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DEFINIÇÃO DA PLANÍCIE DE
INUNDAÇÃO DE COLATINA-ES
RELATÓRIO TÉCNICO
2016
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
RELATÓRIO TÉCNICO
BELO HORIZONTE-MG
2016
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
RELATÓRIO TÉCNICO
Ficha Catalográfica
196p, il. Inclui tabelas, figuras e gráficos (Série Hidrologia). Versão digital e impresso em papel.
RELATÓRIO TÉCNICO
BELO HORIZONTE-MG
2016
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
MINISTRO DE ESTADO
Carlos Eduardo de Souza Braga
DIRETOR-PRESIDENTE
Manoel Barretto da Rocha Neto
SUPERVISORA DE HIDROLOGIA
Elizabeth Guelman Davis
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
CRÉDITOS DE AUTORIA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO....................................................................................................21
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................23
2 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO.....................................................................25
2.1. Cheias Históricas em Colatina.............................................................26
3 METODOLOGIA...................................................................................................31
3.1 Levantamento de Dados........................................................................31
3.1.1 Dados hidrológicos................................................................31
3.1.2 Dados Topográficos...............................................................32
3.1.2.1 ModeloTopográfico da SANEAR.........................32
3.1.2.2 Modelo Topográfico de Terreno do Iema.............32
3.1.2.3 Levantamentos Topobatimétricos........................33
3.1.2.4 Delimitação das Cheias e
Levantamentos de Dados com GPS....................35
3.2 Levantamentos de Pontos Topográficos................................................36
3.3 Modelo Digital de Terreno....................................................................38
3.4 Análise de Frequência...........................................................................39
3.5 Modelo Hidráulico HEC-RAS..............................................................40
3.6 Identificação dos Locais Inundados......................................................41
4 RESULTADOS........................................................................................................43
4.1 Curva-Chave..........................................................................................43
4.2 Análise de Frequência............................................................................45
4.3 Modelo Hidráulico.................................................................................47
4.4 Mapa das Áreas Inundáveis...................................................................52
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..............................................................55
6 REFERÊNCIAS.....................................................................................................57
ANEXOS...................................................................................................................59
XI
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Lista de Figuras
Figura 1 - Localização do Município de Colatina-ES..............................................25
Figura 2 - Vazões médias e máximas mensais registradas
na estação Colatina, código 56994500....................................................26
Figura 3 - Perfil transversal da estação Colatina,
código 56994500.....................................................................................26
Figura 4 - Série de vazões diárias máximas anuais
(m3/s) do Rio Doce em Colatina.............................................................27
Figura 5 - Enchente de 1979 em Colatina................................................................27
Figura 6 - Enchente de janeiro de 1997 em Colatina (CPRM, 1997).......................28
Figura 7 - Cotas horárias da estação Colatina Corpo de Bombeiros,
código 56994510, em dezembro de 2013................................................28
Figura 8 - Cotas máximas observadas entre 1997 a 2013.......................................29
Figura 9 - Croqui da localização das estações fluviométricas em Colatina.............31
Figura 10 - Croqui das curvas de nível do modelo topográfico da SANEAR..........32
Figura 11 - Croqui do arruamento do modelo topográfico da SANEAR.................32
Figura 12 - Recorte do MDE do IEMA na região de Colatina.................................33
Figura 13 - Localização das seções batimétricas levantadas
pela CPRM na calha do rio Doce..........................................................33
Figura 15 - Localização das seções batimétricas levantadas
pela CPRM na calha do rio Santa Maria...............................................34
Figura 14 - Localização das seções batimétricas levantadas
pela CPRM na calha do rio Pancas........................................................34
Figura 16 - Pontos levantados na campanha de Janeiro de 2014.............................35
Figura 17 - Pontos levantados na campanha de Abril de 2014.................................36
Figura 18 - Detalhe dos pontos levantados na região central na
campanha de Abril de 2014...................................................................36
Figura 19 - Croqui da metodologia de determinação dacota zero da régua.............37
Figura 20 - Metodologia de visada adotada, em planta............................................38
Figura 21 - Metodologia de visada adotada, em seção.............................................38
Figura 22 - Croqui da utilização das informações disponíveis para
obtenção do modelo digital de terreno de Colatina...............................38
Figura 23 - Exemplo dos pontos levantados em campo antes da interpolação........39
Figura 24 - Exemplo dos pontos levantados em campo após a interpolação...........39
Figura 25 - Locação das seções topobatimétricas do rio Doce, utilizadasno
modelo hidráulico..................................................................................40
Figura 26 - Tela do modelo hidráulico, incluindo os rios Santa Maria e
Pancas....................................................................................................41
Figura 27 - Tela RasMapper incluindo o modelo digital de terreno.........................41
Figura 29 - Exemplo de mapeamento de inundação da margem direita do
rio Doce e margens do rio Santa Maria, para a cota de 750 cm............42
Figura 28 - Exemplo de profundidades obtidas, para TR50 anos............................42
Figura 30 - Curvas-chave existentes no banco de dados institucional
da ANA referente à estação Colatina, código 56994500,
do período de 01/1939 a 07/1976..........................................................43
Figura 31 - Curvas-chave revisadas para o período de 06/1983 a 03/2012..............44
Figura 32 - Papel de probabilidade Log-Normal (ML) da série de máximos
anuais do rio Doce em Colatina.............................................................46
Figura 33 - A mancha observada e simulada do dia 19/12/2013..............................50
Figura 34 - A mancha observada e simulada do dia 24/12/2013...............................51
Figura 35 - Perfil da linha d’água do rio Doce em Colatina associados
á diferentes Tr........................................................................................52
Figura 36 - Perfil da linha d’água do rio Doce em Colatina para diferentes
vazões....................................................................................................52
Figura 37 - Modelo digital de terreno de Colatina-ES.............................................53
Figura 38 - Mapa do perímetro urbano de Colatina-ES............................................53
XIII
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Estações fluviométricas na região de Colatina.........................................31
Tabela 2 - Alinhamento das seções topobatimétricas................................................35
Tabela 3 - Campanhas realizadas pela CPRM..........................................................35
Tabela 4 - Referências de nível e cotas zero das réguas............................................37
Tabela 5 - Curvas-chave traçadas para a estação Colatina
(56994500)................................................................................................44
Tabela 6 - Série anual de vazões máximas do rio Doce
em Colatina-ES........................................................................................45
Tabela 7 - O parâmetro da distribuição Log-Normal................................................45
Tabela 8 - Vazões do rio Doce em Colatina-ES para
diferentes tempos de retorno....................................................................46
Tabela 9 - Estações fluviométricas e cotas durante
os eventos de cheia..................................................................................47
Tabela 10 - Coeficientes de rugosidade de
Manning para as seções.........................................................................48
Tabela 11 - Validação da calibração nas estações
fluviométricas.........................................................................................49
Tabela 12 - Medida de desempenho da calibração,
pela área inundada.................................................................................52
XV
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Lista de Anexos
Anexo I - Mapas das áreas inundadas, com relação a régua
da estação Colatina Corpo de Bombeiros,código
56994510...................................................................................................59
Anexo II - Quadros com a relação da inundação de regiões,
bairros e ruas em Colatina, de acordo com
a cota da régua da estação Colatina Corpo de
Bombeiros, código 56994510..................................................................89
Anexo III - Levantamento planialtimétrico para a gerção do
modelo digital de terreno.....................................................................121
Anexo IV - Seções transversais do rio Doce em Colatina
utilizadas no modelo hidráulico...........................................................135
Anexo V - Relatório fotográfico...........................................................................175
Anexo VI - Arquivos disponíveis no CD................................................................193
XVII
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
RELATÓRIO TÉCNICO
XIX
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
APRESENTAÇÃO
Este relatório apresenta as informações relevantes os principais eventos de inundação registrados na cidade
levantadas durante o planejamento e elaboração dos de Colatina, a descrição das estações fluviométricas
estudos de definição da planície de inundação da cidade pertencentes à Rede Hidrometeorológica e estações
de Colatina-ES, a descrição das atividades executadas e instaladas pela CPRM utilizadas para o desenvolvimento
os resultados obtidos. do trabalho.
O Relatório Técnico do Período Crítico de Dezembro Este relatório expõe a metodologia utilizada para a
de 20131 é parte integrante deste trabalho para subsídio definição das áreas inundáveis da cidade de Colatina
das informações básicas levantadas em campo referentes associadas a diferentes riscos de ocorrência de cheias
às inundações de 19 e 24 de dezembro de 2013. É através da combinação de um modelo hidráulico e um
apresentada a caracterização geral da região, descrevendo sistema de informações geográficas.
1
http://www.cprm.gov.br/publique/media/relatorio_eventos_criticos_190314.pdf
21
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
1 INTRODUÇÃO
O trecho fluvial de uma bacia hidrográfica Jones dos Santos Neves, da Coordenação Estadual do
normalmente consiste de um canal principal pelo Planejamento do Espírito Santo, em dezembro de 1981,
qual escoa grande parte da vazão e uma ou duas áreas e o Grupo Interministerial de Trabalho para Realizar
de várzea adjacentes, conhecidas como planície de Estudos para a Prevenção e Controle das Enchentes do
inundação. Quando o volume de uma onda de cheia Rio Doce.
excede a capacidade da calha principal do rio em As medidas não estruturais visam a melhor
decorrência do excesso de chuva ou pela liberação convivência da população com as enchentes e são de
de água de um reservatório a montante, provoca a caráter preventivo, podendo ser mencionado o seguro
inundação das várzeas. A planície de inundação pode de enchente, as construções à prova de enchentes,
atuar como área de armazenamento ou permitir fluxos sistemas de alerta de enchentes, etc. Dentre os projetos
independentes do canal principal que podem ou não desenvolvidos na bacia do rio Doce com o conceito de
retornar ao mesmo de acordo com as características do medidas não estruturais podemos citar o Sistema de
relevo ou formas de ocupação humana. Alerta de Enchentes do Rio Doce, implantado em 1997,
Os eventos de inundações do rio Doce são operado pela CPRM com parceria com a ANA e IGAM.
frequentes em Colatina a ponto de serem, ao longo A construção dos mapas de inundação, que abrange
das últimas três décadas, objetos de estudos/projetos o conceito de medidas não estruturais, possibilita
para a minimização das consequências das cheias. delimitar as áreas atingidas previstas por um modelo
Essas medidas de controle de enchentes significam o hidráulico, associadas às vazões e cotas do rio. Esses
gerenciamento do excesso de água e podem ser do tipo mapas podem ser utilizados como ferramentas de
estrutural e não estrutural. planejamento urbano e como base de apoio ao sistema
As medidas estruturais são as obras de engenharia de alerta, que, em função dos resultados de previsão das
construídas para reduzir os danos causados pelas cotas de inundação, permite alertar autoridades, defesa
enchentes, podendo ser citado os reservatórios, civil e, quando pertinente, a população em geral, sobre
barragens, bacias de amortecimento, diques, canais as áreas a serem atingidas pela enchente.
de desvios, etc. Alguns estudos e projetos foram Este relatório apresenta a metodologia utilizada para
realizados para controle e prevenção das enchentes a definição das áreas inundáveis da cidade de Colatina
na bacia do Rio Doce com propostas de execução de associadas a diferentes riscos de ocorrência de cheias
medidas estruturais. Podemos citar o “Plano Diretor através da combinação de um modelo hidráulico e um
de Contenção as enchentes”, elaborado pelo Instituto sistema de informações geográficas.
23
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
24
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
2 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO
O município de Colatina situa-se na região noroeste de drenagem da bacia do rio Doce em Colatina é de
do estado do Espírito Santo. Localizado no Vale do 76.400km². Dentre os principais afluentes do rio Doce,
Rio Doce, está a 135 km da capital, Vitória (Figura na região de Colatina, podem ser citados os rios Santa
1). Registra grande potencial econômico e industrial. Joana, localizado na zona rural da cidade com área de
Colatina é considerada a maior cidade do interior do drenagem de 891 km² e o rio Santa Maria do Rio Doce,
estado, possuindo população estimada de 120.677 localizado dentro da zona urbana densamente povoada,
habitantes (IBGE, 2013). sua área de drenagem é de 934 km², pela margem
A altitude média é de 71 metros, possui direita. Pela margem esquerda o principal afluente é o
clima quente úmido, com inverno seco (Classificação rio Pancas com área de drenagem de 1181 km², tendo
climática de Köppen: Aw), temperatura média de sua foz localizada logo a montante da ponte Sérgio
24,1ºC e precipitação média anual de 1200 mm. A área Ceotto, conhecida localmente como Segunda Ponte.
25
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Os eventos de enchente ocorrem no período chuvoso povoada entre o rio Doce e as encostas, principalmente
entre outubro a março. O primeiro trimestre (outubro a na margem direita do rio, onde está localizado o centro
dezembro) registra precipitação média de 488 mm e o da cidade. Essa ocupação vem sofrendo alterações
segundo trimestre (janeiro a março) registra precipitação significativas no que se refere aos aspectos de expansão
média de 412 mm. Os maiores registros de cheia do rio da cidade e construtivos, com a verticalização da região
Doce ocorrem entre os meses de dezembro e fevereiro. A central.
Figura 2 representa as séries de vazões médias e máximas O rio Doce, no trecho que corta Colatina, possui o
mensais reduzidas por ano hidrológico, período 1939 a leito aluvionar com alta deposição de sedimentos. Esses
2013, com referência à estação fluviométrica Colatina, depósitos aluviais têm suas características modificadas a
código 56994500. cada cheia ou estiagem do rio, que pode ser constatado
A ocupação da planície marginal do rio Doce em na Figura 3, a qual ilustra a mobilidade do leito na seção
Colatina está condicionada à característica de seu relevo transversal.
acidentado. Pode ser observada uma faixa densamente
Figura 2 - Vazões médias e máximas mensais registradas na estação Colatina, código 56994500
2.1 Cheias históricas em Colatina Todas as inundações desde 1939 estão registradas
nos arquivos da prefeitura, registros do Sistema de
A forma de ocupação e crescimento da cidade de Alerta da Bacia do Rio Doce e no banco de dados da
Colatina ocasiona grandes problemas para a população ANA. Entretanto, os eventos mais significativos de
em períodos chuvosos. Pelo fato de se localizar em inundação podem ser verificados na Figura 4, destacados
um vale, entre o rio e o morro, sofre frequentemente em vermelho com as respectivas datas de ocorrência e
com as inundações. O Anexo 02 apresenta uma tabela vazões de pico.
contendo detalhes dos bairros alagados com as cheias A seguir são descritos os principais eventos de cheias
em Colatina. ocorridos em Colatina.
26
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Figura 4 - Série de vazões diárias máximas anuais (m3/s) do Rio Doce em Colatina
2
Grupo Interministerial de Trabalho para Realizar Estudos para a Prevenção e o Controle das Enchentes do Rio Doce, 1982, Relatório, Quadro 2,
página 118.
27
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Cheia de 1997
Cheia de 2013
Figura 7 - Cotas horárias da estação Colatina Corpo de Bombeiros, código 56994510, em dezembro de 2013
As cheias de 1979, 1997 e 2013, mencionados referenciada no presente relatório é aquela definida
anteriormente, foram as que ocasionaram danos mais pelo Sistema de Alerta da bacia do rio Doce (cota de
significativos à cidade, porém pode ser observado na inundação igual a 520 cm na régua da estação Colatina
Figura 8, a qual ilustra as cotas máximas observadas e Corpo de Bombeiros, código 56994510, localizada em
as cotas de alerta e inundação entre o período de 1997 a frente ao 8° batalhão de polícia) e indica que a partir
2013, que a ocorrência de cheias na cidade é frequente. desse valor, alguns pontos da cidade começam a ser
Importante ser mencionado que a cota de inundação alagados.
28
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
29
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
30
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
3 METODOLOGIA
31
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
3.1.2.1 Modelo topográfico da SANEAR Também foi disponibilizado pelo IEMA – Instituto
Estadual de Meio Ambiente um modelo digital de
A SANEAR - Serviço Colatinense de Meio elevação do estado do Espírito Santo realizado em 2008,
Ambiente e Saneamento Ambiental, forneceu um em formato GeoTIFF, com escala 1:25.000 e resolução
modelo topográfico da cidade de Colatina, em formato espacial de 5m (IEMA, 2008). A Figura 12 apresenta um
AutoCAD, contendo o arruamento da cidade, os lotes e recorte deste modelo para a região de Colatina.
curvas de nível com equidistância vertical de 2 metros. Ressalta-se que este modelo representa também, com
O citado arquivo possui alcance espacial suficiente boa coerência, o fundo do rio Doce, e por este motivo
para todo o trabalho na zona urbana de Colatina, com foi utilizado para ampliação do número de seções
croqui apresentado nas Figuras 10 e 11. transversais do modelo hidráulico.
32
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Figura 13 - Localização das seções batimétricas levantadas pela CPRM na calha do rio Doce
33
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
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Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
1 19/12/13 a 22/12/13 Demarcação de pontos relativos à cheia do dia 19/12/13 e medições de vazão.
Demarcação de pontos relativos à cheia do dia 24/12/13
2 13/01/14 a 19/01/14
Amarração planialtimétrica por GPS dos pontos das cheias dos dias 19 e 24.
3 31/03/14 a 05/04/14 Levantamento de pontos topográficos dentro da zona urbana de Colatina.
35
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Figura 18 - Detalhe dos pontos levantados na região central na campanha de Abril de 2014
36
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Temos que:
hRN
Czero = (CGPS − hant ) −
1000 (1)
Onde:
Código Seção Referência de nível Cota ortométrica do RN (m) Cota zero (m)
37
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
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Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
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CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Figura 25 - Locação das seções topobatimétricas do rio Doce, utilizadas no modelo hidráulico
40
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
3.6 Identificação dos locais hidráulica, foram feitos georreferenciados, com o datum
inundados WGS84 e fuso 24.
O modelo digital de terreno de Colatina, obtido
Para obtenção das manchas de inundação, associadas conforme citado nos itens anteriores, foi convertido
a eventos de cheia observados e simulados, foi utilizada para o formato Floating Point Grid - FLT, por meio do
a ferramenta RasMapper, sendo esta parte integrante do software ArcGIS, sendo este formato mais prático para
modelo HEC-RAS. ser utilizado no RasMapper que o outro formato aceito,
Ressalta-se que, conforme já citado anteriormente, Triangulated Irregular Network – TIN. A Figura 27
todos os trabalhos desenvolvidos, inclusive a modelagem ilustra o modelo de terreno e as informações geométricas
no modelo RasMapper.
41
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Foram feitas, então, simulações para passagens das Posteriormente às simulações hidráulicas, os
cheias com tempo de recorrência de 2, 3, 5, 10, 25, resultados de inundação foram sobrepostos a mapas de
50 e 100 anos, dos eventos ocorridos em 1979, 1997, ocupação da cidade de Colatina, indicando a extensão do
2013 e da cota de inundação determinada pelo Sistema contorno da inundação em bairros e ruas da cidade.
de Alerta da Bacia do rio Doce. Além disso, com o Para tal, foram utilizados os shapes de saída do
objetivo de fornecer subsídios à Defesa Civil, através RasMapper em conjunto com o arruamento fornecido
do mapeamento de áreas inundáveis, foram feitas pela SANEAR, apresentado na Figura 11, no ArcGIS.
simulações de cheias com amplitude de cotas de 550 cm A Figura 29 ilustra a região da foz do rio Santa Maria
a 1000 cm e espaçamento de 50 cm. A Figura 28 ilustra e margem direita do rio Doce para uma cota de cheia
um exemplo de resultado das profundidades e o contorno de 750 cm, na estação Colatina Corpo de Bombeiros,
da calha do rio e a mancha de inundação de Colatina, código 56994500, localizada em frente ao 8º Batalhão
para uma cheia com tempo de recorrência de 50 anos. da Polícia Militar, na Avenida Luís Zouain. Na citada
A geração de manchas no RasMapper gera, figura é possível observar a inundação de casas do bairro
automaticamente, arquivos GeoTIFF, contendo as Adélia Giubert, localizadas na margem do rio Doce, e
profundidades de água dentro da mancha de inundação, de casa nos bairros Sagrado Coração de Jesus, Marista e
e arquivos Shape contendo a delimitação da mancha de Vila Nova, estando estes localizados às margens do rio
inundação. Santa Maria.
42
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
4 RESULTADOS
4.1 Curva-chave do rio Doce cerca 600 metros a jusante da estação
Colatina, em frente ao 8° batalhão da Polícia Militar. É do
A curva-chave é uma equação que relaciona o nível tipo FRT – Fluviográfica e Telemétrica. As informações
do rio em um ponto com monitoramento fluviométrico da previsão de cotas para Colatina do Sistema de Alerta
com a sua respectiva vazão. da Bacia do rio Doce são estimadas para esta estação.
O trecho do rio Doce que corta a cidade de Colatina A Figura 30 apresenta as curvas-chave existentes no
possui duas estações hidrométricas pertencentes à Rede banco de dados institucional da ANA referente à estação
Hidrometeorológica Nacional sob a gestão da Agência Colatina, código 56994500, do período de 01/1939 a
Nacional de Águas e operadas pela CPRM desde 1972. 07/1976. Optou-se por manter essas curvas-chave por
As cotas das duas estações possuem boa correlação. considerar adequada a extrapolação do tramo alto.
Por esse motivo pode-se estimar dados de uma estação Em setembro de 1976 a estação foi transferida para
utilizando-se informações da outra. 20 metros a jusante com o nome de Colatina Jusante
A estação Colatina, código 56994500, instalada em e código 56994502 e rebaixado o zero da régua em 1
12/1937, está localizada na margem direita do rio junto metro para evitar registros de cotas negativas. Devido
ao pilar da ponte Florentino Avidos. Essa estação é do ao acúmulo de resíduos na seção de réguas, em julho de
tipo FSDQ – Fluviométrica com medição de descarga 1983 o posto foi transferido novamente para o antigo
líquida, sedimentométrica e qualidade da água. A local retornando a sua codificação original. A operação
estação Colatina Corpo de bombeiros, código 56994510, da estação está suspensa desde 14/03/2012 devido à
instalada em 10/1985, está localizada na margem direita reforma da ponte Florentino Avidos.
Figura 30 - Curvas-chave existentes no banco de dados institucional da ANA referente à estação Colatina, código
56994500, do período de 01/1939 a 07/1976
43
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Foram revisadas as curvas-chave do período de ANA, apenas vazões médias, verificou-se a necessidade
1983 a 2005 e feitas pequenas alterações. Ao plotar as de calibrar novas curvas-chave para o período. As novas
medições posteriores a 2005, período em que não havia curvas-chave se encontram apresentadas na Figura 31 e
equações e ou tabelas definidas no banco institucional da na Tabela 5.
Parâmetros
Validade Tipo de curva Amplitude (cm)
a h0 n
23/01/1939 a 15/08/1942 Tabela - - - 30 a 650
16/08/1942 a 27/12/1947 Tabela - - - 20 a 640
28/12/1947 a 29/01/1952 Tabela - - - 40 a 650
30/01/1952 a 22/02/1954 Tabela - - - 40 a 650
23/02/1954 a 21/10/1955 Tabela - - - 30 a 650
22/10/1955 a 28/11/1958 Tabela - - - 40 a 650
29/11/1958 a 24/03/1959 Tabela - - - 50 a 650
25/03/1959 a 31/07/1959 Tabela - - - 40 a 650
01/08/1959 a 29/04/1963 Tabela - - - 30 a 650
30/04/1963 a 24/11/1964 Tabela - - - 20 a 640
25/11/1964 a 22/11/1966 Tabela - - - 40 a 650
23/11/1966 a 21/11/1977 Tabela - - - 20 a 640
01/07/1983 a 16/04/1993 Potência 273,2463 0,14 1,6419 80 a 650
17/04/1993 a 26/12/1994 Potência 293,6432 0,01 1,6035 90 a 470
17/04/1993 a 26/12/1994 Potência 279,1307 -0,27 1,5771 470 a 650
27/12/1994 a 26/12/1995 Potência 273,2463 0,14 1,6419 80 a 650
27/12/1995 a 08/12/1999 Potência 293,6432 0,01 1,6035 86 a 470
09/12/1999 a 05/01/2001 Potência 283,2122 -0,1 1,6029 80 a 470
06/01/2001 a 02/01/2002 Potência 293,6432 0,01 1,6035 74 a 470
03/01/2002 a 19/01/2003 Potência 283,2122 -0,1 1,6029 93 a 470
20/01/2003 a 17/12/2005 Potência 293,6432 0,01 1,6035 94 a 470
18/12/2005 a 13/12/2006 Potência 289,1349 -0,5 1,5125 80 a 470
14/12/2006 a 09/04/2010 Potência 279,1307 -0,27 1,5771 60 a 470
10/04/2010 a 14/03/2012 Potência 289,1349 -0,5 1,5125 40 a 470
27/12/1995 a 14/03/2012 Potência 279,1307 -0,27 1,5771 470 a 890
Curvas-Chave – Q = a (h – h0)n - Sendo h e h0 em metros
44
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
45
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
A Figura 32 permite a verificação visual do ajuste anos de tempo de retorno. Conforme apresentado na
entre a distribuição empírica e teórica Log-Normal. Tabela 8, o quantil, x(T), refere-se à vazão associada
Os quantis para 2, 3, 5, 10, 25, 50 e 100 anos de ao tempo de retorno estimado a partir da análise de
recorrência foram estimados por meio da sua função frequência.
inversa anteriormente apresentada (equação 6) e Se o quantil de referência, x(T), tem período de
pela substituição das estatísticas populacionais pelas retorno Tr, a probabilidade de uma cheia ocorrer, em
amostrais. Os resultados estão apresentados na tabela um ano qualquer, é o inverso de tempo de retorno, ou
8. A cheia do dia 24 de dezembro está associada a 71 seja, 1/ Tr.
Figura 32 - Papel de probabilidade Log-Normal (ML) da série de máximos anuais do rio Doce em Colatina
46
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Como exemplo de aplicação, a vazão de pico da cheia dessa cheia ser igualada ou superada nos próximos 5 anos
do rio Doce em Colatina ocorrida no dia 19 dezembro de é de 33%.
2013 está associada ao tempo de retorno de 13 anos, que
corresponde a uma probabilidade de 7,7% desta enchente 5
1
ser igualada ou superada em um ano qualquer. R = 1 − 1 − = 0,329 = 33%
13
1
P(Q ≥ 6924m³ / s ) = = 0,0769 = 7,7 0 0 4.3 Modelo Hidráulico
13
47
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Os coeficientes de contração e expansão adotados presença de grande quantidade de ilhas, 0,2 e 0,4
nas seções com pouca obstrução foram de 0,1 a 0,3, respectivamente. A tabela 10 apresenta os coeficientes
respectivamente e nas seções transversais com de rugosidade adotados para as seções.
48
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Validação da Calibração com as Estações Aobs ∪ Asim – interseção entre as áreas inundadas
Fluviométricas simuladas e observadas; e
Aobs ∪ Asim – é igual a Aobs + Assim – (Aobs
Os resultados da calibração, para os dois eventos Assim).
citados, estão resumidos na Tabela 11.
Pode ser verificado que os resultados são satisfatórios. Portanto F varia entre 0 para o modelo com nenhuma
A diferença máxima entre o valor observado e o simulado sobreposição entre as áreas inundadas por simulação e
é de 13 cm. observadas e 100 para um modelo em que as manchas
coincidem perfeitamente.
Validação da Calibração com as Manchas de Ressalva-se que neste trabalho para o cálculo da
Inundação medida de desempenho desconsiderou-se a calha do rio
Doce, a qual é comum às manchas simulada e observada.
Na avaliação do modelo hidráulico em conjunto A calha do rio Doce foi definida pela vazão de 3.679 m³/s.
com o modelo digital de terreno optou-se por uma A Figura 33 apresenta a mancha observada e simulada
validação dada pela extensão da mancha de inundação. para o evento de 19/12/2014, a Figura 34 apresenta
Esta comparação baseia-se na delimitação da mancha de a mancha observada e simulada do dia 24/12/2013 e
inundação levantada em campo pela equipe da CPRM a Tabela 12 o resultado da medida de desempenho da
e na mancha gerada pelo HEC-GeoRAS, aplicando a calibração, pela área inundada.
seguinte medida de desempenho (Horritt e Bates, 2002): De posse dos parâmetros do modelo hidráulico já
validados foram definidos os perfis da linha d’água para
Aobs ∩ Asim as seguintes situações:
F= .100 (8)
Aobs ∪ Asim • Vazões de 2, 3, 5, 10, 50 e 100 anos de período
de retorno com o objetivo de auxiliar no zoneamento da
Onde: planície de inundação,
Código Seção Cota observada Cota simulada Diferença (m) Cota observada Cota simulada
49
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
50
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
51
CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Fator F
Na Figura 35 estão representados os perfis da linha (Tr) e na Figura 36 estão apresentados os perfil da linha
d’água em Colatina com referência altimétrica para d’água para diversas cotas/vazões.
vazões com diversos períodos de retorno associados
Figura 36 - Perfil da linha d’água do rio Doce em Colatina para diferentes vazões
4.4 Mapas das Áreas Inundáveis Com o objetivo de fornecer informações para a
Defesa Civil em caso de cheias, foram elaborados
A primeira etapa do mapeamento das áreas mapas de inundação e profundidades com amplitude de
inundáveis de Colatina foi a elaboração da representação cotas de 550 cm a 1000 cm. A cota de inundação está
topográfica da região em estudo através de um Modelo relacionada ao nível da régua da estação Colatina Corpo
Digital de Terreno (MDT) conforme citado no item 3.3 de Bombeiros, código 56994510, instalada na margem
deste trabalho. A Figura 37 ilustra o MDT gerado a partir direita do rio Doce e localizada na rua Pedro Epichim,
das curvas de nível, seções topobatimétricas, pontos em frente ao 8º Batalhão da Polícia Militar. A cota de
levantados através de GPS, e MDE do IEMA. inundação indica que, a partir desse valor, alguns pontos
Ressalta-se que todos os mapas foram projetados em da cidade começam a ser alagados.
UTM, zona 24 e referenciados em SIRGAS 2000. Para facilitar a observação das manchas de inundação
A próxima etapa da metodologia constituiu na para as diferentes cotas foram criados mapas em zoom
criação de superfícies de inundação associadas às vazões de trechos da cidade.
com diferentes períodos de retorno (2, 3, 5, 10, 25, 50 e Foram gerados também os mapas de inundações
100 anos). referentes aos quatro maiores eventos de cheias ocorridos
4
http://www.colatina.es.gov.br/acidade/?pagina=mapas&mapa=urbano1
52
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
em Colatina, considerando as atuais condições de uso e II) descrevendo inundações pontuais, como esquinas
ocupação do solo. Os mapas citados neste item estão de ruas, divididas por regiões e bairros. Os bairros e
disponíveis no Anexo I e em CD. regiões seguiram a numeração do mapa do perímetro
Para auxiliar a identificação das áreas inundadas urbano de Colatina-ES (Figura 38), disponível no site da
previstas pelo modelo hidráulico e os respectivos prefeitura4. Dessa forma as tabelas são identificadas pelo
mapas de inundação, foram criadas tabelas (Anexo nome do bairro e região.
53
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Com o ajuste da curva-chave do posto Colatina, direita do rio Doce na região do bairro Luiz Iglésias,
código 56994500, e a realização de análises de próximo a APAE, provavelmente para a construção de
frequência de vazões máximas anuais inferiu-se a cheia grande empreendimento, a construção de um dique de
ocorrida em 19/12/2013 como possuindo um tempo de proteção e um aterro no bairro Colatina Velha. Outra
retorno de 13 anos, com uma vazão de 6.924m³/s, e o possível forma de alteração das características do perfil
evento de 24/12/13 possuindo um tempo de retorno de da linha d’água e, consequentemente, da área inundada é
71 anos, com uma vazão de 9.196m³/s. Verificou-se que a mobilidade do leito do rio no trecho que corta Colatina
o modelo hidráulico calibrado com base no evento de dado a sua característica aluvionar com alta deposição
tempo de retorno de 13 anos foi capaz de representar, de sedimentos. Esses depósitos aluviais têm suas
em regime permanente, a mancha de tempo de retorno características modificadas a cada cheia ou estiagem do
de 71 anos, indicando assim sua possibilidade de rio e também devido a contínua extração de areia.
utilização para eventos de maior ou menor magnitude. Recomenda-se que a Defesa Civil, em conjunto com
Neste trabalho avaliou-se, também, o procedimento prefeitura e outros órgãos locais, monitore o alcance das
inverso, calibrando-se com o evento de retorno de 71 manchas de inundação durante os próximos eventos,
anos, com resultados de parâmetros bastante próximos de modo a permitir uma verificação dos resultados
àqueles obtidos anterioremente. Sendo assim, também apresentados neste trabalho, além da atualização e
foram simuladas, considerando as atuais condições de validação do modelo digital de terreno. Para mapeamento
uso e ocupação do solo, as vazões máximas dos quatro das manchas sugere-se que seja utilizada a mesma
maiores eventos de cheias, a do ano de 1979, a qual está metodologia descrita no Relatório de Eventos Críticos
associada a um tempo de retorno de 327 anos, a cheia de (2013), onde se descreve como identificar as áreas
1997 com tempo de retorno de 24 anos e os dois eventos inundadas, as coordenadas geográficas, a altura da água
de 2013 citados acima. sobre a superfície do terreno, os registros fotográficos
A avaliação foi realizada comparando-se os perfis da e associando-se sempre com a cota da régua da estação
linha d’água e a extensão das manchas de inundações pertencente à Rede Hidrometeorológica Nacional,
observadas e simuladas. No caso dos perfis da linha Colatina Corpo de Bombeiros, código 56994510.
d’água foi verificado se os perfis simulado e observado Sugere-se também escolher um local na cidade para
foram coincidentes. E a avaliação da simulação da implantar uma estrutura fixa que permita registrar as cotas
mancha de inundação observada foi realizada com atingidas pelas enchentes. Esse local deve ser próximo
uma modificação da medida de desempenho proposta ao rio Doce e suscetível às inundações, de preferência
por Horritt e Bates (2002), onde foi possível constatar em regiões que não estão sujeitas a alterações estruturais,
pequenas diferenças. Essas pequenas diferenças como prédios públicos, praças, pilares da Segunda Ponte.
(manchas observadas e simuladas), consideradas não Esses registros subsidiarão futuros estudos hidrológicos
significativas podem ter várias causas, dentre elas pode- na cidade.
se citar que a metodologia empregada não permite As vazões do rio Doce superiores a 4.500 m³/s
definir áreas inundadas por refluxo de esgotos ou da rede começam a ocasionar os problemas de inundação na
de drenagem pluvial. cidade de Colatina. Essa vazão corresponde ao nível 560
Esta avaliação ratificou, também, o modelo digital de cm na régua da estação Colatina Corpo de Bombeiros,
terreno gerado para a cidade de Colatina, possibilitando, código 56994510. A margem direita do rio Doce, onde
assim, sua utilização para representação planialtimétrica localizam-se o Centro, Esplanada, Vila Nova e Colatina
da região inundável do município em outros eventos de Velha é a área mais frequentemente inundada pela
cheia. enchente do rio Doce e Santa Maria.
Ressalta-se que alterações da forma de uso e Os resultados deste trabalho, incluindo o Anexo 01
ocupação do solo após a data do levantamento que ilustra os mapas de inundação e o Anexo 02 com
planialtimétrico executado neste trabalho, o qual foi a relação da inundação de regiões, bairros e ruas em
realizado no primero semestre de 2014 e que representa Colatina associados a cota do nível do rio da estação
a topografia da cidade, poderão modificar as áreas fluviométrica Colatina Corpo de Bombeiros, código
inundadas. Algumas alterações já foram verificadas 56994510, devem ser utilizados em conjunto com os
in loco durante os trabalhos de campo realizados entre boletins emitidos pelo Sistema de Alerta da Bacia do rio
dezembro de 2013 a abril de 2014. Neste período foi Doce, para estimativa da extensão da inundação em caso
constatado o aterro da planície de inundação da margem de cheias de Colatina.
55
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
6 REFERÊNCIAS
CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE
Relatório técnico de operação do sistema de alerta no GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - Censo Populacional
período de dezembro de 1998 a março de 1999. Belo 2010. Cidades, 2010. Disponível em: < http://
Horizonte: CPRM, 2009 40p. Anexos. Não paginado. cod.ibge.gov.br/LHY>. Acesso em: 27 jun. 2014.
HORRITT, M. S.; BATES, P. D. Evaluation of 1D and USACE - U.S. ARMY CORPS OF ENGINEERS.
2D numerical models for predicting river flood inundation. HEC-RAS River analysis system – Hydraulic Reference
Journal of Hydrology, v. 268, p. 87-99, maio 2002. Manual – Versão 4.1. Davis: USACE, 2010. 417p.
57
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
ANEXO I
Mapas das áreas inundadas, com relação a régua da estação Colatina Corpo
de Bombeiros, código 56994510:
59
324000 325000 326000 327000 328000 329000 330000 331000 332000
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Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
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69
Definição de Planície de Inundação da Cidade de Colatina/ES
Figura 07 - Áreas inundadas associadas à diferentes cotas na régua da estação Colatina Corpo de Bombeiros (detalhe da região 01)
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Figura 08 - Áreas inundadas associadas à diferentes cotas na régua da estação Colatina Corpo de Bombeiros (detalhe da região 10)
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