1 – Metaética
“Metafísica” é o estudo dos tipos de coisas que existem no Universo. Algumas coisas no
universo são feitas de material físico, tal como as pedras; e talvez outras coisas na natureza
sejam não-físicas, tais como pensamentos, espíritos e deuses. O componente metafísico da
metaética envolve descobrir especificamente se os valores morais são verdades eternas que
existem em um reino do “espírito-....”, ou se são simplesmente convenções humanas. Há duas
direções gerais de discussões que este tema toma, um outro-mundo e um este-mundo (?!). Os
defensores da visão do “outro-mundo” tipicamente afirmam que os valores morais são
objetivos, no sentido de que eles existem no reino do “espírito-....”, além das subjetivas
convenções humanas. Eles também afirmam que tais valores são absolutos ou eternos e que
eles nunca mudam, e também que eles são universais, na medida em que eles se aplicam a
todas as criaturas racionais em torno do mundo e ao longo do tempo. O exemplo mais
dramático desta visão é Platão, que foi inspirado pelo campo da metaética. Quando nós
observamos os números e relações matemáticas, tal como 1+1=2, eles parecem ser conceitos
atemporais que nunca mudam e se aplicam em qualquer lugar no universo. Humanos não
inventam números e não podem alterá-los. Platão explicou o caráter eterno das matemáticas
afirmando que elas são entidades abstratas que existem no reino do “espírito-....”. Ele
percebeu que os valores morais também são verdades absolutas e, assim, também são
abstratos, entidades espirituais. Neste sentido, para Platão, os valores morais são objetos
spirituais. Os filósofos medievais comumente agruparam todos os princípios morais juntos sob
o título de “lei eterna”, que eram também frequentemente vistos como objetos espirituais. O
filósofo britânico do século 17, Samuel Clarke, os descreveu como relações espirituais, ao invés
de objetos espirituais. Em todo caso, porém, eles existem em um reino espiritual. Uma
diferente abordagem do outro-mundo para o status da moralidade metafísica é o comando
divino da vontade de Deus. Às vezes chamada de voluntarismo, esta visão foi inspirada pela
noção de um Deus todo-poderoso que está no controle de tudo. Deus simplesmente quer as
coisas, e elas realmente se tornam. Ele quer o mundo físico para a existência, ele quer a vida
humana na existência e, semelhantemente, ele quer os valores morais para a existência.
Defensores desta visão, tal como o filósofo medieval William Ockham, acreditam que Deus
quer os princípios morais, como “matar é errado”, e eles existem na mente de Deus como
comandos. Deus informa os homens desse comando implantando-nos com instituições morais
ou revelando esses comandos na escritura.
I – Egoísmo e altruísmo
Uma área importante da psicologia moral concerne ao inerente egoísmo dos homens. O
filósofo britânico do século 17, Thomas Hobbes, defendeu que muitos, senão todos de nossas
ações são motivadas pelo desejo egoísta. Mesmo que uma ação pareça desinteressada, tal
como uma doação para caridade, há ainda um egoísmo causado por isso, como um poder
experimentando sobre outra pessoa. Esta visão é chamada de egoísmo psicológico e afirma
que o interesse auto-orientado definitivamente motiva todas as ações humanas. Intimamente
ligada ao egoísmo psicológico, está uma visão chamada hedonismo psicológico, que é uma
visão de que o prazer é a força motriz específica por trás de todas as nossas ações. O filósofo
britânico do século 18, Joseph Butler, concordou que o egoísmo instintivo e o prazer motivam
muito de nossa conduta. Contudo, Butler argumentou que nós também temos uma
capacidade psicológica inerente para mostrar benevolência para os outros. Esta concepção é
chamada de altruísmo psicológico e afirma que pelo menos algumas de nossas ações são
motivadas pela benevolência instintiva.
II – emoção e razão
Uma segunda área da psicologia moral envolve uma disputa concernente a função da razão na
motivação das ações morais. Se, por exemplo, eu faço a declaração “o aborto é moralmente
errado”, eu estou fazendo uma avaliação racional ou apenas expressando meus sentimentos?
De um lado da disputa, o filósofo britânico do século 18, David Hume, argumentou que as
avaliações morais envolvem nossas emoções, e não nossa razão. Nós podemos acumular todas
as razões que queremos, mas isso sozinho não irá constituir uma avaliação moral. Nós
precisamos de uma reação distintamente emocional a fim de que façamos um
pronunciamento moral. A razão pode ser útil em nos dar dados relevantes, mas, nas palavras
de Hume, “a razão é, e deve ser, a escrava das paixões”. Inspirado pela concepção anti-racional
de Hume, alguns filósofos do século 10, mais notavelmente A.J. Ayer, similarmente negou que
as avaliações morais são descrições factuais. Por exemplo, embora a declaração “isso é bom
para doar à caridade” possa na superfície soar como se ela fosse uma descrição factual sobre
caridade, ela não é. Ao contrário, um enunciado moral como este envolve duas coisas.
Primeiro eu (o falante), eu estou expressando meus sentimentos pessoais de aprovação sobre
doações de caridade, e eu estou em essência dizendo “viva a caridade!”. Isso é chamado de o
elemento emotivo, na medida em que eu estou expressando minhas emoções acerca de um
comportamento específico. Segundo, eu (o orador), estou tentando obter você para a doação
à caridade e estou essencialmente dando o comando, “doação à caridade!” Isso é chamado de
o elemento prescritivo, no sentido de que eu estou prescrevendo algum comportamento
específico.