Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC – Câmpus Jaraguá do Sul.
Curso: Técnico em Química – Modalidade Integrado.
Unidade Curricular: Metrologia Química. Professor: Julio Eduardo Bortolini. Estudante: Evelin Caroline Bilibio de Andrade.
Defesa do tema 2 - Transsexual feminina nos esportes
Boa noite senhores e senhoras,
Minha réu está sendo, injustamente, acusada de um crime durante a prática de seu esporte. Mas devemos lembrar que a acusação não pode ser deferida visto que, segundo o manual de direito penal: Há esportes que podem provocar danos à integridade corporal ou à vida (boxe, luta livre, futebol etc.). Havendo lesões ou morte, não ocorrerá crime por ter o agente atuado em exercício regular de direito. O Estado autoriza, regularmente, e até incentiva a prática de esportes, socialmente úteis, não podendo punir aqueles que, exercitando um direito, causam dano. A acusadora acha que devido o fato de minha réu ser uma mulher transsexual não deveria estar praticando o esporte naquela categoria mas para participação em esportes como o UFC, é permitido a participação de atletas transsexuais femininas. A atleta em questão apresenta todas as regras vigentes impostas pelo regulamento do esporte, ou seja, se declara do gênero feminino por no mínimo quatro anos, apresentou nível de testosterona menor que 10 nanomol/L nos 12 meses anteriores ao jogo, é submetida a testes frequentes de nível de testosterona e manteve o nível perto de 10 nanomol/L durante o período elegível para competir. Os níveis hormonais acima do normal podem ser elencados como disfunção hormonal em decorrência ao incidente durante o jogo, haja vista, que o exame de testosterona foi realizado antes e após a partida. Assim, antes da partida os níveis estavam em uma faixa aceitável, a disfunção detectada foi constatada apenas após a partida. Senhores jurado, a atleta foi submetida a terapia hormonal em clínicas especializadas. Ainda, segundo especialistas, como Joanna Harper, do Providence Portland Medical Center, nos Estados Unidos, a diminuição da testosterona é suficiente para igualar as competidoras transexuais às mulheres biológicas, isso porque a “Terapia hormonal para mulheres trans normalmente envolve um bloqueador de testosterona e um suplemento de estrógeno. Quando os níveis do ‘hormônio masculino’ se aproximam do esperado para a transição, a paciente percebe uma diminuição na massa muscular, densidade óssea e na proporção de células vermelhas que carregam o oxigênio no corpo”, diminuindo assim seu rendimento. A atleta apresentou um aumento no nível de estrógeno (hormônio sexual feminino), o qual aumenta as reservas de gordura, principalmente nos quadris. Essas mudanças levam a uma perda de velocidade, força e resistência, assemelhando-se ao organismo feminino. Sendo assim, tal acusação fere os princípios básicos do esporte, haja vista que a acusadora encontrava-se consciente da possibilidade de danos físicos ao adentrar o esporte, dessa forma, ao se enquadrar em: 1) vítima determinada; 2) imputação de crime ou contravenção; 3) consciência de que o acusado é inocente Temos que : Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
Por isso, minha réu é inocente e quem deve pagar uma indenização é a acusadora.