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Escola de Preparação e Aperfeiçoamento do Ministério Público de Santa Catarina

EPAMPSC
Processo Penal III
Professor: Andrey Cunha Amorim
Aula 02

PRISÕES PROCESSUAIS:

a) Da prisão em Geral:

- Conceito. Privação, total ou parcial, da liberdade de locomoção. Prisão Civil (alimentos e


depositário infiel), Administrativa (inconstitucional), Disciplinar (transgressões militares) e
Penal.

- Prisão Penal. Definitiva e Cautelar. Prisão definitiva. Pena. Caráter retributivo,


exemplificativo e de socialização da pena definitiva. Reclusão, detenção e prisão simples
(contravenções). Regime Aberto, semi-aberto e fechado. Privativa de liberdade, restritiva de
direito e multa. Restritiva de direito: prestação pecuniária, perda de bens ou valores; prestação
de serviços à comunidade, limitação de final de semana e interdição temporária de direitos.

- Prisão cautelar. Prisão sem pena. Fumaça do bom direito e perigo da demora sempre. Mal
necessário. Prisão em flagrante. Prisão preventiva. Prisão decorrente da pronúncia. Prisão
decorrente de sentença penal recorrível e Prisão temporária.

- Prisão para averiguações. Inconstitucionalidade e ilegalidade. A polícia não está impedida,


porém, de deter alguém, por momentos, sem recolhimento ao cárcere, em casos especiais de
suspeitas sérias. Poder de polícia. Blitz. Não é prisão.

- Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita da autoridade judiciária
competente, salvo os casos de transgressões militares. Autoridade judiciária. Competente.

- Mandado de prisão. Generalidades (art. 285 do CPP). Execução do mandado. Duplicata. A


exibição do mandado é a regra. Exceções: crimes inafiançáveis (art. 287 do CPP) e réu evadido
(art. 684 do CPP). O recolhimento ao cárcere, porém, depende sempre a exibição do mandado.
O preso deve ser informado dos seus direitos, dentre os quais: ficar calado, assistência da
família e advogado, identificação dos responsáveis pela sua prisão e o seu motivo.

- Precatória. Preso em lugar estranho ao da jurisdição da autoridade que determinou a prisão.


Necessidade de precatória ao juiz do local onde o preso está. Em caso de urgência basta simples
requisição (telex, fax, e-mail, telefone, etc...). Exceção: prisão em perseguição (art. 290 do
CPP). O preso deve ser sempre apresentado à autoridade local. Havendo dúvida a respeito da
legitimidade da prisão, a autoridade local deixará o preso sob a sua custódia, até solucioná-la.

- Momento da prisão. Apresentação do mandado. Conseqüências: agressão ao preso, tempo de


prisão e responsabilidade do preso.

- Emprego da força. Necessidade.

- Domicílio e prisão. Art. 5º, XI, da CF. Todos podem ser presos a qualquer tempo, observadas
as cautelas do domicílio. Durante o dia a qualquer hora, com ou sem consentimento do morador.
Durante a noite em flagrante, também com ou sem consentimento do morador. Se for por
mandado a prisão e durante a noite, sem consentimento do morador, a autoridade deve esperar
amanhecer, cercando a casa, para proceder a sua invasão e prender o réu. Se o dono da casa não
entregar o preso qual o seu crime? Só haverá crime se a recusa for de dia.
- Eleitoral. 05 dias antes e 48 horas depois do pleito eleitoral não pode haver prisão preventiva.
Em flagrante pode.

- Prisão especial. Ministros, governadores, deputados, senadores, magistrados, promotores,


delegados, policiais, advogados, jurados, etc... E o Presidente da República pode ser preso?
Não. Só depois de transitado em julgada decisão definitiva. Jurado só que exerceu tal função
efetivamente. Vale para todo o Brasil e não só na comarca onde foi jurado.

b) Da Prisão em Flagrante:

- O que é flagrante. Qual a razão da prisão em flagrante. Presunção de certeza da autoria.


Necessidade cautelar também. Prisão provisória não é punição. Quando não estiverem presentes
os requisitos de ordem cautelar, opera-se a liberdade provisória. Concessão da liberdade
provisória: caso de antijuricidade e ausência dos requisitos da prisão preventiva. Liberdade
provisória e crime hediondo.

- Tipos de flagrantes. Próprio e Impróprio. O próprio dá-se quando a infração está acontecendo
ou acaba de acontecer. Impróprio: quase flagrante = quando o agente é perseguido e é preso
“logo após”; flagrante presumido = quando é preso logo depois na posse de armas, objetos ou
papéis que façam presumi-lo ser o autor do ilícito. Diferença das expressões “acaba de
acontecer” e “logo após”.

- Sujeito ativo (art. 301 do CPP). Todos podem efetuar a prisão em flagrante, com a diferença
que os policiais são obrigados e os outros não.

- Sujeito passivo. Todos não. Presidente da República. Diplomatas agraciados por tratados e
convenções internacionais. Aquele que presta socorro no caso de crime de trânsito. O que se
apresenta espontaneamente. Só para crimes afiançáveis não podem ser presos em flagrantes:
Juizes, Promotores, advogados (exercício da profissão), deputados e senadores. Vereadores
podem ser presos em flagrante porque tem imunidade específica. Deputados Estaduais têm
imunidade restrita aos seus Estados.

- Qualquer tipo de crime admite o flagrante. Ação pública e ação privada. Na pública
condicionada à representação e na privada impõe-se a manifestação do ofendido durante a
formação do auto, sob pena de relaxamento. Não cabe flagrante para os crimes de menor
complexibilidade ofensiva, dentre eles a contravenção, se o autor comprometer-se a comparecer
em juízo (art. 69 da Lei 9.099/95).

- Infrações permanentes e habituais. Crime habitual admite flagrante?

- Auto de prisão em flagrante. Comunicação à família do preso. Possibilidade de advogado.


Oitiva do condutor. Ouvida das testemunhas que presenciaram o flagrante (duas no mínimo,
dentre elas o próprio condutor, tem admitido a jurisprudência). Na falta das testemunhas que
presenciaram o flagrante, duas testemunhas que presenciaram a apresentação do conduzido.
Inquirição do conduzido, assegurando-lhe o direito de permanecer calado. Se for menor de 21
anos, nomeação de curador (confronto com novo CC). Todos devem assinar o auto, cada qual a
medida que for ouvido novidade). Nota de culpa, até 24h depois da lavratura. Recibo da nota de
culpa.

- Autoridade competente é a do local onde ocorreu a prisão e não onde o crime foi cometido. Se
não tiver autoridade policial, o local mais próximo.

- Encerrado o auto, a autoridade tem três caminhos: relaxar o flagrante, caso não se tenha
suspeita contra o conduzido; se entender que toda a investigação já foi concluída deve remeter o
auto ao juiz; senão tem dez dias para concluir o inquérito, deixando o conduzido preso. Depois
do auto a autoridade deve comunicar imediatamente o juiz. A falta de comunicação, porém, não
invalida o auto. Não é requisito da legalidade da prisão. Recebida a comunicação, o juiz
examina os requisitos da prisão. Pode mantê-la ou relaxá-la. Em mantendo-a pode conceder a
liberdade provisória ou não.

- Flagrante preparado. Crime impossível. Flagrante esperado. Flagrante forjado. flagrante


protelado (Lei 9.034/95).

c) Da Prisão Preventiva:

- Bento Faria: injustiça necessária do Estado contra o indivíduo. Mal necessário. Não ofende o
princípio constitucional da presunção da inocência. Há casos em que se deve suprimir a
liberdade de alguém, antes mesmo da sua condenação, em prol do bem comum.

- Momento da decretação da prisão preventiva (art. 311 do CPP): em qualquer fase do inquérito
policial ou da instrução criminal. Pode, no entanto, a prisão preventiva ser decretada antes da
instauração do inquérito ou mesmo sem a necessidade da presença de inquérito policial. Bastam
elementos de prova. Cabe a prisão preventiva até o transito em julgado da sentença penal.

- Legitimidade. Pode a prisão preventiva ser requerida pelo Ministério Público ou pelo
querelante. A autoridade policial não requer a prisão preventiva, mas sim representa pela sua
decretação. Requerimento e representação são institutos diversos. O assistente de acusação não
tem legitimidade para requerer a prisão preventiva. O juiz pode decretar de ofício a prisão
preventiva.

- Competência. Juiz da causa criminal.

- Pressupostos. Prova da existência do crime e indícios da sua autoria.

- Requisitos Cautelares. Garantia da ordem pública (paz e tranqüilidade social = pratica


reiterada de crimes, apologia ao crime, gravidade do delito e sua repercussão, enfim tudo que
cause prejuízo à paz social. Não se pode confundir repercussão social do crime com
estardalhaço de comunicação provocado pela imprensa. Garantia da ordem econômica (Lei
Antitruste – ex. Postos Combustíveis). Conveniência da instrução criminal. Aplicação da lei
penal.

- Nem todos os crimes admitem preventiva. Reclusão, todos. Detenção só para os vadios e
carentes de identificação. Se o indiciado ou réu foi condenado anteriormente por crime doloso,
com sentença transita em julgado, cabe a preventiva em todos os tipos de crime. Contravenção
não cabe preventiva. Cabe prisão preventiva nos crimes de ação penal pública e privada.

- A decisão que decreta a preventiva deve ser fundamentada. Não é preciso longo arrazoado.
Basta demonstrar a sua necessidade, mesmo de forma breve. Tem-se entendido que o Juiz pode
acolher a manifestação do Ministério Público, como fundamento da preventiva, se satisfatório a
sua concessão. Não se pode complementar os fundamentos da preventiva nas informações
prestadas em habeas corpus.

- Não há prisão preventiva obrigatória. Sua decretação depende do convencimento das


circunstâncias cautelares. A regra do art. 366 do CPP não comporta prisão preventiva
obrigatória. Impõe-se demonstrar sua necessidade.

- Revogação da prisão preventiva (art. 316 do CPP). Não confundir com relaxamento.
Relaxamento = ilegalidade.

- Não pode a preventiva ser cumprida 5 dias antes da eleição e 48h dias depois.

- Concurso de pessoas. A prisão preventiva pode ser decretada com relação apenas a um réu. As
condições são personalíssimas.
- Se o réu preso for absolvido durante o julgamento popular, deve-se revogar a prisão
preventiva. Todavia se o Tribunal anular o julgamento, sua prisão deve ser restabelecida.

- Não cabe recurso contra a decisão que decreta a prisão preventiva. Cabe habeas corpus. Contra
a decisão que indefere o pedido ou revoga a preventiva cabe recurso em sentido estrito.

d) Da Prisão Temporária:

- Conceito: Prisão cautelar de natureza processual, destinada a auxiliar as investigações de


crimes tidos como graves, no correr do inquérito policial.

- Fundamento legal: Lei n.º 7.960, de 21 de dezembro de 1989.

- Autoridade competente para a sua decretação: o juiz. Não pode decretá-la, porém, de ofício.
Depende de representação da autoridade policial ou requerimento do MP. Só pode ser decretada
no curso do inquérito policial.

- Cabimento: Nas situações do art. 1o da Lei 7.960/89. Imprescimbilidade para as investigações


do IP; indiciado sem residência fixa ou carente de identidade; e fundadas razões da autoria nos
seguintes crimes: homicídio doloso, seqüestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, extorsão
mediante seqüestro, estupro, atentado violento ao pudor, rapto violento, epidemia com resultado
morte, envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal com resultado
morte, quadrilha ou bando, genocínio, tráfico e crimes contra o sistema financeiro.

- Divergência doutrinária: parte da doutrina entende que a satisfação de um único inciso do art.
1o da Lei 7.960/89 seria suficiente. Posição minoritária, entretanto. A corrente majoritária é a de
que a prisão temporária só é cabível quando satisfeito o inciso III (o crime deve constar do seu
rol), mais um dos outros dois incisos. Sobre o tema ver artigo da lavra do juiz Jorge Henrique
Schaefer Martins, publicado na JC 73, às págs. 17-20.

- Prazo: 05 dias, renováveis por mais 05. Se o crime for hediondo o prazo é de 30 dias,
igualmente renovável. O prazo não deve ser computado para o término do inquérito, ou seja, ao
prazo para a conclusão do inquérito, deve ser somado o do prisão temporária. Decorrido o prazo
da prisão temporária, não sendo decretada a preventiva, o preso deve imediatamente ser
colocado em liberdade, sem necessidade de autorização judicial. Se a autoridade policial
pretender liberar o preso antes de terminado o prazo da temporária, deve pedir autorização
judicial, porém.

- Procedimento: no caso de representação da autoridade policial pela temporária, o juiz deve


ouvir antes o MP. O juiz tem 24h para decidir a respeito da temporária. Mandado de prisão
expedido em duas vias. Ao determinar a prisão o juiz poderá ordenar que o preso lhe seja
imediatamente apresentado. O preso temporário deve permanecer separado dos demais.

e) Da Prisão Decorrente de Pronúncia:

- Fundamento: art. 408 do CPP. A prisão provisória é efeito natural da sentença de pronúncia.
Contudo, é certo que o juiz deve fundamentá-la, evidenciando o seu efeito cautelar, com os
requisitos da preventiva, sob pena de afronta à CF. Até porque, não estando presentes os
requisitos da preventiva, ao réu pronunciado deve ser concedida a liberdade provisória. Se o réu
já estiver preso provisoriamente, quando pronunciado, o juiz deve fundamentar a necessidade
dele assim permanecer. Crimes afiançáveis e inafiançáveis.

- Convalidada a prisão preventiva pela sentença de pronúncia, não há que se alegar eventual
excesso de prazo dela decorrente, isto porque, nos termos da Súmula 21 do STJ, “pronunciado o
réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na
instrução”. Ademais, deve a prisão decorrente da pronúncia vigorar até o julgamento do
Tribunal do Júri. O CPP não fixa lapso dentro do qual o réu deva ser submetido a julgamento.

f) Da Prisão Decorrente de Sentença Penal Condenatória:

- Fundamento: art. 393, I c/c art. 594, ambos do CPP. Condenado em 1o grau de jurisdição, o réu
deve ser preso. Se respondeu o processo preso, assim deve continuar, devendo o juiz decidir de
forma fundamentada. Se estiver solto, poderá apelar em liberdade se for primário e tiver bons
antecedentes (art. 594 do CPP) e ainda se não estiverem presentes as demais circunstâncias da
prisão preventiva, sob pena da prisão deixar de ser cautelar. Até porque, tal qual na pronúncia,
se não estiverem presentes os requisitos da preventiva, o juiz deve conceder ao réu condenado a
liberdade provisória, garantindo-lhe o direito de apelar em liberdade. Crimes afiançáveis e
inafiançáveis.

g) Da Liberdade Provisória:

- Conceito: instituto processual através do qual é garantido ao acusado ou recorrente o direito de


aguardar em liberdade o transcorrer do processo, vinculado ou não ao cumprimento de certas
obrigações.

- Espécies: obrigatória, permitida ou vedada.


- Obrigatória: quando não puder ser negada em hipótese alguma. Infração penal não punida com
pena privativa de liberdade (art. 321, I, do CPP) ou quando a pena privativa de liberdade, no seu
máximo, não exceder a 03 meses (art. 321, II, do CPP) e quando a infração for da competência
do juizado especial criminal, assumindo o preso em flagrante o compromisso de comparecer à
audiência de conciliação designada (art. 69, parágrafo único do CPP).

- Permitida: quando não couber a preventiva (inclusive quando tiver o condenado o direito de
apelar em liberdade ou em que o réu pronunciado não for preso). Subdivide-se em com ou sem
fiança.

- Vedada: Crime de racismo. Crimes hediondos ou equiparados (art. 2o da Lei 8.072/90 –


modificação recente). Divergências na doutrina e jurisprudência a respeito da
constitucionalidade do dispositivo. .

- Liberdade provisória sem vinculação. Cabe nas infrações penais que não for cominada pena
privativa de liberdade, bem como quando a pena privativa de liberdade, no máximo, não
exceder a 03 meses.

- Liberdade provisória com vinculação.

- Flagrante. Art. 310 do CPP. Caput: excludentes de antijuricidade. Parágrafo único: requisitos
da prisão preventiva. Aplicável a todas as infrações, com exceção daquelas em que a lei vedou a
concessão da liberdade provisória. Deve-se incluir os crimes contra a economia popular e
sonegação fiscal, casos em que só é admissível a liberdade provisória com fiança (art. 325 do
CPP). O art. 310, parágrafo único do CPP praticamente terminou com o instituto da fiança. O
MP deve ser ouvido antes. Compromisso do réu.

- Liberdade provisória com fiança. Conceito de fiança: caução destinada a garantir o


cumprimento das obrigações processuais do réu que livrar-se solto provisoriamente.

- Cabimento. O CPP não disse quais os casos em que cabe fiança, mas sim os que não cabe.
Assim, não cabe fiança nos crimes punidos com reclusão, cuja pena mínima for superior a dois
anos, nas contravenções de vadiagem e mendicância (não há razão de ser porque contravenção é
infração de menor potencial ofensivo), nos casos de reincidência em crime doloso, quando o réu
for vadio, crimes punidos com reclusão que provoquem clamor público ou que tenham sido
cometidos com violência ou grave ameaça, a quem tiver quebrado a fiança anteriormente, prisão
civil ou militar, quando o réu estiver em suspensão condicional da penal ou livramento
condicional e quando presentes os requisitos da prisão preventiva.

- Competência. A autoridade policial pode conceder fiança no caso de infração punida com
detenção ou prisão simples. Nos demais casos, com efeito, compete ao juiz examinar a fiança.

- Valor da fiança (art. 325 do CPP). Fixado de acordo com a pena do crime, podendo ser
aumentada ou diminuída conforme a situação econômica do réu. Se o réu não puder pagar
fiança por motivo de pobreza, o juiz pode dispensá-la (art. 350 do CPP).

- Compromisso. Comparecer a todos os termos do processo, não mudar de residência sem


prévia comunicação ao juízo e não se ausentar de sua residência por mais de 08 dias sem
comunicação judicial de onde poderá ser encontrado (art. 327 e 328 do CPP).

- Pagamento da fiança. Por depósito ou hipoteca.

- Momento de concessão da fiança. Em qualquer fase do processo ou mesmo antes da


instauração da ação penal. O juiz não precisa ouvir o MP antes da concessão da fiança. Deve
dar-lhe vista, porém, depois da concessão.

- Fiança: cassação, quebramento, perda e restituição.

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