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Alexandre Marcondes

Resolução de Exercícios - Métodos Numéricos


para Integração e Equações Diferenciais
Ordinárias

Foz do Iguaçu
Julho de 2017
Alexandre Marcondes

Resolução de Exercícios - Métodos Numéricos para


Integração e Equações Diferenciais Ordinárias

Trabalho apresentado a disciplina de Méto-


dos Numéricos do programa de mestrado em
Engenharia Elétrica e Computação. Prof. Dr.
Ricardo Luiz de Barros Freitas.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná


Mestrado em Engenharia Elétrica e Computação
Sistemas Dinâmicos e Energéticos

Foz do Iguaçu
Julho de 2017
Lista de tabelas

Tabela 1 – Comparação dos métodos utilizados no exercício 1. . . . . . . . . . . . 16


Tabela 2 – Comparação dos métodos utilizados no exercício 2. . . . . . . . . . . . 18
Tabela 3 – Resultados obtidos para o exercício 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3

Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1 Métodos de integração numérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.1 Regra do Trapézio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.2 Regra do Trapézio Repetida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1.3 Regra de 1/3 Simpson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.4 Regra de 1/3 Simpson Repetida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Métodos de resolução de EDOs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2.1 Método de Euler e Método de Heun . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2.2 Método de Runge-Kutta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1 Exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.2 Exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.3 Exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.4 Exercício 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

4 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4

1 Introdução

A solução de integrais e de equações diferenciais ordinárias (EDOs) é essencial


em diversas áreas, sendo uma dessas áreas a engenharia. A integração é ferramenta
fundamental para diversos problemas modelados matematicamente, já as EDOs podem
modelas o comportamento dos mais variados tipos de sistemas dinâmicos.
Chapra e Canale (2011) aponta que os problemas que envolvem EDOs são a base
para a solução para um grande número de problemas da engenharia, porém destas equações
não podem ser solucionadas através dos métodos analíticos do cálculo. Assim, o métodos
numéricos apresentados neste trabalho são de extrema improtância em todos os campos
da engenharia.
Assim, este trabalho é dividido em duas etapas principais. A primeira envolve o
levantamento teórico dos pontos principais de alguns métodos numéricos. O segundo envolve
a resolução de problemas práticos propostos através de alguns dos métodos apresentados.

1.1 Objetivos
Este trabalho tem como objetivo principal a solução de problemas propostos que
envolvem EDOs e integrais através de métodos numéricos, sendo tais métodos implemen-
tados computacionalmente. Para isso, os seguintes objetivos específicos foram seguidos:
levantamento bibliográfico dos principais métodos, implementação computacional dos
métodos, solução e análise dos problemas propostos.
5

2 Metodologia

Neste capítulo apresentam-se os métodos de solução numérica que foram aplicados


nos exercícios propostos neste trabalho. Apresentam-se as principais relações utilizadas
para a elaboração dos algoritmos de integração numérica e resolução das EDOs. Os
algoritmos foram implementados via MatLab e foram utilizados para a resolução dos
exercícios que são apresentados nos resultados.

2.1 Métodos de integração numérica


São cinco os métodos de integração numérico que foram implementados computa-
cionalmente: regra dos trapézios, regra dos trapézios repetida, regra de 1/3 de Simpson
e regra de 1/3 de Simpson repetida. Nesta seção apresentam-se as principais relações
matemáticas destes métodos.

2.1.1 Regra do Trapézio


Este método, descrito geometricamente, utiliza trapézios para o cálculo da área
abaixo ds curva no intervalo indicado, sendo essa área uma aproximação para a integral.
Considere a seguinte integral: Z b
I= f (x)dx. (2.1)
a
Na regra do trapézio, encontra-se um polinômio de primeiro grau que aproxima que inter-
cepta a função f (x) nos pontos a e b e aproxima esta mesma função para, posteriormente,
calcular a área abaixo desta reta. Chapra e Canale (2011) apontam que uma reta f1 (x)
para aproximar f (x) pode ser representada por:

f (b) − f (a)
f1 (x) = f (a) + (x − a) (2.2)
b−a
Na Figura 1 é apresentada a reta calculada pela Equação 2.2. O cálculo da área abaixo
desta reta e, consequentemente, a integral aproximada de f (x) é dada por (CHAPRA;
CANALE, 2011):
f (a) + f (b)
IT = h , (2.3)
2
onde h é o tamanho do intervalo (a, b) e f (a) e f (b) são os cálculos da função nos limites
da integral.
A Equação 2.3 é a equação da regra do trapézio para integração numérico. Observa-
se que este método terá baixa eficácia para qualquer função que seja não-linear, pois a
aproximação da função por uma reta não será eficiente.
Capítulo 2. Metodologia 6

Figura 1 – Representação gráfica da regra do trapézio simples.

Fonte: (CHAPRA; CANALE, 2011).

Por fim, apresenta-se a estimativa para o erro na regra do trapézio (RUGGIERO;


LOPES, 1998):
−h3 00
ET = f (c), (2.4)
12
onde c é um ponto qualquer no intervalo [a, b]. Quando se busca um limitante superior
para o erro, pode-se encontrar o ponto no intervalo em que a segunda derivada é má-
xima, encontrando assim o erro máximo dado pela Equação 2.4. Observa-se também na
Equação 2.4 que, como citado anteriormente, para equações de primeiro grau a derivada
segunda será nula e, consequentemente, o erro também será nulo.

2.1.2 Regra do Trapézio Repetida


Como observado na seção anterior, a regra do trapézio não tem grande eficácia.
Para melhor precisão no cálculo numérico de integrais, existe a alternativa da regra do
trapézio repetida.
Neste método o objetivo é obter não somente uma reta, porém várias retas que
aproximam a curva f (x), como apresentado na Figura 2. Observa-se que a curva é dividida
em cinco intervalos e cinco retas são criadas, sendo a integral a soma das áreas embaixo
de cada uma dessas retas. Nota-se que, quanto maior o número de trapézios, melhor será
a aproximação da integral, pois mais o conjunto de retas se aproximará da função f(x).
Para o desenvolvimento da equação que representa a regra do trapézio, primeiro
define-se o tamanho do subintervalo h, que é dado por:
b−a
h= , (2.5)
m
Capítulo 2. Metodologia 7

Figura 2 – Representação gráfica da regra do trapézio repetida.

Fonte: (CHAPRA; CANALE, 2011).

onde m é o número de subintervalos que que deseja-se utilizar.


Definido como se calcula h, Ruggiero e Lopes (1998) define a equação geral da
regra do trapézio repetida:
h
IT R = {f (x0 ) + 2[f (x1 ) + f (x2 ) + ... + f (xm−1 ] + f (xm )}. (2.6)
2
Observa-se na Equação 2.6 calcula-se a função nos pontos a e b e também nos m + 1 pontos
definidos através da escolha do número de subintervalos. O erro na regra do trapézio
repetida é dado por (RUGGIERO; LOPES, 1998):

(b − a) 2
|ET R |≤ h M, (2.7)
12
onde M é dado por
00
M = max f (x) (2.8)
x∈[a,b]

Observa-se que na regra do trapézio repetido o erro depende também da segunda


derivada da função. Assim, para equações de primeiro grau o erro será zero, porém outros
tipos de função haverá um erro.

2.1.3 Regra de 1/3 Simpson


Uma alternativa a regra do trapézio é a regra de Simpson. Neste método, no lugar
da aproximação da função f (x) da Equação 2.1 por um polinômio de primeiro grau,
aproxima-se f (x) por um polinômio de segundo grau, como apresentado na Figura 3.
Observa-se na representação gráfica da regra de 1/3 de Simpson que através de
três pontos uma parábola é formada, essa parábola será a aproximação da função f (x).
Assim, a aproximação da integral de f (x) será a aproximação da integral nessa parábola.
Capítulo 2. Metodologia 8

Figura 3 – Representação gráfica da regra de 1/3 de Simpson.

Fonte: Chapra e Canale (2011).

Após o devido desenvolvimento, Ruggiero e Lopes (1998) apresenta a equação que


representa a regra de Simpson:
Z x2
h
IS = f (x)dx = [f (x0 ) + 4f (x1 ) + f (x2 )], (2.9)
x0 3
sendo h dado por
b−a
h= (2.10)
2
e os valores de x dados por
x0 = a
x1 = a + h (2.11)
x2 = a + 2h

O erro da regra de 1/3 de Simpson é dada por (RUGGIERO; LOPES, 1998):

−h5 (iv)
ES = f (c), c∈(x0 , x2 ) (2.12)
90

2.1.4 Regra de 1/3 Simpson Repetida


Assim como nas regras de trapézio, na regra de 1/3 Simpson utiliza-se também
a repetição de polinômios para se aumentar a precisão do cálculo da integral. Assim, na
regra de 1/3 de Simpson repetida utilizam-se diversos polinômios para a aproximação de
f (x) em subintervalos com o mesmo comprimento, como indicado na Figura 4.
Observa-se na representação gráfica da regra de 1/3 de Simpson repetida que a
aproximação é bastante boa para o polinômio representado na imagem. Isso se deve ao
fato de utilizar parábolas para a aproximação de pequenos intervalos da função.
Capítulo 2. Metodologia 9

Figura 4 – Representação gráfica da regra de 1/3 de Simpson repetida.

Fonte: Chapra e Canale (2011).

Ruggiero e Lopes (1998) apresenta o desenvolvimento da equação deste método:


considerando o intervalo [a, b] = [x0 , xm ] para o qual deseja-se calcular a integral, além de
m subintervalos com o comprimento:

h = xi + 1 − x i (2.13)

para i = m + 1 pontos. Aplica-se a regra de 1/3 de Simpson para cada um dos intervalos e
obtém-se assim a seguitne equação:
h
ISR = {[f (x0 )+f (xm )]+4[f (x1 )+f (x3 )+...+f (xm−1 ]+2[f (x2 )+f (x4 )+...+f (xm−2 ]}.
3
(2.14)
O erro da regra de 1/3 de Simpson repetida é dado por:
(b − a)h4
|ESR | = M, (2.15)
180
onde M é o dado por:
M = max |f (iv) (x)| (2.16)
x∈[x0 ,xm ]

Observa-se que o o erro da regra de 1/3 de Simpson apresenta a quarta derivada


da função. Assim, a aproximação deste método é mais eficaz que os métodos que utilizam
a regra do trapézio.

2.2 Métodos de resolução de EDOs


Nesta seção pretende-se abordar os métodos de resolução de EDO que foram
implementados no Matlab e utilizados para a solução dos exercícios propostos. Os métodos
Capítulo 2. Metodologia 10

aqui apresentados são os métodos de Euler, Heun e os métodos de Runge-Kutta de segunda,


terceira e quarta ordem.
Em todos os métodos apresentados será considerada a representação da EDO em
função das variáveis x e y, como indicado abaixo:
dx
= f (x, y). (2.17)
dy

Além disso, para todos os métodos o intervalo para o qual deseja-se calcular a EDO
deve ser apontado, as condições iniciais x0 e y0 e também o passo h indicado anteriormente.

2.2.1 Método de Euler e Método de Heun


Chapra e Canale (2011) apresenta o método de Euler para o cálculo de EDOs onde
um novo valor de y é previsto utilizando para extrapolar linearmente sobre um tamanho
de passo h determinado. A equação para o Método de Euler é a seguinte:

yi+1 = yi + f (xi , yi )h, (2.18)

onde f (xi , yi ) é o cálculo da derivada nos pontos xi e yi , sendo a derivada a função indicada
na Equação 2.17.
O método de Heun é uma melhoria do método de Euler. Através de uma abordagem
do tipo preditor-corretor, este método calcula duas derivadas (no método de Euler calcula-
se somente uma), uma no início do intervalo e outra no final do intervalo, e então é feita
uma média das duas derivadas para melhorar a estimativa da inclinação no intervalo todo
(CHAPRA; CANALE, 2011).
Assim, o método de Heun pode ser aplicado utilizando-se as seguintes equações:
0
yi+1 = yi + f (xi , yi )h (2.19)

0
f (xi , yi ) + f (xi+1 , yi+1 )
yi+1 = yi + h. (2.20)
2
Onde a Equação 2.19 é denominada preditor e a Equação 2.20 é denominada corretor.

2.2.2 Método de Runge-Kutta


Os métodos de Runge-Kutta que serão apresentados tem o seguinte formato geral
(CHAPRA; CANALE, 2011)

yi+1 = yi + φ(xi , yi , h)h, (2.21)

onde φ(xi , yi , h) é denominada função incremento e pode ser escrita no formato geral

φ = a1 k1 + a2 k2 + ... + an kn (2.22)
Capítulo 2. Metodologia 11

onde os valores de a são constantes e os valores de k tem o seguinte formato geral:

k1 = f (xi , yi )
k2 = f (xi + p1 h, yi + q11 k1 h
k3 = f (xi + p2 h, yi + q21 k1 h + q22 k2 h (2.23)
..
.
kn = f (xi + pn−1 h, yi + qn−1,1 k1 h + qn−1,2 h + ... + qn−1,n−1 kn−1 h

Onde os valores de p e q são também constantes. Observa-se que os valores de k tem


relação de recorrência, onde os k 0 s calculados após k1 sempre dependem dos k 0 s anteriores
(CHAPRA; CANALE, 2011). Os métodos de Runge-Kutta ordem apresentados neste
trabalho são descritos por Chapra e Canale (2011) e são os seguintes: método de Heun
com único corretor, método do ponto médio e método de Ralston, Runge-Kutta de terceira
ordem e Runge-Kutta de quarta ordem. Os métodos tem o modelo da Equação 2.21 e
apresentam-se nesta seção somente as equações principais dos métodos.
Método de Heun com único corretor (segunda ordem):
1 1
 
yi+1 = yi + k1 + k2 (2.24)
2 2

k1 = f (xi , yi )
(2.25)
k2 = f (xi + h, yi + k1 h

Método do ponto médio (segunda ordem):

yi+1 = yi + k2 h (2.26)

k = f (xi , yi )
1
1 1

(2.27)
k2 = f xi + h, yi + k1 h
2 2
Método de Ralston (segunda ordem):
1 2
 
yi+1 = yi + k1 + k2 h (2.28)
3 3

k = f (xi , yi )
1
3 3

(2.29)
k2 = f xi + h, yi + k1 h
4 4
Método Runge-Kutta de terceira ordem:
1
yi+1 = yi + (k1 + 4k2 + k3 )h (2.30)
6
Capítulo 2. Metodologia 12

k = f (xi , yi )
1
1 1

k2 = f xi + h, yi + k1 h (2.31)
2 2
k3 = f (xi + h, yi − k1 h + 2k2 h)

Método Runge-Kutta de quarta ordem:


1
yi+1 = yi + (k1 + 2k2 + 2k3 + k4 )h (2.32)
6

k = f (xi , yi )
1
1 1

k2 = f xi + h, yi + k1 h
2 2 (2.33)
1
 
k3 = f xi + h, yi + df rac12k2 h
2
k4 = f (xi + h, yi + k3 h)
13

3 Resultados e Discussão

Neste capítulo apresentam-se os exercícios numéricos propostos, os resultados


obtidos com a utilização dos programas desenvolvidos e também a discussão acerca dos
resultados obtidos.

3.1 Exercício 1
Descrição do exercício:
A resposta de um transdutor a uma onda de choque causada por explosão é dada
pela função
I(a)
F (t) = 8e−t (3.1)
π
para t≥a, em que Z 2
I(a) = f (x, a)dx (3.2)
1
com
eax
f (x, a) = . (3.3)
x
Calcule I(1) usando a fórmula composta do trapézio com erro de truncatura inferior a
0,05.
Resolução e discussão: Primeiramente, deve-se substituir a Equação 3.3 na
Equação 3.2, obtendo-se assim a integral abaixo. Para isso, o valor de a = 1 deve ser
substituido, pois deseja-se calcular a I(1). Assim, a seguinte integral é obtida:
Z 2 x
e
I(a) = dx (3.4)
1 x
Opta-se por solucionar o exercício utilizando a regra do trapézio e também a regra
do trapézio repetida. Asssim, o número de subintervalos para a regra do trapézio repetida
deve ser obtida através da Equação 2.7, considerando um erro inferior a 0,05. O intervalo
está compreendido entre 1 e 2. Primeiramente deve ser obtida a segunda derivada de f (x),
tem-se então:
df (x) ex (x − 1)
= (3.5)
dx x2

d2 f (x) ex (x2 − 2x + 2)
= . (3.6)
dx2 x3
Deve-se obter agora o valor máximo no intervalo [1,2] da segunda derivada para substituir
na Equação 2.7. Substituindo os valores extremos na segunda derivada e analisando a
função, observa-se que o máximo será em 1, com um valor de

f 00 (1) = e≈2, 718282.


Capítulo 3. Resultados e Discussão 14

Substituindo o valor encontrado para f 00 (1) na equação do erro do trapézio repetido,


além do valor de erro de 0,05 que deseja-se obter, obtem-se a seguinte inequação:
2−1 2
ET R = 0, 05 > .h .2, 718282
12
h < 0, 4698166.
Interpretando o valor acima, observa-se que para que o erro seja inferior a 0,05, o tamanho
dos subintervalos deverá ser inferior ao valor de h calculado. Utilizando a Equação 2.8
calcula-se o número de subintervalos necessários:
2−1
0, 4698166 =
m
m = 2, 12849.
Como necessita-se de um número inteiro de subintervalos, assume-se o valor inteiro
imediatamento superior para garantir que o subinvervalo seja menor ao h calculado, assim
o número de intervalos m será 3.
Com o número de intervalos calculado, pode-se calcular a integral utilizando o
códio implementado no Matlab. Ao executar o programa e inserir as variáveis de entrada
requisitadas, a seguinte tela é exibida:

>> traprep
Integral através da regra dos trapézios repetida
Digite a função f(x) que será integrada: exp(x)/x
Digite o ponto inicial do intervalo: 1
Digite o ponto final do intervalo: 2
Digite o número de subintervalos: 3

Valor da integral: 3.076117


Erros:
Calculado em a:
e_a =
0.025169276189435604031113772882895
Calculado em b:
e_b =
0.017104296525302431081551915417998
Calculado em no ponto médio do intervalo:
e_m =
0.0153693040820921290212690516465

Observa-se na tela de execução do programa que três erros são calculados: no ponto
a, no ponto b e no ponto médio do intervalo. A análise do ponto máximo do erro fica por
Capítulo 3. Resultados e Discussão 15

conta do usuário. Como neste caso sabe-se que o erro máximo é no ponto 1, o limitante
superior para o erro será de aproximadamente 0, 02517.
Executando da mesma forma o programa com a regra do trapézio simples, obtém-se
a seguinte tela de execução:

>> trapezio
Integral através do método do trapézio
Digite a função f(x) que será integrada: exp(x)/x
Digite o ponto inicial do intervalo: 1
Digite o ponto final do intervalo: 2

Valor da integral: 3.206405

Erros:
Calculado em a:
e_a =
0.22652348570492043628002395594606
Calculado em b:
e_b =
0.15393866872772187973396723876198
Calculado em no ponto médio do intervalo:
e_m =
0.1383237367388291611914214648185

Observa-se que utilizando o programa da regra do trapézio simples, o erro já é bastante


superior (superior a 15%) e o valor da integral difere bastante do valor obtido na regra do
trapézio repetida.
Para fins de comparação, utiliza-se também o método de 1/3 de Simpson repetido,
porém com 4 intervalos, pois o número de intervalos deve ser par. Ao executar o programa
e inserir os dados de entrada, a seguinte tela é exibida:

Integral através da regra de Simpson repetida


Digite a função f(x) que será integrada: exp(x)/x
Digite o ponto inicial do intervalo: 1
Digite o ponto final do intervalo: 2
Digite o número de subintervalos: 4

Valor da integral: 3.059239


Capítulo 3. Resultados e Discussão 16

Erros:
Calculado em a:
e_a =
0.00053091441962090727253130614674857
Calculado em b:
e_b =
0.000040088194981177572847387301760932
Calculado em no ponto médio do intervalo:
e_m =
0.000084050881698941330585065126191795

A Tabela 1 apresenta a comparação dos métodos utilizados para a resolução do


exercício.

Tabela 1 – Comparação dos métodos utilizados no exercício 1.

Método No de subintervalos Integral aproximada Erro aproximado


Trapézio 1 3,206405 0,2265
Trapézio repetido 3 3,076117 0,02517
Simpson repetido 4 3,059239 0,00053
Fonte: Elaboração própria.

3.2 Exercício 2
Descrição do exercício: Suponha que na construção de um templo egípcio com
150 m de altura foram necessários muitos anos, durante os quais cada operário realizou
1, 742x106 kg.m de quantidade de trabalho. Sabe-se que a secção transversal horizontal do
edifício, à altura x, é um quadrado cuja área é dada por
9
A(x) = (200 − x)2 (3.7)
4
Através da fórmula que dá a quantidade total de trabalho realizado:
Z b
T =ρ xA(x)dx (3.8)
a

em que ρ = 2014 km/m3 representa a densidade da rocha, calcule: em que ρ = 2014


km/m3 representa a densidade da rocha, calcule:

a. T, usando separadamente duas fórmulas compostas de integração, com base em


cinco pontos.

b. Os erros de truncatura cometidos na parte a) e comente os resultados.


Capítulo 3. Resultados e Discussão 17

c. O número de operários utilizados na construção do tempo.

Resolução e discussão:
Primeiramente, deve-se substituir a Equação 3.7 na Equação 3.8 para se obter a
integral desejada. Além disso, os limites de integração devem ser substituidos, os quais
serão 0 e 150 correspontentes a altura do templo, além da substituição do valor de ρ.
Assim, a integral que obtida será:
Z 150
9
T = 2014 x(200 − x)2 dx (3.9)
0 4

Para os itens a) e b) são utilizados os métodos do trapézio repetido e 1/3 de Simpson


repetido. O número de subintervalos é pré-definido através do número de pontos: são cinco
pontos, portanto quatro subintervalos. Os limites de integração também já estão definidos,
então todos os dados necessários para a execução dos programas já estão definidos.
Ao executar o programa da regra do trapézio repetida e inserir os dados requisitados,
a seguinte tela é exibida:

>> traprep
Integral através da regra dos trapézios repetida
Digite a função f(x) que será integrada: 2014*(9/4)*x*(200-x)^2
Digite o ponto inicial do intervalo: 0
Digite o ponto final do intervalo: 150
Digite o número de subintervalos: 4

Valor da integral: 545638623046.875000


Erros:
Calculado em a:
e_a =
63724218750.0
Calculado em b:
e_b =
7965527343.75
Calculado em no ponto médio do intervalo:
e_m =
27879345703.125

Da mesma forma, executa-se o programa com a regra de 1/3 de Simpson repetida:

>> simpsonrep
Integral através da regra de Simpson repetida
Capítulo 3. Resultados e Discussão 18

Digite a função f(x) que será integrada: 2014*(9/4)*x*(200-x)^2


Digite o ponto inicial do intervalo: 0
Digite o ponto final do intervalo: 150
Digite o número de subintervalos: 4

Valor da integral: 573517968750.000000

Erros:
Calculado em a:
e_a =
0.0
Calculado em b:
e_b =
0.0
Calculado em no ponto médio do intervalo:
e_m =
0.0

Tabela 2 – Comparação dos métodos utilizados no exercício 2.

Método No de subintervalos Integral aproximada Erro aproximado


Trapézio repetido 4 545638623046.875 63724218750.0
Simpson repetido 4 573517968750,000 0
Fonte: Elaboração própria.

Na Tabela 2 apresenta-se a comparação dos dois métodos utilizados na solução do


exercício dois. Observa-se que o erro no método de 1/3 de Simpson é nulo. Isso ocorre pois,
como já citado, o erro deste método depende de uma quarta derivada e, como a função
integrada é um polinômio de grau 3, o erro é nulo.
Para o item c), sabe-se que a quantidade de trabalho realizada por cada operário
dada pelo exercício. Dividindo a quantidade de trabalho total pelo trabalho individual de
cada operário, obtém-se o número de operários:
573517968750
no operários = ≈329229, 6.
1, 742x106
Assim, conclui-se que foram necessários mais de 300 mil operários durante a construção
do templo.
Capítulo 3. Resultados e Discussão 19

3.3 Exercício 3
Descrição do exercício: O progresso de uma epidemia de gripe em uma população
de N indivíduos é modelada pelo seguinte sistema de equações diferenciais:


 dx
= −βxy



dt





dy

= βxy − αy (3.10)



 dt

dz





 = −αy
dt
em que x é o número de pessoas suscetíveis de apanhar a gripe, y é o número de pessoas
infectadas e z é o número de pessoas imunes, incluindo todos os recuperados, no tempo t.
Os parâmetros α e β são as taxas de recuperação e transmissão (por dia), respectivamente.
Assume-se que a população é fixa, logo os novos nascimentos são balanceados pelas mortes.
Considere α = 0, 05, β = 0, 0002, x(0) = 980, y(0) = 20, z(0) = 0.

a. Avalie a situação da população passados 10 dias do começo da epidemia, usando


o método de Runge-Kutta de 2 a ordem com h = 5.

b. Interprete os resultados obtidos no fim de cada etapa.

Primeiramente define-se a troca de variáveis para que todas as EDOs sejam re-
presentadas por (x, y2 , y2 , y3 ). Determina-se que x será t, y1 será x, y2 será y e y3 será z.
Assim, pode-se trocar as variáveis das EDOs, substituir também os valores de α e β dados
pelo exercício e obter o seguinte sistema de EDOs:



 dy1
= −0, 0002y1 y2



dx





dy2

= 0, 0002y1 y2 − 0, 05y2 (3.11)



 dx

dy3





 = −0, 05y2
dx
Os dados iniciais do problema são também dados pelo exercício: y1 (0) = 980,
y2 (0) = 20 e y3 (0) = 0. Além disso o passo será de 5 e o intervalo será de 0 a 10 dias. O
método implementado é o de Heun com único corretor (Runge-Kutta de segunda ordem)
para um sistema com duas EDOs.
Escvrevendo os dados requisitados no arquivo e executando o programa, as seguintes
linhas são exibidas:

>> rkordem2_3equacoes
Capítulo 3. Resultados e Discussão 20

x = 0.000000 ; y1 = 980.000000 ; y2 = 20.000000 ; y3 = 0.000000


x = 5.000000 ; y1 = 953.585080 ; y2 = 39.589920 ; y3 = 6.825000
x = 10.000000 ; y1 = 903.824825 ; y2 = 75.970835 ; y3 = 20.204340

Os dados obtidos através do do programa foram organizados de maneira melhor


na Tabela 3, onde os valores foram arredondados para obter um número inteiro para o
número de pessoas em cada situação.
Observa-se na Tabela 3 que o número de pessoas infectadas aumenta com 5 dias e
aumenta ainda mais com 10 dias. Porém, verifica-se também que o número de pessoas
imunes também aumenta, ou seja, pessoas que foram contaminadas porém encontram-se
já recuperadas. O sistema de EDOs apresentado é um ótimo exemplo de um problema
dinâmico, que envolve múltiplas variáveis e pode ser representado através da solução de
EDOs.

Tabela 3 – Resultados obtidos para o exercício 3.

Dias Pessoas suscetíveis Pessoas infectadas Pessoas imunes


0 980 20 0
5 954 40 7
10 904 76 20
Fonte: Elaboração própria.

3.4 Exercício 4
Descrição do exercício: Uma rolha de cortiça de comprimento L vai ser expulsa
de uma garrafa contendo um líquido em fermentação. As equações do movimento da rolha
podem ser descritas pelas seguintes equações diferenciais:

dx



=v



dt



 


x −γ Rt qx
 

(3.12)

 g(1 + q)[(1 + ) + −1+ ], x < L


dv

d 100 L(1 + q)




 =



 dt 


 0, x≥L

 


 

em que

g é a aceleração da gravidade (9, 81m/s2 )

q é o coeficiente de atrito da rolha

x é o deslocamento da rolha no gargalo da garrafa


Capítulo 3. Resultados e Discussão 21

t é o tempo

d é o comprimento do gargalo da garrafa

R é a razão percentual do aumento da pressão

γ é a constante adiabática para o gas na garrafa (1,4).

Considerando q = 20, L = 3, 75cm, d = 5cm, R = 4, o sistema, após a substituição das


constantes transforma-se em:



 dx
=v



dt



 


 

(3.13)

−1,4
 206, 1[(1 + 0, 2x) + 0, 04t − 1 + 0, 25397x], x < 3, 75


dv
 



 =
 dt


 

 0, x≥3, 75

 


 

As condições auxiliares do problema são x(0) = v(0) = 0. Enquanto que x < L a rolha
mantém-se na garrafa, sendo expelida quando x = L. Considere o passo h = 0, 75. Será que
ao fim de duas etapas a rolha já saiu da garrafa? Qual a velocidade atingida na segunda
etapa?
Resolução e discussão:
Primeiramente as EDOs devem ser definidas. Como os programas utilizam as
variáveis x, y1 e y2 , define-se como x a variável t, y1 a variável x e y2 a variável v.
Considera-se também x < 3, 75, pois deve-se verificar o avanço da rolha ainda dentro da
garrafa. Ao substituir as variáveis no sistema de EDOs, este novo sistema de EDOs é
obtido:



 dy1
= y2



dx



 


 

(3.14)

−1,4
 206, 01[(1 + 0, 2y1 ) + 0, 04x − 1 + 0, 25397y1 ], y1 < 3, 75


dy2
 



 =



 dt 


 0, y1 ≥3, 75

 


 

Com o sistema obtido acima, tem-se as EDOs para inserir no programa. Além disso,
o tamanho do passo também é dado pelo exercício (0,75). As condições iniciais também
são dadas e são: x(0) = y1 (0) = 0 e v(0) = y2 (0) = 0. O intervalo será de 0 a 1,5, pois
desejam-se verificar duas etapas, ou seja, dois passos. O programa desenvolvido utiliza as
equações do método de Heun com único corretor (Runge-Kutta de segunda ordem) para
um sistema com duas EDOs.
Capítulo 3. Resultados e Discussão 22

Assim, inserem-se as EDOs e os demais dados requisitados no arquivo de programa,


executa-se o programa e a seguinte tela é exibida:

>> rkordem2_2equacoes
x = 0.000000 ; y1 = 0.000000 ; y2 = 0.000000
x = 0.750000 ; y1 = 0.000000 ; y2 = 2.317613
x = 1.500000 ; y1 = 3.476419 ; y2 = 16.996874

Como y1 representa a distância percorrida pela rolha e como o tamanho da rolha


é de 3, 75cm, confirma-se que a rolha não terá saído da garrafa com um intervalo de 1,5
segundos (depois de dois passos).
A segunda questão é a respeito da velocidade nesta etapa. Verifica-se nas linhas da
execução do programa que v2 é aproximadamente 16, 997 em 1, 5s. Portanto, a velocidade
será de aproximadamente 16, 997m/s.
23

4 Conclusão

Neste trabalho foi realizada a resolução de alguns exercícios propostos através de


métodos númericos, os exercícios envolviam integração númerica e sistemas de equações
diferenciais ordinárias. Foi possível a implementação dos métodos através do Matlab e a
solução dos problemas propostos.
Pode-se verificar a grande importância da integração numérica. Muitas vezes podem
surgir integrais muito complexas para métodos tradicionais, assim os métodos numéricos
podem ser utilizados.
A resolução numérica de equações diferenciais também mostrou-se como uma boa
ferramenta na solução de problemas práticos. Com este trabalho pode-se verificar em dois
exemplos que a dinâmica de sistemas complexos pode ser resolvida de maneira fácil através
dos métodos numéricos que foram estudados.
24

Referências

CHAPRA, E. C.; CANALE, R. P. Métodos Numéricos para Engenharia. 5. ed. São Paulo:
McGrawHill, 2011. Citado 8 vezes nas páginas 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11.

RUGGIERO, M. A. G.; LOPES, V. L. da R. Cálculo Numérico: Aspectos teóricos e


computacionais. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1998. Citado 3 vezes nas páginas 6, 7
e 8.

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