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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria PDF
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria PDF
Júri
Presidente: Prof. Augusto Martins Gomes
Orientadores: Prof. Maria Cristina de Oliveira Matos Silva
Prof. Albano Luís Neves e Sousa
Vogal: Prof. Maria da Glória Almeida Gomes
Maio 2011
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Resumo
O presente trabalho consiste na elaboração do estado da arte dos sistemas prediais de
abastecimento de água fria. Neste sentido, procede-se a um estudo sobre os sistemas de
abastecimento de água para consumo e também para combate a incêndio, tendo sempre por
base a legislação vigente.
Para além da forma de como são executados os sistemas, nomeadamente o seu traçado e
dimensionamento, importa igualmente conhecer os materiais e os elementos que o constituem.
Neste sentido são analisados os vários tipos de tubagem existentes, bem como os dispositivos
utilizados. Importa ainda referir que existem sistemas de abastecimento que necessitam de
uma abordagem mais complexa, na medida em que as condições de pressão que os
caracterizam não satisfazem as necessidades da rede. Nestes casos é necessário considerar-
se a utilização de sistemas de bombagem. Assim sendo, na presente dissertação são
abordadas as várias soluções de bombagem existentes, bem como os reservatórios que lhes
podem estar subjacentes.
A sustentabilidade é um tema bastante contemporâneo, que tem vindo a ser discutido nos mais
variados quadrantes. Neste sentido acha-se importante fazer uma referência à sustentabilidade
relacionada com os sistemas de abastecimento de água fria. Nesta obra são abordadas, para
além das técnicas e dispositivos que permitem um uso mais controlado de água, as políticas de
consciencialização que podem ser equacionadas.
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Abstract
The general purpose of this work consisted in determining the state of the art of building
systems for cold water supply. Thus, a study will be done about the systems of water supply for
drinking and for fire fighting, always based on current legislation.
In addition to the way systems are executed, especially in its design and sizing, there is a need
to know the materials and the elements of these systems. In this way some different existing
pipes are analyzed, as well as the devices used. Furthermore, there are some supplying
systems that require a more complex approach, because the pressure conditions don’t
guarantee the needs for water supply. In these cases pumping systems have to be considered.
Therefore, in this dissertation will be mentioned the existing pumping solutions and the way
water tanks are connected to them.
Sustainability is a very contemporary topic which has been discussed several times. Therefore,
is important to make reference to sustainability-related systems of cold water supply. In this
document, one discussed techniques and devices that allow a more controlled use of water,
and awareness policies that can be adopted.
The comprehension of the theoretical topics discussed, is supplemented with analysis of three
buildings of different uses. One also investigates the systems application, in order to provide a
more reliable approach of these water supply means. Following these sense, beyond the initial
stage of execution, one indicates the rehabilitation stage and the subsequently system
modification which may happen during the lifetime of such systems. Is also made a study of the
pathologies associated with the supply of cold water.
Keywords: installations inside buildings, drinking water supply, fire fighting water supply, plan,
sizing, sustainability.
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Agradecimentos
Neste projecto pessoal aqui apresentado tive sempre à disposição um conjunto alargado de
pessoas que me apoiaram e me mostraram o melhor caminho para descobrir a motivação
desejada. Foram tantas as pessoas que durante este percurso me ajudaram, que seria
impossível enumerá-las a todas. A quem eu não referir, peço as minhas mais sinceras
desculpas, pois, apesar de saber o que fizeram por mim, não consegui referir o seu nome na
altura da realização deste pequeno texto. Assim sendo, gostaria de deixar umas palavras de
agradecimento às seguintes pessoas.
Ao Professor Armando Silva Afonso que, apesar de não ter qualquer “obrigação” para me
ajudar na realização desta dissertação, se mostrou sempre disponível e me esclareceu
inúmeras questões. A sua constante disponibilidade e atenção foram uma grande ajuda e um
grande estímulo para a realização deste trabalho. Ao Professor, o meu muito obrigado!
Um especial agradecimento ao Eng. António Silva que se mostrou sempre muito prestável,
colocando-se ao dispor para me fornecer qualquer informação, sem que me fossem colocadas
quaisquer contrapartidas. As informações transmitidas pelo Engenheiro foram essenciais para
a evolução deste trabalho.
Ao meu pai e à minha mãe que sempre me deram apoio e a motivação necessária para que,
nas fases mais complicadas, não houvesse qualquer tipo de perda de entusiasmo, de
motivação. A eles, que foram o meu grande suporte para a realização deste curso, que culmina
na realização desta dissertação, agradeço e dedico este trabalho.
Aos meus irmãos que sempre me apoiaram e motivaram, mas, principalmente, sempre
perceberam qual era o tempo de trabalhar e de brincar, não me incentivando a ir para a “festa”
na altura em que era necessário desenvolver o trabalho. A eles, pelo constante encorajamento,
agradeço a realização deste trabalho. Nuno e André, obrigado!
Aos restantes membros da família o meu muito obrigado pelas palavras de incentivo que
sempre mostraram e pela disponibilidade que sempre colocaram.
A todos os meus amigos, que sempre estiveram comigo nas horas de maior aperto e que
sempre foram a chave para abrir a porta do sucesso, o meu muito obrigado!
Por fim, um agradecimento especial à Xi que foi a pessoa que sempre esteve ao meu lado, que
mais vezes ouviu os meus lamentos e que soube sempre ter aquela palavra que me dava novo
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alento. A ela, pela atenção, carinho, incentivo, amizade, amor, enfim, por tudo o que é
necessário para se conseguir chegar a um objectivo, o meu “muito obrigado especial”!
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Simbologia
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Abreviaturas
Abreviatura Designação
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Índice de Matérias
Resumo....................................................................................................................................... I
Agradecimentos ......................................................................................................................... V
Abreviaturas .............................................................................................................................. IX
1. Introdução .............................................................................................................................. 1
2.3. Qualidade............................................................................................................................ 7
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5.3.1.2.Torneiras .............................................................................................................. 93
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Índice de Figuras
Figura 3.1 - Dimensionamento da rede de abastecimento de água fria para consumo ............. 13
Figura 3.2 - Determinação do diâmetro da tubagem .................................................................. 15
Figura 3.3 - Relação entre o caudal acumulado e o caudal de dimensionamento (caudais
elevados) [3;17] ........................................................................................................................... 18
Figura 3.4 - Relação entre o caudal acumulado e o caudal de dimensionamento (caudais
médios) [3;17] .............................................................................................................................. 19
Figura 3.5 - Relação entre o caudal acumulado e o caudal de dimensionamento (caudais
reduzidos) [3;17] .......................................................................................................................... 19
Figura 3.6 - Diâmetros interiores mínimos em função do coeficiente total [17] .......................... 22
Figura 3.7 - Coeficiente de simultaneidade [17] .......................................................................... 22
Figura 3.8 - Ligação entre o sistema público e os dispositivos de utilização ............................. 35
Figura 3.9 - Alimentação directa com elemento sobrepressor (adaptado de [17]) ..................... 36
Figura 3.10 - Alimentação indirecta com reservatório na base e com elemento elevatório
(adaptado de [17]) ....................................................................................................................... 36
Figura 4.1 - Meios de combate a incêndio .................................................................................. 41
Figura 4.2 - Coluna seca (adaptado de [17]) .............................................................................. 45
Figura 4.3 - Dimensionamento de uma coluna seca................................................................... 46
Figura 4.4 - Coluna húmida (adaptado de [17]) .......................................................................... 49
Figura 4.5 – RIA (adaptado de [17]) ............................................................................................ 50
Figura 4.6 - Sprinkler e tubagem de abastecimento ................................................................... 52
Figura 4.7 - Sistema de extinção automático (adaptado de [13]) ............................................... 52
Figura 4.8 - Afastamento de sprinklers (adaptado de [19]) ......................................................... 54
Figura 4.9 - Alimentação dos sprinklers (adaptado de [11]) ....................................................... 55
Figura 4.10 - Lança de pulverização [I3] ..................................................................................... 59
Figura 4.11 - Sistema de cortinas de água para protecção de depósitos [I60] .......................... 60
Figura 5.1 - Varas de tubagem de PEAD [I37] ............................................................................ 70
Figura 5.2 - Soldadura topo-a-topo de um tubo de PEAD [I48] .................................................. 72
Figura 5.3 - Tubagem PEX .......................................................................................................... 72
Figura 5.4 - Bainha para a tubagem em PEX ............................................................................. 73
Figura 5.5 - Caixa de derivação .................................................................................................. 74
Figura 5.6 - Tubo de PVC alargado na extremidade [I48] .......................................................... 76
Figura 5.7 - Joelho em PVC [I37] ................................................................................................ 76
Figura 5.8 - Tubagens de PVC-C [I58] ........................................................................................ 77
Figura 5.9 – Tê em PVC-C [I37] .................................................................................................. 78
Figura 5.10 - Tubagem em PP [I48] ............................................................................................ 79
Figura 5.11 – Curva de 90º em PP [I48] ..................................................................................... 79
Figura 5.12 - Tubagens de cobre [I40] ........................................................................................ 80
Figura 5.13 - Aparelho utilizado nas dobragens das tubagens [I47] ........................................... 81
Figura 5.14 - Soldadura de uma tubagem de cobre [I53] ........................................................... 82
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XVIII
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Figura 7.2 - Sistema de aproveitamento das águas residuais (adaptada de [8]) ..................... 133
Figura 8.1 - Localização do edifício de uso misto (adaptado de [I63]) ..................................... 138
Figura 8.2 - Localização da caixa de derivação do T3 do piso 1 .............................................. 139
Figura 8.3 - Carretel e torneira de serviço instalados no piso subterrâneo .............................. 142
Figura 8.4 - Localização do armazém (adaptado de [I63]) ....................................................... 143
Figura 8.5 - Edifício misto e armazém....................................................................................... 143
Figura 8.6 - Canalização horizontal que posteriormente irá abastecer o carretel .................... 144
Figura 8.7 - Planta da Escola Secundária Josefa de Óbidos (Adaptado de [I63]) ................... 145
Figura 8.8 – Pormenor da tubagem de água fria da cozinha [M9] ............................................ 146
Figura 8.9 - Pormenor dos autoclismos de uma instalação sanitária [M9] ............................... 147
Figura 8.10 - Boca-de-incêndio do tipo carretel instalada na Escola Secundária Josefa de
Óbidos ....................................................................................................................................... 147
XIX
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Índice de Tabelas
Quadro 3.1 - Vantagens, desvantagens e limites impostos pela EN 806 e pelo RGSPPDADAR
[N12;N18] .................................................................................................................................... 14
Quadro 3.2 - Caudais instantâneos dos dispositivos da rede predial de abastecimento de água
fria [N12; adaptado de N18] ........................................................................................................ 16
Quadro 3.3 - Simultaneidade de fluxómetros [N12] .................................................................... 20
Quadro 3.4 - Coeficiente de simultaneidade dos dispositivos da rede predial de abastecimento
de água fria [3]............................................................................................................................. 21
Quadro 3.5 - Simultaneidade de fluxómetros [3] ......................................................................... 23
Quadro 3.6 - Peso dos dispositivos da rede predial de abastecimento de água fria [3]............. 24
Quadro 3.7 - Factor caracterizador da rugosidade do material [17] ........................................... 29
Quadro 3.8 - Coeficiente característico do aglomerado populacional [N12] .............................. 39
Quadro 4.1 - Parâmetros definidos no dimensionamento de sprinklers [N17] ........................... 55
Quadro 4.2 - Espaçamento entre sprinklers em função da utilização-tipo [19] .......................... 56
Quadro 4.3 - Espaçamento entre sprinklers em função da classe de risco [M5] ....................... 56
Quadro 4.4 - Dimensionamento dos ramais simples em instalações de risco ligeiro [M5]......... 57
Quadro 4.5 - Dimensionamento dos ramais simples em instalações de risco ordinário [M5] .... 57
Quadro 4.6 - Perdas de carga dos ramais principais em instalações de risco ordinário [M5] .... 58
Quadro 4.7 - Coeficiente de descarga dos sprinklers [19] .......................................................... 58
Quadro 4.8 - Coeficiente de descarga dos sprinklers em função do seu diâmetro [11] ............. 58
Quadro 5.1 - Materiais utilizados nas tubagens de sistemas de abastecimento de água e de
combate a incêndio [6; 7; 9; 17; 20; 21; 22; 23; 25; 26; 27; 28] .................................................. 65
Quadro 5.2 - Tipos de torneira [N12; I41; I44] ............................................................................ 93
Quadro 5.3 - Função e localização das válvulas utilizadas nos sistemas de abastecimento de
água [N12; I36; I44] ..................................................................................................................... 95
Quadro 5.4 - Temperatura de accionamento dos sprinklers [13] ................................................ 97
Quadro 5.5 - Altura equivalente da tensão do vapor do líquido [17]......................................... 109
Quadro 5.6 - Número de arranques por hora do grupo electrobomba [10] .............................. 113
Quadro 6.1 - Valores mínimos de pressão utilizados no ensaio de estanquidade (adaptado de
[N12; 17]) ................................................................................................................................... 121
Quadro 6.2 - Patologias, causas e efeitos dos sistemas de abastecimento de água e de
combate a incêndio (Adaptado de [15]) .................................................................................... 122
Quadro 6.3 - Defeitos nos elementos constituintes da rede e respectivas soluções (adaptado de
[15]) ........................................................................................................................................... 124
Quadro 7.1 - Consumos médios domésticos diários em edifícios em Portugal [l/hab] [17]...... 134
Quadro 7.2 - Perdas por fugas em torneiras e autoclismos [M4] ............................................. 135
Quadro 8.1 - Valores iniciais e propostos do coeficiente de simultaneidade para o troço F1 do
edifício misto [M8] ..................................................................................................................... 140
Quadro 8.2 - Valores iniciais e propostos dos diâmetros nominais para os troços F6.1 e F7.1 do
edifício misto [M8] ..................................................................................................................... 141
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1. Introdução
Outro aspecto que tem vindo a ser cada vez mais tido em conta na sociedade prende-se com o
conceito de qualidade. Esta exigência impulsionou igualmente a indústria das canalizações,
através da publicação de normas e também da necessidade de encontrar materiais com as
melhores características, que permitem aumentar a gama de escolhas dos projectistas. Este
último ponto veio agitar o mercado, levando a uma busca constante pelo material com
melhores características (qualidade, preço, entre outras) para as necessidades do projectista, o
que traz grandes vantagens para o utilizador.
O conceito de segurança, que tantas vezes aparece ligado à ideia de qualidade, assume
também uma grande importância na construção civil. Para além das exigências arquitectónicas
e estruturais, é tida especial atenção à possibilidade de ocorrência de incêndios. A água
assume um papel importantíssimo nesta temática, na medida em que é um dos melhores
agentes extintores. Neste sentido, os sistemas de combate a incêndio são essenciais em
qualquer projecto de construção civil.
Para além dos aspectos referidos nos parágrafos anteriores tem-se vindo igualmente a
observar uma melhoria nas técnicas de instalação das tubagens. Têm surgido novas técnicas
de execução dos projectos, como também de reabilitação de redes de abastecimento já
existentes. A diminuição e a capacidade de resolução das patologias associadas a este tipo de
redes são também pontos evolutivos que se têm verificado neste tipo de sistemas.
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assentes no lançamento de novas regras técnicas e também de projectos que visam mentalizar
os consumidores para esta problemática.
No Capítulo 2 é feita uma abordagem à situação actual do consumo de água. Para tal são
analisadas as necessidades de consumo da população e também dos sistemas de combate a
incêndio. É igualmente feita uma abordagem relativamente à qualidade dos sistemas prediais
de abastecimento de água fria e também à documentação que legisla este tipo de sistemas.
Por forma a informar o leitor, são também abordadas as empresas responsáveis pelo
abastecimento de água das principais cidades do território nacional.
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O Capítulo 5 aborda as temáticas dos materiais, dos dispositivos utilizados nas redes e
também dos sistemas de bombagem. Relativamente aos materiais são analisadas tubagens
metálicas (aço, aço inox, cobre e aço galvanizado), tubagens constituídas por polímeros
(polietileno, polietileno reticulado, policloreto de vinilo simples e clorado e polipropileno) e
tubagens com uma constituição mista (multicamada). É igualmente feita uma análise
comparativa entre os diferentes tipos de tubagem, por forma a dar a conhecer ao leitor as
várias opções existentes. Os referidos dispositivos são essenciais para completar as redes de
abastecimento, quer sejam para consumo ou para combate a incêndio. São também tidos em
conta os dispositivos sustentáveis. No que respeita aos sistemas de bombagem são abordados
os vários tipos existentes, sendo referidas as situações em que devem ser instalados.
O Capítulo 6 faz referência aos sistemas de abastecimento de água fria em obra. São
abordados os temas da recepção do material e da execução e instalação dos componentes. É
também analisada a reabilitação ou ampliação das redes já existentes, tema que tem vindo a
merecer cada vez mais destaque no ramo da engenharia civil. Neste capítulo são também
referidas as patologias mais comuns a este tipo de redes, bem como as soluções para as
resolver.
No último capítulo de estudo, o Capítulo 8, são analisados três projectos diferentes de redes
prediais de abastecimento de água fria. É feito um estudo de um edifício misto, de um
armazém e também de um estabelecimento escolar, procurando analisar e discutir as opções
tomadas em cada projecto. É igualmente feita uma análise comparativa entre as várias
construções.
O capítulo conclusivo inclui uma descrição das conclusões tiradas sobre a parte teórica da
dissertação, como também dos casos de estudo efectuados. São igualmente assinalados os
aspectos que ficaram por analisar, bem como alguns temas que poderão ser desenvolvidos no
futuro.
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2. A utilização de água
2.1. Introdução
A água é o recurso mais essencial à vida de qualquer ser vivo. Todos os dias recorremos a
esta substância para a realização de um grande número de tarefas. Á água é utilizada, entre
outras coisas, para consumo humano, para a saúde básica e produção de alimentos ou para as
mais variadas actividades económicas.
A importância deste líquido, bem como a hipótese, cada vez mais evidente, de se esgotar, leva
a que seja necessário ter-se em conta alguns cuidados no seu consumo. Assim sendo, apesar
deste continuar a ter valores proibitivos, principalmente nos países mais desenvolvidos, são
cada vez mais tidas em conta considerações que permitem a diminuição da utilização deste
líquido. A extinção da água é um tema cada vez mais debatido, sendo que existem
actualmente bastantes estudos para a criação de soluções que diminuam o seu consumo, quer
seja através do aproveitamento da mesma, ou pela redução directa da sua utilização.
Relativamente à água que é consumida nos edifícios há uma preocupação cada vez mais
emergente de melhorar os hábitos de consumo, bem como de fazer o aproveitamento da água
utilizada, como será estudado no capítulo 7.
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Pedroso (2007) [17] faz referência aos consumos mínimos relativos a edifícios de usos não
habitacionais. São referidos os seguintes valores:
Escolas – 10 l/aluno/dia;
Escritórios – 15 l/pessoa/dia;
Hotéis – 70 l/quarto/dia (quarto sem banheira) ou 230 l/quarto/dia (quarto com
banheira);
Hospitais – 300 a 400 l/cama/dia;
Restaurantes – 20 a 45 l/pessoa/dia.
Apesar das considerações indicadas pelo RGSPPDADAR [N12] é mais usual o recurso ao
RJSCIE [N5], devido a este estar mais de acordo com as exigências de cada sistema de
incêndio.
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2.3. Qualidade
A análise da qualidade de um sistema de abastecimento de água passa não só pelas
propriedades do líquido, como também das tubagens que o transportam. Assim sendo, a
exigência relacionada com estes aspecto, que cada vez mais vem aumentando, deverá passar
principalmente pela análise das tubagens, já que a qualidade da água é controlada a montante
do sistema de canalização.
Para além da qualidade dos materiais, a qualidade da instalação, bem como a da manutenção,
são pontos que acarretam uma análise mais aprofundada. Afonso (2007) [4] refere que 90%
das anomalias detectadas na construção derivam de erros relacionados tanto com os sistemas
de abastecimento de água, como também dos sistemas de drenagem. O mesmo autor refere
ainda que apesar de os erros associados, estes sistemas constituem, aproximadamente, 5%
do custo de construção. A baixa contribuição para o orçamento final faz com que haja alguma
margem de manobra para se investir nestes sistemas, possibilitando assim reduzir os
problemas que lhe estão associados.
Para além do já referido acréscimo de qualidade dos materiais utilizados, mais medidas vêm
sendo tomadas para melhorar as características dos sistemas de abastecimento. Tem-se
verificado uma maior preocupação das empresas com estas situações, que advém
principalmente das exigências de certificação que são feitas presentemente. Como exemplo
deste acréscimo de preocupação relacionado com a qualidade, deve referir-se a criação da
ANQIP [I1]. Esta entidade tem permitido, através dos seus trabalhos, um aumento do nível de
qualidade em variadas construções. Para além dos pareceres sobre projectos, das auditorias
de qualidade e eficiência e das certificações ao nível da conformidade e da qualidade, a ANQIP
preocupa-se em difundir a temática da qualidade. É neste sentido que esta empresa divulga
alguns estudos técnicos e científicos e elabora publicações e especificações técnicas, bastante
importantes na execução de projectos de instalações prediais. É igualmente prática comum a
realização de acções de formação e de divulgação relacionadas com o seu trabalho [I1].
2.4. Legislação
A execução dos sistemas de abastecimento de água para consumo humano é feita com base
no Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de
Drenagem de Águas Residuais (designado por RGSPPDADAR ao longo desta obra) [N12] e na
Norma Europeia, a EN 806-3 [N18], enquanto que os sistemas de abastecimento de água para
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Na presente obra foi analisado o abastecimento de água das capitais de distrito e também das
cidades mais importantes das áreas da Grande Lisboa e do Grande Porto, como se poderá
verificar no quadro do Anexo A1.
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3.1. Introdução
Os sistemas prediais de distribuição de água fria são criados com o objectivo de garantir o
abastecimento de água em perfeitas condições de segurança, assegurando tanto a saúde
pública dos consumidores, como também o seu conforto. Na maioria dos casos actuais os
edifícios são alimentados através de uma rede pública que transporta água potável. Existem,
no entanto, situações em que o abastecimento predial se faz com recurso a poços. Nestes
casos é necessário proceder de forma a garantir a potabilidade da água.
Na execução deste tipo de projecto são tidos em conta factores essenciais, como a economia,
as condições de aplicação e de utilização, as necessidades de traçado e também a
constituição química de cada material, tendo sempre em conta a legislação que rege este tipo
de sistemas. É com base na optimização dos referidos factores que são construídas as redes
de abastecimento de águas.
A execução das redes passa, essencialmente, por duas fases distintas. Inicialmente
desenvolve-se o respectivo traçado, tendo em conta as leis que vigoram no espaço de
implementação do projecto. Esta primeira etapa passa por encontrar uma optimização entre as
escolhas dos projectos das restantes especialidades (esgotos, gás, entre outros) e as opções
essenciais à execução de uma rede de abastecimento de água. É, por isso, de grande
importância a existência de comunicação entre todos os projectistas da obra.
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É ainda de referir que os projectos devem utilizar uma simbologia universal, por forma a que a
sua leitura seja feita de forma clara, reduzindo as hipóteses de erro. De forma a facilitar futuras
intervenções, deve ainda ser garantido um cadastro de todo o projecto.
Segundo o RGSPPDADAR [N12], existem alguns artigos que definem algumas regras gerais
para se proceder ao traçado de uma rede predial de abastecimento de água:
Artigo 82º;
Artigo 83º;
Artigo 84º;
Artigo 85º;
Artigo 87º;
Artigo 89º;
Artigo 95º;
Artigo 96º.
Os artigos mencionados legislam o traçado de redes a nível nacional. No entanto, como foi
referido no Capítulo 2, existem algumas diferenças entre as autarquias nacionais.
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O traçado deverá ser sempre o mais curto possível, proporcionando uma melhoria na
economia, como também uma redução de perdas de carga e de tempos de retenção
da água;
As partes comuns da rede deverão localizar-se numa zona acessível a todos os
consumidores;
A passagem das condutas deverá ser feita, preferencialmente, pelas paredes, evitando
assim maiores gastos em termos de avaria, bem como conflitos com outras
especialidades, como por exemplo os esgotos, cuja tubagem passa pelo chão.
Existem, no entanto, alguns tipos de tubagem (por exemplo PEX) que, devido à sua
flexibilidade, obrigam que o seu traçado se faça pelo pavimento. Nestes casos deverá
ser tido o devido cuidado para evitar intersecções com outras especialidades;
O traçado da rede em paredes comuns a vários fogos deverá exigir especial atenção
na medida em que uma avaria pode danificar igualmente o fogo vizinho;
Dentro de cada divisão de um fogo é importante que o curso da tubagem se faça a
uma cota inferior, ascendendo para o abastecimento de cada dispositivo. Esta
consideração evita que as canalizações percorram a altura toda da parede, podendo
interferir com outro tipo de especialidades de construção, como por exemplo a
electricidade;
A colocação da tubagem nas instalações sanitárias exige um cuidado especial, uma
vez que estas divisões contêm acessórios (por exemplo bacios de retrete) cuja fixação
se pode fazer directamente à parede. A aplicação deste tipo de dispositivos obriga a
realização de furações que podem danificar a canalização. De modo a evitar este tipo
de dano é aconselhável que o traçado da tubagem não passe acima de uma
determinada altura (entre os 20 cm e os 30 cm);
As válvulas de seccionamento deverão ser instaladas à entrada dos ramais de
distribuição, a montante dos purgadores de ar, nos ramais de introdução, a montante e
a jusante dos contadores, nas entradas das diferentes instalações sanitárias do fogo,
nos ramais de alimentação de autoclismos, equipamento de lavagem e fluxómetros,
para que seja possível fazer-se o seccionamento de todas as partes da rede;
Como referido no Ponto 3.2.1 existem algumas tubagens que não necessitam de
elementos acessórios para proceder às mudanças de direcção. Nesse tipo de traçado
deverá executar-se os troços a profundidades suficientes para que seja exequível a
transição entre paredes, uma vez que os tubos têm valores curvaturas máximos, que
dependem do tipo de material;
Nas zonas de circulação viária tem de ser garantida uma profundidade mínima de
instalação dos ramais de ligação de 0.8 m. Nas restantes áreas a profundidade mínima
aceitável é de 0.5 m;
Os estabelecimentos industriais e comerciais devem ter ramais de ligação
independentes.
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3.2.3. Simbologia
A necessidade de utilizar uma grande quantidade de informação em qualquer projecto da
especialidade de construção, leva a que seja necessário recorrer à utilização de simbologia,
evitando assim a existência de desenhos sobrecarregados de dados.
É com base nesta simplificação da informação que foi estabelecida uma simbologia de
referência. A generalização deste código uniformizado facilita a leitura de qualquer projectista,
evitando assim conflitos relacionados com a interpretação dos dados fornecidos. No Anexo A2
consta um quadro que reproduz a simbologia referida no RGSPPDADAR [N12], adoptada em
território nacional.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Posteriormente à análise das condições referidas no parágrafo anterior, deverá ser feita a
determinação dos caudais de dimensionamento, que dependem da quantidade de água
necessária para abastecer os diferentes dispositivos. Definido o caudal de cálculo, é possível
estimar o diâmetro de tubagem mínimo necessário para se efectuar o escoamento. O cálculo
das duas grandezas referidas neste parágrafo pode ser feito de várias formas. Na presente
obra serão abordados os métodos propostos pelo RGSPPDADAR [N12] e também pela Norma
Europeia, a EN 806-3 [N18]. Importa ainda referir que a metodologia proposta pela legislação
nacional é mais rigorosa, enquanto que a forma de cálculo da Norma Europeia [N18] está mais
centrada na rapidez de execução [1]. Assim sendo, para situações em que se exige um nível
de conforto mais elevado é mais aconselhável o recurso ao RGSPPDADAR [N12]. A escolha
da adopção do método para dimensionar as redes de abastecimento é da competência do
projectista, devendo este optar pelo método que lhe pareça mais adequado. No Quadro 3.1
estão resumidas as vantagens e desvantagens dos dois métodos, bem como os diferentes
limites impostos.
Para além dos cálculos referidos no parágrafo anterior, o RGSPPDADAR [N12] reserva
especial atenção às perdas de carga provocadas pelo escoamento, ao contrário do que
acontece com a Norma Europeia [N18], que considera directamente na determinação dos
13
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
diâmetros, o valor das referidas perdas, apesar de definir limites para o comprimento da
tubagem, como se verá ainda neste capítulo.
Quadro 3.1 - Vantagens, desvantagens e limites impostos pela EN 806 e pelo RGSPPDADAR [N12;N18]
A nível europeu existe, como foi mencionado no ponto anterior, uma Norma Europeia [N18] que
legisla todos os países que, como Portugal, constam do CEN, a EN 806-3.
Segundo Afonso (2007) [1] a EN 806 deveria ter sido adoptada como Norma Portuguesa (NP)
até Outubro de 2006, de forma a evitar conflitos com o RGSPPDADAR [N12], criando uma
uniformidade nos projectos elaborados em território nacional. O mesmo autor refere ainda que
a passagem da Norma Europeia para Norma Portuguesa ainda não tem data definida.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Depois de contabilizadas todas as perdas de carga, é possível fazer a análise das pressões
máximas e mínimas de uma rede. Este tipo de análise deverá incidir sobre um “caminho
crítico”, ou seja, na verificação das pressões de cada fogo deverá ser tido em conta o caminho
percorrido pela água que provoca uma maior ou menor perda de carga, consoante se pretenda
analisar os valores mínimos e máximos de pressão, respectivamente. Verificado esse
“caminho”, todos os outros cumprirão as exigências correspondentes.
O estudo das verificações de pressão leva a três resultados possíveis. No caso de os valores
de pressão estarem dentro dos inicialmente estipulados, o dimensionamento da rede poderá
ser terminado sem se proceder a qualquer ajuste. Quando, pelo contrário, esses valores não se
situam nos limites convencionados, deverá o projectista fazer um ajuste nos diâmetros da rede,
aumentando ou diminuindo o seu diâmetro consoante se queira diminuir ou aumentar a
pressão na canalização. A escolha do diâmetro da tubagem é, portanto, um processo iterativo,
como está representado na Figura 3.2.
O estudo dos caudais de cálculo deve centrar-se, principalmente, numa análise dos
dispositivos que terão de ser abastecidos. Para se proceder à determinação dos caudais tem
de se ter em conta os dados fornecidos relativamente ao número e tipo de dispositivos a
abastecer, de forma a, consoante os caudais que cada aparelho necessita (caudais
instantâneos), encontrar a necessidade que está adjacente a toda a rede (caudal acumulado).
O RGSPPDADAR [N12] faz referência, no artigo 90º - Anexo IV, aos valores mínimos dos
caudais instantâneos a considerar nos dispositivos, que, conjuntamente com os valores da
Norma Europeia [N18] podem ser consultados no Quadro 3.2. No método proposto pelo
RGSPPDADAR [N12] a consideração desta simultaneidade é feita com recurso ao conceito de
coeficiente de simultaneidade, que será apresentado posteriormente.
15
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Quadro 3.2 - Caudais instantâneos dos dispositivos da rede predial de abastecimento de água fria [N12; adaptado de
N18]
Caudais de Caudais
Dispositivo dimensionamento [l/s] mínimos [l/s]
RGSPPDADAR EN 806-3
Lavatório individual 0.10 0.10 0.10
Lavatório colectivo (por bica) 0.05 Não definido Não definido
Bidé 0.10 0.10 0.10
Banheira 0.25 0.40 0.30
Chuveiro Individual 0.15 0.20 0.15
Banho não doméstico Não definido 0.80 0.80
Pia de despejo 0.15 0.20 0.15
Autoclismo de bacia de retrete 0.10 0.10 0.10
Mictório com torneira individual 0.15 Não definido Não definido
Pia lava-louça 0.20 0.20 0.15
Pia lava-louça não doméstica (DN20) Não definido 0.80 0.80
Bebedouro 0.10 Não definido Não definido
Máquina de lavar a louça 0.15 0.20 0.15
Máquina ou tanque de lavar a roupa 0.20 0.20 0.15
Bacia de retrete com fluxómetro 1.50 1.50 1.00
Mictório com fluxómetro 0.50 0.30 0.15
Boca de rega ou lavagem de Ø15mm 0.30
0.50 0.40
Boca de rega ou lavagem de Ø20mm 0.45
Máquinas industriais e outros aparelhos não
A definir pelo fabricante
especificados
Como se pode observar no Quadro 3.2, os valores propostos pelos dois métodos são
diferentes em alguns dispositivos. Estas dissemelhanças advêm da diferente forma de
ponderar a simultaneidade de funcionamento dos dispositivos e também do facto de a Norma
Europeia [N18] ter sido elaborada mais recentemente, com base em dispositivos mais actuais,
com exigências diferentes dos considerados para a elaboração do regulamento nacional.
Qd C s Qa (3.1)
Quanto ao cálculo do coeficiente de simultaneidade, este pode ser executado através de várias
abordagens. São conhecidos, para esta estimação, quatro tipos distintos de métodos:
probabilísticos, gráficos, empíricos e também métodos que recorrem ao conceito de “peso”.
Existem ainda algumas metodologias que consideram uma análise mista dos problemas,
16
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
A escolha do método a adoptar é baseada no tipo de edifício em estudo. Assim sendo, importa
inicialmente definir quais as condições de utilização que se pretende para se poder
dimensionar a rede.
Os quatro métodos que serão referenciados neste capítulo são os mais utilizados, uma vez que
são de aplicação simples, apresentando resultados aceitáveis. Ainda assim existem algumas
diferenças entre estes, nomeadamente no rigor que apresentam. Relativamente à
consideração da simultaneidade dos fluxómetros, que faz variar o coeficiente de
simultaneidade, o método preconizado pelo RGSPPDADAR [N12] apresenta um maior grau de
exigência em comparação com os restantes, sendo, portanto, o mais rigoroso relativamente a
este aspecto.
Método de Delebecque:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Figura 3.3 - Relação entre o caudal acumulado e o caudal de dimensionamento (caudais elevados) [3;17]
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Figura 3.4 - Relação entre o caudal acumulado e o caudal de dimensionamento (caudais médios) [3;17]
Figura 3.5 - Relação entre o caudal acumulado e o caudal de dimensionamento (caudais reduzidos) [3;17]
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O RGSPPDADAR [N12] utiliza a curva normal como curva de referência para a determinação
dos caudais de dimensionamento. A utilização desta curva restringe-se ao dimensionamento
de redes de abastecimento de águas de habitações correntes sem fluxómetros.
Como se pode verificar nas Figuras 3.3, 3.4 e 3.5, a leitura da curva normal, através da
representação gráfica, não apresenta um grande rigor, pelo que é necessário definir uma
equação que permita obter os caudais de dimensionamento. O criador do método não
disponibilizou quaisquer informações sobre as equações utilizadas, pelo que foi necessário, ao
longo dos anos, proceder-se a um ajuste da curva para que se obtivessem soluções de maior
rigor. Foi possível determinar equações que, com uma percentagem de certeza superior a
99%, permitem obter directamente o valor dos caudais. Assim sendo, para edifícios correntes,
podem ser utilizadas as condições definidas pela Expressão (3.2) – curva de conforto normal -
para a estimativa do caudal de dimensionamento.
0.5137
Qd 0.5469 Qa , Qa 3.5
0.5364
Qd 0.5226 Qa , 3.5 Qa 25 (3.2)
0.7587
Qd 0.2525 Qa , Q 25
a
Afonso (2001) [3] refere que para caudais acumulados iguais ou inferiores a 0.6 l/s deve ser
feita uma análise caso a caso, adoptando-se, geralmente, o caudal acumulado dos dois
dispositivos de maior caudal instantâneo presentes no compartimento em estudo.
A probabilidade de estes elementos funcionarem todos no mesmo período é reduzida, pelo que
se deverá considerar um determinado número de fluxómetros em utilização simultânea. O
RGSPPDADAR [N12] faz referência à simultaneidade da utilização dos fluxómetros, como se
pode verificar no Quadro 3.3.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
A título de exemplo de cálculo pode considerar-se uma instalação sanitária constituída por 5
bacias de retrete com fluxómetro. Como se pode verificar no Quadro 3.2, o caudal instantâneo
correspondente a este dispositivo é de 1.5 l/s. Assim sendo, através da análise do Quadro 3.3,
verifica-se que o caudal devido à presença de fluxómetros, a acrescentar ao caudal de
dimensionamento deste compartimento, será de 2x1.5=3.0 l/s.
O cálculo do caudal de dimensionamento de redes de edifícios de outro tipo, como por exemplo
escritórios, hotéis ou de outro género de serviços, poderá ser feito de forma idêntica ao descrito
para habitações correntes, desde que se considere um factor multiplicativo de 1.25 [3].
Apesar da consideração referida no parágrafo anterior, Afonso (2001) [3] refere que existem
casos especiais, como hospitais, em que a determinação dos caudais deve ser feita, devido ao
maior rigor exigido, através da curva de conforto máximo sugerida por Delebecque. Nestes
casos, o cálculo do caudal de dimensionamento é directamente calculado pela Expressão (3.3).
0.585
Qd 0.605 Q a , 0 .6 Q a 35
(3.3)
Qd 0.078 Q a 2.4 , Qa 35
Método CTSB:
O método CTSB, referido pelo LNEC [3], baseia-se numa análise gráfica para determinar os
caudais de dimensionamento a utilizar na rede que se pretende dimensionar. Este método faz
a distinção entre as instalações individuais e as colectivas, reservando procedimentos
diferentes para os dois tipos de instalação. Para as instalações individuais o método fornece os
valores dos diâmetros mínimos a adoptar na rede, enquanto que para instalações colectivas o
método CTSB permite obter os coeficientes de simultaneidade que devem afectar os caudais
acumulados. A consideração de instalações colectivas é feita quando se dimensiona em
simultâneo um conjunto de tubagens, ou então quando o coeficiente total, determinado através
dos valores do Quadro 3.4, de uma instalação individual é superior a 15.
Quadro 3.4 - Coeficiente de simultaneidade dos dispositivos da rede predial de abastecimento de água fria [3]
Dispositivo Coeficiente
Autoclismo de bacia de retrete
Lava-mãos 0.5
Mictório
Bidé
Bacia de retrete de uso público
1.0
Máquina de lavar a roupa
Máquina de lavar a louça
Lavatório 1.5
Chuveiro
Boca de rega 2.0
Boca de lavagem
Pia lava-louça 2.5
Banheira com capacidade inferior a 150 l 3.0
Banheira com capacidade superior a 150 l 3.0 + 0.1 por cada 10 l suplementares
21
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O coeficiente total é determinado pela soma dos coeficientes de cada dispositivo, que são
apresentados no Quadro 3.4.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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esta expressão é válida apenas para valores de nd superiores a 5, sendo inclusivamente válida
para mais de 150 dispositivos. Afonso (2001) [3] refere igualmente que muitos autores limitam
o coeficiente de simultaneidade a um mínimo de 0.2.
0.8
Cs (3.4)
nd 1
Deverá ter-se igualmente em conta que, no caso de instalações que comportem fluxómetros, a
determinação do caudal de dimensionamento deverá considerar os caudais instantâneos
correspondentes a estes dispositivos. Segundo Afonso (2001) [3], no método CTSB deverá ser
considerada, consoante os fluxómetros instalados, a simultaneidade de funcionamento dos
fluxómetros que está presente no Quadro 3.5.
Relativamente a edifícios de usos que não sejam o de habitação devem ser feitas as seguintes
considerações [3]:
O método da Norma Brasileira, ou método dos pesos, utiliza o conceito de pesos para que o
dimensionamento de uma rede tenha em conta a contribuição dos diferentes dispositivos.
Este método consiste na atribuição de diferentes pesos aos dispositivos utilizados na rede,
consoante estes necessitem de um maior ou menor caudal de abastecimento.
A determinação dos pesos de cada dispositivo é feita a partir de um peso unitário que é
atribuído a torneiras de diâmetro de 3/8. O valor do caudal deste dispositivo varia consoante o
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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método adoptado estando, no entanto, situado entre os 0.20 l/s e os 0.30 l/s. De acordo com a
Norma Brasileira o valor a considerar é de 0.30 l/s [3]. Conhecido o caudal característico da
referida torneira pode-se, com recurso à Equação (3.5), determinar o peso correspondente a
cada dispositivo (i).
2
Qi
xi (3.5)
Q3 / 8
No Quadro 3.6 estão expostos os valores dos pesos dos diferentes dispositivos constituintes de
uma rede.
Quadro 3.6 - Peso dos dispositivos da rede predial de abastecimento de água fria [3]
Dispositivo Peso
Bacia de retrete com autoclismo 0.5
Bacia de retrete com fluxómetro 40.0
Banheira 1.0
Bebedouro 0.1
Bidé 0.5
Chuveiro 0.5
Lavatório 0.5
Máquina de lavar a louça 1.0
Máquina de lavar a roupa 1.0
Mictório com fluxómetro 10.0
Pia de despejo 1.0
Pia de cozinha 0.7
Tanque de lavar 1.0
O método da Norma Brasileira, pode ser representado pela Expressão (3.6), que permite
calcular o caudal de dimensionamento associado a uma rede com i dispositivos.
Qd Q3 / 8 x i ndi (3.6)
Como já foi referido, existem algumas redes, como por exemplo as que têm fluxómetros, que
têm alguns consumos permanentes (Qp), que não devem ser afectados de um coeficiente de
simultaneidade. Nestes casos o caudal de dimensionamento deve ser determinado com
recurso à Equação (3.7). A determinação do caudal permanente pode ser feita através dos
métodos referidos no Ponto 3.3.2.1 que consideram a simultaneidade dos fluxómetros. Como a
obra em estudo se baseia na legislação portuguesa, é sugerido que esta determinação se faça
consoante os parâmetros definidos no RGSPPDADAR [N12], através da curva normal.
Qd Q3 / 8 x i nd i Qp (3.7)
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Este método é, segundo [M3], bastante utilizado devido à sua simplicidade, uma vez que a
determinação da simultaneidade do funcionamento dos vários dispositivos é baseada no
número total de aparelhos a abastecer. A Expressão (3.8) permite calcular o coeficiente de
simultaneidade.
1
Cs (3.8)
nd 1
Importa referir que o coeficiente de simultaneidade terá de ser superior a 0.20 e que a Fórmula
(3.8) só é válida para nd>2. É igualmente de salientar que o Método do Coeficiente de
Simultaneidade, dado pela Expressão (3.8), tem em consideração que todos os dispositivos
necessitam do mesmo caudal para ser alimentados. O Método do Coeficiente de
Simultaneidade Modificado tem em conta, através da Equação (3.9), as diferentes
necessidades de abastecimento de cada aparelho [M3].
Qref
nd ,mod Máx ndi ; nd (3.9)
Qi
A Expressão (3.9) refere uma nova grandeza, o caudal de referência, que representa o caudal
instantâneo mínimo entre os dispositivos a abastecer. A consideração deste caudal mínimo
permite baixar o valor de nMod, resultando num coeficiente de simultaneidade de valor mais
elevado, o que permite que o cálculo se faça pelo lado da segurança.
1
Qd Qa 0.20 Q a (3.10)
n d ,mod 1
A determinação do diâmetro mínimo da tubagem pode ser feita com o recurso a diferentes
métodos de cálculo, recorrendo a estimativas directas, ou através de uma análise gráfica.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Cálculo analítico:
O cálculo analítico do diâmetro mínimo pode ser feito com o recurso à Equação da
Continuidade, que depende do caudal de cálculo, ou de dimensionamento, e da velocidade do
escoamento e que é dada pela Equação (3.11).
4 Qd
D (3.11)
v
Importa referir que o diâmetro considerado deverá ser o diâmetro comercial (valores
apresentados no Capítulo 5) de valor imediatamente acima ao diâmetro mínimo estimado.
Em relação aos valores da velocidade de escoamento o RGSPPDADAR [N12] refere que estes
devem estar contidos num intervalo entre os 0.5 m/s e os 2.0 m/s.
O ruído provocado pelo escoamento de água pode ter variadas origens. Pode destacar-se o
fenómeno de golpe de aríete, as variações no desenvolvimento das tubagens (singularidades,
mudanças de direcção, entre outros) ou simplesmente o escoamento ao longo do comprimento
da tubagem.
Relativamente ao escoamento do líquido, este pode ser feito em regime laminar ou em regime
turbulento, o que determina se o escoamento é ou não ruidoso. Pedroso (2007) [17] refere que
apenas o segundo tipo de regime produz ruído, sendo que o regime laminar se processa de
forma silenciosa. A determinação do tipo de regime pode ser feita com recurso ao número de
Reynolds (Quintela (2005) [24]), cujo valor serve para fazer o limite entre um e outro tipo de
escoamento.
Cálculo gráfico:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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de forma a que seja garantido tanto a integridade do material, como também os níveis de
conforto desejados. Neste sentido é fundamental definir o procedimento de cálculo utilizado
para a estimativa das variações de pressão (força aplicada por unidade de área). Segundo
Quintela (2005) [24] a verificação das condições de pressão é feita com recurso ao Teorema de
Bernoulli.
p
z v2 0 (3.12)
s 2 g
p
z v2 J (3.13)
s 2 g
A perda de carga contínua, J, representa a diminuição de carga total por unidade de percurso.
A Expressão (3.12) também pode ser escrita tendo em conta a energia mecânica total por
unidade de peso de líquido (H) que é designada por carga total, ou altura manométrica. Assim
sendo a Fórmula de Bernoulli pode ser dada por:
p 2
H z v (3.14)
2 g
2 2
p1 v1 p2 v2
z1 Ht z2
2 g 2 g (3.15)
A Fórmula (3.15) permite fazer a comparação entre dois pontos, 1) e 2), da trajectória tendo em
conta a perda de carga total.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Expressão de Bernoulli. Assim sendo, a Expressão (3.15) pode ser reescrita na Equação
(3.16), tendo em conta o referido conceito.
2 2
v1 v2
P1 z1 Ht P 2 z2
2 g 2 g (3.16)
Na Equação (3.16) a parcela da energia cinética pode ser desprezável, uma vez que assume
valores bastante reduzidos quando comparados com as restantes parcelas. Assim sendo, é
possível, através da aplicação da Equação (3.16) e considerando que as variações de cota são
contabilizadas na parcela das perdas de carga (como se verá na Secção 3.3.5), determinar a
pressão presente neste mesmo ponto, através da Equação (3.17).
(3.17)
P 2 P1 Ht
O RGSPPDADAR [N12] refere, no Artigo 87º, que as pressões de serviço devem, em todos os
dispositivos, estar entre os 50 kPa (5 m.c.a.) e os 600 kPa (60 m.c.a.). O mesmo regulamento
faz referência aos valores limite de pressão de conforto, devendo esta situar-se entre os 150
kPa (15 m.c.a.) e os 300 kPa (30 m.c.a.). Contudo o dimensionamento poderá ser feito para
níveis de pressão mais ou menos exigentes, consoante o que for estabelecido na parte inicial
do projecto.
Como foi referido no Ponto 3.3.4, o escoamento de líquidos reais conduz à ocorrência de
perdas de carga, que podem ser provocadas pelas características da tubagem, ou através das
variações de cota ao longo do escoamento.
A análise deste ponto pode fazer-se tendo em conta dois tipos distintos de perda de carga, as
perdas de carga contínuas e as localizadas.
As perdas de carga intrínsecas a uma rede estão directamente relacionadas com os caudais de
cálculo e com o tipo de material e dimensões das tubagens. Foi com base nestes pressupostos
que foram propostas várias fórmulas para calcular estas grandezas, destacando-se as
expressões de Darcy-Weisbach, de Hazen-Williams, de Chézy, de Colebrook-White, de
Gauckler-Manning-Strickler, de Scimeni e de Flamant. Apesar de maior rigor, a Fórmula de
Colebrook-White, devido à sua maior dificuldade de aplicação, é mais utilizada para fins físicos,
sendo menos aplicável no dimensionamento de condutas. Quanta às leis definidas por Darcy-
Weisbach, Hazen-Williams, Gauckler-Manning-Strickler, e Chézy, estas são mais utilizadas no
dimensionamento de condutas para abastecimento público. Para o abastecimento predial são,
normalmente, aplicadas as expressões de Scimeni (Expressão 3.18) e de Flamant (Expressão
3.19), que se transcrevem a seguir [17; 24].
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Qd Cm D J (3.18)
D J 4 b 4 v7 (3.19)
D
Material b
Materiais plásticos 0.000134
Cobre ou aço inox 0.000152
Aço 0.00023
2
H v (3.20)
Cg
2 g
Previamente à análise das referidas considerações feitas, é importante definir uma grandeza
essencial no cálculo das perdas de carga singulares, o comprimento equivalente.
Comprimento Equivalente (Leq) - comprimento aparente que tem em conta uma qualquer
singularidade, transformando a perda de carga total da canalização numa perda de carga
distribuída por toda a tubagem e que tem em conta a perda de carga associada à referida
singularidade.
Consoante o material, pode considerar-se, segundo Pedroso (2007) [17], que as perdas de
carga singulares provocam um acréscimo de perda, à volta dos 20%, ao valor das perdas
contínuas (a EPAL [M3] faz referência a um acréscimo entre os 15% e os 25%). Na
consideração desta percentagem deverá ter-se em linha de conta o material constituinte das
29
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
canalizações a dimensionar. É de assinalar que o valor desta percentagem deverá ser tanto
maior quanto menos rugoso for o material. Isto acontece porque um material mais liso tem uma
parcela de perda de carga contínua inferior, como foi visto anteriormente, o que exige um
comprimento maior, relativamente a um material mais rugoso, para ter uma perda de carga
igual à do acessório. Por exemplo: se for considerado um acessório com uma perda de carga
de 0.5 m numa tubagem pouco rugosa (por exemplo com uma perda de carga de 0.01 m/m)
são necessários 50 m de tubo para equivaler a perda de carga localizada; se o tubo for mais
rugoso (perda de carga de 0.02 m/m) são necessários apenas 25 m de tubo para se equivaler
ao mesmo valor de perda de carga localizada.
Existem, no entanto, alguns tipos de tubagem, como por exemplo o aço galvanizado, em que
as perdas de carga singulares têm um peso bastante significativo, o que leva a que essa
consideração possa estar distante da realidade. Nestes casos são adoptados, consoante a
singularidade, valores de comprimento equivalente para as várias perdas de carga localizadas.
Assim sendo, o comprimento equivalente pode ser calculado recorrendo à primeira hipótese,
Equação (3.21), ou então tendo em conta o Método dos Comprimentos Equivalentes.
Tendo em conta Barral (2010) [5] o comprimento equivalente de cada tipo de singularidade
pode ser determinado por via experimental, sendo o valor obtido válido apenas para o tubo
utilizado no ensaio. Para a avaliação das perdas de carga noutros tubos deverá proceder-se à
devida correcção dos valores.
Com base nestas experiências existem no mercado tabelas que contêm os valores de perda de
carga localizadas dos diversos dispositivos disponíveis. Esta lista será apresentada, consoante
o material, no Capítulo 5 desta obra.
Jt J Leq (3.23)
30
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Apesar do maior rigor associado ao método do comprimento equivalente, pode ser mais
eficiente a utilização do método que define o valor das perdas de carga singulares, como uma
percentagem das perdas de carga contínuas. Esta eficácia deve-se ao facto de em obra haver
uma adaptação do traçado, de forma a, por exemplo, contornar elementos construtivos ou
tubagem de outra especialidade, o que implica uma utilização de acessórios que podem não ter
sido contabilizados no projecto, originando um aumento, não contabilizado, das perdas de
carga localizadas. Para além do aspecto referido anteriormente, a utilização deste método
simplifica o cálculo das perdas de carga, na medida em que evita uma consideração exaustiva
de todas as singularidades.
O aumento de cota acarreta um aumento de perda de carga e uma redução conduz a uma
diminuição nessa mesma perda. Pode então concluir-se que uma variação de cota negativa,
entre dois pontos, conduz a uma diminuição de perda de carga, enquanto que uma variação
positiva indica um acréscimo de perda.
A determinação da perda de carga total é feita, tendo em conta todas as perdas de carga que
ocorrem ao longo do escoamento, através da Equação (3.24).
Ht h Jt H (3.24)
Se for tido em conta o cálculo das perdas de carga singulares, considerando o conceito de
comprimento equivalente, a Equação (3.24) pode ser escrita através da Equação (3.25), uma
vez que as perdas de carga singulares são incluídas na parcela de perda de carga total de
cada troço, Jt.
Ht Jt h (3.25)
31
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O caudal de dimensionamento, estabelecido pelo método proposto pela Norma Europeia [N18],
pode ser determinado de duas formas diferentes, através da utilização de tabelas definidas na
norma (no Anexo A5 estão representadas, adaptadas para português, as tabelas utilizadas
para os diâmetros menores), ou recorrendo à análise do gráfico do Anexo A5, que consta
igualmente na EN 806-3 [N18]. É nesta diferenciação que reside um dos pontos negativos da
utilização desta norma. Apesar de este regulamento indicar o gráfico como meio para
determinar os caudais de dimensionamento, esta não recorre à sua leitura para a construção
das tabelas também referidas como ferramenta de cálculo [1]. Esta incongruência pode
confundir os projectistas, uma vez que não existe um único método estabelecido.
Para o cálculo com recurso ao gráfico ou às tabelas é necessário conhecer, para além do
somatório das unidades de carga, qual o valor de carga máximo de todos os dispositivos que
constituem a rede a dimensionar, como se pode observar no Anexo A5.
É ainda de destacar que, apesar de a Norma Europeia [N18] não exigir o cálculo das perdas de
carga associadas ao escoamento, o comprimento dos tubos a dimensionar é limitado, como se
pode observar nas tabelas utilizadas para o dimensionamento. Esta consideração permite
evitar a ocorrência de perdas de carga muito elevadas.
Afonso (2007) [1] refere o maior rigor conseguido através da análise do gráfico. No entanto,
como o objectivo da Norma Europeia [N18] é de tornar o dimensionamento mais prático, o
recurso a tabelas pode ser o mais eficaz.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Na Norma Europeia [N18] são estabelecidos valores limite tanto para as velocidades do
escoamento, como também para as pressões praticadas.
A Norma Europeia [N18] define como limite máximo de pressão 500 kPa (com excepção as
bocas de rega e/ou de lavagem, cujo limite estabelecido é de 1000 kPa) e como limite mínimo
100 kPa. Comparativamente ao RGSPPDADAR [N12], é de notar uma gama de valores mais
reduzida, o que denota uma maior preocupação com os níveis de conforto considerados. Esta
maior exigência permite aumentar a eficácia do método utilizado na EN 806-3 [N18], que, como
referido anteriormente, apresenta um nível de rigor mais reduzido, o que faz com que sejam
dimensionadas soluções com um nível de conforto menor. A adopção de uma gama de valores
mais rigorosa pode igualmente ser justificada com a maior preocupação relativamente à
manutenção da qualidade dos materiais.
Relativamente às velocidades, a legislação proposta pelo CEN indica como limite máximo 2.0
m/s, podendo este ser aumentado para 4.0 m/s em ramais de alimentação individuais. Apesar
de este último valor ser permitido pela norma, é necessário ter em atenção que velocidades
desta grandeza podem provocar, para além de elevados níveis de ruído, problemas nas
condutas, originando defeitos na rede de abastecimento. A referida legislação não impõem
qualquer restrição para os valores mínimos de velocidade.
Afonso (2007) [1] indica que apesar de a norma ter em conta as pressões do escoamento e as
características da instalação, assume como critério principal de dimensionamento a
consideração dos limites de velocidade. O mesmo autor refere ainda que este critério de
dimensionamento conduz a soluções mais económicas, na medida em que permite a adopção
de diâmetros menores. No entanto é um critério que está dependente das condições de
pressão existentes no início da rede, o que pode interferir nas escolhas do projectista.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
concelho de Lisboa que, como referido no Capítulo 2, tem algumas diferenças relativamente a
outros municípios portugueses.
Segundo a Empresa Portuguesa de Águas Livres [M3], as peças escritas presentes num
projecto de abastecimento de águas devem conter:
O ciclo de distribuição de água passa por três etapas distintas. Inicialmente existe um
escoamento nas condutas de abastecimento público que, através de ramais de ligação, vai
proporcionar, por fim, o abastecimento predial.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O abastecimento do edifício com recurso à rede pública pode ser feito de diferentes formas.
Consoante as condições de pressão e caudal proporcionadas pela rede, a água pode ser
distribuída directamente para os diferentes dispositivos – alimentação directa (Figura 3.9), ou
poderá haver a necessidade de recorrer a um reservatório para proporcionar o fornecimento
em boas condições – alimentação indirecta (Figura 3.10). Existe ainda a hipótese de construir
sistemas mistos, onde o edifício é dividido em níveis distintos de pressão, optimizando assim a
solução de abastecimento de água.
A legislação nacional refere igualmente que pode ser considerada uma redução da pressão
mínima, consoante o caso em estudo.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Figura 3.10 - Alimentação indirecta com reservatório na base e com elemento elevatório (adaptado de [17])
3.5. Reservatórios
No projecto de um edifício pode ser importante considerar a necessidade de utilizar um
reservatório, tanto para servir de fornecimento de água, como também como constituinte da
rede de incêndios. Neste ponto serão abordados os reservatórios que são utilizados nas redes
de abastecimento de água.
Nos sistemas prediais de abastecimento de água é dada especial atenção ao perigo que reside
na possível contaminação da água destinada ao consumo humano. É, por isso, de evitar a
utilização de reservatórios neste tipo de redes. No entanto existem casos em que as
características da rede tornam indispensável o uso destes elementos. Nestas situações torna-
se essencial dotar o plano de construção dos reservatórios de cuidados especiais, relativos à
potabilidade da água.
Segundo RGSPPDADAR [N12], através do Artigo 67º, nas redes de abastecimento de água, os
reservatórios têm a função de assegurar a distribuição de água nas situações em que existe
descontinuidade do sistema de montante, ou quando é necessário regularizar tanto as
pressões da rede, como também o funcionamento dos sistemas de bombagem. O
dimensionamento (determinação do volume) destes dispositivos é feito consoante a função a
que se destinam, como se poderá verificar nas Secções 3.5.1 e 3.5.2.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Relativamente aos aspectos construtivos existem algumas considerações que devem ser tidas
em conta [17]:
Importa igualmente referir que existem reservatórios que apresentam uma função mista,
estando dimensionados para, em simultâneo, fazer face às necessidades de distribuição de
água e de combate a incêndio [17]. Apesar de não ser uma solução muito aconselhável, é por
vezes imprescindível e implica a consideração de determinados factores. Neste caso deverá
ser garantida a manutenção da potabilidade da água, bem como a capacidade de combate a
incêndio. A capacidade de armazenamento do reservatório depende da condição que for mais
desfavorável, ou seja, o volume do reservatório será o maior valor entre a capacidade
necessária para combater um incêndio e a necessidade de abastecimento de água, já que as
37
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
As necessidades de consumo não são constantes ao longo do dia e mesmo ao longo do ano,
assim sendo, o regulamento nacional indica que a estimação das necessidades de
regularização passa, geralmente, pela consideração do caudal do dia de maior consumo, tendo
em conta as flutuações que se fazem sentir ao longo do dia. A mesma norma refere que se
considera, ainda que com menos regularidade, como caudal de dimensionamento, o caudal
médio do mês de maior consumo. Neste caso o reservatório deve ser dimensionado para cobrir
as flutuações diárias que se verificam ao longo desse mês.
Segundo o RGSPPDADAR [N12] “a capacidade para reserva de emergência deve ser o maior
dos valores necessários para incêndio ou avaria.” A reserva de água para incêndios será
abordada na Secção 4.3 desta obra. A consideração da reserva de água para situações de
avaria é feita tendo em conta que os reservatórios devem ter capacidade para garantir a
distribuição de água nos casos em que haja uma interrupção do sistema geral de
abastecimento. Relativamente aos casos de avaria, o regulamento refere que:
O dimensionamento dos reservatórios de distribuição é feito tendo em conta que este deve ter
capacidade para abastecer a rede de águas durante 15 minutos em caudal de ponta. A
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
V C p Qdma (3.27)
Cp Habitantes
1 Superior a 100 000
1.25 Entre 10 000 e 100 000
1.5 Entre 1 000 e 10 000
2 Inferior a 1 000
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
4.1. Introdução
Na execução de um projecto de construção civil, a segurança surge como ponto central. É
neste sentido que são elaborados os projectos de combate a incêndios que englobam, não só
a garantia de um eficaz combate (segurança activa), como também permitem a criação de
condições de evacuação de pessoas em caso de incêndio (segurança passiva).
Apesar de um plano geral de combate a incêndios ser composto pelo conjunto de todos os
pontos referidos no parágrafo anterior, nesta obra apenas será analisado o projecto das redes
que utilizam a água como meio de combate.
À semelhança do que acontece nas redes de abastecimento de água, a execução das redes de
combate a incêndios tem por base a construção de soluções que optimizem a relação entre a
economia e a qualidade do sistema. Na parcela da qualidade é importante ter em conta os
aspectos relacionados com as exigências construtivas, que são abordadas nos regulamentos
nacionais. Definidos os requisitos da construção, é de primordial importância avaliar as
condições pretendidas e disponibilizadas para que o traçado das redes, que está dependente
do dimensionamento, permita a optimização do referido rácio.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Na análise dos mecanismos utilizados contra um incêndio são tidos em conta diferentes formas
de intervenção, nomeadamente a utilização de meios manuais e de meios automáticos, como
se representa na Figura 4.1. A escolha do método a utilizar depende das características do
edifício e também das exigências legislativas, como se verá ao longo da presente secção. A
legislação pela qual os projectistas se regem aborda tanto os sistemas manuais como os
sistemas automáticos de extinção.
O actual regulamento reúne toda a legislação referente à grande maioria das construções civis,
exceptuando-se, segundo o Artigo 3º, “os estabelecimentos prisionais e os espaços
classificados de acesso restrito das instalações de forças armadas ou de segurança” e também
“os paióis de munições ou de explosivos e as carreiras de tiro”. Os edifícios que constam nas
referidas excepções são abrangidos por regimes jurídicos específicos.
Outra abordagem feita pelo RJSCIE [N5] é a análise do risco de incêndio que está intrínseco a
qualquer construção, factor essencial no dimensionamento de qualquer rede de incêndio. O
referido regulamento agrupa o risco em diferentes classes e categorias.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Local de risco A Local sem riscos de carácter especial. Esta situação implica o
cumprimento em simultâneo de determinadas condições: nível máximo
de ocupação de 50 pessoas em locais públicos e de 100 pessoas nos
restantes locais; garantia de mobilidade e percepção em situação de
alarme a mais de 90% dos ocupantes; consideração de actividades e
materiais sem grandes riscos de incêndio;
Local de risco B Local acessível ao público (número de pessoas superior a 50) ou ao
pessoal afecto (número total de ocupantes superior a 100), onde se
verifiquem simultaneamente a 2ª e 3ª condições referidas na classe A;
Local de risco C Local que apresenta actividades e materiais/equipamentos com riscos
agravados de eclosão e de incêndio;
Local de risco D Local de um estabelecimento destinado a receber pessoas acamadas,
crianças com idade inferior a 6 anos e pessoas com dificuldades de
mobilidade e percepção em situação de alarme;
Local de risco E Local de um estabelecimento destinado a receber pessoas para dormir
e que não apresentem as dificuldades referidas no local de risco D;
Local de risco F Local que apresente características que o tornem essencial à
continuidade das actividades sociais principais.
É de referir que o RJSCIE [N5] faz alusão aos tipos de edifício que correspondem a cada
classe, assim como as respectivas restrições.
É ainda de destacar que o Instituto de Seguros de Portugal (designado por ISP ao longo da
obra) é também bastante importante na disponibilização de bibliografia que comporte os
sistemas para combate a incêndio. Para os sistemas de combate este instituto faz igualmente a
distinção entre as várias classes de risco, definindo 3 classes diferentes: riscos ligeiros, riscos
ordinários e riscos graves [M5].
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Os três meios manuais de combate a incêndio apresentam uma estrutura idêntica, formada por
canalizações que se desenvolvem principalmente na vertical e que permitem a alimentação de
bocas-de-incêndio instaladas em todos os pisos, possibilitando um eficaz combate ao incêndio.
A diferença entre diferentes métodos de intervenção manual reside, principalmente, na forma
de como estes são postos em carga (permanentemente ou apenas no combate a incêndio) e
também no tipo de boca-de-incêndio utilizado. Relativamente às bocas-de-incêndio, estas
podem ser armadas (utilização directa, devido à presença de mangueiras previamente
instaladas), ou não-armadas (utilização de mangueiras instaladas pelos bombeiros na altura do
combate ao incêndio). As bocas-de-incêndio armadas dividem-se em dois tipos, carretel
(Figura 5.31) e teatro (Figura 5.32). As bocas do tipo carretel são constituídas por mangueiras
semi-rígidas, de fácil utilização por qualquer tipo de utilizador, enquanto que as bocas-de-
incêndio do tipo teatro são compostas por mangueiras flexíveis, o que exige uma utilização
mais técnica.
O sistema da coluna seca consiste numa rede seca que é abastecida por parte dos bombeiros
(veículos de socorro), permitindo que a água alimente as diferentes bocas-de-incêndio não-
armadas, instaladas no edifício, como está ilustrado, esquematicamente, na Figura 4.2.
A execução das colunas secas deve respeitar alguns aspectos construtivos. Pedroso (2007)
[17] refere que existem dois tipos distintos de colunas secas: as descendentes, para pisos
inferiores (por exemplo garagens), e as ascendentes para os pisos superiores que, caso
existam em simultâneo num edifício, têm de ser dimensionadas separadamente, devido às
diferentes condições de pressão existentes entre uma e outra. O mesmo autor faz igualmente
referência à união entre a boca de alimentação e a coluna propriamente dita. Em [17] é referido
que esta ligação pode ser executada de uma forma directa (ligação directa da boca à coluna)
ou através de um troço curto horizontal, com diâmetro igual ao da coluna, que liga a entrada de
água e a canalização vertical – Figura 4.2.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
A localização das colunas secas é um aspecto essencial a ter em conta na adopção deste
sistema. A canalização deve ser instalada em locais protegidos, nomeadamente caixas de
escada ou em câmaras corta-fogo. A impossibilidade de executá-la nas referidas condições
implica que seja edificada em canais constituídos por elementos com uma boa resistência ao
fogo, conforme está exposto no RJSCIE [N5].
As bocas de alimentação siamesas exigem igualmente uma localização que seja favorável ao
acesso dos veículos de socorro, devendo, portanto, localizar-se na fachada mais acessível, no
máximo a 40 m da via de circulação de veículos [19]. O mesmo autor refere ainda que estas
devem ser instaladas verticalmente em relação à parede (ou formar com esta um ângulo de 45º
em posição descendente), a uma cota, em relação ao pavimento, situada entre os 0.80 m e os
1.50 m. Relativamente à sua instalação, o RTSCIE [N17], faz alusão à distância até à coluna
vertical, que deverá ser, no máximo, de 14 m.
Dimensionamento:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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rede pode tomar. Natividade (2010) [13] enumera algumas considerações que devem ser
tomadas previamente à realização de qualquer cálculo:
Depois de avaliadas estas características é possível proceder-se ao cálculo que permite obter
a solução da coluna seca pretendida. O referido cálculo exige a análise inicial dos dados
fornecidos:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Qd nb Qinst (4.1)
A perda de carga total pode ser calculada com recurso à Equação (3.24) ou à Equação (3.25),
consoante se pretenda, respectivamente, considerar o cálculo independente das perdas de
carga singulares ou o método do comprimento equivalente.
A determinação da pressão a fornecer à rede pode ser feita com recurso à Equação (3.17),
considerando que as variações de cota são contabilizadas na parcela das perdas de carga. Na
Figura 4.2 estão representados os pontos 1) e 2) indicados na referida equação.
Importa ainda referir que o dimensionamento de uma coluna seca, ou de outro sistema que
seja abastecido pelos bombeiros, tem de ter em conta, para além do que foi referido
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A diferença entre o sistema de coluna húmida e a coluna seca consiste na forma em como as
canalizações ficam em carga. Ao contrário da coluna seca, a coluna húmida está
permanentemente com água, permitindo assim que o combate ao fogo se proceda sem que
seja necessária a utilização de um veículo de socorro.
Os sistemas de coluna húmida, devido à grande dimensão dos diâmetros das tubagens, podem
ser utilizados, em simultâneo, como métodos de primeira e de segunda intervenção. Para além
da coluna húmida, podem igualmente alimentar bocas-de-incêndio do tipo carretel, à
semelhança do que acontece nas redes de incêndio armadas, que serão abordadas na Secção
4.2.2.3.
Apesar de estar continuamente em carga, a coluna húmida deve estar provida de um sistema
seco que permita o abastecimento em caso de avaria. O RTSCIE [N17] refere que deve ser
garantido o abastecimento directo da coluna húmida, através da instalação de uma união
siamesa, que permita o abastecimento por parte dos bombeiros. Pedroso (2010) [19] sugere
ainda que seja instalada uma rede seca que, através de uma união siamesa, permita o
abastecimento do reservatório, possibilitando assim a utilização do grupo elevatório em
situação de avaria na rede pública de abastecimento. Ambas as soluções estão representadas
na Figura 4.4.
Em termos de sinalização exterior é dito por Natividade (2010) [13] que se deve colocar uma
placa com a sinalética “SI – COLUNA HÚMIDA” no exterior do armário concebido para guardar
este dispositivo. Na parte interior do armário deverá surgir uma placa com a inscrição “BOCA
SECA”.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Dimensionamento:
O cálculo inicial feito neste tipo de sistema é assente nos mesmos princípios do cálculo da
coluna seca. Assim sendo, o dimensionamento das tubagens de todos os troços que
constituem este meio de combate a incêndio, segue todos os pontos referidos em 4.2.2.1. O
cálculo da bomba e do respectivo reservatório, que distingue o dimensionamento deste meio
de combate relativamente à coluna seca, deve ser feito posteriormente ao dimensionamento de
todos os troços anteriormente referidos. O cálculo da bomba será abordado no Ponto 5.3.3
desta obra, enquanto que na Secção 4.3 será demonstrado como se determina a capacidade
de um reservatório.
Quanto à alimentação das tubagens, esta pode ser obtida com recurso a um ramal de
alimentação directo ou a um reservatório de alimentação e respectivo sistema de bombagem.
O abastecimento das bocas é feito de forma semelhante ao da coluna húmida (difere no facto
de as bocas-de-incêndio serem armadas e no facto de as dimensões das tubagens serem mais
reduzidas nos sistemas de RIA), como está esquematizado na Figura 4.4. A Figura 4.5 ilustra,
esquematicamente, uma rede de incêndio armada abastecida directamente pela rede pública.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Quanto ao modo de alimentação do sistema, o RJSCIE [N5] faz referência aos dois tipos
possíveis de abastecimento. É dito, no Artigo 167º do RTSCIE [N17], que se admite que “(…)
em zonas onde o sistema de abastecimento público apresente garantias de continuidade de
pressão e caudal, as bocas-de-incêndio possam ser alimentadas pela rede pública, para as
utilizações-tipo das 1ª e 2ª categorias de risco”. O mesmo artigo dita que nos outros casos
deve ser garantido um abastecimento por via da utilização de um reservatório e respectivo
sistema de bombagem.
Importa referir que como a RIA é abastecida pela rede pública, é importante garantir, mesmo
em caso de avaria, que o escoamento da água se proceda à pressão desejada. Para segurar
que tal aconteça, à semelhança do que acontece com a coluna húmida, deverá ser instalada
uma união siamesa para que seja evitada a interrupção do abastecimento em caso de dano na
rede.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
especializado, facilita o trabalho dos bombeiros e permite uma intervenção mais rápida. A
maior presença de pessoas permite uma maior utilização das bocas-de-incêndio referidas.
Dimensionamento:
Para além das considerações gerais, já referidas no Ponto 4.2.2.1, e das disposições, referidas
em 4.2.2.2, relativas ao reservatório e respectivo sistema de bombagem, o dimensionamento
de redes de incêndio armadas, exige a ponderação de determinados pontos [19; N17]:
A pressão nas bocas-de-incêndio do tipo teatro deve ser, no mínimo, de 350 kPa,
enquanto que nas bocas-de-incêndio do tipo carretel esse valor é de 250 kPa;
Os caudais instantâneos mínimos a considerar são 4.0 l/s para as bocas-de-incêndio
do tipo teatro e 1.5 l/s para as do tipo carretel;
Os diâmetros das tubagens que alimentam a rede não devem ser inferiores a 50 mm.
Estes sistemas, apesar da sua importância numa abordagem inicial ao fogo, têm, em caso de
incêndio, de ser complementados com os meios manuais de combate, uma vez que não
apresentam uma grande capacidade tanto a nível de volumes de água debitados em cada
descarga, como em relação ao tempo de actuação.
Os sistemas automáticos, por serem accionados automaticamente, têm uma constituição mais
complexa relativamente aos meios de combate a incêndio manuais. São compostos por um
posto de comando que, quando impulsionado por alarmes, faz com que a água, proveniente de
uma fonte de alimentação (reservatório ou ligação directa à rede pública) e que circula em toda
a rede de canalização do sistema, inunde a zona de inundação.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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4.2.3.1. Sprinklers
Os sprinklers são, como se poderá verificar na Secção 5.3.2.1, elementos que através da sua
constituição permitem lançar água para uma determinada zona, cobrindo cada elemento uma
área específica. Na Figura 4.6 pode observar-se uma parte da rede que constitui este sistema
de combate.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Sistemas Standard:
Neste sistema de extinção automático, os sprinklers são ligados através de um detector térmico
que está instalado no próprio objecto. O accionamento do detector faz com que o aspersor seja
aberto e que comece a debitar a água para o combate ao incêndio. O facto de haver um
detector em cada sprinkler faz com que este meio seja accionado elemento a elemento, ou
seja, cada aspersor é ligado individualmente.
Existem dois tipos diferentes de sistemas standard, o húmido e o seco. O primeiro distingue-se
pelo facto de as tubagens estarem permanentemente em carga. A detecção de um foco de
incêndio implica que o posto de comando faça com que os aspersores abram, permitindo a
saída de água. No sistema seco, as tubagens contêm ar comprimido a jusante do sistema de
controlo e água a montante do mesmo. O accionamento do alarme faz com que sejam abertos
os sprinklers, permitindo que saia o ar e que seja feito o escoamento da água que, através da
rede de canalizações chega aos aspersores, possibilitando o combate ao incêndio.
Estes sistemas de extinção são distintos dos referidos anteriormente, na medida em que
utilizam um detector na zona onde estão instalados os aspersores, havendo por isso, um
funcionamento em simultâneo de todos os sprinklers.
Sistemas de Pré-Acção:
Este tipo de sistemas é caracterizado por apresentar características dos dois sistemas
anteriormente referidos. Para além de utilizar sprinklers do tipo dos que foram descritos para o
sistema standard, este meio de extinção recorre também ao detector referido nos sistemas tipo
dilúvio, para fazer a detecção do incêndio. Contudo, este sistema funciona identicamente ao
sistema standardizado, uma vez que a extinção do fogo é feita elemento a elemento, sendo
que os aspersores abrem de forma individualizada. Verifica-se, portanto, que um sprinkler só
abre por ordem do detector geral e/ou do detector do próprio sprinkler.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O objectivo da instalação de sprinklers passa por garantir que uma determinada área é
abrangida por um jacto de água para que possa ser combatido um incêndio. Essa área é
função do tipo de sprinkler utilizado, como também da forma e localização da sua instalação.
Neste sentido existem diferentes formas de instalar estes dispositivos. Podem ser colocados
verticalmente acima ou abaixo da tubagem, ou podem apresentar alguma pendente, que
deverá permitir, no máximo, que 40% da água abranja um lado e 60% o outro [13].
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Dimensionamento:
Ao (4.2)
N 1.2
S
Densidade Número de
Área de Calibre dos Tempo de
de aspersores em
Utilizações-tipo operação aspersores descarga
descarga 2 funcionamento
2 [m ] [mm] [min]
[l/min/m ] simultâneo
II 5 144 12 15 60
III, VI, VII, VIII 5 216 18 15 60
XII (incluindo sistemas
tipo dilúvio previstos
para a utilização-tipo VI, 10 260 29 20 90
com um tempo de
descarga de 30 min)
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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2
Utilizações-tipo Tipo de espaçamento S [m] D [m] SxD [m ]
Normal 4.0 4.6 12
II, III, VI, VII, VIII
Intercalado 4.6 4.0 12
XII Normal 3.7 3.7 9
Espaçamento Espaçamento
2
Classe de risco constante intercalado SxD [m ]
S [m] D [m] S [m] D [m]
Ligeiros 4.6 4.6 4.6 4.6 20
Ordinários 4.0 4.0 4.6 4.0 12
Graves 3.7 3.7 3.7 3.7 9
Qd d As (4.3)
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O método proposto pelo ISP [M5] considera que o cálculo das dimensões da tubagem pode ser
executado através da utilização de tabelas pré-calculadas, ou por cálculo hidráulico. Nas
instalações com um risco ligeiro podem ser aplicadas as tabelas apenas às secções dos
ramais secundários, devendo as outras tubagens ser dimensionadas com recurso ao cálculo
hidráulico. Relativamente às instalações de risco ordinário e grave, é referido em [M5] que as
tabelas podem ser utilizadas nos ramais secundários e também em secções específicas dos
ramais principais, nas extremidades da instalação, em cada andar. A restante parte da
tubagem deverá ser dimensionada com recurso ao cálculo hidráulico. Os ramais simples, que
alimentam os sprinklers desde o ramal secundário ou principal, também podem ser
determinados com recurso às tabelas. A título de exemplo são indicadas de seguida, nos
Quadros 4.4 e 4.5, as tabelas utilizadas para dimensionar a tubagem dos ramais simples, tanto
para instalações de risco ligeiro, como ordinário.
Quadro 4.4 - Dimensionamento dos ramais simples em instalações de risco ligeiro [M5]
Quadro 4.5 - Dimensionamento dos ramais simples em instalações de risco ordinário [M5]
O cálculo das perdas de carga através do método proposto pelo ISP é igualmente feito com
recurso a tabelas pré-calculadas. Os valores das perdas de carga são igualmente variáveis
com a classe de risco inerente ao edifício onde será instalada a rede de sprinklers. O Quadro
4.6 ilustra as perdas de carga a considerar para os ramais principais das intalações com um
risco ordinário.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Quadro 4.6 - Perdas de carga dos ramais principais em instalações de risco ordinário [M5]
A pressão dinâmica deverá ser determinada com recurso à Equação (4.4), tendo em conta que
o caudal de dimensionamento é dado em l/min, enquanto que a pressão é dada em kPa [19].
Qd K 0.01 p (4.4)
Quadro 4.8 - Coeficiente de descarga dos sprinklers em função do seu diâmetro [11]
De forma a contabilizar a pressão dinâmica em toda a rede deverá ser considerado um factor
Keq, em todos os pontos a partir dos quais saia tubagem que abasteça vários aspersores.
Tomando como exemplo a rede simétrica de sprinklers com espaçamento constante,
representada na Figura 4.8, verifica-se que para do ponto A sai tubagem que vai abastecer
tanto os sprinklers 1.2 e 3 como também o 4 e os restantes aspersores desse sub-ramal. Como
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O sistema de cortinas de água apresenta quatro funções distintas, extinguir, controlar, prevenir
e proteger contra o fogo. A forma de extinguir o fogo é análoga à dos sprinklers, onde a área
em que está o incêndio é inundada por água. A diferença entre os dois reside no facto de que
nos sistemas de cortinas de água são utilizadas pequenas lanças de pulverização (Figura
4.10), em vez dos já referidos sprinklers. Relativamente ao controlo e à protecção do incêndio,
este sistema tem uma grande importância, uma vez que serve para se formar uma barreira
(cortina) de água que não permite que o incêndio avance. Para uma prevenção contra o fogo
pode aplicar-se uma pulverização constante sobre a peça a proteger, retirando à mesma
quaisquer produtos inflamáveis.
Apesar de terem uma boa eficiência relativamente às funções para as quais são
dimensionadas, as cortinas de água não devem em caso algum ser um método substituto de
um outro qualquer sistema de combate a incêndio, devendo a sua utilização ser apenas
considerada em casos específicos e de carácter complementar.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A escolha da localização das cortinas de água deverá ser feita tendo em conta a disposição e
as necessidades de protecção inerentes à zona a proteger. Deverá ter-se especial cuidado na
consideração de cortinas de água para proteger material eléctrico, reservando-se uma
distância para que a água, por acção do vento não entre em contacto com o material.
Para além de serem utilizados alarmes automáticos que detectam o fogo, o posto de
segurança deve estar provido igualmente de um sistema manual que accione as lanças de
pulverização.
Dimensionamento:
60
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Todas as boquilhas deverão ter um ângulo suficiente para que seja coberto todo o vão
a proteger.
4.3. Reservatórios
O RTSCIE [N17] refere que as redes prediais cujo abastecimento não apresente garantias de
continuidade de caudal e pressão, devem ser abastecidas por um reservatório privado, provido
um elementos sobrepressores alimentados por energia eléctrica (deverá ser igualmente
instalada uma fonte de energia de emergência).
O dimensionamento dos reservatórios deverá ser tal para que sejam asseguradas as
condições de pressão e de caudal necessários para cada sistema, descritas ao longo da
Secção 4.2.
Apesar da elaboração da nota técnica, já está definido no RTSCIE [N17] o período de actuação
dos sprinklers utilizados nos sistemas automáticos (Quadro 4.1). Relativamente a estes
sistemas de extinção, o mesmo documento normativo indica que à excepção dos edifícios de
“(…) utilização-tipo II da 2ª categoria, quando exclusiva ou quando complementar de outra
utilização-tipo cuja categoria não exija, por si só, a construção de um depósito privativo do
61
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
serviço de incêndio.”, deverá ser instalado um depósito para armazenar a água utilizada no
combate ao sinistro.
Importa ainda referir que tanto na RIA, como também nos sistemas de extinção automáticos,
pode ser considerado, dependendo das condições em que a rede pública se encontra, o
abastecimento directo. Neste caso deverá ser ponderada a utilização de um sistema
hidropneumático, que será abordado no Capítulo 5.
62
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
5.1. Introdução
As redes de abastecimento de águas, assim como as redes de incêndio, são constituídas
essencialmente por canalizações que permitem o transporte da água entre os vários pontos. É,
portanto, de primordial importância o estudo destes elementos, com vista à optimização deste
tipo de sistemas.
Uma análise do material a utilizar na constituição de uma rede de tubagem não deve apenas
incidir no ponto de vista económico. Importa também conhecer as suas características, tanto a
nível da aplicabilidade, como também das características físico-químicas (Tensão de rotura,
condutibilidade térmica, coeficiente de dilatação térmica – considerado nas tubagens de água
quente, resistência à temperatura e às condições atmosféricas, compatibilidade com a água e a
corrosão). Uma tubagem que seja bastante satisfatória a nível económico, mas que, por
exemplo, seja de complexa aplicação, pode não constituir uma rede de tubagem ideal. Assim
sendo, o dimensionamento de uma rede de tubagem passa, principalmente, por optimizar estes
três aspectos essenciais.
A distinção entre os materiais que podem ser utilizados em determinados tipos de rede é,
normalmente, o ponto de partida para a análise indicada no parágrafo anterior. É essencial
definir se uma tubagem tem capacidade para suportar as condições que lhe serão impostas.
Tomando como exemplo uma rede de abastecimento de água quente, pode dizer-se que para
as canalizações deste tipo de sistemas não deverão ser utilizados materiais que se apresentem
vulneráveis a temperaturas superiores a 30 ºC, 35 ºC (mínimos atingidos num sistema deste
tipo), correndo o risco de toda a rede ficar danificada com a passagem de água aquecida.
No dimensionamento de uma rede de abastecimento de água fria não são colocadas grandes
restrições quanto ao tipo de tubagem a utilizar, já que existe um grande espectro de materiais
que respeita as exigências feitas em relação às características já referidas. O
dimensionamento de uma rede de incêndio já não apresenta uma gama tão grande de
escolhas, uma vez que as elevadas temperaturas, a que a canalização é sujeita, podem alterar
as suas características. A resistência a elevadas temperaturas só é possível obter em soluções
metálicas. Posto isto, a utilização de tubagens plásticas restringe-se quase exclusivamente às
redes de abastecimento de água, havendo apenas a diferenciação entre as que podem ser
utilizadas nos sistemas de água quente e as que não resistem a temperaturas tão elevadas.
Ainda assim estão a surgir no mercado tubagens plásticas com capacidade para serem
utilizadas nos sistemas de extinção automáticos, uma vez que estes não são sujeitos a
temperaturas tão elevadas como os sistemas de extinção manuais.
Nos pontos seguintes serão estudados os materiais mais comummente utilizados nas tubagens
de rede de abastecimento de água fria e também de rede de incêndios. Serão analisadas as
63
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Serão igualmente abordados os elementos utilizados nos dois tipos de redes, que são
essenciais para o seu bom funcionamento. Serão, portanto, analisados os contadores, as
torneiras, as válvulas e os fluxómetros, usados nas redes de abastecimento de água. Outros
dispositivos a ter em conta são as bocas-de-incêndio, de alimentação e os sprinklers, que
constituem as redes de combate a incêndios. Nesta obra proceder-se-á igualmente à
abordagem dos dispositivos de sustentabilidade, que permitem uma utilização da água de uma
forma mais eficiente, optimizando a economia de consumo e contribuindo para o melhoramento
do ambiente.
Na Secção 5.3.3 será também abordada a temática dos sistemas de bombagem que permitem
um maior número de opções construtivas para um projectista.
5.2. Materiais
A utilização dos materiais na execução de canalizações para os sistemas abordados nesta
obra tem vindo a sofrer algumas alterações ao longo dos anos. A aplicação de materiais
metálicos tem vindo a ser reduzida, devido ao surgimento dos polímeros caracterizados
principalmente pela ausência de corrosão. A sua leveza, flexibilidade e preço mais baixo são
também características que lhes conferem vantagens relativamente aos metais. Como exemplo
destas alterações constata-se que materiais como o ferro fundido, mais utilizado nos sistemas
públicos de abastecimento, têm vindo a cair em desuso, verificando-se o aparecimento de
novos materiais plásticos, como, por exemplo, o polibutileno. São ainda de referir os novos
sistemas de canalização plástica capazes de fornecer as características necessárias para um
sistema de extinção de incêndio automático. Como exemplo destas tubagens, pode referir-se a
gama de tubagens Firestop que a empresa Aquaterm [I34] disponibiliza.
Como foi referido no ponto anterior, os materiais utilizados nos sistemas de abastecimento de
água e de combate a incêndio apresentam algumas características específicas, que estão
referidas no Quadro 5.1 e também ao longo do presente ponto. Serão igualmente analisadas
as questões relacionadas com os aspectos construtivos, as dimensões da tubagem, os
acessórios utilizados, as normas aplicáveis e também os respectivos custos. O Quadro 5.1
mostra ainda as vantagens e desvantagens associadas a cada material. Importa ainda referir
que a análise do custo é meramente qualitativa, já que os custos podem variar consoante a
empresa que os comercializa, pelo que foi considerada uma escala que define o custo dos
materiais desde o mais económico (1) até ao mais oneroso (5), permitindo assim ao leitor ter
uma ideia comparativa entre os valores dos vários tipos de instalação. De referir ainda que a
escala utilizada é meramente ilustrativa, não correspondendo os respectivos números a
qualquer factor multiplicativo. Por exemplo, o facto de o PEAD ser de nível 3 não quer dizer
que uma instalação deste material é 3 vezes superior a uma instalação em PVC (nível1).
64
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Quadro 5.1 - Materiais utilizados nas tubagens de sistemas de abastecimento de água e de combate a incêndio [6; 7; 9; 17; 20; 21; 22; 23; 25; 26; 27; 28]
Abastecimento
Características Custo da
Material Água Instalações Vantagens Desvantagens Normas
Água fria Incêndios principais instalação
quente
Facilidade de Baixa resistência a
manuseamento e temperaturas elevadas,
Flexibilidade,
aplicação, boa grande dilatação, baixa
baixa densidade, Embutidas ou
resistência ao resistência a pressões muito
elevado encamisadas
choque e a produtos elevadas, vulnerabilidade aos
coeficiente de por mangas
químicos, baixa raios ultravioletas,
dilatação, muito em elementos
Não perda de carga incapacidade de utilização em
PEAD Válido Não válido baixa rugosidade, livres 3 NP EN 12201
válido contínua e redes de combate a incêndio,
baixa (pavimentos,
localizada, facilidade grande exigência na qualidade
condutibilidade tectos falsos,
de reparação, de instalação, necessidade de
térmica, elevada caleiras, entre
elevada resistência à utilização de caixa de
resistência ao outros), à vista
oxidação, boa derivação e de recorrer a
desgaste
capacidade de outro material para dar
retenção do calor continuação à rede
Facilidade de
manuseamento, boa
resistência ao
Incapacidade de utilização em
Flexibilidade, choque e a produtos
redes de combate a incêndio,
baixa densidade, Embutidas ou químicos, baixa
grande dilatação, pouca
elevado encamisadas perda de carga
resistência a pressões muito
coeficiente de por mangas contínua e
elevadas, vulnerabilidade aos
dilatação, muito em elementos localizada, grande
raios ultravioletas, grande
PEX Válido Válido Não válido baixa rugosidade, livres facilidade de 2 NP EN ISO 15875
exigência na qualidade de
baixa (pavimentos, reparação, elevada
instalação, necessidade de
condutibilidade tectos falsos, resistência à
utilização de caixa de
térmica, elevada caleiras, entre oxidação, boa
derivação e de recorrer a
resistência ao outros), à vista resistência a
outro material para dar
desgaste temperaturas mais
continuação à rede
elevadas, boa
capacidade de
retenção do calor
65
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Abastecimento
Características Custo da
Material Água Instalações Vantagens Desvantagens Normas
Água fria Incêndios principais instalação
quente
Baixa resistência a
Rigidez, baixa Elementos Facilidade de
temperaturas elevadas, ao
densidade, livres (tectos instalação e de
choque e aos raios
elevado falsos, execução das
ultravioletas, grande
coeficiente de galerias, ligações, boa
dilatação, obrigatoriedade de
dilatação, muito caleiras, entre resistência a produtos
Não construção de uma rede
PVC Válido Não válido baixa rugosidade, outros), químicos, elevada 1 NP EN ISO 1452
válido linear de canalização,
baixa embutidas (por resistência à oxidação,
significância das perdas de
condutibilidade exemplo em baixo valor de perdas
carga localizadas,
térmica, boa paredes de de carga contínuas,
incapacidade de utilização
resistência ao alvenaria), à boa capacidade de
em redes de combate a
desgaste vista retenção do calor
incêndio
Facilidade de
instalação e de
Rigidez, baixa Elementos Baixa resistência ao choque
execução das
densidade, livres (tectos e aos raios ultravioletas,
ligações, boa
elevado falsos, grande dilatação,
resistência a produtos
coeficiente de galerias, obrigatoriedade de
químicos, elevada
dilatação, muito caleiras, entre construção de uma rede
resistência à oxidação,
PVC-C Válido Válido Não válido baixa rugosidade, outros), linear de canalização, 1 EN ISO 15877
baixo valor de perdas
baixa embutidas (por significância das perdas de
de carga contínuas,
condutibilidade exemplo em carga localizadas,
boa resistência a
térmica, boa paredes de incapacidade de utilização
temperaturas
resistência ao alvenaria), à em redes de combate a
elevadas, boa
desgaste vista incêndio
capacidade de
retenção do calor
66
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Abastecimento
Características Custo da
Material Água Instalações Vantagens Desvantagens Normas
Água fria Incêndios principais instalação
quente
Baixa resistência ao
choque e aos raios
Rigidez, baixa Elementos Facilidade de ultravioletas, grande
densidade, livres (tectos instalação, boa dilatação,
elevado falsos, resistência a produtos obrigatoriedade de
coeficiente de galerias, químicos e a construção de uma
dilatação, muito caleiras, entre temperaturas elevadas, rede linear de
NP EN ISO
PP Válido Válido Não válido baixa rugosidade, outros), elevada resistência à canalização, 2
15874
baixa embutidas (por oxidação, baixo valor de significância das perdas
condutibilidade exemplo em perdas de carga de carga localizadas,
térmica, boa paredes de contínuas, boa exigência de mão-de-
resistência ao alvenaria), à capacidade de retenção obra especializada nas
desgaste vista do calor uniões, incapacidade
de utilização em redes
de combate a incêndio
Rigidez, elevada Elementos Boa resistência a
densidade, livres (tectos produtos químicos, ao
elevada falsos, choque e a
Elevada significância
condutibilidade galerias, temperaturas bastante
das perdas de carga
térmica, baixo caleiras, entre elevadas, insignificante
localizadas, dificuldade
Cobre Válido Válido Válido coeficiente de outros), dilatação, elevada 4 NP EN 12449
de manuseamento,
dilatação, baixa embutidas (por durabilidade, facilidade
baixa capacidade de
rugosidade, exemplo em de instalação, boa
retenção do calor
elevada paredes de resistência à corrosão,
resistência ao alvenaria), à baixo valor de perdas
desgaste vista de carga contínuas
67
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Abastecimento
Características Custo da
Material Água Instalações Vantagens Desvantagens Normas
Água fria Incêndios principais instalação
quente
Rigidez, elevada Elementos
densidade, baixo livres (tectos
Baixa resistência à
coeficiente de falsos,
Boa resistência a corrosão, elevada
dilatação, boa galerias,
produtos químicos, ao significância das perdas
condutibilidade caleiras, entre
choque e a temperaturas de carga localizadas,
Aço Válido Válido Válido térmica, outros), 4 NP EN 10216
bastante elevadas, dificuldade de
rugosidade de embutidas (por
insignificante dilatação, manuseamento, alguma
valor médio, exemplo em
elevada durabilidade significância das perdas
elevada paredes de
de carga contínuas
resistência ao alvenaria), à
desgaste vista
Baixa resistência à
Elementos
corrosão localizada,
Rigidez, elevada livres (tectos
Boa resistência à necessidade de algum
densidade, baixo falsos,
corrosão generalizada, investimento para
coeficiente de galerias,
grande durabilidade, boa aumentar a resistência
dilatação, boa caleiras, entre
resistência a produtos térmica, elevada
Aço inox Válido Válido Válido condutibilidade outros), 5 NP EN 10216
químicos, ao choque e a significância das perdas
térmica, elevada embutidas (por
temperaturas elevadas, de carga localizadas,
resistência ao exemplo em
baixo valor de perdas de incompatibilidade com
desgaste, baixa paredes de
carga contínuas outros metais
rugosidade alvenaria), à
(principalmente ao nível
vista
dos acessórios)
68
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Abastecimento
Características Custo da
Material Água Instalações Vantagens Desvantagens Normas
Água fria Incêndios principais instalação
quente
Elementos
Rigidez, elevada Elevada significância
livres (tectos
densidade, baixo das perdas de carga
falsos,
coeficiente de Boa resistência à localizadas, alguma
galerias,
dilatação, boa corrosão, grande significância das
caleiras, entre
Aço condutibilidade durabilidade, boa perdas de carga
Válido Válido Válido outros), 5 NP EN 1123
galvanizado térmica, elevada resistência a produtos contínuas,
embutidas (por
resistência ao químicos, ao choque e a incompatibilidade com
exemplo em
desgaste, temperaturas elevadas outros metais
paredes de
rugosidade de (principalmente ao
alvenaria), à
valor médio nível dos acessórios)
vista
Dificuldade de
reparação quando são
Flexibilidade,
Versatilidade de opções, embutidas, oxidação
baixa Embutidas ou
baixo ruído, boa nos acessórios
condutibilidade, encamisadas
resistência mecânica, metálicos,
baixa densidade, por mangas
fácil aplicação, baixo possibilidade de
elevado em elementos
valor das perdas de problemas das
Multicamada Válido Válido Não válido coeficiente de livres 3 NP EN ISO 21003
carga singulares, camadas de cola,
dilatação, baixa (pavimentos,
facilidade de aplicação, pequenos diâmetros
condutibilidade tectos falsos,
possibilidade de reunir internos dos
térmica, boa caleiras, entre
vantagens de vários acessórios,
resistência ao outros), à vista
materiais compatibilidade entre
desgaste
acessórios de
diferentes fabricantes
69
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Os tubos de polietileno apresentam normalmente uma cor negra (conseguida com a adição de
carbono), que lhes confere uma maior resistência às radiações solares, como se pode observar
na Figura 5.1. Contudo, é possível encontrar tubos de PEAD em tons de azul.
As tubagens de PEAD, devido à sua grande flexibilidade, podem ser comercializadas em rolos.
É igualmente usual a venda deste tipo de tubagens em varas. Pedroso (2007) [17] refere que
estas tubagens devem ser portadoras de certificado da entidade responsável pela
homologação, bem como a identificação da respectiva pressão e diâmetro. A identificação da
água que transportam, nas tubagens acessíveis, assim como o material que as constituí são
também requisitos obrigatórios.
Devido à sua fraca resistência térmica, a tubagem de PEAD tem a sua utilização limitada a
sistemas de água fria, o que faz com que perca utilidade, por exemplo, em edifícios de
habitação ou de escritórios. A utilização deste tipo de tubagem é mais comum, por exemplo,
em casas de banho de espaços públicos (onde não se utiliza água quente), como centros
comerciais.
Uma característica igualmente importante das redes de canalização em PEAD tem a ver com o
facto de estes tubos serem comercializados em rolos, o que faz com que se consiga obter
70
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
A dobragem destas peças, apesar de ser facilitada pela sua flexibilidade, pode ser feita, para
além de manualmente, com recurso a uma pistola de ar quente, sendo totalmente
desaconselhável a utilização de objectos que emitam qualquer tipo de chama, correndo o risco
de danificar o tubo.
Quando embutidas, as canalizações devem ser encamisadas por mangas protectoras, que
propiciam maiores facilidades nos trabalhos de reparação, uma vez que os tubos podem ser
retirados sem que seja necessário recorrer-se à destruição dos elementos estão instalados. No
caso em que as tubagens de polietileno de alta densidade são instaladas à vista devem ser
utilizadas abraçadeiras com anéis de uma material plástico, que evite a transmissão ao edifício
dos ruídos produzidos pela passagem de água nas canalizações.
Quando são utilizados tubos azuis (sem protecção contra os raios ultravioletas) deve tomar-se
especial cuidado relativamente à sua protecção, evitando também uma exposição muito
demorada.
5.2.1.3. Dimensões
Os tubos de polietileno são comercializados em tubagens com diâmetros que vão desde os 12
mm até aos 1600 mm [7]. Contudo, as tubagens de polietileno de alta densidade apresentam
uma gama de diâmetros menores. O quadro do Anexo A7 mostra a dimensões dos diâmetros
mais utilizados na construção deste tipo de redes, que coincidem com as tubagens de classe 1
(MPa).
71
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
As ligações entre os vários tubos de PEAD podem ser feitas com recurso a soldadura, ou a
acessórios de ligação, que podem ser metálicos ou plásticos. A soldadura pode ser topo-a-
topo, por electrofusão e também através da utilização de uma manga auxiliar. A Figura 5.2
ilustra a soldadura topo-a-topo de um tubo, onde se pode ver, sequencialmente, a rectificação
e alinhamento dos extremos, o aquecimento, a soldadura topo-a-topo por fusão dos extremos e
a união dos extremos com pressão e posterior arrefecimento.
A caixa de derivação (Figura 5.5), descrita no Ponto 5.2.2, deve ser instalada na entrada de
cada divisão.
Como se pode ver na Figura 5.3, estes tubos apresentam, normalmente, uma cor branca meio
translúcida, podendo, no entanto, conter alguma outra coloração. A sua identificação, impressa
em cada tubo, consiste, normalmente, no nome do fabricante, material constituinte, método de
reticulação, dimensões nominais, condições de utilização e data de fabrico [26].
72
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O aumento de resistência térmica deste polímero (passa dos 20 ºC suportados pelo PEAD,
para os 95 ºC [17]) permite que este seja utilizado igualmente em redes de água quente.
Relativamente à oxidação, o facto de serem aplicados alguns anti-oxidantes na altura da
fabricação do tubo, faz com que as canalizações executadas com este material apresentem
uma boa resistência a este fenómeno.
As tubagens de PEX são comercializadas em varas ou rolos com algum comprimento, o que
permite que as canalizações feitas neste material apresentem valores baixos de perdas de
carga localizadas, quando comparados com as tubagens metálicas. Isto acontece porque a
flexibilidade deste material permite a utilização de troços contínuos, com grande comprimento,
permitindo que se utilizem menos peças de união.
A colocação das tubagens de PEX passa, à semelhança do que acontece com o PEAD, pela
consideração de alguns factores. Deve considerar-se a sua aplicação em elementos livres,
recorrendo-se ao embainhamento da tubagem, através da utilização de mangas que podem ser
constituídas por polipropileno ou por polietileno (Figura 5.4), como foi justificado anteriormente.
A caixa de derivação deve igualmente ser instalada, para que se possa fazer a transição entre
os diferentes materiais.
Importa também destacar que este material se apresenta um pouco vulnerável aos raios
ultravioletas, pelo que devem ser tomadas precauções no caso de uma constante exposição.
73
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
5.2.2.3. Dimensões
Os tubos de PEX são fabricados, para um mesmo diâmetro, com dois valores de espessura de
parede diferentes. Assim sendo, são, normalmente, designadas duas classes distintas de
pressão (1.25 MPa e 2.00 MPa) que caracterizam a tubagem. As gamas de diâmetros
utilizados nas redes de abastecimento de água são extensas e vão desde o diâmetro de 12
mm até ao diâmetro de 160 mm, como se pode ver no quadro do Anexo A8.
A ligação entre os vários tubos de polietileno reticulado, que constituem uma canalização, deve
ser feita com o recurso a acessórios metálicos que garantam uma total estanqueidade da
união. Para isso, estes elementos, normalmente em cobre ou latão, devem estar providos de
anéis de vedação ou luvas de compressão.
74
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Os tubos de PVC apresentam, normalmente, uma cor cinzenta, ou creme (Figura 5.6).
Contudo, podem, por vezes, ter uma tonalidade diferente para que, por exemplo, consigam
garantir uma maior resistência às radiações solares. Devem ser identificados, à semelhança do
que acontece com as outras tubagens plásticas, em intervalos máximos de 1 metro, com o
fabricante e tipo de produto, a data de produção e também as suas características físicas,
como o diâmetro e a espessura. Deverão igualmente apresentar as pressões e temperaturas a
que podem estar sujeitos [7].
Na instalação dos tubos de PVC é importante ter em conta a sua fraca resistência a
temperaturas elevadas, em condições de funcionamento contínuo [17], o que leva a que este
material seja utilizado apenas em tubagens de água fria (temperaturas na ordem dos 20 ºC).
Quando são instaladas à vista, estas tubagens devem ser suportadas através de abraçadeiras
que devem garantir, para além da sua fixação, espaço suficiente para que esta dilate
(coeficiente de dilatação térmica linear elevado) e para que as vibrações provenientes do
escoamento da água não causem danos à canalização. Deve ainda ter-se especial cuidado
com a possibilidade de choque e de incidência de radiações solares.
O facto de estes tubos serem rígidos implica que a rede, que constitui uma canalização em
PVC, seja linear. Assim sendo, as mudanças de direcção podem ser executadas com recurso a
peças de união ou então através de dobragens, o que não é muito aconselhável, pois podem
ocorrer danos na tubagem. Esta dobragem deve ser executada recorrendo a um aparelho de ar
quente. Os aparelhos que emitem directamente uma chama estão completamente interditos a
este tipo de material.
5.2.3.3. Dimensões
Os tubos de policloreto de vinilo são fabricados com diferentes espessuras, constituindo assim
várias séries de classe de pressão. Actualmente são fabricados tubos com pressão de 0.60
MPa, 0.80 MPa, 1.00 MPa, 1.25 MPa, 1.60 MPa e de 2.00 MPa. Contudo, os tubos mais
utilizados nas canalizações de abastecimento de águas em edifícios são os que têm uma
pressão de serviço de 1.00 MPa e de 1.60 MPa.
75
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Em relação aos diâmetros, são fabricados tubos com diâmetros nominais que oscilam entre os
16 mm e os 800 mm. Nos sistemas de abastecimento predial de água são utilizadas as
tubagens de menor calibre.
O quadro do Anexo A9 mostra a gama de diâmetros mais utilizados neste tipo de sistemas.
A ligação entre tubos de PVC pode ser feita com recurso a duas técnicas distintas, através do
alargamento da extremidade de um dos tubos (abocardamento – Figura 5.6) e respectiva
colagem ou da utilização de peças de união (tês, joelhos, etc).
Nas redes prediais de abastecimento de água é mais comum o recurso a acessórios de união,
que deverão ser do mesmo material das tubagens. Essa união deverá ser feita por colagem,
garantindo, através da utilização de anilhas estanques de borracha, espaço suficiente para que
os tubos possam dilatar. Na Figura 5.7 está representado um joelho em PVC.
À semelhança com o que acontece com outros plásticos, os tubos de PVC-C, devido às
facilidades de aplicação (grande leveza) e ao facto de não oxidarem, são cada vez mais
utilizados na construção.
As tubagens de policloreto de vinilo clorado são normalmente opacas e de cor branca (Figura
5.8), podendo por vezes ser comercializadas noutros tons. Estes tubos deverão ser marcados
de 1 em 1 metro e devem conter, no mínimo a identificação do fabricante e respectiva
76
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O PVC-C surge pela necessidade que havia de se obter mais soluções para a utilização de
plásticos nas redes de abastecimento de água quente. O aumento do teor de cloro (teor
mínimo de 62%) no PVC faz crescer a resistência térmica – o PVC-C resiste a temperaturas na
ordem dos 100 ºC -, obtendo-se assim um polímero capaz de resistir a temperaturas maiores.
Apesar de apresentarem uma grande leveza, estes tubos têm uma rigidez elevada, o que
implica a utilização de acessórios para se proceder a mudanças de direcção, à semelhança do
que acontece com as peças metálicas. O recurso a peças de união faz com que,
comparativamente com outros polímeros, como por exemplo o PEX, as redes de policloreto de
vinilo clorado apresentem um alto valor de perdas de carga localizadas.
Picciochi (1999) [23] indica que as tubagens constituintes de uma rede de canalização em
PVC-C devem ter a sua superfície exterior e interior completamente lisas, isentas de qualquer
imperfeição, como riscos, poros, entre outros. O mesmo autor refere ainda que as
extremidades do tubo devem ser lisas, devendo o seu corte ser feito num plano transversal à
tubagem.
A rigidez das peças de policloreto de vinilo clorado implica que a sua disposição constitua uma
malha linear, como se pode observar na Figura 5.8. Estas tubagens podem ser instaladas à
vista ou embutidas, sendo, nos edifícios correntes, mais comummente colocadas dentro de
paredes, através da abertura de roços. Quando instaladas à vista deverá ter-se especial
atenção à possibilidade de choque ou de exposição aos raios ultravioletas.
5.2.4.3. Dimensões
Os tubos de PVC-C são fabricados com uma gama alargada de espessuras, o que permite a
obtenção de soluções com igual diâmetro nominal, mas com diferente classe de pressão. As
classes de pressão fabricadas variam entre os 0.4 MPa e os 2.5 MPa. No entanto os diâmetros
77
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
mais comuns são os das classes superiores, 1.6 MPa, 2.0 MPa e 2.5 MPa. O quadro do Anexo
A10 mostra os diâmetros nominais para cada classe de pressão e para a temperatura de 20 ºC.
5.2.4.4. Acessórios
Os acessórios utilizados neste tipo de tubagens (tês – Figura 5.9, curvas, joelhos, entre outros)
servem, essencialmente, para fazer a união entre tubos. Devem ser constituídos pelo mesmo
material da tubagem e a união entre os dois deve ser conseguida com o recurso a colagem.
Importa ainda referir que o elevado coeficiente de dilatação térmica destas tubagens faz com
que as variações de temperatura que sofre imponham dilatações consideráveis. Neste sentido,
deverão ser utilizadas, nas juntas, anilhas constituídas por borracha, para que os
deslocamentos se dêem sem qualquer impedimento.
Estes tubos podem ser fabricados em diversas cores (na Figura 5.10 observa-se uma tubagem
azul), consoante o fim a que se destinam. São também comercializados tubos com cores mais
usuais nas tubagens, como o preto, o cinzento ou o branco. As tubagens de PP deverão ser
homologadas por uma entidade responsável e ser identificadas, em intervalos de 1 metro, com
as especificidades do material e também com o diâmetro nominal, classe de pressão e com
outras características, como as que estão referidas na secção em que se analisam as tubagens
de PVC-C [7].
78
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
5.2.5.3. Dimensões
Os tubos de polipropileno são fabricados tendo em conta várias classes de pressão, desde 2.5
MPa a 1.0 MPa, sendo as classes inferiores utilizadas em sistemas de água fria. O quadro do
Anexo A11 mostra os diâmetros das tubagens fabricadas para uma classe de pressão de 2.0
MPa.
As ligações entre as várias peças de polipropileno podem ser feitas com recurso a acessórios
do mesmo material, como se pode observar na Figura 5.11, ou utilizando peças com interior
metálico (por exemplo cobre). A vedação das tubagens deve ser feita com recurso a anéis de
borracha, ou através da soldadura topo a topo dos tubos.
79
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
5.2.6. Cobre
O cobre é conhecido como o primeiro metal a ser utilizado pelo Homem, já que existem provas
da sua utilização desde 8700 a.C. A utilização de tubos de cobre remonta ao tempo do antigo
Egipto, existindo provas da sua utilização para o transporte de água.
Presentemente, a utilização de cobre para distribuição de água para consumo humano tem
vindo a decrescer, devido principalmente ao seu peso e à possibilidade (apesar de ser inferior
comparativamente com outros metais) de se originarem fenómenos de corrosão. Ainda assim,
para certos tipos de água (dependendo do pH), a utilização do cobre deverá ser considerada,
uma vez que estas tubagens apresentam soluções economicamente apetecíveis. Outra
vantagem que o cobre apresenta prende-se com o facto de este material suportar altas
temperaturas (a sua temperatura de fusão é da ordem dos 1080 ºC), o que permite que estas
tubagens sejam utilizadas tanto para transporte de água quente, como também para redes de
combate a incêndio.
As tubagens de cobre apresentam uma cor avermelhada, como se pode verificar na Figura
5.12. No entanto, podem conter algum tipo de revestimento que lhes confere uma tonalidade
diferente. À semelhança do que acontece com as outras tubagens, este tipo de canalização
deverá ser homologada, tendo igualmente impressas algumas das suas características.
Importa igualmente referir que este material, devido à sua pequena flexibilidade, necessita de
vários acessórios para que possa fazer, por exemplo, mudanças de direcção. Assim sendo, o
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estudo das perdas de carga localizadas assume uma maior importância. Os valores das
referidas perdas estão presentes na figura do Anexo A13.
No abastecimento de água para consumo devem ser utilizados tubos meio endurecidos e de
espessura média. Pelo contrário, nas redes de combate a incêndio, devem ser utilizados tubos
endurecidos e de espessura elevada.
As tubagens de cobre, apesar de apresentarem uma elevada rigidez, podem ser dobradas sem
que sejam alteradas as suas características. Contudo é importante que os tubos apresentem
raios de curvatura grandes, por forma a evitar reduções de secção. A Figura 5.13 mostra um
aparelho utilizado nas dobragens.
5.2.6.3. Dimensões
As ligações entre as várias tubagens de cobre devem ser feitas através de acessórios
constituídos por cobre ou por metais idênticos ao cobre, como o latão ou o bronze, evitando
assim reacções que originem oxidação das tubagens. A ligação entre os acessórios e os tubos
pode ser feita por pressão, através de anéis de pressão, por compressão ou com recurso a
soldadura (Figura 5.14). É igualmente usual o recurso a uma solução mista. Deverá ter-se em
conta que a soldadura deve ser feita com um metal não reactivo com o cobre, devendo ser
evitado o uso de chumbo.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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5.2.7. Aço
O aço, ou ferro preto, é uma liga constituída maioritariamente por ferro e também por carbono.
As primeiras indicações da sua utilização remontam a 900 a.C., sendo os Egípcios o primeiro
povo a utilizar esta liga metálica para a fabricação de espadas e facas. Desde então que a sua
utilização foi crescendo, devido principalmente às suas boas características de maleabilidade e
resistência.
Até meados do século passado a utilização das tubagens de aço para distribuição de água
para consumo humano era bastante comum. Contudo, devido ao aparecimento de sistemas de
polímeros, que não são expostos a problemas de corrosão, a utilização do aço no
abastecimento de água tem vindo a decrescer.
Apesar da sua utilização em redes de abastecimento de água ser cada vez menor, o ferro preto
é ainda muito utilizado nas redes de combate a incêndio, uma vez que este material tem a
capacidade de resistir a altas temperaturas. Este tipo de tubagens é também muito utilizado em
circuitos fechados, sem características de abastecimento de águas, como os sistemas de
aquecimento central.
Os tubos de aço apresentam normalmente uma tonalidade negra, como se pode verificar na
Figura 5.15. À semelhança do que acontece com as outras tubagens, estas canalizações
devem estar concordantes com as respectivas normas e devem ser devidamente identificadas.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O ferro preto sofre, ao longo do tempo, um processo de corrosão pelo que, como veremos mais
à frente, surgem diversos tipos de aço destinados ao abastecimento de água, que contornam
este problema. Este processo de corrosão verifica-se apenas se a concentração de oxigénio for
inferior a 1 mg/l, o que acontece na grande maioria dos sistemas abertos.
Na utilização de ferro preto nas tubagens de abastecimento de água devem ser previstas as
condições de corrosão e devem ser tomadas medidas para evitá-la. Assim, deve-se
seleccionar o melhor meio de protecção de tubagem, como por exemplo a aplicação do zinco
que origina o aço galvanizado.
É também necessário evitar a proximidade com sistemas ou tubagens de cobre (ainda que não
exista um contacto directo), pois os iões de cobre que se dissolvem na água criam condições
ao aparecimento de fenómenos de corrosão.
Os tubos de aço podem ser dobrados, o que faz aumentar as perdas de carga. Para as reduzir
devem considerar-se raios de curvatura amplos.
5.2.7.3. Dimensões
Uma das boas características das tubagens de aço prende-se com o facto de estas
apresentarem uma gama de diâmetros bastante elevada, proporcionando uma larga escolha de
tubos. A utilização de tubos de elevado diâmetro deve ser, tanto quanto possível, evitada, quer
pelo custo, quer pelo volume ocupado pela tubagem. As varas comercializadas têm geralmente
6 m. No quadro do Anexo A14 apresentam-se as dimensões de tubagens de aço.
As ligações entre tubagens devem ser feitas por acessórios do mesmo material, no entanto,
para tubos de grande diâmetro, a soldadura é também uma medida plausível. No caso de
execução de cortes é preciso atender à perfeita concordância entre as peças, podendo-se
recorrer a estopa de linho ou a fita vedante para o efeito. Existe, à semelhança dos tamanhos
das tubagens, uma vasta gama de acessórios visto que têm de existir acessórios que tenham
concordância com os diâmetros das tubagens. A utilização de acessórios (Figura 5.16) origina
perdas de cargas singulares onde estes estejam localizados, pelo que se deve evitar a
utilização excessiva dos mesmos.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A alta resistência à corrosão e a sua grande durabilidade, faz com que o aço inoxidável,
juntamente com o cobre, seja um metal bastante utilizado em tubagens de transporte de água
para consumo humano. A utilização de tubagens de aço inox em redes de abastecimento de
água quente e de combate a incêndio deverá ser feita mediante determinadas considerações.
Apesar do aço inox ser um metal, pode não ser capaz de resistir a elevadas temperaturas, pelo
que é aconselhável a utilização de uma liga de aço inox com melhor qualidade, com maior
capacidade resistente. Nas tubagens de água fria é usualmente utilizada uma liga com uma
qualidade menos exigente.
As tubagens de aço inox apresentam uma cor prateada (Figura 5.17) e devem estar
devidamente identificadas com o diâmetro nominal, líquido transportado, percentagem de
crómio presente nas tubagens, entre outras características já referidas noutros materiais. Pode
ainda recorrer-se ao revestimento do exterior das tubagens.
Os tubos de aço inox podem dividir-se em dois grupos diferentes, consoante o teor em
cloretos. Assim sendo, para teores baixos de cloretos, Pedroso (2007) [17] refere como limite
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máximo 213 mg/l) podem ser utilizados tubos constituídos por uma liga de ferro, crómio e
níquel, enquanto que para teores mais elevados é necessário recorrer-se ao molibdénio,
formando-se uma liga com os quatro compostos.
A resistência à corrosão é conferida devido à oxidação que o crómio sofre. Em contacto com o
oxigénio, o crómio forma uma película de óxido de crómio, que, devido à sua reduzida
espessura é invisível ao olho humano, o que permite que o material continue a apresentar as
suas características visuais. Esta película (passiva) permite que a restante superfície do aço
seja protegida contra eventuais agentes corrosivos. Na composição da liga constituinte do aço
inox deverá ter-se em conta que a percentagem de crómio não deve ser superior a 16%
(Pedroso), já que valores superiores a este limite podem originar uma película de passivação
com dimensões excessivas, o que pode danificar a peça.
As tubagens de aço inox, devido à sua elevada rigidez, constituem normalmente malhas
lineares. Ainda assim é possível fazerem-se dobragens nos tubos de aço inoxidável. Contudo
as referidas peças devem apresentar raios de curvatura grandes, por forma a evitar reduções
de secção e minimizar as perdas de carga.
Nas situações em que são instaladas à vista, livres de qualquer embutimento, as tubagens de
aço inox devem ser fixadas, como foi referido na análise dos restantes materiais, com recurso a
abraçadeiras (Figura 5.18). As abraçadeiras deverão possuir anéis com capacidades de
absorção de vibrações (provenientes da circulação de água), para que estas não sejam
transmitidas.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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5.2.8.3. Dimensões
As tubagens de aço inox são comercializadas em varas com comprimentos variáveis entre os 4
m e os 7 m, apresentando uma gama de diâmetros variada, como se representa no quadro do
Anexo A15.
As ligações nas tubagens de aço inoxidável podem ser feitas com recurso a acessórios (tês –
Figura 5.19, curvas, casquilhos, reduções, joelhos, uniões), ou através da utilização de
soldadura, que pode ser feita tubo a tubo ou tubo a união.
Na escolha dos acessórios a utilizar na rede deverá ter-se em conta que um contacto directo
entre o aço inox e o aço pode originar corrosão nas peças, como se pode verificar na Figura
5.20. Assim sendo, é usual utilizarem-se acessórios de aço inox, ou de cobre para fazer a
união dos tubos. Nos casos em que se pretende unir o aço inox a outros metais, como o aço,
deverão utilizar-se peças de latão para que seja evitada a corrosão electrolítica. É igualmente
importante ter-se em conta que o material a utilizar na soldadura deverá ter um ponto de fusão
inferior ao dos metais a unir. O liga metálica constituinte da solda deverá ser constituída por
prata e ser isenta de metais como o cádmio e o zinco.
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A utilização das tubagens de aço galvanizado tem a grande vantagem, comparativamente com
o aço, de se conseguir uma resistência considerável à oxidação, conferida pela camada de
zinco. Por ser um aço tem igualmente grandes capacidades resistentes, o que permite que
estas tubagens, para além de serem ainda bastante utilizadas na distribuição de água fria,
sejam capazes de suportar temperaturas elevadas podendo, por isso, ser utilizadas quer com
águas quentes, quer em redes de incêndio.
O aço galvanizado é uma solução que permite bons resultados relacionados com a oxidação.
Contudo, deverão ser tidos em conta determinadas condições para que as tubagens tenham
uma duração mais acentuada. Assim sendo, a não sujeição dos tubos a velocidades muito
grandes e a temperaturas muito altas (distribuição de água fria) permite obter períodos de vida
bastante aceitáveis.
Outro cuidado que se deve ter prende-se com o contacto entre o aço galvanizado e iões de
outros metais, como por exemplo o cobre. Este contacto pode originar oxidação, pelo que é
aconselhável que não se utilizem elementos de cobre a montante de elementos em aço
galvanizado.
Relativamente aos aspectos construtivos, estas tubagens são idênticas às tubagens em aço e
em aço inox, já referidas nesta obra.
5.2.9.3. Dimensões
Estes tubos são normalmente comercializados em varas com 6 m e a sua gama de diâmetros é
igual à do aço, presente no quadro do Anexo A14.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Nas tubagens de aço galvanizado deverão ser utilizados acessórios constituídos também por
este material, como se pode observar na Figura 5.22. A estes acessórios estão associadas
determinadas perdas de carga localizadas cujos valores estão representados nas figuras do
Anexo A16.
A união de peças de maiores dimensões pode ser feita com recurso a soldadura.
5.2.10. Multicamada
Na demanda pelo material que apresentasse as melhores características do mercado, surge
naturalmente a tubagem multicamada. No espaço europeu, já há alguns anos que se observa
uma tendência para a utilização de tubos multicamada, de geração mais recente, que
combinam as vantagens das tubagens metálicas e das tubagens termoplásticas. Este tipo de
tubagem pode ser utilizado na realização de instalações para distribuição de água quente e fria
para uso sanitário e instalações de aquecimento.
Relativamente à tonalidade da tubagem, esta pode tomar diversas cores, consoante o material
exterior utilizado. Importa também referir que estas tubagens devem estar devidamente
homologadas e identificadas, tanto com as suas características como também com o material
que transportam. Na Figura 5.23, que contem alguns tubos multicamada, assim como alguns
acessórios, pode observar-se essa identificação.
A distribuição de água com tubos em material plástico é uma técnica moderna que apresenta
enormes vantagens relativamente à distribuição tradicional, com tubos em ferro ou cobre,
destacando-se entre outras a simplicidade e rapidez de instalação. Por outro lado, a baixa
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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rugosidade interna do tubo, origina pequenas perdas de carga, garantindo o caudal mínimo aos
aparelhos, quando a pressão disponível a montante da instalação é muito baixa. É importante
referir o reduzido ruído das instalações realizadas com este material (devido ao elevado
isolamento acústico) e a baixa condutibilidade térmica (cerca de 700 vezes inferior à do cobre e
100 vezes inferior à do ferro) muito semelhante à dos tubos plásticos. A presença, nas
tubagens de multicamada, da camada metálica, soldado topo a topo, funciona como uma
barreira ao oxigénio e a outros gases, para além de conferir ao produto uma elevada
resistência mecânica.
Ainda que a gama de produtos disponíveis no mercado seja vasta, interessa caracterizar em
traços gerais qual a constituição da tubagem multicamada genérica. O tubo multicamada que
pode ter de duas até cinco camadas é caracterizado, mais comummente, por uma camada
interna de plástico, por uma camada intermédia metálica (normalmente alumínio), que pode ser
soldada longitudinalmente (topo a topo) com laser, e por uma camada externa de plástico. As
camadas intermédias de cola unem de modo homogéneo a camada metálica à camada de
plástico. Na Figura 5.24 está representado o esquema de uma tubagem multicamada
constituída por duas camadas de PEX e uma de alumínio.
Talvez resida aqui a grande vantagem das tubagens multicamada, pois pela forma como são
fabricadas, permitem a sua distribuição em forma de rolo, o que facilita a sua aplicação. Sem
necessidade de criação de troços perfeitamente rectilíneos, a deformabilidade do material
consegue acompanhar o andamento dos traçados mais facilmente, reduzindo a aplicação de
acessórios e mão-de-obra necessária, atenuando a importância das perdas de carga
localizadas. Para a utilização do tubo multicamada está previsto um anel de separação, que
evita o contacto entre o metal do tubo e os acessórios em latão, de modo a impedir o
aparecimento de fenómenos de corrosão galvânica.
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5.2.10.3. Dimensões
Mais uma vez, convém referenciar que por se tratar de um produto muito versátil, existe no
mercado uma vasta gama de dimensões. De modo geral, é fornecido com uma vasta gama de
diâmetros externos em rolo ou em vara. O quadro do Anexo A17 mostra, a título de exemplo,
os diâmetros de uma solução de multicamada formada por PEX-Alumínio-PEX, da empresa
COPRAX, que disponibiliza tubos em varas ou em rolos.
As ligações das tubagens (Figura 5.23) são normalmente efectuadas por press fitting, ou seja
através de equipamentos de pressão que apertam as peças (usualmente de latão) aos tubos,
em toda a superfície. Nos diâmetros de 14 mm a 32 mm não é necessário queimar, basta
prensar, enquanto que em tubagens de diâmetros superiores, os acessórios são prensados e
queimados.
5.3. Dispositivos
Os sistemas de abastecimento de água não estariam completos apenas com a aplicação de
tubagens que proporcionassem o escoamento do líquido. É necessário controlar esse
escoamento consoante as necessidades do utilizador. Para além desta função primordial, os
dispositivos utilizados neste tipo de sistema permitem igualmente fazer a transição entre toda a
canalização e o utilizador. São, portanto, essenciais em qualquer sistema de abastecimento de
água.
É ainda de destacar o papel que os dispositivos sustentáveis podem ter num sistema de
abastecimento de água para consumo, na medida em que permitem reduções significativas do
consumo de água.
5.3.1.1. Contadores
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O local de instalação dos contadores deve ter em conta as facilidades de acesso das entidades
que realizam as leituras, assim como dos trabalhos de manutenção e de conservação e a
economia do projecto.
O RGSPPDADAR [N12] refere igualmente que nos edifícios adjacentes a zonas públicas, os
contadores devem localizar-se dentro dos mesmos, na zona de entrada (um consumidor) ou
em zonas comuns (vários consumidores). O mesmo regulamente refere que em edifícios com
logradouros privados a instalação deve ser feita junto à zona de entrada, próxima da via
pública.
Tendo em conta Pedroso (2007) [17], os contadores devem ser colocados numa cota superior
à do pavimento. No entanto, com recurso a caixas com soleira, podem ser instalados a um
nível inferior. Nestes casos é necessário garantir a estanqueidade da caixa, de modo a evitar a
sua inundação e posterior contaminação. Importa ainda referir que é igualmente essencial
encontrar uma solução construtiva que garanta protecção contra todas as acções externas que
possam pôr em risco a integridade destes dispositivos.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Os contadores podem ser instalados de duas formas distintas: individualmente – Figura 5.26
(em caixa) ou numa bateria de contadores – Figura 5.25 (através de um circuito em anel). A
instalação individual está a cair em desuso, dando lugar a uma utilização mais sistemática da
bateria de contadores. Este facto tem-se verificado devido à forma mais prática e eficaz de
leitura e de realização das operações de manutenção que a bateria de contadores proporciona.
A colocação da bateria de contadores é uma questão que também deve ser tida em conta. Esta
instalação pode ser feita no piso 0, ou então num piso inferior, na situação em que a limitação
do espaço assim o exija. Deverá ser guardada uma divisão no edifício para colocação da
bateria devidamente organizada, por forma a proporcionar boas condições de leitura para a
entidades reguladoras.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A título de exemplo, é referido neste documento o regulamento da EPAL que, em anexo, refere
as características técnicas das baterias. Assim sendo, a construção da bateria de contadores
deverá obedecer às seguintes regras:
A bateria deve ser implantada de modo a que a saída para os fogos (flange ou bride)
se faça a uma altura mínima de 0.3 m e máxima de 1.2 m em relação à cota do
pavimento;
O afastamento mínimo entre filas de contadores deverá ser de 0.45 m;
O afastamento mínimo entre as saídas para os contadores deverá ser de 0.12 m;
As baterias devem ser fixadas ao pavimento, ou aos paramentos verticais, de forma a
garantir a estabilidade das mesmas.
5.3.1.2.Torneiras
As torneiras são utilizadas para regular o fornecimento de água para um determinado fim.
Estes dispositivos podem ser utilizados em diferentes elementos, como bidés, lavatórios,
máquinas de lavar a roupa, autoclismos, entre outros.
Devido ao facto de controlarem a passagem de água que serve para consumo humano, as
torneiras têm de estar homologadas, respeitando uma determinada legislação que, para além
de referir as condições mínimas de desempenho ao nível do conforto e da adequação à sua
utilização, faz igualmente referência à segurança dos utilizadores. Assim sendo, devem ser
constituídas por matérias que suportem temperaturas na ordem dos 90 ºC, uma vez que, para
além de serem utilizadas para água fria, são também usadas em tubagens de água quente
[17]. O material utilizado nas torneiras deverá também ser isento de qualquer substância que
se torne tóxica em contacto com a água.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Após muitos anos de utilização de torneiras em aço, ou em latão, têm surgido, mais
recentemente, à semelhança do que acontece com as tubagens, torneiras constituídas por
materiais termoplásticos, que proporcionam soluções economicamente mais viáveis.
Relativamente às funções que lhes estão destinadas, as torneiras podem separar-se em 4 tipos
diferentes, torneiras simples, misturadoras, de bóia e de seccionamento. No Quadro 5.2 estão
descritos os vários tipos existentes.
Como se referiu no Quadro 5.2, as torneiras podem ser montadas em superfícies verticais
(torneiras de parede) ou em superfícies horizontais (torneiras de coluna).
As torneiras de bóia são constituídas por um dispositivo flutuante (bóia) ligado a um sistema de
obturação. O accionamento da torneira dá-se quando o nível da água atinge uma certa altura
que faz com que se abra o sistema de obturação que permite a saída de água através de uma
tubagem executada para o efeito.
5.3.1.3. Fluxómetros
Os fluxómetros são dispositivos que têm como função controlar, de forma automática, o
fornecimento de água a um dispositivo ou a um reservatório. O esquema da Figura 5.28 mostra
o funcionamento de um dispositivo deste tipo.
Estes dispositivos são utilizados nos autoclismos que, para além do fluxómetro, são
constituídos por um depósito e por um mecanismo que acciona o sistema de vazamento. Nos
autoclismos a entrada de água é accionada automaticamente através de uma torneira de bóia,
que analisa o nível de água dentro do depósito.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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5.3.1.4. Válvulas
As válvulas são dispositivos que podem ter várias funções. No RGSPPDADAR [N12] são
referidas as funcionalidades que estão associadas a cada tipo de válvula, o que está traduzido
no Quadro 5.3.
Quadro 5.3 - Função e localização das válvulas utilizadas nos sistemas de abastecimento de água [N12; I36; I44]
Manter a pressão
Redes que alimentam aparelhos
abaixo de um valor
Segurança de produção e armazenamento
limite estabelecido por
de água quente
efeito de descarga
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Relativamente aos materiais que constituem estes dispositivos, o RGSPPDADAR [N12] faz
também referência a algumas particularidades que têm de ser seguidas. Assim sendo, deverão
utilizar-se materiais compatíveis com os da tubagem, ou seja, deverão ser usados materiais
que tenham uma nobreza idêntica ao material utilizado nas canalizações, minimizando-se o
risco de ocorrência de corrosão. Podem também ser utilizadas juntas dieléctricas que evitam o
aparecimento deste fenómeno. Materiais como o aço, o latão e o PVC são mais comummente
utilizados.
5.3.2.1. Sprinklers
Usualmente estes dispositivos podem ser divididos em dois tipos distintos, consoante o tipo de
deflector utilizado. Existem sprinklers de termofusível (Figura 5.29) e sprinklers de ampola
(Figura 5.30).
Sprinklers de termofusível – dispositivos constituídos por um sistema que abre a uma certa
temperatura, permitindo a inundação do sprinkler. O sistema é usualmente constituído por duas
alavancas unidas por soldadura que se funde, ao atingir-se uma certa temperatura, permitindo
o afastamento das alavancas, inundando o dispositivo. As soldaduras utilizadas são
normalmente constituídas por metais com pontos de fusão bem definidos, como o estanho, o
chumbo ou o cádmio. A junção destes metais forma um composto com um ponto de fusão
baixo (relativamente ao ponto de fusão de cada um), constituindo assim uma liga eutética,
facilmente fundida, com valores de fusão definidos.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Sprinklers de ampola – dispositivos constituídos por uma ampola preenchida por um líquido e
um pequeno espaço de ar. O aumento de calor faz expandir o líquido, fazendo explodir a
ampola. A detonação da ampola faz com que se solte o obturador da válvula e que o sprinkler
seja inundado.
Importa ainda referir que existem outros dispositivos activados por sensibilidade térmica que
não são tão comuns, como os de cápsula química, ou os que são constituídos por discos
bimetálicos. Existe ainda um tipo de sistema de sprinklers em que estes estão constantemente
abertos, sendo inundados em caso de incêndio.
Dentro dos dois sistemas mais usualmente utilizados, pode referir-se, como se observa no
Quadro 5.4 que os sprinklers de termofusível são activados a temperaturas mais elevadas.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Como foi referido no Capítulo 4, as bocas-de-incêndio interiores podem ser armadas ou não-
armadas, dependendo do tipo de sistema que constituem. As bocas-de-incêndio armadas
dividem-se em dois tipos distintos, carretel (Figura 5.31) ou teatro (Figura 5.32).
Relativamente às bocas-de-incêndio do tipo teatro, o RTSCIE [N17] refere que estas devem ser
constituídas por mangueiras flexíveis com diâmetro de 45 mm ou 70 mm. Quanto às
dimensões das mangueiras semi-rigidas constituintes das bocas-de-incêndio do tipo carretel,
Pedroso (2010) [19] menciona que estas devem ter diâmetros nominais de 19 mm, 25 mm ou
33 mm. Ainda relativamente às dimensões das mangueiras Pedroso (2010) [19] refere que as
mangueiras semi-rigidas devem ter um comprimento máximo de 30 m, enquanto que as
mangueiras constituintes das bocas-de-incêndio do tipo teatro não devem apresentar um
comprimento que exceda os 20 m. Esta limitação deve-se ao facto de ser necessário garantir
que estes dispositivos cumpram os valores de pressão mínima exigíveis.
O facto das bocas-de-incêndio do tipo carretel serem apropriadas para utilização dos
ocupantes do edifício, faz com que as medidas regulamentares sejam mais rigorosas neste tipo
de boca-de-incêndio. O RTSCIE [N17] expõe que o comprimento das mangueiras deve ser
suficiente para atingir, no mínimo, uma distância não superior a 5 m de todos os pontos a
proteger. O mesmo regulamento refere ainda que a distância entre estas bocas-de-incêndio
não deve ser superior ao dobro do comprimento das mangueiras.
Para além de outros aspectos construtivos relativos aos armários onde os carretéis são
instalados, o RTSCIE [N17] diz que o manípulo das mangueiras semi-rígidas deve-se situar, no
máximo a 1.50 m do pavimento e que o eixo do carretel deve ter um raio desimpedido no
mínimo de 2.00 m em altura e 1.00 m em planta.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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As bocas do tipo teatro exigem um manuseamento mais especializado, pelo que o seu acesso
deve ser limitado. Assim sendo, as suas caixas devem estar providas de uma fechadura com
uma chave própria para ser utilizada pelos bombeiros.
O RTSCIE [N17] refere ainda que quando são instalados nos muros ou fachadas exteriores, as
bocas-de-incêndio devem ser colocadas em caixa própria, a uma distância entre os 0.6 m e os
1.0 m relativamente ao pavimento, situação que não é respeitada no exemplo da Figura 5.34.
Deve ainda garantir-se a instalação de um boca-de-incêndio por cada 15.0 m de parede ou
fracção, quando esta for superior a 7.5 m.
Na Figura 5.34 é igualmente possível observar uma boca-de-incêndio exterior constituída por
duas entradas de água, uma tamponada e a outra descoberta, o que é igualmente uma
situação a evitar.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Os marcos de incêndio têm a mesma finalidade das bocas-de-incêndio exterior e devem ser
igualmente abastecidos pela rede pública de distribuição. O RTSCIE [N17] indica que devem
ser instalados junto ao lancil dos passeios das vias de acesso de veículos, a uma distância
inferior a 30 m relativamente às bocas de alimentação da rede seca ou húmida e a qualquer
uma das saídas do edifício que façam parte dos caminhos de evacuação.
A sua constituição deverá constar preferencialmente de um elemento do tipo coluna que por
sua vez deverá ter duas ou três bocas-de-incêndio tamponadas. Creder (1991) [6] indica que
no caso de existência de duas bocas-de-incêndio, estas têm, normalmente, um diâmetro de 75
mm ou 100 mm. Pedroso (2007) [17] refere ainda que na situação em que o marco de incêndio
apresente três bocas-de-incêndio, são normalmente considerados três diâmetros variáveis: 50
mm, 70 mm e 90 mm (Figura 5.35). Esta variação das dimensões das bocas é essencial para
garantir que possam ser utilizados vários tipos de mangueiras. Em Portugal é mais usual o
recurso a marcos de incêndio com três bocas. Estes dispositivos podem ser providos de uma
válvula que permita a entrada em funcionamento do mesmo (Figura 5.35a), ou então podem
estar equipados para que sejam abertos através de uma ferramenta própria para o efeito
(Figura 5.35b). Os marcos de incêndio podem ainda dispor de um invólucro de protecção,
como se pode observar na Figura 5.35c.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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As bocas de alimentação são instaladas na fachada e têm como função o abastecimento das
mangueiras dos bombeiros e dos camiões auto-tanques, bem como a colocação em carga da
coluna seca do edifício.
Devem estar devidamente sinalizadas e ser constituídas por uma boca-de-incêndio tamponada
e com um diâmetro superior a 70 mm [17]. Em função dos dispositivos a alimentar (se é coluna
seca ou húmida) podem ou não necessitar de válvulas de seccionamento. À semelhança das
bocas-de-incêndio não-armadas, as bocas de alimentação podem ser instaladas à vista (Figura
5.36). Contudo, é preferível uma instalação dentro de uma caixa própria para o efeito.
Estas medidas de eficiência podem ser aplicadas tanto em autoclismos, como em bacias de
retrete e urinóis, chuveiros, torneiras, mangueiras de lavagem, ou outros sistemas de rega,
como se verá ao longo desta secção.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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5.3.3.1. Autoclismos
A aplicação de técnicas sustentáveis nestes dispositivos passa pela consideração de dois tipos
de solução: instalação de autoclismos com uma menor capacidade de armazenamento ou de
autoclismos de dupla descarga. Importa ainda destacar a possibilidade de instalação de
dispositivos de interrupção automática (Figura 5.37) ou manual da descarga, ou a utilização de
volumes que ocupem parte da capacidade do autoclismo (recipientes cheios de água, por
exemplo) [M1].
Para minimizar o consumo de água em todo o sistema constituído pela bacia de retrete e pelo
autoclismo, para além das soluções referidas no Ponto 5.3.4.1, podem ser equacionadas
bacias de retrete que não utilizem ou que necessitem de pouca água nas suas descargas.
Assim sendo podem definir-se três tipos de bacias de retrete cuja utilização de água é
insignificante [M1]:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Relativamente aos urinóis, devido ao facto de serem instalados em espaços públicos, é dada
maior importância ao tempo de descarga e também ao número de descargas efectuadas.
Assim sendo, é usual a utilização de urinóis com menores caudais providos de sistemas de
controlo automático, como infravermelhos (Figura 5.41), sensores de líquido ou sistemas
magnéticos [M6].
103
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Os chuveiros e as torneiras são os elementos em que existem mais soluções para se minimizar
o consumo de água. À semelhança do que acontece com os urinóis, é possível nestes
dispositivos, reduzir o caudal debitado, bem como controlar o tempo de escoamento. Outras
soluções passam pela diminuição do tempo necessário para colocar a água à temperatura
desejável, ou a introdução de ar no líquido escoado, por forma a aumentar o volume do
escoamento, proporcionando um melhor aproveitamento da água.
As torneiras e os chuveiros, principalmente nos espaços públicos, podem ser equipados com
um dispositivo de fecho automático que regule o tempo de abertura, à semelhança do referido
nos urinóis, como se observa na Figura 5.43.
Outra medida já referida prende-se com a diminuição do tempo necessário para temperar a
água. Este período pode ser diminuído através da utilização das torneiras misturadoras
(referidas na Secção 5.3.1.2), que podem ser equipadas por um termóstato que regula de
104
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
forma mais exacta a temperatura de saída da água. A escolha de torneiras com maior abertura
de manípulo é também importante na optimização do consumo de água [M6].
Tanto na lavagem, como também na rega, podem ser utilizadas mangueiras para debitar a
água. Por forma a optimizar o consumo de água que advém destes dispositivos devem ser
instalados na extremidade aparelhos de controlo de caudal (Figura 5.45), permitindo assim um
melhor controlo da água debitada.
105
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Depois de definidas e determinadas estas parcelas é possível, como se verá no Ponto 5.4.1,
determinar a potência da bomba utilizada no sistema de bombagem, que é um dos pontos
essenciais no dimensionamento de todo este sistema. O outro ponto deste processo passa
pelo dimensionamento das tubagens, tanto do troço de aspiração, como do troço de
compressão, que é feito à semelhança do que foi referido no Capítulo 3. Pedroso (1996) [16]
refere que na tubagem de aspiração deve ser considerada uma velocidade de escoamento
máxima de 1.5 m/s, evitando assim pressões mais elevadas que podiam alterar o
funcionamento da bomba.
A utilização de sistemas de bombagem para suprimir problemas de falta de pressão nos pontos
mais gravosos dos sistemas de abastecimento de água pode gerar um problema de
sobrepressão nos dispositivos mais próximos do sistema de bombagem. Esta pressão
excessiva pode originar danos nesses mesmos dispositivos, pelo que deve ser considerada
uma redução da mesma. Pedroso (1996) [16] anuncia que devem ser instalados redutores de
pressão quando, numa solução de bombagem feita directamente do ramal de rede pública,
existem oscilações superiores a 100 kPa da pressão disponibilizada pela rede.
Existem ainda algumas considerações que devem ser feitas tendo em conta os aspectos
construtivos deste tipo de sistemas. Macintyre (1986) [11] indica que deve ser sempre
garantido, tanto a montante como a jusante da bomba, o funcionamento automático e manual
do sistema de bombagem, para precaver qualquer avaria do automatismo. Quando a bomba é
abastecida por água proveniente de um reservatório, ou é utilizada para abastecer um depósito
de armazenamento, pode ser utilizado, a montante ou a jusante da bomba, respectivamente
para cada situação referida, um sistema de bóias que detecta o nível de água no depósito,
accionando a bomba quando a água atinge um valor previamente definido. Quando a água que
abastece a bomba vem directamente da rede pública deverá ser instalado a montante do
aparelho um grupo de sensores estáticos de pressão ligados a comando que controla o
funcionamento das bombas. Esta solução também deverá ser instalada, a jusante da bomba,
nas situações em que o sistema de bombagem abastece directamente os dispositivos [16].
As avarias, para além de poderem afectar o sistema automático, podem também inutilizar todo
o aparelho de bombagem dos sistemas de abastecimento de água. Para precaver este cenário
deverá ser instalado, no mínimo, um segundo grupo de bombagem que funcione como reserva
ou, em casos específicos, em simultâneo com o grupo principal [16]. Nos sistemas de combate
106
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
a incêndio são adoptadas outras formas de prevenção, como se poderá observar no Ponto
5.4.3.
Um dos problemas dos sistemas de bombagem prende-se com o facto de estes serem
constituídos por aparelhos que em funcionamento geram muitos ruídos e oscilações. Neste
sentido é essencial que seja instalado um isolamento, tanto acústico, como de vibrações para
que não haja qualquer problema relacionado com o conforto dos utilizadores, ou até mesmo
com danos no edifício.
O dimensionamento da bomba deverá ser feito depois de uma análise de todo o sistema de
elevação ou sobrepressão (constituído, para além do grupo de bombagem, pelas canalizações
por onde é escoada a água e, em certos casos, por um reservatório). Esta análise permite
estimar o valor das perdas de carga inerentes a todo o sistema. No cálculo desta grandeza é
importante evidenciar a grande influência das perdas de carga localizadas, associadas aos
dispositivos utilizados, pelo que a sua consideração deve ser feita tendo em conta o método do
comprimento equivalente, já que este determina valores mais concordantes com a realidade.
v
2 (5.1)
H a za Ja
2 g
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
pública, se considera nula a altura de aspiração, já que nesta situação a bomba não necessita
de aspirar a água.
2 2 (5.2)
v2 v1
H c zc Jc
2 g 2 g
A altura manométrica total (Ht) é dada pelo somatório da altura manométrica de aspiração e da
2
altura manométrica de compressão [10]. Desprezando a parcela cinética (v /2g) das
Expressões (5.1) e (5.2), uma vez que apresenta uma baixa influência no resultado final, a
altura manométrica total (Ht) pode ser determinada com recurso à Expressão (5.3).
H t H a H c za J a zc J c (5.3)
Qb H t (5.4)
Pb
Importa ainda referir que o rendimento da bomba (relação entre a potência útil, dada pela a
energia aproveitada pelo líquido para o escoamento e a potência motriz, que é a potência que
é fornecida pelo motor ao eixo da bomba) depende do aparelho considerado e deverá ser
fornecido pelo fabricante do mesmo [10].
Relativamente ao processo de aspiração da água deverá ter-se em conta que quando uma
bomba aspira água de uma profundidade superior à sua capacidade de aspiração, pode
ocorrer um fenómeno de cavitação (formação de bolhas de vapor de água que rebentam
posteriormente), que altera as condições de pressão e de velocidade do escoamento do
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
líquido, desgastando o aparelho. Assim sendo, é essencial definir uma altura máxima de
aspiração – Expressão (5.5) [16].
patm pv (5.5)
H a,máx NPSH Ja a
Relativamente aos valores tomados para a altura equivalente da tensão de vapor do líquido,
Pedroso (1996) [16] refere, como valores de referência os valores presentes no Quadro 5.5.
O factor de segurança, a, depende da altimetria do local e deve tomar valores entre os 0.5 m e
o 1.0 m [16].
O cumprimento das condições referidas no parágrafo anterior pode, por vezes, não ser
garantido à partida, o que implica a utilização de meios que permitam satisfazer essas
situações. Nestes casos são utilizados os sistemas de bombagem.
Pedroso (1996) [16] menciona três tipos distintos de sistemas de bombagem para redes
prediais de abastecimento de água, escolhidos consoante as condições fornecidas e exigidas à
rede:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Em Portugal é usual recorrer-se à sobrepressão da água pela rede pública ou com recurso a
reservatório, uma vez que o fornecimento de água e de energia é, salvo raras excepções, feito
de forma contínua. A instalação de grupos elevatórios ou sobrepressores para um reservatório
no topo do edifício é mais comum em países em que o fornecimento de água ou de energia
não é contínuo, uma vez que possibilita que o escoamento se faça por gravidade. É o caso de
países menos desenvolvidos, como por exemplo Angola ou Moçambique. O sistema
hidropneumático é igualmente bastante utilizado no território nacional.
Outro aspecto que está sempre associado aos sistemas de abastecimento de água para
consumo prende-se com a necessidade de manutenção das condições de salubridade da
água. Deverá, portanto, ser considerada apenas a utilização de dispositivos que não ponham
em causa o não cumprimento dessas condições.
A bombagem directa da água pode ser feita de duas formas, por elevação, através da
utilização de um reservatório na base do edifício, ou então bombeando directamente a água
proveniente da rede pública para as canalizações prediais. Esta última solução é mais rentável,
na medida em que aproveita a pressão da água proveniente da rede pública, necessitando de
sistemas de bombagem menos potentes.
Aspectos construtivos:
Pedroso (1996) [16] refere ainda que deve ser considerada a utilização, quando não haja
necessidade de fornecer grandes caudais à rede predial, de pequenos reservatórios metálicos
de membrana (um reservatório de 20 litros por cada bomba), de forma a reduzir os arranques
dos grupos de bombagem.
Dimensionamento:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A bombagem de água para o cimo do edifício pode ser feita da mesma forma das soluções de
sobrepressão de bombagem directa, utilizando ou não um reservatório na base do edifício.
Aspectos construtivos:
Dimensionamento:
Para a estimação do caudal bombeado, Pedroso (1996) [16] indica que se deve considerar um
acrescimento de 15% ao total de caudal determinado para satisfazer as necessidades de
consumo.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Aspectos construtivos:
Dimensionamento:
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
A Lei de Boyle-Mariotte, para sistemas hidropneumáticos, tendo em conta a Figura 5.49, pode
ser expressa pela Equação (5.7).
pa V a pb V b (5.7)
Tendo em conta o volume de água, Vágua, a Expressão (5.7) assume a forma da Expressão
(5.8).
pa V b V água pb V b (5.8)
Considerando que o caudal Vb é 80% do caudal total, uma vez que os outros 20% são
ocupados pelo volume de reserva e que os valores de pressão em a (pa) e em b (pb) são
obtidos adicionando uma atmosfera à pressão manométrica, pm, desse ponto tem-se que o
volume de água é dado pela Expressão (5.9) [10].
Macintyre (1980) [10] indica que se devem adoptar, consoante o edifício em questão, três
gamas distintas de valores para o número de arranques dos grupos electrobomba, como se
pode observar no Quadro 5.6. O caudal de referência deve corresponder à semi-soma do
caudal de consumo (estimado pela necessidade dos dispositivos) e do caudal bombeado,
considerado para determinar a potência da bomba [16].
N Edifício
6 a 10 Instalações industriais ou edifícios de grande porte
10 a 15 Instalações de médio porte
15 a 25 Instalações pequenas
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Importa também destacar que, como acontece com os outros dispositivos, nos grupos de
bombagem dos sistemas de combate a incêndio é essencial acompanhar o seu funcionamento,
através de uma manutenção cuidada que inclui a realização de alguns testes esporádicos.
Aspectos construtivos:
Os sistemas de bombagem das redes de combate a incêndio são constituídos por três tipos
distintos de bomba, uma electrobomba, uma motobomba e também uma bomba jockey, com a
função de restabelecer rapidamente os níveis de pressão. Apesar de, em certas situações, ser
importante a instalação da motobomba (permite o funcionamento dos sistemas de combate em
caso de corte de energia) é de evitar o seu uso quando são garantidas boas condições de
abastecimento tanto de electricidade como de água. Esta oposição à utilização da motobomba
é justificada com a necessidade de um atento cuidado da mesma, nomeadamente através da
necessidade de repor o nível de diesel apropriado. Outra forma de contornar esta utilização
pode passar pela instalação de uma fonte de energia autónoma que proporcione o
abastecimento em caso de avaria [16].
Como referido anteriormente, deve ser garantido o accionamento automático das bombas,
apesar de não ser dispensável a instalação de um mecanismo que permite ligar a bomba de
forma manual. As bombas devem ser desligadas de forma manual, minimizando as hipóteses
de uma desactivação precoce, o que poderia pôr em risco o combate ao sinistro. Macintyre
(1980) [10] refere que, nos sistemas de combate ma incêndio, devem ser instaladas bombas
afogadas, ao invés das bombas colocadas acima da superfície da água.
Dimensionamento:
Em [19, N1] é referido que para o sistema de RIA, o caudal bombeado a considerar deverá ser
o caudal de consumo acrescido de 40% do seu valor, tendo em conta que a pressão, nessas
condições, não sofre uma redução superior a 30%. No dimensionamento de colunas húmidas,
o mesmo documento indica que o valor do caudal de bombagem deverá ser o valor do caudal
de consumo acrescido de 50% do seu valor, garantindo que não haja uma redução de pressão
superior a 35%. Para o sistema de sprinklers, bem como para as cortinas de água, o caudal
114
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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116
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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6.1. Introdução
A construção de um qualquer edifício passa sempre pela realização de duas actividades
principais, o projecto e a execução, estando a gestão da obra dependente da forma de como
são elaboradas. A dissociação destes dois processos é inexequível, uma vez que a qualidade
de execução depende sempre da clareza do projecto, que está relacionada com as condições
existentes para executar a obra.
A concretização das redes, etapa crucial da obra, está principalmente dependente das técnicas
utilizadas, das características do projecto, da qualidade da mão-de-obra, do material e do
equipamento, das condições encontradas em obra (segurança, clima, entre outros) e também
da complexidade dos trabalhos. A optimização destas condições permite o aperfeiçoamento
das características das redes, o que se traduz na sua qualidade final e, por conseguinte, na
diminuição das patologias que lhes possam estar associadas.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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que não é obrigatório nas obras privadas. Devido às possibilidades de veto do uso dos
materiais é prática comum, de forma a minimizar os atrasos na obra, enviar amostras à
entidade fiscalizadora, previamente à sua aplicação, garantindo assim a conformidade
relativamente às exigências da inspecção. À semelhança do que acontece com a
conformidade, o transporte, as cargas e descargas e o armazenamento dos materiais são
também geridos pelo empreiteiro, podendo ser igualmente sujeitos a uma inspecção.
6.2.1. Transporte
O transporte de tubagens deverá obedecer a uma série de cuidados que dependem dos
materiais a transportar e das indicações dos fabricantes. Nas fases de carga e descarga é
importante, para além de garantir que os materiais se mantêm intactos, acautelar um bom
acondicionamento, evitando qualquer tipo de acidentes nas viagens até à obra.
As operações de transporte exigem algumas considerações que são comuns aos diferentes
tipos de tubagem rígida. Os camiões a utilizar deverão ter um comprimento suficiente para que
os tubos sejam apoiados em ambas as extremidades, evitando assim saliências nos veículos.
Existem, contudo, algumas situações onde o comprimento da plataforma do camião é inferior
ao comprimento máximo das tubagens. Nestes casos deverá proceder-se à protecção das
extremidades que ficam fora do veículo. É também essencial garantir que não haja um
rolamento dos tubos, que poderá causar danos nos elementos ou desgaste da camada
exterior. Para garantir que tal não aconteça é aconselhável, como se pode observar na Figura
6.1, fixar os tubos com cordas ou cintas, ou confinar as tubagens entre as paredes da caixa do
veículo. O facto de este tipo de material apresentar alguma flexibilidade, em longos vãos, faz
com que facilmente possam surgir flechas nas tubagens. Para evitar que tal suceda deve ser
garantido o apoio dos tubos em vários pontos [I50].
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O transporte de tubagem em bobinas deverá ser feito em camiões que permitam um bom
confinamento, evitando deslocamentos durante o transporte. O recurso a redes, cintas e cordas
(Figura 6.2), ou a outros elementos não metálicos, pode também melhorar as condições de
confinamento e de moldagem da bobina. As tubagens flexíveis, devido à fragilidade do material
que as constitui, não devem estar em contacto com pregos e com outros elementos que as
possam perfurar [I50]. O diâmetro mínimo da bobina deverá ser também um ponto a ter em
conta, uma vez que os fabricantes definem valores de curvatura mínima, consoante o material
considerado.
6.2.2. Armazenamento
Durante o período de armazenamento deverão ser conservadas todas as características do
material, para que este possa ser utilizado nas devidas condições. A garantia de qualidade faz
com que o seu depósito seja um processo que exige a consideração de determinadas opções.
A escolha do local onde será armazenado o material deverá ser feita tendo em conta os
acessos, já que o transporte é operado por veículos com dimensões consideráveis. É
igualmente importante que os elementos que constituem as redes de água sejam armazenados
fora das áreas usuais de manobras de veículos, por forma a evitar qualquer acidente que
possa provocar danos. Outro aspecto importante na escolha do local de depósito prende-se
com o facto de o material ser vulnerável a factores atmosféricos, ou a produtos químicos (tintas
agressivas, solventes, entre outros). Desta forma é prática comum armazenar as várias peças
longe de zonas onde sejam aplicadas as referidas substâncias, em locais fechados ou, no
mínimo, com uma cobertura, onde as temperaturas não atinjam valores elevados.
119
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Previamente à colocação do material no estaleiro deve ser feita uma limpeza do local onde
será armazenado. A remoção de objectos que possam danificar as peças é indispensável para
que sejam minimizados os riscos de danos. Para além da remoção destes elementos deve ser
garantido que o material é armazenado numa superfície plana e devidamente nivelada, para
reduzir a hipótese de haver deslizamentos.
As tubagens rígidas são guardadas em pilhas que devem ser amarradas para acautelar a
ocorrência de escorregamentos. Outra forma de evitar que as tubagens resvalem passa pela
construção de paredes de contenção ou por cunhas de madeira que as travem (Figura 6.3).
Deve ser também garantido uma altura máxima das pilhas para facilitar as operações de carga
e descarga (em [I59] é referido que estas devem ter uma altura de aproximadamente 2 m). As
bobinas, que constituem as tubagens flexíveis, são empilhadas umas por cima das outras,
devendo-se ter especial atenção ao peso que é colocado nas inferiores, que pode alterar a
forma dos rolos.
Na regulamentação nacional são referidos como obrigatórios dois tipos de ensaios, o ensaio de
estanquidade e a prova de funcionamento hidráulico. O primeiro avalia a capacidade da rede
em vedar a passagem de líquido para o exterior, que poder ser comprometida principalmente
pelas descontinuidades (juntas, tampas, conexões, entre outros). Este ensaio é feito
previamente à instalação dos dispositivos e consiste em obturar e encher a tubagem com água
(utilizando uma bomba para que seja libertado todo o ar existente) e, através da análise dos
valores de pressão (Quadro 6.1), verificar se existe qualquer tipo de fuga durante quinze
minutos, como é referido na legislação vigente. A prova de funcionamento hidráulico deverá ser
feita após a instalação dos dispositivos e tem a função de verificar se estes estão a funcionar
de acordo com os valores para os quais foram dimensionados.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Quadro 6.1 - Valores mínimos de pressão utilizados no ensaio de estanquidade (adaptado de [N12; 17])
A fase final do processo de garantia de conformidade do sistema passa pela desinfecção das
tubagens, que é essencial principalmente num sistema de abastecimento de águas para
consumo humano.
6.3. Execução
A fase seguinte à realização do projecto tem uma grande influência na qualidade final da
construção. Neste sentido a etapa da execução dos trabalhos propostos, assume uma grande
importância no desempenho do sistema de abastecimento de água e também no de combate a
incêndio. É, portanto, essencial garantir, para além de uma execução cuidada, que o projecto
proporcione boas condições para concretizar a obra, diminuindo assim as hipóteses de
ocorrência de erros construtivos.
6.4. Patologias
As instalações prediais de abastecimento de água, de combate a incêndios e de drenagem
originam uma grande parte dos problemas presentes nos edifícios (em [4] é referido que as
patologias inerentes a estes sistemas representam mais de 90% da globalidade dos problemas
detectados na construção). Os erros cometidos, tanto na fase de concepção como também na
121
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Existem diversos factores que, associados ao desgaste provocado pelo envelhecimento natural
dos materiais, contribuem para o aparecimento de patologias que prejudicam o bom
funcionamento de uma rede de águas. Entre esses factores devem destacar-se as más opções
iniciais, quer ao nível da escolha dos materiais, como também do dimensionamento e da
concepção dos sistemas e também as alterações das condições de fornecimento da rede
pública.
Apesar da maior incidência das patologias que estão associadas ao conforto dos utilizadores
(deficiência de pressão, ruído, entre outros), os defeitos como a rotura da canalização, ou a má
ligação entre as tubagens são os que causam maiores preocupações, já que, para além de
alterarem o normal funcionamento da rede de abastecimento, podem também danificar os
elementos construtivos adjacentes.
Quadro 6.2 - Patologias, causas e efeitos dos sistemas de abastecimento de água e de combate a incêndio (Adaptado
de [15])
122
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
No Quadro 6.2 é possível identificar as patologias e respectivas causas e efeitos, que estão
associadas aos diferentes tipos de sistemas abordados nesta obra. O facto de os sistemas de
combate a incêndio e os sistemas de abastecimento de água funcionarem sob os mesmos
princípios, através de uma rede de canalização que escoa água desde a fonte de alimentação
até ao dispositivo de abastecimento, faz com que os defeitos associados a estes dois tipos de
sistemas sejam idênticos. Uma análise do Quadro 6.2 permite igualmente verificar que as
diferenças existentes entre os dois tipos de sistemas residem essencialmente no facto de os
sistemas de combate a incêndio terem um uso bastante menos regular, o que pode ocasionar
alguns defeitos relacionados, por exemplo, com o entupimento das tubagens ou com mau
funcionamento dos dispositivos. Pode igualmente aferir-se que existem patologias,
principalmente as que estão associadas às tubagens e à sua montagem e utilização, comuns
aos dois tipos de sistemas referidos.
A análise do Quadro 6.2 permite verificar que, apesar de existirem vários tipos de patologias
comuns, as suas causas podem não ser iguais. Assim verifica-se, por exemplo, que um
deficiente escoamento de água numa rede de combate a incêndio pode ter a sua origem no
congelamento do líquido (a água utilizada poderá estar armazenada em tubagens instaladas
em locais não aquecidos, podendo atingir temperaturas negativas), o que não acontece num
sistema de abastecimento de água. Ao nível das causas dos defeitos nos dispositivos também
se podem encontrar algumas dissemelhanças, que estão relacionadas com o facto de os
mecanismos utilizados no combate a incêndio poderem ser instalados em locais públicos,
estando, portanto, sujeitos a actos de vandalismo.
Apesar das diversas patologias existentes nestes sistemas, devem referir-se a corrosão das
tubagens metálicas (Figura 6.4) e a degradação das tubagens plásticas (raios ultravioletas,
variações de temperatura e perda de resistência) como os defeitos mais comummente
encontrados e que, devido à sua gravidade, suscitam maiores preocupações.
123
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
6.5. Reabilitação
Como referido anteriormente, os defeitos nas redes de abastecimento de águas constituem
quase a globalidade das patologias existentes numa construção. Devido à grande incidência, a
resolução deste tipo de problemas tem uma grande importância nas várias obras de
construção. Assim sendo, torna-se essencial abordar e considerar as diversas soluções de
reabilitação, compatibilizando-as com os mais variados tipos de defeitos.
Como foi analisado no ponto anterior, as patologias mais incidentes estão relacionadas com a
rotura da tubagem, ou com deficiências no escoamento. É também notório, pela análise do
Quadro 6.2, que a deficiência nos dispositivos pode causar diversos efeitos na qualidade da
construção. É assim indispensável o recurso a técnicas de construção que reabilitem os
elementos danificados. No Quadro 6.3 serão analisados alguns defeitos e respectivas
soluções, comuns à generalidade das construções.
Quadro 6.3 - Defeitos nos elementos constituintes da rede e respectivas soluções (adaptado de [15])
Incidência Soluções
Substituição dos elementos afectados, adopção de soluções
Corrosão
menos corrosivas
Quebra de elementos Substituição dos elementos afectados
Alteração da velocidade de escoamento, utilização de
dispositivos que reduzam o efeito do golpe de ariete, diminuição
Ruído das singularidades, colocação de aparelhos ruidosos longe das
zonas habitadas, utilização de elementos elásticos, substituição
dos dispositivos
Alteração da velocidade de escoamento, utilização de
Vibração dispositivos que reduzam o efeito do golpe de ariete, diminuição
das singularidades, utilização de elementos elásticos
Variação de dimensão Utilização de juntas de dilatação
Alteração das pendentes da tubagem, instalação de válvulas de
Acumulação de ar
purga
Deficiente abastecimento Alteração das condições de abastecimento, utilização de
dos dispositivos elementos redutores ou elevatórios
A reparação de elementos corroídos passa, como se pode verificar no Quadro 6.3, pela
substituição dos componentes afectados e também pela alteração das condições que
promovem o fenómeno de oxidação. Para reduzir este fenómeno devem ser consideradas as
seguintes opções:
124
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
No Quadro 6.3 são também expostas as alterações que devem ser feitas para reduzir o ruído e
as vibrações nos sistemas de tubagem. Entre estas, é referida a diminuição do efeito do golpe
de aríete e também a utilização de elementos elásticos. A primeira opção pode ser garantida
através da instalação de reservatórios de amortecimento nos topos das instalações, ou junto do
elemento que origina este fenómeno [15]. A utilização de componentes elásticos é essencial
para garantir o isolamento dos elementos que originam vibrações e que geram ruídos. A
absorção das vibrações é também importante para evitar danos noutros elementos
construtivos. Os problemas que constituem os referidos sistemas estão, por vezes,
relacionados com as deficientes condições de abastecimento de água, não sendo, portanto,
necessário recorrer-se a uma reparação directa dos elementos da rede, mas sim às alterações
das condições, nomeadamente do sistema de bombagem, dos aparelhos redutores de
pressão, da velocidade de escoamento, entre outros.
Apesar de serem mais comuns, as reparações referidas nos parágrafos anteriores não são as
únicas que constam nas redes de abastecimento de água. Por vezes surgem defeitos menos
habituais que exigem também bastante cuidado. É o que acontece quando, por exemplo, existe
uma falha no sistema de activação automático. Neste caso é, normalmente, necessário
recorrer-se a um técnico especializado para avaliar e reparar o problema.
125
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Pedroso (2007) [4] refere ainda que caso as tubagens existentes não garantam as condições
necessárias ao correcto funcionamento do sistema, devido a estarem danificadas ou a serem
constituídas por materiais não permitidos, se deve proceder à sua completa substituição. O
mesmo autor indica ainda que caso haja necessidade, devido ao novo caudal escoado, pode
ser criado um ramal colectivo paralelamente ao já existente.
126
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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7.1. Introdução
A sociedade contemporânea está ligada a um consumo excessivo dos recursos
disponibilizados pela Natureza, pelo que se verifica a emergência de uma constante
preocupação relativa à sua possibilidade de extinção. É neste sentido que surgem, com grande
frequência, políticas de sustentabilidade relacionadas com grande parte dos elementos que
não sofreram qualquer intervenção antrópica. O recurso a energias renováveis, bem como a
reciclagem de material, são apenas dois exemplos das várias soluções existentes para
combater o excesso de consumo dos recursos naturais. A água, sendo um elemento essencial
à existência de vida humana, tem vindo a verificar grandes alterações tanto na sua utilização
primária, como também na sua reutilização.
A aplicação de políticas de sustentabilidade ao consumo de água pode ser feita com recurso a
vários métodos. Num plano de sustentabilidade é importante, para além de aplicar
determinadas soluções técnicas, consciencializar a população para a referida problemática.
É neste sentido que em Portugal vêm sendo adoptados cada vez mais projectos relacionados
com a mudança de costumes dos consumidores. A título de exemplo menciona-se o papel
bastante activo que a empresa Águas de Portugal tem vindo a desempenhar, nomeadamente
através de programas como o projecto “Água e Sustentabilidade”, promovido pela empresa
Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro [M1]. É ainda de destacar a tarefa do Instituto da Água,
pertencente ao Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, que, através do
Programa Nacional para o Uso Eficiente de Água, avalia a eficiência da utilização da água em
Portugal, nos sectores urbano, agrícola e industrial, propondo medidas para a optimização do
seu uso [M6]. Para além dos programas de sensibilização têm vindo a ser criadas medidas
económicas que regulamentam os usos de água, penalizando os consumidores mais
gastadores e beneficiando os clientes com um consumo mais baixo. O apoio a projectos
sustentáveis, nomeadamente através de subsídios ou isenções de impostos, é igualmente uma
medida importantíssima no combate ao uso desmedido de água potável.
Relativamente a soluções mais técnicas, a sustentabilidade nas redes de água pode ser
aplicada através de diferentes processos, que variam consoante o tipo de projecto em estudo.
Assim sendo, poderão ser criadas redes sustentáveis tanto de abastecimento de águas, como
também de águas residuais, ou até de águas pluviais. Existe igualmente a possibilidade de
desenvolver um projecto global que ligue as várias especialidades referidas, falando-se assim
da sustentabilidade de todo o sistema de águas. Ao nível do aproveitamento de águas
residuais e pluviais podem ser criados sistemas que reutilizem a água, através de um
tratamento capaz de lhe conferir propriedades que permitam a sua utilização em destinos não
127
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O RGSPPDADAR [N12] faz referência ao uso de águas não potáveis através do Artigo 86º -
Utilização de água não potável:
No presente capítulo será feita uma análise geral às diferentes soluções de aproveitamento de
águas, bem como à diminuição de gastos inerente à adopção de uma política de
sustentabilidade.
128
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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7.2.1. Precipitação
O território nacional é caracterizado por apresentar um clima temperado maioritariamente
mediterrânico, havendo algumas situações díspares, presentes principalmente nas regiões
autónomas da Madeira e dos Açores (clima marítimo). A nível continental pode dividir-se o país
em duas zonas distintas, a Norte e a Sul do sistema montanhoso da Serra da Estrela. A Sul
verifica-se um clima mais moderado, constituído por Verões quentes e secos e por Invernos
mais frios e húmidos. O Norte do país é caracterizado, devido à grande quantidade de zonas
elevadas, por um clima húmido, com temperaturas mais baixas. As zonas mais baixas, como o
Vale do Douro, apresentam temperaturas mais elevadas à semelhança do que acontece no Sul
do país. Verifica-se então que os maiores valores de precipitação ocorrem na região Noroeste
e nas zonas com maiores valores de altitude. O interior do Sul do país é a zona onde se
registam os menores valores de pluviosidade, como se poderá ver na figura do Anexo A18, que
ilustra os valores médios de precipitação, em mm, registados em Portugal continental entre
1959/60 e 1990/91 [I62].
Segundo dados o Instituto da Água (INAG) a região onde se regista uma maior precipitação é a
6 3
do Alto Minho, com uma média anual (em ano médio) de 2800 mm (2.8x10 mm de água por
3 2 2
1x10 mm de superfície, o que equivale a 2800 l de água por 1 m de superfície) enquanto que
as zonas da planície alentejana e do litoral algarvio registam valores anuais de precipitação,
em ano médio, que variam entre os 400 mm e os 800 mm [I55]. Podem ainda ser referidas
outras regiões onde se registam, em média, altos valores de precipitação, como a Serra da
Estrela (2400 mm), ou a zona da Serra do Marão (1600 mm) [I55].
Como se pode verificar, o território de Portugal continental, apesar de apresentar uma grande
área onde se regista pouca pluviosidade, é constituído por regiões onde a chuva surge com
alguma frequência, à semelhança do que acontece nas regiões autónomas dos Açores e da
Madeira (devido ao seu clima temperado marítimo). Neste sentido, é importante, principalmente
nas referidas regiões, que seja aproveitada a água da chuva, já que é um recurso que existe
com alguma abundância. Nas regiões menos chuvosas o aproveitamento das águas pluviais
deve ser igualmente alvo de uma cuidada ponderação.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A distribuição das águas pluviais já tratadas é feita através de um grupo electrobomba (6)
instalado na zona intermédia do reservatório (onde a água apresenta uma melhor qualidade,
devido à menor presença de partículas poluidoras) que bombeia a água desde o reservatório
de acumulação até aos dispositivos de uso não potável. Na Figura 7.1 pode observar-se uma
solução que comporta um depósito de distribuição (7). Esta solução é menos comum, na
medida em que, para além de acarretar um grande peso à estrutura, pode não haver altura
suficiente para abastecer todos os dispositivos por gravidade, já que são exigidos valores
mínimos de pressão. De referir ainda que o reservatório de distribuição está igualmente ligado
à rede pública de distribuição de água potável (8) para que seja evitada qualquer falha no
abastecimento da rede doméstica. A necessidade de utilização da água potável é controlada
através de um sistema de bóias que avaliam o nível do depósito. Na execução deste tipo de
sistemas deverá ter-se especial atenção para a possibilidade de haver uma contaminação da
rede de água potável, através do contacto com as águas provenientes do aproveitamento
pluvial. Para que tal não aconteça deverá garantir-se que estes dois tipos de abastecimento
não têm qualquer conectividade.
O sistema de aproveitamento tem como fase final a distribuição através de uma rede (9),
independente da rede de distribuição de água potável, que transporta a água aproveitada para,
na generalidade dos casos, os aparelhos que apenas necessitam de uma utilização não
potável.
130
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Em Portugal, a utilização das águas pluviais tem como grande contrapartida o facto de não
chover durante todo o ano. Como foi abordado no Ponto 7.2.1, a ocorrência de chuva no
território nacional é mais corrente na estação fria, havendo igualmente valores aceitáveis de
precipitação nos meses de Outono e de Primavera. No Verão verifica-se uma maior escassez
de água, o que afecta o rendimento do sistema de aproveitamento.
A possibilidade de utilizar as águas pluviais para usos potáveis é um tema bastante discutido,
com opiniões contraditórias. A composição da água da chuva está linearmente ligada à
constituição da atmosfera, estando por exemplo os grandes centros urbanos, devido aos seus
elevados índices de poluição, limitados na utilização deste tipo de águas. Outro dos problemas
associados à utilização de águas pluviais para usos potáveis tem a ver com a sujidade
presente nas superfícies de captação (por exemplo as coberturas dos edifícios). Assim sendo,
a hipótese de aproveitamento das águas pluviais para usos potáveis está ligada à sua
qualidade, devendo, portanto, quando se pretenda utilizar este tipo de sistema, sujeitar a água
a testes regulares.
A avaliação da qualidade das águas cinzentas pode ser feita através da análise da sua origem.
As águas provenientes das cozinhas, devido à presença de elementos bastante poluentes,
como gorduras, são de qualidade inferior, quando comparadas, por exemplo, com as águas
cinzentas que são geradas nas instalações sanitárias. Relativamente às propriedades das
águas produzidas pelas máquinas de lavar a roupa, há uma grande disparidade de resultados,
131
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
que dependem, para além dos detergentes usados, das roupas que são lavadas (a lavagem de
roupas com óleos ou tintas gera águas residuais bastante mais poluídas do que a lavagem de
roupas com um uso normal). Os sistemas de aproveitamento de águas residuais são
principalmente constituídos por águas provenientes das instalações sanitárias (duche,
lavatório), uma vez que estas, para além de representarem, em termos quantitativos, a maioria
das águas residuais, apresentam igualmente melhor qualidade do que as restantes.
Apesar de as águas utilizadas não serem tão poluídas como as provenientes das sanitas ou
bidés, a utilização de águas residuais, devido à inevitável presença de substâncias prejudiciais
à saúde, deverá ser ponderada mediante determinados cuidados. É, portanto, exigível um
tratamento a montante da utilização destas águas, exceptuando os casos em que se utilizam
as águas residuais para irrigação subterrânea de jardins [8].
O processo de reutilização das águas residuais é, como se pode observar na Figura 7.2,
idêntico ao que é executado para aproveitar as águas pluviais. As diferenças entre os dois
sistemas são notadas a montante da entrada da água no depósito com função de
armazenamento. Desde a captação (1), independente da água destinada à rede de esgotos,
até à entrada no reservatório de armazenamento, a água residual passa por vários processos
de transformação. Inicialmente é feita uma filtragem da matéria sólida (2) que é seguida de um
tratamento biológico (3) cuja função é eliminar os microrganismos presentes no líquido filtrado.
A última fase do tratamento passa pela desinfecção da água residual (4), imediatamente antes
da entrada no depósito de armazenamento, com o intuito de eliminar os elementos que
poderão originar doenças, pondo em risco a saúde dos consumidores.
Importa ainda referir que a distribuição da água é comummente feita através de um sistema de
tubagem ligado directamente ao reservatório de acumulação e ao respectivo sistema de
bombagem. É ainda possível considerar um reservatório de distribuição, como está
representado de forma esquemática na Figura 7.2.
132
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A nível nacional, o RGSPPDADAR [N12] define os seguintes valores mínimos diários para as
capitações na distribuição domiciliária:
Como se pode verificar, o consumo de água por habitante é superior nos grandes centros
urbanos, devido principalmente aos hábitos dos utilizadores, cada vez mais virados para um
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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consumismo desmedido. O facto de nestes locais os níveis de pressão estarem mais elevados,
devido às melhores condições existentes, faz igualmente aumentar a tendência para um uso
mais excessivo de água. Outro ponto que se pode considerar justificativo destas maiores
necessidades de consumo de água, prende-se com o facto das redes públicas de
abastecimento terem uma maior dimensão nas cidades, o que origina grandes volumes de
perdas durante o escoamento.
Relativamente aos usos que são dados à água, o Quadro 7.1 mostra que os maiores gastos
estão associados aos duches (cerca de 38% dos gastos totais em edifícios multifamiliares e
30% em unifamiliares) e aos autoclismos (25% nos multifamiliares e 20% nos unifamiliares).
Pode igualmente verificar-se que nas moradias existe, em média, um elevado gasto de água na
rega dos jardins (cerca de 19%).
Quadro 7.1 - Consumos médios domésticos diários em edifícios em Portugal [l/hab] [17]
Uma análise do Quadro 7.1 permite verificar que a utilização dos duches, lavatórios e das
máquinas de lavar a roupa corresponde a aproximadamente 63 l/dia.habitante (considerando
que aos lavatórios está associado um consumo de 8 l/dia.habitante), o que corresponde a
52.5% dos usos, em edifícios multifamiliares e 42% em edifícios unifamiliares. Estes valores
permitem observar que este tipo de águas constitui uma grande parcela da globalidade do
consumo de água potável. Verifica-se ainda que os aparelhos de uso não potável (autoclismos
e regas) têm uma percentagem de consumo de 25% nos edifícios multifamiliares e de 39% em
unifamiliares. A análise destes dados é elucidativa quanto à significância que os aparelhos de
uso não potável, passíveis de utilizar água reutilizada, têm nos gastos globais para os
consumidores.
O conjunto de dados analisados no parágrafo anterior permite concluir que as águas passíveis
de serem reutilizadas podem ser suficientes para garantir o abastecimento dos aparelhos de
uso não potável, constituindo aqui um ganho na utilização de um sistema de aproveitamento de
águas (pluviais e residuais).
Outra solução para a redução dos gastos de água potável passa, como já foi referido, pela
manutenção dos dispositivos de abastecimento, reduzindo assim as perdas de água por fugas.
A EPAL, através do manual do cliente [M4], faz alusão aos desperdícios que estão inerentes a
esta situação (Quadro 7.2).
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O Anexo A19 contém um estudo (moradia unifamiliar na região do Porto) que irá abranger as
técnicas de aproveitamento de águas residuais e pluviais, a utilização de dispositivos, a
redução de fugas dos aparelhos e também a mudança de atitude dos utilizadores, através da
redução da duração do duche. Apesar de não serem tomadas em conta todas as medidas
possíveis para poupar água, poderá observar-se que, utilizando apenas as referidas técnicas, é
possível reduzir o consumo de água potável, no mínimo, em 50% do consumo total. Importa
referir que este estudo é meramente académico, devendo ser feitas algumas considerações
caso se pretenda desenvolver um estudo real. Uma destas considerações passa pela utilização
de um reservatório de acumulação de águas pluviais para os curtos períodos de seca.
135
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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8. Casos de estudo
8.1. Introdução
A realização de um sistema de abastecimento de água, tanto para consumo, como para
combate a incêndio, é um processo que, apesar de ter alguns pontos comuns à generalidade
dos edifícios, deve ser apropriado à construção específica a que se destina.
No presente capítulo serão abordados edifícios de usos distintos, de forma a serem analisadas
as diversas diferenças existentes ao nível dos sistemas de abastecimento de água e de
combate a incêndios. Será feita uma análise às memórias descritivas e também às peças
desenhadas para se explicar a implantação destes tipos de sistema. Assim sendo, é
apresentado um estudo de um edifício de misto, já que este é composto por uma parte
habitacional, que é o tipo de construção mais comummente executado. Serão igualmente
analisados, de uma forma menos exaustiva, um armazém e também uma escola, permitindo
assim uma comparação entre edifícios de usos distintos. A análise destes dois edifícios incidirá
principalmente nas opções de traçado, na medida em que o dimensionamento segue uma
metodologia idêntica ao que será referido no estudo do edifício misto.
Importa referir que o edifício misto está situado no concelho do Seixal e é constituído por 8
fogos e uma loja, distribuídos por 5 pisos. No mesmo local está igualmente implantado, num
projecto independente, o referido armazém. A Escola Secundária Josefa de Óbidos, em Lisboa,
será o terceiro elemento de estudo desta obra. É ainda de referir que o edifício misto se
encontra desocupado, mas pronto a habitar, enquanto que o armazém está ainda numa fase
de construção. Pelo contrário, a escola já está em fase de utilização.
O estudo do projecto de abastecimento dos três casos de estudo, permite também analisar as
diferenças existentes entre a execução de construções públicas (escola) e privadas (edifício
misto e armazém).
É ainda de referir que o edifício em estudo comporta um conjunto de painéis solares que são
utilizados para aquecer a água utilizada nas diferentes habitações.
137
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
O ramal de abastecimento predial é composto por PVC, enquanto que a instalação interior das
redes de água quente e fria é formada por tubagem de PEX. Segundo [M8] cada ramal
sectorial foi estudado de forma a poder suspender-se individualmente sem prejuízo dos
restantes em caso de avaria, não perturbando o normal funcionamento da rede de
abastecimento.
8.2.1.1. Traçado
O abastecimento de água é feito através da rede de distribuição existente na rua que confina
com o lote. A água, proveniente da rede pública, circula pelas tubagens de PVC instaladas no
tecto do piso enterrado e vai abastecer os contadores instalados à entrada dos diferentes
fogos, bem como os painéis solares instalados na cobertura, como é possível observar no
Desenho 6 do Anexo A20.
A jusante dos contadores é utilizada apenas tubagem de PEX. Comparativamente com uma
solução mista (ligação entre as diferentes caixas de derivação e o contador feita através das
paredes de alvenaria com recurso a tubagens de PVC) esta é uma opção mais onerosa, mas
mais vantajosa relativamente ao funcionamento hidráulico, na medida em que são aproveitadas
as vantagens das tubagens de PEX em toda a rede e não apenas dentro de cada divisão. Uma
solução mista acarreta igualmente maiores comprimentos de tubagem o que, conjuntamente
com a necessidade de se recorrer a acessórios, implica valores de perdas de carga mais
elevados. Pode assim concluir-se que a solução adoptada apresenta melhores níveis de
conforto.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Uma análise do traçado do edifício (Anexo A20) permite verificar que foram tidas em conta as
regras definidas no RGSPPDADAR [N12], mencionadas no Ponto 3.2.1 desta dissertação.
Para além dessas regras foram igualmente consideradas outras opções que visam a
optimização da rede: a instalação de válvulas está concordante com o mencionado no Ponto
3.2.2; foi assegurada uma distância entre a tubagem de água quente e de água fria, sempre
superior a 0.05 m, suficiente para minimizar as trocas de calor.
Relativamente à dimensão da tubagem pode observar-se que foi tido em conta que os tubos
devem ter o menor comprimento possível. Ainda assim existem algumas situações em que isso
não se verifica. Poderia ter sido considerada a instalação das caixas de derivação à entrada
das cozinhas dos T2 dos pisos 1 e 2 e dos T3 do piso recuado, reduzindo assim o comprimento
das tubagens e facilitando também o acesso às mesmas em caso de reparação, já que estas
estão instaladas numa zona de armários (Figura 8.2).
A leitura do traçado da rede (Anexo A20) permite também verificar que a canalização da
cozinha do T3 dos pisos 1 e 2 não é independente da canalização da instalação sanitária
contígua. Seria vantajoso seccionar estas duas divisões independentemente, de forma a evitar
que numa situação em que é necessário parar o abastecimento de uma das divisões, se
inutilize também a outra.
8.2.1.2. Dimensionamento
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Uma análise ao dimensionamento feito neste projecto permite verificar que, à excepção de
alguns pequenos aspectos, abordados seguidamente, a rede está concordante com o que foi
definido ao longo do Capítulo 3, como se pode observar no Quadro 1 do Anexo A20.
Apesar do que foi dito no parágrafo anterior, deverá ser destacado, no troço F1, o reduzido
valor do coeficiente de simultaneidade. Segundo o Manual das Redes Prediais da EPAL [M3], o
coeficiente de simultaneidade determinado através do Método do Coeficiente de
Simultaneidade terá de assumir valores superiores a 0.2. Como se pode observar através do
Quadro 8.1, o coeficiente de simultaneidade do troço F1 é de 0.1155, valor inferior aos limites
estipulados. Assim sendo, deveria ser considerado um coeficiente de simultaneidade de valor
igual a 0.2 (valor mínimo). No Quadro 8.1 estão evidenciadas as alterações impostas pela
mudança do valor do coeficiente de simultaneidade.
Quadro 8.1 - Valores iniciais e propostos do coeficiente de simultaneidade para o troço F1 do edifício misto [M8]
Valores iniciais
Troço Nd Qa Cs Qd DN Di
F1 76 13.00 0.1155 1.50 63 52.5
Valores propostos
Troço Nd Qa Cs Qd DN Di
F1 76 13.00 0.2000 2.60 63 52.5
Como se pode ver no Quadro 8.1, a consideração de um valor diferente para o coeficiente de
simultaneidade faz alterar o valor do caudal de dimensionamento, do qual dependem
directamente as perdas de carga do escoamento. Apesar do valor de velocidade se enquadrar
dentro dos limites estipulados no dimensionamento, o aumento das perdas de carga reduz o
valor de pressão, podendo agravar as condições de pressão da rede. Esta última questão será
abordada numa fase posterior desta análise.
Outro aspecto a ter em conta prende-se com os valores da velocidade de escoamento. Através
da análise do projecto do edifício em questão [M8] é possível verificar que os valores de
velocidade estão próximos dos limites definidos. Como se pode identificar no Quadro 8.2, os
troços F6.1 e F7.1 têm valores de velocidade muito próximos dos 2 m/s. Apesar destes valores
serem aceitáveis pelas imposições que definem o escoamento (o facto de a velocidade
exceder em 0.04 m/s os limites estipulados, não tem grande importância, devido à
insignificância desse mesmo excesso – 2% do total) podem ser reduzidos, permitindo assim
melhores condições de conforto. Seguidamente, através do Quadro 8.2, apresenta-se uma
proposta de melhoria dessas condições de conforto, fazendo aumentar o diâmetro definido.
140
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Quadro 8.2 - Valores iniciais e propostos dos diâmetros nominais para os troços F6.1 e F7.1 do edifício misto [M8]
Valores iniciais
Troços Nd Qa Cs Qd DN Di
F6.1 e F7.1 4 0.90 0.5774 0.52 25 18.0
Valores propostos
Troços Nd Qa Cs Qd DN Di
F6.1 e F7.1 4 0.90 0.5774 0.52 32 23.2
Apesar de ser um pouco mais onerosa, esta alteração do diâmetro permite, para além da
redução da velocidade, a diminuição das perdas de carga, o que faz igualmente aumentar os
níveis de conforto. No Quadro 8.2 são salientadas as diferenças verificadas.
Depois de estimadas as perdas de carga, importa verificar os valores de pressão na rede. Foi
feita uma análise ao ponto crítico que, segundo o projecto do presente edifício [M8], apresenta
uma pressão próxima dos 60 kPa. Este valor, apesar de estar dentro dos limites definidos pelo
regulamento, está distante dos valores dados como limites da pressão de conforto, como foi
abordado no Ponto 3.3.2.3. Esta questão poderia ser melhorada através da alteração dos
diâmetros da tubagem, ou fazendo-se uma redução dos comprimentos de tubagem, questão
abordada no Ponto 8.2.1.1.
8.2.2.1. Traçado
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Como se pode observar pelo Desenho 6 do Anexo A20 a tubagem em PVC entra no prédio e
segue junto ao tecto da cave, até subir para o piso térreo, onde está instalado o contador do
condomínio que é utilizado para contabilizar tanto os gastos com a rede de incêndio, como
também com a torneira de lavagem instalada no piso -1. A tubagem que sai do contador,
constituída por aço galvanizado, desce para o piso subterrâneo e vai abastecer os dois
carretéis, que estão instalados em duas zonas distintas, garantindo uma distância suficiente
para cobrir todos os pontos desta fracção expostos a um possível incêndio. Na Figura 8.3 é
possível identificar tanto um dos carretéis instalados no piso subterrâneo, como também a
torneira de lavagem colocada no mesmo piso.
Importa ainda referir que foram tomadas em conta todas as opções que permitem optimizar a
rede, como por exemplo a instalação de troços rectilíneos, com um traçado curto.
8.2.2.2. Dimensionamento
Como foi analisado no Ponto 8.2.2.1 esta rede de abastecimento é muito reduzida, uma vez
que apenas foi necessário dimensionar as tubagens que abastecem os dois carretéis.
Quadro 8.3 - Dimensionamento da rede de abastecimento de água para combate a incêndio [M8]
142
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Figura 8.4 - Localização do armazém (adaptado de [I63]) Figura 8.5 - Edifício misto e armazém
Cada fracção é constituída por uma zona ampla para estacionamento (piso -1), uma zona
ampla para armazém e duas instalações sanitárias (piso 0) e também por uma galeria instalada
no piso 1, como se pode observar no Desenho 6 do Anexo A21. A cada fracção corresponde
também uma área reservada na cobertura para a instalação de painéis solares.
8.3.1.1. Traçado
A tubagem exterior entra no edifício e circula pelo tecto da cave, subindo depois até aos
contadores de cada fracção, como se observa nos Desenhos 2 e 5 do Anexo A21. A jusante do
contador é feita a distribuição predial, que é idêntica para todas as fracções. A tubagem em
PP-R circula junto às paredes e vai abastecer os dispositivos pertencentes à instalação
sanitária.
143
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
RGSPPDADAR [N12]. Foram igualmente tidas em conta outras regras que visam garantir uma
boa solução económica em conjunto com o bom funcionamento da rede, como por exemplo a
adopção de um traçado tão curto quanto possível.
Para abastecer esta rede foi utilizada tubagem de aço galvanizado, com os acessórios
formados com o mesmo material.
8.3.2.1. Traçado
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
alterado ao longo do tempo de vida do mesmo, pelo que se deve prevenir uma situação em
que este seja utilizado para guardar elementos com um risco de incêndio considerável.
À semelhança do que acontece nos outros edifícios abordados nesta obra, o traçado da rede
de incêndio obedece às directrizes impostas pelo RJSCIE [N5]. Assim sendo, verifica-se que os
carretéis são suficientes para cobrir todos os pontos expostos a um eventual sinistro. Houve
igualmente a preocupação de instalar estes dispositivos junto das zonas de comunicação,
como por exemplo as escadas de acesso ao piso subterrâneo (Desenho 1 do Anexo A21). Foi
igualmente tido em conta o aspecto económico, como se pode observar pela consideração de
troços que definem o traçado mais curto possível.
O RJSCIE [N5] refere ainda a necessidade de instalar uma boca-de-incêndio suplementar que
permita o abastecimento da rede de combate, em caso de avaria da rede pública. Como se
pode ver no Desenho 2 do Anexo A21 essa boca-de-incêndio está instalada na fachada, numa
zona de fácil acesso por parte dos veículos de socorro.
Como se pode observar na Figura 8.7, a escola tinha uma estrutura inicial composta por três
blocos (A, G e O) de três andares e por alguns espaços exteriores. A requalificação da escola
passou pela implementação de dois novos blocos (E e R) – Figura 8.7. Os edifícios antigos
sofreram uma total remodelação, sendo os sistemas de abastecimento de água e de combate a
incêndio construídos de raiz. O novo parque escolar é igualmente constituído por um complexo
desportivo, representado por CD na Figura 8.7.
145
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O projecto contemplava, como foi referido, uma distribuição interior assegurada com
canalização em polibutileno (PB). O plano inicial considerava também a utilização de tubagem
em polietileno de alta densidade (PEAD) na rede exterior do edifício. As travessias de paredes
e pavimentos seriam feitas com recurso a tubos de PVC. Estas duas considerações referidas
mantiveram-se nas telas finais, havendo apenas a substituição do polibutileno.
8.4.1.1. Traçado
As condições de pressão fornecidas pela rede pública de abastecimento são suficientes para
dispensar o recurso a um sistema de bombagem. Assim sendo, a tubagem de PEAD faz a
ligação directa entre a canalização pública e a canalização interior. Esta tubagem é também
utilizada para abastecer as várias torneiras exteriores existentes que alimentam, entre outros
dispositivos, os bebedouros.
Para além dos referidos materiais importa ainda mencionar a utilização de tubagem de PEX em
três troços pertencentes à cozinha. Como se pode ver na Figura 8.8, esta instalação foi a
solução encontrada para alimentar os dispositivos pertencentes na ilha desta divisão, devido à
necessidade de se instalar a tubagem no pavimento. Na Figura 8.8 é igualmente visível a caixa
de localização instalada à entrada da cozinha.
146
Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Além de terem sido tidas em conta todas as opções de traçado impostas pelo RGSPPDADAR
[N12], foram ainda consideradas algumas opções que visam a optimização da rede. É de referir
que foi sempre tida em conta a distância mínima de 0.05 m entre a tubagem de água quente e
a tubagem de água fria, minimizando assim quaisquer trocas de calor. Ainda relativamente ao
traçado, importa destacar a preocupação que houve em delinear tubagens com o menor
comprimento possível.
Um dos aspectos menos correcto encontrado no estudo deste traçado prende-se com a
instalação das válvulas de seccionamento. Para além de outros locais, estes dispositivos
devem ser instalados a montante dos autoclismos, por forma a ser possível interromper o
abastecimento de água em caso de necessidade. Uma análise ao projecto permite verificar que
não existe qualquer válvula de seccionamento nos ramais de alimentação dos autoclismos
(Figura 8.9), o que, neste caso, poderá ser justificado pelo facto de este edifício se destinar ao
uso público, evitando qualquer utilização indevida.
Figura 8.10 - Boca-de-incêndio do tipo carretel instalada na Escola Secundária Josefa de Óbidos
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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O sistema de tubagens constituinte da rede de incêndio foi construído com recurso ao aço
galvanizado, sendo os acessórios constituídos pelo mesmo material. Importa ainda referir que
foram tomadas medidas contra a corrosão, através da aplicação de um primário próprio para o
efeito [M9].
8.4.2.1. Traçado
Como foi referido no Capítulo 4, o traçado da rede de incêndios passa, principalmente, pela
escolha da localização das bocas-de-incêndio. Uma análise do traçado do projecto de
execução [M9] permite verificar que os carretéis estão instalados nos caminhos de evacuação
a uma distância suficiente para cobrir todas as áreas expostas a um possível incêndio. Ainda
assim existem algumas zonas onde poderiam ter sido instaladas bocas-de-incêndio, por forma
a facilitar o combate por parte dos utilizadores, aumentando assim a eficácia do combate a
incêndio. Nos Figuras 7 e 8, presentes no Anexo A22, estão representadas duas propostas de
colocação dos carretéis para melhorar a utilização do sistema de combate.
O traçado da tubagem respeita as regras definidas para uma optimização dos custos da rede
de combate a incêndio. Houve igualmente especial atenção para as perdas de carga
provocadas pelo escoamento do líquido, verificando-se que os troços são o mais rectilíneo
possível, diminuindo assim a necessidade de recurso a acessórios que acarretam perdas de
carga singulares. Relativamente à minimização das perdas de carga contínuas, houve a
preocupação de fazer o traçado da tubagem o mais curto possível.
148
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9.1. Conclusões
O objectivo desta dissertação passava por fazer o estudo da arte sobre os sistemas de
abastecimento de água fria para consumo e para combate a incêndio, incluindo aspectos
relacionados com a legislação, quer em termos de traçado quer em termos de
dimensionamento, descrição de materiais e dispositivos utilizados nas redes e sistemas de
bombagem. Apresentam-se também situações mais práticas, relacionadas com a fase de obra.
A consciencialização para a adopção de políticas de sustentabilidade foi igualmente um ponto
importante no cumprimento dos objectivos estipulados inicialmente.
De seguida é feita uma análise mais pormenorizada às conclusões tiradas relativamente aos
temas abordados.
No Capítulo 2 foi abordada a temática da água, tendo em conta o seu consumo e os níveis de
qualidade. Esse consumo aumentou bastante com o crescimento da população que se tem
verificado desde o período da revolução industrial. O aumento do dispêndio, que está
associado à possibilidade de extinção da água, tem vindo a preocupar a globalidade da
população mundial, gerando inúmeros debates e estudos que levam à criação de soluções
para o diminuir. Nos sistemas prediais de abastecimento de água esta preocupação é mais
evidente nas redes utilizadas para abastecer os dispositivos que utilizam água para consumo
humano, já que as redes de incêndio têm uma utilização bastante esporádica. As entidades
reguladoras têm tido uma grande importância no incentivo à redução do consumo, na medida
em que, para além de elaborarem normas que visam a optimização dos sistemas de
abastecimento, criam medidas compensatórias para os consumos mais reduzidos, através da
atribuição de escalões de consumo onde o preço da água é inferior nos níveis que
correspondem a um consumo mais reduzido. No território nacional a consideração dessas
normas e medidas tem por base o RGSPPDADAR [N12] e os vários regulamentos municipais.
Como Portugal é membro do Comité Europeu de Normalização, a Norma Europeia EN 806
[N18], que passará a Norma Portuguesa numa data ainda indefinida, pode igualmente ser tida
como referência [1]. Relativamente à optimização dos sistemas de combate a incêndio, está
em vigor, em território nacional, o RJSCIE [N5].
Outro aspecto que tem vindo a crescer em termos de importância e que foi igualmente
abordado no Capítulo 2, prende-se com a qualidade da água, que está directamente ligada à
qualidade dos sistemas de abastecimento. Assim sendo, tem-se verificado um aumento dos
requisitos quer ao nível do material quer na forma em como são executados os projectos.
Como exemplos do crescimento deste factor são os ensaios que têm de ser feitos para verificar
a conformidade do sistema e que estão referidos no RGSPPDADAR [N12]. Este aumento de
exigência permite que haja necessidade de uma procura constante de melhores soluções,
tornando assim o mercado mais competitivo e repleto de opções. A crescente preocupação
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combate podem também ser separados em meios de primeira intervenção (sprinklers, cortinas
de água e RIA com carretel) ou meios de segunda intervenção (coluna seca, coluna húmida e
RIA com teatro), consoante sejam activados por qualquer utilizador ou pelos bombeiros. Após
uma análise feita na presente dissertação pode-se concluir que tanto os sprinklers como as
cortinas de água não devem ser considerados métodos de extinção, devendo ser utilizados
como complementos dos restantes meios de combate, como meios de retardamento ou
prevenção, uma vez que não têm capacidade suficiente, em termos de volume de água e
duração de actuação, para fazer a extinção de um incêndio.
O RJSCIE [N5] caracteriza os diferentes edifícios, consoante o risco que lhe está associado, de
uma forma qualitativa (classes de risco) e quantitativa (categorias de risco). Para caracterizar
melhor os diferentes edifícios é feita uma distinção relativamente ao seu uso, através da
definição das utilizações-tipo. Considerando as classificações anteriormente referidas, foi
possível verificar que as exigências regulamentares apontam para uma maior utilização das
redes de incêndio armadas equipadas com carretéis. Esta opção pode ser justificada com o
facto de estes meios serem de simples utilização e permitirem um eficaz e rápido combate. A
possibilidade deste método ser abastecido directamente pela rede pública, cujas condições de
pressão têm vindo a melhorar, é igualmente um ponto positivo a destacar. Para grandes
incêndios é necessário recorrer-se aos meios de segunda intervenção, já que estes têm um
grau de eficácia mais elevado, devido à sua elevada capacidade de debitar água e também
porque são manuseados por pessoal especializado. Os edifícios abordados nesta obra têm
uma utilização distinta, notando-se, portanto, algumas diferenças relativamente à
obrigatoriedade de utilização dos meios de combate a incêndio.
Os materiais utilizados nas tubagens das redes de abastecimento de água fria podem ser
agrupados em dois grandes grupos: os metálicos e os plásticos. Os primeiros são mais
utilizados nos meios de combate a incêndio, enquanto que as tubagens plásticas têm a sua
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Os dispositivos utilizados nas redes foram também abordados, fazendo-se a distinção entre os
utilizados nos sistemas de combate a incêndios e nos sistemas de abastecimento de água. Foi
possível verificar que é neste capítulo que se verificam as maiores diferenças entre estes dois
tipos de sistemas, uma vez que em ambos são utilizados acessórios bastante distintos. Foram
ainda analisados os dispositivos de sustentabilidade que permitem consumir menores
quantidades de água. Apesar de terem grande importância numa política de sustentabilidade,
estes elementos podem não apresentar o rendimento desejado, uma vez que fazem alterar o
normal funcionamento dos sistemas. Assim sendo, este é um aspecto que deve ser tido em
conta na aplicação destes elementos.
Os sistemas de bombagem são utilizados para suprimir situações de falta de pressão na rede.
Pôde observar-se que a diferença entre os grupos de bombagem utilizados no abastecimento
de água para consumo e os que são aplicados nas redes de abastecimento para combate, se
prende essencialmente com o rigor associado ao seu funcionamento, justificado pelo maior
cuidado que exige uma rede de combate a incêndio. Neste sentido, é exigida a instalação de
bombas suplementares que permitam repor rapidamente os níveis de pressão e que garantam,
em caso de avaria do sistema eléctrico ou do sistema principal de bombagem, a continuidade
do fornecimento de água à pressão desejada. Relativamente aos sistemas de bombagem
foram estudados três tipos diferentes: sobrepressão pela rede pública ou através da instalação
de um reservatório, elevação para um reservatório instalado no topo do edifício e utilização de
um sistema hidropneumático. Em Portugal é usual recorrer-se à utilização do primeiro sistema
referido, uma vez que as condições de pressão são permanentemente garantidas pela rede
pública de abastecimento, ao contrário do que acontece nos países menos desenvolvidos,
onde é necessário recorrer a um reservatório instalado no topo do edifício para que sejam
garantidos os níveis de pressão nos vários dispositivos. O sistema hidropneumático é
igualmente muito utilizado em território nacional, uma vez que permite uma redução dos
arranques do grupo de bombagem, possibilitando assim menores gastos energéticos e um
aumento de durabilidade destes dispositivos.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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a incêndio. Esta solução, apesar de ser bastante eficaz, não é muito aconselhada, estando a
sua consideração limitada a algumas regras, relacionadas, por exemplo, com a manutenção da
potabilidade da água [17].
No mesmo capítulo foi ainda elaborado um estudo relacionado com as patologias associadas
aos sistemas de abastecimento. Desse mesmo estudo pode concluir-se que as principais
patologias que surgem nos sistemas de abastecimento de água para consumo estão
associadas, entre outras causas, a erros de dimensionamento e à ausência de manutenção,
enquanto que nos sistemas de combate a incêndio é usual encontrar defeitos que advêm da
ausência de uso e de manutenção. As patologias mais comuns são a rotura da tubagem, as
fugas nas juntas, o deficiente escoamento e os defeitos nos dispositivos. Estas irregularidades
podem originar, para além de situações de desconforto, graves problemas nos elementos de
construção, como por exemplo infiltrações.
Uma análise das situações de obra, feita nos Capítulos 6 e 8, permitiu concluir que na
execução, na reabilitação e na alteração das redes, a abordagem a estes dois tipos de sistema
abordados segue também uma linha comum. Relativamente à reabilitação e alteração das
redes deve-se referir a importância de conhecer a rede primária. Neste sentido, é essencial a
elaboração dos cadastros na altura do fecho de obra, facilitando assim as operações de
reparação ou alteração.
No Capítulo 7 foi abordado o tema da sustentabilidade. Foi referido que podem ser tomadas
várias medidas para tornar o abastecimento de água sustentável. Para além da aplicação de
técnicas que permitem um uso mais contido deste líquido, podem ser tomadas medidas de
consciencialização relativamente a esta temática. A investigação feita neste campo permitiu
concluir que existem alguns programas relacionados com estas políticas, como é exemplo o
Programa Nacional para o Uso Eficiente de Água, promovido pelo Ministério do Ambiente e do
Ordenamento do Território [M6]. Dentro das soluções práticas, para além dos dispositivos
abordados no parágrafo anterior, importa destacar as técnicas de aproveitamento de águas
pluviais e residuais, que permitem, com algumas restrições, principalmente nas águas
residuais, reutilizar a água em dispositivos de uso não potável, como por exemplo as bacias de
retrete. Foi igualmente feito um estudo exemplificativo de um sistema de sustentabilidade numa
moradia. Esta análise permite concluir que apesar de alturas com grandes níveis de
precipitação (Inverno) o aproveitamento de águas pluviais permitir uma maior acumulação de
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Relativamente aos projectos analisados no Capítulo 8, para além do que foi referido ao longo
deste capítulo, importa ainda destacar algumas opções tomadas na sua realização. Desde já
pode concluir-se que o factor económico é bastante considerado na execução deste tipo de
projectos, em detrimento, do aumento do conforto. Observou-se que, apesar de os projectos
cumprirem o estipulado no regulamento não há grande importância com o aumento do nível de
conforto, na medida em que se utilizam diâmetros com as menores dimensões possíveis. Para
além deste facto fazer com que sejam praticadas velocidades de escoamento próximas dos
valores máximos, são geradas implicações ao nível da verificação das pressões. Assim sendo,
como se observa no exemplo do edifício misto, são considerados baixos valores de pressão
mínima, o que faz com que os dispositivos possam não ser utilizados nas devidas condições.
Outro aspecto observado na análise dos referidos edifícios tem a ver com a escolha do material
a utilizar na canalização. Como se pode observar nos projectos expostos, a escolha da
tubagem a utilizar não segue uma regra rígida, estando de acordo com as preferências do
projectista. Ainda assim nota-se uma tendência para a utilização do aço galvanizado nas
tubagens que constituem a rede de combate a incêndio.
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Devido à emergente exigência de qualidade é importante tomar medidas práticas para que os
sistemas de abastecimento consigam, durante a sua vida útil, corresponder às solicitações
para as quais são instalados. Neste sentido a manutenção dos elementos que constituem o
sistema assume um papel importante, na medida em que permite que estes mantenham as
suas capacidades durante largos períodos, o que é a principal dificuldade associada a estes
meios. Assim sendo importa aplicar medidas de obrigatoriedade de manutenção que,
associadas às exigências feitas ao nível da execução, podem permitir a produção de sistemas
com grande durabilidade. Para além destas medidas, a descoberta de novos materiais permite
igualmente realizar sistemas de abastecimento com mais qualidade. Neste sentido importa
destacar a recente descoberta de materiais plásticos com capacidade para serem empregues
em sistemas de extinção automática.
Relativamente à legislação que vigora em Portugal deverá ser concretizada a ideia de passar a
Norma Europeia para Norma Portuguesa, no sentido de uniformizar toda a regulamentação
vigente, evitando assim conflitos na realização de projectos.
No âmbito da sustentabilidade importa dar continuidade aos trabalhos que têm vindo a ser
desenvolvidos, com o sentido de consciencializar os utilizadores para o elevado consumo de
água. Esta consciencialização pode ser estimulada através da descoberta de novas técnicas
que permitam tornar as políticas de sustentabilidade mais eficazes e, por conseguinte, mais
atractivas para os utilizadores.
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Bibliografia
Artigos, livros e outros documentos de investigação:
[4] AFONSO, A. S.; RODRIGUES, C. - "A qualidade na construção ao nível das instalações
prediais de águas e esgotos. Situação e perspectivas em Portugal." Congresso
Construção 2007 - 3º Congresso Nacional. Coimbra: Universide de Coimbra, 2007.
[5] BARRAL, M. F. – “Perda de carga.” Santo André: Centro Universitário Fundação Santo
André, 2010.
[9] INAOKA, M. B.; DIAS, R. S.; SILVA, S. C. – “Aplicação do PEAD na construção civil e
estudo do seu uso em habitações de interesse social.” São Paulo: Universidade Anhembi
Morumbi, 2010.
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____________________________________________________________________________
[14] NIXON, S. C.; LACK, T. J.;HUNT, D. T.; LALLANA, C.; BOOSCHET, A. F. – “Recursos
hídricos na Europa: uma utilização sustentável?” Copenhaga: Agência Europeia do
Ambiente, 2000.
[18] PEDROSO, V. M. R. – “Medidas para um uso mais eficiente da água nos edifícios.”
Lisboa: LNEC, 2009.
[20] PEDROSO, V. M. R. – “Tecnologia das tubagens de aço inox para sistemas prediais de
distribuição de água.” Lisboa: LNEC, 2002.
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____________________________________________________________________________
[N18] Specifications for Installations Inside Buildings Conveying Water for Human
Consuption. Bruxelas: CEN, 2006.
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____________________________________________________________________________
[I57] NATURLINK - Uso eficiente da água: o que cada cidadão pode fazer
(naturlink.sapo.pt) consultado a 22 de Fevereiro de 2011.
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Anexos
A1 – Empresas abastecedores de água no território nacional [I4; I5; I6; I7; I8; I9; I10; I11;
I12; I13; I14; I15; I16; I17; I18; I19; I20; I21; I22; I23; I24; I25; I26; I27; I28; I29; I30; I31]
Aveiro SM Aveiro
Braga AGERE
Lisboa EPAL
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Símbolo Significado
Autoclismo
Boca-de-incêndio interior
Bomba
Contador
Filtro
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Símbolo Significado
Fluxómetro
Grupo de pressurização
Junta de dilatação
Marco de incêndio
Purgador de ar
Sistema de regularização
Torneira de serviço
Válvula de flutuador
Válvula de retenção
Válvula de segurança
Vaso de expansão
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DN [mm]
Diâmetro interior [mm]
10 15 20 25 32 40 50 65 80 100
Caudal de
cálculo (l/s) 12.6 16.1 21.7 27.3 36 41.9 53.1 68.9 80.9 105.3
Velocidade de escoamento [m/s]
Perda de carga contínua incrementada de mais 20% correspondente às perdas
de carga localizadas [m/m]
0.40 0.25
0.05
0.053 0.017
0.80 0.49 0.27
0.10
0.178 0.056 0.013
0.98 0.54 0.34
0.20
0.187 0.045 0.015
1.47 0.81 0.51 0.29
0.30
0.380 0.092 0.031 0.008
1.97 1.08 0.68 0.39
0.40
0.628 0.152 0.051 0.014
1.35 0.85 0.49 0.36
0.50
0.225 0.076 0.020 0.010
1.62 1.03 0.59 0.44
0.60
0.309 0.104 0.028 0.014
1.89 1.20 0.69 0.51 0.32
0.70
0.405 0.136 0.037 0.018 0.006
1.37 0.79 0.58 0.36
0.80
0.172 0.046 0.022 0.007
1.54 0.88 0.65 0.41
0.90
0.211 0.057 0.028 0.009
1.71 0.98 0.73 0.45
1.00
0.254 0.068 0.033 0.011
1.47 1.09 0.68 0.40
1.50
0.139 0.068 0.022 0.006
1.97 1.45 0.90 0.54 0.39
2.00
0.230 0.112 0.036 0.011 0.005
1.81 1.13 0.67 0.49
2.50
0.165 0.054 0.016 0.007
1.36 0.81 0.58 0.3
3.00
0.074 0.021 0.010 0.003
1.58 0.94 0.68 0.40
3.50
0.097 0.028 0.013 0.004
1.81 1.07 0.78 0.46
4.00
0.122 0.035 0.017 0.005
2.03 1.21 0.88 0.52
4.50
0.150 0.044 0.020 0.006
1.34 0.97 0.57
5.00
0.052 0.024 0.007
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Aço galvanizado:
Cobre:
Total de unidades
1 2 3 3 4 6 10 20 50 165 430
de descarga [LU]
Maior valor
individual das
2 4 5 8
unidades de
descarga [LU]
daxS [mm] 12x1.0 15x1.0 18x1.0 22x1.0 28x1.5 35x1.5 42x1.5
di [mm] 10.0 13.0 16.0 20.0 25.0 32.0 39.0
Comprimento
máximo do tubo 20 7 5 15 9 7
[mm]
Aço inox:
PEX:
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PP:
PVC-C:
Multicamada (PEX/Alumínio/PEX):
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Sistema de
Edifícios a instalar
combate
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Sistema de
Edifícios a instalar
combate
Espessura [mm]
Diâmetro exterior [mm]
Diâmetro nominal [mm] Classe de pressão - 1 [MPa]
Mínimo Máximo Mínimo Máximo
20 20.0 20.3 2.0 2.4
25 25.0 25.3 2.3 2.8
32 32.0 32.3 3.0 3.5
40 40.0 40.4 3.7 4.3
50 50.0 50.4 4.6 5.3
63 63.0 63.6 5.8 6.6
75 75.0 75.7 6.9 7.8
90 90.0 90.9 8.2 9.3
110 110.0 111.0 10.0 11.2
125 125.0 126.2 11.4 12.8
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
Tolerâncias
Espessura da parede [mm]
DN [mm] Diâmetro exterior [mm] Classe de pressão [MPa]
1.25 2.00
Mínimo Máximo Máximo Mínimo Máximo Mínimo
12 12.0 12.3 1.6 1.3 2.0 1.7
16 16.0 16.3 1.8 1.5 2.6 2.2
20 20.0 20.3 2.2 1.9 3.2 2.8
25 25.0 25.3 2.8 2.4 4.0 3.5
32 32.0 32.3 3.4 3.0 5.0 4.4
40 40.0 40.4 4.2 3.7 6.2 5.5
50 50.0 50.5 5.2 4.6 7.7 6.9
63 63.0 63.6 6.5 5.8 9.6 8.6
75 75.0 75.7 7.6 6.8 11.5 10.3
90 90.0 90.9 9.1 8.2 13.7 12.3
110 110.0 111.0 11.1 10.0 16.8 15.1
125 125.0 126.2 12.7 11.4 19.0 17.1
140 140.0 141.3 14.1 12.7 21.3 19.2
160 160.0 161.5 16.2 14.6 24.2 21.9
Espessura [mm]
Diâmetro exterior [mm] Classe de pressão Classe de pressão
Diâmetro nominal [mm]
1.0 [MPa] 1.6 [MPa]
Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo
16 16.0 16.3 - - 1.2 1.6
20 20.0 20.3 1.2 1.6 1.5 1.9
25 25.0 25.3 1.2 1.6 1.9 2.3
32 32.0 32.3 1.6 2.0 2.4 2.9
40 40.0 40.3 1.9 2.3 3.0 3.5
50 50.0 50.3 2.4 2.9 3.7 4.3
63 63.0 63.3 3.0 3.5 4.7 5.4
75 75.0 75.3 3.6 4.2 5.6 6.4
90 90.0 90.3 4.3 5.0 6.7 7.6
110 110.0 110.4 5.3 6.1 8.2 9.3
125 125.0 125.4 6.0 6.8 9.3 10.5
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A18 – Precipitação média anual em Portugal continental entre 1959/60 e 1990/91 [I62]
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Importa ainda considerar que, apesar de não ser viável, foi considerado um depósito com uma
capacidade infinita, já que como os cálculos foram feitos considerando valores diários a
dimensão do reservatório não é muito relevante.
Anual Diário
Área de Volume Volume subtraído Volume de Volume de
captação Precipitação total de devido a perdas e captação captação
2
[m ] média [mm] captação desvio das primeiras aproveitável aproveitável
pluvial [l] águas [l] [l] [l]
100 1265 126500 25300 101200 277
Foi considerado o aproveitamento das águas residuais provenientes da máquina da roupa (10
l/habitante.dia) e do duche (30 l/habitante.dia – valor estimado tendo em conta a utilização de
chuveiros de 0.10 l/s num duche com a duração de 5 min). No Quadro A19.2 estão presentes
os volumes de águas, por habitante, que podem ser reutilizados com a aplicação deste
sistema.
Anual Diário
Volume de Volume de
Volume total de água Volume subtraído
reutilização reutilização
passível de reutilização [l] devido a perdas [l]
aproveitável [l] aproveitável [l]
14600 2920 11680 32
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
____________________________________________________________________________
No edifício exemplificado foi considerada uma alteração para autoclismos de dupla descarga (3
l e 6 l). Foram também tidos em conta redutores de chuveiro (redução para 0.10 l/s). Nos
Quadros A19.3 e A19.4 é possível observar as diferenças entre a utilização deste tipo de
autoclismos e de descarga simples (6 l). Os Quadros A19.5 e A19.6 mostram a redução de
água que se consegue garantir utilizando chuveiros com um caudal de 0.10 l/s em vez dos 0.15
l/s. Importa referir que foram considerados duches de 5 minutos, resultado da mudança de
atitudes dos consumidores (Ponto 7.4.1.4).
Uma das medidas mais usadas nesta temática de sustentabilidade é o incentivo à mudança de
atitude dos utilizadores. Como referido, existem vários programas, criados por empresas, que
visam modificar os hábitos dos consumidores de água, incutindo políticas de poupança, como
por exemplo a procura para que os utilizadores tenham o cuidado de fechar bem as torneiras,
ou para que tomem um duche mais rápido, entre outras. Esta última medida é facilmente
quantificável e, devido à grande parcela que o duche ocupa nos gastos totais de água, tem
uma grande importância.
No Quadro A19.7 é possível observar a diferença, em termos de gasto de água, que 2 minutos
(aproximadamente o tempo que uma pessoa gasta para se ensaboar) a mais na duração de
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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um duche podem fazer. O simples gesto de fechar a torneira enquanto nos ensaboamos é uma
medida bastante eficaz na redução do consumo.
Caudal chuveiro Duração do duche Consumo diário Consumo mensal Consumo anual
[l/s] [min] [l] [l] [l]
7 42 1278 15330
0.10
5 30 913 10950
Outro tipo de consumo extraordinário está relacionado com as perdas por fugas nos
dispositivos. Uma manutenção cuidada permite evitar este tipo de desperdício que, como se
verifica no Quadro A19.8, corresponde a uma significativa fatia da factura total de consumo de
água.
Consumos totais:
Quadro A19.9 - Quantidades de água (l) adquirida diariamente com a aplicação de algumas técnicas economizadoras
Dispositivos
Mudança
Período Pluviais Residuais Autoclismo de dupla Chuveiro com Fugas
hábitos
descarga 0.10 l/s
Inverno 277
128 128 60 48 65
Verão -
Analisando o Quadro 7.1 é possível observar que o consumo de água associado à rega no
edifício em estudo é de 112 l/dia que, somados aos 72 l/dia necessários para os autoclismos
de descarga dupla (Quadro A19.8), perfaz um total de 184 l/dia necessários para estes dois
mecanismos. No Inverno este consumo pode ser colmatado simplesmente com o
aproveitamento das águas pluviais. Nesta estação poderia ainda ser considerada a utilização
das águas residuais em paralelo com as águas pluviais, precavendo assim alguma falha no
sistema de aproveitamento de águas da chuva. A água necessária para a máquina da roupa,
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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40 l/dia, pode igualmente ser proveniente do aproveitamento das águas das chuvas. Na
situação de Verão é possível cobrir parte dos consumos dos autoclismos e da rega, através da
utilização de águas residuais. O abastecimento da máquina da roupa teria de ser feito com
recurso à água proveniente da rede pública.
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Troço Dispositivo Qa Qd D v J
SI 2 Carretéis 6 6 50 1.3 0.055
Desenho 6 – Corte
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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Desenho 5 – Corte
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A23 – Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de
Drenagem de Águas Residuais (Decreto Regulamentar Nº 23/95) – Título III: Sistemas de
distribuição predial de água. Lisboa, 1995 [N12]
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Sistemas Prediais de Distribuição de Água Fria
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A24 - Specifications for Installations Inside Buildings Conveying Water for Human
Consuption - Part 3: Pipe Sizing - Simplified method (EN 806-3:2006). Bruxelas: CEN,
2006 [N18]
191
A25 - Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios em Edifícios (Decreto-Lei n.º
220/2008). Lisboa, 2008 [N5]
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