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LANÇAMENTOS + RESENHAS + SHOWS + MATÉRIAS + ENTREVISTAS 2

ANOS

ANO III MAGAZINE


Nº66

ENTREVISTA

OS ÍCONES DO DOOM METAL NUMA CONVERSA COM A ODM


2
EDITORIAL
By October Doom

66
Entertainemnt

We Are Brothers Of Doom

#
№ BrothersOfDoom é uma hashtag que
FEV/2017
criamos (ou adotamos) há pouco mais
Foto da capa by Jimmy Hubbard de 2 anos, logo após a criação da
A October Doom Magazine é resultado da parceria e cooperação de
nossa Revista. Ela serve para mostrar
algumas pessoas e iniciativas, que trabalham em função de um Underground que somos todos irmãos unidos pela
Brasileiro mais forte e completo, além de vários individuos anônimos que Música Lenta e Extrema, além de
contribuem compartilhando e disseminando este trabalho.
aproximar os leitores e ouvin-
tes de tantos lugares distantes
/octoberdoomzine desse país de dimensões conti-
nentais.
Hoje, queremos dar um #BROTHERSOFDOOM
Editor Chefe: Morgan Gonçalves
novo significado para essa SERVE PARA
Diretor de Arte: Márcio Alvarenga (noisejazz@gmail.com)
hashtag. Um valor mais MOSTRAR QUE
Diretora de Marketing e Publicidade: Jenny Souza
Chefe de Revisão: André Nespoli humano pra tudo o que faze- SOMOS TODOS
Tradutor: Elyson Gums mos aqui. IRMÃOS UNIDOS
COLABORADORES: Na última semana um dos PELA MÚSICA LENTA
Amilton Jr: Redator (Monster Coyote e Black Witch) nossos #BrothersOfDoom pas- E EXTREMA, ALÉM
Aaron Pickford: Correspondente Inglaterra sou por maus bocados devido DE APROXIMAR
Billy Goate: Correspondente EUA
a ação da natureza, perdendo OS LEITORES E
Edi Fortini: Fotografia e Redação
tudo o que tinha lutado tanto OUVINTES DE
Erick Cruxen: Redator (Labirinto)
Fábio Mazzeu: Redator (Lively Water) para conquistar. Não é raro TANTOS LUGARES
Fabrício Campos: Redator vermos iniciativas internacio- DISTANTES DESSE
Gustav Zombetero: Redator (Stoned Union Doomed nais onde pessoas anônimas PAÍS DE DIMENSÕES
Leandro Vianna: Redator (A Música Continua a Mesma)
se juntam para ajudar uma CONTINENTAIS.”
Matheus Jacques: Redator (SUD e The Melting Stone)
Merlin Oliveira: Redator (Governator Insane e causa maior. Nós acreditamos
Duna, Brisa e Chama que podemos fazer o mesmo, e por isso, convidamos
Rafael Sade: Redator (HellLight e LastTime Produções) todos os nossos Irmãos para nos ajudar a reestabelecer
Raphael Arízio: Redator
pelo menos parte da ordem e das condições de vida do
Roman Tamayo: Correspondente América Latina
nosso Colaborador e Amigo.
Este é um apelo que fazemos aos nossos leitores,
amigos e colegas de imprensa, e todos os interessados
LINKS: em ajudar, de qualquer forma, por favor, contate-nos
octoberdoom.com
OctoberDoomOfficial
através da nossa página do Facebook ou do nosso
octoberdoom.bandcamp.com email contato@octoberdoom.com
Sobre a edição que vocês estão prestes a conferir,
tem uma puta entrevista com um dos maiores nomes
PARCEIROS:
do Doom Metal Mundial, além de vários conteú-
dos com as principais notícias e matérias do mês de
/FuneralWedding
fevereiro. Leiam, releiam, compartilhem e comentem.
/DoomedStoned
Façam com que esse Trabalho alcance os quatro cantos
do Mundo.

/SUDORDER /A-Música-Continua-a-Mesma Obrigado e Boa Leitura

#BrothersOfDoom
/lododesign /The-Sludgelord

#FeelTheDoom
MORGAN GONÇALVES
CONTATO: Facebook.com/morgan.goncalves.1
contato@octoberdoom.com EDITOR CHEFE
SUMÁRIO

06
ENTREVISTA
MICHAEL MILEY,
BATERISTA DA
BANDA

18
ENTREVISTA
CONVERSA COM SCOTT
WINO E O BATERISTA BRIAN,
SOBRE A VOLTA EM 2017

24
ENTREVISTA
‘UM TAPA
NA CARA DA
RELIGIÃI’

30
OCEANS OF SLUMBER
METAL PROGRESSIVO
CONVERSA COM A ODM
38
ENTREVISTA
O VOCALISTA
DA BANDA

36
CHILENA
RESPONDE
A ODM

RESENHA LANÇAMENTO DOS PERNAMBUCANOS

4
34
RESENHA
RESENHAS O ALBUM
‘SEAWEED’
SOB ANÁLISE
DE LEANDRO
VIANNA

MIGUEL + Resenha
SANTOS do album

AGENDA
44 10
ENTREVISTA

MICHAEL
MILEY
DRUMS

6
FICHA

ORIGEM
Califórnia

INICIEI MINHA
USA

FORMAÇÃO NA BATUCADA
GÊNERO DO SAMBA E NA MÚSICA
Blues Rock/
FOLCLÓRICA DO BRASIL.

NA
Hard Rock

CURRENT EU AMO O SENTIMENTO,


MEMBERS
Jay Buchanan O SUINGUE E A FORÇA
DOS BATERISTAS
Vocais, Gaita
Scott Holiday

BRASILEIROS.”
Guitarra
Mike Miley
Bateria
David Beste MICHAEL MILEY - DRUMS
Baixo RIVAL SONS

VANGUARDA
FORMAÇÃO
2009

Before the Fire


(2009)

DA NOVA
Pressure &
Time
(2011)

SAFRA! O QUE DITA


POR Matheus Jacques

M
Head Down matheusjacquesstoneduniondoomed@outlook.com

O RITMO DE
(2012)
arcando história como
MICHAEL MILEY, a banda de abertura da
última tour do Black
BATERISTA DA Sabbath, a banda ame-

Great Western BANDA RIVAL SONS! ricana Rival Sons Fala


sobre o momento atual,
(2014) as influências na sono-
ridade e os próximos passos da banda Californiana.
Se você ainda não está por dentro do Rival Sons,
não pode perder esse bate papo. ODM | A
octoberdoom.com 7
ENTREVISTA

O PÚBLICO
BRASILEIRO
PARECE SEMPRE
PRONTO PARA
AGITAR. COMO
BATERISTA,
MICHAEL SEMPRE AMEI
MILEY A MÚSICA
DRUMS
BRASILEIRA E
SUA CULTURA,
ENTÃO FOI
MUITO LEGAL
FINALMENTE
TOCAR AQUI.”
MICHAEL MILEY - DRUMS
RIVAL SONS

Matheus Jacques: Ei, Michael, dois em questão de público e Acho que você deve ter visto
legal falar com você. Primeiro, da apresentação em si? alguns comentários sobre o
parabéns pelo incrível show Michael Miley: Não, todos Rival Sons soar “como essa ou
em Curitiba. Foi ótimo final- foram grandes shows. O público aquela banda”, mas a verdade
mente curtir o som de vocês brasileiro parece sempre pronto para é que de lá até agora (com o
ao vivo, foi uma experiência agitar. Como baterista, sempre amei a disco Hollow Bones, de 2016),
recompensadora. Fale-me música brasileira e sua cultura, então houve uma evolução bem rele-
um pouco sobre esse lance do foi muito legal finalmente tocar aqui e vante. É isso mesmo?
Rival Sons abrir para o Black ter essa experiência musical conjunta. Michael Miley: Cara, estivemos
Sabbath na “The End Tour”. Quero voltar, é claro. excursionando, tocando e escrevendo
Michael Miley: Obrigado! Nós juntos por anos. Nós somos diferen-
fomos questionados por Ozzy e Sha- Ainda sobre isso: vocês vieram tes desde quando formamos a banda.
ron sobre nos juntarmos ao Sabbath ao Brasil nessas duas ocasiões Acho que a evolução reflete e faz um
em sua ultima turnê. Que honra! Não citadas. Acha que ainda demo- paralelo com a banda. Como uma
tínhamos nem idéia de que isso seria rará muito tempo para retor- borboleta-monarca: da lagarta à crisá-
ao redor do mundo todo. Tem sido narem ao Brasil para um show lida. Hollow Bones é um testamento
surreal e nostálgico ouvir aqueles riffs solo do Rival Sons? conciso dessa metamorfose (risos).
e aquela voz toda noite. Michael Miley: Tudo que sei
é que quero retornar o mais cedo Quem você poderia destacar
Sua primeira experiência no possivel. Agora é com os promotores como as influências que mais
Brasil foi no festival Monsters de shows da América do Sul para nos te ensinaram como baterista?
of Rock, em 2015, e agora é sua trazerem de volta. Sei que as pessoas Michael Miley: Eu diria que o
segunda visita ao país nessa estão empolgadas. Fãs têm nos escrito jazz e o Brasil. Depois, todos os caras
turnê do Sabbath. Houve dife- no Facebook e no Twitter, então sei do funk dos anos 1960 e 1970. Eu
renças significativas entre os que há uma demanda. iniciei minha formação na batucada

8
Michael Miley: Temos datas
agora em julho. Depois que terminar
a tour com o Sabbath em fevereiro,
estamos planejando uma noite com
Rival Sons, arte, DJ e poesia chamada
“Teatro Fiasco”. Vamos iniciar isso na
Europa e então levaremos para os Es-
RIVAL SONS: A banda tados Unidos em abril, maio e julho.
abriu os shows da Estou esperando por isso.
Turnê The End do Black
Sabbath no Brasil Queria agradecer a sua aten-
ção, desejar ainda mais suces-
so e deixar esse espaço aberto
para você falar o que quiser.
do samba e na música folclórica do Michael Miley: Brasil, vocês
Brasil. Eu amo o sentimento, o suin- são os melhores fãs do mundo! Eu RIVAL SONS
gue e a força dos bateristas brasilei- amo vocês “with my whole coração”! HOLLOW BONES
ros. E, claro, meu pai me influenciou Tudo de bom! ODM | A
com Cream e Zeppelin, e eu amo The
Who e Beatles. LINKS
A partir daqui, quais os próxi- https://www.facebook.com/rivalsons/?fref=ts
http://www.rivalsons.com/ 2016
mos planos do Rival Sons em
questão de shows, turnês e ELECTRIC MAN
Rival Sons
produção de novos materiais?
octoberdoom.com 9
ENTREVISTA
MIGUEL + Resenha
SANTOS do album
INSTRUMENTOS

Uma
trilogia
na busca
do
interior MIGUEL SANTOS, VOZ E ALMA
DO A DREAM OF POE MOSTRA
AS NOVIDADES DA BANDA E
PLANOS PARA 2017
POR Edi Fortini
edi.fortini@gmail.com /EdiFortini

O
músico Miguel Santos
encabeçou o projeto A Dream
of Poe e recentemente lançou o
capítulo final de uma trilogia de
autodescobrimento para então
construir algo novo. Nesse bate-
papo que aconteceu por e-mail, ele contou sobre suas
composições, projetos, mudança de residência (de seu
país natal Portugal para a Escócia), da situação política
atual do Brasil e dos seus planos para o futuro.
O resultado você pode ler aqui! ODM | A

10
AINDA PARA ESTE
ANO DE 2017 TEREMOS
O LANÇAMENTO DO EP
1849. SUAS LETRAS
SERÃO TODAS DE
POEMAS DE EDGAR
ALLAN POE.”
MIGUEL SANTOS - INSTRUMENTOS
A DREAM OF POE

octoberdoom.com 11
ENTREVISTA
MIGUEL + Resenha
SANTOS do album
INSTRUMENTOS

A DREAM OF POE: Em 12 anos de atividades, ADOP lançou recentemente seu terceiro full álbum, A Waltz for Apophenia.

Edi Fortini: Como foi para você adicionar mais guturais em alguns teu a aventura, depois destruiu tudo
fazer a trilogia que se encer- dos temas, mas isto é assim mesmo, o que conhecia para recomeçar do
rou com esse álbum? Está sa- é um processo de evolução e, prin- zero terminando depois por “cons-
tisfeito com o resultado? cipalmente, no caso de A Dream of truir” algo melhor. O meu modo de
Miguel Santos: Foi um Poe, da forma que eu vejo os temas composição é igual. Eu começo por
processo muito bom e gratificante em determinado momento da minha escrever os riffs que me vêm à cabe-
tanto como músico e como produtor. vida, na altura não senti necessidade ça, construo a música por completo.
Aprendi muito nesta viagem que se de adicionar mais guturais ou que os Ouço o tema milhares de vezes até
iniciou com o The Mirror of Delive- temas assim o pedissem, hoje penso sentir que o tema está muito bom,
rance e penso que isso é perceptível o contrário. depois então eu o deixo repousar,
na qualidade sonora e mesmo de não o ouvindo durante muito tempo.
composição que cada um dos álbuns O que o músico Miguel desco- Passado esse tempo volto a pegá-lo
apresenta. Hoje, depois da trilogia, briu ao final da trilogia? Como e, quando o faço, acabo por des-
acredito que sou melhor músico foi encarar o mundo real? E truí-lo todo e construo algo novo
e melhor produtor, o que me dá a qual a sua visão sobre o que a usando os riffs iniciais, tal e qual a
confiança para fazer ainda melhor personagem descobriu? personagem. O produto final acaba
nos próximos trabalhos. Estou muito Miguel: Estranhamente desco- por ser muitas vezes completamente
satisfeito com o resultado final. bri que a personagem segue os meus diferente do que escrevi inicialmen-
Claro que há coisas que poderia ter passos enquanto músico e a forma de te, mas torna-se muito mais comple-
feito um pouco melhor, coisas que compor que eu uso em A Dream of to, perfeito. No fundo, torna-se mais
hoje alteraria como, por exemplo, Poe. A personagem primeiro se me- A Dream of Poe.

12
FICHA
Aqui no Brasil estamos pas-
O MEU MODO DE sando por um período cultural
complexo, no qual muitos
ORIGEM
Portugal COMPOSIÇÃO artistas estão manifestando
É IGUAL. EU opiniões conservadoras ex-
tremas, o que não condiz com
COMEÇO POR os conceitos do metal under-
ground. Como está a situação
GÊNERO ESCREVER OS nesse momento delicado na
Gothic /
Doom Metal RIFFS QUE ME Inglaterra que também passa
por um momento tenso?
CURRENT
MEMBERS VÊM À CABEÇA, Miguel: Neste momento, pare-
Miguel Santos
Instrumentos CONSTRUO A ce-me que isto é quase uma epidemia.
Temos o exemplo agora dos EUA, e
Paulo Pacheco
Letras MÚSICA POR na Europa começam a surgir cada vez

FORMAÇÃO COMPLETO. OUÇO mais movimentos políticos populistas


e claramente anti-imigração. Aqui no
2009
O TEMA MILHARES Reino Unido as coisas não se avizi-
nham fáceis para os imigrantes, mui-
DE VEZES ATÉ tos já optaram por regressar aos seus
SENTIR QUE ESTÁ países de origem. No meu caso, o
mais provável é que em uns dois anos
MUITO BOM.” eu regresse a Portugal. As cicatrizes
do Brexit (a saída do Reino Unido da
MIGUEL SANTOS - INSTRUMENTOS
A DREAM OF POE União Europeia) são extensas. Apesar
The de apenas uma ou duas vezes ter
Deliverance
(2016)
sentido que afinal não sou assim tão
bem-vindo aqui, começo a pensar se
as pessoas não estão sendo falsas nas
Você era de Portugal e se mu- suas atitudes, nos seus atos para com
dou para a Escócia. Quais as os imigrantes, se não será tudo uma
principais diferenças entre os fachada...
países?
Miguel: A nível profissional, Quais são os próximos planos
aqui no Reino Unido há muito mais para o ADoP? Há planos de fa-
oportunidades de emprego e de criar zer algum show planejado ou o
uma carreira. Aqui em Edimburgo, projeto foi realmente planeja-
na Escócia, onde moro atualmente, é do para os álbuns?
tudo muito mais calmo que Lisboa, Miguel: Eu adoro tocar ao
por exemplo. Na minha opinião é vivo - é daquelas sensações únicas.
um pouco como Açores, calmo, e a Infelizmente aqui na Escócia o doom
natureza está sempre à porta de casa. metal praticado por A Dream of Poe
An Infinity
AN INFINITY
EMERGED Emerged A comida, apesar de haver coisas não é aquele que o público gosta, o
A Dream of Poe (2015) interessantes, não é tão boa como a pessoal aqui está muito mais inclinado
comida portuguesa. O tempo é muito para stoner e sludge doom, portanto já
pior, as temperaturas no verão rondam desisti de organizar e tocar concertos
uma média entre 16 e 18 graus, às aqui. Tenho ideias e planos para tornar
vezes mais, mas seja como for não é as atuações ao vivo de A Dream of Poe
como nos Açores onde no verão ronda mais teatrais e profissionais, mas há
sempre os 24, 26 graus. Os inver- custos elevados, e como a parte finan-
nos são frios, não tão frios como eu ceira está dependente apenas de mim,
pensava que seria, o que me desiludiu salvo uma ou outra exceção, não sei se
um pouco pois gosto imensamente do será possível ser realizado em todo o
inverno! seu esplendor. ODM | A
octoberdoom.com 13
ENTREVISTA
MIGUEL + Resenha
SANTOS do album
INSTRUMENTOS

HÁ BANDAS QUE SIGO


E QUE ME CONTINUAM A
SERVIR DE INSPIRAÇÃO,
COMO THE CURE, THERION,
LACRIMOSA, MY DYING
BRIDE E BEHEMOTH,
DENTRE MUITAS OUTRAS.”
MIGUEL SANTOS - INSTRUMENTOS
A DREAM OF POE

Tenho tido contato com vários pro- Miguel: A composição deste E agora que a trilogia termi-
motores na Europa para tocar ao vivo, álbum foi interessante e diferente. nou… o que esperar?
mas até agora não tenho tido sorte, o Grande parte dos temas sofreram Miguel: Tenho várias ideias a
que é uma pena, pois todos os álbuns não uma, mas duas destruições. serem concretizadas. Ainda para este
tiveram reviews muito boas. E nem é A base dos temas foram escritas ano de 2017 teremos o lançamento do
o caso de haver algum deslumbre da em 2008 ou 2009, mas eram numa EP 1849. O alinhamento não está defi-
minha parte e pedir um grande paga- vertente completamente diferente nido, mas terá entre três e cinco temas.
mento para tocarmos – aliás, todos de A Dream of Poe e por isso nunca Suas letras serão todas de poemas de
os concertos que já toquei, incluindo foram usados. Em 2014, quando já Edgar Allan Poe. É provável que utili-
o último em Bucareste, na Romênia, trabalhava com Kaivan Saraei nas ze o assunto “The Conqueror Worm”,
perdemos sempre dinheiro, e os músi- gravações das vozes do An Infinity lançado na demo de 2006. Este será
cos que me acompanham tiveram de Emerged, paralelamente reconstruía trabalhado para refletir o som atual de
cobrir alguns dos custos. O mesmo se os temas que escrevi naquela época. A Dream of Poe e o lançamento será
passou na tour de 2011. Depois de feita a reconstrução, voltei no dia 7 de outubro. Provavelmente
Com A Dream of Poe foi sempre a concentração exclusivamente no em 2018 deveremos fechar totalmente
uma luta para conseguir concertos. An Infinity Emerged. Assim que o a trilogia com o lançamento do livro
Lembro-me quando ainda estava nos dei por terminado, voltei a trabalhar que a explora de forma mais detalha-
Açores, tive de criar o festival October os outros temas, destruindo nova- da. Como acompanhamento do livro
Loud com um amigo meu para poder mente algumas partes para depois será lançado um CD com uma seleção
finalmente tocar ao vivo voltar a construir. Finalmente, em dos melhores temas da trilogia, mas
Vou continuar a batalhar até finais janeiro de 2016, iniciei as gravações em versão acústica.
de abril para conseguir concertos do álbum terminando o máster no dia Depois tenho também planejado
para 2017, mas não vou criar muitas 27 de agosto. A principal influência um álbum só com músicas escritas
expectativas. foi o meu estado de espírito durante por músicos açorianos, a maior parte
o processo de criação e gravação. deles dentro do metal, uma espécie de
Como foi o processo de com- Claro que há bandas que sigo e que tributo aos artistas de lá.
posição principalmente em A me continuam a servir de inspiração,
Waltz for Apophenia? Quanto como The Cure, Therion, Lacrimosa, Conte mais um pouco dos seus
tempo levou desde o início até My Dying Bride e Behemoth, dentre projetos além do ADoP.
o final? Quais foram suas influ- muitas outras dos mais variados Miguel: Não me envolvo em
ências? gêneros. muitos projetos ODM | A

14
15
ENTREVISTA
RESENHAS

MIGUEL + Resenha
SANTOS do album
INSTRUMENTOS

Uma
trilogia
fora A Dream of Poe, ainda assim
pontualmente ajudo outras bandas
em diferentes aspectos. O que me
vem primeiramente à cabeça é minha

na busca
assistência na produção do novo ál-
bum da banda açoriana In Peccatum.
Fui tecladista neste grupo de 2006
a 2012, mas depois da minha vinda
para o Reino Unido deixei de poder

interior
colaborar ao vivo. Ainda assim estou
sempre em contato com eles e estou
ajudando na produção e gravação
do álbum. Neste momento estou
trabalhando em duas ideias para o
projeto Feathers & Doom. O projeto,
“A WALTZ FOR

1
da responsabilidade do norueguês Ke-

APOPHENIA” É O
nneth “Ripper” Olsen (Among Gods,
Syrach), consiste em músicas escritas
por vários músicos convidados nos
quais depois Kenneth gravará as vo-
ENCERRAMENTO
zes. Estou também gravando teclados DA TRILOGIA DO
para o novo projecto DeadCase, do
meu grande amigo e conterrâneo Tito
A DREAM OF POE,
Bettencourt. PROJETO ENCABEÇADO
Já conheceu o Brasil? Tem PELO PORTUGUÊS
muitos contatos aqui? Qual MIGUEL SANTOS, QUE
sua ideia sobre o Brasil que é
tão próximo e tão distante ao ATUALMENTE MORA NA
mesmo tempo de Portugal?
Miguel: Infelizmente ainda
ESCÓCIA
nao tive o prazer de visitar o Brasil. POR Edi Fortini
Continua nos meus planos um dia edi.fortini@gmail.com /EdiFortini

fazer uma visita, quem sabe para um


show. Não tenho muitos contatos por
aí, mas espero que isso se altere no
futuro. Acho que não estamos assim Obrigada pela atenção e pa-
tão distantes, hoje em dia com toda a lavras. Alguma consideração
tecnologia existente acabamos estan- final ou recado para os fãs
do ligados a todos os países, e acre- brasileiros? DIVULGUE
dito que, continuando a haver mente Miguel: Agradeço esta fantás- SUA BANDA
aberta para se aceitar todas as nossas tica oportunidade para falar sobre A Envie seu material
diferenças, assimilando o que há de Dream of Poe e os projetos para o com todas as
melhor em cada cultura, estaremos futuro. Espero que tenham gostado informações para
todos, não só Portugal e Brasil, cada e que a entrevista tenha sido interes- nosso email
vez mais próximos com a esperança sante de ler! Até um dia, quem sabe,
de um mundo cada vez mais justo. no Brasil! contato@octoberdoom.com

16
C
ontando com um time coeso e
muito competente, o álbum teve
participações de João Melo (The
Quiet Bottom), Antonio Neves
(In Peccatum), Nelson Felix (Spank Lord,
Sanctus Nosferatu), Paulo Bettencourt
(Morbid Death) and Kostas Panagiotou
(Pantheist) e foi lançado em dezembro
pela Solitude Productions.
O encerramento desse ciclo é intenso
em tudo o que uma viagem dentro da
alma traz como significado: solidão, dor,
desespero, destruição de padrões, para
enfim poder voltar à superfície e começar
uma nova jornada – melhor ou não. As
linhas de guitarra e de vocais, principal-
mente, nos remete a todos esses processos
e sensações. Nos sentimos, muitas vezes,
como a personagem lírica da trilogia,
tamanha a beleza e dedicação que Miguel
demonstra em linhas musicais.
Os grandes destaques ficam para
“Vultos II”, “Abyss, my lover”, “A valsa
dos corvos” e “Worlds End Close” que
encerra essa viagem, nos convidando a
encarar o mundo exterior após uma pausa
para reflexão e descobertas. O que iremos
construir em nossa estadia nessa vida?
Faça suas escolhas! ODM | A

LINKS
www.facebook.com/dreamofpoe
dreamofpoe.bandcamp.com/

A WALTZ FOR APOPHENIA


A Dream of Poe
RESENHAS

A DREAM OF POE
A WALTZ FOR APOPHENIA 2016

SOLITUDE PRODUCTIONS

PORTUGAL

1 - La Mort Blanche 6’29’’ A 2 - Abyss, My Lover 8’17’’ A 3 - Pareidolia 8’33’’ A 4 - Vultos II 7’25’’ A 5 - Abyss, The Destroyer 7’45’’ A 6 - The Voice
Of Fire 6’33’’ A 7 - A Valsa Dos Corvos 10’52’’ A 8 - Worlds End Close 6’20’’

octoberdoom.com 17
ENTREVISTA
SCOTT BRIAN
WINO & CONSTANTINO
VOCAL/GUITAR DRUMS

18
deixe
musica a

falar VIVA E PRONTA PARA AÇÃO!


CONFIRAM UMA CONVERSA
COM SCOTT WINO WEINRICH
E BRIAN CONSTANTINO, DA
BANDA THE OBSESSED!
POR Matheus Jacques
matheusjacquesstoneduniondoomed@outlook.com
Elyson Gums (Tradução)

D
e volta à cena recentemente e
buscando sacramentar sua nova
formação, se reencontrando aos pou-
cos, a seminal banda The Obsessed
liderada por Scott Wino Weinrich lança novo álbum
“Sacred” em abril pelo selo Relapse Records. E foi com
Wino que conversamos sobre a volta da banda, o novo
trabalho, a vida e os planos de turnê! ODM | A

octoberdoom.com 19
ENTREVISTA
FICHA
SCOTT BRIAN
WINO & CONSTANTINO
VOCAL/GUITAR DRUMS ORIGEM
Maryland
USA

GÊNERO
Doom Metal

CURRENT
MEMBERS
Scott Wino
Guitars, Vocals
Reid Raley
Bass
Brian Costan-
tino
Drums, Vocals
ODM: The Obsessed terminou Cara, você nunca esteve total-
“oficialmente” em 1995, certo? mente fora, completamente FORMAÇÃO
Apesar disso, houve shows de parado. Você é um dos mais 1980
reunião, como no Roadburn prolíficos e produtivos da
Festival (2012) e no Maryland cena, sempre com algum tra-
Death Fest (2013). Mas agora balho novo, alguma parceria,
é pra valer, com um line-up algum projeto em execução.
definitivo, mais shows acon- Ainda assim, dá pra dizer que
tecendo, turnês e um álbum você tem uma afeição especial
chamado Sacred, previsto para pelo The Obsessed e é por isso The Obsessed
2017. O que aconteceu desde que estamos vendo a banda (1990)
então para tomarem essa de- ativa de novo?
cisão de voltar com o The Ob- Wino: Como falei antes, nunca
sessed? senti que essa reunião era certa até
Wino: Sim, é bem por aí. Propu- cristalizá-la de novo com o Brian.
seram para nós algumas reuniões ao Obviamente, estou bastante excitado.
longo dos anos e participei de algumas, The Obsessed foi “meu bebê” desde sua Lunar Womb
mas nunca pareceu certo e eu estava criação, é a minha banda. Embora eu (1991)
decidido a parar com o The Obsessed goste bastante de participar de outras
definitivamente até eu ter a chance de bandas, como Shrinebuilder, Vitus etc.,
uma jam com o baterista Brian Cons- nessa eu me sinto em casa.
tantino, que tinha trabalhado com o The
Obsessed no início da banda. Nessa Os primeiros samples “Be the
jam, notei uma química diferente entre Night” e “Sodden Jackal” são The Church
Within
nós e desenvolvemos uma grande cama- do caralho! Peso e doom me- (1994)
radagem. A banda favorita do Brian era tal de um jeito primitivo, cru,
o The Obsessed. Na verdade, ele tinha visceral. O tom desse novo
meio que parado de tocar bateria por trabalho vai seguir essa linha
vários anos por causa do tédio e frus- old school e tradicional ou pre-
tração com as bandas de R&B em que tendem incluir outras nuances
ele estava tocando. Depois que tocamos em Sacred?
juntos, ambos sabíamos que o The Ob- Wino: A única formula que uso
sessed tinha renascido. Pessoalmente, é a de beleza musical. Podem esperar
me sinto completamente re-energizado a melhor qualidade de produção e de
e essa química musical me empoderou a execução possível, o que felizmente tem
mudar meu estilo de vida, e me inspirou sido ampliado por termos um selo forte,
a continuar criando. a Relapse Records.

20
Foto by Jimmy Hubbard

THE OBSESSED
SACRED

Tem algo mais que você pode-


ria ou gostaria de nos deixar
saber sobre Sacred, como uma 2017
data de lançamento ou algo
assim?
Wino: Vocês verão o álbum na
primavera de 2017. PUNK CRUSHER
The Obsessed

Imagino que vocês pensem


em fazer algumas turnês em
2017 para promover o novo ál- Wino: Neil Young, Crosby, Stills
bum, certo? Pensam em tocar & Nash, Roky Erickson, Townes Van
NUNCA SENTI QUE apenas nos Estados Unidos e
localidades próximas ou estão
Zandt e a vida.

ESSA REUNIÃO preparando uma turnê maior, Falando sobre impressões:


ERA CERTA ATÉ mais global?
Wino: Vamos cuidar dos nossos
após ter lido várias coisas a seu
respeito, e pegado informa-
CRISTALIZÁ- compatriotas primeiro, depois vamos ções de diferentes pessoas, a
LA DE NOVO para o resto do mundo. América do Sul
é prioridade, já que ao longo dos anos
imagem que faço de você é de
um cara maneiro, que respeita
COM O BRIAN. fui abordado por vários fãs sul-ame-
ricanos. Seus pedidos não caíram em
os fãs, músicos e outras pesso-
as envolvidas na cena. E acho
OBVIAMENTE, ouvidos surdos. que esse tipo de coisa vem
ESTOU BASTANTE Você lançou alguns acústicos
quando se é completamente
honesto: se você é verdadeiro
EXCITADO. THE também: dois solos (Punctu- com as pessoas, quase com
OBSESSED FOI ated Equilibrium and Adrift),
três com o ótimo compositor
certeza vai receber essa ver-
dade de volta. Você acha que
“MEU BEBÊ” alemão Conny Ochs (Heavy ser completamente honesto,
Kingdom and Labor of Love, de mesmo que isso às vezes sig-
DESDE SUA 2012, e Freedom Conspiracy, de nifique ser duro e incomodar
CRIAÇÃO, É A 2015), assim como trabalhos
com Scott Kelly e Steve Von
algumas pessoas, é o que faz a
diferença?
MINHA BANDA.” Till. Nesse lado mais suave e Wino: Absolutamente. Sua
SCOTT WINO - VOCAL/GUITAR introspectivo da música, quem percepção é excelente e precisa. Uma
THE OBSESSED são as pessoas que mais te ins- das coisas mais importantes é prestar
piram? atenção às políticas – não me ODM | A
octoberdoom.com 21
ENTREVISTA
SCOTT BRIAN
WINO & CONSTANTINO técnico de bateria, e agora tem
VOCAL/GUITAR DRUMS esse lance sobre você ser cha-
mado para assumir a bateria
na reativação da banda, sendo
parte de um momento real-
mente interessante. Como isso
ocorreu, como foi o processo
de se tornar o cara no controle
da bateria do The Obsessed?
Brian: Antes de mais nada, muito
obrigado pela entrevista. Por onde
começo?
Em 1983 eu morava a uma quadra
de distância do Ed Gulli (então baterista
do Obsessed) e a meia quadra de Joe
Lally (baixista do Fugazi) e eles me
refiro globalmente, falo das intrigas Wino: Porra, sim. Na verdade eu apresentaram à música do Wino. Nem
internas da indústria da música. Mas tenho 56... 3056, então tenho estado aí preciso dizer que gostei pra caramba.
só deixando claro: sim, honestidade é há algum tempo (risos). Quando Ed entrou no Obsessed ele me
sempre a melhor política e ninguém me pediu pra ser o técnico de bateria, o que
diz o que fazer. Como fã, essa é uma pergun- era incrível pra um adolescente de 16
ta que preciso fazer e tenho anos. Eu não tocava bateria na época,
Muito das suas letras (talvez a certeza que muita gente está mas Ed me ensinou como montar o kit
maior parte) vem sobre coisas esperando por algo assim: em e fazer a checagem de som básica e essa
do dia a dia: problemas, confli- 2017 vamos poder finalmente foi a minha introdução ao instrumento.
tos, emoções pessoais e sua re- vê-lo tocando com o The Ob- Avançando pra agora, quando
lação com drogas. Algo palpável, sessed? Eu imagino que não Wino e Ed voltaram para o Maryland
acessível. Você viveu o melhor e seja uma logística simples, Doom Fest como Spirit Caravan, Ed me
o pior, teve todo tipo de experi- mas com certeza não é impos- perguntou se eu faria aquilo de novo
ência. Você acha que a sua músi- sível! para este show e eu disse que seria
ca, tanto as composições quanto Wino: É um sonho que sempre tive ótimo, como nos velhos tempos. Desde
os shows, seriam os mesmos se e algum dia será realizado. Então, sim, muito tempo eu aprendi a tocar bateria,
sua vida tivesse sido sempre pa- esperamos que o The Obsessed toque na inclusive ouvindo The Obsessed, então
cífica, um constante “passeio no América do Sul em 2017. Promotores eu sabia bem mais. Fui à maioria dos
parque” (risos)? Você acha que dignos de confiança podem entrar em ensaios e aprendi mentalmente todas as
essa visceralidade e paixão te contato por meio do nosso empresário, músicas pra ajudar o Ed. Em um ensaio,
definem? Paul Schlessinger, pelo e-mail pschles- falei pro Ed que adoraria tocar “No
Wino: Minha filosofia é: deixe a singer@yahoo.com. Hope Goat Farm”, do Spirit, então no
música falar. Dito isso, todas as experi- meio da coisa o Ed parou e disse “Ei,
ências de vida e amor trazem o mesmo Encerrando, gostaria de agra- Wino, o Brian quer tocar uma música”.
aprendizado. É sempre arte em fluxo. decer por sua atenção e pedir Na época, não achava que o Wino sabia
Eu diria que sim, suas palavras estão para deixar uma última men- que eu tocava, mas ele disse “Cla-
corretas. Você parece bastante inteli- sagem para as pessoas que ro, chega aí e vamos fazer”. Lembro
gente e bem informado, é bom ter essa gostam do seu trabalho aqui dele e Sherman olhando pra mim tipo
conversa com você. no Brasil. “Porra!”, não sabendo que eu tocava há
Wino: Muito obrigado a todos que algum tempo.
Você tem 55 anos. Já pensou estiverem lendo, muito obrigado pelo Depois da tour do Spirit Caravan
em ir mais devagar de agora apoio ao longo dos anos, e estamos com o Ed, Wino me chamou e per-
pra frente, ou ainda consegue ansiosos para vê-los ao vivo e a cores o guntou se eu queria participar de um
se imaginar perto dos 70 anos quanto antes. projeto paralelo com ele. Me surpreendi
viajando e tocando o terror no com a ligação e falei: “Porra, claro,
palco como os caras do Sabba- ODM: Cara, inicialmente você vamos fazer!”. Depois de dois ensaios
th (risos)? participou do Obsessed como juntos, teve um clique e ele disse pra eu

22
COMO EU APRENDI
A TOCAR OUVINDO
O THE OBSESSED,
FOI ÓTIMO (O CON-
VITE PARA SAIR EM
TURNÊ COMO ‘THE
OBSESSED’) POR-
QUE INDEPENDEN-
TEMENTE DO QUE
FÔSSEMOS TOCAR,
EU SABIA.”
BRIAN CONSTANTINO - DRUMS
THE OBSESSED

ir pro Spirit Caravan, o que eu aceitei.


Chamamos Sherman pra começarmos
a ensaiar juntos e enquanto tocávamos
algumas músicas do “The Obsessed”,
soou matador. E com tanta gente sem-
pre pedindo pro The Obsessed voltar,
Wino fez a decisão de mudar nosso
nome para “The Obsessed” e ir pra uma
turnê e gravar com esse nome, tocando
aquelas músicas. Como eu aprendi a
tocar ouvindo o The Obsessed, foi óti-
mo porque independentemente do que
fôssemos tocar, eu sabia.
Agora estou apenas esperando pelo
lançamento do álbum, que está incrível
com a ajuda de Frank “The Punisher”
Marchand e Rob Queen, e pela turnê
no ano que vem, esperando tocar para o
maior número de pessoas possível e no
maior número de lugares. PROJETO GRÁFICO DESIGN
Desculpa pela resposta longa, mas
quis responder totalmente a questão... lodocontatos@gmail.com
Paz. Brian. OD | A

LINKS
https://www.facebook.com/TheObsessedOfficial/
https://theobsessed.bandcamp.com/

THE CHURCH WITHIN


The Obsessed

23
ENTREVISTA
RENAN
ANGELO
VOCAL/GUITAR
CHANT OF THE
GODDNESS

“NO FINAL DAS CONTAS,


MEU PRINCIPAL OBJETIVO É
ALFINETAR AS RELIGIÕES”.
POR Morgan Gonçalves
morgan.g@octoberdoom.com

hant of the Goddess é uma das ban-


das mais recentes do cenário doom
metal no Brasil, mas sua história é
muito mais profunda, cheia de sur-
presas e superações, ainda mais se
contarmos com o grupo que lhe deu
origem, a extinta Siracvsa.
Batemos um papo com Renan Angelo, vocal e
guitarra da Chant.

24
24
FICHA
Morgan Gonçalves: Cara, seja da banda. Eu precisava colocar algo
ORIGEM
bem-vindo. Feliz em final- que soasse mais forte, daí veio essa
São Paulo mente poder fazer esse bate mudança simbólica, o ato de ressur-
Brasil papo rolar. Eu prometo que reição e a adição de um nome que
vamos tratar da Chant of the representasse explicitamente nosso
Goddess aqui, mas, antes de espírito e temática.
começarmos, explique pra
GÊNERO gente o que aconteceu com a Em julho de 2016 vocês lança-
Stoner Siracvsa, e em que momento ram o primeiro registro com
Doom Metal ela se transformou em Chant o novo nome: Demo 2: Chant
CURRENT of the Goddess, se é que pode- of the Goddess, já com uma
MEMBERS mos dizer isso. diferença na atmosfera em
Renan Angelo Renan: Obrigado pelo convi- comparação ao antecessor Si-
Vocal/Guitarra
Gguilherme
te. Digamos que foi uma evolução. racvsa. Como foi a divulgação
Cillo Passamos por uma fase de desgaste, desse trampo? Rolou legal ou
Bateria afinal, foi um longo período traba- ficou abaixo das expectativas
FORMAÇÃO lhando e, de repente, tudo estagnou. de vocês?
2014 Naturalmente, fomos perdendo a Renan: Essa demo nada mais
força, nos desentendemos e nos é que duas músicas gravadas para o
separamos. Depois, acabei ficando próprio álbum sem terem passado
sozinho todo esse tempo, investindo ODM | A
aos poucos nas mixes que faltavam
e pensando se eu deveria lançar o
álbum para continuar com isso ou
lançar o álbum e encerrar de vez.
Demo 1
(2015)
No final, a paixão falou mais alto
e resolvi continuar e reestruturar o
grupo, mas aproveitei pra fazer algo
que sempre desejei: mudar o nome

Demo 2
(2016)

ESPIRITUALMENTE EU SOU
UM CARA ESTRANHO. PES-
SOALMENTE, REALMENTE
NÃO ME IMPORTO COM
NENHUM TIPO DE ESPIRI-
TUALIDADE.”
RENAN ANGELO - VOCAL/GUITAR
CHANT OF THE GODDESS

octoberdoom.com
25
25
ENTREVISTA
RENAN
ANGELO
VOCAL/GUITAR
CHANT OF THE
GODDNESS

pelo processo de mix, masteriza- A temática que vocês abordam esse vazio, mesmo que alguns mais
ção etc. Ou seja, totalmente crua, é composta de misticismo, fanáticos digam que não. A música
com apenas alguns ajustes rasos culturas arcaicas e forças so- da Goddess (inspirado na deusa da
que eu mesmo fiz amadoramente. brenaturais. Como trazem es- discórdia) explora bastante isso.
O intuito dela foi mostrar que a ses elementos para a música e Como todos nós temos esse ponto
banda havia mudado de nome e que para o cotidiano? fraco, o ser humano mais ganan-
ainda estava viva e que não tinha Renan: Espiritualmente eu sou cioso, historicamente tão baixo, se
desistido do material. É claro que um cara estranho. Pessoalmente, aproveita dessa falha para a própria
não tivemos muito alcance, sempre realmente não me importo com dominação. É o que vemos desde o
fomos impopulares no rolê. Mas a nenhum tipo de espiritualidade. Ao princípio até os nossos dias.
música alcançou um público graças mesmo tempo, esse universo oculto
aos canais de agitadores de stoner. me chama a atenção. Acho interes- E essa capa, cara, que coisa
Os poucos que ouviram apreciaram sante como tudo isso afeta a vida das linda! Como ela foi concebida?
e elogiaram pra valer. Foi uma pessoas. No final, tudo se resume Renan: Foi uma artista que está
recepção verdadeira, coisa que eu no ser humano e o medo da morte. iniciando sua carreira de designer
não havia sentido com o trabalho A espiritualidade vem por única gráfico. Uma indicação de um amigo
da primeira demo. e exclusiva necessidade de suprir meu. A ideia base era ter a deusa e

26
NÃO TIVEMOS
MUITO ALCANCE,
SEMPRE FOMOS
IMPOPULARES
NO ROLÊ. MAS
A MÚSICA
ALCANÇOU UM
PÚBLICO GRAÇAS
AOS CANAIS DE
AGITADORES DE
STONER.”
RENAN ANGELO - VOCAL/GUITAR
CHANT OF THE GODDESS

Estaremos voltando aos poucos,


até engatilhar com força. Temos o
objetivo de tocar não só em SP, mas
por qualquer lugar do mundo, quem
sabe.
CHANT OF THE
GODDESS A gente sabe que boa parte do
CHANT OF THE GODDESS material do debut já estava
composto, e o que atrasava
o lançamento do álbum era o
processo de gravação e tal. Já
2017
existe mais alguma coisa no
o ambiente mediterrânico ao fundo. gatilho pra lançar nos próxi-
Sempre fui interessado pelo sul da mos meses?
Europa, e toda aquela área do Mar Renan: Mais ou menos, eu
Mediterrâneo, sua história, cultura e, tenho vários materiais soltos e
claro, mitologia. Como disse antes, CHANT OF THE GODDESS
Chant of the Goddess
ideias vagas, mas nada concreto
a deusa da banda foi inspirada na ainda. Eu fiquei um tempo ausente
grega Éris, mas ela pode servir pra da música, e cheguei ao ponto de
várias simbologias também, como, não encostar na guitarra por meses.
por exemplo, o fato de Deus ou o Como a decisão foi retomar as
Criador não ser necessariamente um atividades, logo vamos trabalhar em
ser masculino, quero dizer, por que biografia da banda, e surpre- um novo material, desta vez como
não um ser feminino?! Essa associa- endeu a todos com sua estreia. mais experiência, pra fazer a coisa
ção feminina e poderosa me chama Existem planos de fazer uma mais fluida.
muito a atenção. turnê por São Paulo? Talvez
outras cidades ou estados? Um disco desse nível, de-
Chant of the Goddess surgiu Renan: Sim, reuni uma nova pois de tantos percalços, não
das cinzas, como diz a própria formação a qual estamos prontos. consegue ser lançado ODM | A
octoberdoom.com 27
ENTREVISTA
RENAN
ANGELO
VOCAL/GUITAR
CHANT OF THE
GODNESS

DEPOIS DE MUITA LUTA E PERSISTÊNCIA, Chant Of The Goddess foi o primeiro lançamento de 2017.

sem uma grande colaboração. uma bateria precisa. Sou grato a todos
Quem são as pessoas que aju- os envolvidos.
daram a tornar esse álbum re-
alidade? Agora, esse espaço é pra você
O FATO DE DEUS
Renan: Basicamente foram pou- falar com os velhos e novos OU O CRIADOR
cas pessoas, mas que deram o sangue
nisso. A começar pela extinta Esporro
faz do Siracvsa e do Chant of
the Goddess. Manda bala! NÃO SER
Records, tivemos alguns problemas de Renan: Eu agradeço demais ao NECESSARIAMENTE
estrutura com o produtor de eventos,
mas foi graças a ele que chegamos até
suporte e atenção que a galera vem
dando. Muitos já mandam mensa- UM SER
o Sul e conhecemos o excelente estú-
dio Hurricane, do Sebastian Carsin.
gens pra nossa página pedindo LPs,
MASCULINO,
QUERO DIZER,
CDs e até camisetas. Eu fico até sem
No final das contas, caímos em mãos jeito em chegar e dizer que ainda não
experientes na arte da produção musi-
cal. O Sebastian já é conhecido lá na
temos nada disso, mas já estou traba-
lhando pra ter todo o material físico
POR QUE NÃO UM
área dele por gravar bandas de metal necessário. Muito obrigado por esse SER FEMININO?!
e sons mais pesados, como a própria
Space Guerrilla, banda conhecida
reconhecimento e pela galera entran-
do de cabeça na nossa música. Tudo ESSA ASSOCIAÇÃO
do nosso bom e velho stoner brasi- isso é muito importante para nós e FEMININA E
leiro. O Allan fez um ótimo trabalho
segurando o baixo - entrou de última
serve de combustível para continuar-
mos a trazer novos materiais. Muito PODEROSA ME
hora pra gravar, já que não tínhamos
baixista, e fez um excelente trabalho.
obrigado a todos! ODM | A
CHAMA MUITO A
Mas, acima de tudo, o Sergio, que
LINKS ATENÇÃO.”
esteve comigo desde os primórdios e
https://www.facebook.com/chantofthegoddess RENAN ANGELO - VOCAL/GUITAR
me ajudou a construir as músicas. Ele CHANT OF THE GODDESS
chantofthegoddess.bandcamp.com/
não entendia nada de stoner, doom,
sludge e nada desse tipo de som. Mas DEMO 2
Chant of the Goddess
com muito esforço e qualidade, criou

28
Todo
mês um
novo vídeo

29
ENTREVISTA
DOBBER
BEVERLY
DRUMS/PIANO
OCEANS OF
SLUMBER

avegan d
NOceanos o Em

Entor cidos
pe
UM
A CON
VERS
A COM O B
ATERISTA DO GRUPO PROG
R E SSIV O
TE X ANO

30
FICHA

ORIGEM HÁ UM CONTRASTE
ENTRE BELEZA E
Texas
USA

ESCURIDÃO. TONS
MAIS CLAROS
GÊNERO
Progressive DE INTENSIDADE
Metal
E TONS MAIS
CURRENT
MEMBERS ESCUROS DE
Cammie
Gilbert
Vocal
SUAVIDADE.”
Dobber
Beverly DOBBER BEVERLY - DRUMS/PIANO
Bateria e Piano OCEANS OF SLUMBER
Sean Gary
Guitarra e Vocal
Anthony
Contreras
Guitarra e Vocal Musicalmente, como vocês se
Keegan Kelly definem?
Baixo e Vocal
Uaeb Yelsaeb Dobber Beverly: Somos uma
Sintetizadores banda de metal progressivo com um grande
background musical e de influências. Do
FUNDAÇÃO
2011 clássico, passando pelo jazz, até o metal
extremo e além.

POR Jenny Souza Qual foi seu melhor momento


jennifersouzaesilva@outlook.com
Leandro Vianna na carreira?
Elyson Gums (Tradução) Dobber Beverly: Assinar com
a Century Media foi o primeiro melhor
momento da carreira da banda, eu diria,
o ouvir as músicas da Aetherial e o segundo foi tocar no palco principal
Oceans of Slumber (2013) do Damnation Festival em 2016. Mas tem
fiquei fascinada com os mais alguns pontos altos e queremos muitos
vocais, a melancolia e mais daqui pra frente.
a força de suas compo-
sições. E o pior? Pensaram em parar em
Convidei o Leandro Viana algum momento?
Blue
para, comigo, desbravarmos esse
(2015)
Dobber Beverly: As altas e baixas
oceano. Vem com a gente! dos negócios nos prejudicaram, mas nada
nos fez ter o pensamento de parar. Uma vez
músico, sempre músico.

DÊ PASSOS O que querem mostrar ao mun-


do com suas letras e músicas?
PEQUENOS Dobber Beverly: Que há um
E TRATE BEM contraste entre beleza e escuridão. Tons mais
claros de intensidade e tons mais escuros de
OS OUTROS.” suavidade. Usamos todos para pintar nossas
telas e sermos tão expressivos e dinâmicos
DOBBER BEVERLY - DRUMS/PIANO quanto nossos corações desejarem. Como
OCEANS OF SLUMBER fogo. ODM | A

octoberdoom.com 31
ENTREVISTA
DOBBER
BEVERLY
DRUMS/PIANO
OCEANS OF
SLUMBER

AGORA QUE
AMADURECEMOS
TUDO, CAMINHAR
MAIS TRANQUILO
PARA ESCREVER,
COMO UM TODO. NÃO
ABANDONAMOS O
LADO TÉCNICO DA
COISA, ESTAMOS
APENAS REFINANDO
SEUS USOS.”
DOBBER BEVERLY - DRUMS/PIANO
OCEANS OF SLUMBER

WINTER, ÁLBUM MAIS RECENTE DO OCEANS OF SLUMBER figurou entre os melhores de 2017

Como encontraram a vocalista estar preparados para tudo o que pudesse


atual? acontecer. Acreditei que Cammie iria en-
Dobber Beverly: Ela estava caixar perfeitamente na banda e não pode-
em outra banda, que tocou em Houston, ria ter funcionado melhor. Não há muitas,
(EUA) por um tempo, e fiquei encanta- se é que há alguma, banda no nosso estilo
do com sua voz. Por sorte, ela gostava com um vocalista como ela. Então a acei-
OCEANS OF
de hard rock e metal e estava disposta tação aconteceu sem problemas.
SLUMBER
WINTER
a uma grande mudança em sua vida
musical. Vocês têm planos de visitar o
Brasil e a América Latina?
Voltando um pouco no tempo, Dobber Beverly: Absolutamente.
2016
mudanças de line-up são qua- Quando vai acontecer? Não temos ideia.
se sempre traumáticas. Houve Esperamos que logo, porque amamos a
medo da reação dos fãs sobre a América do Sul e suas bandas incríveis!
entrada de Cammie?
Dobber Beverly: Perder Ronnie Tem material novo em produ- WINTER
Ocean of Slumber
foi traumático para nós, mas tínhamos de ção?
32
caminhar mais tranquilo para escrever, Dobber Beverly: Dê passos
como um todo. Então é mais fácil agora. pequenos e trate bem os outros.
Não abandonamos o lado técnico da coisa,
estamos apenas refinando seus usos. Como surgiu a ideia de fa-
zer uma versão de “Nights
A capa dos três CDs são lindas, in White Satin”, de The
mas a do último, Winter, tem Moody Blues?
algo especial. Há a possibilida- Dobber Beverly: Estávamos pla-
de de trabalhar com esse artis- nejando alguns covers e nosso guitarrista
ta de novo? Sean empurrou “Nights in White Satin”
Dobber Beverly: Giannis Nakos pra frente. Como combinava tanto com o
fez as duas primais capas, Aetherial e Blue álbum, tivemos que fazer. Tinha alguns
(2015), e Costin Chioreanu é o artista por arranjos prontos pra ela e fomos com o que
trás da capa de Winter. Ele é ótimo com estava na gravação.
surrealismo e todos os seus trabalhos são
incríveis. Mas planejamos ir por uma rota Muito obrigado em nome da
diferente com nosso novo álbum, com October Doom Magazine e dos
mais realismo e com um meio criativo fãs por essa entrevista e fi-
Dobber Beverly: Nosso novo mais nosso, que seria algo mais metálico. camos de dedos cruzados por
disco está quase pronto e voltaremos ao uma vinda de vocês ao Brasil.
estúdio para finalizá-lo em abril prontos Membros do Ocean of Slumber Gostaria de deixar uma men-
para mostrar nosso trabalho mais épico e participam de outros projetos? sagem?
pesado até agora! Se sim, quais são? Dobber Beverly: Muito obri-
Dobber Beverly: Coletivamente gado pela entrevista e esperamos vê-los
No ponto de vista de vocês, temos uma banda de death metal chamada em breve. Nesse meio tempo, continuem
quais são as maiores diferen- Demoniacal Genuflection. Keegan (bai- ouvindo e encontrando música nova!
ças entre os discos Aetherial xista), Anthony (guitarrista) e eu temos a Espalhem! ODM | A
(2013) e Winter (2016)? Hou- Ingurgitate. Anthony e eu estamos também
ve mudanças no processo de
composição?
na Warmaster. Sou baterista de Insect
Warfare, Sect of Execration, Infernal
LINKS
https://www.facebook.com/oceansofslumber
Dobber Beverly: Enquanto Dominion e Braced for Nails.
https://oceansofslumber.com/
Aetherial foi um teste para vermos como
seria escrever e tocar junto, Winter teve Pensando em tudo o que vi- THIS ROAD
Oceans of Slumber
um foco particular na escrita e nos senti- veu a banda, qual foi o maior
mentos. Agora que amadurecemos tudo, aprendizado?
octoberdoom.com 33
RESENHAS
SUJO, DEMONIC
DEATH JUDGE

PESADO E
2017
SEAWEED

FURIOSO SUICIDE RECORDS

NA ESTRADA DESDE 2009, FINLÂNDIA


CAUSANDO UM VERDADEIRO 1 - Taxbear 4’56” A 2 - Heavy Chase 4’39” A 3 - Seaweed 6’40”

CATACLISMO COM SUA A 4 - Cavity 3’21” A 5 - Backwoods 4’35” A 6 - Pure Cold 7’01” A
7 - Saturnday 7’16” A 8 - Peninkulma 6’53”

MÚSICA, O QUARTETO
FINLANDÊS RETORNA APÓS
(bateria), além de Saku e Pasi Hakuli
UM HIATO DE MAIS DE

2
(guitarra e baixo, respectivamente),
QUATRO ANOS COM O ÁLBUM lançaram os EPs Demonic Death Judge
SEAWEED, UMA VERDADEIRA (2009), Kneel (2010), um split com as
bandas Frogskin e Semtex e os álbuns
AULA DE SLUDGE/STONER The Descent (2011) e Skygods (2012).
Mas após o lançamento deste úl-
POR Leandro Vianna
contato@octoberdoom.com timo, os gêmeos Hakuli optaram por
ficar apenas com a banda principal,

A
o que não possuem o prazer sendo substituídos por Toni Raukola
de conhecer, o Demonic (guitarra) e Eetu Lehtinen (baixo),
Death Judge é um quarteto ambos membros de outra banda fin-
surgido na Finlândia, no landesa, o Burweed, que pratica uma
ano de 2009, como um projeto paralelo espécie de mescla de atmospheric
de quatro membros do sexteto de indus- sludge com metal alternativo. Com
trial death metal chamado Total Devas- essa formação, soltaram um split mui-
tation (que curiosamente possui na sua to interessante ao lado do Coughdust
formação três irmãos, entre eles um par em 2015 e, agora, no início de 2017,
de gêmeos). Inicialmente composto por finalmente liberaram seu terceiro tra-
Jaakko Heinonen (vocal), Lauri Pikka balho, intitulado Seaweed.

34
FICHA

ORIGEM
Kymenlaakso
Finland

GÊNERO
Sludge/Stoner O que esperar e deixando o
Metal do terceiro álbum lado stoner da
do Demonic banda bem em
FORMAÇÃO
2009 Death Judge? evidência, além
Bem, não existe de ter um dos
mistério aqui, já solos de guitarra
que ele é uma mais legais de
continuação mais do que natural de todo o trabalho. Pode-se dizer que ela
Skygods. Andamento arrastado típico encerra o Lado A do álbum.
do doom, riffs sujos, duros, bem slud- Com bons elementos psicodélicos
ge, unidos a uma vibe stoner/psyche- e riffs pantanosos, “Pure Cold” se
The Descent delic rock, um vocal que parece ter mostra umas das mais fortes de todo
(2011) bebido uns 10 litros de água de algum trabalho, assim como “Saturnday”,
pântano, soando bastante ameaçador, faixa que vem em seguida e que pos-
baixo pulsante e bateria esmagadora. sui alguns elementos atmosféricos.
Algumas canções possuem um lado Ambas estão na casa dos sete minutos
mais épico/atmosférico, rendendo al- e juntas com “Peninkulma”, outra que
guns momentos quase hipnóticos para chega perto desse tempo e encerra os
Skygods
quem as escuta. Peso e distorção tam- trabalhos trazendo à tona novamente
(2012)
bém não faltam aqui, apesar das boas influências de atmospheric sludge
melodias que surgem durante todo o e até mesmo algo de post-rock em
trabalho, que soa absurdamente con- seu início, formando a parte épica
sistente. Seaweed também consegue do disco. É justamente esse lado que
nos passar aquela sensação gélida, permite que a banda agregue novos
fria, típica de bandas nórdicas de bla- elementos às canções, enriquecendo
ck metal, mesmo que você não encon- um pouco mais sua sonoridade.
tre elementos propriamente ditos do Se por um lado, esse é o disco
estilo na música desses caras. mais acessível do Demonic Death
A abertura fica com “Taxbear”, Judge, por outro é o mais variado
lenta, simples, pesada e que mostra e rico em matéria de sonoridade.
o lado mais vigoroso do DDJ, assim E o melhor, conseguiram isso sem
como a seguinte, “Heavy Chase”, mudar qualquer uma das caracte-
simplesmente viciante e com algo rísticas primordiais de sua música,
de stoner rock. “Seaweed” agrega que é o conjunto peso, riffs sujos e
elementos mais melódicos, mas sem clima psicodélico. Tudo continua
perder a força. Nela é possível tam- ali, intacto, mas com maior riqueza.
bém notar boas influências de atmos- Uma verdadeira martelada em seu
pheric sludge trazidas pelos novos tímpano. OD | A
integrantes. Essa influência também
se mostra bem forte na instrumental
“Cavity”, que vem logo em seguida,
LINKS
https://www.facebook.com/demonicdeathjudge
na qual boas melodias e elementos
http://demonicdeathjudge.bandcamp.com/
psicodélicos acabam agregando muito
à canção. “Backwoods” vem em se- TAXBEAR
Demonic Death Judge
quência, com boas guitarras, elegante RESENHAS

octoberdoom.com 35
RESENHAS

AGRESSIVIDADE
NO METALCORE
PERNAMBUCANO
UMA MISTURA MUITO BEM técnica de seus integrantes.
EXECUTADA PROMETE Toda a produção foi feita pelos

3
próprios músicos do conjunto e isso
REVIRAR O CENÁRIO DO não causou problema algum ao som
UNDERGROUND NACIONAL do EP. Conseguiram tirar um som pe-
COM PESO E TÉCNICA sado, gordo e com todos instrumentos
bem audíveis.
POR Raphael Arízio A compilação tem início com a
contato@octoberdoom.com brutalidade de “Executado”. Riffs e
baterias pesadíssimas, com influências

O
Matakabra é mais um novo de death metal e grindcore, mistura-
nome surgido no under- do aos vocais agressivos de Rodrigo
ground brasileiro. O EP Costa e alguns breakdowns bem ca-
Prole é seu primeiro lan- racterísticos do estilo.
çamento, saiu da forma recentemente, Em “Pesadelo” a pegada death
com selo independente e contém três metal do Matakabra fala mais alto
faixas de um metalcore brutal com com riffs extremamente violentos -
grandes influências de death metal. com certeza o grande destaque do EP.
Essa promissora banda de Pernambuco Mais uma vez Rodrigo vocifera as
nos presenteia com ótimas músicas, letras e deixa o som bem mais violen-
muito bem variadas, mostrando ótima to. Não podemos deixar de destacar

36
S.O.S.
FICHA BROTHERS
ORIGEM
Pernambuco
Brasil
OF DOOM
A OCTOBER DOOM MAGAZINE é uma
realização fruto da amizade e colaboração
de muitas pessoas envolvidas direta e
indiretamente no processo de produção
GÊNERO de cada edição, e por isso, nos atrevemos
Deathcore /
Death Metal a ultrapassar a barreira entre comunicador
e leitor e expor uma situação difícil vivida
por um dos nossos maiores amigos e
colaboradores.

MATAKABRA Na última semana um dos nossos


#BrothersOfDoom passou por maus
PROLE (EP) 2016 bocados devido a ação de uma forte
tempestade, perdendo tudo o que tinha
lutado tanto para conquistar. Não é raro
INDEPENDENTE vermos iniciativas internacionais onde
pessoas anônimas se juntam para ajudar
BRASIL uma causa maior. Nós acreditamos que
1 - Executado 3’20’’ A 2 - Pesadelo 3’44’’ A 3 - Prole 4’32’’ podemos fazer o mesmo, e por isso,
convidamos todos os nossos Irmãos para
nos ajudar a reestabelecer pelo menos
o baterista Theo Espíndola, que nos
parte da ordem e das condições de vida
hipnotiza com viradas sensacionais
em meio a blasting beats insanos. do nosso Colaborador e Amigo.
Para encerrar, temos a faixa-título na
qual os caras mostram um som mais
trampado, inclusive com a incursão
Este é um apelo que fazemos aos nossos
de teclados, que deixou um clima leitores, amigos e colegas de imprensa,
bem interessante. e todos os interessados em ajudar, de
Apesar do pouco tempo de estra-
da, o grupo mostra um som coeso,
qualquer forma, por favor, contate-nos
brutal e muito bem variado. Merecem através da nossa página do Facerbook ou
lançar um disco completo rapidamen- do nosso email:
te pois as poucas faixas deste EP dei-
xam um gosto de quero mais. OD | A
contato@octoberdoom.com
LINKS
https://www.facebook.com/matakabra #BrothersOfDoom
https://matakabra.bandcamp.com/releases

PROLE
Matakabra
RESENHAS
ENTREVISTA

TRA ÃO
DIÇ
CRISTIAN RESENHA
IBAÑEZ
VOCAL
MOURNERS
LAMENT

CHILENA OS CHILENOS DO MOURNERS LAMENT,


SURPREENDERAM COM “WE ALL BE
GIVEN”, DE 2016, MANTENDO A TRADIÇÃO
DOS SEUS CONTERRÂNEOS
POR

Rafael Sade
contato@octoberdoom.com

O
Chile sempre nos surpreende apresentando e exportando bandas de
altíssimo nível, e alguns exemplos delas são Uaral, Poema Arcanvs
e Mar de Grises, entre muitas outras. Mourners Lament, que acaba
de soltar o seu full-length We All Be Given, é uma delas e têm tudo
o que precisa pra ser mais um nome marcante. Conversamos com o
vocalista Cristian Ibañez que nos conta sobre a trajetória do grupo,
este novo lançamento e alguns planos para o futuro.

38
FICHA

ORIGEM

CHEGAMOS AGORA À MATURIDADE PARA


Viña del Mar
Chile

NÃO DEPENDER DO SOM DE OUTRA


BANDA, SENDO A NOSSA PRINCIPAL
GÊNERO
Doom Death FONTE DE INSPIRAÇÃO NOSSAS PRÓPRIAS
Metal
EXPERIÊNCIAS PESSOAIS, O NOSSO
CURRENT
MEMBERS
Franco
HUMOR E NOSSA FLUÊNCIA AO COMPOR.”
CRISTIAN IBAÑEZ - VOCAL
Ciaffaroni
Bass MOURNERS LAMENT
Marcos
Contreras
Guitars
Matias Aguirre
Keyboards Rafael Sade: Conte-nos como gravações e turnês. Infelizmente para
Cristian
Ibañez surgiu a Mourners Lament. subir e permanecer ao longo dos anos é
Vocals Cristian Ibañez: Antes de come- necessário retirar o dinheiro dos bolsos
Miguel çar, gostaria de agradecer o interesse e dos próprios músicos.
Canessa
Drums o apoio à nossa banda e também enviar
saudações aos nossos amigos brasileiros Quais as maiores influências
FORMAÇÃO que por sinal são muitos! Mourners no som da Mourners Lament?
2004
Lament nasceu no início de 2004, quan- Cristian Ibañez: Chegamos
do tivemos a ideia de compor música agora à maturidade para não depender
inspirados por bandas que ouvíamos no do som de outra banda, sendo a nossa
momento e que marcou profundamente principal fonte de inspiração nossas
nosso caráter como grupo. Nomes como próprias experiências pessoais, o nosso
My Dying Bride, Anathema e Para- humor e nossa fluência ao compor.
dise Lost foram fundamentais para a Sentir-se completo em nossa própria
Unbroken nossa identidade. Éramos muito jovens influência e ser livre para tomar o nosso
Solemnity na época e a intenção era nos diver- som para atmosferas diferentes que
(EP)
(2008) tir tocando ao vivo, então tivemos a fluem naturalmente por nossos instru-
esperança de registrar algo em estúdio, mentos. Agora, o resultado de tudo isso
no momento em que não haviam muitas pode ser comparado às nossas raízes e
bandas no Chile que estavam tocando não podemos negar que Paradise Lost,
doom metal. Foi muito desafiadora a Anathema e My Dying Bride são as
nossa proposta, pois a cena em nosso bandas que formaram a nossa identida-
país naquela época tinha uma forte ten- de e personalidade desde o seu início.
dência ao death metal e black metal.
O Chile é muito conhecido por
A banda tem 13 anos de exis- suas bandas de alto nível. Al-
tência. Quais são as principais guma dessas também lhe ins-
dificuldades em ser uma banda piraram?
chilena tocando metal, prin- Cristian Ibañez: Não. Embora
cipalmente o death e o doom existiam no Chile e ainda existam vários
metal? grupos de nível muito elevado, o nosso
Cristian Ibañez: Na verdade tipo de som e como nós o tocamos é
as dificuldades são as mesmas que muito distante dos outros. Cada um tem
qualquer banda no Chile ou em outro a sua própria identidade e penso que as
lugar no mundo pode ter, especialmente influências de cada um deles vêm de
no aspecto monetário para financiar muitas fontes diferentes ODM | A
octoberdoom.com 39
ENTREVISTA
CRISTIAN RESENHA
IBAÑEZ
VOCAL
MOURNERS
LAMENT

O MOURNING LAMENT foi formado em 2014, em Viña del Mar.

umas das outras. Sei que bandas em escassez deste registro, decidimos ree-
nosso país que tocam doom metal com ditá-lo e ele estará disponível para com-
influências death se assemelham entre
si. No momento atual, o doom metal
pra diretamente com a banda, incluindo
um adicional da nossa demo de 2004.
UNBROKEN...
tradicional trouxe uma ninhada de novas Esperamos que em breve também esteja É A NOSSA
bandas que tem certas semelhanças
entre si, isto porque as suas influências
disponível em formato de edição Tape.
“PEDRA NO
ao compor são baseadas em bandas cult
como Candlemass, Pentagram, Black
Vocês deram uma parada em
2009 e só retomaram ativida-
SAPATO”.”
CRISTIAN IBAÑEZ - VOCAL
Sabbath etc. des em 2013. Este período ser- MOURNERS LAMENT
viu para trazer mais inspiração
Após a demo de estreia em e novas músicas?
2004 vocês lançaram o exce- Cristian Ibañez: Este período de
lente EP Unbroken Solemnity ausência não era um descanso premedi-
em 2008. Como foi a recepção tado. Como tivemos muitos problemas Cristian Ibañez: Fantástica.
deste trabalho no Chile e mun- com más decisões enquanto conjunto, Este é apenas o começo para nós como
dialmente? houve uma ruptura que trouxe substitui- uma banda e para este nosso álbum.
Cristian Ibañez: Unbroken... é a ção momentânea de membros, acabando Para impedir que aconteçam os mes-
nossa "pedra no sapato", como dizemos por determinar o fim da banda em 2009. mos erros do passado e assim evitar
aqui no Chile, já que há uma mistura de A partir de 2013, retornamos à música que ele sofra de escassez na América
sentimentos. Na minha opinião, este é com nossa formação quase original e do Sul, chegamos a um acordo com um
um excelente registro que, infelizmen- nos voltamos a composições antigas que selo do Chile, o Canometal Records,
te, não teve o alcance que poderia ter estavam inacabadas antes de gravarmos para lançar uma edição limitada. O We
tido, principalmente por causa de más o Unbroken Solemnity. Obviamente após All Be Given, por sinal, foi muito bem
decisões tomadas como uma banda, todos estes anos amadurecemos musical- recebido em nosso país. Temos tido
uma vez que saiu como EP na Europa mente e isso nos permitiu concluir essas performances fantásticas nas quais mui-
pelo selo Descent Production. Tivemos músicas com mais fluidez, além de com- tas pessoas que não nos conheciam, ou
acesso a cópias deste trabalho, mas aqui por novas canções incluídas em nosso pessoas que gostam muito deste estilo,
no Chile foi muito difícil de encontrar. novo álbum, o We All Be Given. admiraram nosso trabalho e acabamos
Acho que a mesma coisa aconteceu ganhando novos fãs. Vemos também
com outros países da América do Sul, Em novembro de 2016 foi lan- o prazer dos nossos fãs que esperaram
nem tanto para a Europa, sendo que o çado o tão aguardado We All pacientemente por essa nova gravação
trabalho foi bem recebido no mundo Be Given. Como está sendo a e recebemos críticas muito boas e exce-
underground. Agora pensando sobre a recepção do disco? lentes comentários. ODM | A

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OCTOBER DOOM ENTERTAINMENT &
STONED UNION DOOMED

COLETÂNEA DA OCTOBER DOOM


MAGAZINE, EM PARCERIA COM A
STONED UNION DOOMED
BANDAS QUE LANÇARAM ÁLBUNS
OU EP'S A PARTIR DE JULHO DE 2016

#FeelTheDoom

octoberdoom.com 41
ENTREVISTA
CRISTIAN RESENHA
IBAÑEZ
VOCAL
MOURNERS
LAMENT

É PROVÁVEL QUE
AGENDEMOS
ALGUMAS
APRESENTAÇÕES
PARA FORA
DO PAÍS,
PRINCIPALMENTE
NA EUROPA
EM 2018.”
CRISTIAN IBAÑEZ - VOCAL
MOURNERS LAMENT

O Chile é um país que costuma


revelar e exportar bandas para
grandes turnês europeias. Vo-
cês têm planos em divulgar We
All Be Given na Europa?
Cristian Ibañez: Quando decidi-
mos voltar como uma banda, olhamos
como primeiro objetivo a gravação do
nosso primeiro álbum e ele surpreen-

4
dentemente abriu novas portas para
nós, com grandes desafios a curto e
médio prazo. Assinamos um contrato
com o prestigiado selo holandês Ham-
merheart Records para o lançamento
em abril deste ano do We All Be Given
para a Europa e para o mundo. Certa-
mente isso vai nos ajudar a alcançar um
maior número de pessoas que podem
obter o nosso disco e prestar uma
melhor atenção a esta banda de doom/
death metal chilena. É provável que
agendemos algumas apresentações para
fora do país, principalmente na Europa
em 2018, uma vez que a promoção e
distribuição pela Hammerheart Records
deve demorar um pouco mais.

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MANTENDO A CHAMA DO
DOOM METAL CHILENO ACESA
A ANÁLISE (teclados) e Miguel Canessa (bateria),
a Mourners Lament pratica um death/
CUIDADOSA doom metal denso e muito inspirado MOURNERS
DE WE ALL BE pelo old Anathema, My Dying Bride LAMENT
GIVEN..., PRIMEIRO e Officium Triste. Após um hiato de 2016
quatro anos, houve o retorno em 2013,
FULL ÁLBUM DO com o lançamento de seu disco de
WE ALL BE
GIVEN...
MOURNING LAMENT estreia, We All Be Given, no mês de
novembro passado.
POR Rafael Sade Composta por seis canções, os chile- CANOMETAL RECORDS
contato@octoberdoom.com
nos executam aqui um som de altíssima
qualidade, com melancolia, atmosfera

O
CHILE
Chile é o país da América pesada e muito peso. Os destaques ficam
do Sul que mais exporta com a “As Solemn Pain Profaned”, que 1 - As Solemn Pain Profaned 4’42’’ A 2 - Slumbers 6’06’’ A 3
- Omnipresence 3’51’’ A 4 - Suffocating Hopes 9’04’’ A 5 - This
bandas de doom metal abre os trabalhos de forma majestosa Storm… 6’47’’ A 6 - We All Be Given 13’07’’
para o restante do mundo. com partes acústicas e um belo refrão.
Podemos citar como exemplo as mun- “Suffocating Hopes” tem um andamen-
dialmente conhecidas Uaral, Poema to triste e uma atmosfera carregada. LINKS
Arcanvs e Mar de Grises. E eles não Já “This Storm…” é mais explosiva e www.facebook.com/mournerslament.official
pararam por aí no quesito revelar gran- possui ótimos solos de guitarra. http://www.hammerheart.com/news/2016_10_19_
des nomes no cenário. Se depender do histórico da nação mournerslament.html
Formada por Cristian Ibañez (vo- quase vizinha, Mourners Lament será www.canometal.cl
cal), Marcos Contreras (guitarra), Fran- a próxima banda chilena a exibir sua SUFFOCATING HOPES
Mourners Lament
co Ciaffaroni (baixo), Matias Aguirre música ao redor do globo. OD | A
octoberdoom.com 43
AGENDA
AGENDA
OCTOBER DOOM DIVULGUE SEU EVENTO
Uma seleção dos melhores
Envie para nossa redação,
eventos, festivais e shows
as informações e links.
que acontecem durante os
próximos dias. contato@octoberdoom.com.br Não nos responsabilizamos por mudanças ocorridas na programação

AGENDA DE SHOWS
TOUR 8 DE MARÇO
SAMSARA BLUES EXPERIMENT EM PORTO ALEGRE -
HOCUS POCUS FEST
Abertura: Mar de Marte
Local: Riff.e Bar
Horário: 18 horas
https://www.facebook.com/events/1630776550565135/
Ingressos: https://www.sympla.com.br/hocus-pocus-festival-
2017---porto-alegre---8-de-marco__115393

9 DE MARÇO
SAMSARA BLUES EXPERIMENT EM FLORIANÓPOLIS
Abertura: Elevador
Local: Célula Showcase
Horário: 21 horas
https://www.facebook.com/events/348487382181675/
Ingressos: https://www.sympla.com.br/samsara-blues-
experiment--florianopolis-sc--090317__102955

10 DE MARÇO
SAMSARA BLUES EXPERIMENT EM BELO HORIZONTE
Abertura: Duna, Brisa & Chama e Pesta
Local: Stonehenge Rock Bar
Horário: 22 horas
https://www.facebook.com/events/217378988710910/
Ingressos: https://www.sympla.com.br/samsara-blues-
experiment-alemanha--duna-brisa-e-chama-e-pesta__102815

11 DE MARÇO
SAMSARA BLUES EXPERIMENT EM SÃO PAULO
Abertura: Hamemerhead Blues e Saturndust
Local: Clash Club
Horário: 18 horas
https://www.facebook.com/events/1360922243948973/
Ingressos: https://www.sympla.com.br/samsara-blues-
experiment-em-sao-paulo---11-de-marco-a-partir-das-
18h__106463

12 DE MARÇO
SAMSARA BLUES EXPERIMENT NO RIO DE JANEIRO -
HOCUS POCUS FEST

8 A 12 MAR
Abertura: Psilocibina e Aura
SAMSARA BLUES Local: Cais da Imperatriz
Horário: 17 horas
EXPERIMENT https://www.facebook.com/events/584141681780054/
Ingressos: https://www.sympla.com.br/hocus-pocus-festival-
2017---rio-de-janeiro---12-de-marco__115391

A banda de rock psicodélico vem pela primeira vez ao


Brasil A banda destila sua psicodelia desde 2007 e
vem cada vez mais atraindo público em suas turnês de
sucesso pela Europa e América do Norte.
Os alemães têm uma turnê super movimentada pelo
Brasil, confira agenda ao lado.

44
LACUNA COIL
LATIN AMERICAN
7 A 10
TOUR MARCH 2017 MAR TOUR

A banda italiana também desembarca aqui


para tocar para os fãs brasileiros.

AGENDA DE SHOWS
7 DE MARÇO 10 DE MARÇO
LIMEIRA/SP RIO DE JANEIRO/RJ
Local: Bar da Montanha Local: Teatro Odisseia
Av. Laranjeiras, 2601 · Pq. Egisto Abertura: Innocence Lost
Ragazzo Limeira/SP Teatro Odisséia - Avenida Mem de
https://www.facebook.com/ Sá 66, Rio de Janeiro
events/701942873299006/ https://www.facebook.com/
events/1804465593146955/

8 DE MARÇO
BELO HORIZONTE/MG
Local: Music Hall BH
Abertura: Sacrificed
Music Hall BH - Av. do Contorno,
3239, 30110-017 Belo Horizonte
https://www.facebook.com/
events/640140889497184/

45
AGENDA
contato@octoberdoom.com.br

11 /MAR
INFRASOUND 22H
FUZZTIVAL III
THE BAGGIOS | MUÑOZ
JOHN FILME | MONTE RESINA
BLUMENAL - SC CÉLULA SHOWCASE
A Infrasound Fuzztival com apoio do Saragaço e
Batmacumba Cultura Independente trazem de Sergipe
para Floripa: The Baggios!
Uma noite pedrada para celebrar a tour pelo Sul do
aclamado álbum Brutown junto com as bandas: Muñoz,
John Filme e Monte Resina.
https://www.facebook.com/events/102348390286352/

10 /MAR
WORMHOLE 22H
CATTARSE | MUÑOZ
BLUMENAL - SC
Num evento que promete
romper a barreira do
Espaço-tempo, as
bandas Cattarse e Muñoz
se apresentam em
Blumenau-SC, em uma
noite com exposições de
arte, zines, tatuagens ao
vivo, bazar com muita
arte, comida vegana, e
cerveja artesanal.
https://www.facebook.com/events/292071377875319/

46
DIVULGUE
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ANUNCIAR E PROMOVER

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RUA VINTE E QUATRO DE DEZEMBRO. N477 AP 303. CENTRO - MARÍLIA, SP - BRASIL - CEP: 17500-060
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