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6.territorio Sociedade Estado Bahia PDF
6.territorio Sociedade Estado Bahia PDF
Este capítulo tem por objetivo apresentar informações sobre a localização do Estado da Bahia no
Brasil, a formação de seu território ao longo de sua história, o quadro de seus recursos naturais,
além de dados sobre sua população, suas atividades econômicas e a organização do seu espaço.
O Estado da Bahia está localizado na região Nordeste (Mapa 19), onde ocupa uma área de
567.295 km2 e se abre para o oceano Atlântico numa extensão de 932 km. Limita-se a
nordeste por Sergipe e Alagoas, ao norte por Pernambuco e Piauí, a oeste por Goiás e
Tocantins e ao sul por Minas Gerais e Espírito Santo (Mapa 16 no capítulo anterior).
MAPA 19
A BAHIA NO BRASIL
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A Bahia foi o berço da nação brasileira, pois em Porto Seguro aportaram os portugueses da
frota de Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500. É possível que a nau mensageira
enviada por Pedro Álvares Cabral para dar conta ao rei D. Manuel I das novas terras
18
Dados extraídos de SILVA et al.., 2000: ALMANAQUE, 2002.
186
descobertas tenha percorrido a costa da Bahia para o norte, a partir de Porto Seguro, antes de
se lançar à travessia do Atlântico.
Os primeiros registros da região de Salvador foram feitos pela expedição de 1501, enviada por
D. Manuel para explorar a então chamada ilha de Santa Cruz. Américo Vespúcio, que
participava da expedição, foi o primeiro a falar da baía a que chamaram "de Todos os Santos",
por ter sido encontrada em 1o de novembro, dia de Todos os Santos. O nome "Bahia" iria
estender-se ao território que se constituiu com as terras das capitanias doadas a Francisco
Pereira Coutinho, Pero de Campos Tourinho, Jorge de Figueiredo Correia, D. Antônio de
Ataíde e D. Álvaro da Costa. O Mapa 20 mostra como o Brasil foi dividido em grandes lotes
chamados Capitanias Hereditárias e a localização da Capitania da Bahia de Todos os Santos.
MAPA 20
BRASIL – CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
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O Brasil, até então praticamente improdutivo, reclamava uma forma eficiente de governo, o
que Portugal tentou fazer através da implantação do sistema de capitanias, cedo malogrado.
Para substituí-lo, deliberou D. João III instalar um governo-geral, com sede na Bahia, que,
embora situada a distâncias desiguais dos extremos da costa ocupada pelos portugueses,
oferecia boas condições para apoiar as outras capitanias, ministrar justiça e prover os
187
Para cumprir essa política, foi nomeado Tomé de Sousa, que, de acordo com o regimento de
17 de dezembro de 1548, deveria edificar uma fortaleza e povoação grande e forte num lugar
conveniente. A Bahia é a primeira das capitanias hereditárias a se transformar em capitania
real. Em 1549, o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, construiu a cidade de
São Salvador, na Baía de Todos os Santos, para ser a capital da colônia. Além de sede política
e administrativa, funcionou como pólo de desenvolvimento econômico de toda a região, com
açúcar, tabaco e algodão no século XVIII e tráfico de escravos até meados do século XIX.
Com a colonização, a capitania da Bahia incorporou os territórios das capitanias de Ilhéus,
Itamaracá e Porto Seguro.
Não foi somente com boiadas e currais que se completou a incorporação dos sertões à Bahia,
mas também com as guerras contra os índios amoipiras, acroás e paiaias. Após a primeira e
segunda guerras contra os índios de Jaguaripe e Paraguaçu (1558 e 1559), concluiu-se a posse
de Matuim e Passé. Além disso, as missões religiosas dos padres da Companhia de Jesus e
dos frades de São Francisco e do Monte Carmelo muito contribuíram para as atividades
civilizadoras, produtivas e constantes. Outro estímulo para o povoamento consistiu no
descobrimento de ouro na serra de Jacobina.
O Mapa 21 mostra como evoluiu a ocupação do território da Bahia do Século XVI ao Século
XIX.
MAPA 21
ESTADO DA BAHIA – FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO
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V E G E TA Ç Ã O N AT U R AL T IP O S D E U S OS P R E D O M INA N TE S
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Fonte: A tlas escolar, Bahia: espaço geo-histórico
e cultural. João Pessoa: Grafset, 2000. C acau
Aproximadamente 70% do território estadual se encontra entre 300 e 900m e 23% abaixo de
300m de altitude. O quadro morfológico compreende três unidades: a baixada litorânea, o
rebordo do planalto e o planalto. Constitui a baixada litorânea o conjunto de terras situadas
abaixo de 200m de altitude. Erguem-se aí, dominando as praias e os areais da fímbria
litorânea, terrenos de feição tabular, os chamados tabuleiros areníticos (Mapa 22).
Para o interior, esses terrenos cedem lugar a uma faixa de colinas e morros argilosos, de solo
espesso, relativamente fértil, sobretudo no Recôncavo, onde se encontra o famoso massapê
baiano. Tanto a faixa das colinas e morros como a dos tabuleiros são cortadas
transversalmente pelos rios que descem do planalto; ao longo deles estendem-se amplas
planícies aluviais (várzeas) sujeitas a inundações que lhes renovam periodicamente os solos
com a deposição de novos aluviões.
O rebordo do planalto ergue-se imediatamente a oeste dos morros e colinas, formando uma
faixa de terrenos muito acidentados, por meio da qual se ascende da baixada ao planalto. Ao
norte de Salvador, o rebordo do planalto desaparece, pois a transição entre planalto e baixada
se faz suavemente. O planalto ocupa a maior parte do estado e está dividido em cinco
compartimentos bem individualizados: planalto sul-baiano, Espinhaço, depressão são-
franciscana, planalto ocidental e pediplano.
O Espinhaço consiste em uma faixa de terrenos elevados (1.300m de média e 1.850m no pico
das Almas, seu ponto culminante) que corta o Estado da Bahia de norte a sul pelo centro. Sua
superfície ora se apresenta como alinhamentos montanhosos (cristas quartzíferas), ora como
elevações tabulares ou cuestas. Essas últimas predominam na porção oriental e setentrional,
formando um amplo conjunto de formas suaves denominado Chapada Diamantina.
19
Dados extraídos de SILVA et al., 2000; ALMANAQUE, 2002; SEI.
190
MAPA 22
ESTADO DA BAHIA – RELEVO
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MAPA 23
ESTADO DA BAHIA – GEOLOGIA
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MAPA 24
ESTADO DA BAHIA – SOLOS
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Fonte: SEI.
Ao analisar o Mapa 25, pode-se constatar que os recursos minerais da Bahia são bastante
variados, embora apenas alguns ofereçam possibilidades efetivas de exploração comercial,
como o petróleo e o gás natural, recursos de que a Bahia é, respectivamente, o terceiro e
segundo produtor nacional. A área de exploração é o Recôncavo baiano, onde se perfuram
poços tanto na terra como no mar. Parte da produção é processada localmente, na refinaria
193
Landulfo Alves. Outras riquezas do subsolo são objeto de pesquisa e exploração: amianto,
barita, berilo, columbita, cristal de rocha, magnesita, mica, chumbo, mármore, cromo,
manganês, talco, diamante, titânio, urânio, vanádio e cobre. A mina de ouro de Morro do
Vento, em Jacobina, começou a operar em 1983.
MAPA 25
ESTADO DA BAHIA – RECURSOS MINERAIS
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Fonte: SEI.
194
MAPA 26
ESTADO DA BAHIA – PRINCIPAIS TIPOS DE CLIMA
Três tipos climáticos se observam na Bahia: o clima quente e úmido sem estação seca, o clima
quente e úmido com estação seca de inverno e o clima semi-árido quente, identificados no
sistema de Köppen pelos símbolos Af, Aw e BSh, respectivamente. O primeiro domina ao
longo do litoral, com temperaturas médias anuais de cerca de 23oC e totais pluviométricos
superiores a 1.500mm. O segundo caracteriza todo o interior, com exceção da parte
195
setentrional e do vale do São Francisco. Apresenta temperaturas médias anuais que variam
entre 18o C nas áreas mais elevadas e 22oC nas áreas mais baixas, e totais pluviométricos
equivalentes a mil milímetros. O terceiro tipo climático é encontrado no norte do estado e no
vale do São Francisco. As temperaturas médias anuais superam 24o C e mesmo 26o C, mas a
pluviosidade é inferior a 700mm.
MAPA 27
ESTADO DA BAHIA – TEMPERATURA MÉDIA ANUAL
O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado da Bahia (região semi-árida)
e a baixa precipitação pluviométrica nela existente explicam porque essa região apresenta um
menor nível de desenvolvimento do que as demais (Litoral e Oeste da Bahia). A barreira
representada pelo clima adverso e pela escassez de chuvas na região semi-árida ao processo
196
MAPA 28
ESTADO DA BAHIA – PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL
6.3.4 Vegetação
Perto de 64% do território baiano é revestido por caatingas, 16% por cerrados, 18% por
florestas e 2% por campos. As florestas ocorrem na área litorânea e ocupam uma faixa de
terra cuja largura varia entre 100km (no Recôncavo) e 250km (no vale do rio Pardo). No lado
oriental apresentam-se como matas perenes, no centro como semidecíduas e no lado ocidental
como decíduas agrestes (Mapa 29).
197
MAPA 29
ESTADO DA BAHIA – VEGETAÇÃO
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Fonte: SEI.
O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado da Bahia (região semi-árida),
baixa precipitação pluviométrica nela existente e vegetação caracterizada pela caatinga
explicam também porque essa região apresenta um menor nível de desenvolvimento do que as
demais (Litoral e Oeste da Bahia). A barreira representada pelo clima adverso, pela escassez
198
Os rios da Bahia pertencem a dois grupos: o primeiro é integrado pelo São Francisco e seus
afluentes. Entre esses últimos destacam-se os afluentes da margem esquerda, que nascem no
planalto ocidental (Carinhanha, Correntes, Grande e seu afluente, o Preto). O segundo grupo
compreende os rios que correm diretamente para o Atlântico (Mucuri, Jequitinhonha, Pardo,
Contas, Paraguaçu, Itapicuru e Vaza Barris). Os dois grupos incluem, na região semi-árida,
rios de regime intermitente (Mapa 30).
MAPA 30
ESTADO DA BAHIA – BACIAS HIDROGRÁFICAS E PRINCIPAIS RIOS
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Fonte: SEI.
O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado da Bahia (região semi-árida)
199
e a baixa precipitação pluviométrica nela existente que contribuem para seu menor nível de
desenvolvimento em comparação com as demais (Litoral e Oeste da Bahia) poderiam ser
enfrentados pelo governo do Estado da Bahia com a adoção de políticas públicas apropriadas
visando o aproveitamento racional dos recursos hídricos nela existentes.
MAPA 31
ESTADO DA BAHIA – DIVISÃO POLITICO-ADMINISTRATIVA
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Fonte: SEI.
20
Incluindo-se dois municípios recentemente criados, totaliza 417.
200
6.5 POPULAÇÃO21
MAPA 32
ESTADO DA BAHIA – POPULAÇÃO 1996
21
Dados extraídos de SILVA et al., 2002; ALMANAQUE, 2002; SEI.
201
MAPA 33
ESTADO DA BAHIA – DENSIDADE DEMOGRÁFICA, 2000
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MAPA 34
ESTADO DA BAHIA – POPULAÇÃO DAS CIDADES, 2000
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42 40 38
A análise do Mapa 34 permite constatar que alguns municípios (Salvador, Lauro de Freitas,
Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Jequié, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista e
Barreiras) que possuem população acima de 120.001 habitantes concentram a maior parte da
203
população do Estado da Bahia o que se explica pelo fato de serem os municípios de maior
dinamismo econômico.
MAPA 35
ESTADO DA BAHIA – PREDOMINÂNCIA DE POPULAÇÃO URBANA OU RURAL, 2000
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O
60 0 60 120 E SP ÍR IT O S A N T O
180km
19
ESC A LA 1:6.000.000
42 40 38
Fonte: IBGE.
204
MAPA 36
ESTADO DA BAHIA – GRAU DE URBANIZAÇÃO, 2000
46 44 42 40 38
N A M B U
9 E
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11 11
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17
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26 - 50%
5 1 a 7 5%
A cim a d e 7 5%
60 0 60 120 180km E SP ÍR ITO S A NT O
19
ES CA LA 1:6.000.000
42 40 38
Fonte: SEI.
O principal produto agrícola da Bahia é o cacau, cultivado sobretudo para exportação. Sua
área de cultura por excelência são as colinas e morros da região litorânea ao sul do
Recôncavo, principalmente nos municípios de Ilhéus e Itabuna. A soja vem em seguida
22
Dados extraídos de SILVA et al., 2002; ALMANAQUE, 2002; portalbrasil@portalbrasil.eti.br
205
A produção de mandioca apresenta uma distribuição geográfica dispersa, que, de certa forma,
reproduz a distribuição da população do Estado da Bahia. Produto básico da alimentação
baiana e cultura pouco exigente quanto às condições ecológicas, é natural que acompanhe o
homem onde quer que ele se instale. A área de maior concentração da produção é o
Recôncavo, onde a mandioca, cultivada nos solos pobres sobre as formações areníticas,
assume o caráter de lavoura comercial. No interior aparece geralmente como cultura de
subsistência.
A criação de gado de corte se faz em todas as regiões do Estado, mas observa-se um certo
grau de especialização regional: de um lado, áreas de caatinga, voltadas para a reprodução
dos rebanhos, e de outro, áreas de florestas do rebordo oriental do planalto, reservadas
para a engorda dos animais provenientes das primeiras. A pecuária leiteira assume grande
vulto na região de Itapetinga, e a produção estadual de leite é considerável. Áreas antes
áridas, como Iaçu e Itaberaba, foram convertidas à pecuária graças à introdução de capins
africanos.
MAPA 37
ESTADO DA BAHIA – APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS
46 44 42 40 38
P E R N A M B U C O
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Itaberaba
13 Bo m Jesus da
13
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Guanambi Brumado
Itabuna
VitÛria da Il hÈus
15 Conqui sta 15
M I N A S G E R A Itapetinga
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17
APTID O REGULAR PARA LAVOURAS
Teixeira de
Freitas
APTID O RESTRITA PARA LAVOURAS
B R AS IL
APTID O BOA, REGULAR OU RESTRITA PARA PASTAGEM PLANTADA
ES P ÕR ITO
APTID O BOA, REGULAR OU RESTRITA OU SEM APTID O PARA S A N TO
SILVICULTURA E/OU PASTAGEM NATURAL
42 40 38
60 0 60 120 180km
Fonte: SEI
MAPA 38
ESTADO DA BAHIA – PREDOMINÂNCIA DE LAVOURAS PERMANENTES E
TEMPORÁRIAS, 1995–1996
MAPA 39
ESTADO DA BAHIA – DISTRIBUIÇÃO DAS INDÚSTRIAS
46’ 44’ 42’ 40’ 38’
P E R N A M B U C O
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1 - 50 in dús tria s
17’ 17’
51 - 2 00 ind ústrias
1.01 3 in dústria s
4.27 8 in dústria s
E S PÍR IT O
0 30 60 90 km
S A N TO
Como pode ser visto no Mapa 39, a maior parte das indústrias do Estado da Bahia está
concentrada sobretudo em Salvador, Camaçari e Feira de Santana. Por sua vez, o Mapa 40
mostra que há uma concentração dos pólos e centros industriais do Estado da Bahia na RMS
— Região Metropolitana de Salvador.
MAPA 40
ESTADO DA BAHIA – PÓLOS E CENTROS INDUSTRIAIS
46º 44 º 42 º 40 º 38 º
N A M B U
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N ú cle o s in d u stria is S E I,
60 0 60 120 180km
F onte: S E I, 2 000. M ucuri
A tlas e sc ola r, B a hia; es pa ço geo-h istó ric o e c ultural.
J oão P es s o a: G rafs et, 2 000 . ES PÍR ITO SA N TO
19 º 19 º
44 º 4 2º 4 0º 3º8 º
46 º
6.6.3 Turismo
Dentre as zonas e centros turísticos do Estado da Bahia, destaca-se todo o litoral como a área
preferencial desse empreendimento (Mapa 41).
MAPA 41
ESTADO DA BAHIA – ZONAS E CENTROS TURÍSTICOS
46’ 44’ 42’ 40’ 38’
P E R N A M B U C O
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30 60 9 0 km
S A N TO
Pensões, casas
Ano Taxa de Taxa de
Hotéis de hospedagem Permanência
Brasileiros Estrangeiros Total ocupação por ocupação por
classificados e hotéis não média
leito U.H.
classificados
1999 2000
Participação Participação na Variação %
Estados / Nordeste / Brasil
MW na Região NE MW Região NE 2000/1999
% %
Bahia 5.397 50,2 5.397 50,2 -
Sergipe 3.000 27,9 3.000 27,9 -
Pernambuco 1.644 15,3 1.644 15,3 -
Alagoas 440 4,1 440 4,1 -
Piauí 235 2,2 235 2,2 -
Ceará 22 0,2 22 0,2 -
Maranhão 6 0,1 6 0,1 -
Paraíba 4 0,0 4 0,0 -
Rio Grande do Norte - - - - -
Região Nordeste em
10.748 16,8 10.748 15,9 -
relação ao Brasil
Total – Brasil 63.816 100,0 67.713 100,0 6,1
Fonte: Eletrobrás, 2000.
Nota – Exclusive estatísticas de auto-produtores.
Vê-se que, em 2000, a Bahia foi responsável por 31,1% do consumo total de energia da
Região Nordeste, equivalentes a 5% do consumo total nacional. A taxa de crescimento do
consumo total na Bahia alcançou 6,9%, no período analisado, situando-se acima das médias
brasileira e da Região Nordeste (Tabela 21).
Tabela 21 – Consumo total de energia elétrica – Brasil, Nordeste e estados da Região – 1999–2000
1999 2000
Participação Participação na Variação
Estados / Nordeste / Brasil
MW na Região NE MW Região NE 2000/1999%
% %
Bahia 14.376 30,4 15.361 31,1 6,9
Maranhão 8.041 17,0 8.265 16,7 2,8
Pernambuco 7.197 15,2 7.637 15,4 6,1
Ceará 5.792 12,2 5.916 12,0 2,1
Alagoas 3.342 7,1 3.387 6,8 1,3
Rio Grande do Norte 2.663 5,6 2.737 5,5 2,8
Paraíba 2.507 5,3 2.588 5,2 3,2
Sergipe 2.101 4,4 2.176 4,4 3,6
Piauí 1.315 2,8 1.390 2,8 5,7
Região Nordeste em
47.334 16,2 49.457 16,2 4,5
relação ao Brasil
Total – Brasil 292.677 100,0 305.603 100,0 4,4
Fonte: Eletrobrás, 2000.
Nota – Exclusive estatísticas de autoprodutores.
213
Tabela 22 – Consumo industrial de energia elétrica– Brasil, Nordeste e estado da Região – 1999–2000
1999 2000
Variação
Estados / Nordeste / Brasil Participação Participação na 2000/1999%
MW na Região NE MW Região NE
% %
Bahia 7.236 33,3 7.906 34,7 9,3
Cabe observar que o Brasil e o próprio Estado da Bahia enfrentaram em 2002 problemas de
racionamento de energia elétrica devido à insuficiência de investimentos para a expansão do
sistema elétrico nacional. A falta de investimentos na expansão da capacidade geradora do
sistema elétrico e do sistema de transmissão, associada à queda no nível de água dos
reservatórios das usinas hidroelétricas devido à escassez de chuvas, contribuiu para que se
materializasse o racionamento de eletricidade em todo o país. A falta de investimentos na
expansão da capacidade geradora do sistema elétrico foi o resultado da equivocada política de
privatizações das empresas estatais no contexto da política do governo federal de abertura da
economia brasileira, conforme exposto no capítulo 4.
MAPA 42
SISTEMA ELÉTRICO INTERLIGADO NO NORDESTE DO BRASIL
3.3 40 R e sidê nc ia s
2.30 3
Ind ústrias (n o re gistro da C O E LBA )
1.9 76
C o m ércio
CO ELBA
11 .044
(P erda s e dife renças :
127 8) 577
Ilu m inaç ão pú blica
503
Á gua , esgoto e s anea m en to
1.0 40
D e m ais
4.67 3 G ra ndes
CH ESF C o ns um idore s (G e rda u,S ibra, A lc an , C araíb a, C Q R
16.631 Ind ustriais D o w, M ine ração C ara íba, S chincario l)
62 2
914
C O P EN E , c onsum o c ativo
1.0 83 C O P EN E 1.37 5
C o ns um o P ó lo
C O P EN E
A UT O G ER A Ç ÃO
1.0 83
Estim ativa de Consum o Industria em 2000: 9.000 GW h
Elaboração própria..
6.6.5 Transporte
MAPA 43
ESTADO DA BAHIA – PRINCIPAIS MEIOS DE TRANSPORTE
46’ 44’ 42’ 40’ 38’
P E R N A M B U C O
BARRAGEM
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0 52
B A-1 61
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B a rreiras S a n ta n a A la g o in ha s
B R -2 42
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- 32
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B A -16 1
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B A -16 0
0
B R -0 2
13’ 13’
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S a n ta M aria B o m Je sus
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56
6
- 02
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B R -3 49
-1 4
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E te n o d uto
Ib ira p oã C a ra vela s
C id a de
M u curi
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E S P ÍR IT O
30 60 9 0 km
S A N TO
A rede ferroviária é constituída por três grandes ramos que partem de Salvador para nordeste,
na direção de Sergipe; para noroeste, na direção do Piauí; para sudoeste, na direção de Minas
Gerais. Com exceção dos trechos que cortam o Recôncavo e a zona da Mata sergipana, as
linhas servem a áreas de baixa densidade demográfica e fraca atividade econômica.
Aratu Malhado
Ano
Exportação Importação Exportação Importação
Navios Navios
(t) (t) (t) (t)
1984 1.413 6.135.941 4.207.255 458 192.009 373.422
1985 1.332 5.285.221 5.458.425 495 280.024 417.838
1986 1.495 5.726.239 7.170.765 323 213.516 485.916
1987 1.556 5.724.734 7.126.358 289 246.784 448.403
1988 1.603 5.853.164 7.812.687 288 199.313 452.125
1989 1.522 5.858.448 7.961.770 212 214.916 455.553
1990 1.280 5.915.958 7.510.967 237 210.986 454.153
1991 1.189 4.577.215 6.942.515 199 179.133 378385
1992 1.167 5.411.660 8.076.107 175 170.635 312.033
1993 1.383 5.601.620 8.406.792 143 288.807 356.609
1994 1.288 5.193.546 8.444.111 161 562.609 394.055
1995 1.294 4.948.954 8.577.922 90 372.882 441.341
1996 1.309 4.989.310 9.883.553 72 151.511 270.912
1997 1.392 5.168.331 10.726.242 56 339.285 92.302
Salvador Total
Ano
Exportação Importação Exportação Importação
Navios Navios
(t) (t) (t) (t)
1984 1.164 946.266 485.459 3.035 7.274.216 5.066.136
1985 1.100 916.470 427.850 2.927 6.481.715 6.304.113
1986 925 677.386 592.700 2.743 6.617.141 8.249.381
1987 879 635.547 666.193 2.724 6.607.065 8.240.954
1988 990 775.160 465.602 2.881 6.827.637 8.730.414
1989 796 887.664 382.935 2.530 6.961.028 8.800.258
1990 844 959.717 479.157 2.361 7.086.661 8.444.277
1991 815 920.198 419.291 2.203 5.676.546 7.740.191
1992 991 1.348.716 408.764 2.333 6.931.011 8.796.904
1993 722 1.248.195 418.029 2.248 7.138.622 9.181.430
1994 652 1.520.207 451.270 2.101 7.006.362 9.289.436
1995 583 1.083.790 519.656 1.967 6.405.626 9.538.919
1996 534 1.087.469 547.043 1.915 6.228.290 10.701.508
1997 439 981.732 590.777 1.887 6.489.348 11.412.321
Fonte: SEI.
6.6.6 Telecomunicações
Terminais em serviço
Ano Telefones em serviço fixo
Convencional Celular
1983 223.850 - 354.374
1984 242.732 - 389.731
1985 256.295 - 412.768
1986 270.408 - 450.744
1987 290.282 - 485.310
1988 308.899 - 519.399
1989 344.617 - 565.142
1990 392.682 - 610.553
1991 409.041 - 619.918
1992 430.985 - 598.299
1993 451.694 4.670 598.051
1994 476.554 29.322 609.201
1995 540.540 96.256 618.110
1996 636.544 157.900 610.802
1997 769.522 174.829 595.307
Fonte: SEI.
Com os investimentos realizados nos últimos 15 anos no Estado da Bahia surgiram pelo
menos três novas áreas prósperas que se destacam das demais, as regiões do Baixo Médio
São Francisco, Oeste e Sul do Estado da Bahia, que concentram grandes
empreendimentos. As duas primeiras revelam potencial para atividades ligadas ao agro-
negócio, baseadas principalmente na agricultura irrigada, expondo os contrastes de um
estado com dois terços de seu território no semi-árido. A terceira região, que dependeu
durante anos do cacau, volta-se para o turismo e a produção de celulose. De 2000 para
2001, a safra de cacau caiu de 159 mil toneladas para 139 mil. E o produto responde por
apenas 5% das exportações baianas.
Surgem também com força o algodão e o café, além da mamona, melancia, feijão e a
pecuária. Entre os principais produtos agrícolas estão a cana-de-açúcar, a soja, a mandioca e o
milho. A soja, principal produto agrícola do Oeste, apesar de safra recorde — fechada para o
ano 2000 em 1,5 milhões de toneladas — , deixa de ser o centro das atenções dos agricultores,
que apostam no milho. Surgem também com força o algodão e o café, além de mamona,
melancia, feijão e a pecuária.
A análise detalhada de cada região e, sobretudo, dos focos dinâmicos e dos problemas
mais críticos de desenvolvimento do Estado da Bahia e de suas regiões se encontra no
capítulo 8.
As cidades principais (Mapa 44) do Estado da Bahia agem como verdadeiros pólos
econômicos, sobretudo no sertão. São elas: Feira de Santana, na periferia do Recôncavo;
Itabuna e Ilhéus, na região cacaueira; Jequié e Vitória da Conquista, no planalto; Porto Seguro
no Extremo Sul; Barreiras no Oeste e Juazeiro à margem direita do São Francisco.
221
MAPA 44
ESTADO DA BAHIA – HIERARQUIA URBANA
H IE RA RA QU IA UR BA N A
4 6º 4 4º 42º 4 0º 38 º
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40 º 4 2º 4 0º 38º
MAPA 45
ESTADO DA BAHIA – RECÔNCAVO
38°
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Elaboração própria
Cana-de-açúcar (4.711.788 t), mandioca (4.247.881 t), soja (1.407.600 t), milho (1.121.716 t),
Agricultura feijão (348.027 t), sisal (158.474 t), guaraná (3.475 t), cacau (139.251 t), mamona (79.334 t),
laranja (3.373.493.000 frutos), coco-da-baía (423.283.000 frutos) (preliminar junho./2001)
Alimentícia, química e metalúrgica. Extrativa.: castanha-de-caju (2.568 t), umbu (8.955 t),
Indústria fibras (88.568 t), piaçava (88.514 t), carvão vegetal (20.022 t), lenha (14.910.724 m3),
madeira (1.939.735 m3), oleaginosos (6.003 t) (preliminar 2001)
Petroquímicos (28%), celulose e papel (15%), mineral metálico (12%), combustível (11%),
Exportações
soja (5%), cacau (5%), outros vegetais (8%)
Nafta (25%), veículo automotivo (17%), sulfeto de cobre (12%), combustível (7%),
Importações
petroquímicos (6%) (2000)
Fonte: Almanaque, 2002.
Quadro 12 – Telecomunicações
Telefonia fixa 1.858,8 mil linhas
Celulares 1.460,6 mil (estimativa 2001)
Fonte: Almanaque, 2002.
224
Cultura e lazer Bibliotecas públicas (5), museus (8), teatros e casas de espetáculo (10), cinemas (25) (1999)
Pelo exposto neste capítulo, pode-se concluir que os recursos minerais do Estado da Bahia são
bastante variados embora apenas alguns ofereçam possibilidades efetivas de exploração
comercial, como o petróleo e o gás natural, recursos de que a Bahia é, respectivamente, o
terceiro e segundo produtor nacional. A área de exploração de petróleo e gás natural é o
Recôncavo baiano, onde se perfuram poços tanto na terra como no mar. Parte da produção é
processada localmente, na refinaria Landulfo Alves. Outras riquezas do subsolo são objeto de
pesquisa e exploração: amianto, barita, berilo, columbita, cristal de rocha, magnesita, mica,
chumbo, mármore, cromo, manganês, talco, diamante, titânio, urânio, vanádio e cobre.
O clima seco predominante na maior parte do interior do Estado (região semi-árida) e a baixa
precipitação pluviométrica nela existente representa uma das explicações para o fato de a
região semi-árida apresentar um menor nível de desenvolvimento do que as demais (litoral e
oeste). A barreira ao processo de desenvolvimento econômico e social representada pelo
clima adverso e pela escassez de chuvas na região semi-árida poderia ser superada, entretanto,
com a adoção de políticas públicas apropriadas de combate à seca e o aproveitamento racional
dos recursos hídricos nela existentes, o que não ocorreu até o presente momento.
A maior parte das indústrias do Estado está concentrada, sobretudo em Salvador, Camaçari e
Feira de Santana e as áreas preferenciais de empreendimentos turísticos do Estado da Bahia
estão situadas em toda extensão do litoral, sobretudo em Salvador e Porto Seguro. As áreas do
Estado classificadas como boas para lavoura e pastagem são em menor número. Observando o
semi-árido, percebe-se que existe grande número de áreas regulares para lavoura que
poderiam ser mais bem aproveitadas se existissem políticas públicas eficazes de combate à
seca e se se utilizassem água subterrânea e a irrigação em larga escala.