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Os Cinco Agregados
Hoje para encerrar este ciclo, juntaremos as duas coisas. Agora que já
sabemos que Deus é quem cria e que os seres humanizados se iludem
dando valores para as coisas, vamos descobrir de onde nascem e como
se formam as ilusões.
Os discípulos dizem que não sabem e que por isso mesmo vieram
conversar com Sidarta. O mestre pede, então, que eles conversem com
Sariputta (um discípulo de Buda que já podia ser considerado um
mestre), pois ele saberia orientá-los.
É sobre estes “cinco agregados” e a vida vivida através deles que iremos
falar. Falaremos sobre a formação da realidade que cada espírito vive
como real, mas que é maya, ilusão, pois é formada através da ação dos
“cinco agregados”.
Mostraremos que tudo que para o ser humanizado é real, tudo que é
verdadeiro, é formado pela ação destes “cinco agregados”. Veremos,
ainda, que este caráter de verdadeiro e real que o ser humanizado
aplica ao fruto da ação através dos “cinco agregados” é uma “paixão”.
No entanto, precisamos antes falar mais um pouco sobre as paixões e
desejos humanos.
Através do Livro dos Espíritos aprendemos (pergunta 27) que tudo que
existe é formado primariamente por um único elemento do universo.
Naquele livro este elemento é chamado de fluído universal, mas
também é conhecido como fluído cósmico universal, matéria energética
força, etc. O nome pelo qual se trata o elemento primário do universo
não importa, mas sim a compreensão de que tudo que existe no
universal materialmente falando é formado por ele.
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Pergunta 27 a.
maya. É algo que os seres utilizam apenas enquanto estão presos ao
mundo de provas e expiações, enquanto está humanizado.
Por exemplo: você está sentado em uma cadeira. Este objeto que apóia
o corpo não existe, pois é fluído universal. O corpo que o espírito está
habitando e que imagina ser ele mesmo, por ser material, também é
fluído universal. O ar que existe entre o corpo e a cadeira e ao redor
dele, não é ar, mas sim fluído universal.
Pela “forma” que é criada pelo ser humanizado preso aos “cinco
agregados”. Neste trabalho ainda falaremos como se criam as formas,
mas neste momento o importante é entender que a forma não é do
objeto, mas apenas criação do espírito humanizado.
Para poder viver a Realidade do universo (uma massa compacta de
fluído universal) é que o espírito precisa se libertar da ação do agregado
“forma”. Se você não criar formas para as coisas não se apaixonará
positiva ou negativamente por elas. Abolindo as formas da sua
existência compreenderá, então, o maya em que vive: a ilusão de estar
sentado numa cadeira, fumando um cigarro, tomando um café e
olhando para este papel.
Podemos agora falar, então, em como se criam estas formas. Elas são
criadas pelas percepções do espírito. Vamos conversar sobre o segundo
agregado do espírito, ou seja, um elemento que não é dele, mas que
utiliza enquanto humanizado.
Percepções são “coisas” que são percebidas pelo espírito através dos
órgãos sensoriais do corpo. Como dissemos antes, a percepção existe
mesmo quando o ser está desencarnado. Por isso, o corpo a que nos
referimos aqui não é apenas o físico, mas também o perispiritual. As
percepções podem ser recebidas tanto pelo olho, por exemplo, do corpo
físico como pelo olho que existe no perispírito.
A percepção é o fruto daquilo que entra pelo olho, pelo ouvido, pelo
nariz, boca e pelos órgãos de sensibilidade espalhados por todo
elemento material que o espírito está utilizando. A imagem captada pelo
olho, o som captado pelo ouvido, o cheiro, o paladar e a sensibilidade
captados pelos seus órgãos próprios são percepções.
Mas, muita coisa está se passando ao seu redor. Por exemplo: à sua
volta, não importa onde esteja, existem diversos espíritos conversando
entre si: isto faz parte da Realidade do universo. Como você não os
ouve afirma que eles não existem ou que está sozinho.
É isso que o Buda nos ensina. Você não pode se apaixonar pelo que
ouve (acreditar apenas nisso), porque existem muito mais coisas do que
aquilo que consegue perceber pelos órgãos. Não pode se apaixonar pelo
que vê, porque existem milhares de coisas além daquelas que a sua
pequeníssima capacidade de perceber “visão” é capaz de enxergar.
É justamente desta limitada percepção e desta limitada capacidade de
conhecer o universo que nascem suas verdades. Elas estão presas ao
que você vê, ouve, cheira, prova sabor ou que tem sensação pelo corpo.
Mas, elas não são verdadeiras, pois, existem milhares de coisas além do
que é percebido pelo ser humanizado.
Pergunta: E o orgasmo?
Pergunta: E a masturbação?
Espiritual, é uma oração individual, pois neste momento você faz sexo
com Deus. Quando você busca Deus através da oração solitariamente e
se liga perfeitamente ao Pai e entra em êxtase, realizou uma
“masturbação”.
Sim, é um ato material. Aliás, o ato material não é você nem o corpo
que faz: é Deus.
Estes seres não participariam do sexo grupal, pois ainda acham que o
seu companheiro é o único com quem, por respeito ou qualquer outra
crença individualista, podem fazer sexo.
No entanto, gostaria de deixar bem claro: não estou dizendo que tem
que “virar bagunça”. O que estou querendo afirmar é que é necessário
se libertar da obrigação, pois enquanto alguém achar que só pode fazer
sexo com seu marido ou mulher, estará preso a uma percepção.
Esclareço isto para não dizerem que eu sou anarquista. Quem faz com
um ou com vários parceiros está sempre perfeito no sentido espiritual,
desde que o faça livremente, sem culpa ou prazer.
Não se pode culpar ninguém que se liberte dos conceitos, pois, quem
está liberto da lei está melhor de quem é preso à lei: palavras de Paulo.
Dentro do exemplo que nós demos, quando ouvir uma coisa que falei e
ter uma sensação de “não gostar”, Deus dirá: você não gostou por isso,
por aquilo, por causa daquilo outro. Os motivos porque não gostou não
importam, pois são mayas (verdades individuais, ilusões). A ação divina
ao dar a formação mental é no sentido de mostrar ao ser humanizado
uma só coisa: você não gostou, ou seja, você teve uma sensação
individualista para a percepção da forma que teve.
Isto ocorre porque o ser humanizado é guiado pela lógica, pela razão.
Ele só acredita naquilo que pensa e nada mais existe. Por isso acha que
pensa para depois sentir. No entanto, os acontecimentos acontecem
nesta seqüência. É por isso, também, que Buda ensina os agregados
nesta ordem: ele conhecia a realidade.
É difícil falar sobre aquilo que vocês não possuem valores, formas, que
não pode ser mensurado. É muito difícil falar da vida inconsciente que
existe junto ao consciente porque o ser humanizado é apegado ao
consciente como única realidade.
Isso você pode e precisa compreender e a partir daí optar por utilizar o
seu livre arbítrio para estar sempre harmonizado com os
acontecimentos da vida, em paz e na felicidade incondicional.
Agora, que Deus traduz a escolha feita pelo livre arbítrio em idéias,
pensamentos, tenha apenas como informação e não tente entender
como isto se processa, pois este conhecimento ainda está além do seu
conhecimento.
Mas, porque o espírito age assim? Para explicarmos isso vamos agora
falar do último agregado: a consciência. O que é consciência? Memória.
Ela é composta por verdades arquivadas, sejam elas sentimentais
(sensações) ou materiais (formas).
Aquele que crê na sua superioridade precisa vencê-la, pois somos todos
iguais perante o Pai. Para mostrar a Deus que pode utilizar o seu livre
arbítrio amando-O acima de todas as coisas e ao próximo, o ser coloca
em sua consciência verdades e sensações que exprimam esta
superioridade.
Sem a existência dela a vida não teria valor algum, pois não haveria
vitória se o ser humanizado estivesse sem a arrogância. Como vencer
uma coisa que não se combate?
Agora que está formado o “exército” que deverá ser combatido (o ego),
o espírito precisa organizar o “campo de batalha”. Para isto ele
escreverá as situações da vida (acontecimentos) que participará e Deus,
como provedor da oportunidade de elevação, fará acontecer.
Quando ele vivencia a ilusão (“eu não gosto”) como verdade, não
compreende que ela foi criada justamente para ser vencida. As histórias
da vida (valores que o pensamento dá às coisas) não são reais, pois
seus valores são criação dos espíritos. As histórias da vida são meras
obras de ficção que os seres criam para, pela interação entre ambos
depois de encarnados, poderem executar suas provas.
Se a vida para o ser espiritualizado só oferece limão, ele não luta contra
ela sonhando em comer laranja. Ele chupa o seu limão com paz, com
harmonia, doando a sua intenção a Deus (propositor dos carmas) que só
lhe deu limão para chupar.
Fala da ilusão de que o ser humano tem de que “nasceu” para ser
servido pelo mundo quando é exatamente ao contrário: ele “nasceu”
para que o mundo lhe sirva não o contentando, pois só quando eles
agem desta forma o ser tem condições de executar o seu trabalho
espiritual.
Para que você seja servido pelo mundo (só acontecer o que “gosta”)
seria necessário que os outros lhe servissem (fizesse aquilo que você
quer). Isto para mim tem um nome: exploração. Aquele que quer mudar
o mundo e não a si (suas sensações) explora os outros para ser feliz.
É por isso que o mundo não trabalha ao nosso favor (não acontece só o
que queremos). É por isso que a vida acontece contrariamente ao que
queremos. Se acontecesse apenas o que queremos era mais fácil
permanecer vivo (viver na consciência material), do que buscar a
ressurreição (vida na consciência espiritual) e nenhum trabalho
espiritual seria realizado.
É por não ter a consciência de que aquele que não faz o que queremos é
nosso amigo (nos auxilia na elevação espiritual) que o tratamos como
“inimigo”. Não viemos a este mundo para viver apenas com as pessoas
que nos satisfazem, pois como Cristo ensina, é fácil abraçar um amigo,
quero ver é cumprimentar o inimigo. Nós pedimos para interagir com
pessoas que não nos satisfazem para poder aprender a “caminhar” ao
lado do suposto inimigo sem guerreá-lo, mas servindo-o, ou seja,
amando-o.
Acho que agora fica claro que o que é real para você é ilusão, pois ainda
está preso à obra fictícia que você mesmo criou e colocou “dentro” de
você para se libertar e assim conseguir alcançar a felicidade
incondicional nesta vida e uma boa posição depois do desencarne.
Tente aplicar o que eu falo nos ensinamentos dos mestres. Tente aplicar
os ensinamentos de Cristo no que conversamos hoje.
Se seu olho lhe faz pecar, arranque-o fora, pois é melhor entrar no reino
do céu sem um olho do que ir para o inferno com o corpo inteiro: deixe
de “ver” as coisas, ou seja, deixe e dar valor aos acontecimentos da
vida.
Retire a trave que está no seu olho e não o cisco que está no olho do
próximo, pois o problema é o que você “enxerga” (atribui sensação) e
não o que o outro está fazendo.
Desta forma, o que eu falo é Real, mas o que você compreende é maya.
Essa realidade ou informação real foi trazida por André Luiz no livro
“Nosso Lar”.
Sim isso é verdade. A sua vida, o que você conhece como vida é uma
atividade mental e não física. Nem física de corpo nem física de espírito:
é somente a ação dos cinco agregados do espírito.
Não é com o braço, com a perna ou com qualquer outra parte do corpo
(ações físicas) que se vence a elevação espiritual. Por isso Cristo disse
que se qualquer parte do corpo lhe atrapalhar á jogue fora.
São ficções que você valoriza criando mayas, vivendo a ação dos cinco
agregados como se fosse realidade.