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Alfândega e PF batem recorde e interceptam mais de 13 t de cocaína no Porto de Santos

Carregamentos, a maioria com destino à Europa, foram localizados após trabalho em


conjunto.

Por José Claudio Pimentel, G1 Santos


13/08/2018 13h46 Atualizado há menos de 1 minuto

Receita Federal apreendeu mais de uma tonelada de cocaína no Porto de Santos


Mais de 13,6 toneladas de cocaína com alto grau de pureza foram interceptadas e apreendidas no
Porto de Santos, no litoral de São Paulo, até esta segunda-feira (13), informou o Alfândega da
Receita Federal. Segundo apurado pelo G1, trata-se de um número recorde no cais.
A quantidade registrada desde o início de janeiro supera as apreensões de 2017 (11.539 kg) e
2016 (10.622 kg). Para o Fisco, a utilização da tecnologia, aliada às ações de repressão no cais,
inclusive com patrulhamento no mar, auxiliaram nos resultados, considerados os maiores de todo
o Brasil.
"O Porto de Santos, em razão da importância no Brasil, é o mais visado. Se há droga, existe
demanda na Europa, que é para onde a maior parte dos carregamentos é destina", fala o chefe da
Divisão de Vigilância e Controle Aduaneiro (Divig) da Alfândega, Oswaldo Souza Dias Junior.
Criminosos içaram 41 bolsas pretas tabletes de cocaína ao navio 'Grande Francia' na
Barra de Santos, SP (Foto: Divulgação/Receita Federal)
Segundo o auditor fiscal, a obrigatoriedade de escaneamento de cargas destinadas ao continente
europeu, a análise de risco de contêineres, o patrulhamento marítimo e a utilização de cães
farejadores auxiliaram nos resultados dos últimos anos. O desafio é manter esse panorama.
"Sabemos que o maior controle em Santos força as quadrilhas a procurarem outros portos.
Recentemente, vimos o crescimento de apreensões no Rio de Janeiro (RJ) e Paranaguá (PR), e
nossas equipes têm se preparado para isso", afirma o chefe da Divig da Alfândega de Santos.
Nesta segunda-feira, a Polícia Federal e a Receita Federal informaram que
conseguiram localizar 1,3 mil kg da droga no navio 'Grande Francia'. Ele foi alvo de
criminosos durante a madrugada de domingo (12), que invadiram a embarcação, fizeram a
tripulação refém e abriram contêineres.

Invasão e droga a bordo no navio Grande Francia:


 Polícia Federal investiga se o carregamento de cocaína - ou parte dele - foi içado durante a
madrugada;

 A Polícia Federal e a Marinha do Brasil alegam condições de ressaca do mar para não ir ao
navio;

 Os tripulantes estrangeiros ficaram trancados em área segura, monitorando de longe a invasão;

 Os tripulantes não conseguiram ver o que os invasores fizeram a bordo durante


aproximadamente 2h;

 Não há registros de invasão a cargueiro do Porto de Santos, pelo menos, nos últimos 20 anos;

 Ao menos quatro pessoas foram a bordo do navio; há suspeita outros envolvidos no barco de
apoio.
Uma investigação foi aberta para determinar se a droga encontrada a bordo do navio, de bandeira
italiana, foi embarcada pelo grupo que invadiu a embarcação. Uma mobilização, que envolveu
até mesmo militares da Marinha do Brasil, não conseguiu evitar que os criminosos fugissem pelo
mar.
Na terça-feira (7), câmeras flagraram quando narcotraficantes içaram 1,2 tonelada de
cocaína ao navio ‘Grande Nigéria’, também durante a madrugada. Trata-se também de uma
embarcação do armador Grimaldi, e que estava no mesmo terminal para o qual o ‘Grande
Francia’ foi destinado.

Varredura foi feita em navio onde foram içados 1,2 tonelada de cocaína em Santos, SP
(Foto: G1 Santos)
"Ainda é cedo para afirmarmos, mas é certo que os casos podem estar ligados e ser a mesma
quadrilha atuando. Eles tentaram despistar a ação da polícia, levando a droga até o mar, mas
conseguimos localizar e apreender", explica a delegada da Polícia Federal, Luciana Fuschini.
Na mesma terça-feira, em uma operação paralela, em outro terminal portuário na Margem
Direita, equipes conseguiram localizar mais 558 kg de cocaína escondidos em meio a uma
carga de polietileno. Todos os carregamentos tinham como destino o Porto de Antuérpia, na
Bélgica.
A agência Oceanus, que representa a Grimaldi em Santos, foi procurada, mas disse que não tinha
autorização para se posicionar sobre o caso. A armadora italiana, empresa proprietária do navio,
não retornou os telefonemas do G1 nesta segunda-feira (13).
Características do navio onde foram apreendidos 1,3 mil kg de cocaína no porto de Santos (Foto: Infográfico: Roberta
Jaworski/G1)

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