 0,765033 0,5789 0,501055

0,0262 0,749519 0,2292 0,000298


0,0152 5,384321 0,2075 1,257502

* Circuito 1 entre “FURNAS----345" e “ITUTINGA-345" Retirado


Tabela 38 – Determinação do modo crítico da área Rio

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 CAMPOS---345 30 PITANGA--138
CIVIT----TAP VITORIA--138
CARAPINA-TUB CST------138
TUBARAO138-2 BMINEIRA-138
PRAIA----138 COFAVI---138
25 VITORIA--138 25 CARAPINA-NIB
CARAPINA-NIB CARAPINA-TUB
ITALVA 69 TUBARAO138-1
VITORIA--FIC NIBRASCO-138
S.MARIA---69 TUBARAO138-2
20 BMINEIRA-138 20 ITARANA---69
CEASA----138 PRAIA----138
A.LAGE---138 ITALVA 69
NIBRASCO-138 A.LAGE---138
ITARANA---69 CEASA----138
15 ALAGE-1-34.5 15 IBES 138
GUARAP.T-138 ALAGE-1-34.5
IBES 138 BFERREIR-138
BFERREIR-138 PRAIA---34.5
SAMARCO--138 GUARAP.T-138
10 PRAIA---34.5 10 SAMARCO--138
CACHOEIRO138 CACHOEIRO138
ITABIRA-138 ITABIRA-138
FICT-CACH--1 FRUTEIRA-138
CACH----11.4 ALAGE-2-34.5
5 CASTELO--138 5 CASTELO--138
FRUTEIRA-138 CACH----34.5
CACHOEIRO-69 FICT-CACH--1
CACH----34.5 CACHOEIRO-69
ALAGE-2-34.5 CACH----11.4
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 77 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,000298)

Capítulo V – Resultados 94
b.3) Medida para reforço do sistema

A medida para reforço do sistema adotada foi a instalação de um


compensador síncrono numa barra do sistema. A escolha foi feita
baseando-se na lista de resíduos de ∆Vi/∆Qi associados ao modo crítico da
área Rio (λ=0,000507) quando as opções de execução foram BPSI e
QLIM, com incremento maior de potência reativa.

Analisando as barras que possuem os maiores valores nas listas de


resíduos (Figura 78 e Figura 79), determinou-se o local do sistema onde
deveria ser feita a instalação do compensador síncrono. Como já foi dito
no item a.3, a lista de resíduos não possui escalonamento quanto ao nível
de tensão nas barras. Ao invés de apenas analisar as barras que estão nas
primeiras posições, devem ser avaliadas as regiões onde estas barras estão.
Na Figura 79 os resíduos estão separados por nível de tensão. Como não
há barras de 440kV na área Rio e apenas duas de 230kV, estes níveis de
tensão foram omitidos.

Resíduos

30 VITORIA--138
PITANGA--138
CST------138
BMINEIRA-138
COFAVI---138
25 S.MARIA---69
CARAPINA-NIB
CARAPINA-TUB
TUBARAO138-1
NIBRASCO-138
20 TUBARAO138-2
PRAIA----138
ITARANA---69
A.LAGE---138
CEASA----138
15 IBES 138
ALAGE-1-34.5
BFERREIR-138
PRAIA---34.5
GUARAP.T-138
10 SAMARCO--138
CACHOEIRO138
ITABIRA-138
FRUTEIRA-138
ALAGE-2-34.5
5 CASTELO--138
CACH----34.5
FICT-CACH--1
CACHOEIRO-69
CACH----11.4
0
0 0.5 1

Figura 78 – Resíduos de ∆V i/∆ Qi associados ao modo crítico da área Rio (λ=0,000507)

Capítulo V – Resultados 95
Resíduos
500 kV 345 kV

15 IBIUNA---500 15 SGOTARDO-345
14 JAGUARA--500 14 PIMENTA--345
13 CAMPINAS-500 13 NEVES----345
12 T.PRETO--500 12 NEVESFIC-345
11 POCOS----500 11 BARREIRO-345
10 TAUBATE--500 10 TAQUARIL-345
9 ANGRA----500 9 OPRETO2--345
8 SGOTARDO-500 8 BARBACEN-345
7 C.PAULIS-500 7 LAFAIETE-345
6 GRAJAU---500 6 JUIZFORA-345
5 S.JOSE---500 5 ITUTINGA-345
4 NEVES----500 4 JACAREP--345
3 ADRIANO--500 3 ADRIANO--345
2 OPRETO2--500 2 CAMPOS---345
1 MESQUITA-500 1 VITORIA--345

0 0.5 1 0 0.5 1

138 kV 69 kV

15 PITANGA--138 15 ITAMBI 2 69
14 CST------138 14 S.PONTES 69
13 BMINEIRA-138 13 ZONA SUL 69
12 COFAVI---138 12 S.GONCALO 69
11 NIBRASCO-138 11 S LOURENCO69
10 PRAIA----138 10 SUICA-----69
9 A.LAGE---138 9 R.BONITO--69
8 CEASA----138 8 J.NEIVA---69
7 IBES 138 7 BOAPABA---69
6 BFERREIR-138 6 S.TEREZA--69
5 GUARAP.T-138 5 2 VENDAS--69
4 SAMARCO--138 4 S.ROQUE---69
3 CACHOEIRO138 3 S.MARIA---69
2 FRUTEIRA-138 2 ITARANA---69
1 CASTELO--138 1 CACHOEIRO-69

0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 79 – Resíduos de ∆V i/∆ Qi associados ao modo crítico da área Rio (λ=0,000507)


separados pelo nível de tensão na barra

Avaliando as ligações do sistema a partir das listas de resíduos mostradas


na Figura 78 e na Figura 79, a barra “CACHOEIRO138" foi escolhida para
ter a sua tensão controlada através da instalação de um compensador
síncrono.

Como mostrado na Figura 80 e na Tabela 39, a injeção de potência reativa


na barra “CACHOEIRO138" aumentou em 69% a margem de
carregamento da área Rio (de 143 MW para 241 MW).

Capítulo V – Resultados 96
Barra "CACHOEIRO138"

131

98

66

33

0
0, 1, 2, 3, 4,
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

Figura 80 – Influência da injeção de potência reativa na barra “CACHOEIRO138" no


aumento do carregamento da área Rio

Sistema Sul – Sudeste / Abril 1997

Opções de Execução Com Compensador


Configuração Síncrono em
Original “CACHOEIRO138”
BPSI QLIM *

Aumento Máximo do Carregamento 2,37 % 4,00 %


da Área Rio (143 MW) (241 MW)

Parâmetro de Continuação Módulo da Tensão de Módulo da Tensão de


no Ponto Máximo “CACH----11.4” “S LOURENCO69”

Aumento do Carregamento Máximo Conseguido com a Instalação do 69 %


Compensador Síncrono (98 MW)

Potência Reativa Gerada pelo Compensador Síncrono no Ponto de 120 MVAr


Carregamento Máximo

* Incremento maior de potência reativa


Tabela 39 – Melhoria do aumento do carregamento da área Rio com a instalação do
compensador síncrono em “CACHOEIRO138”

Capítulo V – Resultados 97
Tornou-se possível o atendimento 98 MW adicionais de carga ativa, em
relação ao que se conseguia anteriormente. Isto é conseguido quando o
compensador síncrono gera 120 MVAr de potência reativa. Como pode ser
visto na Figura 81, poderia ser estipulado por volta de 100 MVAr o valor
máximo de geração de potência reativa pelo compensador. Neste ponto, o
carregamento é cerca de 90 MW superior ao máximo que se consegue sem
o compensador. A partir daí, mesmo que a injeção de potência reativa na
barra “CACHOEIRO138” aumente, não há aumento na margem de
carregamento da área Rio, indicando que um novo ponto do sistema deve
ser avaliado para determinação de outra medida para reforço do sistema.

Barra "CACHOEIRO138"

133

110

87

65

42
0 25 50 75 100
Aumento do Carregamento da Área Rio (MW)

Figura 81–Relação entre o o aumento de carregamento da área Rio e a injeção de potência


reativa em “CACHOEIRO138” (além do ponto calculado sem o compensador síncrono
instalado)

Na Figura 82, na Figura 83 e na Figura 84 são apresentados os perfis de


tensão em barras importantes da área Rio.

Capítulo V – Resultados 98
Barra "JACAREP--345"

0,98

0,948

0,915

0,882

0,85
0, 1, 2, 3, 4,
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM BPSI QLIM *

* Compensador Síncrono em "CACHOEIRO138"

Figura 82 – Perfil de tensão na barra “JACAREP--345"

Barra "CAMPOS---345"

0,93

0,885

0,84

0,795

0,75
0, 1, 2, 3, 4,
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM BPSI QLIM *

* Compensador Síncrono em "CACHOEIRO138"

Figura 83 – Perfil de tensão na barra “CAMPOS---345”

Capítulo V – Resultados 99
Barra "VITORIA--345"

0,93

0,885

0,84

0,795

0,75
0, 1, 2, 3, 4,
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI QLIM BPSI QLIM *

* Compensador Síncrono em "CACHOEIRO138"

Figura 84 – Perfil de tensão na barra “VITORIA--345"

c) Sistema S-SE / Julho 1998 – Incremento do Carregamento da


Área São Paulo

Nesta seção foi feito o incremento do carregamento da área São Paulo do


sistema interligado Sul–Sudeste. Esta área é definida pela união de três
áreas elétricas: ELETROPAULO, CPFL e CESP. Na Tabela 40 temos a
participação desta área no sistema S-SE/Julho 1998.

Área São Paulo em Relação ao Total do Sistema S-SE / Julho 1998

Carga Geração
Empresa
Pot. Ativa Pot. Reativa Pot. Ativa Pot. Reativa
ELETROPAULO 31,57 % 16,99 % 2,22 % 4,62 %

CPFL 9,86 % 6,70 % 0,13 % 0,00 %

CESP 7,83 % 7,74 % 24,56 % 17,53 %

Total 49,26 % 31,43 % 26,91 % 22,15 %

Tabela 40 – Participação da área São Paulo no sistema S–SE /Julho 1998

Capítulo V – Resultados 100


c.1) Obtenção do Carregamento Máximo

O ponto de carregamento máximo foi alcançado através da utilização do


método de continuação. Duas situações foram analisadas: 1) sem atuação
de limite de geração de potência reativa nos geradores e sem controle de
tensão (seja por injeção remota de potência reativa ou por variação de tap
dos transformadores com comutação automática); 2) sem atuação de limite
e com atuação de controle de tensão através de injeção remota de potência
reativa. Esta configuração do sistema S-SE não possui convergência
quando os limites de geração de potência reativa nos geradores são
respeitados. Em todos casos a potência ativa necessária para suprir a carga
excedente foi dividida entre os geradores da áreas elétricas
ELETROPAULO e CESP. A Tabela 41 mostra o aumento máximo de
carregamento conseguido para cada simulação.

Sistema Sul – Sudeste / Julho 1998

Aumento Máximo Aumento Máximo Parâmetro de


Opções de do Carregamento do Carregamento Continuação no
Execução da Área São Paulo do Sistema Ponto Máximo

Módulo da Tensão de
BPSI CREM 9,54 % 4,70 % “NAVI 13”

Módulo da Tensão de
BPSI 7,55 % 3,73 % “NAVI 13”

Tabela 41 – Aumento do carregamento da área São Paulo

O parâmetro de continuação nas proximidades do ponto de carregamento


máximo para as duas situações analisadas foi o módulo da tensão na barra
“NAVI 13” (Figura 85). Os perfis de tensão em algumas das principais
barras da área São Paulo são mostrados na Figura 86, na Figura 87 e na
Figura 88.

Capítulo V – Resultados 101


Barra "NAVI 13"

1,3

1,075

0,85

0,625

0,4
0, 2,39 4,77 7,16 9,54
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 85 – Perfil de tensão na barra “NAVI 13”

Barra "INTERLAG-345"

1,04

1,015

0,99

0,965

0,94
0, 2,39 4,77 7,16 9,54
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 86 – Perfil de tensão na barra “INTERLAG-345”

Capítulo V – Resultados 102


Barra "PIRITUBA-230"

1,01

0,958

0,905

0,853

0,8
0, 2,39 4,77 7,16 9,54
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 87 – Perfil de tensão na barra “PIRITUBA-230”

Barra "APARECID-230"

1,

0,965

0,93

0,895

0,86
0, 2,39 4,77 7,16 9,54
Aumento do Carregamento da Área São Paulo (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 88 – Perfil de tensão na barra “APARECID-230”

Capítulo V – Resultados 103


c.2) Análise Modal

No ponto de carregamento máximo, calculado na seção anterior, foi feita a


análise modal do sistema S-SE/Julho 1998. O modo crítico relacionado à
área incrementada (São Paulo) foi obtido utilizando o algoritmo DPSE
(Dominant Pole Spectrum Eigensolver). As estimativas iniciais utilizadas
foram: 0,001; 0,01; 0,05; 0,1; 0,5 e 1,0.

Na Tabela 42 são mostrados os modos dominantes calculados. O modo


crítico associado à área São Paulo é aquele com maior resíduo da função
de transferência ∆V/∆Q - barras da área São Paulo. Na Figura 89 estão os
fatores de observabilidade de variação de tensão associados ao modo
crítico e a lista de resíduos da função de transferência ∆Vi/∆Qi, associada
ao modo crítico, para cada barra i do sistema. Na Figura 90 estão os fatores
de observabilidade e a lista de resíduos associados ao menor autovalor do
sistema (calculado utilizando o algoritmo RBI – Refactored Bi-Iteration),
que está relacionado com barras das empresas de outros estados
ENERSUL (Mato Grosso do Sul), COPEL (Paraná) e CELESC (Santa
Catarina).

Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na Carga


Opções de Execução no Ponto Máximo da Área São Paulo

Módulo da Tensão de
BPSI “NAVI 13” 7,55 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área São Paulo) ∆ V/ ∆ Q (barra “NAVI 13”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,055810 1,0000 0,209014


0,6314 0,000153 0,3979 0,535303

0,0967 0,020604 0,2988 0,089945

0,0323 0,566777 0,1655 0,484427

0,0307 0,298328 0,1192 0,020604

0,0027 0,989338 0,0319 0,000153


Tabela 42 – Determinação do modo crítico da área São Paulo

Capítulo V – Resultados 104


Fatores de Observabilidade Resíduos

30 TUPY------69 30 MONGAGU-Y138
US.PALM...69 IBIRAMA...69
GUARAMIR.138 PETROBRAS-69
PINHEIRIN-69 AMPARO---138
MORRETES--69 FERRLIG-Y138
25 ARTEX+PROV69 25 PIRELLI-Y138
BL.GARCIA-69 RIO.SUL...69
TIMBO.....69 TAIO......69
WEG------138 ATIBAIA--138
JOINV.3...69 PEDREIRAY138
20 ARTEX.....69 20 NAVI 69
RIO.SUL2-138 BJPERDOES138
JARAGUA--138 PIRITUBA-230
CREMER....69 ITANHA-Y-138
ALTONA....69 CBONITO--138
15 TROMBUDO-138 15 PIRITUBA--88
JOINV.4.13.8 ITAPEVA--138
INDAIAL-A-69 ITUPOR----69
INDAIAL-B-69 ITAPETI2-138
OLSEN-----69 PEDREIRA-CJE
10 ROCADO--13.8 10 TATUI-2Y-138
TEKA------69 PERUIBE--138
S.FRANC...69 JAGRIUN-A138
PETROBRAS-69 COSMOPOL-069
IBIRAMA...69 CESARIOL.138
5 RIO.SUL-2-69 5 B.RETIRO..69
RIO.SUL...69 CENTRO----20
TAIO......69 REGISTRO-138
ITUPOR----69 JUQUIA-Y-138
B.RETIRO..69 NAVI 13
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 89 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área São Paulo (λ =0,055810)

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 ALMOX 138 30 QBARRAS---69


CGA SCAF 138 COUTO MI 13
CG CENTR 138 JOINV.3...69
AMAMBAI 13 GUARAMIR.138
ALMOX 34 ARTEX+PROV69
25 CAAR 13 25 WEG------138
CG CUIAB 138 JARAGUA--138
CG INDUB 13 RIO.SUL-2-69
SIDROLAND 13 R.VERDE 138
CG CUIABA 34 JOINV.4.13.8
20 CG CENTR0 13 20 PINHEIRIN-69
COUTO MI 13 CAAR 13
JARDIM 13 RIO.SUL...69
ALMOX 13 CGA SCAFF 13
SIDROLAND 34 IBIRAMA...69
15 JARDIM 34 15 COXIM 138
SGABRI 138 SGAB INTER7
R.VERDE 13 SGABRI 34
CG LAGEA. 13 SGABRI 13
CGA SCAFF 13 R.VERDE 13
10 SGABRI 13 10 R.VERDE 34
SGAB INTER7 TAIO......69
R.VERDE 138 ITUPOR----69
SGABRI 34 S.FRANC...69
R.VERDE 34 PETROBRAS-69
5 COXIM 138 5 B.RETIRO..69
COXIM 13 COXIM 13
COXIM 34 COXIM 34
NAVI 69 NAVI 69
NAVI 13 NAVI 13
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 90 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao menor


autovalor do sistema ( λ =0,000153)

Capítulo V – Resultados 105


d) Sistema S-SE / Julho 1998 – Incremento do Carregamento da
Área Rio

Nesta seção foi feito o incremento do carregamento da área Rio do sistema


interligado Sul–Sudeste. Esta área é definida pela união de três áreas
elétricas: LIGHT, CERJ e ESCELSA. Na Tabela 43 temos a participação
da área Rio no sistema S-SE/Julho 1998.

Área Rio em Relação ao Total do Sistema S-SE / Julho 1998

Carga Geração
Empresa
Pot. Ativa Pot. Reativa Pot. Ativa Pot. Reativa
LIGHT 11,46 % 5,06 % 1,73 % 4,20 %

CERJ 4,01 % 4,04 % 0,15 % 0,05 %

ESCELSA 3,04 % 2,60 % 0,39 % 0,47 %

Total 18,51 % 11,70 % 2,27 % 4,72 %

Tabela 43 – Participação da área Rio no sistema S–SE / Julho 1998

d.1) Obtenção do Carregamento Máximo

O ponto de carregamento máximo foi alcançado através da utilização do


método de continuação. Duas situações foram analisadas: 1) sem atuação
dos limites de geração de potência reativa nos geradores e sem controle de
tensão (seja por injeção remota de potência reativa ou por variação de tap
dos transformadores com comutação automática); 2) sem atuação dos
limites e com atuação de controle de tensão através de injeção remota de
potência reativa. Esta configuração do sistema S-SE não possui
convergência quando os limites de geração de potência reativa nos
geradores são respeitados. Em todos casos a potência ativa necessária para
suprir a carga excedente foi dividida entre os geradores da áreas elétricas
ELETROPAULO e CESP. A Tabela 44 mostra o aumento máximo de
carregamento conseguido para cada simulação.

Capítulo V – Resultados 106


Sistema Sul – Sudeste / Julho 1998

Aumento Máximo Aumento Máximo Parâmetro de


Opções de do Carregamento do Carregamento Continuação no
Execução da Área Rio do Sistema Ponto Máximo

Módulo da Tensão de
BPSI CREM 10,74 % 1,99 % “P.CARRO 69”

Módulo da Tensão de
BPSI 8,79 % 1,63 % “P.CARRO 69”

Tabela 44 – Aumento do carregamento da área Rio

O parâmetro de continuação nas proximidades do ponto de carregamento


máximo para as duas situações analisadas foi o módulo da tensão na barra
“P.CARRO 69” (Figura 91). Os perfis de tensão em algumas das
principais barras da área Rio também são mostrados em (Figura 92, Figura
93, Figura 94 e Figura 95).

Barra "P.CARRO 69"

1,

0,85

0,7

0,55

0,4
0, 2,7 5,4 8,1 10,7
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 91 – Perfil de tensão na barra “P.CARRO 69”

Capítulo V – Resultados 107


Barra "ARARUAMA 69"

1,06

0,95

0,84

0,73

0,62
0, 2,7 5,4 8,1 10,7
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 92 – Perfil de tensão na barra “ARARUAMA 69”

Barra "ADRIANO--345"

1,06

1,01

0,96

0,91

0,86
0, 2,7 5,4 8,1 10,7
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 93 – Perfil de tensão na barra “ADRIANO--345”

Capítulo V – Resultados 108


Barra "JACARE---345"

1,06

1,02

0,98

0,94

0,9
0, 2,7 5,4 8,1 10,7
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 94 – Perfil de tensão na barra “JACARE---345”

Barra "CAMPOS----345"

1,05

1,

0,95

0,9

0,85
0, 2,7 5,4 8,1 10,7
Aumento do Carregamento da Área Rio (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 95 – Perfil de tensão na barra “CAMPOS---345”

Capítulo V – Resultados 109


d.2) Análise Modal

No ponto de carregamento máximo, calculado na seção anterior, foi feita a


análise modal do sistema S-SE/Julho 1998. O modo crítico relacionado à
área incrementada (Rio) foi obtido utilizando o algoritmo DPSE
(Dominant Pole Spectrum Eigensolver). As estimativas iniciais utilizadas
foram: 0,001; 0,01; 0,05; 0,1; 0,5 e 1,0.

Na Tabela 45 são mostrados os modos dominantes calculados. O modo


crítico associado à área Rio é aquele com maior resíduo da função de
transferência ∆V/∆Q - barras da área Rio. Na Figura 96 estão os fatores de
observabilidade de variação de tensão associados ao modo crítico e a lista
de resíduos da função de transferência ∆Vi/∆Qi, associada ao modo crítico,
para cada barra i do sistema. As barras da área Rio possuem os maiores
fatores de observabilidade e maiores resíduos.

Parâmetro de Continuação Aumento Máximo na


Opções de Execução no Ponto Máximo Carga da Área Rio

Módulo da Tensão de
BPSI “P.CARRO 69” 8,79 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “P.CARRO 69”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,000224 1,0000 0,000224


0,1347 1,142272 0,4994 0,544489

0,0605 0,449112 0,0715 0,970125

0,0465 0,057170 0,0617 0,057170

0,0168 0,033365 0,0193 0,033365

0,0069 0,655363 0,0098 0,492511


Tabela 45 – Determinação do modo crítico da área Rio

Capítulo V – Resultados 110


Fatores de Observabilidade Resíduos

30 G.BRANCO 138 30 INGA 138


UTEC 138 TERESOPOL138
ITALVA 138 ZONA SUL 138
ZONA SUL 138 ITAMARATI 69
S.PONTES 138 S.ALEIXO 69
25 MACABU3 3MQ 25 ITALVA 138
FRIBURGO 138 MAGE 138
MACABU 138 MAGE 69
MACABU 69 FRIBURGO 138
S LOURENCO69 MACABU 138
20 MACABU6 1MQ 20 GUAXINDIBA69
MAGE 69 ALCANTARA 69
GUAXINDIBA69 ITAMBI 1 69
ITAMBI 1 69 MACABU 69
ALCANTARA 69 MACABU3 3MQ
15 MAGE 138 15 ITALVA - 1MQ
ITALVA - 1MQ ZONA SUL 69
S.ALEIXO 69 MACABU6 1MQ
S GONCALO 2 S PONTES 69
S PONTES 69 S GONCALO 69
10 ZONA SUL 69 10 S GONCALO 1
S GONCALO 1 S GONCALO 2
S GONCALO 69 S LOURENCO69
R.LEAO 138 ITAMBI 2 69
ITAMBI 2 69 R.LEAO---138
5 R.LEAO---138 5 R.LEAO 138
R.LEAO 69 R.LEAO 69
ARARUAMA 138 ARARUAMA 138
ARARUAMA 69 ARARUAMA 69
P.CARRO 69 P.CARRO 69
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 96 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a ssociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,000224)

e) Sistema S-SE / Julho 1998 – Incremento do Carregamento de


Todo o Sistema

Nesta seção foi feito o incremento do carregamento de todo o sistema


interligado Sul–Sudeste. As áreas elétricas que tiveram seu carregamento
aumentado foram: CEMIG, Cataguases Leopoldina, ELETROPAULO,
CPFL, CESP, LIGHT, CERJ, ESCELSA, CEG, CEB, CEMAT,
CELTINS, ENERSUL, ELETROSUL, COPEL, CEEE e CELESC.

Capítulo V – Resultados 111


e.1) Obtenção do Carregamento Máximo

O ponto de carregamento máximo foi obtido utilizando o método de


continuação. Duas situações foram analisadas: 1) sem atuação dos limites
de geração de potência reativa nos geradores e sem controle de tensão (seja
por injeção remota de potência reativa ou por variação de tap dos
transformadores com comutação automática); 2) sem atuação dos limites e
com atuação de controle de tensão através de injeção remota de potência
reativa. Esta configuração do sistema S-SE não possui convergência
quando os limites de geração de potência reativa nos geradores são
respeitados. Nos dois casos a potência ativa necessária para suprir a carga
excedente foi dividida entre os geradores da áreas elétricas
ELETROPAULO e CESP. A Tabela 46 mostra o aumento máximo de
carregamento conseguido para cada simulação.

Sistema Sul – Sudeste / Julho 1998

Opções de Aumento Máximo do Parâmetro de Continuação


Execução Carregamento do Sistema no Ponto Máximo

Módulo da Tensão de
BPSI CREM 1,23 % “B.RETIRO--69”

Módulo da Tensão de
BPSI 1,20 % “B.RETIRO--69”

Tabela 46 – Aumento do carregamento do sistema

O parâmetro de continuação nas proximidades do ponto máximo para as


duas situações analisadas foi o módulo da tensão na barra “B.RETIRO--
69” (Figura 97). Os perfis de tensão em algumas das principais barras das
áreas Rio e São Paulo são mostrados em (Figura 98, Figura 99, Figura 100
e Figura 101).

Capítulo V – Resultados 112


Barra "B.RETIRO--69"

0,985

0,936

0,886

0,837

0,788
0, 0,31 0,62 0,93 1,23
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 97 – Perfil de tensão na barra “B.RETIRO--69"

Barra "ADRIANO--345"

1,055

1,05

1,045

1,04

1,035
0, 0,31 0,62 0,93 1,23
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 98 – Perfil de tensão na barra “ADRIANO--345"

Capítulo V – Resultados 113


Barra "JACARE---345"

1,06

1,055

1,05

1,045

1,04
0, 0,31 0,62 0,93 1,23
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 99 – Perfil de tensão na barra “JACARE--345"

Barra "PIRITUBA-230"

1,01

1,002

0,995

0,988

0,98
0, 0,31 0,62 0,93 1,23
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 100 – Perfil de tensão na barra “PIRITUBA-230”

Capítulo V – Resultados 114


Barra "INTERLAG-345"

1,04

1,035

1,03

1,025

1,02
0, 0,31 0,62 0,93 1,23
Aumento do Carregamento do Sistema (%)

BPSI CREM BPSI

Figura 101 – Perfil de tensão na barra “INTERLAG-345”

e.2) Análise Modal

No ponto de carregamento máximo, calculado na seção anterior, foi feita a


análise modal do sistema S-SE/Julho 1998. Os modos críticos relacionados
à área Rio e à área São Paulo foram obtidos utilizando o algoritmo DPSE
(Dominant Pole Spectrum Eigensolver). As estimativas iniciais utilizadas
foram: 0,001; 0,01; 0,05; 0,1; 0,5 e 1,0.

Na Tabela 47 são mostrados os modos dominantes calculados. O modo


crítico associado à área São Paulo é aquele com maior resíduo da função
de transferência ∆V/∆Q - barras da área São Paulo.

Na Figura 102 estão os fatores de observabilidade de variação de tensão


associados ao modo crítico da área São Paulo e a lista de resíduos da
função de transferência ∆Vi/∆Qi, associada ao modo crítico, para cada
barra i do sistema. Na Figura 103 é apresentada a lista de resíduos
separados por nível de tensão.

Capítulo V – Resultados 115


Parâmetro de Continuação Aumento Máximo
Opções de Execução no Ponto Máximo da Carga do Sistema

Módulo da Tensão de
BPSI “B.RETIRO--69” 1,20 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área São Paulo) ∆ V/ ∆ Q (barra “B.RETIRO—69”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,274736 1,0000 0,798337


0,1471 1,013472 0,9336 0,479277

0,1043 0,375641 0,2636 0,294226

0,0583 0,848108 0,2421 1,014253

0,0065 0,000211 0,0740 0,000211

0,0009 0,032552 0,0011 0,03255154


Tabela 47 – Determinação do modo crítico da área São Paulo

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 NAVI 69 30 P.ALTA----69
S.CRISTOV.69 ITATIBA--069
LINS-----069 AMERICANA069
CESARIOL.138 B.GRANDE--88
B.GRANDE--88 AVARE-SC--88
25 JAGUARIAI-69 25 ASSIS-S---88
B.RETIRO..69 COSMOPOL-069
COSMOPOL-069 B.RETIRO..69
TATUI-2Y-138 CANOAS-Y-088
AVARE-SC--88 C.MOTA-FEP88
20 CANOAS-Y-088 20 S.CRISTOV.69
ASSIS---EEVP ASSIS---EEVP
ASSIS-S---88 JAGUARIAI-69
SENGES----69 PATROCIN-138
C.MOTA-FEP88 LINS-----069
15 GETULINA-069 15 SENGES----69
NAVI 13 PROMISSAO069
PROMISSAO069 GETULINA-069
P.ALVES--069 P.ALVES--069
PIRAJUI--069 BARBOSA--069
10 CAMBARA--069 10 CAMBARA--069
BARBOSA--069 CAFELANDI069
CAFELANDI069 PIRAJUI--069
GUARANTA-069 GUARANTA-069
VERA CRUZ069 VERA CRUZ069
5 PMINAS---138 5 PMINAS---138
COROMAND-138 COROMAND-138
JPINHEIR-138 JPINHEIR-138
VAZANTE--138 VAZANTE--138
PARACAT1-138 PARACAT1-138
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 102 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a s sociados ao modo


crítico da área São Paulo (λ =0,274736)

Capítulo V – Resultados 116


Resíduos
500 kV 440 kV

15 IVAIPORA-500 15 CAPIVARA-440
14 ANGRAREIS500 14 ASSIS----440
13 ADRIANO--500 13 EMBUGUACU440
12 MESQUITA-500 12 STOANGELO440
11 SGONCALO-500 11 BAURU----440
10 OPRETO2--500 10 TAUBATE--440
9 NEVES----500 9 TOESTE-1Y440
8 ARARAQUA-500 8 OESTE----440
7 SGOTARDO-500 7 CABREUVA-440
6 ELD-INTER 00 6 ARARAQUA-440
5 P.CALDAS-500 5 BOMJARDIM440
4 CPAULISTA500 4 MMIRIM-3-440
3 T.PRETO--500 3 RIBPRETO-440
2 CAMPINAS-500 2 SUMARE---440
1 TAUBATE--500 1 SBARBARA-440

0 0.5 1 0 0.5 1

345 kV 230 kV

15 SGOTARD--345 15 APARECID-230
14 ITAPETI--345 14 ANHANG---230
13 SUL------345 13 ANHANG-2-230
12 MOGI-----345 12 JURUMIRIM230
11 ITUTINGA-345 11 TRCEN-2--230
10 A.SERRA1-345 10 CENTRO---230
9 ANHANG---345 9 TRCEN-1--230
8 EMBUGUACU345 8 ANHANG-1-230
7 JFORA----345 7 CABREUVA-230
6 STOANGELO345 6 E.SOUZA--230
5 CAMPI-DJ-345 5 ANHANG-3-230
4 CAMPINAS-345 4 PIRITUBA-230
3 TMARIAS--345 3 BOTUCATU-230
2 VPALMA---345 2 BOTUCATU-230
1 MCLARO-2-345 1 CBONITO--230

0 0.5 1 0 0.5 1

138 kV 69 kV

15 ITAPEVA--138 15 COSMOPOL-069
14 TIETE----138 14 B.RETIRO..69
13 PIRELLI-Y138 13 S.CRISTOV.69
12 ITAPETI2-138 12 JAGUARIAI-69
11 FERRLIG-Y138 11 LINS-----069
10 CESARIOLY138 10 SENGES----69
9 ALPARGA-Y138 9 PROMISSAO069
8 TATUI-2Y-138 8 GETULINA-069
7 CESARIOL.138 7 P.ALVES--069
6 PATROCIN-138 6 BARBOSA--069
5 PMINAS---138 5 CAMBARA--069
4 COROMAND-138 4 CAFELANDI069
3 JPINHEIR-138 3 PIRAJUI--069
2 VAZANTE--138 2 GUARANTA-069
1 PARACAT1-138 1 VERA CRUZ069

0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 103 – Resíduos de ∆V i/∆Qi associados ao modo crítico da área São Paulo
( λ =0,274736) separados pelo nível de tensão na barra

Na Tabela 48 é mostrado o modo crítico associado à área Rio (aquele com


maior resíduo da função de transferência ∆V/∆Q – barras da área Rio). Na
Figura 104 estão os fatores de observabilidade de variação de tensão
associados ao modo crítico e a lista de resíduos da função de transferência
Capítulo V – Resultados 117
∆Vi/∆Qi, associada ao modo crítico, para cada barra i do sistema. Na
Figura 105 é apresentada a lista de resíduos separados por nível de tensão.
Como não há barras de 440kV na área Rio e apenas duas de 230kV, estes
níveis de tensão foram omitidos.

Parâmetro de Continuação Aumento Máximo


Opções de Execução no Ponto Máximo da Carga do Sistema

Módulo da Tensão de
BPSI “B.RETIRO--69” 1,20 %

Função de Transferência

∆ V/ ∆ Q (barras da área Rio) ∆ V/ ∆ Q (barra “B.RETIRO--69”)

Resíduo da F.T. Autovalor Resíduo da F.T. Autovalor

1,0000 0,420285 1,0000 0,798337


0,7386 1,660007 0,9336 0,479277

0,5789 0,324447 0,2636 0,294226

0,1704 0,533713 0,2421 1,014253

0,1610 1,363618 0,0740 0,000211

0,0009 0,000211 0,0011 0,032552


Tabela 48 – Determinação do modo crítico da área Rio

Fatores de Observabilidade Resíduos

30 CITAPEMI-138
CACHOEIRO-69
30 R.CIDADE1 69
R.CIDADE2 69
N.VENECIA69B
S.ALEIXO 69
ITAMBI 1 69
SIDROLAND 34
FRUTEIRAS138
JAGUARE---69
25 N.VENEC-FICA
25 JAGUARE-13.8
CASTELO--138
R.LEAO 69
GUAXINDIBA69
N.VENECIA69A
N.VENECIA69A
N.VENEC-FICA
ALCANTARA 69
ARARUAMA 138
20 JAGUARE-13.8
20 ITAMBI 1 69
S.ALEIXO 69 GUAXINDIBA69
ARARUAMA 138 ALCANTARA 69
MACABU 69 MACABU 69
PIABANHA 3MQ ITAMBI 2 69
15 ZONA SUL 69 15 N.VENECIA13A
N.VENECIA13A ZONA SUL 69
S LOURENCO69 ARARUAMA 69
ITAMBI 2 69 PIABANHA 3MQ
S PONTES 69 S LOURENCO69
10 ARARUAMA 69 10 S PONTES 69
S GONCALO 69 S GONCALO 69
MACABU3 3MQ P.CARRO 69
P.CARRO 69 MACABU3 3MQ
CACH----34.5 CACH----34.5
5 FICT-CACH--1 5 FICT-CACH--1
S GONCALO 1 S GONCALO 1
CACH----11.4 CACH----11.4
S GONCALO 2 S GONCALO 2
MACABU6 1MQ MACABU6 1MQ
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 104 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi a s sociados ao modo


crítico da área Rio (λ=0,420285)
Capítulo V – Resultados 118
Resíduos
500 kV 345 kV

15 SGOTARDO-500 15 SGOTARD--345
14 CAMPINAS-500 14 FURNAS---345
13 T.PRETO--500 13 PIMENTA--345
12 NEVES----500 12 NEVES----345
11 SGONCALO-500 11 NEVESFIC-345
10 P.CALDAS-500 10 BARREIRO-345
9 MESQUITA-500 9 TAQUARIL-345
8 OPRETO2--500 8 OPRETO2--345
7 TAUBATE--500 7 LAFAIETE-345
6 ELD-INTER 00 6 BARBACEN-345
5 CPAULISTA500 5 JFORA----345
4 ANGRAREIS500 4 ITUTINGA-345
3 GRAJAU---500 3 JACARE---345
2 ADRIANO--500 2 ADRIANO--345
1 S.JOSE---500 1 CAMPOS---345

0 0.5 1 0 0.5 1

138 kV 69 kV

15 S.PONTES 138 15 R.CIDADE2 69


14 ITALVA 138 14 S.ALEIXO 69
13 MAGE 138 13 JAGUARE---69
12 ZONA SUL 138 12 R.LEAO 69
11 N.VENECIA138 11 ITAMBI 1 69
10 JAGUARE--138 10 GUAXINDIBA69
9 CITAPEMI-138 9 ALCANTARA 69
8 CACHOEIRO138 8 MACABU 69
7 R.LEAO---138 7 ITAMBI 2 69
6 ITABIRA--138 6 ZONA SUL 69
5 R.LEAO 138 5 ARARUAMA 69
4 ITAPEMIR-138 4 S LOURENCO69
3 FRUTEIRAS138 3 S PONTES 69
2 CASTELO--138 2 S GONCALO 69
1 ARARUAMA 138 1 P.CARRO 69

0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 105 – Resíduos de ∆V i/∆Qi associados ao modo crítico da área Rio (λ=0,420285)
separados pelo nível de tensão na barra

Na Figura 106 estão os fatores de observabilidade de variação de tensão


associados ao menor autovalor do sistema (calculado utilizando o
algoritmo RBI – Refactored Bi-Iteration) e a lista de resíduos da função de
transferência ∆Vi/∆Qi, associada a este menor autovalor, para cada barra i
do sistema. Na Figura 107 é apresentada a lista de resíduos separados por
nível de tensão. Este modo está associado a barras da empresa CELESC
(Santa Catarina).

Capítulo V – Resultados 119


Fatores de Observabilidade Resíduos

30 INDAIAL-B-69 30 RMBRASIL--69
ARTEX+PROV69 REPAR-----69
JOINV.4.13.8 JOINV.4...00
JOINV.1...69 JOINV.4...69
BERNECK---69 ARTEX.....69
25 PINHEIRIN-69 25 CREMER....69
CLARGO----69 ALTONA....69
BL.GARCIA-69 COLOMBO---69
HANSEN....69 TEKA------69
SALTO-----69 MORRETES--69
20 QBARRAS---69 20 HANSEN....69
COLOMBO---69 SJPINHAIS-69
MAFRA....138 TUPY------69
WEG------138 QBARRAS---69
TROMBUDO-138 JOINV.3...69
15 JOINV.5...69 15 GUARAMIR.138
S.FRANC...69 ARTEX+PROV69
FNHOLLAND-69 WEG------138
GUARAMIR.138 JARAGUA--138
TAIO......69 PINHEIRIN-69
10 RIO.SUL...69 10 JOINV.4.13.8
IBIRAMA...69 RIO.SUL-2-69
ROCADO--13.8 RIO.SUL...69
RBRANCO---69 IBIRAMA...69
PETROBRAS-69 ROCADO--13.8
5 JARAGUA--138 5 S.FRANC...69
ITUPOR----69 PETROBRAS-69
TUPY------69 TAIO......69
RIO.SUL-2-69 ITUPOR----69
B.RETIRO..69 B.RETIRO..69
0 0
0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 106 – Fatores de observabilidade de ∆V e resíduos de ∆Vi/∆Qi as s ociados ao


menor autovalor do sistema ( λ =0,000211)

Capítulo V – Resultados 120


Resíduos
500 kV 440 kV

15 SGONCALO-500 15 CAPIVARA-440
14 MARIMBON-500 14 EMBUGUACU440
13 GRAJAU---500 13 STOANGELO440
12 S.JOSE---500 12 RIBPRETO-440
11 ADRIANO--500 11 ARARAQUA-440
10 ANGRAREIS500 10 MMIRIM-3-440
9 ARARAQUA-500 9 BAURU----440
8 P.CALDAS-500 8 TOESTE-1Y440
7 CAMPINAS-500 7 OESTE----440
6 ITAIPU---500 6 ASSIS----440
5 CPAULISTA500 5 SBARBARA-440
4 FOZ-IPU--500 4 SUMARE---440
3 TAUBATE--500 3 BOMJARDIM440
2 T.PRETO--500 2 CABREUVA-440
1 IVAIPORA-500 1 TAUBATE--440

0 0.5 1 0 0.5 1

345 kV 230 kV

15 XAVANTES-345 15 SMATEUS--230
14 BANDEIRA-345 14 XISTO----230
13 MFORNAS--345 13 CURITIBA-230
12 ANHANG---345 12 UMB-BP2--230
11 EMBUGUACU345 11 UMB-BP1--230
10 A.SERRA2-345 10 SGUA+HUBN230
9 BSANTIST-345 9 BATEIAS--230
8 A.SERRA1-345 8 PILARZINH230
7 ITAPETI--345 7 VOTORANTI230
6 MOGI-----345 6 CCOMPRIDO230
5 STOANGELO345 5 DINDUSTR-230
4 SUL------345 4 UBERABA--230
3 T.PRETO--345 3 CANOINHA-230
2 LESTE----345 2 BLUMENAU-230
1 RAMON RF-345 1 JOINVILL-230

0 0.5 1 0 0.5 1

138 kV 69 kV

15 JOINV.7..138 15 HANSEN....69
14 R.NEGRIN.138 14 SJPINHAIS-69
13 IBIRAMA--138 13 TUPY------69
12 JOINVILL-138 12 QBARRAS---69
11 S.BENTO..138 11 JOINV.3...69
10 COMPARTI.138 10 ARTEX+PROV69
9 PIRABEIR.138 9 PINHEIRIN-69
8 COM/DOHL.138 8 RIO.SUL-2-69
7 JOINV.4..138 7 RIO.SUL...69
6 BRUSQUE--138 6 IBIRAMA...69
5 RIO.SUL2-138 5 S.FRANC...69
4 TROMBUDO-138 4 PETROBRAS-69
3 GUARAMIR.138 3 TAIO......69
2 WEG------138 2 ITUPOR----69
1 JARAGUA--138 1 B.RETIRO..69

0 0.5 1 0 0.5 1

Figura 107 – Resíduos de ∆V i/∆Qi associados ao menor autovalor do sistema


( λ =0,000211) separados pelo nível de tensão na barra

Capítulo V – Resultados 121


Capítulo VI
Conclusões

VI.1 Conclusões

A implementação do método de continuação e a incorporação de técnicas para


realização de análise modal num programa de grande utilização no setor
elétrico, o ANAREDE, possibilitou o desenvolvimento de uma ferramenta
versátil para análise estática da estabilidade de tensão de sistemas de grande
porte.

O método de continuação permite a obtenção do ponto de carregamento


máximo de um sistema. Os recursos disponíveis no ANAREDE podem ser
utilizados, flexibilizando as simulações de acordo com o estudo a ser realizado.
É permitida a atuação de controles, consideração dos limites de geração de
potência reativa nos geradores, distribuição do balanço de potência ativa por
diferentes geradores do sistema, escolha das barras que terão o carregamento
aumentado e a utilização de incremento diferenciado de potência ativa e
potência reativa.

A maneira mais eficiente de utilização do método de continuação é conseguida


estipulando o fator de carregamento do sistema como parâmetro de
continuação até que não haja convergência. A partir daí, o módulo da tensão de
uma das barras (o que possuir maior variação) é escolhido como parâmetro de
continuação sendo, então, dado prosseguimento ao processo.

Apenas após recente implementação no ANAREDE da inclusão das equações


referentes aos controles na matriz jacobiana, tornou-se viável a utilização do

Capítulo VI – Conclusões 122


método de continuação, visto que nas proximidades do ponto de carregamento
máximo, a atualização de forma alternada dos valores de tensão (módulo e
ângulo) e das variáveis de controle geram problemas de convergência. Este
trabalho colaborou com a validação dessa implementação.

No ponto de carregamento máximo, a análise modal fornece informações sobre


a localização de medidas para reforço do sistema. A utilização da análise
modal em sistemas de grande porte é viabilizada pelo uso de algoritmos de
solução parcial do problema de autovalores. Foi verificado, em sistemas de
grande porte, que o monitoramento de modos críticos associados a áreas de
interesse deve ser feito utilizando o algoritmo de obtenção de pólos
dominantes. As medidas para reforço do sistema indicadas se mostraram
eficientes, proporcionando aumento substancial na margem de carregamento.

Um problema a ser resolvido é a análise da lista de resíduos da função de


transferência utilizada para determinar a localização da medida para reforço do
sistema. A forma atual, onde barras de diferentes níveis de tensão têm a mesma
importância, exige uma avaliação cuidadosa da região onde estão as barras que
possuem os maiores valores na lista de resíduos.

VI.2 Desenvolvimentos Futuros

• Implementação do cálculo de autovalores considerando os controles de


tensão, seja por comutação de tap nos transformadores ou por injeção
remota de potência reativa;

• Análise modal considerando a representação dos motores de indução;

• Escalonamento da lista de resíduos quanto ao nível de tensão nas barras;

• Implementação de chaveamento automático de elementos em derivação


para correção de níveis de tensão;

Capítulo VI – Conclusões 123


• Melhoria na representação dos limites de geração de potência reativa dos
geradores;

• Comparação das medidas para reforço do sistema obtidas através da


análise modal com aquelas apontadas por outras ferramentas, como por
exemplo, o fluxo de potência ótimo;

• Verificação da possibilidade de sinergia entre a análise modal e o fluxo de


potência ótimo na obtenção de medidas para reforço do sistema para
melhoria do suporte de tensão;

• Obtenção, de forma simultânea, de múltiplas ações para reforço do sistema;

• Determinação de medidas corretivas (envolvendo, por exemplo, redespacho


de potência ativa nos geradores) através da análise de sensibilidade de
parâmetros do sistema em relação ao ponto de carregamento máximo
(GREENE, 1997).

Capítulo VI – Conclusões 124


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