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6.1 INTRODUÇÃO
O gás natural é a porção de petróleo que existe na fase gasosa ou em solução no
óleo, nas condições originais de reservatório, e que permanece no estado gasoso nas
condições atmosféricas de pressão e temperatura.
O gás natural típico contém 70% a 100% de metano (CH 4), pequenas quantidades de
CO2, H2S, óxidos nitrogenados, He e N2. Dependendo de sua composição podemos defini-lo
como:
Gás Seco (Dry Gas): contém metano e etano, ou menos de 1,33 L de condensado por m3.
Gás Úmido (Wet Gas): contém mais de 5% propano e butano, ou mais de 4,00L de -
condensado por m³.
Gás Doce (Sweet Gas): não contém gás sulfídrico, H2S.
Gás Azedo (Sour gas): contém mais traços H2S.
NÃO HIDROCARBONETOS
Nitrogênio .... - 15
Dióxido de Carbono .... - 1
Hélio .... - 5
Gás Sulfídrico .... - ....
Um reservatório com capa de gás é de natureza mista, ou seja, parte está na fase
liquida e parte na fase gasosa, inicialmente em equilíbrio entre si, como existe um grande
volume de hidrocarbonetos na fase gasosa, a jazida é classificada como reservatório de
óleo com capa de gás, recebendo este nome somente se houver uma grande proporção de
gás. A figura 6.3 representa essa situação.
É considerado um reservatório de gás com uma fina camada de óleo aquele que
apresenta uma maior quantidade de gás em relação ao óleo, de tal maneira que o interesse
econômico seja, principalmente, de gás. Sendo inviavelmente econômica a produção da
quantidade de hidrocarbonetos líquidos. A figura 6.4 demonstra o esquema desse
reservatório.
O reservatório que possui uma quantidade de liquido desprezível em sua jazida recebe o
nome de reservatório de gás seco. As figuras 6.7 e 6.8 apresentam um esquema de
comportamento de gás seco.
LÍQUIDOS DE GÁS NATURAL (LGN) - são as porções do gás natural, expressas nas
condições básicas que se encontram na fase líquida em qualquer condição de superfície,
obtidas nos processos de separação de campo, unidades de processo ou nos fluxos em
gasodutos.
GASES LIQUEFEITOS - são hidrocarbonetos com alta pressão de vapor, obtidos do gás
natural em unidades de processos especiais, que são mantidos na fase líquida em
condições especiais de armazenamento na superfície, mas que se encontram na fase
gasosa nas condições de pressão e temperatura atmosféricas.
GÁS ASSOCIADO
Figura 6.9: Diferenciação do gás livre com o gás dissolvido, ambos associados.
GÁS LIVRE NÃO ASSOCIADO AO ÓLEO - é o gás natural que se encontra na fase gasosa,
nas condições de pressão e temperatura originais do reservatório considerado produtor de
gás.
Figura 6.10: Diferenciação do gás livre com gás dissolvido, ambos não associados.
V p S gi
G
B gi (6.3)
Onde:
Ou,
po zT
Bg
To p
(6.5)
M F M I M Inj t M Pr od t (6.6)
(6.7)
(6.8)
(6.9)
(6.10)
Po G p (6.11)
np
R T0
Onde Gp é o volume de gás produzido acumulado, medido nas condições-padrão.
O numero de mols existente no reservatório em um instante qualquer, quando a pressão
media é igual a P é:
PV
n
ZRT
(6.12)
A equação de balanço de materiais para reservatório de gás é dada:
P 1 PiVi TPoG p
Z V Z i To
(6.13)
Reservatório volumétrico é aquele que produz somente por depleção, ou seja, por
expansão da massa de gás existente no meio poroso, não havendo influxo de água
proveniente de aqüífero.
O volume V ocupado pelo gás, numa pressão media p qualquer é igual ao volume inicial Vi
e a equação (6.13), reduz-se a:
P P TPo G p
i
Z Zi V i To (6.14)
Alternativamente, o volume inicial (Vi) pode ser escrito em função do volume original de
gás G:
V i GB gi (6.15)
Z TP
B gi i o
(6.16) To Pi
Assim, utilizando as equações (6.15) e (6.16), a equação (6.14), pode também ser escrita
como:
P Pi P (6.17)
i Gp
AZequação
Z i Z(6.14)
iG ou a equação (6.17) sugere que um gráfico de P/Z contra Gp resultara
em uma linha reta, com a seguinte equação:
P (6.18)
a bG p
Z
Onde:
Pi
a
Zi
(6.19)
TPo P
b i
Zo Z iG
(6.20)
GpB g
G
B g B gi
(6.21)
6.9 GRADIENTES
6. Pressão: Gradpressão
O gradiente de pressão é a variação da pressão com a profundidade, conforme a figura 6.14
e a equação (6.22). O valor do gradiente de pressão normal é 0,104 Kgf/cm²/m.
p
Grad pressao
Prof
(6.22)
Onde,
P2 P1
Grad pressao
(6.23)
Prof 2 Prof 1
e
1
Prof1
P2 Grad pressão Prof P1
Profundidade
(6.24)
Pprof
P
Prof2 2
P1 P2
Pressão
Figura 6.14: Gráfico do gradiente de pressão
Temperatura: Gradtemp
(6.25)
Onde
T2 T1
Grad temp
Prof 2 Prof 1
(6.26)
e
T2 Grad temp Prof T1
(6.27)
1
Prof1
Profundidade
Pprof
T
Prof2 2
T1 T2
Temp, oC
Figura 6.15: Gráfico do gradiente de temperatura
(6.28)
Onde:
V c wVwi c f V pi p (6.29)
Portanto:
V V i c wV wi c f V pi p
(6.30)
V wi S wiV pi
(6.31)
e
Vi
V pi
1 S wi
(6.32)
P
c w S wi c f P Pi P
1 i Gp
Z 1 S wi Zi ZiG
(6.34)
c w S wi c f
c ewf
(6.35) 1 S wi
e
P
b i
(6.36) Z G
i
A equação (6.34) reduz-se a:
P
Z
P
1 c ewf P i bG p
Zi
(6.37)
Nesse tipo de reservatório, a medida que ocorre a retirada de massa através da produção
dos poços há influxo de água para o seu interior, proveniente de um aqüífero contiguo a
zona de gás. A atuação do aqüífero é função da velocidade com que o gás é produzido.
O volume V ocupado pelo gás não é igual ao volume Vi quando há influxo e/ou produção
de água, onde V é dado como:
(6.38)
Onde:
We: água invasora
Wp: produção acumulada de água
Bw: fator volume-formação da água
p 1 piVi TPo
G p
z Vi W e W p B w zi To
(6.39)
G p B g G p B g G p B gi We W p Bw
(6.41)
Ou explicitando-se o valor G:
G p B g W e W p Bw
G
B g B gi (6.42)
(6.43)
(6.44)
onde:
(6.45)
e
(6.46)
Um gráfico de y versus x fornece uma linha reta, com coeficiente angular unitário e
coeficiente linear igual a G. a escolha correta de um modelo para o aqüífero fornece uma
linha reta no gráfico de y versus x, a qual pode ser extrapolada para a obtenção de G,
enquanto valores incorretos de We resultam em desvios da linha reta, conforme pode ser
visualizado na figura 6.18.
G p Bg W p Bw
Bg Bgi
We
B g B gi
Figura 6.18: Reservatório de gás seco sob influxo de água
G pMax
FR
(6.48) G
Exercício 6.1
2 – O arenito “M” é um pequeno reservatório de gás com uma pressão inicial de 225 kgf/
cm² e temperatura de 104 °C. O histórico de produção e os fatores volume-formação são
apresentados na Tabela 7.3.
Pede-se
(a) Calcule o volume original do gás para cada um dos dados do histórico de produção,
admitindo comportamento de reservatório volumétrico.
(b) Explicar porque os cálculos do item anterior indicam a presença de influxo de gás.
(c) Traçar o gráfico de p/Z em função da produção acumulada de gás.
(d) Admitindo que o volume original de gás seja de 28,826x 106 m³ std e que a produção
acumulada de gás tenha sido desprezível, calcular o influxo acumulado de água (medindo
em condições de reservatório) ao final de cada período do histórico de produção.
4 – Um reservatório volumétrico de gás tem uma pressão inicial de 295 kgf/cm², porosidade
de 17, 2% e saturação de água conata irredutível de 23%. O fator volume-formação do gás
a 295 kgf/cm² é de 0,003425 m³/m³ std e a 53 kgf/cm² é de 0,01852 m³/m³ std.
(a) Calcule o volume original de gás nas condições – padrão para o volume de rocha de
1000 m³.
(b) Calcule a reserva original de gás (nas condições padrão), ou seja, o volume original de
gás possível de ser produzido, para um volume de rocha de 1 000 m³, admitindo uma
pressão de abandono selecionada.
(c) Explique porque o calculo de reserva depende da pressão de abandono selecionada.
(d) Calcule a reserva original do gás (nas condições – padrão), admitindo uma área de um
reservatório de 3x106 m² , espessura medida da formação de 170 m e pressão de abandono
de 53 kgf/cm².
(e) Calcule o fator de recuperação na pressão de abandono de 53 kgf/cm².