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ACIDENTES DO TRABALHO E-LEARNING

ACIDENTES DO TRABALHO

1. Acidente do trabalho

No que concerne ao acidente de trabalho, o mesmo


encontra-se integrado na Previdência Social – Lei de
Benefícios da Previdência Social, nº 8.213/91 e pelo
regulamento da Previdência Social – Decreto-lei nº
3.048/99, com alterações da lei nº 9.876/99 e do decreto
3.265/99.
Importante salientar que, acidente de trabalho abrange
diversas modalidades, a saber:

-acidente-tipo;
-doenças ocupacionais: a. doenças profissionais; b.
doenças do trabalho;
-doenças do trabalho por equiparação.

a. Acidente-tipo: é o acidente propriamente dito,


acontecimento repentino e imprevisto, causador do
dano. Ocorre pelo exercício do trabalho, provocando
a morte ou a redução da capacidade para o
trabalho. Nesse tipo estão abrangidos o empregado
e certas categorias especiais de segurados, a saber:
o meeiro e o arrendatário rural – art. 19 da lei nº
8.213/91.
b. Doença profissional (ou tecnopatia) refere-se a
perturbação da saúde cuja causa são fatores
adversos típicos de certos ramos de atividade, como
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a siliose, advinda do trabalho em pedreiras. Nesses


tipos de doenças do trabalho, não se presume de
antemão o nexo de causalidade, pois pode ou não
estar relacionada com o exercício do trabalho, uma
vez que depende das condições especiais em que é
executado e da avaliação médica – art. 20, II da lei
nº 8.213/91. Alguns exemplos desse tipo de doença
são as perturbações auditivas, males da coluna
vertebral decorrentes de posições viciosas ou
esforço repetitivo. Constam relacionados no decreto
3.048/99, anexo II, as doenças profissionais e
doenças do trabalho.
c. Doenças do trabalho por equiparação: são
aquelas cuja origem não é causa única do dano,
mas apenas uma concausa, ou a chamada causa
indireta, como os casos de moléstia preexistente da
coluna vertebral, cuja mesma acaba agravada pelo
tipo de trabalho realizado pelo empregado. Ainda
nesse prisma, podem-se relacionar outros casos em
que o trabalho, por si, não causou dano algum, nem
agravou nada, na saúde do trabalhador. O dano
nesse caso, advém de fatores alheios ao trabalho,
por ocasião da realização do trabalho, ou no local
do trabalho ou em certas situações equiparadas por
lei art. 21, lei nº 8.213/91.

Sendo assim, no que tange ao acidente de trabalho,


importante frisar nesse caso, que o acidente do trabalho,
em qualquer de suas modalidades, somente será
indenizável, caso ocorra a morte ou a redução da
capacidade de trabalho do obreiro.

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2. Segurados

No que tange ao seguro de acidentes do trabalho, aplicar-


se-á aos empregados em geral (com ou sem registro)
exceto aos empregados domésticos, trabalhadores
eventuais, aos presidiários, trabalhador eventual, militares,
servidores públicos estatutários, autônomos.
Salienta-se, por oportuno, que não se pode confundir
trabalhador avulso com trabalhador autônomo, uma vez
que o avulso labora sem vínculo empregatício, para uma ou
mais empresas, com intermediação do sindicato – ex:
portuários, enquanto que o autônomo independe de
qualquer intermediação sindical.
No que concerne ao custeio da Previdência Social, as
empresas contribuem com 20% (vinte por cento), em regra,
sobre o total de sua folha de pagamento aos empregados,
sem limites ou tetos – decreto nº 3.048/99.

3. Salário de Contribuição e Salário de Benefício

Importante frisar a diferença entre o salário de contribuição


e salário de benefício, uma vez serem coisas distintas.
O salário de contribuição corresponde ao valor sobre o
qual será calculada a contribuição devida à Previdência
Social, considerando as faixas e alíquotas determinadas na
legislação social vigente. Por exemplo: para o empregado o
salário de contribuição é o total de sua remuneração em
uma ou mais empresas, não podendo ser inferior ao piso
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salarial da categoria ou ao salário mínimo, caso não haja


piso – art. 14, da EC 20.

Já o salário de benefício corresponde às prestações


pecuniárias pagas aos beneficiários pela Previdência Social
e não pode ser maior do que o salário de contribuição,
sujeitando-se, inclusive, a teto determinado pela
previdência.

4. Tipos de benefícios acidentários

a.Auxílio doença – corresponde a 91% (noventa e


um por cento) do salário de benefício, e pago a
partir do 16º dia de afastamento do trabalho, até a
alta médica ou a reclassificação do benefício.
Importante frisar que, até o 15º dia, será a empresa
responsável pelo pagamento do salário integral do
empregado – art. 60, § 3º da lei nº 8.213/91).
Salienta-se, por oportuno, que o auxílio doença
acidentário independe não possui período de
carência – art. 26, II da lei nº 8.213/91.
b.Auxílio acidente – quando terminado o período
de tratamento, e se houver restado seqüelas que
reduzam a capacidade para o trabalho exercido
habitualmente, terá o acidentado direito ao auxílio
acidente, cujo valor corresponde a 50% (cincoenta
por cento) do salário de benefício,
independentemente do grau de incapacidade.
Conforme súmula 146 do STJ, quando o
trabalhador for vítima de novo infortúnio fará jus a
apenas um único benefício. Consoante art. 86, § 1º

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da lei 8.213/91, tal benefício será cancelado quando


do início de qualquer espécie de aposentadoria ou
no óbito do segurado.
c.Outro tipo de auxílio acidente – refere-se a
acidentes cujo mesmo não possui qualquer
conexão o trabalho. Conforme art. 86, c/c art. 18, §
1º da lei 8.213/91, é necessário que se trate de
empregado, trabalhador avulso ou segurado
especial. Com relação ao valor do benefício, será
de 50% do salário de benefício.
d.Aposentadoria por invalidez acidentária –
consoante art. 44, da lei 8.213/91, em sobrevindo
incapacidade total e definitiva em conseqüência do
acidente, terá o acidentado direito à aposentadoria
por invalidez acidentária, cujo valor será de 100%
do salário de benefício, e caso haja necessidade da
assistência permanente de outra pessoa, o
benefício será acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento), conforme art. 45 da lei 8.213/91.
e.Pensão por morte – consoante art. 75, da lei
8.213/91, resultando em morte do empregado, terão
os dependentes direito à pensão por morte cujo
valor corresponde a 100% (cem por cento) do valor
da aposentadoria que o segurado recebia, ou
daquela a que teria direito se estivesse aposentado
por invalidez .
f.Abono anual - conforme arts. 40 da lei 8.213/91
e 120 do Decreto 3.048/99, o abono anual
corresponde ao 13º salário, pago pela Previdência
Social, no montante equivalente a 1/12 por mês do
benefício recebido.

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5. Estabilidade provisória

É aquela em que o acidentado fica licenciado do emprego


durante o período do auxílio doença acidentário, cuja
mesma é provisória e por 12 meses após a cessação do
benefício. Importante salientar, que referida estabilidade
não se aplica no caso de trabalhador temporário e nem nos
contratos por prazo determinado.

6. Dolo ou culpa – responsabilidade concorrente do


empregador

Sendo o acidente causado por dolo ou culpa do


empregador, ou de seu preposto, caberá indenização,
mediante ação própria e sem prejuízo dos benefícios na
legislação previdenciária.
Nesse patamar, a responsabilidade do INSS é objetiva
contratual, independe de culpa, já no caso do empregador
a responsabilidade é subjetiva, cujo embasamento são os
critérios da culpabilidade civil.

Importante salientar que o fato do trabalhador laborar sem


o registro do contrato de trabalho, não lhe retira o direito do
benefício acidentário, uma vez que cabe ao INSS a
fiscalização do recolhimento da contribuição.

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Referências bibliográficas:

Carrion. V. Comentários à Consolidação das Leis do


Trabalho. 33ª edição. São Paulo. Saraiva. 2008.
Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo.
Saraiva. 2008.
Lei nº 8.213/91;
Decreto nº 3.048/99;

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