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FÁBIO MINORU KITAGAWA


IGOR FARIAS PURCELL DA COSTA
PAULO AUGUSTO RODRIGUES RAMOS

SIMULAÇÃO DA INTERFACE AÉREA DO SISTEMA MÓVEL LTE E


ANÁLISE DE MÉTRICAS QoS PARA TRÁFEGO MULTIMÍDIA

BELÉM/PA

2011
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FÁBIO MINORU KITAGAWA


IGOR FARIAS PURCELL DA COSTA
PAULO AUGUSTO RODRIGUES RAMOS

SIMULAÇÃO DA INTERFACE AÉREA DO SISTEMA MÓVEL LTE E


ANÁLISE DE MÉTRICAS QoS PARA TRÁFEGO MULTIMÍDIA

Trabalho de Final de Graduação


apresentado ao Centro de Ciências
Exatas e Tecnologia da UNAMA-
Universidade da Amazônia, como
exigência parcial para obtenção do título
de Bacharel em Ciência da Computação.
Elaborado sobre orientação do Prof. MSc.
Ananias Pereira Neto.

BELÉM/PA

2011
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FÁBIO MINORU KITAGAWA


IGOR FARIAS PURCELL DA COSTA
PAULO AUGUSTO RODRIGUES RAMOS

SIMULAÇÃO DA INTERFACE AÉREA DO SISTEMA MÓVEL


LTE E ANÁLISE DE MÉTRICAS QoS PARA TRÁFEGO MULTIMÍDIA

Trabalho Final de Graduação apresentado para obtenção do grau


de Bacharelado em Ciência da Computação.

Data da Defesa: ____/____/____

Banca Examinadora

_________________________________________________
Orientador: Prof. MSc. Ananias Pereira Neto

_________________________________________________
Membro: Prof. MSc. Max Ricardo Pantoja da Trindade

_________________________________________________
Membro: Prof. MSc. José Ricardo da Silva Ferreira
3

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me proporcionar essa oportunidade de


estudo, por sempre estar presente e por nunca me abandonar nessa conquista. Aos
meus pais, que sempre estiveram do meu lado, me apoiando, e me educando para
uma vida de qualidade. Á todos meus familiares que me incentivaram nessa fase da
vida.
Não deixo de mencionar meus colegas de turma que sempre estiveram
presentes para tirar eventuais dúvidas sobre os estudos. Principalmente agradeço
ao nosso orientador Ananias que tirou todas as dúvidas referentes ao TFG e pela
paciência depositada em nossa equipe.

Fábio Minoru Kitagawa


4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo que vem me acontecendo, não


somente pelas coisas boas, mas também pelas adversidades, pois pude aprender
um pouco mais do que é viver e os obstáculos que a vida nos trás, para poder
aprender e melhorar com os erros. Ao longo de minha vida educacional, não apenas
nesta instituição, mas desde que comecei minha jornada escolar, agradeço a todos
os mestres que fizeram parte da minha vida, que me ensinaram a ler, escrever, me
motivaram a estudar e principalmente a ter valores e princípios.
Não posso deixar de dar um agradecimento especial aos meus pais que me
deram uma boa educação todos os dias para eu pudesse me tornar uma pessoa de
bem. Meus pilares de sustentação, que me motivaram e não me deixaram cair em
nenhum momento , fazendo assim com que alcançássemos nossos objetivos.
Ao Professor Ananias P. Neto, pela disponibilidade, paciência e ao apoio que
nos deu, pois sem ele não poderíamos ter concluído o trabalho com sucesso.

Igor Purcell
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AGRADECIMENTOS

Agradeço antes de tudo, a Deus pela força e oportunidade que Ele me deu
em prosseguir este curso com muito esforço e dedicação, a quem tenho que dar a
prioridade maior em tudo. Aos meus pais que se colocavam a total disposição para
me ajudarem na minha trajetória durante este momento especial em minha vida,
quando termino este curso. Aos meus amigos Fábio e Igor que me deram a chance
de fazer este trabalho com eles e ao Professor e Orientador Ananias P. Neto, pela
sua paciência, apoio e disposição em ajudar todos seus alunos, sempre disposto em
colaborar para nossa melhora como aprendizes, sem dúvida levo uma grande lição e
muitas saudades de todos que passaram pela minha vida durante meu período
acadêmico. Desde já deixo essas simples e sinceras palavras como agradecimento
por todos os meus amigos aos educadores e, novamente, aos meus pais e amigos
que conheci durante esses quatro anos. Guardarei vocês em meu coração um
abraço a todos.

Paulo Augusto Rodrigues Ramos


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RESUMO

Em redes móveis, sempre percebemos um grande avanço das novas


tecnologias que vem surgindo para atender a alta demanda que está sempre
presente nos dias atuais. Percebemos que a cada dia surgem novas aplicações e
equipamentos que exigem cada vez mais o tráfego de dados entre aparelhos
móveis. Para atender a crescente procura por mais rapidez nas transferências de
dados, as operadoras e fabricantes de aparelhos sempre buscam novas tecnologias
para essa demanda.
Este trabalho apresenta uma nova tecnologia que vem sendo estudada por
organizações e empresas afins, a tecnologia LTE (Long Term Evolution). Serão
implementadas duas simulações dessa tecnologia, a simulação da interface aérea e
a simulação do tráfego de dados multimídia de vídeo, apresentando métricas como
atraso, perda de pacotes e vazão.

Palavras chaves: LTE, Simulação, Avaliação de Desempenho, Interface


Aérea, Tráfego Multimídia.
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ABSTRACT

In mobile networks, we always see a great advance of the new technologies


that is emerging to meet the high demand that is present nowadays. We realize that
every day there are new applications and equipment that require more data traffic
between mobile devices. To meet the growing demand for faster data transfers,
operators and mobile manufacturers are always seeking new technologies for this
demand. This paper presents a new technology that has been studied by
organizations and companies alike, LTE (Long Term Evolution). Two simulations will
be implemented in this technology, the simulation of the air interface and the
simulation of video multimedia data traffic, showing metrics like delay, packet loss
and throughput.

Key Words: LTE, simulation, performance evaluation, air interface,


multimedia traffic.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Evolução das tecnologias

Figura 2.2 - Arquitetura LTE

Figura 3.1 – Sentido de Transmissão de Downlink e Uplink

Figura 3.2 – Modo de Operação FDD e TDD

Figura 3.3 – Interferência de Downlink para Uplink em Operação TDD

Figura 3.4 – Ondas Subportadoras Ortogonais em OFDM

Figura 3.5 – Modulação FDM e OFDM

Figura 3.6 – Comparação dos Esquemas de Modulação SC-FDMA e OFDMA.

Figura 3.7 – Estrutura de Funcionamento em Bloco SC – FDMA

Figura 3.8 – Utilização da Técnica MIMO em LTE

Figura 3.9 – Esquema de Múltipla Transmissão MIMO em LTE. 10

Figura 4.1 - SER x SNR para a técnica de acesso OFDM

Figura 4.2. SER x SNR para a técnica de acesso SC-FDMA no tipo distribuído

Figura 4.3. SER x SNR para a técnica de acesso SC-FDMA no tipo localizado

Figura 4.4 – Atraso para fluxo de vídeo de 128 Kbps

Figura 4.5 – Atraso para fluxo de vídeo de 242 Kbps

Figura 4.6 – Atraso para fluxo de vídeo de 440 Kbps

Figura 4.7 – Perda de pacote para fluxo de vídeo de 128 Kbps

Figura 4.8 – Perda de pacote para fluxo de vídeo de 242 Kbps

Figura 4.9 – Perda de pacote para fluxo de vídeo de 440 Kbps

Figura 4.10 – Vazão para fluxo de vídeo de 128 Kbps

Figura 4.11 – Vazão para fluxo de vídeo de 242 Kbps

Figura 4.12 – Vazão para fluxo de vídeo de 440 Kbps


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LISTA DE SIGLAS

2G Telefonia Móvel de Segunda Geração


3G Telefonia Móvel de Terceira Geração
3GPP 3rd Generation Partnership Project
ADC Analog-to-digital Converter
AUC Central Authentication and Control
AWGN Additive White Gaussian Noise
BBERF Bearer Binding and Event Reporting Function
BCH Canal de Broadcast
CDMA Code Division Multiple Access
CN Core Network
CP Control Plane
DAC Digital-to-analog Converter
DFT Discrete Fourier Transform
DHCP Dynamic Host Configuration Protocol
DL-SCH Canal compartilhado de Downlink
EDGE Enhanced Data Rates for Global Evolution
eNode-B Elemento controlador de células de Estação Rádio Base
EPC Evolved Packet Core Network
E-UTRAN Evolved UMTS Terrestrial Radio Access Network
EvDO Evolution - Data Optimized
EXP Exponential PF
FDD Frequency Division Duplex
FDE Frequency Domain Equalization
FFT Fast Fourier Transform
GPRS General Packet Radio Service
GSM Global System for Mobile Communications
GTP GPRS Tunnelling Protocol
HSDPA High Speed Downlink Packet Access
HSS Home Subscription Server
IDFT Inverse Discrete Fourier Transform
IFFT Inverse Fast Fourier Transform
10

IMS Multimedia Sub-sistema


IP Internet Protocol
Kbps Kilobits Per Second
Km/h Kilômetro por Hora
LTE RAN LTE Radio Access Network
MBMS Multimedia Broadcast Multicast Service
Mbps Megabit por Segundo
MCH Canal de Multicast
MIMO Multiple Input and Multiple Output
M-LWDF Modified Largest Weighted Delay First
MM Mobility Management
MME Mobility Management Entity
MMS Multimedia Messaging Service
ms Milisegundo
Non-IMS Não-Operadora de serviços IMS
OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplex
PAPR Peak-to-Average Power Ratio
PCC Policy and Charging Control
PCRF Policy and Charging Resource Function
PDN Packet Data Network
PF Proportional Fair
P–GW Packet Data Network Gateway
PMIP Proxy Mobile IP
QoE Quality of Experience
QoS Quality of Service
RACH Canal de acesso aleatório
RAT Radio Access Technologies
RRM Radio Resource Management
SAE System Architecture Evolution
SAKA Authentication and Key Agreement Procedure
SC-FDMA Single Carrier Frequency Division Multiple Access
SER Symbol Error Rate
S-GW Serving Gateway
SIP Session Initiation Protocol
11

SMS Short Message Service


SNR Signal Noise Ratio
TA Rastreamento de Área
TDD Time Division Duplex
TE Terminal Equipament
TR Technical Report
UE User Equipment
UMTS Universal Mobile Telecommunication System
Uplink-SCH Canal compartilhado de Uplink
USIM Universal Subscriber Identity Module
UTRA Universal Terrestrial Radio Access
WCDMA Wide Band Code Division Multiple Access
WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 13
1.1 VISÃO GERAL ............................................................................................................. 13
1.2 TRABALHOS RELACIONADOS .................................................................................. 14
1.3 OBJETIVO ................................................................................................................... 15
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................ 15
2. TECLONOGIA LTE............................................................................................................ 16
2.1 ARQUITETURA LTE .................................................................................................... 17
2.2 Comparação LTE e WiMAX ......................................................................................... 22
3. INTERFACE AÉREA ......................................................................................................... 25
3.1 LTE NO MODO DE TRANSMISSÃO TDD e FDD ....................................................... 25
3.1.1 Estrutura do Quadro TDD em LTE .................................................................. 26
3.3 Multiplexação por Divisão de Frequência Ortogonal – OFDM ..................................... 29
3.3.1 Vantagens OFDM ......................................................................................... 31
3.4 Single Carrier Frequency Division Multiple Access (SC-FDMA) ................................ 32
3.4.1 Vantagens SC-FDMA .................................................................................... 34
3.5 OPERAÇÃO UTILIZANDO MÚLTIPLAS ANTENAS EM LTE – MIMO ........................ 35
4. SIMULAÇÕES E RESULTADOS ..................................................................................... 37
4.1 SIMULAÇÃO DA INTERFACE AÉREA LTE ................................................................ 37
4.3 ANÁLISE DAS MÉTRICAS DE QoS PARA VÍDEO ..................................................... 40
4.4 OS ESCALONADORES............................................................................................... 40
5. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ....................................................................... 47
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 48
13

1. INTRODUÇÃO

1.1 VISÃO GERAL

Com o avanço da tecnologia muitas tarefas que eram impensáveis


antigamente agora são possíveis de se realizar. O uso da telefonia móvel era restrito
apenas a pessoas da alta sociedade, pois ter um aparelho celular era considerado
como luxo, já que o custo para adquirir um era muito alto.
Hoje em dia é difícil encontrar alguém que não tenha um aparelho celular,
pois agora eles estão cada vez mais acessíveis e com planos que melhor se
adéquam a elas. Além de simplesmente fazer ligações, agora esses aparelhos
acessam emails, sites e fazem downloads de diversos tipos de arquivos, sem contar
outras funcionalidades. Porém como a demanda de largura de banda pelos usuários
está crescendo exponencialmente, essas redes parecem não estar mais atingindo
os resultados desejados. Para resolver esse problema uma nova tecnologia está
sendo desenvolvida, chamada LTE (Long Term Evolution).
A comunicação móvel é a forma de comunicação favorita dos usuários
atualmente. Isso acarretou no aumento da demanda por essa tecnologia na última
década. Nesse período também foi percebido aumento da transferência de dados
onde a rede 3GPP High Speed Packet Access (HSPA) foi introduzida (HOLMA, et.
al., 2009).
Nas últimas décadas as redes móveis têm permitido grandes avanços e
mudanças nos sistemas de comunicação, garantindo maior mobilidade e
disseminação de conteúdo. A Tecnologia LTE é a norma mais recente da evolução
da tecnologia de rede móvel padronizada pelo 3rd Generation Partnership Project
(3GPP) que utiliza novos sistemas de múltiplo acesso a interface aérea, tais como, o
OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) e o SC-FDMA (Single Carrier
Frequency Division Multiple Access) (STEFAN, et. al., 2008).
A evolução do LTE, denominado de LTE-Advanced tem como pretensão
competir com outras tecnologias de redes móveis. O LTE inclui vantagens
significativas em termos de desempenho, destacando-se pela possibilidade de uma
capacidade de navegação superior as redes 3G existentes (3GPP 2010).
14

1.2 TRABALHOS RELACIONADOS

Pesquisas feitas em outros trabalhos trouxeram informações valiosas para


complementar os estudos na área de comunicação de dados em redes sem fio,
muitas das quais mostram diferentes conceitos para LTE e sem elas, não seria
possível ter um bom conhecimento de outras técnicas adotadas para esta nova
tecnologia.
Em (MUNTEAN, et. al., 2007) foi dada uma visão geral dos princípios básicos
da interface aérea para o conceito de evolução 3G a longo prazo e inicialmente faz
um alerta para a demanda cada vez maior de utilizadores da tecnologia sem fio, a
tecnologia Wide-Band Code-Division Multiple Access – WCDMA e HSDPA que
arrematam milhões de assinantes no mundo todo e continuam a crescer em ritmo
acelerado.
Isso irá gerar concorrência cada vez mais acirrada por novas tecnologias de
redes sem fio e este trabalho mostra dados relativos às exigências que a LTE terá
que cumprir, como rendimento do usuário e eficiência do espectro de frequências.
Este trabalho descreve e avalia os componentes da interface de rádio
segundo os conceitos LTE. O uso da Divisão de Frequência Ortogonal (OFDM)
como uma nova tecnologia de transmissão adaptada ao domínio da frequência, bem
como a busca por soluções avançadas com o uso de múltiplas antenas – MIMO.
A análise de desempenho foi feita usando algoritmos que simulam altas
transferências de dados. E este propõe ainda um novo método de busca para
aprimorar a Qualidade de Serviço – QoS, a fim de melhorar a qualidade da
experiência do usuário final. Isso foi testado quando um dos diferentes fluxos de
dados provenientes de uma mesma requisição, ou pedido, foram considerados para
diferentes usuários da rede. Os resultados mostram que se forem utilizados esses
algoritmos de máxima transferência, apenas 30% dos usuários estão satisfeitos com
a qualidade oferecida, porém estes mesmo usuários estão tendo um rendimento
muito alto, como era de se esperar.
Em (Dimitrova. et. al., 2009) é feita uma comparação de desempenho de dois
sistemas diferentes de programação em transmissão uplink para LTE em diferentes
situações de uso dos equipamentos dos usuários – UE, pois este pode se localizar
em diferentes posições da área de cobertura do sinal e solicitar serviços em tempos
15

aleatórios, utilizando uma investigação minuciosa do impacto que fatores como a


alteração brusca que o número de usuários têm no desempenho do sistema como
um todo.
Foi proposto ainda um modelo equilibrado de análise, bem como uma
abordagem que permite distinguir as diferenças entre os usuários do sistema e suas
características, sendo que esta avaliação é feita em tempo real.

1.3 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é realizar a simulação da rede LTE em um ambiente


computacional. Uma das simulações corresponde a interface aérea da tecnologia, a
outra será a simulação do tráfego multimídia de vídeo, apresentando resultados
como: atraso, perda de pacotes e vazão. Será também feita uma pesquisa sobre a
rede LTE acerca de seus conceitos a aplicações propostas por ela.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está organizado em cinco capítulos. O capitulo 2 apresenta os


conceitos sobre a tecnologia LTE, como características, requisitos e uma descrição
da sua arquitetura, demonstrando cada área pertencente a ela. O capitulo 3 trata da
interface aérea da tecnologia LTE mostrando a utilização de algumas tecnologias
implantadas na o MIMO, explicando também sobre os acessos SC-FDMA e OFDM.
No quarto capitulo são feitas simulações da interface baseando-se nos canais
de downlink e uplink, além de uma simulação de trafego de vídeo, trazendo
resultados obtidos com a partir destes experimentos, mostrando também os cenários
em que foram aplicados os testes. O capitulo 5 apresenta as conclusões
desenvolvidas nesse trabalho e propostas para trabalhos futuros.
16

2. TECLONOGIA LTE

A banda larga móvel está se tornando uma realidade, o mundo vai se


acostumando a ter acesso à banda larga onde quer que vá e não apenas em casa
ou no trabalho. De acordo com (ERICSSON, 2009) a estimativa é que 3,4 bilhões de
pessoas terão banda larga até 2014, cerca de 80% serão assinantes de banda larga
móvel e a grande maioria delas estarão utilizando a tecnologia Long Term Evolution
(LTE).
Desenvolvida pela 3rd Generation Partnership Project (3GPP, 2010) para
substituir as tecnologias anteriores e suportar um grande aumento da demanda por
conectividade e suporte para as novas aplicações que as tecnologias anteriores não
suportaram por conta das suas limitações na capacidade, de disponibilidade e de
tráfego de dados, a Figura 2.1 mostra essa evolução das tecnologias e os serviços
proporcionados para os usuários de 2001 à 2010.

Figura 2.1 – Evolução das tecnologias (ALCATEL-LUCENT, 2008).

Com a implantação da rede LTE, a experiência dos usuários deverá ser muito
melhores. Vai melhorar aplicações mais exigentes, como a televisão interativa,
transmissão de vídeo instantâneo via móvel, jogos avançados e serviços
profissionais, porém essa tecnologia ainda se encontra em sua fase final de teste.
Para a implantação da LTE se faz necessário uma progressão na arquitetura
de rede, bem como uma evolução da interface de rádio e algumas tecnologias
17

utilizadas hoje em dia, para padronizar a tecnologia da melhor forma possível a


3GPP criou alguns requisitos para LTE citados em (3GPP TR 36.300, 2010):

• Aumento das taxas de pico de dados: 100 Mbps de downlink e uplink


50Mbps.
• Redução da latência de 10ms.
• A Melhoria da eficiência do espectro (2-4 vezes comparado com HSPA
versão 6).
• Migração de baixo custo da versão 6 Universal Terrestrial Radio Access
(UTRA) da interface de rádio e da arquitetura.
• Melhoria da radiodifusão.
• IP otimizada (foco em serviços no domínio de comutação por pacotes).
• Largura de banda escalável de 20MHz, 15MHz, 10MHz, 5MHz, 3MHz e
1.4MHz.
• Suporte para o espectro pareado e não pareado.
• Suporte para inter-funcionamento com os sistemas 3G e não 3GPP de
sistemas específicos.

2.1 ARQUITETURA LTE

Para atender às exigências e desempenho citadas anteriormente se faz


necessário a utilização de arquitetura simples, além de necessitar de uma redução
do número de nós da rede, envolvidos no processamento de dados e
transporte. De acordo com (HOLMA, et. al., 2009), uma arquitetura de rede plana
proporciona a melhor latência de dados (o atraso de transmissão entre o transmissor
o envio de dados eo receptor recebê-lo) e um melhor suporte de comunicações
delay sensitive, interativação e em tempo real.
A Figura 2.2 descreve os principais elementos da arquitetura LTE e a rede de
comunicação nela existente onde apenas a Evolved Universal Terrestrial Radio
Acesso Network (E-UTRAN) está envolvido. Os nós e conexões lógicas mostrados
nesta figura representam o sistema básico de configuração da arquitetura. Estes
elementos e funções são necessários em todos os casos quando E-UTRAN está
envolvido.
18

A arquitetura da tecnologia LTE está dividida em quatro principais domínios


divididos por nível: Equipamento do usuário User Equipment (UE), E-UTRAN,
Evolved Packet Core Network (EPC) e o Domínio de Serviços.

Redes externas:
Operadoras de Serviço
E Internet

Figura 2.2 - Arquitetura LTE. Fonte: (HOLMA,2009)

I) O UE é o dispositivo que o usuário final utiliza para comunicação.


Normalmente é utilizado um dispositivo portátil, como um celular, smartphone ou um
cartão de dados, como os usados atualmente em redes 2G e 3G, ou poderia ser
incorporado, por exemplo, a um desktop utilizando um ponto de acesso. UE também
contém a Universal Subscriber Identity Module (USIM), que é um módulo separado
do resto da UE, muitas vezes chamado de Equipamento Terminal (TE), usado para
identificar o usuário na rede e autenticá-lo.
II) A E-UTRAN é composta de um conjunto de eNode. O eNodeB é uma
estação rádio base que está no controle de todas as funções relacionadas com o
19

rádio na parte fixa do sistema que corresponde à célula. Geralmente, as estações


bases são distribuídas em toda a área de cobertura da rede e estão interligadas nas
antenas de rádio, atuando como intermédio entre o nível UE e EPC, transmitindo
dados entre a conexão de rádio e a conectividade IP. O eNodeB realiza a cifragem,
decifragem dos dados, compressão e descompressão do cabeçalho IP, evitando
enviar repetidamente os mesmos dados.
O eNodeB é responsável pela Radio Resource Management (RRM), ou seja,
controla o uso da interface de rádio que inclui, por exemplo, alocar recursos com
base nas solicitações, priorizando e distribuindo o tráfego de acordo com a
Qualidade de Serviço (QoS) e monitorando constantemente a situação da utilização
de recursos.
O eNodeB também tem um papel importante na Mobility Management (MM).
Ele controla e analisa o nível do sinal de rádio e medições realizadas pelo UE,
tornando as medidas tráfego de dados semelhantes entre os UE, e com base
nesses toma decisões para entregar os UEs entre as células. Isso inclui entrega e
troca de sinalização entre outros eNodeBs e o MME.
III) Mobility Management Entity (MME) é o principal elemento de controle no
EPC. Ele fica localizado na central de controle do operador e só funciona no Control
Plane (CP). Ele é a chave de controle para o nó de acesso na rede LTE. Ele é
responsável pelo modo ocioso UE, acompanhando o processo de paginação e
fazendo retransmissões. Ele está envolvido na ativação e desativação do processo e
também é responsável pela escolha do Serving Gateway (S-GW) para uma UE na
fase inicial e em tempo de anexar de transmissão LTE envolvendo Core Network
(CN) localizando no nó. Por fim ele é responsável pela autenticação do usuário
através da interação com o HSS.
Após o UE ser registrado pela primeira vez na rede, o MME inicia a
autenticação. Ele descobre a identidade do UE a partir da rede visitada
anteriormente ou dos dados da UE em si própria; solicitados junto a Home
Subscription Server (HSS) para analisar a origem dos vetores de autenticação.
Posteriormente ele solicita os dados para a UE, e compara a resposta do UE à rede
doméstica. Esta função é necessária para assegurar que a UE é quem diz ser. Os
detalhes de autenticação EPSAKA são definidos em (3GPP TS 33.401,2009).
Mobility Management (MM): O MME mantém os registro da localização de
todas as UEs na sua área de serviço. No momento em que a UE faz seu primeiro
20

registro para a rede, o MME vai criar uma entrada para a ele, e sinalizar o local para
o HSS da rede que o UE está lá.
O MME solicita os recursos necessários para o UE ser inserido no eNodeB,
como no S-GW que seleciona para a UE. O MME, então, mantém o rastreamento do
local da UE dentro do eNodeB onde ele se encontra, se a UE permanece conectado,
ou seja, está em comunicação ativa, ou a nível de Rastreamento de Área (TA), que
é um grupo de eNodeBs, o UE vai passar para o modo ocioso, pois manter um
caminho de dados ligado não é necessário. O MME controla a criação e liberação de
recursos com base nas alterações da UE analisando na atividade solicitada por ele.
O MME também participa do controle de sinalização para passagem de um modo
ativo entre UE eNodeBs, S-GWS ou MMEs.
IV) O Serving Gateway (S-GW) é responsável pelo gerenciamento do
tunelamento e comutação da rede, ele faz parte da infra-estrutura da rede mantida
na instalação central de operação. Quando a interface é baseada em S5/S8 GPRS
Tunneling Protocol (GTP), o S-GW gera túneis GTP em todas as interfaces, desta
forma, realiza o mapeamento entre os fluxos de serviços IP e túneis GTP são
criados na P-GW, não conectando o S-GW.
Neste momento, todo o controle que está relacionado aos túneis GTP, e vem
tanto do MME ou do P-GW, quando a interface S5/S8 utiliza o Proxy Mobile IP
(PMIP), o S-GW irá realizar o mapeamento entre os fluxos de serviços IP em S5/S8
e túneis GTP em interfaces S1-U. O S-GW tem um papel muito menor em funções
de controle se comprado com as funções presentes em MME e P-GW.
Ele só é responsável por seus próprios meios com base nas solicitações do
MME, P-GW ou Policy Charging Resource Function (PCRF), que agem sobre a
necessidade de criar, modificar ou apagar os portadores de UE. Se o pedido foi
recebido P-GW ou PCRF, o S-GW também transmitirão o comando para o MME
para que ele possa controlar o túnel para eNodeB. Da mesma forma, quando o MME
iniciou o pedido, o S-GW envia sinal para tanto o P-GW ou a PCRF, dependendo se
S5/S8 é baseado em GTP ou PMIP, respectivamente.
V) O Packet Data Network Gateway (P-GW) possui a função de roteador de
borda entre o EPC e as redes externas de pacotes de dados. Apresenta o maior
nível de mobilidade entre sistema 3GPP e não-3GPP, tais como, Worldwide
Interoperability for Microwave Access (WiMAX) e 3GPP2 (CDMA 1X e EvDO).
Geralmente, executa o tráfego de propagação e funções de filtragem quando exigido
21

por um determinado serviço. O P-GW se necessário realiza a função do Dynamic


Host Configuration Protocol (DHCP), ou consulta um servidor DHCP externo, para
fornecer o endereço para a UE.
Ele configura portadores com base nos pedidos, que são feitos através da
PCRF ou do S-GW, que retransmite as informações presentes no MME. Neste
último caso, a P-GW também precisa interagir com o PCRF para receber as
informações adequadas do controle de política, se isso não está configurado no P-
GW localmente. O P-GW também tem a função de controle do fluxo de dados para
fins contábeis, bem como para a interceptação legal.
P-GW é a mobilidade de mais alto nível de presente no sistema. Quando a
UE se move de uma S-GW para outra, os carregadores têm que ser ligado no P-
GW. Ele vai receber uma indicação para mudar os fluxos provenientes dos novos S-
GW.
VI) A função do PCRF (Policy and Charging Resource Function) é a de
gerenciar a política controle e o carregamento do mesmo, realiza tomada de
decisões sobre como lidar com serviços de QoS e fornece informações para a PCEF
localizado no P-GW, e, se aplica também aos BBERF localizado no GW-S, de modo
que os portadores de policiamento adequado e pode ser definida para cima. PCRF
faz parte do quadro Policy and Charging Control (PCC) definidas em (3GPP TS
23.203,2010). PCRF é um servidor normalmente localizado com outros Control
Network (CN) em centros de mudança de operador.
VII) O Home Subscription Server (HSS) é um repositório de dados de
assinatura, usado para guarda todos os dados do usuário, ele também é
responsável por registrar a localização do usuário no nível de nó visitado rede de
controle, tais como MME. É um servidor de banco de dados mantido nas instalações
centrais de operação da LTE. Os armazenamentos HSS da cópia base do perfil do
assinante, que contém informações sobre todos os serviços que são disponibilizados
a um determinado usuário, incluindo informações sobre as conexões Packet Data
Network (PDN). O HSS também contém a função que, em caso de um UE estiver
em estado de roaming para uma determinada rede visitada ele analisa as
informações da operadora da rede, para informar se determinada função é permitido
ou não para este usuário.
O HSS também guarda as identificações daqueles P-GWs que estão em uso.
Utilizando na Central de Autenticação (AUC), para armazenar a chave permanente,
22

que é utilizada para calcular os vetores de autenticação que são enviados para uma
rede visitada para realizar a autenticação de usuários e posteriormente a derivação
das chaves de criptografia e proteção da integridade.
No último nível da arquitetura LTE encontra-se os serviços externos,
geralmente os serviços da Internet, por exemplo, servidor web para serviços de
navegação na web, ou para um servidor Session Initiation Protocol (SIP) para o
serviço de VoIP. Outros serviços disponibilizados são os serviços IMS (IP Multimídia
Sub-System): O IP Multimedia Sub-sistema (IMS) é serviço das máquinas que o
operador pode utilizar para fornecer serviços usando o SIP. O 3GPP IMS tem uma
arquitetura própria definida , serviço definido pelo 3GPP que utiliza o SIP e serviços
não definidos na norma IMS.
Outro tipo de serviço disponibilizado nesta camada é o Non-IMS, não-
operadora de serviços IMS baseados: A arquitetura IMS para não-operadora de
serviços baseados não está definido nas normas da 3GPP. O operador pode
simplesmente colocar um servidor em sua rede, e as UEs se conectarem através de
algum protocolo acordado, que seja suportado por uma aplicação na UE
Os bons requisitos de desempenho do LTE, descritas anteriormente, assim
como a capacidade de fornecer altas taxas de bits, dependem de tecnologias da
camada física, de acordo com (ALCATEL-LUCENT, 2008). A camada física do LTE
é caracterizada pelo princípio de projeto de uso de recursos com base na alocação
dinâmica de recursos compartilhados, em vez de ter os recursos dedicados
reservados para um único usuário.
A camada física deve ser capaz de fornecer a atribuição dinâmica de
recursos tanto para a variância da taxa de dados e para a divisão de recursos entre
diferentes usuários. Desta forma, o LTE contém apenas canais de transporte
comuns, os canais são: Canal de Broadcast (BCH), Canal de Multicast (MCH), Canal
compartilhado de Downlink (DL-SCH), Canal compartilhado de Uplink (uplink-SCH) e
Canal de acesso aleatório (RACH).

2.2 Comparação LTE e WiMAX

A busca de uma nova tecnologia para suportar a demanda de fluxo de dados


fez com que algumas tecnologias surgissem com o intuito de atender essa
23

necessidade, e a LTE e WiMAX foram as duas que obtiveram mais sucesso e


acabaram competindo no mercado sobre a qual seria a tecnologia base para a
quarta geração. Depois de um período de competição LTE acabou se sobressaindo
sobre WiMAX, pois apresentava algumas características como citadas em (EBERLE
DIETER, 2010).
Quando se trata de cobertura, os sinais de WiMAX podem alcançar até 50
km, porém com uma degradação do sinal conforme a distância aumenta. WiMAX
possui uma performance melhor para distâncias mais curtas até 5 km. LTE, por outro
lado, pode cobrir até 100 km em sua célula, que é o dobro da cobertura WiMAX. O
fato de que LTE também oferece conectividade com velocidades de até 350
quilômetros por hora possibilitando estar conectado em uma rede LTE de dentro de
um veiculo, mostra com destaque a superioridade da arquitetura segundo (EBERLE
DIETER, 2010).
Segundo (KRAPICHLER, 2007) afirma-se que a tecnologia LTE pode até
desligar o transmissor quando há pausas de transmissão de dados em uma
chamada mais longa. Ele também utiliza SC-FDMA no uplink, que é mais eficiente
que o OFDM. Isso faz com que dispositivos móveis utilizem menos energia,
aumentando o tempo de vida da bateria. A tabela 2.1 faz uma comparação entre as
tecnologias LTE e WiMAX.
O WiMAX tem a vantagem de ter sido desenvolvido alguns anos antes do
LTE, por isso tem mais implantações pelo mundo de empresas de telecomunicação
envolvidas do que LTE. Por outro lado, do desenvolvimento da LTE vem crescendo
muito rápido e alcançando bons resultados, fato que fez algumas empresas de
telecomunicações se afastassem do WiMAX e começassem a implantar a LTE
segundo (EBERLE, 2010).
A multinacional Cisco voltada para telecomunicações anunciou que vai parar
de oferecer soluções WiMAX (COMPUTER WORLD, 2010). Alcatel-Lucent e outras
empresas de telecomunicação fizeram um anúncio de mudança pro LTE. Porém
algumas empresas optaram por continuar a desenvolver seus serviços de WiMAX.
O fato de ter sido desenvolvido pela 3GPP, a rede LTE possui outra vantagem
porque o 3GPP desenvolveu também a geração das redes anteriores, como GSM e
UMTS. Tornando mais fácil uma implementação ou uma mudança de tecnologia de
UMTS ou GSM para LTE levando em consideração que a infra-estrutura dessas
tecnologias podem ser aproveitada.
24

Tabela 2.1 – Comparação entre LTE e WiMAX.


LTE WiMAX 802.16e
Tecnologia MIMO MIMO
Downlink:OFDM Downlink:OFDM
Uplink:SC-FDMA Uplink:OFDM

Pico de velocidade Downlink: Downlink:46Mbps


100Mbps(20MHz,2x2 MIMO) Uplink: 7Mbps
Uplink: 50Mbps(20MHz,1x2)

Taxa de transferência 5Mbps-12 Mbps(downlink) 2Mbps-4 Mbps(downlink)


media do usuário 2Mbps- 5Mbps(uplink) 500Kbps- 1.5Mbps(uplink)

Latência de plano do 15 ms 50 ms
usuário

Largura de banda 20MHz,15MHz,10MHz,5MHz, 3,5MHz,5MHz,7MHz,8,75MHz,


e<5MHz 10MHz

Espectro 1.25, 2.5, 5, 10, 15 e 20 MHz 2.3, 2.5, 3.5, 5.8 GHz

Mobilidade Conectividade com ate 350km/h Conectividade com ate


120km/h

De acordo com (EBERLE, 2010), a tecnologia LTE deve assumir a liderança


como próxima rede de telecomunicações geração. Ainda assim isso não quer dizer
que o WiMAX não tenha futuro. WiMAX vai ficar como um concorrente por um tempo
e ainda atenderá a um grupo de clientes que ainda utilizarão a tecnologia.
25

3. INTERFACE AÉREA

O procedimento de envio de sinal via rádio para unidades móveis de usuários


finais pode melhorar consideravelmente pela adoção do padrão LTE, cujo acesso
por este meio é chamado de Evolução UMTS para Acesso Via Rádio (E-UTRAN). É
possível também aumentar a habilidade de transmissão e diminuir o intervalo de
tempo desde que uma solicitação é feita até quando esta seja efetivamente
atendida, chamado de "latência de uso" ou "tempo de resposta". Isso faz com que o
usuário final tenha mais flexibilidade no deslocamento em terra com uma nova
experiência dessa tecnologia.
Com a escolha do protocolo de transmissão IP como meio de transporte de
dados e informações de todo tipo, (ELETRONICS, 2011) o LTE está preparado para
fornecer suporte ao tráfego ponto a ponto com o objetivo de principal de garantir a
Qualidade de Serviço (QoS) com os diversos serviços LTE.
Ter-se-á, portanto serviços de tráfego de voz integrados com outros serviços
de multimídia. As primeiras implementações em LTE aconteceram em 2010 e a
disponibilidade para a expansão no mercado está prevista para dois ou três anos
depois disso (MACHADO & SODRÉ, 2009).
Ainda de acordo com (MACHADO & SODRÉ, 2009) um dos objetivos do LTE
é adotar rigorosos requisitos de desempenho que dependem das condições de
tecnologia da camada física, como o Orthogonal Frequency Division Multiplexing
(OFDM) e a tecnologia de múltiplas antenas na transmissão e na recepção,
conhecida como Multiple-Input and Multiple-Output (MIMO).
Outro dos objetivos é diminuir a complexidade do equipamento utilizado e
permitir uma prática mais flexível da divisão de frequências em uma distribuição
nova ou em outras mais existentes, a fim de permitir a convivência com outras
tecnologias de acesso via rádio (RAT) da 3GPP.

3.1 LTE NO MODO DE TRANSMISSÃO TDD e FDD

Segundo (MYUNG & GOODMAN, 2008) transmissão por divisão da


frequência Frequency Division Duplex (FDD) e transmissão por divisão do tempo
Time Division Duplex (TDD) foram adaptados para que ambas possam trabalhar de
26

forma semelhante ao OFDM na emissão downlink e SC-FDMA


SC FDMA na recepção uplink,,
ver Figura 3.3. Para comprovar isso,
isso o modo de transmissão TDD, juntamente com o
modo FDD estão inseridos
inserido no mesmo grupo de detalhes
detalhes técnicos das operações
operações
OFDM e SC-FDMA,
FDMA, incluindo também a mesma arquitetura da camada física com
uma ligeira diferença nas operações de downlink e uplink.
Como foi dito também
também em (HOLMA & TOSKALA, 2009), o padrão por divisão
FDD (Frequency Division Duplex) utiliza duas bandas
bandas separadas de freqüência,
permitindo ao terminal
terminal móvel transmitir em uma frequência
frequência e receber em outra. A
freqüência na qual a estação-base
estação base transmite é chamada de link direto (downlink
downlink).
). Já
a utilizada pelo terminal móvel é conhecida por link reverso (uplink
( plink),, ver Figura 3.1.
3.1

Figura 3.1 – Sentidos de Transmissão Downlink e Uplink

3.1.1 Estrutura do Quadro TDD em LTE

É indispensável que qualquer sistema de comunicação sem fio, seja este


celular ou qualquer outro equipamento, seja capaz de transmitir em ambas as
direções ao mesmo tempo. Isso permite que, no caso do telefone celular, as
conversas possam ser faladas e ouvidas ao mesmo tempo. Ou quando da troca de
dados seja possível a comunicação parcial ou totalmente simultânea nos dois
senti
sentidos.
De acordo com (ELETRONICS, 2011) há necessidade em se identificar com
facilidade em qual direção a transmissão está sendo feita. Já foram citados
anteriormente os links de transmissão em recepção e emissão, mas existe uma
27

variedade de diferenças entre ambos que vão desde a quantidade de dados


carregados desde o formato dessa transmissão:
• Uplink: representa a emissão do dispositivo que o usuário utiliza para
comunicação – UE para a estação rádio base – eNodeB.
• Downlink: representa a transmissão da estação rádio base – eNodeB que
está no controle de todas as funções relacionadas com o rádio na parte fixa
do sistema, para a unidade ou equipamento do usuário – UE.

A fim de ser capaz de transmitir nas duas direções o equipamento do usuário


– UE deve possuir um sistema duplo ou duplex. Existem duas formas de sistemas
duplos utilizados no LTE: o Time Division Duplex (TDD) por divisão de tempo e o
Frequency Division Duplex (FDD) por divisão de frequências.
Em resumo, para aplicações em comunicações sem fio é necessário que o
transmissor e o receptor sejam organizados de forma que eles possam transmitir e
receber ao mesmo tempo, ou seja, estejam em “regime de duplex” (ELETRONICS,
2011). A FDD utiliza dois canais: um para receber outro para transmitir; o TDD usa
apenas uma freqüência, porém aloca intervalos de tempo diferentes para enviar e
receber.
Como mostra a Figura 3.2 esta é a diferença fundamental em relação ao FDD
onde diferentes frequências são utilizadas para transmissão e recepção constante,
(HOLMA & TOSKALA, 2009).

Figura 3.2 – Modo de Operação FDD e TDD. Fonte: (Holma & Toskala, 2009).

A Tabela 3.1 a seguir apresenta uma série de vantagens e desvantagens em


se utilizar o TDD e FDD que atraem operadores de comunicação móvel e
naturalmente são refletidas no LTE (ELETRONICS, 2011).
28

Na transmissão por divisão do tempo de freqüência é utilizada a mesma faixa


de freqüência para emissão e recepção, porém, isso é feito em tempos diferentes. A
grande vantagem desse padrão de transmissão vem da possibilidade de reservar
dinamicamente a largura de banda entre as transmissões de downlink ou em uplink.

Tabela 3.1 – Vantagens e Desvantagens TDD e FDD para LTE

PARÂMETRO LTE-TDD LTE-FDD

Emparelhamento do Não há necessidade de que os feixes Há necessidade do


Espectro de freqüência estejam ligados lado a emparelhamento dos feixes
lado pois o meio de comunicação é de freqüência com separação
um só. suficiente entre os mesmos
para permitir a transmissão e
recepção simultânea.

Custo do Equipamento Custo baixo pois não necessita do Há necessidade do divisor de


divisor de sinais para duas saídas, sinais para isolar o
sendo isso um aspecto de grande transmissor e o receptor,
importância devido ao número sendo portanto de custo mais
elevado de produção dos elevado.
equipamentos de usuários – UE.

Canal Comum O canal de propagação é o mesmo em Canal com características


ambos os sentidos o que permite diferentes em ambos os
transmitir e receber pela mesma via sentidos, como resultado da
um conjunto de parâmetros. utilização de diferentes
freqüências.

Faixa de Proteção Existe uma faixa de proteção Também é deve existir a


necessária para que as transmissões faixa de proteção para um
um downlink e uplink não se isolar o uplink e o downlink.
choquem. Às vezes é necessário o Quanto maior esta faixa
aumento dessa faixa para se a menor será a possibilidade
propagação de sinais for maior. de impacto.

Transmissão A emissão descontínua é necessária A emissão descontínua


Descontínua para permitir a transmissão em também é necessária
downlink e uplink. Isso pode
prejudicar o desempenho do
amplificador de potência no
transmissor.

Contudo como o uplink e o downlink compartilham a mesma faixa de


frequências o sinal nesses dois sentidos pode interferir uns com os outros. Esta
situação é ilustrada na Figura 3.3.
29

Interferência do
UE1 para UE2

Bloco de
recepção

Figura 3.3 – Interferência de Downlink para Uplink em Operação TDD não Sincronizada. Fonte:
(Holma & Toskala, 2009)

Em (HOLMA & TOSKALA, 2009) para se utilizar os recursos de divisão de


tempo – TDD no LTE todas as emissões em uplink devem ser colocadas em estado
de espera enquanto qualquer recurso downlink é usado e, inversamente, o downlink
precisa ser totalmente cancelado quando qualquer uma das unidades está
transmitindo na direção de uplink.

3.3 Multiplexação por Divisão de Frequência Ortogonal – OFDM

De acordo com (HOLMA & TOSKALA, 2009) a tecnologia OFDM permite


conciliar alta velocidade na transmissão de dados com baixo custo e eficácia quanto
ao consumo de energia. Isso é o resultado da combinação de técnicas OFDM com
SC-FDMA: o primeiro com um vantajoso esquema de múltiplo acesso para recepção
em downlink e o segundo para recepção em uplink.
Ainda de acordo com (HOLMA & TOSKALA, 2009), a idéia básica do OFDM –
LTE é a transmissão simultânea de vários sinais em códigos, introduzidos ou
combinados, numa mesma via, ou canal, de comunicação. Isso se consegue devido
à divisão das bandas de frequências em milhares de subportadoras estreitas, cada
um transportando em sua capacidade máxima uma parte do sinal que será
combinado na recepção para formar o dado transmitido. Um dos objetivos do OFDM
é evitar problemas de interferências entre esses subcanais no meio de transmissão.
30

O sucesso da implementação OFDMA para uma variedade de aplicações


abriu portas para adoção deste na transmissão de rádio via downlink pelo 3GPP
para a evolução a longo prazo – LTE. No mesmo sentido segue o uso do SC-FDMA
para transmissão em uplink. Os conceitos básicos de OFDM tem se adaptado
perfeitamente as necessidade do LTE, por isso OFDM foi escolhido de forma natural
para uso na evolução a longo prazo, (MYUNG & GOODMAN, 2008).
De acordo com (ELETRONICS, 2011), o OFDM é uma forma de transmissão
que utiliza um grande número de ondas portadoras em faixas estreitas. Em
condições normais era de se esperar que os sinais transportados por essas faixas
interferissem uns aos outros, mas por causa da ortogonalidade dessa transmissão
não há interferência alguma entre os sinais. Os dados a serem transmitidos são
divididos entre todas as ondas subportadoras e isso significa que, com uma técnica
de correção de erros, se dados são perdidos por causa de múltiplos caminhos então
esses ainda podem ser refeitos.
OFMDA utiliza ondas subportadoras ortogonais que se sobrepõem no
domínio da frequência. A Figura 3.4 mostra o espectro de sinais de dez ondas
ortogonais com espaçamento mínimo de separação (MYUNG & GOODMAN, 2008).
As características que marcam o uso de OFDM para LTE são sua ótima
resistência a interferências e seu formato de modulação bastante adequado para o
transporte de altas taxa de dados (ELETRONICS, 2011).
AMPLITUDE

SUBPORTADORAS

Figura 3.4 – Ondas Suportadoras Ortogonais em OFDM. Fonte: (MYUNG & GOODMAN, 2008)
31

3.3.1 Vantagens OFDM

Também segundo (MYUNG & GOODMAN, 2008) a principal vantagem do


sistema de transmissão de rádio em banda larga é a forte redução da interferência
entre os sinais, pois de outra forma causaria maior carga de processamento do sinal
em um receptor. Resumindo tem-se a seguir outras das vantagens do OFDM:
• Para um determinado meio em que o sinal se propague com atraso a
complexidade do aparelho receptor é bem menor do que se fosse feita
uma transmissão com uma única onda de transporte.
• A eficiência de espectro é elevada porque se utiliza ondas portadoras
ortogonais que se sobrepõem no domínio da frequência.
• A demanda pode ser significativamente aumentada através da
adaptação da taxa de dados com ondas subportadoras de acordo com
a Relação Sinal Ruído (SRN) da subportadora individual.

No FDM cada onda subportadora é posta paralela uma "ao lado" da outra
para depois separá-las na recepção. Já no OFDM é feita uma sobreposição dessas
ondas resultando no ganho de largura do espectro em até 50%, como mostra a
Figura 3.5.

Figura 3.5 - Modulação FDM e OFDM

Ainda segundo (MYUNG & GOODMAN, 2008) a principal desvantagem do


OFDM é em decorrência do alto consumo de energia dos terminais devido a
Potência Média de Pico (PAPR). O sinal transmitido é a soma de todas as ondas
subportadoras moduladas, e picos de grandes amplitudes são inevitáveis pois
muitas das ondas subportadoras chegam ao receptor de uma só vez.
32

Foi decisão do 3GPP em especificar para o futuro o OFDM para transmissão


em downlink nos terminais celulares e SC-FDMA para transmissão uplink de
transporte. A carga principal do transmissor, que funciona como amplificador de
potência, e a carga imposta no receptor principal, que por sua vez atua como
compensador de interferência atuará nas estações de base em vez de terminais
portáteis (MYUNG & GOODMAN, 2008).
Um dos desafios do OFDM é conseguir eficiência máxima da potência do
amplificador de transmissão e ao mesmo tempo obter um consumo mínimo de
energia (HOLMA & TOSKALA, 2009).

3.4 Single Carrier Frequency Division Multiple Access (SC-FDMA)

A fim de cumprir as exigências dos requisitos para alta taxa de transferência


de dados, ótimo tempo de resposta e boa eficiência do espectro foram adotados
para LTE um novo plano para acesso múltiplo em sua interface aérea. Trata-se de
um novo método de transmissão em uplink para LTE. Trás em seu conteúdo uma
forma modificada de OFDM com desempenho de transferência e complexidade
semelhante a este, porém possui alta complexidade em relação à recepção de sinal
pois este tem que passar por múltiplos caminhos até seu destino. Mas em sua
essência herda todas as vantagens de OFDM, (IXIA, 2009).
Single Carrier Frequency Division Multiple Access (SC-FDMA) será
implantado no futuro em sistemas de telefonia celular, (MACHADO & SODRÉ, 2009)
este realiza a operação de múltiplos acessos pela divisão da frequência com um
único transportador.
Foi adotado também para padronizar a criação envio e reprodução de
arquivos de multimídia pela 3rd Generation Patnership Project – 3GPP e atraiu a
atenção da indústria de comunicações do mundo como uma alternativa para OFDM.
Sua técnica, representada pela Figura 3.6, consiste em transmitir uma única
onda subportadora de cada vez por um determinado instante de tempo, ao invés de
transmitir diversos conjuntos de sinas ao mesmo tempo como no OFDMA. Uma
característica consiste na baixa relação entre a potência de pico e a potência média
associada de todos os sinais, PAPR. Esta relação influencia diretamente no
33

tamanho do prefixo cíclico – Cyclic Prefix, (CP) que é um intervalo responsável por
separar os blocos de sinais para que não aja interferência entre estes.

Figura 3.6 – Comparação dos Esquemas de Modulação SC-FDMA e OFDMA. Fonte:


(Machado & Sodré, 2009)

Para ser possível transmitir um sinal através de um caminho que faz a


separação deste em diversas frequências é necessário utilizar um método de
modulação das ondas de transmissão que faz transporte múltiplo deste sinal.
Quando se transmite em diversas frequências, aumenta-se a capacidade de
adaptação para transportar altas taxas de dados com maior Relação do Sinal com o
Ruído (SNR). O modelo de sistema para este método de transmissão pode ser visto
na Figura 3.7.
Outra característica é que SC-FDMA não apresenta ortogonalidade entre
subportadoras, porém possui ganho de eficiência espectral, resultando em menor
largura de banda por causa do menor espaçamento do prefixo cíclico, também
conhecido como “intervalo de guarda”, (MACHADO & SODRÉ, 2009).
34

Figura 3.7 – Estrutura de Funcionamento em Bloco SC-FDMA. Fonte: (Lim & Myung, 2007)

3.4.1 Vantagens SC-FDMA

Conforme dito em (IXIA, 2009) da mesma forma que OFDM o SC-OFDMA


também possui vantagens a ser consideradas:
• Robustez para propagação de sinais por vários caminhos, o que o
torna adequado para sistemas de banda larga sem fio.
• Baixa potência de pico, o que implica em menor consumo de energia
por parte dos terminais de usuários – UE. Isso se deve em parte a seus
amplificadores de potência que são mais simples e eficientes.
As diferentes implementações das tecnologias OFDM e SC-FDMA consistem
em apenas 2 blocos: Transformada Discreta de Fourier (DFT) e Transformada
Inversa de Fourier (IDFT). É de se prever que esses métodos de acesso e
transmissão, cujas características se destacam das tradicionais (TDM, CDMA e
outras), certamente estarão num patamar de dominação das tecnologias de
telecomunicações num futuro bem próximo.
35

3.5 OPERAÇÃO UTILIZANDO MÚLTIPLAS ANTENAS EM LTE – MIMO

Para operação LTE utilizando múltiplas entradas e múltiplas saídas, Multiple


Input and Multiple Output – MIMO, é feita primeiramente uma distinção entre MIMO
para um único usuário e MIMO para vários usuários. O primeiro melhora a vazão de
dados para este usuário, enquanto que o segundo aumenta o rendimento da célula
aos diversos usuários. A técnica MIMO depende de diversas antenas na
transmissão e diversas antenas na recepção, por essa característica a probabilidade
de chegada do sinal no receptor é maior, bem como sua capacidade de maior
volume de dados transmitidos para atender maior demanda. Há também o efeito de
multipercurso para transmissão em downlink e a replicação de sinais para maior
confiabilidade do sistema, conforme mostra a Figura 3.8.

DIVERSIDADE PARA MULTIPLEXAÇÃO DE


COMUNICAÇÃO MAIS CONFIÁVEL DADOS PARA MELHOR AVALIAÇÃO

Capacidade de Formação de feixe


melhoria da demanda por célula Para melhoria de cobertura

Figura 3.8 - Utilização da Técnica MIMO em LTE. Fonte: (BWN, 2009)

No sistema MIMO o transmissor envia vários fluxos por múltiplas antenas de


transmissão, ver Figura 3.9. A transmissão desses fluxos passa por um canal
principal que consiste de múltiplos caminhos entre várias antenas emissoras no
transmissor e múltiplas antenas no receptor. Então o receptor recebe os vetores do
36

sinal recebido pelas múltiplas antenas receptoras e decodifica os vetores do sinal


recebido na informação original (HONTZEAS, 2009).
Atualmente, técnicas de multiplexação espacial fazem com que os receptores
sejam muito complexos. Por isso é feita uma combinação da Divisão de Frequência
Ortogonal (OFMD) com a Divisão de Frequência Ortogonal por Acesso Múltiplo
(OFDMA) onde os problemas surgidos pelo caminho de múltiplos canais são
tratados de forma eficiente.

Figura 3.9 – Esquema de Múltipla Transmissão MIMO em LTE. Fonte: (Wireless, 2009)

Como visto em (BWN, 2009) as técnicas MIMO melhoram o desempenho do


sistema e capacidade dos serviços. Em seu nível mais alto, a transmissão por
antenas múltiplas em LTE pode ser dividida em diversidade de transmissão e
multiplexação do espaço. A primeira alternativa pode ser vista como uma técnica
para se obter a média dos sinais recebidos, evitando-se assim profundas baixas por
desvanecimento que ocorre por antena.
A segunda alternativa utiliza várias antenas tanto no lado do transmissor
quanto no lado do receptor para fornecer transmissão simultânea de múltiplos fluxos
de dados em paralelo em um link simples de rádio, aumentando significativamente
as taxas de pico de dados através deste link.
37

4. SIMULAÇÕES E RESULTADOS

Nessa seção foram realizadas duas implementações, onde na primeira a


proposta é simular a interface aérea da tecnologia LTE, baseado nos canais de
downlink e uplink, utilizando respectivamente o acesso OFDM e SC-FDMA. Na
simulação do acesso OFDM foi utilizado, para comparação, o canal AWGN (Additive
White Gaussian Noise), efeito do usuário com baixa mobilidade e com alta
mobilidade. Para o acesso SC-FDMA a simulação utilizou a variação do espectro
de frequência utilizado pela tecnologia LTE, tais como, 5, 10, 15 e 20 MHz.
A segunda implementação foi a simulação do tráfego multimídia de vídeo, em
que foram analisadas as métricas de QoS de atraso, perda de pacotes e vazão. A
simulação foi realizada com o software LTE-Sim de código aberto apresentado por
(PIRO, et. al., 2010).

4.1 SIMULAÇÃO DA INTERFACE AÉREA LTE

As simulações realizadas nesta seção foram realizadas utilizando uma rotina


desenvolvida por (HYUNG, 2008) no software Matlab, adaptado para essa proposta.
Os parâmetros de simulação para o modo de acesso OFDM e SC-FDMA utilizados
no experimento estão presentes na Tabela 4.1.

Tabela 4.1. Parâmetros de simulação para o modo de acesso OFDM e SC-FDMA.

OFDM SC-FDMA
Espectro de Frequência 5 MHz 5, 10, 15 e 20 MHz
Tipo de Modulação QPSK QPSK
Prefixo Cíclico 20 amostras 20 amostras
Nº de subportadoras/bloco 16 8 e 16
Nº de Símbolos 512 256

A simulação da técnica de acesso OFDM, neste experimento, não considerou


o canal com desvanecimento, para a simulação foi considerado um canal que inseria
apenas ruído AWGN no sinal transmitido. A Figura 4.1 mostra a simulação do
acesso OFDM, às curvas de SER (Symbol Error Rate) em relação a SNR (Signal
38

Noise Ratio), para o canal de ruído AWGN, simulação de baixa mobilidade (variação
baixa do móvel) e alta mobilidade (variação alta do móvel).
No gráfico da Figura 4.1 observa-se que para o canal AWGN, para uma
SER=10-6, uma relação sinal/ruído de aproximadamente 15 dB, o que significa que é
possível transmitir com uma potência relativamente baixa e obter um símbolo errado
por 106 símbolos transmitidos. Para uma variação do móvel em baixa mobilidade, no
experimento, a relação SER/SNR pouco variou em relação ao canal AWGN, que
representa um dos ruídos mínimos na literatura. No entanto, para a variação do
móvel em alta mobilidade, as curvas de SER em relação a SNR foi bastante
significativo, como esperado no experimento.

Figura 4.1 - SER x SNR para a técnica de acesso OFDM.

Figura 4.1 - SER x SNR para a técnica de acesso OFDM

A Figura 4.2 mostra a simulação da técnica SC-FDMA, com 256 símbolos


para o tipo distribuído SC-FDMA, e a Figura 4.3 para o tipo localizado SC-FDMA. No
gráfico da Figura 4.2 observa-se que o tipo distribuído da técnica SC-FDMA
apresentou valores maiores de SNR, com a variação do espectro de frequência da
tecnologia LTE, comparados ao gráfico da Figura 4.3 do tipo localizado da técnica
SC-FDMA.
Nota-se que o melhor caso do espectro de freqüência, para a técnica SC-
FDMA tipo localizado foi a freqüência de 15 MHz, comparado ao canal AWGN. Em
39

relação ao pior caso do espectro de freqüência para a técnica SC


SC-FDMA
FDMA tipo
distribuído foi de 10 MHz apresentando valores maiores de SNR, Figura 4.2.
2. Na
técnica SC-FDMA
SC FDMA para o tipo distribuído, o melhor caso para o espectro de
frequência também apresentou o valor de 15 MHz e o pior caso o 10 MHz, para 256
símbolos.

Figura
ura 4.2. SER x SNR para a técnica de acesso SC-FDMA
SC FDMA no tipo
tipo distribuído.

Figura
ura 4.3. SER x SNR para a técnica
técnica de acesso SC-FDMA
SC FDMA no tipo localizado.
40

4.3 ANÁLISE DAS MÉTRICAS DE QoS PARA VÍDEO

Os resultados das simulações são mostrados a partir das seguintes análises:


(1) análise do tráfego de multimídia de vídeo a partir da métrica de atraso, (2)
análise do tráfego de multimídia de vídeo a partir da métrica de perda de pacotes,
(3) análise do tráfego de multimídia de vídeo a partir da métrica de vazão.
Para a simulação foi utilizada uma topologia de rede com apenas uma célula
com área de cobertura de 1 Km, composta por uma eNodeB, um conjunto de
usuários (UEs) que variam de 5 à 40 distribuídos uniformemente dentro do raio de
cobertura da célula e um MME. Os UEs estão se movendo à uma velocidade de 3
Km/h dentro da área de cobertura.
Em cada métrica analisada foram comparados os escalonadores Proportional
Fair (PF), Modified Largest Weighted Dealy First (M-LWDF) e Exponential PF (EXP-
PF), variando-se a codificação de vídeo transmitida, que no nosso caso foi de 128,
242 e 440 Kbps.

4.4 OS ESCALONADORES

O escalonador PF considera a qualidade do canal e vazão anteriores do


usuário. O objetivo é maximizar a vazão garantindo igualdade entre os fluxos (PIRO,
et. al., 2010). A métrica , é obtida através da relação entre a taxa de dados
instantânea disponível e a média da taxa de dados obtida anteriormente:

,
• , =

• = 0.8 − 1 + 0.2

A média da taxa de dados é obtida pelo intervalo de tempo de transmissão


e o intervalo de tempo de transmissão anterior −1 .
O escalonador M-LWDF suporta múltiplos dados dos usuários com diferentes
parâmentros de QoS. Considerando o atraso de pacotes , a probabilidade é
definida como a probabilidade máxima de atraso , . A métrica é definida como:
,
• , = , .
41

Onde é obtido por:

• =-
!

A respeito do escalonador EXP-PF (PIRO, et. al., 2010) afirmam que ele foi
desenvolvido para aumentar a prioridade de fluxos em tempo real respeitando os
fluxos com tempo não real. A métrica é calculada através de:

& '()*, + , ,
• , = "#$ % 0 ;
-. √,

onde 1 ! é o número de fluxos de downlink em tempo real definida em:

-
• #= ∑26-
34
,
234

Nas Figuras 4.4, 4.5 e 4.6 são mostrados os valores correspondentes à


métrica atraso com relação a variação do número de UEs, variando-se as
codificações de vídeo. Percebeu-se que os escalonadores M-LWDF e EXP-PF
tiveram resultados melhores para o fluxo de vídeo se comparados com o
escalonador PF. Os valores de atraso para o escalonador PF tiveram resultados
muito elevados e acima das recomendações da (3GPP, 2010) que sugere um valor
inferior a 100 ms. Nas Figuras 4.4 e 4.5, os valores de atraso assumiram valores
altos a partir de 25 e 15 UEs, respectivamente. Na Figura 4.6 notou-se que os
valores de atraso ultrapassaram a tolerância a partir de 10 UEs, chegando a 946 ms
e seu pior caso foi um atraso de 2250 ms quando o número de UEs estava em 35, o
que leva a concluir que o escalonador PF não é adequado para esse tipo de tráfego,
sendo assim, recomendados os escalonadores M-LWDF e EXP-PF para esse tipo
de transmissão.
42

Figura 4.4 – Atraso para fluxo de vídeo de 128 Kbps.

Figura 4.5 – Atraso para fluxo de vídeo de 242 Kbps.

Esses altos valores de atraso também influenciaram para uma alta perda de
pacotes. Para os escalonadores EXP-PF e M-LWDF notou-se que os valores de
atraso não sofreram grandes alterações mesmo com uma codificação de vídeo alta
43

de 440 Kbps, o que confirma o fato de eles serem recomendados para aplicações
em tempo real.

Figura 4.6 – Atraso para fluxo de vídeo de 440 Kbps

As Figuras 4.7, 4.8 e 4.9 mostram os resultados da métrica de QoS de perda


de pacotes em relação ao número de UEs, variando-se a codificação de vídeo. Nota-
se que na Figura 4.7, o escalonador PF acompanha a eficiência dos demais até 15
UEs, mas a partir de de 20 UEs, a perda teve um aumento significativo se
comparado aos escalonadores EXP-PF e M-LWDF. Na Figura 4.9 de vídeo de 440
Kbps, a perda de pacotes já se encontrava mais elevada a partir 10 usuários, o que
foi influenciada pelo alto valor de atraso presente na Figura 4.6.
É interessante ressaltar também que os escalonadores EXP-PF e M-LWDF
tiveram bons resultados no geral e apresentaram taxas de perda de pacotes
praticamente iguais, de 53,67% e 53,61%, respectivamente, na Figura 4.8 para 40
UEs em uma transmissão de vídeo.
44

Figura 4.7 – Perda de pacote para fluxo de vídeo de 128 Kbps

Figura 4.8 – Perda de pacote para fluxo de vídeo de 242 Kbps


45

Figura 4.9 – Perda de pacote para fluxo de vídeo de 440 Kbps

A métrica de vazão é apresentada nas Figuras 4.10, 4.11 e 4.12. Para vídeo
de 128 Kbps na Figura 4.10, os três escalonadores se mantiveram em um mesmo
nível até 15 UEs, mantendo uma média de 0,92 Mbps e conforme o número de UEs
foi aumentando, a vazão apresentou taxas menores para o escalonador PF.

Figura 4.10 – Vazão para fluxo de vídeo de 128 Kbps


46

Figura 4.11 – Vazão para fluxo de vídeo de 242 Kbps

No entanto, a diferença maior de vazão foi percebida na simulação de


transmissão de vídeo de 440 Kbps na Figura 4.12, onde enquanto que o
escalonador PF apresentava vazão de 0.98 Mbps para 40 UEs, os escalonadores
EXP-PF e M-LWDF obtiveram valores de 2,17 e 2,16 Mbps, respectivamente,
confirmando que para esse tipo de transmissão, esses dois escalonadores são mais
recomendados para o uso.

Figura 4.12 – Vazão para fluxo de vídeo de 440 Kbps


47

5. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS

Através do desenvolvimento deste trabalho foi possível obter um


conhecimento mais amplo sobre o que é essa nova tecnologia que está sendo
implementada, pois foi através de pesquisas que foram levantadas novas questões
acerca do assunto para a obtenção de resultados.
Foram mostrados os conceitos básicos da arquitetura LTE e comparada sua
eficiência com a tecnologia WiMAX, que também é considerada inovadora. Testes
foram realizados e foram apresentadas duas simulações dessa nova tecnologia. As
implementações feitas comprovaram as teorias da rede no que diz respeito às
métricas de Qualidade de Serviço, sendo elas: atraso, perda de pacotes e vazão.
As vantagens oferecidas pela rede LTE são muitas e se forem
implementadas em larga escala, como está sendo prometido, poderá atender às
necessidades dos usuários finais por um período de tempo considerável.
Os estudos e simulações aqui apresentados podem ser úteis para
profissionais que queiram ingressar em um estudo sobre o que foi mostrado durante
os capítulos apresentados.
Como trabalho futuro poderá ser abordado qualidade QoS de serviço para
transmissão pela arquitetura LTE – Radio Access Network (LTE RAN). Trata-se de
um método de fiscalização de tráfego de dados que executa duas funções básicas:
protege a rede para que esta não fique sobrecarregada e garante que os requisitos
do serviço de envio para alta taxa de dados estão sendo obedecidos, (Ekström &
Ericsson, 2009).
Nota-se que neste caso este método é aplicado especialmente no uplink de
transmissão. O LTE RAN deve, portanto, fornecer mecanismos para dar suporte à
transmissão eficiente e boa utilização do espectro de banda, bem como eliminar a
presença de “pontos de falha” na transmissão.
Outra proposta seria de avaliar as métricas da Qualidade de Experiência –
QoE percebida pelos usuários com o uso de equipamentos ou protótipos para
distribuição em amostra para um determinado grupo de pessoas.
48

6. REFERÊNCIAS

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Acessado em 21/03/2011

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49

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