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5 POESIA RESISTENCIA romppre brusquement en visibre auce maximes de mon temps. Rousseau, Confessions, L, WIT QUEM DA NOME AOS SERES? Ao primeiro homem, conta o Livro do Génesis, foi dado o poder de nomear: Deus formou, pois, da terra toda sorte de animais campestres ¢ de aves do céu e os conduziu ao homem, para ver como ele os chamatia, ¢ pata que tal fosse o nome de todo animal vivo qual homem o chamasse. E 0 homem deu nome a todos os seres vivos, a todas as av do céu, a todos os animais campestres (Gen., 2, 19-20). © poder de nomear significava para os antigos hebreus dar as coisas a sua verdadeira natureza, ou reconhecé-la. Esse poder é 0 fundamento da linguagem, e, por extensio, o fundamento da poesia. O poeta é 0 doador de sentido. Na Grécia culta e urbana as criangas ainda aprendiam a escrever frases assim: Homero nao é um homem, é um deus’ No entanto, sabemos todos, a poesia jé ndo coincide com O tito ¢ as palavras sagradas que abriam o mundo ao homem [pag. 141] 0 homem a si mesmo. A extrema divisio do trabalho manual e intelectual, a Ciéncia e, mais do que esta, os discursos ideolégicos € as faixas domesticadas do senso comum "HLL Martou, Histoire de L’éducation dans L’antiquité, 3° ed., Paris, Seuil, 1955, p. 226,preenchem hoje o imenso vazio deixado pelas mitologias. E a ideologia dominante que da, hoje, nome e sentido as coisas. A concorréncia entre os nomeadores tem muitas faces histdricas; ¢ o exemplo de Dante, punindo moralmente ¢ salvando poeticamente os pobres amantes Paolo ¢ Francesca, ilustra a antigitidade do processo e as suas contradigées. No mundo moderno a cisio comeca a pesar mais duramente a partir do século XIX, quando o estilo capitalista e burgués de viver, pensar e dizer se expande a ponto de dominar a ‘Terra inteira, © Imperialismo tem construfdo uma série de esquemas ideolégicos de que as correntes nacionalistas ou cosmopolitas, humanistas ou istema. tecnocraticas, sio momentos diversos, mas quase sempre integraveis na légica do s Nés vivemos essa "I6gica" e nos debatemos no meio das propostas que ela faz. Furtou-se a vontade mitopoética aquele poder originatio de nomear, de cam-preender a natureza e os homens, poder de supléncia e de unio. As almas ¢ os objetos foram assumidos ¢ guiados, no agir cotidiano, pelos mecanismos do interesse, da produtividade; ¢ © scu valor foi-se medindo quase automaticamente pela posicio que ocupam na hierarquia de classe ou de status. Os tempos foram ficando — como jé deplorava Leopardi — egoistas ¢ abstratos. "Sociedade de consumo" é apenas um aspecto (0 mais vistoso, talver) dessa teia crescente de dominio ¢ ilusio que os espertos chamam "desenvolvimento" (ah! poder de nomear as coisas!) € os tolos aceitam como "prego do progress", Quanto 4 poesia, parece condenada a dizer apenas aqueles residuos de paisagem, de meméria ¢ de sonho que a indtistria cultural ainda nfo conseguiu manipular para vender. A propaganda s6 "libera" 0 que da lucro: a imagem do sexo, por exemplo, Cativante: cativeiro. Ou quererd a poesia, ingénua, concorrer com a indtistria & 0 cométcio, acabando afinal por ceder-lhes as suas gracas ¢ gracinhas sonoras ¢ grificas para que as desfrutem propagandas gratificantes? A arte terd passado de marginal a alcovitcira ou ingléria colaboracionista?[pag. 142] Na verdade, a resisténcia também cresceu junto com a "ma positividade” do sistema. A partir de Leopardi, de Hélderlin, de Poe, de Baudelaire, s6 se tem a consciéncia da contradi¢fio. A poesia ha muito que nfo consegue integrar-se, feliz, nos discursos cotrentes da sociedade. Dai vém as safdas dificeis: o simbolo fechado, 0 canto oposto a lingua da tribo, antes brado ou sussurro que discurso pleno, a palavra-esgar, a autodesarticulacao, o siléncio. O canto deve ser "um grito de alarme”, era a exigéncia de Schénberg, E os expressionistas alemics queriam ouvir no fundo do pocma o "urto primitive”, Ursebred Es sas formas estranhas pelas quais 0 poético sobrevive em um meio hostil ou surdo, no constituem o ser da poesia, mas apenas o seu modo historicamente possfvel de existir no interior do proceso capitalista. A rvore que, na falta de luz e calor, se esgueira por entre as sombras dos espinheiros que a oprimem ¢, magra, torta, aponta ao ar livre onde poder receber algum raio de sol, nfo trouxe na raiz a fatalidade daquele perfil esquivo ¢ revolto. A poesia moderna foi compelida a estranheza ao siléncio. Pior, foi condenada a tirar s6 de sia substncia vital. O indigéncia exctrema, canto a0 avesso, metalinguagem! Leonardo da Vinci: "A pintura vai declinando e perdendo-se de idade em idade quando os pintores nao tém por autoridade senio a propria pintura" * A poesia, reprimida, enxotada, avulsa de qualquer contexto, fecha-se em um autismo altivo; ¢ 86 pensa em si, € fala dos seus cédigos mais secretos ¢ expde a nu o esqueleto a que a reduziram; enlouquecida, faz de Narciso o iltimo deus. Estigio penoso , no entanto, necessirio, se tudo 0 que € real tem sua razio de ser. Se subtraem ao poeta o direito de dar nome as coisas, é justo que ele, agarrando-se 4 pele Jabas secas, letras tragos pontos se nfo o branco da pagina: * Dos Vrammenti letterari¢ filosofia, escolhidos por Edmondo Solmi, Florenga, Barbéra, 1925, p. 79.
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