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Os principais objetivos do exame do aparelho locomotor segundo

Feitosa,(2004), são:
• Determinar qual o membro claudicante;
• Localizar a lesão no membro;
• Diagnosticar a enfermidade.
A primeira parte do exame é uma avaliação visual cuidadosa com o cavalo
em repouso, realizada antes da palpação ou manipulação. Esse exame avalia a conformação e
detectará tumefações anormais, atrofia muscular, deformidades, presença de cavidades ou
fístulas, cicatrizes e posturas anormais como repousar a
frente de um casco no chão

Exame físico da Região do Tarso (Jarrete)


As lesões no tarso são decorrentes principalmente de traumas nas estruturas ósseas da região
plantar, em função da escassez de tecidos moles protegendo esse local. Essa região é
importante sede de enfermidades locomotoras nos membros posteriores. A articulação
tarsotibial, pela amplitude de movimentos de flexão e extensão que realiza, é mais vulnerável a
lesões do que as articulações intertarsal e tarsometatarsal por serem planas e realizarem
menor movimento.
O exame dessa região deve objetivar a visualização de distensão da cápsula articular
tarsotibial
dorsomedial ou plantar, medial e lateral, que caracteriza as artrites serosas,
hidroartroses társicas ou "esparavão mole";
espessamentos ósseos localizados sobre a face dorsomedial, decorrentes de processos
ósseos degenerativos que evoluem para lesões ósseas proliferativas, nas osteoartrites társicas
ou esparavão duro e, muitas vezes, antecedem uma fusão dos ossos (anquiloses).
Outro ponto de observação importante é a face plantar proximal de metatarso que pode
apresentar aumento de volume na bainha do tendão flexor digital profundo, resultante de uma
sinovite ou tendossinovite ou ainda um aumento de volume por desmite do ligamento plantar.
O teste de flexão forçada do tarso, também conhecido como teste do esparavão, resulta em
flexão de outras articulações como o boleto, a femorotibiopatelar e a coxofemoral, em função
da integridade do aparelho recíproco que coordena a flexão e a extensão do membro poste-
rior, assegurando que todas as articulações flexionem e estendam juntas. Esse teste, portanto,
não pode ser considerado específico para essa articulação, porém em virtude da alta incidência
de osteoartrite társica, um teste de flexão positivo no tarso é frequentemente indicativo dessa
enfermidade.

Exemplos de patologias que acometem a região.

Osteoartrite társica (Esparavão ósseo)


É uma forma de artrite proliferativa e anquilosante caracterizada por aumento de
volume da articulação társica na sua face ântero - medial Dentre as causas mais freqüentes,
má-conformação do tarso, como jarrete de vaca, causando estiramento e enfraquecimento da
facee medial do tarso; distúrbios nutricionais. Porém, o traumatismo, quer direto ou indireto,
constitui a causa mais importante, pois a articulação, continuamente está sujeita há
movimentos “anormais” exagerados que causam intensa compressão sobre suas estruturas,
notadamente às ósseas mediais.
Convém salientar que o termo esparavão é genérico e define apenas a artrite társica, Enquanto
que, o “esparavão mole” consiste em uma distensão crônica da cápsula da articular társica.
Considera-se ainda, “esparavão de sangue” caracterizado pelo engrossamento da veia safena
no ponto em que ela cruza a região társica e, o “esparavão oculto”, caracterizado pela
manifestação de sinais clinicos, no entanto, sem alterações morfológicas e radiológicas. O sinal
clínico predominante é o aumento de volume que se observa na face o ânteromedial da
articulação társica. Durante a locomoção o cavalo, devido a dor, reduz a amplitude do passo. O
casco pode mostrar desgaste anormal na face lateral devido ao tipo de apoio adotado durante
a locomoção. Na fase aguda, a claudicação manifesta-se a frio, melhorando com o exercício.
Por outro lado, na fase crônica, a claudicação tende a agravar-se com a realização do
exercício. O diagnóstico baseia-se nas manifestações clínicas sinais locais e tipo de
claudicação, que podem ser confirmadas pela prova do esparavão e exames radiográficos. A
prova do esparavão consiste em flexionar-se a articulação társica durante aproximadamente 1
a 2 minutos, de forma forçada, finda a qual, o cavalo freqüentemente intensifica a claudicação,
e algumas vezes mal consegue apoiar o membro afetado no solo. Exames radiográficos são
fundamentais para confirmação do diagnóstico da osteoartrite társica, conforme determina
Thomassian (2005), ressaltando que em razão de sua evolução final para anquilose, o
tratamento é paliativo e consiste em repouso e antiinflamatórios intra-articulares (esteróides) ou
fenilbutazona endovenosa, entretanto, somente sob restrição médica veterinária, devido aos
inconvenientes do uso de corticóides nestas afecções e do retorno precoce dos sinais clínicos
após a interrupção do tratamento medicamentoso. Enfocando ainda, que efetivamente, o
tratamento cirúrgico apresenta os resultados mais satisfatórios através da tenectomia do
tendão cuneo e da artrodese por ação de broca ortopédica aplicadas nas faces intertársicas e
tarsometatársica.

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