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Considerações sobre os artífices

e os artistas portugueses em Minas Gerais


Marcelo Almeida Oliveira

Reforçamos, inicialmente, que ainda estamos numa fase inicial da pesquisa, em


que os dados apurados correm o risco de não serem devidamente avaliados à luz
de ideias maduras. É um risco assumido, que também pode representar ganhos no
fortalecimento dos sistemas de parcerias que se ocupam do conhecimento da história
brasileira ou luso-brasileira, principalmente quanto à produção artística no período
colonial.
Considerando-se que a produção artística em Minas Gerais, no citado período,
é fato complexo, decorrente de um somatório de fatores, dentre eles: as condições
religiosas, sociais e as relações “mestre-oficial-aprendiz/livre-alforriado-escravo”,
buscamos tratar desse assunto a partir do viés português, uma das fontes para a
compreensão do fenômeno artístico ocorrido nas Minas1.
Salientamos, nesse quadro, a necessidade de se trabalharem as fontes documentais
para melhor entendimento de um amplo contexto gerativo e do intercâmbio de
influências culturais ocorrido entre Brasil e Portugal. Por isso, é sempre oportuno o
compartilhamento de informações nos vários lados do Atlântico. Tal procedimento
ajuda no avanço do assunto priorizado no IV Seminário Internacional Luso-Brasileiro:
“A Encomenda. O Artista. A Obra”.
Temos a pretensão de lidar com o citado tema, por meio de visão ampla e síntese
de informações, obtidas a partir do cruzamento de dados apurados tanto no arquivo
da Arquidiocese da cidade de Mariana, quanto no conteúdo da obra Dicionário de
Artistas e Artífices dos Séculos XVIII e XIX em Minas Gerais de Judith Martins (1974).
Quando lidamos com avaliações mais amplas, como as pretendidas no momento
atual da pesquisa, é possível a constituição de bases para o apuro do estudo em
questão, o que exige muitas vezes conhecimento abrangente das fontes presentes nos
arquivos brasileiros. Não priorizamos, por ora, destacar os feitos de nenhum artista
ou artífice em específico, como foi e é tratado por muitos pesquisadores que lidam
com o entendimento da produção artística.

1 TRINDADE, 1989: 1.
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A partir da consulta realizada em Catálogos Gerais do Arquivo Arquidiocesano,


verificou-se a existência de grande número de registros relativos à população portuguesa
residente em Minas colonial. São dados preciosos para a compreensão de questões
pouco exploradas em bibliografia específica. Estabeleceram-se sínteses com o sentido
de examinarmos os seguintes pontos:
– a origem dos portugueses em Minas Gerais;
– qual a especialidade predominante no grupo de artistas e artífices e onde houve
maior concentração de indivíduos desse grupo no território mineiro;
– quais os tipos de documentos relacionados ao grupo estudado;
– o período de maior ocorrência de registros referentes aos portugueses na capitania.
As questões acima consideradas são relativamente poucas. Indicam caminhos
para o aprofundamento dessas e de outros assuntos. Trata-se de oportunidade para
perceber melhor os costumes, os hábitos, a vivência da população examinada em
domínio americano, marcado pela exploração do ouro e das pedras preciosas e pela
intensa atuação de artistas e artífices.
Conforme já mencionado, priorizou-se o viés que foca a influência portuguesa na
formação artística da Capitania de Minas Gerais. Preferiu-se adotar esse caminho
por acreditarmos que ele permite evidenciar novas perspectivas para o estudo em
questão, além de ele trazer possibilidades para um melhor conhecimento da cultura
brasileira, em especial a mineira, constituída por várias vertentes.
Levando-se em conta o primeiro ponto, no rol de questões anteriormente levantadas,
a respeito dos lugares de origem dos portugueses que povoaram as Minas, chama-nos
a atenção o modo como alguns pesquisadores brasileiros, e em particular os mineiros,
informaram tal assunto. Por exemplo, segundo Lima Júnior, em seu livro A Capitania das
Minas Gerais, Minas foi “invadida” no início de seu povoamento, entre o final do século
XVII e a primeira metade do século XVIII, por caudal humano cujos representantes
reinóis eram basicamente nortenhos, oriundos em especial da região de Braga, Viana,
Minho e Trás-os-Montes, o que certamente trouxe reflexos na produção arquitetônica
do lugar. Esse pensamento ficou expresso nas seguintes palavras:
Os judeus e cristãos novos, bandos imensos de ciganos, atiraram-se para as terras ultramarinas,
buscando a fortuna e a redenção na largueza dos sertões infindos, onde dificilmente chegariam
as importunações do Santo Ofício. Do Minho, de Trás-os-Montes, das Beiras, desciam caudais
humanos que disputavam lugares nas naus, que, formando grandes comboios, partiam para o
Brasil. Fidalgos, militares, negociantes, artífices, trabalhadores do campo, vendiam tudo quanto
possuíam e largavam-se cegos de ambição pelo ouro do Brasil2.
Tal concepção parece-nos, a princípio, restrita, uma vez que o ponto de vista
desse e de outros autores não priorizaram o conhecimento dos povoados, das vilas
e de cidades de onde partiram os denominados nortenhos para o Brasil. Não são
dados irrelevantes. São questões que nos ajudam no esclarecimento de influências
ocorridas na produção artística em território mineiro.
2 LIMA JÚNIOR, 1978: 35.
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Levando-se em conta as informações obtidas no arquivo da Arquidiocese de


Mariana e na obra “Dicionário de Artistas e Artífices dos Séculos XVIII e XIX em
Minas Gerais” de Judith Martins, apuramos a ocorrência de 744 registros relativos a
portugueses atuantes em Minas Gerais, especialmente durante o período setecentista,
sendo a maioria desses portugueses oriunda do Reino, cerca de 92%. No universo
trabalhado, sobressaem ainda referências a Portugal Insular e à áfrica, respectivamente
7% e 1%. São dados que podem indicar semelhanças e diferenças entre regiões
brasileiras, além de contribuir para a compreensão da dinâmica migratória e das
influências sucedidas no mundo luso.
Ao refinar a pesquisa, por meio de agrupamento de dados, é evidente como houve
predominância de nortenhos nas Minas. No universo considerado, os portugueses
provenientes das regiões de Braga e do Porto aparecem como os grandes represen-
tantes da cultura lusa na paisagem mineira, sendo evidenciados em 406 registros, o
que representa 55% do montante de 744 indivíduos. No citado montante, Braga é
detentora de 279 (38%) registros, ao passo que a região do Porto é referenciada 127
vezes, cerca de 17% do mencionado universo. Na sequência das informações apuradas,
salientamos a ocorrência de outras localidades menos citadas, como: Lisboa (30;
4%), Coimbra (27; 4%), São Miguel (19; 3%), Lamego (15; 2%), Angra (15; 2%),
Viseu (9; 1%), São Martinho (7; 1%), São Salvador (6; 1%), Ilha Terceira (6; 1%),
Guimarães (6; 1%), Barcelos (6; 1%), Valença (5; 1%). o restante desse quadro diz
ou respeito a regiões não identificadas, ou a regiões com menos de cinco registros,
conforme Gráfico n.º 1.

Gráfico n.º 1 – origem da população portuguesa em Minas Gerais, século XVIII

Fonte: MARTINS, Judith, 1974 & Arquivo da Arquidiocese de Marina.


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São informações representativas de um universo bem maior do que aquele


pesquisado até o presente momento. Mesmo assim, surgem dados que contribuem
para reflexões a respeito, por exemplo, do estudo das capelas ou igrejas de plantas
elípticas, disseminadas durante o século XVIII, como as edificadas em Portugal e no
Brasil, tais como a Igreja de São Pedro dos Clérigos no Rio de Janeiro, construída a
partir de 1733, a Igreja de São Pedro dos Clérigos em Mariana, iniciada no terceiro
quartel do século XVIII, e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Ouro Preto,
edificada na segunda metade dos setecentos. O mesmo raciocínio também se aplica
às arquiteturas devocionais, destacando-se o Santuário do Bom Jesus do Monte
em Braga – 3.ª reedificação (1781-1877) – e a obra do Santuário de Bom Jesus de
Matosinhos, executada em Congonhas do Campo na segunda metade do século XVIII
e início do XIX. Não cabe aqui evoluirmos com estes assuntos, a não ser atentarmos
para a difusão de experiências construtivas ocorridas a partir das migrações entre
Portugal e Brasil, assunto evidenciado por Joaquim Jaime B. Ferreira-Alves no III
Seminário Luso-Brasileiro de História da Arte (2008).
Nesse contexto, a região do Porto – que teve parcela de contribuição no processo de
ocupação do território mineiro, conforme acima demonstrado – possivelmente serviu
de referência para a busca de soluções arquitetônicas inovadoras. A referida cidade,
durante sua história, destacou-se como ponto agregador e difusor de modernidades,
sendo facilitadora de intercâmbios. Em seu conjunto, é marcante a presença da
Igreja de São Pedro dos Clérigos na paisagem, obra iniciada em 1732, que apresenta
planta poligonal elíptica, de autoria do pintor e arquiteto italiano Nicolau Nasoni
(1691-1773).
Diante do exposto, aproveitamos para levantar outra questão, essa tratada por
Sylvio de Vasconcellos em seu livro Mineiridade, ensaio de caracterização (1968). Este
autor defende que ocorreu grande ligação entre Minas Gerais e o centro-norte de
Portugal, destacando-se a Extremadura “como a região que mais marcadamente se
reproduz nas Minas”, inclusive na produção arquitetônica do período3. Tal hipótese,
a nosso ver, merece ser mais bem investigada. Tudo indica que devemos também
empreender esforços em outra direção, ou seja, pesquisar a proximidade cultural
estabelecida entre a citada Capitania e as regiões de Braga e do Porto. Quando os
nortenhos aportaram no Brasil, trouxeram consigo traços das respectivas origens, o
que nos remete à busca de seus registros e suas obras, verificados no conteúdo do
dicionário elaborado por Judith Martins (1974).
Sobressai no conteúdo de tal referência, no âmbito das realizações arquitetônicas
ocorridas nos setecentos, a atuação de José Pereira dos Santos (?-1762). Mestre
pedreiro, natural da freguesia de São Salvador de Grijó, Comarca e Bispado do
Porto, José Pereira dos Santos esteve diretamente envolvido com iniciativas e obras
de caráter arrojado, como a contratação da construção da Igreja de São Pedro dos
Clérigos em Mariana na década de 1750 e a edificação da Igreja de Nossa Senhora
do Rosário em Ouro Preto na segunda metade do século XVIII (ver Figura n.º 1).

3 VASCONCELLOS, 1968: 126.


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Citamos também os “riscos” executados para a Casa de Câmara e Cadeia (1762) e a


Igreja de São Francisco (1762) em Mariana, percebidos como testemunhos do espírito
empreendedor e da excepcional habilidade do mencionado construtor.

Figura n.º 1 – Igreja de Nossa Senhora do Rosário em ouro Preto e Igreja de São Pedro dos Clérigos
em Mariana
Fotos: Marcelo Almeida oliveira.

No conjunto dos dados apurados, evidenciamos outro mestre pedreiro, também


carpinteiro, José Pereira Arouca (c.1733-1795). Segundo o livro de registro de fatos
notáveis do Vereador Joaquim José da Silva da Câmara de Mariana (1782), Arouca
teria sido discípulo de José Pereira dos Santos. São informações preciosas para
compreendermos o repasse de conhecimentos e influências culturais ocorridos na
sociedade da época. Salientamos que José Pereira Arouca era português, oriundo de
São Bartolomeu da Vila de Arouca, Bispado de Lamego, Comarca do Porto. Com
relação à trajetória de vida, não se sabe se esse construtor já trazia consigo bagagem
técnica adquirida no Reino, ou se a adquiriu somente após sua chegada no Brasil.
A sua atuação e certamente habilidade o fizeram reconhecido, o que o levou a ser
tratado como um oficial de obra, sendo uma espécie de referência para as realizações
construtivas em Mariana e ouro Preto durante boa parte da segunda metade do
século XVIII.
Diante desses e de outros casos, é surpreendente a quantidade de artífices e
artistas portugueses oriundos da região de Braga e do Porto, conforme constatado.
Tomando-se como base o apanhado documental realizado por Judith Martins (1974),
sobressaem os seguintes lugares relativos à região de Braga:
Barcellos, canavezes, cidade de Braga, conselho de Guimarães, Freguezia de Sam Thiago
de cardiellos [comarca de Valença, Termo de Viana], Freguezia de Sampayo Villar, Freguezia
de Santa Eulalia, Freguezia de Santa Maria de Alamancas, Freguezia de Santa Maria de
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Pinheyro [Concelho de Vieyra], Freguezia de Santa Maria de Terroso, Freguezia de Santa Maria
de Vigo, Freguezia de Santa Olaia de Lanhares, Freguezia de Santiago, Freguezia de Santiago
Dantas, Freguezia de São Cristovão de Gondomil, Freguezia de São Clemente de Silvary [Vila
de Guimarães], Freguezia de São João, Freguezia de São Julião de Taguassas, Freguezia de São
Martinho de Avidos Couto de Landim, Freguezia de São Martinho do Campo, Freguezia de
São Miguel da Borda de Ajudim de Basto, Freguezia de São Miguel das Marinhas, Freguezia
de São Miguel de..., Freguezia de São Miguel de Villa Cora, Freguezia de São Payo de Parada,
Freguezia de São Pedro de Bairro, Freguezia de São Pedro de Rates, Freguezia de São Pedro de
Riba Mouro [Termo da Vila de Valadares, Comarca de Valença], Freguezia de de São Pedro de
Serva, Freguezia de São Romão d’Aroins, Freguezia de São Salvador do Triguinho, Freguezia
de São Victor [cidade de Braga], Freguezia de Sardas, Lanoso, Ponte do Lanhoso, Ribeira de
Roman, Santa Maria de Ermenegilde, São Clemente de Saúde, São João de ..., São João de
Vaolim [Termo de Valladares, Comarca de Vallença], São Julião do Serapião, São Martinho de
..., São Miguel das Marinhas, São Pedro de Lamão, São Salvador da Villa do Monte [Termo de
Barcellos], São Salvador de Briteiros [Termo de Guimarães], São Thiago de Lanhoso, São Thiago
de Priscas [Termo de Barcellos], São Tiago, São Tiago de Penso [Termo da Vila de Valadares,
Vila de São Pedro de Uba de Mouro], Termo de Monção, Vianna, Vila ... dos Infantes, Vila de
Barcelos, Vila de Guimarães, Vila Nova de ..., Vila Real, Villa de Santarém, Villa de São João
de Caldas de Guimarães, Villa Real.
Quanto à região do Porto, detectaram-se registros que devem ser mais bem avaliados,
sobretudo numa perspectiva conjunta com outros pesquisadores. Ressaltamos, por
exemplo, a visão que Joaquim Jaime B. Ferreira-Alves (2009) possui a respeito da
região do Entre-Douro e Minho, intrinsecamente associada ao assunto trabalhado.
Segundo o referido pesquisador, tal região era a mais populosa de Portugal, sendo
também grande fornecedora de mão-de-obra para vários lugares, principalmente
durante o século XVI. Levando-se em conta essa e outras constatações, percebemos
que os fatos verificados ganham dimensões novas e indicam possibilidades de pesquisas.
Para se ter noção da amplitude regional do Porto, listamos localidades detectadas,
relativas à origem da mão-de-obra atuante em Minas Gerais, sobretudo no século
XVIII. Destacam-se as seguintes referências:
Arresana de Souza, Arrifana, cidade do Porto, Freguezia de Castelo do Ouro, Freguezia
de Castelões, Freguezia de Christovão de Vaz, Freguezia de Nossa Senhora da Campanha,
Freguezia de Nossa Senhora da Victoria [cidade do Porto], Freguezia de Santa Cristina de
Mansores, Freguezia de Santa Maria de Termedo, Freguezia de Santa Maria do Fromedo [Villa
de Cabuais], Freguezia de Santo Idelfonso [cidade do Porto], Freguezia de São Bartolomeu
[Vila de Arouca], Freguezia de São João da Madeira, Freguezia de São Martinho, Freguezia
de São Miguel de..., Freguezia de São Pedro de Canedo, Freguezia de São Salvador de Grijó,
Freguezia de São Salvador de Pousos, Freguezia de São Salvador de Pousos, Freguezia de São
Thiago da Villa de Ostaneira, Freguezia de São Tiago de Labão [Comarca de terra da Feira],
Freguezia de São Vicente de Alfenas [Termo do Porto], Freguezia de Silvalde, Freguezia de
Teixeira, Lessa, Lessa de Bacho, Ramalda, Santa Maria de..., Santo André de Escaxis, Santo
Estevam de Vilela, São João da Foz, São João de..., São Martinho, São Pedro de..., São Pedro
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de Miragaya [cidade do Porto], São Pedro de Pedroso, São Simão de Axonis da Villa da Freira,
Terra da Feira, Torre da Freira, Vila de Arrifana de Souza, Vila de Ovar.
No universo trabalhado, de 744 indivíduos, 213 pertencem ao grupo dos artistas
e artífices portugueses, cerca de 28,63%, valor significativo que nos permite avançar
com outros tipos de informações levantadas.
A próxima questão examinada, de acordo com as fontes consultadas, trata a respeito
do tipo de mão-de-obra predominante. Sobressaíram no montante dos 213 indivíduos
pesquisados, as seguintes especialidades e as respectivas porcentagens: carpinteiro
e carapina (84; 39,43%), ferreiro (59; 27,70%), pedreiro (18; 8,45%); ourives (10;
4,69%); pintor (9; 4,23%), entalhador (6; 2,82%), marceneiro (5; 2,35%), serralheiro
(5; 2,35%), torneiro (2; 0,94%) e outros com apenas um representante, como: abridor
de cunhos, armeiro, caldeireiro-marceneiro, carpinteiro-mestre das obras Reais,
engenheiro, espadeiro, espingardeiro, ferreiro-serralheiro, oleiro, pedreiro-arquiteto,
pedreiro-carpinteiro, torneiro-marceneiro, conforme gráfico n.º 2.

Gráfico n.º 2 – Especialidades predominantes dos artífices e artistas portugueses em Minas Gerais,
século XVIII

Fonte: MARTINS, Judith, 1974.

Constatamos também que grande parte da mão-de-obra portuguesa lidava direta-


mente com atividades árduas, trabalhosas, como a carpintaria e a ferraria. No geral,
quanto mais especializada a atividade ou a mão-de-obra, menor a quantidade de
pessoas envolvidas em tais serviços e, possivelmente, maiores eram as remunerações
dos trabalhos prestados. No caso específico da olaria, admitimos que a tradição
ceramista dos aborígines, repassada aos brasileiros, inibiu a atuação dos portugueses
nesse tipo de ofício, de acordo com o Quadro n.º 1.
350 Marcelo Almeida oliveira

Quadro n.º 1 – Artífices e artífices portugueses atuantes em Minas Gerais


Ofício Nome Sobrenome Origem Atuação/Brasil
Pedreiro Antônio Pereira Cedofeita 1761
Antônio Pinto Porto 1760
Antonio Cardoso da Costa Lamego 1736
Antônio da Silva Bracarena Lisboa 1756
Antônio Ferreira de Carvalho Braga 1737-1801
Antônio Gonçalves Parreiras Ilha Terceira 1731
Francisco Rodrigues* Lages Braga 1759-1778
Henrique Gomes de Brito Porto 1757-1780
João Vieira Ilha Terceira 1749
João Alves* Viana Braga 1762-1781
João Pereira Barreiros Porto 1764
João Rodrigues Araujo Braga 1764
Luiz Gonçalves* Viana Braga 1756
Manoel Ribeiro Braga 1760
Manoel da Costa oliveira Coimbra 1760-1774
Manoel de Brito Porto 1753
Manoel de Caldas* Bacelar Braga 1765
Pedro Dias Ilha Terceira 1738
ourives Agostinho Lopes de Azevedo Ilha Terceira 1738-1739
Antônio Gonçalves Veloso Braga 1738
Custódio Fernandes* Vieira Braga 1733-1748
Francisco Furtado Ilha do Fayol 1722
Francisco de Matos Pereira Lisboa 1722
João Pereira da Silva Ilha do Fayol 1735-1740
José Felix Lisboa Lisboa 1738
Manoel do Couto Sousa Porto 1735-1749
Manoel Felipe Vendime Lisboa 1721
Tomé Ferreira Porto 1748
Pintor Antonio Gualter de Macedo Braga 1738
Antônio Rodrigues Belo Porto 1738-1742
Estevam de Andrade Silva Lisboa 1749-1760
Inácio Caetano Vieira N. S. do 1764
Alecrim
Jacó da Silva Bernardes Porto 1764
Joâo de Deus Veras Lisboa 1740
José Soares de – Guarda-mor Araujo Braga 1765-1799
Manoel Gonçalves de Sousa Chaves 1744-1761
Manoel Rebelo e, ou Sousa Sousa Braga 1752-1772
Manoel José Rebelo
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Ofício Nome Sobrenome Origem Atuação/Brasil


Entalhador Antonio Pereira Machado Braga 1747-1753
Felipe Vieira Braga 1747-1764
Francisco Nunes Braga 1735
João de Figueiredo Braga 1721
Manoel Fernandes* Pontes Vila de 1738-1741
Barcelos
Pedro Monteiro de Sousa Braga 1733-1741
Marceneiro Antonio Ramos Villa de 1731
Alcobaça
Antônio de oliveira Braga Braga 1753-1765
Antônio Ferreira Bessa Braga 1738-1749
Manoel José Alves Guarda 1753
Simão Franco Monteiro Coimbra 1753-1755
Serralheiro Amaro de Sousa Porto 1721
Antônio Fernandes Rosado Coimbra 1759-1766
Antônio José Pereira Algarve 1743-1753
João Teixeira Bragança Braga 1749
Manoel Dorta Lisboa 1738
Torneiro Antônio da Costa Ilha Terceira 1721
Manoel Alvares Braga 1731
Carpinteiro e João de Andrade Braga 1746-1753
marceneiro
Abridor de João Gomes Batista Lisboa 1724-1784
Cunhos
Torneiro- Antônio Ferreira Beça Braga 1734-1760
Carpinteiro
Torneiro- Manoel de Sousa Brito Porto 1721
Marceneiro
Ferreiro e Manoel da Cunha Lima Ergueiro 1738-1746
Serralheiro
Engenheiro José Fernandes Pinto, Sargento Alpoim Viana do 1736-1765
Mór Castelo
Carpinteiro Manoel Francisco Lisboa Lisboa 1727-1766
e Mestre das
obras Reais
Pedreiro e José Pereira* Arouca Porto 175?-1794
carpinteiro
Espingardeiro Antônio Lopes da Rocha Braga 1753
Pedreiro e José Pereira dos* Santos Porto 1752-1762
arquiteto
Espadeiro Antônio Carvalho da Silva Porto 1731
Armeiro Manoel José Vieira Braga 1800
* Testamento
Fonte: MARTINS, 1974.
352 Marcelo Almeida Oliveira

Durante o período setecentista, as oportunidades de trabalho influíram decisi-


vamente na difusão de conhecimentos específicos e na formação de mão-de-obra
nativa, sobressaindo-se nomes já bastante estudados como os dos brasileiros Antônio
Francisco Lisboa (c.1730-1814) e Manoel da Costa Ataíde (c.1762-1830). Fora do
circuito das vilas e cidades, a realidade era outra, como demonstrado no relato de
D’Orbigny, referente à primeira metade dos oitocentos,
Em Minas, cada um é o seu próprio arquiteto. Para se construir uma casa, cravam-se no
chão (...) pedaços de pau brutos (...). Quanto aos tetos, compõem-se dos ramos e das folhas de
uma gramínea chamada sapé pelos habitantes (...)4.
Diante da dificuldade de acesso à região das Minas, da extensão do seu território
e da existência de demandas específicas de trabalho nos aglomerados, inferimos que
a maior concentração de mão-de-obra especializada acontecia principalmente nas
áreas mais urbanizadas, onde havia requintes de vida civilizada desde os setecentos.
A ocorrência de tal situação é evidente em Ouro Preto e Mariana, onde elevado
número de obras testemunhou a participação de artífices e artistas portugueses. No
caso de Ouro Preto, assumiu a função de capital da Capitania a partir de 1720 e
passou a ser sede do poder temporal. Quanto à Mariana, tornou-se a partir de 1745 a
primeira sede de bispado em Minas, sendo elevada à condição de cidade. Esta deixou
de ser conhecida oficialmente como Vila do Ribeirão do Carmo, sendo tratada pelo
nome da esposa de D. João V, Dona Maria Ana. Eram lugares distintos da maioria,
onde se evidenciaram e se materializaram as mais diversas manifestações dos poderes
secular e religioso.
Constatamos também a participação dos portugueses em outras partes da Capita-
nia, igualmente propícias ao fomento da produção artística durante o século XVIII.
Nesse contexto, Sabará aparece referenciada 13 vezes, o que representa 5,35% do
universo trabalhado, seguida de Tiradentes (11; 4,53 %), Rio das Pedras (10; 4,12%),
Congonhas do Campo (9; 3,70%). Outros sítios como Catas Altas, Rio Acima, Santa
Luzia, São João Del Rei aparecem evidenciados 8 (3,29%) vezes cada um. Quanto
às ocorrências de Caeté, Campanha, Pitangui e Raposos, notam-se 5 (2,06%) regis-
tros para cada um desses lugares. No tocante a Curral Del Rei, Prados, Santa Rita
Durão, esses locais aparecem com 4 (1,65%) registros, Itambé com 3 (1,23%) e no
caso de Barbacena, de Cachoeira do Campo, de Camargos, de Conselheiro Lafaiete,
de Fidalgo, de Mateus Leme, de São Brás do Suaçui, de São Miguel do Piracicaba,
encontram-se evidenciados com 2 (0,82%) registros. Com 1 (um) registro, verificam-se
a ocorrência de Baependi, de Barão de Cocais, de Barra do Caeté, de Betim, de Bom
Retiro da Roça Grande, de Brumado, de Carrancas, de Conceição do Mato Dentro,
de Diamantina, de Furquim, de Glaura, de Guarapiranga, de Itabira, de Itatiaia, de
Itaverava, de Monsenhor Horta, de Roças Novas, de Santa Bárbara, de São João da
Lagoa e de Serro, conforme Gráfico n.º 3.

4 D’ORBIGNY, 1976: 146.


Considerações sobre os artífices e os artistas portugueses em Minas Gerais 353

Gráfico n.º 3 – Locais de atuação dos artífices e artistas portugueses em Minas Gerais, século XVIII

Fonte: MARTINS, Judith, 1974.

Salientamos a necessidade da realização de trabalho mais apurado de pesquisa


nos arquivos de Diamantina e Serro. Consideramos que em tais lugares houve forte
influência da cultura portuguesa, principalmente devido ao tipo de administração
ocorrido na região, baseada numa relação direta com a metrópole, tendo em vista o
rígido controle exercido sobre a extração de diamantes. Isso é indício para acreditarmos
numa maior atuação de artífices e artistas portugueses em tal realidade, ao contrário
do que sugerem os dados levantados até o presente momento. outro aspecto, que nos
faz apostar na citada ideia, é a evidência que houve a valorização das artes no âmbito
local, sobretudo em Diamantina, fato que levou o viajante Saint-Hilaire, no início
do século XIX, a estabelecer diferenças em relação a outras regiões. o mencionado
viajante reparou que as pessoas encontradas ali tinham “mais ilustração que em todo
o restante do Brasil, mais gosto pela literatura, e um amor mais vivo pela instrução”5.
Antes de determo-nos em outro ponto, é importante perceber que a maioria
das localidades acima referidas situava-se ao longo de antigos caminhos, como a
Estrada Real que interligava a região Diamantina à Capitania do Rio de Janeiro.
Tal assunto torna-se ainda mais instigante ao ser examinado a partir da geografia,
que nos mostra com clareza a relação estabelecida, por exemplo, entre os acessos
disponíveis, os recursos naturais existentes e os lugares de onde se extraíam as
riquezas, pedras preciosas e ouro. Numa visão abrangente, relativa ao processo de

5 SAINT-HILAIRE, 1974: 24-25.


354 Marcelo Almeida oliveira

ocupação do território, sobressaem as bacias dos rios Grande, das Velhas e a cadeia
de montanhas da Serra do Espinhaço, referências marcantes na paisagem mineira.
Na sequência de questões a serem desenvolvidas, é importante também enfocar os
tipos de registros em que se notam informações relativas ao objeto de nosso estudo.
Nesse universo, destacam-se documentos arquivados pela Igreja e que ilustram
fatos associados a comportamentos e valores de uma época. Graças aos serviços de
cunho arquivístico, executados de modo austero por religiosos, avançamos na síntese
de dados. Atendo-se a tal fato, ressalta-se o seguinte dizer contido no interior do
Catálogo Geral da Arquidiocese de Mariana:
(...) até a República (15.IX.1889), antes do aparecimento dos cartórios, a Igreja serviu como
zelosa tabeliã, guardando registro dos batizados e nascimentos, matrimônios, óbitos da população e
ainda serviu como escrínio, cofre fiel dos testamentos e outros contratos celebrados entre as partes (...).
No intuito de estudarmos os portugueses em Minas e particularmente os artífices
e artistas, deparamo-nos com documentos relativos ao controle exercido pela Igreja,
sobressaindo-se nesse sentido a administração exercida por Dom Frei Manoel da Cruz,
primeiro bispo de Mariana (1745-1764). Das 213 referências relativas à população
atuante na construção de nosso patrimônio, 136 registros pertencem ao conteúdo
do Livro de Devassas, cerca de 63,85% do montante das referências apuradas. os
outros tipos de registros também encontram-se associados direta ou indiretamente
à administração eclesiástica, destacando-se o Livro de Registro de Termos de Visitas
(39; 18,31%), o Livro de Cartas de Exames e Provisões de ofícios (9; 4,23%), os
Testamentos e Livros de Termos de Admoestações (7; 3,29%), o Livro de Óbitos (6;
2,82%), além dos Autos de Cobrança (1; 0,47%), de acordo com o Gráfico n.º 4.

Gráfico n.º 4 – Tipos de documentos com referências aos artífices e artistas portugueses em Minas
Gerais, século XVIII

Fonte: MARTINS, Judith, 1974.


Considerações sobre os artífices e os artistas portugueses em Minas Gerais 355

Cabe aqui ressaltar, novamente, parte do Catálogo Geral da Arquidiocese de


Mariana, referente ao papel desempenhado pela Igreja nas admoestações e, sobretudo,
nas devassas. No que se refere a estas, eram
investigações oficiais, presididas pela autoridade episcopal, sobre a conduta moral e religiosa dos
eclesiásticos e dos fiéis que aconteciam periodicamente pelas freguesias. Os bispos delegavam jurisdição a
assessores seus, chamados de Visitadores, que percorriam o território do bispado, averiguando a situação
moral, religiosa das paróquias, com a tomada de vários depoimentos de testemunhas juramentadas.
Os Visitadores descobriam irregularidades, erros, escândalos, denunciavam e cobravam
emendas dos culpados (...).
Exemplificamos a citada prática por meio do que ficou expresso num trecho do
Livro de Devassas:
João da Rocha Machado, homem solteyro, que vive de rossa, natural da Ilha Terceyra,
Bispado de Angra, morador nesta Freguezia, testemunha juramentada aos Santos Evangelhos,
disse que tinha de idade quarenta e sinco annos.
E perguntado pellos interrogatorios da visita que lhe foram lidos, disse nada e assinou. Eu
o Pe. Antonio Jose de Moura que o escrevy. (...)6.
Quanto às admoestações, consideramo-las como advertências, avisos ou con-
selhos direcionados àqueles que infringiam os preceitos estabelecidos pela Igreja e
encontravam-se em situação ofensiva perante a sociedade reinol. os documentos
testemunham muitas vezes a licenciosidade de costumes, no que se refere a relações
de concubinato entre homens brancos e escravas. Vários desses homens brancos eram
artífices, segundo registros contidos na obra de Judith Martins (1974).
Atentamos também para o período de maior incidência de documentos relativos
à presença portuguesa em Minas (ver Gráfico n.º 5). No que tange à atuação do
Gráfico n.º 5 – ocorrência de registos relativos aos artífices e artistas portugueses em Minas Gerais

Fonte: MARTINS, Judith, 1974.

6 ARQuIVo DA ARQuIDIoCESE DE MARIANA – Livro de Devassas, 1745: 1.


356 Marcelo Almeida Oliveira

grupo estudado, identificamos que a época entre as décadas de 1720 a 1760 foi a
mais evidente e talvez a mais profícua para os artífices e artistas lusitanos, o que deve
ser tratado como parte de um contexto em que sobressai a crescente afirmação dos
poderes laico e religioso, o forte controle administrativo sobre a extração de riquezas
do solo e certo acúmulo de bens por parte da população. Com relação a esses pontos,
citamos dois fatos marcantes: a realização do Triunfo Eucarístico (1733) em Vila Rica,
organizado a partir da trasladação do Santíssimo Sacramento, manifestação clara da
afirmação de poderes na sociedade da época, e a crescente arrecadação de quintos
da extração do ouro, principalmente entre os anos de 1735 a 1751.
Quanto ao acúmulo de bens, ao consultarmos o Catálogo Geral do Arquivo da
Arquidiocese, notamos que houve expressivo número de testamentos entre os anos
de 1771 a 1780, cerca de 33 (22,15%) do montante de 149 testamentos realizados
pelos portugueses durante o século XVIII. Para termos noção desse montante, iden-
tificamos apenas 3 (2,01%) testamentos entre os anos de 1711 a 1720, 5 (3,36%)
entre 1721 a 1730, 6 (4,03%) entre 1731 a 1740, 14 (9,40%) entre 1741 a 1750,
24 (16,11%) entre 1751 a 1760, 26 (17,45%) entre 1761 a 1770, 21 (14,09%) entre
1781 a 1790, 17 (11,41%) entre 1791 a 1800 e apenas 2 (1,34%) registros no século
XIX. Atentamos também para o número de pedreiros que expressaram suas vontades
nos testamentos, conferir Quadro n.º 1.
Os dados sugerem que, sobretudo a partir da segunda metade dos setecentos, já
havia condições propícias ao acúmulo de bens, concentrados em poder de parte da
população reinol e seus beneficiários. Nesse período, observam-se além do apuro
arquitetônico nas edificações urbanas, maior preocupação com o ordenamento do
espaço nas vilas e cidades, fato exemplificado nas realizações ocorridas na sede da
Capitania, entre os anos de 1740 a 1760, como salienta Vasconcellos7.
O apuro em tais obras era reflexo das oportunidades e da ocorrência de mão-
de-obra especializada na Capitania, sobressaindo-se nessa conjuntura a atuação
de portugueses como: o entalhador Felipe Vieira, o abridor de cunhos João Gomes
Batista, o engenheiro José Fernandes Pinto Alpoim (Sargento Mor), o carpinteiro
e Mestre de Obras Reais Manoel Francisco Lisboa e o pintor José Soares de Araújo
(Guarda Mor), dentre outros. Nota-se ainda o expressivo número de entalhadores
bracarenses que atuaram nas Minas (ver Quadro n.º 1).
Em Minas Gerais, havia ambiente propício ao desenvolvimento das artes e dos
ofícios, fato associado às rivalidades existentes entre os diversos grupos da sociedade
local, às regulações estabelecidas pelas corporações religiosas, ao controle camarário
desempenhado por meio dos juízes de ofícios, à realização de experiências práticas, às
possiblidades de aprendizado disponíveis aos muitos entalhadores, ferreiros, marcenei-
ros, ourives, pedreiros pintores, serralheiros e torneiros atuantes nas vilas e cidades.
Nesse ambiente fervilhante de ideias, reforçamos a importância de detectar os meios
de repasse de conhecimentos. Sabe-se, por exemplo, de uma possível ligação entre
Antônio Francisco Lisboa (c.1730-1814), mais conhecido pelo codinome “Aleijadinho”, e

7 VASCONCELLOS, 1956: 114.


Considerações sobre os artífices e os artistas portugueses em Minas Gerais 357

o desenhista, pintor, também abridor de cunhos, João Gomes Batista (?-1788), discípulo
de Francisco Vieira na cidade de Lisboa, segundo registro do Vereador Joaquim José
da Silva da Câmara de Mariana (1782). Além dessa e de outras influências recebidas,
num mundo pautado por empreitadas, louvações e riscos atribuídos a Manoel Francisco
Lisboa8, salientamos que Antônio Francisco Lisboa é reflexo de uma época favorável
ao desenvolvimento de habilidades técnicas e ao apuro das artes.
No referido mundo, não podemos negar que os portugueses disseminaram conhe-
cimentos, procedimentos e técnicas relacionadas às origens e às demandas existentes.
O entendimento dessas questões certamente contribuirá com novas possibilidades
de pesquisa.

Bibliografia
ACAYABA, Marlene Milan (coord.), 2001 – Equipamentos, usos e costumes da casa brasileira, São
Paulo: Museu da Casa Brasileira.
ARQUIVO DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA – Catálogo Geral 1.
ARQUIVO DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA – Livro de Devassas, 1745.
BURY, John, 1991 – “As igrejas ‘borromínicas’ do Brasil Colonial”, in BURY, John – Arquitetura e
arte no Brasil Colonial, São Paulo: Nobel, pp. 103-135.
D’ORBIGNY, Alcides, 1976 – Viagem pitoresca através do Brasil, São Paulo: EDUSP/ Belo Horizonte:
Itatiaia.
LIMA JÚNIOR, Augusto de, 1978 – A capitania das Minas Gerais, 1.ª edição (1940), Belo Horizonte:
Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
MARTINS, Judith, 1974 – Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais, 2
volumes, Rio de Janeiro: Departamento de Assuntos Culturais, Ministério da Educação e Cultura.
MELLO, Suzy de, 1985 – Barroco Mineiro, São Paulo: Brasiliense.
MENESES, José Newton Coelho, 2007 – “Homens que não mineram: oficiais mecânicos nas
Minas Gerais Setecentistas”, in RESENDE, Maria Efigênia Lage de, VILLALTA, Luiz Carlos
(orgs.) – As Minas Setecentistas, vol. 2, Belo Horizonte: Autêntica; Companhia do Tempo,
pp. 378-399.
SAINT-HILAIRE, Auguste de, 1974 – Viagem pelo Distrito dos Diamantes e litoral do Brasil, Belo
Horizonte: Itatiaia.
SANTIAGO, Marcelo Moreira, Padre, et al, 2006 – Igreja de Mariana: 261 anos de história, 100
anos como arquidiocese 1906-2006, Mariana (MG): Dom Viçoso.
TRINDADE, Jaelson Bitran, 1989 – “Arte e Sociedade: o barroco no Brasil”, in II Congresso do
Barroco no Brasil, arquitetura e artes plásticas, Resumo das Comunicações, Revista Barroco.
Ouro Preto: Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Fundação Nacional
Pró-Memória, Centro de Pesquisas do Barroco Mineiro, Universidade Federal de Ouro Preto.
VASCONCELLOS, Sylvio de, 1956 – Vila Rica: formação e desenvolvimento – residências. Rio de
Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, Instituto Nacional do Livro.
VASCONCELLOS, Sylvio de, 1968 – Mineiridade, ensaio de caracterização, Belo Horizonte:
Imprensa Oficial.

8 MARTINS, 1974: 364-367.

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